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Atividade Avaliativa de Literatura- Pré- Modernismo

Nome: ____________________________________________________ Profª Sílen Martins


01. (MACK) Sobre o Pré-Modernismo é INCORRETO afirmar que:
a) sua prosa aproxima-se da realidade, expondo e denunciando os contrastes e as
mazelas socioeconômicas brasileiras.
b) é um período de transição das prosas realista e naturalista e das poesias
parnasiana e simbolista para produção literária modernista brasileira.
c) são alguns de seus prosadores: Monteiro Lobato, Euclides da Cunha, Lima
Barreto e Graça Aranha.
d) é uma escola literária brasileira que sofreu forte influência do estilo moderno
da prosa portuguesa.
e) sua prosa retrata diferentes realidades brasileiras, dentre elas: os subúrbios
cariocas, o interior paulista e o sertão nordestino.

02. (FCC-BA) Obra pré-modernista eivada de informações histórias e científicas,


primeira grande interpretação da realidade brasileira, que, buscando
compreender o meio áspero em que vivia o jagunço nordestino, denunciava uma
campanha militar que investia contra o fanatismo religioso advindo da miséria e
do abandono do homem do sertão. Trata-se de:
a) O sertanejo, de José de Alencar.
b) Pelo sertão, de Afonso Arinos.
c) Os Sertões, de Euclides da Cunha.
d) Grande Sertão: veredas, de Guimarães Rosa.
e) Sertão, de Coelho Neto.

03. (UFR-RJ) O autor de Triste fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e


aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste o seu
texto com a linguagem descontraída dos menos privilegiados socialmente.
O autor descrito acima é:
a) Euclides da Cunha
b) Graça Aranha
c) Manuel Bandeira
d) Lima Barreto
e) Graciliano Ramos

04. (UFRGS-RS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar tipos:
a) rústicos, ligados ao campo.
b) aristocratas, ligados ao campo.
c) aristocratas, ligados à cidade.
d) burgueses, ligados à cidade.
e) populares, ligados ao subúrbio.

05. (FAUS-SP) Criador da literatura infantil brasileira. Criticado por seu


agnosticismo, pois era influenciado pelo evolucionismo, positivismo e
materialismo de fins do século passado.
a) Monteiro Lobato
b) Jorge de Lima
c) Rui Barbosa
d) José de Anchieta
e) José Lins do Rego

06. (MACK) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o contexto histórico e


literário da prosa pré-modernista a que pertence o fragmento de Os Sertões.
a) Os prosadores pré-modernistas produziram uma literatura problematizadora
da realidade brasileira de sua época.
b) Entre os temas pré-modernistas, está o subdesenvolvimento do sertão
nordestino.
c) A investigação social presente na prosa pré-modernista colabora para o
aprofundamento do sentimento ufanista nacional.
d) A prosa da época é marcada por obras de análise e interpretação social
significativas para a literatura brasileira.
e) O pré-modernismo antecipou formal ou tematicamente práticas e ideias que
foram desenvolvidas pelos modernistas.

07. Indique a alternativa correta.


a) Para muitos estudiosos, o Pré-Modernismo não é uma escola literária.
b) O Pré-Modernismo teve início da Semana de Arte Moderna, em 1922.
c) Manuel Bandeira e Graciliano Ramos são autores Pré-Modernistas.
d) Os Sertões e Grande Sertão: Veredas são da autoria de Euclides da Cunha.
e) Dentre as principais características do Pré-Modernismo, podemos citar a
liberdade de expressão, a imprecisão e a espontaneidade.

08. Indique a alternativa que contenha apenas autores pré-modernistas:


a) Euclides da Cunha, Graça Aranha, Monteiro Lobato.
b) Arianos Suassuna, Graciliano Ramos, Monteiro Lobato.
c) Lima Barreto, José de Anchieta, Euclides da Cunha.
d) José de Anchieta, Santa Rita Durão, Tomás Antônio Gonzaga.
e) Manuel Bandeira, Graciliano Ramos, Clarice Lispector.

09. (PUC-RS) Na figura de ________, Monteiro Lobato criou o símbolo do brasileiro


abandonado ao seu atraso e miséria pelos poderes públicos.
a) O Cabeleira
b) Jeca Tatu
c) João Miramar
d) Blau Nunes
e) Augusto Matraga
10. (Cesmac) Engenheiro e ensaísta social, Euclides da Cunha (1866-1909) é
autor de uma das obras clássicas da interpretação social do Brasil: Os sertões
(1902). Sobre essa obra é correto afirmar o que segue.
a) Os sertões encerra uma prosa coloquial, clara e denotativa.
b) Os sertões aborda a Guerra de Canudos, na Bahia.
c) Os sertões trata da Guerra do Contestado, em Alagoas.
d) Os sertões narra a vida do Conselheiro e de Lampião.
e) Os sertões é um livro que faz a defesa veemente da Monarquia.
11. São características do Pré-Modernismo:
a) Riqueza em detalhes e pelo exagero.
b) Linguagem coloquial.
c) Exaltação da natureza.
d) Marginalidade dos personagens.
e) Nacionalismo e Indianismo.
12, Indique a alternativa que contenha apenas autores pré-modernistas:
a) Euclides da Cunha, Graça Aranha, Monteiro Lobato.
b) Arianos Suassuna, Graciliano Ramos, Monteiro Lobato.
c) Lima Barreto, José de Anchieta, Euclides da Cunha.
d) José de Anchieta, Santa Rita Durão, Tomás Antônio Gonzaga.
e) Manuel Bandeira, Graciliano Ramos, Clarice Lispector.
13. "Malazarte", "A Estética da Vida" e "Correspondência de Machado de Assis
e Joaquim Nabuco" foram escritas por qual escritor pré-modernista?
a) Machado de Assis
b) Graça Aranha
c) Paulo Leminski
d) Euclides da Cunha
e) Lima Barreto
14. Quais desses acontecimentos marcam o contexto histórico do Pré-
Modernismo?
a) Chegada da família real portuguesa.
b) Transferência da capital do Brasil para Salvador.
c) Inconfidência mineira.
d) Revolta da Chibata.
e) Era Vargas.

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15. Esse pré-modernista foi um dos fundadores da Academia Brasileira de
Letras e rompeu com ela. São suas palavras: “Se a Academia se desvia desse
movimento regenerador, se a Academia não se renova, morra a Academia!”. De
que escritor estamos falando?
a) Monteiro Lobato
b) Aluísio de Azevedo
c) Machado de Assis
d) Graça Aranha
e) José Veríssimo

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16. Apenas uma das afirmações abaixo não se referem a Canaã, obra mais
conhecida de Graça Aranha. Indique qual.
a) Seus personagens principais são Milkau e Lentz.
b) Aborda a imigração alemã no Espírito Santo.
c) Narra os acontecimentos da Guerra de Canudos.
d) Tem como pano de fundo discussões ideológicas.
e) Explora o tema do racismo.
17. ________, autor de apenas um livro, Eu, morreu com apenas 30 anos, e foi
um incompreendido. Numa edição póstuma do seu livro, foram divulgados
poemas inéditos.
O nome do autor que completa a informação acima é:
a) Augusto dos Anjos
b) Sousândrade
c) Clarice Lispector
d) Aluísio de Azevedo
e) Jorge Amado

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18. Indique a alternativa correta.
a) Para muitos estudiosos, o Pré-Modernismo não é uma escola literária.
b) O Pré-Modernismo teve início da Semana de Arte Moderna, em 1922.
c) Manuel Bandeira e Graciliano Ramos são autores Pré-Modernistas.
d) Os Sertões e Grande Sertão: Veredas são da autoria de Euclides da Cunha.
e) Dentre as principais características do Pré-Modernismo, podemos citar a
liberdade de expressão, a imprecisão e a espontaneidade.
19. (PUC-RS) Na figura de ________, Monteiro Lobato criou o símbolo do
brasileiro abandonado ao seu atraso e miséria pelos poderes públicos.
a) O Cabeleira
b) Jeca Tatu
c) João Miramar
d) Blau Nunes
e) Augusto Matraga
20. (Enem)
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância…
Sobe–me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê–los,
E há de deixar–me apenas os cabelos,
Na frialdade ignorância da terra!
ANJOS, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição


designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem
temática presentes no soneto, identificam–se marcas dessa literatura de
transição, como
a) a forma do soneto, os versos metrificados, a presença de rimas e o
vocabulário requintado, além do ceticismo, que antecipam conceitos estéticos
vigentes no Modernismo.
b) o empenho do eu lírico pelo resgate da poesia simbolista, manifesta em
metáforas como “Monstro de escuridão e relutância" e “influência má dos
signos do zodíaco".
c) a seleção lexical emprestada ao cientificismo, como se lê em “carbono e
amoníaco", “epigênese da infância" e “frialdade ignorância", que restitui a visão
naturalista do homem.
d) a manutenção de elementos formais vinculados à estética do
Parnasianismo e do Simbolismo, dimensionada pela inovação na
expressividade poética, e o desconcerto existencial.
e) a ênfase no processo de construção de uma poesia descritiva e ao mesmo
tempo filosófica, que incorpora valores morais e científicos mais tarde
renovados pelos modernistas.

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21. (UFR) "Crítico feroz do Modernismo, grande incentivador da disseminação
da cultura, defensor dos valores e riquezas nacionais; conhecido,
particularmente, pela sua grande obra infantil, em que se destacam os
personagens do Sítio do Picapau Amarelo."
O nome do autor a que se refere a afirmativa acima é:
a) Lima Barreto
b) José Lins do Rego
c) Monteiro Lobato
d) Mário de Andrade
e) Cassiano Ricardo

Ver Resposta22
22. PUC-SP)
"Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida?
nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-
la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade.
Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na
velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o
condenava? matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua
vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da
existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele
não provara, ele não experimentara.
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice
de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se
fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do
Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-
se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava
disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!"
(Lima Barreto)
As obras do autor desse trecho integram o período literário chamado Pré-
Modernismo. Tal designação para este período se justifica, porque ele:
a) desenvolve temas do nacionalismo e se liga às vanguardas europeias.
b) engloba toda a produção literária que se fez antes do Modernismo.
c) antecipa temática e formalmente as manifestações modernistas.
d) se preocupa com o estudo das raças e das culturas formadoras do
nordestino brasileiro.
e) prepara pela irreverência de sua linguagem as conquistas estilísticas do
Modernismo.

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23, (FCC-BA) Fazendo um paralelo entre Os Sertões, de Euclides da Cunha, e
Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, pode-se afirmar:
a) Em ambas as obras predomina o espírito científico, sendo analisados
aspectos da realidade brasileira.
b) Ambas têm por cenário o sertão do Brasil setentrional, sendo numerosas as
referências à flora e à fauna.
c) Ambas as obras, criações de autores dotados de gênio, muito enriqueceram
a nossa literatura regional de ficção.
d) Ambas têm como principal objetivo denunciar o nosso subdesenvolvimento,
revelando a miséria física e moral do homem do sertão.
e) Tendo cada uma suas peculiaridades estilísticas, são ambas produto de
intensa elaboração de linguagem.

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24. (UEL) Assinale a alternativa incorreta sobre o Pré-Modernismo:
a) Não se caracterizou como uma escola literária com princípios estéticos bem
delimitados, mas como um período de prefiguração das inovações temáticas
e linguísticas do Modernismo.
b) Algumas correntes de vanguarda do início do século XX, como o Futurismo
e o Cubismo, exerceram grande influência sobre nossos escritores pré-
modernistas, sobretudo na poesia.
c) Tanto Lima Barreto quanto Monteiro Lobato são nomes significativos da
literatura pré-modernista produzida nos primeiros anos do século XX, pois
problematizam a realidade cultural e social do Brasil.
d) Euclides da Cunha, com a obra "Os Sertões", ultrapassa o relato meramente
documental da batalha de Canudos para fixar-se em problemas humanos e
revelar a face trágica da nação brasileira.
e) Nos romances de Lima Barreto observa-se, além da crítica social, a crítica
ao academicismo e à linguagem empolada e vazia dos parnasianos, traço que
revela a postura moderna do escritor.

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25. (Fatec-SP) Assinale a alternativa incorreta.
a) Nos primeiros vinte anos deste século, a produção literária brasileira é
marcada por diversidades, abrangendo, ao mesmo tempo, obras que
questionam a realidade social e obras voltadas para os lugares-comuns
herdados de autores anteriores.
b) Pode-se afirmar que um dos traços modernos de Euclides da Cunha é o
compromisso com os problemas de seu tempo.
c) A importância da obra de Lima Barreto situa-se no plano do conteúdo, a partir
do qual se revela seu caráter polêmico; a linguagem descuidada, porém, revela
pouca consciência estética, em virtude de sua formação literária precária.
d) O estilo parnasiano permanece influenciando autores e caracterizando boa
parte da obra poética escrita durante o período pré-modernista.
e) Graça Aranha faz parte do conjunto mais significativo de escritores do Pré-
Modernismo. Nos anos anteriores à Semana de Arte Moderna, Graça Aranha
interveio a favor da renovação artística a que se propunham os escritores
modernistas.

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26. (UFRGS) Lima Barreto é um autor que se caracteriza por criar tipos:
a) rústicos, ligados ao campo.
b) aristocratas, ligados ao campo.
c) aristocratas, ligados à cidade.
d) burgueses, ligados à cidade.
e) populares, ligados ao subúrbio.

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27. (Enem)
O falecimento de uma criança é um dia de festa. Ressoam as violas na cabana
dos pobres pais, jubilosos entre as lágrimas; referve o samba turbulento;
vibram nos ares, fortes, as coplas dos desafios, enquanto, a uma banda, entre
duas velas de carnaúba, coroado de flores, o anjinho exposto espelha, no último
sorriso paralisado, a felicidade suprema da volta para os céus, para a felicidade
eterna — que é a preocupação dominadora daquelas almas ingênuas e
primitivas.
CUNHA, Euclides da. Os sertões: campanha de Canudos. Edição comemorativa do 90.º ano do lançamento. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1992, p. 78.

Nessa descrição de costume regional, é empregada


a) variante linguística que retrata a fala típica do povo sertanejo.
b) a linguagem científica, por meio da qual o autor denuncia a realidade
brasileira.
c) a modalidade coloquial da linguagem, ressaltando–se expressões que
traduzem o falar de tipos humanos marginalizados.
d) linguagem literária, na modalidade padrão da língua, por meio da qual é
mostrado o Brasil não–oficial dos caboclos e do sertão.
e) variedade linguística típica da fala doméstica, por meio de palavras e
expressões que recriam, com realismo, a atmosfera familiar.

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28. (UNITAU)
"Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não
vive."
Os comentários acima são endereçados por Monteiro Lobato:
a) ao nordestino.
b) ao menor.
c) ao sertão.
d) ao caboclo.
e) ao paulistano.

Ver Resposta
29. (Vunesp) Volume contendo doze histórias tiradas do sertão paulista, foi
citado por Rui Barbosa, em discurso no Senado, apontando o personagem Jeca
Tatu como o protótipo do camponês brasileiro. Aponte o autor e sua obra:
a) Monteiro Lobato - Urupês
b) Lima Barreto - Cemitério dos vivos
c) Monteiro Lobato - Cidades mortas
d) Coelho Neto - Fogo-fátuo
e) Euclides da Cunha - Contrastes e confrontos

Ver Resposta
30. (Cesmac) Engenheiro e ensaísta social, Euclides da Cunha (1866-1909) é
autor de uma das obras clássicas da interpretação social do Brasil: Os sertões
(1902). Sobre essa obra é correto afirmar o que segue.
a) Os sertões encerra uma prosa coloquial, clara e denotativa.
b) Os sertões aborda a Guerra de Canudos, na Bahia.
c) Os sertões trata da Guerra do Contestado, em Alagoas.
d) Os sertões narra a vida do Conselheiro e de Lampião.
e) Os sertões é um livro que faz a defesa veemente da Monarquia.

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31. (Enem)
Negrinha
Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura,
de cabelos ruços e olhos assustados.
Nascera na senzala, de mãe escrava, e seus primeiros anos vivera-os pelos
cantos escuros da cozinha, sobre velha esteira e trapos imundos. Sempre
escondida, que a patroa não gostava de crianças.
Excelente senhora, a patroa. Gorda, rica, dona do mundo, amimada dos padres,
com lugar certo na igreja e camarote de luxo reservado no céu.
Entaladas as banhas no trono (uma cadeira de balanço na sala de jantar), ali
bordava, recebia as amigas e o vigário, dando audiências, discutindo o tempo.
Uma virtuosa senhora em suma “dama de grandes virtudes apostólicas, esteio
da religião e da moral”, dizia o reverendo.
Ótima, a dona Inácia.
Mas não admitia choro de criança. Ai! Punha-lhe os nervos em carne viva.
[...]
A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da
escravidão, fora senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir
cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo essa
indecência de negro igual.
LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000
(fragmento).

A narrativa focaliza um momento histórico-social de valores contraditórios.


Essa contradição infere-se, no contexto, pela
a) falta de aproximação entre a menina e a senhora, preocupada com as
amigas.
b) receptividade da senhora para com os padres, mas deselegante para com
as beatas.
c) ironia do padre a respeito da senhora, que era perversa com as crianças.
d) resistência da senhora em aceitar a liberdade dos negros, evidenciada no
final do texto.
e) rejeição aos criados por parte da senhora, que preferia tratá-los com
castigos.

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32. (Enem)
Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice
de estudar inutilidades. Oue lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois que
fossem... Em que lhe contribuía para a felicidade saber o nome dos heróis do
Brasil? Em nada... O importante e que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-
se das coisas do tupi, do folk-lore, das suas tentativas agrícolas... Restava
disso tudo em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Nenhuma!
O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à
loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e
ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu
patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a
doçura de nossa gente? Pois ele a viu combater como feras? Pois não a via
matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção,
uma série, melhor, um encadeamento de decepções.
A pátria que quisera ter era um mito; um fantasma criado por ele no silêncio de
seu gabinete.
BARRETO, L. Triste fim de Policarpo Quaresma. Disponível em: www.dominiopubIico.gov.br. Acesso em: 8 nov. 2011.

O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, foi publicado


em 1911. No fragmento destacado, a reação do personagem aos
desdobramentos de suas iniciativas patrióticas evidencia que
a) A dedicação de Policarpo Quaresma ao conhecimento da natureza brasileira
levou-o a estudar inutilidades, mas possibilitou-lhe uma visão mais ampla do
país.
b) A curiosidade em relação aos heróis da pátria levou-o ao ideal de
prosperidade e democracia que o personagem encontra no contexto
republicano.
c) A construção de uma pátria a partir de elementos míticos, como a
cordialidade do povo, a riqueza do solo e a pureza linguística, conduz à
frustração ideológica.
d) A propensão do brasileiro ao riso, ao escárnio, justifica a reação de decepção
e desistência de Policarpo Quaresma, que prefere resguardar-se em seu
gabinete.
e) A certeza da fertilidade da terra e da produção agrícola incondicional faz
parte de um projeto ideológico salvacionista, tal como foi difundido na época
do autor.

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33. (UPF)
Em Triste fim de Policarpo Quaresma, a personagem principal, nos instantes
que antecedem sua morte, conclui que todos os seus projetos haviam
resultado em sucessivas decepções e que a pátria que idealizara não existia.
Nesses momentos, ________ do protagonista e ________ do narrador é que
propiciam ao leitor a possibilidade de tomar conhecimento de tais conclusões.
A alternativa que completa corretamente as lacunas do texto anterior é:
a) o ufanismo - a onisciência
b) o patriotismo - a onisciência
c) a tristeza - o ufanismo
d) a tristeza - o patriotismo
e) a reflexão - a onisciência

Ver Resposta
34. (Mackenzie)
O planalto central do Brasil desce, nos litorais do Sul, em escarpas inteiriças,
altas e abruptas. Assoberba os mares; e desata-se em chapadões nivelados
pelos visos das cordilheiras marítimas, distendidas do Rio Grande a Minas.
Mas ao derivar para as terras setentrionais diminui gradualmente de altitude,
ao mesmo tempo que descamba para a costa oriental em andares, ou
repetidos socalcos, que o despem da primitiva grandeza afastando-o
consideravelmente para o interior.
De sorte que quem o contorna, seguindo para o norte, observa notáveis
mudanças de relevos: a princípio o traço contínuo e dominante das montanhas,
precintando-o, com destaque saliente, sobre a linha projetante das praias,
depois, no segmento de orla marítima entre o Rio de Janeiro e o Espírito Santo,
um aparelho litoral revolto, feito da envergadura desarticulada das serras,
riçado de cumeadas e corroído de angras, e escancelando-se em baías, e
repartindo-se em ilhas, e desagregando-se em recifes desnudos, à maneira de
escombros do conflito secular que ali se trava entre os mares e a terra; em
seguida, transposto o 15º paralelo, a atenuação de todos os acidentes —
serranias que se arredondam e suavizam as linhas dos taludes, fracionadas em
morros de encostas indistintas no horizonte que se amplia; até que em plena
faixa costeira da Bahia, o olhar, livre dos anteparos de serras que até lá o
repulsam e abreviam, se dilata em cheio para o ocidente, mergulhando no
âmago da terra amplíssima lentamente emergindo num ondear longínquo de
chapadas...
Este facies geográfico resume a morfogenia do grande maciço continental.
Euclides da Cunha, Os Sertões.

Assinale a alternativa INCORRETA sobre o contexto histórico e literário da


prosa pré-modernista a que pertence o fragmento de Os Sertões.
a) Os prosadores pré-modernistas produziram uma literatura problematizadora
da realidade brasileira de sua época.
b) Entre os temas pré-modernistas, está o subdesenvolvimento do sertão
nordestino.
c) A investigação social presente na prosa pré-modernista colabora para o
aprofundamento do sentimento ufanista nacional.
d) A prosa da época é marcada por obras de análise e interpretação social
significativas para a literatura brasileira.
e) O pré-modernismo antecipou formal ou tematicamente práticas e ideias que
foram desenvolvidas pelos modernistas.

Ver Resposta
35. (ITA) Assinale a alternativa que rotula adequadamente o tratamento dado
ao elemento indígena, nos romances O Guarani, de José de Alencar, e Triste
fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, respectivamente:
a) Nacionalismo exaltado, nacionalismo caricatural.
b) Idolatria nacionalista, derrotismo nacional.
c) Aversão ao colonizador, aversão ao progresso.
d) Aversão ao colonizador, derrotismo nacional.
e) Nacionalismo exaltado, aversão ao progresso.
36.
(Unifesp) Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria, nas
suas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na
sua política. Quaresma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais que
o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes exportados por Minas,
as guerras holandesas, as batalhas do Paraguai, as nascentes e o curso de
todos os rios.
(...)
Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani. Todas as manhãs,
antes que a “Aurora com seus dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo”,
ele se atracava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la lengua
guarani ó más bien tupi, e estudava o jargão caboclo com afinco e paixão. Na
repartição, os pequenos empregados, amanuenses e escreventes, tendo
notícia desse seu estudo do idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em
chamá-lo – Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar o ponto,
distraído, sem reparar quem lhe estava às costas, disse em tom chocarreiro:
“Você já viu que hoje o Ubirajara está tardando?” Quaresma era considerado no
Arsenal: a sua idade, a sua ilustração, a modéstia e honestidade do seu viver
impunham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe era dirigida, não
perdeu a dignidade, não prorrompeu em doestos e insultos. Endireitou-se,
consertou o seu pince-nez, levantou o dedo indicador no ar e respondeu:
— Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queira levar ao ridículo aqueles que
trabalham em silêncio, para a grandeza e a emancipação da Pátria.
Vocabulário: amanuenses: escreventes; doestos: injúrias.
(Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto)

Examine a frase: Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-guarani.


a) No conjunto da obra, que relação há entre nacionalismo e o estudo de tupi-
guarani?

Ver Resposta
b) Quanto ao sentido, explique o emprego da forma verbal dedicava e justifique
sua resposta com uma expressão presente no texto.

Ver Resposta
37.
(Mackenzie) Havia bem dez dias que o Major Quaresma não saía de casa.
Estudava os índios. Não fica bem dizer “estudava”, porque já o fizera há tempos
(...). Recordava (é melhor dizer assim), afirmava certas noções dos seus
estudos anteriores, visto estar organizando um sistema de cerimônias e festas
que se baseasse nos costumes dos nossos silvícolas e abrangesse todas as
relações sociais. (...) A convicção que sempre tivera de ser o Brasil o primeiro
país do mundo e o seu grande amor à pátria eram agora ativos e impeliram-no
a grandes cometimentos.
Lima Barreto
No fragmento anterior,
a) o protagonista, tecendo comentários livremente, apresenta ao leitor ações e
intenções da personagem quixotesca.
b) o narrador revela-se preocupado com a precisão ao relatar as ações do
protagonista idealizador.
c) o narrador manifesta suas dúvidas quanto aos fatos ocorridos, em virtude
de seu desconhecimento do universo focalizado.
d) o narrador-personagem, ao estabelecer paralelo entre o passado e o
presente do Major, manifesta sua decepção pela ingenuidade do sonhador.
e) o narrador-personagem anuncia o fim trágico do protagonista e ironiza seu
perfil fantasioso e idealista.

Ver Resposta
38.
(UFSC)
Com base no TEXTO 1, e na obra de Euclides da Cunha, assinale a(s)
proposição(ões) CORRETA(S).
01. O Texto 1 é exemplo de como o sertanejo é descrito também em outras
passagens do livro Os sertões e confirma a consagrada frase de Euclides da
Cunha: “O sertanejo é antes de tudo um forte”, p. 115.
02. A narrativa de Euclides da Cunha propõe uma antítese entre a força física
ou material do exército e a força do sertanejo, adaptado às condições de seu
lugar e amparado pela crença religiosa.
04. Quando afirma que “Impunham-se outras medidas” (linha 17), pois todo
aquele arsenal não lhes bastava, o narrador quer dizer que os soldados
apelaram para os “céus tranqüilos e claros” (linha 14).
08. Há dois planos opostos que descrevem os dois lados desiguais da luta em
Canudos. De um lado, o exército de São Sebastião e, de outro, os sertanejos
com suas ruínas, na ciscalhagem das imagens rotas e em pedaços.
16. A construção do texto por meio de paradoxos como “enrijavam-nos os
reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os a derrota” (linhas 27-29)
confirma uma das características da obra: a presença de elementos
contrastantes como resultado de idéias antagônicas.
32. A correta “psicologia da guerra” (linha 27), aplicada pelo exército, não foi
suficiente para a tomada de Canudos, já que os sertanejos a invertiam.

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39. (Mackenzie) "Euclides da Cunha morreu, aos 43 anos de idade, em 15 de
agosto de 1909, por volta das dez e meia de uma manhã chuvosa de domingo,
em tiroteio com os cadetes Dinorá e Dilermando Cândido de Assis, amante de
sua mulher. Saía no mesmo dia a entrevista que dera para Viriato Corrêa, da
Ilustração Brasileira, em sua casa na Rua Nossa Senhora de Copacabana. A
entrevista foi dada em um domingo, Viriato e Euclides conversaram,
almoçaram e passearam descalços na praia. Era sol e era azul."
Roberto Ventura
O texto
a) é contraditório ao descrever as condições climáticas do dia da morte de
Euclides da Cunha (uma manhã chuvosa/era sol e era azul)
b) opõe uma série de fatos pessoais negativos a condições climáticas
positivas.
c) descreve três acontecimentos importantes (morte, publicação e entrevista)
que têm a mesma duração temporal.
d) narra, em ordem cronológica, eventos relevantes da biografia de Euclides da
Cunha.
e) recupera elementos da organização de Os Sertões, ao relacionar fatos
referentes ao homem e condições ambientais.
40. (UFPB)
Astrologia
Minha estrela não é a de Belém:
A que, parada, aguarda o peregrino.
Sem importar-se com qualquer destino
A minha estrela vai seguindo além…
- Meu Deus, o que é que esse menino tem? -
Já suspeitavam desde eu pequenino.
O que eu tenho? É uma estrela em desatino…
E nos desentendemos muito bem!
E quando tudo parecia a esmo
E nesses descaminhos me perdia
Encontrei muitas vezes a mim mesmo…
Eu temo é uma traição do instinto
Que me liberte, por acaso, um dia
Deste velho e encantado Labirinto
(QUINTANA, Mario. Quintana de bolso. Porto Alegre: L&P, 1997, p. 102).

A influência dos astros na vida dos homens faz-se presente, também, nos
seguintes versos do poeta Augusto dos Anjos:
“Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.”

(Psicologia de um vencido. In: ANJOS, Augusto dos. Os melhores poemas de Augusto dos Anjos. São Paulo: Global, 1997,
p. 51).

Comparando o poema Astrologia, de Mario Quintana, com os versos de


Augusto dos Anjos, considere as afirmativas:
I. Nos versos de Augusto dos Anjos e no poema de Mario Quintana, há uma
visão pessimista da matéria, da vida e do cosmo.
II. No poema de Mario Quintana a inquietação em relação ao destino não
assume um tom angustiado, como se observa nos versos de Augusto dos
Anjos.
III. O poema de Mario Quintana e os versos de Augusto dos Anjos expressam
a dor de existir e uma profunda descrença na vida humana.
Está(ão) correta(s):
a) todas
b) nenhuma
c) apenas I e II
d) apenas I e III
e) apenas II e III
f) apenas II

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Veja também: Augusto dos Anjos
41.
(Fuvest) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, o nacionalismo
exaltado e delirante da personagem principal motiva seu engajamento em três
diferentes projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos visam,
sucessivamente, aos seguintes setores da vida nacional:
a) escolar, agrícola e militar;
b) linguístico, industrial, e militar;
c) cultural, agrícola e político;
d) linguístico, político e militar;
e) cultura, industrial e político.

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42.
(FEI) Uma das obras citadas abaixo foi escrita por Lima Barreto. Assinale-a:
a) Canaã
b) Os sertões
c) Triste fim de Policarpo Quaresma
d) Eu
e) Urupês

Ver Resposta
43.
(UEL) Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da
Cunha e de Lima Barreto, tão diferentes entre si, têm como elemento comum:
a) a intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante.
b) a adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão.
c) a expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira.
d) a prática de um experimentalismo lingüístico radical.
e) o estilo conservador do antigo regionalismo romântico.
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