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Lídia Américo Machael

Martinha Felipe Nhapossa

Naria Rodrigues Chilundo

Nivalda Maria Rego Luís

SISTEMA DIGESTIVO

Licenciatura em Nutrição

Universidade Save
Maxixe
2024
Lídia Américo Machael

Martinha Felipe Nhapossa

Naria Rodrigues Chilundo

Nivalda Maria Rego Luís

TEMA: SISTEMA DIGESTIVO

Trabalho de Pesquisa a ser apresentadado na


cadeira de Histologia e Embriologia, na
FACSAD Save- Extensão da Maxixe, com
fins avaliativos.

Docente: dr. Mateus Victor

Universidade Save
Maxixe
2024
Índice
Introdução ......................................................................................................................... 1

Objectivos ......................................................................................................................... 2

Geral: ............................................................................................................................ 2

Específicos:................................................................................................................... 2

Metodologia ...................................................................................................................... 3

Sistema digestivo .............................................................................................................. 4

Segmento Digestório Superior ......................................................................................... 5

Boca .................................................................................................................................. 5

Língua ............................................................................................................................... 6

Papilas Linguais ................................................................................................................ 6

Botões gustativos (ou Corpúsculos Gustativos) ............................................................... 8

Saliva ................................................................................................................................ 8

Características ................................................................................................................... 9

Ductos excretores ............................................................................................................. 9

Porção secretora................................................................................................................ 9

Esófago ........................................................................................................................... 10

Estômago ........................................................................................................................ 11

Estrutura ......................................................................................................................... 12

Camada Mucosa ............................................................................................................. 12

Camada Submucosa........................................................................................................ 12

Camada Muscular ........................................................................................................... 12

Camada Serosa ............................................................................................................... 12

Regiões do estômago ...................................................................................................... 13

Região cárdica ................................................................................................................ 13

Região do corpo e fundo................................................................................................. 13

Segmento Digestivo Inferior .......................................................................................... 15

Intestino Delgado............................................................................................................ 15

Regiões do intestino delgado .......................................................................................... 15


Duodeno ......................................................................................................................... 15

Jejuno .............................................................................................................................. 16

Íleo .................................................................................................................................. 16

Intestino Grosso .............................................................................................................. 17

Regiões do intestino grosso ............................................................................................ 18

Ceco ................................................................................................................................ 18

Apêndice ......................................................................................................................... 18

Cólon .............................................................................................................................. 18

Reto................................................................................................................................. 18

Ânus ................................................................................................................................ 19

Glândulas anexas do tubo digestivo ............................................................................... 19

Fígado ............................................................................................................................. 20

Características do Fígado................................................................................................ 20

Circulação do sangue ...................................................................................................... 20

Circulação da bile ........................................................................................................... 21

Estrutura ......................................................................................................................... 21

Pâncreas .......................................................................................................................... 22

Conclusão ....................................................................................................................... 24

Referencias Bibliográficas .............................................................................................. 25


1

Introdução

O estudo do sistema digestivo também conhecido como tubo digestivo, desempenha


um papel importante no campo da histologia e Embriologia, fornecendo uma base sólida
para a compreensão da anatomia, fisiologia e desenvolvimento do sistema responsável
pela digestão e absorção de nutrientes no organismo humano. Este sistema complexo é
composto por uma série de órgãos e estruturas especializadas, que actuam de forma
coordenada para processar os alimentos, extrair os nutrientes essenciais e eliminar os
resíduos.

Neste sentido, o estudo microscópico dos tecidos que compõem o sistema digestivo
permite nos explorar a estrutura celular e tissular os diferentes órgãos, como o esófago,
estômago, intestino delgado e grosso, compreendendo suas funções especificas e sua
contribuição para o processo digestivo. A analise histológica revela a diversidade
morfológica das células epiteliais, glândulas secretoras, tecido conjuntivo e musculatura
presente em cada segmento do tudo digestivo.

Assim, uma abordagem integrada da histologia e Embriologia no estudo do sistema


digestivo proporciona uma visão abrangente e detalhada sobre a estrutura, função e
desenvolvimento desse sistema para a sobrevivência e manutenção da saúde do
organismo humano.

O presente trabalho ostenta a seguinte estrutura: introdução (apresentação e


enquadramento do tema), objectivos (geral e específicos), metodologias (modelo da
elaboração do trabalho), contextualização, (abordagem do tema); conclusão
(considerações finais), e referências bibliográficas (apresentação das fontes de
informação).
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Objectivos

Geral:

— Compreender o sistema digestivo.

Específicos:

— Descrever a estrutura do tubo digestivo;


— Identificar os seguimentos do tubo digestivo;
— Mencionar as glândulas anexas do tubo digestivo.
3

Metodologia

Para realização e desenvolvimento do presente foi utilizado o modelo APA (American


psychological Association), adoptado na UniSave para a realização de trabalhos
científicos.

Na realização do trabalho o grupo baseou se na literatura que foi feita e orientada


através da pesquisa bibliográfica em livros de vários autores. Esta base de dados foi
escolhida pelo facto de abordar concretamente assuntos que envolvem a área de
Histologia e Embriologia
4

Sistema digestivo

O sistema digestivo é constituído pelo trato digestivo (cavidade oral, esófago, estômago,
intestinos delgado e grosso) e suas glândulas associadas (glândulas salivares, fígado e
pâncreas).

A deglutição, a digestão e a absorção ocorrem por todo o tubo digestório ou alimentar,


um conduto muscular de 7 a 10 m de comprimento. O processo digestivo converte o
alimento em uma forma solúvel fácil para ser absorvida pelo intestino delgado. A
eliminação de resíduos insolúveis e outras substâncias é a função do intestino grosso
(Junqueira & Carneiro, 2017).

Histologicamente o tubo digestivo é formado por 4 camadas, ou túnicas, principais: (1)


uma camada mucosa interna, ao redor do lúmen, (2) uma camada submucosa, (3)
uma camada muscular externa, e (4) uma camada adventícia ou serosa.

Figura 1: ilustrações das camadas.

Fonte: Pawlina & Ross (2016).

A camada mucosa interna apresenta variações significativas ao longo do tubo digestivo


e é subdividida em três componentes: (1) uma camada epitelial, (2) uma lâmina
própria de tecido conjuntivo, e (3) uma camada muscular da mucosa de músculo
liso.
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Segmento Digestório Superior

Boca

A boca é a entrada do tubo digestório. A ingestão, a digestão parcial e a lubrificação do


alimento, ou bolo alimentar, são as principais funções da boca e de suas glândulas
salivares associadas (Junqueira & Carneiro, 2017)..

A boca ou cavidade oral, inclui os lábios, as bochechas, os dentes, a gengiva, a língua e


o palato. Com excepção dos dentes, a boca é revestida pelo epitélio pavimentoso
estratificado, com uma submucosa presente em certas regiões.

Os lábios possuem três regiões:

— Região cutânea;
— Região vermelha e;
— Região da mucosa oral.

A região cutânea é revestida por pele delgada (epitélio pavimentoso estratificado


queratinizado) e derme com glândulas sudoríparas, sebáceas e folículos pilosos.
A região vermelha é revestida por epiderme sustentada por papilas dérmicas altas
contendo vasos sanguíneos responsáveis pela cor dessa região.

A região da mucosa oral é contínua com a mucosa das bochechas e das gengivas.

O epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado que recobre a superfície interna


dos lábios e das bochechas é sustentado por uma lâmina própria densa e uma
submucosa, intimamente ligada aos músculos esqueléticos subjacentes através de fibras
colágenas de tecido conjuntivo.

A gengiva é semelhante a região vermelha dos lábios, excepto em sua borda livre, onde
uma queratinização significativa é observada. A lâmina própria da gengiva une-se
intimamente ao periósteo do processo alveolar da maxila e da mandíbula e ao ligamento
periodontal. A gengiva não possui submucosa e nem glândulas.

O palato duro é revestido por um epitélio pavimentoso estratificado queratinizado


semelhante ao epitélio da borda livre da gengiva. Uma submucosa está presente na linha
média, mas ausente na área subjacente à gengiva. Fibras colágenas na submucosa unem
a mucosa do palato duro ao periósteo do osso subjacente.

O palato mole e a úvula são revestidos por epitélio pavimentoso estratificado não
queratinizado que se estende até a orofaringe, onde se torna contínuo com o epitélio
pseudo-estratificado cilíndrico ciliado do trato respiratório superior. A submucosa é
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frouxa e contém glândulas mucosas e glândulas serosas em abundância. Fibras


musculares esqueléticas estão presentes no palato mole e na úvula.

Figura 2: ilustrações da boca (palato duro e mole)

Fonte: Stevens & Lowe (2016).

Língua

É uma massa muscular (MEE) revestida por mucosa (TER + Tecido Conjuntivo). A
membrana mucosa está fortemente aderida ao MEE através porque do tecido conjuntivo
da mucosa adere-se ao tecido conjuntivo que reveste os feixes musculares.

A região ventral da língua é lisa e a região dorsal (voltada para o palato) é irregular,
contendo muitas projecções da mucosa denominadas de papilas linguais

Papilas Linguais

São projecções da mucosa lingual. Cada papila lingual é formada por um centro de
tecido conjuntivo revestido pelo epitélio oral (Estratificado Pavimentoso). Existem três
(3) tipos de papilas linguais:

Papilas filiformes: apresentam forma cónica e alongada. São muito abundantes. Estão
localizadas sobre toda superfície dorsal. Ausência de botões gustativos

Papilas fungiformes: apresentam forma de cogumelo, e estão distribuídas de maneira


irregular entre as papilas filiformes. Possuem poucos botões gustativos
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Figura 3: Corte histológico da face dorsal da língua. Na imagem é evidenciada a papila


fungiforme, sendo possível observar o botão gustativo (linha tracejada).

Fonte: Fonte: Junqueira & Carneiro (2017).

Papilas circunvaladas: localizadas na parte posterior da língua, em frente ao V lingual.


Essa papila ocupa uma reentrância da mucosa e, por isso, ela é circundada por um sulco
ou vala circular, onde se abrem os ductos de glândulas serosas (glândulas de von
Ebner). Há botões gustativos localizados na superfície lateral dessas papilas. As
Glândulas serosas (ou glândulas de von Ebner) lançam a secreção no
epitélio promovendo um fluxo de líquido importante na remoção de partículas de
alimentos que podem se acumular na região dos botões gustativos. Ainda, essas
glândulas secretam a lipase lingual que é activa no estômago e digere 30% dos
triglicerídeos ingerido ( Pawlina & Ross, 2016 ).

Figura 4: Corte histológico da face dorsal da língua. Na imagem é evidenciada a papila


circunvalada.
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Botões gustativos (ou Corpúsculos Gustativos)

São encontrados em todas as papilas linguais, excepto nas papilas filiformes. Os Botões
Gustativos apresentam-se como estruturas epiteliais em forma de barril e são
constituídos por três (3) componentes:

— Células receptoras gustativas (em contacto com as terminações dos nervos


gustativos);

— Células de sustentação (ou de suporte);

— Células precursoras (ou basais).

As sensações clássicas de gosto são: Doce, Salgado, Azedo e Amargo. e se aplica à


detecção de glutamatos (aminoácido não essencial) que são encontrados, sobretudo, em
carnes, queijos e outros alimentos com muitas proteínas. As regiões para determinação
dos diferentes tipos de gosto (figura abaixo) não tem relação para os humanos.

Glândulas salivares

As glândulas salivares são classificadas em salivares maiores e menores. As


glândulas salivares menores estão dispersas na cavidade oral. Já as glândulas salivares
maiores apresentam localização definida, sendo estas representadas por: 1 par de
parótida; 1 par de submandibular e 1 par de sublingual (Junqueira & Carneiro, 2017).

Função: produção de saliva.

Saliva

Constituintes:

— Água;

— Carboidratos (muco);

— Proteínas.

Funções:

— Lubrificar a cavidade bucal;

— Hidratar o alimento;

— Iniciar a digestão de açúcares;

— Defesa (IgA, lactoferrina e lisozima).


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Figura 5: Ilustração das glândulas salivares

Fonte: Stevens & Lowe (2016).

Características

— São glândulas exócrinas: apresentam porção secretora e ductos excretores


— São revestidas por cápsula de conjuntivo de onde partem os septos dividindo as
glândulas em lóbulos

Ductos excretores

Apresentam a mesma estrutura para todas as glândulas e são divididos em três (3)
porções distintas:

I. Ductos intercalares: estão mais próximos à porção secretora (são ductos


intralobulares);
II. Ductos estriados: localizados em região intermediária, conectando o ducto
intercalar ao excretor (são ductos intralobulares);
III. Ductos excretores: estão mais próximos ao epitélio de revestimento da cavidade
bucal (são ductos interlobulares).

Os ductos estriados são constituídos por células que realizam transporte activo de
íons. Essa região dos ductos tem a função de alterar a concentração da saliva para torná-
la activa na cavidade bucal.

Porção secretora

É nesta porção que se encontram as diferenças entre as glândulas Parótida,


Submandibular e Sublingual.

Parótida: porção secretora constituída somente por células serosas (síntese proteica);
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Submandibular: porção secretora constituída por células serosas e


mucosas, mas com predomínio de células serosas.

Esófago

O Esófago é um órgão tubular cuja parede é constituída pelas quatro (4)


camadas (mucosa, submucosa, muscular e adventícia ou serosa) que constituem o
tubo digestório.

Função: transporta o alimento da boca ao estômago.

— Camada mucosa: o revestimento epitelial é constituído por Estratificado


Pavimentoso, o qual mantém contacto com o tecido conjuntivo. Ainda fazendo
parte da mucosa, há a muscular da mucosa (músculo liso);

— Camada submucosa: constituída por tecido conjuntivo, encontram-se


as glândulas esofágicas (mucosas), que se abrem no epitélio de revestimento.

— Camada muscular

— Primeiro terço (porção mais próxima da cavidade oral): Músculo Estriado (ME),

— Terço médio: Músculo Estriado (ME) e Músculo Liso (ML),

— Terço posterior (porção mais próxima ao estômago): Músculo Liso (ML).

Figura 5. Corte transversal do esófago

Fonte: Junqueira & Carneiro, (2017).

No esófago, predomina-se a adventícia, tendo serosa somente na região do esófago que


se encontra na cavidade peritoneal.
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— Primeiro terço (porção mais próxima da cavidade oral): Adventícia

— Terço médio: Adventícia

— Terço posterior (porção mais próxima ao estômago): Serosa

Figura 6. Corte histológico de Esôfago. Presença de glândulas mucosas na camada


submucosa.

Fonte: Junqueira & Carneiro (2017).

Estômago

O estômago, nos humanos, é a parte do tubo digestivo em forma de bolsa, situado entre
o esófago e o duodeno (primeira porção do Intestino Delgado). Situa-se abaixo do
diafragma, no lado esquerdo do abdómen ( Pawlina & Ross, 2016 ).

O estômago é dividido anatomicamente em quatro (4) regiões: cárdia, fundo, corpo e


piloro. Porém, histologicamente, reconhecemos três (3) regiões distintas: cárdia,
corpo/fundo e piloro.

A cárdia corresponde à região mais próxima ao esófago. O fundo é a porção que está em
contacto com o diafragma. O corpo corresponde à porção mais central e larga, sendo
o piloro a porção terminal (mais próxima ao Intestino Delgado). Assim, o estômago
apresenta duas comunicações: uma superior (chamada cárdia, que faz a comunicação
com o esófago) e outra inferior, chamada piloro, que comunica o estômago ao intestino
delgado.

A maior região do estômago é o corpo, que define a grande e a pequena curvatura.


A classificação cirúrgica subdivide o estômago em: cárdia, fundo, corpo, antro, piloro,
curvatura menor, curvatura maior, face anterior e face posterior.
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Funções: é no interior do estômago que se encontram as glândulas gástricas produtoras


de suco gástrico. Através dos movimentos peristálticos, realizados pela camada
muscular, o suco gástrico atua sobre os alimentos para que ocorra a digestão, quando o
bolo alimentar é transformado em quimo.

A digestão de proteínas é iniciada através das enzimas presentes no suco gástrico -


dentre elas, a pepsina é a principal responsável.

Estrutura

O estômago tem a mesma constituição dos outros órgãos do tubo digestivo, ou seja, sua
parede é formada pelas mesmas quatro (4) camadas: mucosa, submucosa, muscular e
serosa, cuja constituição é descrita abaixo.

Camada Mucosa

— O epitélio de revestimento é simples cilíndrico em toda a extensão do


estômago;

— Tecido conjuntivo frouxo, contendo as glândulas cárdicas, fúndicas ou


pilóricas, de acordo com a região histológica considerada;

— Muscular da mucosa com fibras musculares lisas.

Camada Submucosa

— Tecido conjuntivo frouxo com vasos e nervos

Camada Muscular

— Apresenta três (3) camadas de músculo liso:

Fibras oblíquas internas

Fibras circulares médias

Fibras longitudinais externas

Camada Serosa

— Tecido Conjuntivo associado com o Epitélio de Revestimento Simples


Pavimentoso (Mesotélio).
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Regiões do estômago

A diferenciação histológica das regiões cárdica, corpo/fundo e pilórica é realizada


através das características microscópicas de suas mucosas, pois as demais túnicas
apresentam idêntica constituição( Pawlina & Ross, 2016 ).

Figura 7: Ilustração representando as regiões do estômago.

Fonte: Stevens & Lowe (2016).

Para fazer essa diferenciação, deve-se analisar a profundidade das


depressões (fovéolas ou fossetas gástricas), formadas por invaginações do epitélio de
revestimento do estômago para dentro da lâmina própria e, o aspecto e os tipos
celulares das glândulas encontradas na lâmina própria das três (3) regiões.

— Região cárdica: fosseta e glândula apresentam, aproximadamente, a mesma


proporção;

— Região gástrica: fosseta curta e glândula longa;

— Região pilórica: fosseta longa e glândula curta.

Região cárdica

As glândulas cárdicas são encontradas ao redor da abertura do esófago no estômago;

Região do corpo e fundo

— Em cada fosseta gástrica desembocam três a sete glândulas.

Há cinco (5) tipos de células nas glândulas:

I. Células mucosas do colo - produzem muco


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II. Células principais ou zimogênicas – produzem pepsinogênio, que no ambiente


ácido do estômago se converte em pepsina (digestão da maioria das proteínas)

III. Células parietais ou oxínticas – produzem ácido hidroclorídrico e factor


intrínseco (glicoproteína que auxilia a absorção da Vit B12 no intestino).

IV. Células enteroendócrinas (Células G) - produzem gastrina. A gastrina


estimula a secreção e o aumento do número das células parietais. As células
enteroendócrinas não são exclusivas do estômago, sendo encontradas até no
cólon (Intestino Grosso).

V. Células fonte – podem repor qualquer célula do Epitélio Glandular ou de


revestimento

As glândulas possuem três (3) regiões:

I. Fovéolas, fossetas ou istmo: células mucosas superficiais


II. Colo: células mucosas do colo, células fonte e células parietais.
III. Base ou Corpo: porção superior (grande quantidade de células parietais)
e porção inferior (principais e enteroendócrinas).

— Essas glândulas secretam ácido hidroclorídrico, pepsinogênio, factor


intrínseco e muco.

Secretam muco e lisozima (e pouca quantidade de H+ e de Cl-, que formarão HCl na


luz do órgão).

Região pilórica

As glândulas pilóricas são muito ramificadas e possuem luz maior, comparada a outras
glândulas, além de apresentarem fossetas gástricas profundas.

Tipos celulares:

— Células secretoras de muco (em maior quantidade)

— Células serosas que secretam lisozima

— Células produtoras de gastrina ou células “G” (abundantes na região do antro


pilórico).

— Células parietais podem ser encontradas, em quantidade reduzida.

— Essas glândulas secretam ácido hidroclorídrico, pepsinogênio, factor


intrínseco e muco.
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Segmento Digestivo Inferior

Intestino Delgado

O intestino delgado inicia após a última região do estômago, o piloro. É constituído


pelas mesmas quatro (4) camadas que compõem os demais órgãos do tubo
digestório: mucosa, submucosa, muscular e serosa. Além disso, é dividido em três (3)
regiões: Duodeno, Jejuno e Íleo, que se diferenciam pelas características observadas na
mucosa e submucosa.

Tem como característica exclusiva (considerando somente os órgãos do sistema


digestivo) a presença de vilosidades (projecções da mucosa para a luz do órgão), as
quais aumentam a superfície de contacto do alimento parcialmente digerido com a
parede do órgão. Além disso, as células caliciformes (ausentes nos segmentos do
sistema digestório superior) estão presentes tanto no Intestino Delgado como no Grosso.

Entre as células epiteliais, se localizam células enteroendócrinas, responsáveis pela


secreção de colecistoquinina (atua na camada muscular da vesícula biliar estimulando
a secreção da bile) e secretina (estimula a secreção do pâncreas exócrino).

O tecido conjuntivo da mucosa sustenta as glândulas intestinais em todas as regiões do


intestino delgado (Kierszenbaum & Tres, 2021).

Funções:

— Término da digestão

— Absorção de nutrientes

Regiões do intestino delgado

Duodeno

É a região mais próxima do estômago, recebendo o quimo parcialmente digerido e


ácido. Tem como função finalizar a digestão, actuando em carboidratos, proteínas e
lipídeos. É no duodeno que são lançadas as secreções da Vesícula Biliar (Bile) e do
Pâncreas exócrino (Suco Pancreático), que actuarão no processo de digestão
(Kierszenbaum & Tres, 2021).
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Figura 8: Corte histológico da região do Duodeno do Intestino Delgado.

Fonte: Junqueira & Carneiro, (2017).

Posteriormente, inicia a absorção dos nutrientes através dos enterócitos - células


cilíndricas do Epitélio de Revestimento dotadas de microvilosidades.

— Para diferenciar o Duodeno das outras regiões do Intestino Delgado observe:

— Vilosidades curtas e largas (em forma de folhas),

— Presença de glândulas produtoras de muco (Glândulas de Brunner) na


camada submucosa (Característica exclusiva do Duodeno) (

Outra região do tubo digestivo que apresenta glândulas na submucosa é o esófago.

— Esófago apresenta Epitélio Estratificado.

— Duodeno apresenta Epitélio Simples.

No tubo digestivo: Células Caliciformes presentes apenas no Intestino

Jejuno

É a região intermediária do Intestino Delgado

— Para diferenciar:

Vilosidades longas e finas (digitiformes);

Apresenta na base de suas glândulas as células de Paneth - função de defesa


imunológica inata.

Íleo

Corresponde à porção final do Intestino Delgado


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— Para diferenciar:

Vilosidades são menores que as do Jejuno;

Presença de Placas de Peyer - conjunto de nódulos linfáticos permanentes nas camadas


mucosa e submucosa

Intestino Grosso

O Intestino Grosso inicia após a última região do Intestino Delgado, o Íleo. É dividido
nas seguintes regiões: Ceco e Apêndice, Cólon (ascendente, transverso, descendente e
sigmoide), Reto e Ânus.

A estrutura do Intestino Grosso é praticamente a mesma estudada no Intestino Delgado,


com excepção do Cólon (ocorrência de características exclusivas) e pela ausência de
Vilosidades. É constituído pelas mesmas quatro (4) camadas que compõem os demais
órgãos do tubo digestório: Mucosa, Submucosa, Muscular e Serosa.

Figura 9: ilustrações da camada mucosa

Fonte: Junqueira & Carneiro, (2017).

O conjuntivo da mucosa sustenta as glândulas intestinais em todas as regiões do


Intestino Delgado e não há glândulas na camada submucosa.

Funções:

— Absorção de água

— Compactação das fezes


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Regiões do intestino grosso

Ceco

— Apresenta as quatro (4) camadas (mucosa, submucosa, muscular e serosa),

— É Simples Cilíndrico com microvilosidades e Células Caliciformes

— Ausência de vilosidades.

Apêndice

— Apresenta grande quantidade de nódulos linfáticos no tecido conjuntivo das


camadas mucosa e submucosa. Os nódulos são semelhantes aos do Íleo. Mesmo
apresentando tal semelhança, observar sempre se há vilosidades. Lembre-se
que elas são encontradas exclusivamente no Intestino Delgado.

Cólon

— Estrutura semelhante ao Ceco.

— Se organiza anatomicamente em quatro (4) porções (ascendente, transverso,


descendente e sigmoide), entretanto, todas as porções apresentam a mesma
estrutura histológica.

— A região do Cólon apresenta duas características exclusivas:

Ténias do Cólon – fusão de células musculares lisas da camada


longitudinal externam (promove as saculações que podem ser observadas
macroscopicamente).

Apêndices Omentais – se caracterizam por acúmulo de gordura


revestida por serosa. Estão localizadas em contacto com a membrana
serosa.

Reto

— O reto apresenta a estrutura semelhante a do Cólon, entretanto as criptas ou


glândulas intestinais são mais profundas.
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Figura 9. Reto, corte transversal (10x): Mucosa (1); submucosa (2); muscular (3).
Serosa não aparente

Fonte: Junqueira & Carneiro, (2017).

Ânus

— Porção final do Tubo Digestivo;

— O epitélio é Estratificado;

— A musculatura é de Contracção Voluntária (Músculo Estriado).

Dois Plexos Nervosos entéricos apresentam relação com as funções do tubo digestivo:

— Plexo Submucoso (MEISSNER) - responsável pelo controle de secreções,


localizado na camada submucosa;

— Plexo Mioentérico (AUERBACH) - associado ao peristaltismo, localizado na


camada muscular entre as camadas circular e longitudinal.

Glândulas anexas do tubo digestivo

— Glândulas Salivares (descritas no subtópico – “cavidade oral”);

— Fígado;

— Vesícula Biliar;

— Pâncreas (porção exócrina).


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Fígado

Funções:

— Destruição das hemácias;

— Digestão de gorduras, através da secreção da bile;

— Armazenamento e liberação de glicose;

— Síntese de proteínas do plasma;

— Conversão de amónia em ureia;

— Produção de precursores das plaquetas;

— Metabolização de drogas e toxinas.

Características do Fígado

— Localiza-se no canto superior direito do abdome, sob o diafragma;

— É a maior glândula do corpo humano;

— Possui coloração vermelha escura, tendendo ao marrom;

— Recebe sangue de dois vasos:

Veia porta: transporta sangue do trato digestório, do baço e do pâncreas


(70% a 80%);

Artéria hepática: transporta sangue oxigenado;

— Funciona como glândula exócrina e endócrina;

— É revestido por cápsula de Tecido Conjuntivo. No entanto, grande parte da


superfície externa é revestida pelo peritônio;

— É formado por três superfícies: superior ou diafragmática, inferior ou visceral


e posterior;

— Possui quatro (4) lobos: direito (maior), esquerdo, caudado e quadrado;

— O órgão é constituído por aproximadamente cem mil lóbulos hepáticos.

Circulação do sangue

Os grandes vasos sanguíneos que irrigam o fígado são a Veia Porta (70 a 80% do
sangue) e a Artéria Hepática, localizados na região do hilo. Estes vasos sanguíneos
perdem o calibre enquanto se interiorizam para vascularizar todo o órgão.
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Ramos da Veia Porta e da Artéria Hepática alcançam a região do Espaço Porta (na
periferia dos lóbulos hepáticos) e a partir daí o sangue é direccionado para os
sinusóides. Nas sinusóides o sangue venoso e arterial se misturam.

O sangue que circula nos lóbulos hepáticos (sinusóides) deixa os lóbulos pela Veia
Centrolobular que desembocam nas Veias Sublobulares (penetram nas trabéculas do
estroma hepático) as quais se unem para formar as Veias Hepáticas e posteriormente
flui para a Veia Cava Inferior, retornando ao coração (Kierszenbaum & Tres, 2016).

Circulação da bile

A bile é secretada pelos hepatócitos. A superfície de um hepatócito mantém contacto


com a parede da sinusóide (Espaço de Disse) e com a superfície de outro hepatócito
(delimitando o canalículo biliar, onde se localizam as microvilosidades dos
hepatócitos).

Os canalículos biliares recebem a bile secretada pelos hepatócitos adjacentes e a


direccionam para o canal biliar (recolhe a bile do cordão hepático). Os vários canais
biliares, localizados nos lóbulos hepáticos, recolhem a bile produzida e desembocam
nos ductos biliares, localizados no Espaço Porta.

Devido à vascularização e ao arranjo de ductos do fígado, a bile flui do centro para a


periferia do órgão, enquanto o sangue flui da periferia para o centro.

Vesícula Biliar

A vesícula biliar é um órgão oco e aderido à superfície inferior do fígado. As funções


desempenhadas pela vesícula biliar são: armazenar, concentrar e secretar a bile
produzida no fígado.

A bile será secretada no duodeno para atuar no final do processo de digestão.

Estrutura

A parede da vesícula biliar é constituída de três (3) camadas: mucosa, muscular e serosa
ou adventícia.

A camada mucosa é constituída por tecido epitelial de revestimento simples


cilíndrico (com poucas microvilosidades) + tecido conjuntivo.

O tecido epitelial de revestimento é o responsável pela função de concentrar a bile. As


células epiteliais realizam transporte activo de íons, absorvem Na++ que são íons
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osmoticamente activos, assim, junto com o Na++ a água é transportada para a


vascularização do tecido conjuntivo e a bile se torna concentrada.

A camada muscular é constituída por células musculares lisas, sendo responsável pela
função de secreção da bile.

A contracção da camada muscular é estimulada pela colecistoquinina, a qual é


produzida pelas células enteroendócrinas do duodeno.

As camadas adventícias e serosa ocorrem em regiões distintas da Vesícula Biliar. Na


região onde o órgão está conectado ao fígado ocorre a
membrana adventícia (constituída somente por tecido conjuntivo). Na região da
vesícula biliar que fica livre na cavidade ocorre a membrana serosa (constituída por
tecido conjuntivo associado ao mesotélio - TER Simples Pavimentoso).

Pâncreas

O pâncreas é uma glândula mista, ou seja, com porção exócrina e endócrina. Assim, o
órgão faz parte do sistema digestório (porção exócrina) e do sistema endócrino (porção
endócrina). O referido órgão é revestido por uma cápsula de tecido conjuntivo e
dividido em lóbulos (Stevens & Lowe, 2016).

A porção exócrina, constituída por porção secretora e ductos excretores, é responsável


pela produção de bicarbonato, água, íons e diversas enzimas da digestão (amilase,
lipases, proteinases). A porção secretora contém células serosas (realizam síntese
proteica).

Os ductos intercalares se localizam mais próximos da porção secretora e,


exclusivamente no pâncreas, estes ductos penetram na luz da porção secretora. As
células dos ductos intercalares que se localizam dentro da porção secretora são
denominadas de células centroacinosas. Os ductos intercalares conduzem o produto de
secreção para o ducto excretor. Não existem ductos estriados no pâncreas.

Células Enteroendócrinas do Duodeno secretam:

— Secretina: estimula as células centroacinosas a secretarem bicarbonato (lançado


no duodeno).

— Colecistoquinina: estimula a secreção água, íons, enzimas (amilases, lipases,


proteases) que serão lançadas no duodeno para finalizar a digestão.

A porção endócrina, denominada de Ilhotas Pancreáticas ou Ilhotas de Langerhans,


corresponde a um volume reduzido (1,5 a 2%) em relação ao volume total do pâncreas
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(Fávar, Silva, Tanamati, Schramm & Moretti, sd). Através da técnica de


imunocitoquímica são distinguíveis seis (6) tipos celulares nas Ilhotas pancreáticas,
sendo mais conhecidas as funções das quatro primeiras:

— Células A: responsáveis pela secreção de Glucagon – hormônio responsável


por elevar a concentração de açúcar no sangue;

— Células B: responsáveis pela secreção de Insulina – harmónio responsável por


diminuir a concentração de açúcar no sangue;

— Células D: responsáveis pela secreção de Somatostatina – hormônio


responsável por regular a acção das células A e B. A redução ou o excesso de
somatostatina provoca transtornos no metabolismo dos carboidratos. A produção
de somatostatina não exclusiva do pâncreas endócrino, podendo ser produzida
no estômago, intestino e hipotálamo e desempenhar outras funções além daquela
descrita acima;

— Células F: responsáveis pela secreção de Polipeptídeo Pancreático –


hormônio responsável por actuar sobre a porção exócrina do pâncreas reduzindo
a secreção;

— Células G: responsáveis pela secreção de Gastrina – hormônio responsável por


estimular a secreção ácida no estômago;

— Células E: responsáveis pela secreção de Grelina – hormônio responsável pela


sensação de fome.

As células que formam a porção endócrina do pâncreas se encontram dispostas em


cordões celulares, sendo a porção endócrina classificada como Glândula Endócrina
Cordonal.
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Conclusão

Finda realização do trabalho o grupo concluiu que a Histologia e Embriologia


desempenha um papel crucial na formação académica na área de saúde fornecendo uma
compreensão aprofundada da estrutura, função e desenvolvimento desse complexo
sistema. Através da análise histológica, é possível explorar a microscopia dos tecidos
que compõem os órgãos digestivos, compreendendo a organização celular que sustenta
as funções digestivas.
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Referencias Bibliográficas

Fávaro LF, Silva LF, Tanamati LW, Schramm MVP, Moretti R (s.d). Histologia de
Órgãos e Sistemas – Texto e Atlas. Sistema Digestório. Acessado em (12/04/2024).
Disponível em https://histologiatextoeatlasufpr.com.br/index.php/sistema-digestorio/

Junqueira Lc., Carneiro J (2017). Histologia Básica 13ª Edição. Editora Guanabara
Koogan.

Kierszenbaum Al., Tres Ll (2016). Histologia e Biologia Celular: Uma Introdução a


Patologia. 4ª Edição. Editora GEN Guanabara Koogan.

Kierszenbaum Al., Tres Ll (2021). Histologia e Biologia Celular: Uma Introdução a


Patologia. 5ª Edição. Editora GEN Guanabara Koogan.

Pawlina W., Ross Mh (2016). Histologia Texto e Atlas - Correlações com Biologia
Celular e Molecular. 7ª Edição. Editora GEN Guanabara Koogan.

Stevens A., Lowe Js (2016). Histologia humana. 4ª edição. Editora GEN Guanabara
Koogan.

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