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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO

“CARLOS ALBERTO REYES MANDONADO” (UNEMAT)


PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO (PROEG)
CÂMPUS UNIVERSITÁRIO “PROFESSOR EUGÊNIO CARLOS STIELER”
CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS
PORTUGUÊS/INGLÊS/LITERATURAS
ESTUDOS LITERÁRIOS: LITERATURAS DE LINGUA PORTUGUESA III

OLIVEIRA FREITAS, Maryanne de.1

Ensaio Crítico: Poema Na beira do Mar, de Manuela Margarido

Este ensaio tem como objetivo analisar e discutir como a metáfora do mar permeia o
poema Na beira do Mar, de Manuela Margarido. O tema proposto objetiva evidenciar
a utilização do mar como um personagem funcional dentro do poema, de modo que
demonstre a transitividade deste espaço físico/entidade no texto.
Manuela utiliza termos metafóricos no poema que fazem referência ao mar, como,
na sétima estrofe no último verso ela utiliza a palavra “ondula” para caracterizar um
termo anterior, este adjetivo direciona o sentido para algo que oscila, está em
movimento.
Dentro do texto a autora constrói uma sensação de fluxo, deslocamento e
movimento, como na terceira estrofe, “Inclino-me para além das próprias fronteiras
varrendo com / decisão / os imensos quilômetros de distância / E todos os caminhos
tomam / O caminho da ilha”, no primeiro verso a expressão “inclino-me” apresenta
um estado físico que não é firme, nos seguintes versos, “E todos os caminhos
tomam / O caminho da ilha”, nestes trechos é conduzido o sentido de
encontro/caminho para um lugar ou pessoas, desta maneira é possível identificar o
mar como um personagem funcional dentro do poema.
Na última estrofe do poema é trabalhado a ideia de justiça fora de um estereotipo,
através das palavras e das construções metafóricas há uma fuga do previsível.
A autora trabalha indiretamente com dois conceitos, a imagem do homem social e
do homem integral, por diversas vezes o marco do colonialismo permeia os espaços
da literatura também, de modo que remetam sempre as pessoas negras a épocas
de escravidão, produzindo narrativas somente da imagem do negro sofrido (homem
social), que só fala do período de escravidão, Margarido aborda uma narrativa na
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perspectiva do homem integral, sendo esse um indivíduo que apresenta o que ele
pensa, sente, constrói na sua vida, mas não direciona isso a imagem do negro
sofrido.

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