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LITERATURA AVALIAÇÃO

DENÍLSON III UNIDADE

Aluno(a): COMENTADA

Série: 2a Ensino Médio Turma: A / B / C / D Data: 19/08/2017

1. A prova é composta de 10 questões.


2. Não será aceita a utilização de corretivo.
3. Não será aceita a troca de material durante a avaliação.
4. Use, somente, caneta esferográfica azul ou preta.
5. Será descontado 0,1 para a nota da prova, daquelas que apresentarem erros graves de escrita.
6. O aluno só poderá deixar o recinto após transcorridos 30 minutos de prova.
7. Não serão permitidas rasuras nas questões objetivas.
8. Duração: 50min.
9. Valor da avaliação: 5,0 pontos

1. Sabendo que Pré-Modernismo compreende o período circunscrito entre 1902 e 1922. Comente o
contexto histórico brasileiro que influenciou a produção pré-modernista. (0,5)
R: O país do começo do século XX apresenta uma instabilidade sócio-política, herança do final do
século XIX, que se expressa através de rebeliões e focos de tensão social,como por exemplo:
- o processo de transição da República da Espada (1889/1894) para a República do Café com Leite
(1894/1930).
- a Revolta de Canudos, na Bahia de 1896/1897, no governo de Prudente de Morais;
- o ciclo do misticismo e do cangaço, no Nordeste, evidenciado na figura do Padre Cícero
(1900/1915);
- a Revolução do Contestado, em Santa Catarina, de 1914;
- agitações na capital (Rio de Janeiro contra a vacina obrigatória, em 1904;
- a Revolta da Chibata, Rio de Janeiro, 1910;
- greves gerais anarcossindicalistas em São Paulo, em 1917 etc.

2. Leia o texto abaixo.

"Quaresma, meu bem, Quaresma!


Quaresma do coração!
Deixa as batatas em paz,
Deixa em paz o feijão.
Jeito não tens para isso
Quaresma, meu cocumbi!
Volta à mania antiga
De redigir em tupi."

O texto sugere a temática central da obra Triste Fim de Policarpo Quaresma de Lima Barreto. Ao tentar
provar a viabilidade do país, Quaresma vê suas aspirações fracassadas pela força do poder das minorias
dirigentes. Assim é que a obra em questão aponta para a modernidade, uma vez que questiona a
realidade brasileira.
Triste Fim de Policarpo Quaresma faz uma crítica à realidade brasileira da época. Cite três dessas
realidades. (0,5)
R: O nacionalismo ufanista e ingênuo encontrado em nossos autores, a política de Floriano Peixoto
(República da Espada), a luta de poder das elites, a miséria do povo,a improdutividade dos grandes
proprietários.

3. O trecho abaixo foi extraído da obra Urupês de Monteiro Lobato, um dos escritores de maior prestígio da
literatura brasileira.
[...]
Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade!
Jeca mercador, Jeca lavrador, Jeca filósofo...
Quando comparece às feiras, todo mundo logo adivinha o que ele traz: sempre coisas que a natureza
derrama pelo mato e ao homem só custa o gesto de espichar a mão e colher – cocos de tucum,
guabirobas, bacuparis, maracujás, jataís, pinhões, [...]
[...]
Nada de armários ou baús. A roupa guarda-a no corpo[...]
Seus remotos avós não gozaram
Quais aspectos da realidade brasileira são analisados nessa obra. (0,5)
R: a situação do caipira: inicialmente, exemplo de preguiça, atraso e comodismo; posteriormente,
fruto do abandono, da falta de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do homem do
interior paulista etc.

Sobre a exposição de Anita Malfatti, em 1917, que muito influenciaria a Semana de Arte Moderna,
Monteiro Lobato escreveu, um artigo com o seguinte comentário:
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem as coisas e em consequência fazem arte
pura, guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a concretização das emoções estéticas, os
processos clássicos dos grandes mestres. (...) A outra espécie é formada dos que veem anormalmente a
natureza e a interpretam à luz das teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica das escolas rebeldes,
surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...). Estas considerações são provocadas pela
exposição da sra. Malfatti, onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada
no sentido das extravagâncias de Picasso & cia.”
(O Diário de São Paulo, dez./1917.)

4. O texto de Lobato é uma crítica à exposição de Anita Malfatti que representa as novas ideias postuladas
pelos movimentos europeus denominados Vanguardas Europeias. Surgidos nas duas primeiras décadas
do século XX, Fauvismo, Futurismo, Expressionismo, Dadaísmo e Surrealismo conferiram à arte e à
literatura um caráter revolucionário e contestador.
Dentre os movimentos citados, escolha um para comentar seus pressupostos ou abordar o que ele
defendia. (0,5)

R: Fauvismo defendia a deformação da realidade com a finalidade de produzir o estado de espírito


do artista diante do espetáculo oferecido pela natureza em movimento (reflexos dos tons vivos
sobre a água e galhos retorcidos); valorizava a libertação da realidade objetiva e suareconstrução
pelas sensações visuais impulsivas do artista.

Futurismo defendia a destruição de velhos padrões, dos museus, das bibliotecas; a negação de
valores acadêmicos, da imobilidade pensativa, do decadentismo; e valorizava a máquina, a
tecnologia, a velocidade, a guerra, a fala do povo etc.

5. Em seu artigo, Monteiro Lobato compara a estética de Anita Malfatti às extravagâncias da estética de
Picasso.
Qual é a estética de Pablo Picasso e o que ela defendia ou pregava? (0,5)
R: O Cubismo. Defendia a decomposição do objeto em faces geométricas, em que se sobrepõe
planos, redimensionando a realidade em cubos, trapézios, cones, hexágonos etc; objetivando
analisá-lo sob várias perspectivas e aspectos.

Leia o poema para responder as questões 6 e 7.

Versos Intimus
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!


O homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!


O beijo, amigo, é a véspera do escarro
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chega,


Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Augusto dos Anjos

6. Augusto dos Anjos é um poeta inserido no Pré - Modernismo por uma questão didático-temporal e por
apresentar aspectos conservadores e inovadores. No tocante a estrutura (forma) e a linguagem, o poema
Versos Íntimos apresenta quais aspectos? Justifique sua resposta. (atenção: o importante é sua
justificativa, de modo que sua resposta não será aceita sem ela). (0,5)
R: No tocante à estrutura percebe-se um caráter conservador, pois poema é um soneto, forma fixa
muito utilizada no Parnasianismo. No entanto, no tocante à linguagem, Versos Intimus é inovador,
pois apresenta um vocabulário diferenciado, com termos técnicos - científicos e escatológicos.

7. A temática dos versos acima apresenta influências de uma das estéticas do final do século XIX, pois
está defendo a mesma concepção sobre o homem.

Cite o nome dessa estética e a concepção que ela e os versos acima defendem. (0,5)
O Naturalismo. Os versos defendem que o homem é produto do meio. Portanto, se convive com
feras, deverá agir como fera e preparar-se para o ataque.

8. Sobre Os Sertões, de Euclides da Cunha, é correto afirmar que: (0,5)

a) apresenta uma visão otimista da Guerra de Canudos.


b) salienta a importância da integração do imigrante à vida brasileira.
c) conta à história do herói Antônio Conselheiro até o dia de sua rendição.
d) configura a posição favorável do sertão nordestino.
e) se constitui em marco decisivo para o engajamento social da literatura brasileira.

9. Antônio Cândido, em sua obra "Formação da literatura brasileira", ao escrever sobre Romantismo,
considera que, nesse estilo, o patriotismo se aponta ao escritor como estímulo e dever. Com efeito, a
literatura foi considerada parcela dum esforço construtivo mais amplo, denotando o intuito de contribuir
para a grandeza da nação. Manteve-se durante todo o Romantismo este senso de dever patriótico, que
levava os escritores não apenas a cantar a sua terra, mas a considerar as suas obras como contribuição
ao progresso. Acrescenta ainda três elementos românticos nacionalistas: desejo de exprimir uma nova
ordem de sentimentos, agora reputados de primeiro plano, como o orgulho patriótico, extensão do antigo
nativismo; desejo de criar uma literatura independente, diversa, não apenas uma literatura, (...); a noção já
referida de atividade intelectual não mais apenas como prova de valor do brasileiro e esclarecimento
mental do país, mas tarefa patriótica de construção nacional."

Considerando a visão de Antônio Cândido sobre o Romantismo, a obra de Lima Barreto, Triste fim de
Policarpo Quaresma: (0,5)

a) é romântica e exemplifica as palavras de Antônio Cândido, já que seu protagonista se comporta como
um romântico.
b) não é romântica e contraria as palavras de Antônio Cândido, à medida que as atitudes do protagonista
vão se revestindo de heroísmo romântico.
c) opõe-se ao Romantismo e não retrata as palavras de Antônio Cândido, pois ironiza as posturas
nacionalistas românticas através do protagonista.
d) não é romântica e contradiz as palavras de Antônio Cândido, tendo em vista que o protagonista acaba
por se submeter a uma visão antinacionalista e, portanto, antirromântica.
e) é romântica e ratifica as palavras de Antônio Cândido, porque o orgulho patriótico-romântico do
protagonista encontra lugar de ação no decorrer da narrativa.

10. Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão
diferentes entre si, têm como elemento comum: (0,5)

a) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.


b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c) a prática de um experimentalismo linguístico radical.
d) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.
e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.

Boa Prova!

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