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Sequência Didática Poesia

U ma sequência didática consiste em um conjunto de atividades articuladas


harmoniosamente para integrar vários conteúdos, provocando descobertas e
aprendizagens. A Sequência Didática Poesia propõe uma visão integral da
educação, com os seguintes aspectos:
• Apropriação do gênero textual
• Expressão oral dos alunos
• Leitura do mundo (reflexão sobre a realidade)
• Manifestação livre do aluno (liberdade de expressão na escola)
• Trabalho cooperativo
• Senso de revisão e aprimoramento da obra produzida Fragmento da Epopeia de
• Avaliação crítica do jornal produzido Gilgamesch, o mais antigo poema
de que se tem registro.
• Interação escola-aluno-família-comunidade.
Vamos utilizar como estratégia a produção coletiva, para que todos os alunos trabalhem com as possibilidades
expressivas da língua, em contexto cooperativo. O professor pode fazer adaptações, mas sem deixar de realizar
nenhuma das atividades indicadas, pois quebraria a corrente que dá sentido ao trabalho.

O vasto mundo da poesia


Fragmentos de poemas são os primeiros textos conhecidos da maioria das culturas antigas. É provável que sejam
transcrições de obras criadas antes da invenção da escrita, pois nas sociedades de cultura oral, a poesia teria sido
o meio de transmissão de mitos e histórias – a memorização é facilitada pela rima, métrica e ritmo. Essa função
social da poesia foi muito importante. Desde a Antiguidade, até a Idade Média, pessoas tinham como profissão
circular de cidade em cidade recitando poemas para a população, com acompanhamento de instrumentos musicais,
tradição que os cantadores e repentistas ainda mantêm no Nordeste do Brasil.
O poema mais antigo conhecido é a Epopeia de Gilgamesh, criado por autor ou autores desconhecidos no terceiro
milênio antes de Cristo, na Suméria – situada nos territórios do atual Iraque. Outros antigos poemas são os épicos
gregos Ilíada e Odisseia, os iranianos Gathas Avesta e Yasna e os indianos Ramayana e Mahabharata.
***
A poética é a área do conhecimento que estuda a essência e a estética da poesia. Na cultura ocidental, essa reflexão
começou com os filósofos gregos, principalmente Platão e Aristóteles, quatro séculos antes de Cristo. Poesia e
poema são entendidos comumente como sinônimos, mas não são. A POESIA é a arte de criar imagens, de sugerir
emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados. O POEMA é uma obra em verso
ou não em que há poesia (Dicionário Mini Aurélio Século XXI 1). A poesia é, portanto, o gênero. Poema é uma obra
realizada dentro das regras do gênero.
A palavra poesia também tem um significado difuso: ela expressa um estado da mente, uma sensibilidade que
ultrapassa o racional. Podemos experimentar uma sensação poética ao contemplar a natureza. Um pintor ou um
fotógrafo, por exemplo, podem conseguir captar poeticamente a expressão de um ser amado.
Seja como for, "As concepções de poesia são muito diversas, variam
conforme as épocas, os países e os autores. Defini-la é, para alguns, Cada linha do poema é um VERSO.
quase sacrilégio e não se pode dar mais do que uma ideia aproximada O conjunto de versos, separado do
da sua natureza instintiva e irracional. O encantamento não é suscetível restante do poema por um espaço,
de racionalização: a poesia é fruto de um arrebatamento, de uma paixão, chama-se ESTROFE.
de um delírio que a lógica não consegue apreender."2
Um poema é constituído de três elementos: o fônico, o sintático-semântico
e o gráfico-espacial3
- O ritmo e a sonoridade do poema constituem o nível fônico.
- O nível sintático-semântico é a organização das palavras (sintaxe)
para criar um sentido (semântica).
- O nível gráfico-espacial refere-se à organização do poema na página.
Os poetas concretistas exploraram muito esse aspecto. Veja ao lado o
poema Tensão, do poeta brasileiro Augusto de Campos.

Licença poética
Marisa Lajolo, no livro Palavras de encantamento, fala de poetas, poemas e poesia desta maneira:
"(...) um poema é um jogo com a linguagem. Compõe-se de palavras: palavras soltas, palavras empilhadas,
palavras em fila, palavras desenhadas, palavras em ritmo diferente da fala do dia a dia. Além de diferentes pela
sonoridade e pela disposição na página, os poemas representam uma maneira original de ver o mundo, de dizer
coisas (...)"
"(...) poeta é, assim, quem descobre e faz poesia a respeito de tudo: de gente, de bicho, de planta, de coisas do dia
a dia da vida da gente, de um brinquedo, de pessoas que parecem com pessoas que conhecemos, de episódios
que nunca imaginamos que poderiam acontecer e até a própria poesia! (...)" (Citado no livro Poetas da escola)

A combinação de recursos da língua, a metrificação e a rima (para quem faz


uso) constitui a arte dos poetas. Mas não fica por aí: "A matéria-prima do Antigamente havia regras
rigorosas sobre rimas,
poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o
metrificação (quantidade de
escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso
sílabas de cada verso) e
implique em romper com as normas tradicionais da gramática" (Wikipédia).
mesmo a alternância de
Isso se chama licença poética.
sílabas fortes e fracas. A
A repetição, por exemplo, que é pouco tolerada na prosa, é livremente utilizada poesia moderna, a partir da
pelos poetas. Repetição de palavras, de versos inteiros, de estruturas sintáticas metade do século XIX,
(de que me serve amar / de que me serve chorar). Para não falar da repetição de insurgiu-se contra o que
sons, utilizada para enfatizar o ritmo. Também é tolerada a invenção de palavras, considerava uma tirania da
dentro de uma espécie de “delírio verbal” como defende o poeta Manoel de Barros forma e passou a utilizar
no Livro das Ignorãças (note-se a deformação proposital da palavra ignorância): versos livres, sem
“Em poesia que é voz de poeta, que é a voz de fazer nascimentos – O verbo tem regularidade nem rima
obrigatória.
que pegar delírio ”.

Duas figuras de linguagem cruciais


A metáfora é a figura de linguagem mais importante para a poesia. "Com a metáfora, nós falamos de um objeto ou
de uma qualidade com palavras que se referem a outros objetos ou qualidades, mas podem ser tomadas emprestadas
para fazer comparação. Se dizemos que uma pessoa tem “vontade de ferro”, tomamos emprestada a força do ferro
para dizer que aquela pessoa tem uma vontade muito forte” (do livro Poetas da escola). Veja o uso feito por Casimiro
de Abreu no poema "Meus oito anos".

“(...) O céu bordado d'estrelas, / A terra de aromas cheia,


As ondas beijando a areia / E a lua beijando o mar!”

A aliteração – repetição de fonemas – é outro importante recurso, que, junto com a rima, ajuda a criar o ritmo do
poema. Cruz e Sousa faz pleno uso da aliteração no poema "Violões que choram":

“(...) Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos violões, vozes veladas,
Vagam nos velhos vórtices velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”

1
Dicionário Enciclopédico de Português, Editorial Verbo, 2006.
2
Citado no livro Poetas da escola, de Anna Helena Altenfelder. Cenpec, Fundação Itaú Social, MEC, 2008.
3
Do Caderno Teoria e Prática 6, do Programa Gestão de Aprendizagem Escolar GESTAR I - MEC/FNDE, 2007.
Planos de Aula
Uma das particularidades do gênero poesia é a de poder ser abordado de formas bem diferentes. Se ignoramos a
poesia moderna, teremos de respeitar regras extremamente codificadas de metrificação, rima e formação das estrofes.
Se adotamos o verso livre (poesia moderna) nos liberamos de seguir qualquer regra a esse respeito.
Nesta Sequência Didática produziremos dois poemas coletivos. O primeiro será rimado. O segundo poderá ser feito
com versos livres, a critério do professor. O objetivo principal é propiciar aos alunos a possibilidade de praticar a
escrita criativa, abordando o ato de escrever como experiência estética - que implica lidar com a dicotomia bonito/
feio, agradável/desagradável, uma avaliação subjetiva que cabe a cada um fazer. Não se trabalhará a metrificação,
por ser um assunto complexo – as sílabas poéticas não são em todo similares às sílabas gramaticais.

Aula 1
Resultado
Todos os alunos entendem que a poesia é uma maneira diferente de ver as coisas.

o A turma vai publicar poemas no jornal. Peça para colarem no caderno os poemas do Material Didático.
Provoque uma conversa: "O que é poesia para vocês?" Estimule os que conhecem poemas a recitá-los.
• Comente o papel da poesia na história da humanidade (ver apresentação inicial).
o Explique que: poesia é uma maneira de ver as coisas de um modo diferente; é como se usássemos óculos
especiais. Proponha experimentar os óculos da poesia. Pergunte: o que acham que se faz durante uma aula
de leitura? Após ouvir as respostas, encaminhe a leitura do poema "Aula de Leitura", de Ricardo Azevedo.
• Faça uma leitura exemplar (professor lê). Depois proponha uma leitura coletiva.
• Pergunte se há palavras que não entenderam. Organize uma procura no dicionário ou explique. A seguir,
questione: O que acharam do poema? O que o autor pensou de diferente sobre a aula de leitura? Releia o
poema, com paradas para checar se os alunos estão entendendo.
- Direcione as perguntas individualmente, para que não sejam respondidas apenas pelos alunos que
conhecem a resposta. Fulano, o que o autor quer dizer quando escreve que é possível ler "nas ondas
soltas do mar, se é hora de navegar". Depois conferir: Fulana, o que você acha da resposta de Fulano?
- Se algum aluno não conseguir responder, dê outra definição de leitura do Ricardo Azevedo para ele ficar
pensando. Trabalhe com outros alunos e volte para ele. Não se esqueça de ninguém que você tenha provocado,
pois significaria que você o considera um "caso perdido", e essa é a pior mensagem possível!
o Veja que Ricardo Azevedo deixa vários versos incompletos na segunda metade do poema. Escreva no quadro
e peça para os alunos completarem. Faça provocações individuais, para mobilizar os alunos desatentos.
“Ler na cor da fruta...
Ler no cheiro da comida...”

Autoavaliação
Direcionei as perguntas individualmente? Consegui envolver os alunos que participam pouco?

AULA 2
Resultado
- Os alunos percebem que a escrita poética tem algo de diferente, que é especial e mais bonita.
- Todos os alunos brincam com as palavras, inclusive os alunos mais retraídos.

o Escreva no quadro as duas estrofes abaixo, do poema "Meus oito anos", de Casimiro de Abreu. Leia em voz
alta (leitura exemplar) e a seguir faça uma leitura coletiva.

“O céu bordado de estrelas,


A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!”
o Chame a atenção dos alunos para a imaginação de Casimiro de Abreu. Em lugar de "céu com muitas estrelas"
o autor utiliza "o céu bordado de estrelas". O que é um bordado? Conhecem alguém que faz bordados? É
possível bordar o céu? O que seria um céu bordado de estrelas? Explique que usando os óculos da poesia é
possível ver que o céu está “bordado de estrelas”!
• Continue com outros exemplos. A lua pode beijar o mar? E as ondas, podem beijar a areia?
o Exercício de imaginação poética. É hora de brincar com as palavras! Escreva no quadro as frases abaixo ou
outras que você criar:
- Meu cão é feroz como...
- O amor dela era grande como...
- Soprava uma brisa suave como...
o Peça para os alunos escreverem versos, completando as comparações (marcadas pelo uso do "como", faça-os perceber).
o Envolva os alunos mais retraídos, provocando-os para criar alguma comparação. Se o aluno não conseguir
pensar em uma comparação quando você o provocar, peça para ficar pensando e volte a ele em outro momento.
o Anote as comparações propostas e provoque a escolha da mais poética, para cada frase. Qual é a mais
bonita? Por quê? Apague as comparações que não foram escolhidas.
ATIVIDADE OPCIONAL: Terminada a seleção, peça para os alunos retirarem a palavra "como", sem mudar o sentido.
Exemplo: "Meu cão é feroz como um leão", se transforma em "Meu cão é um feroz leão", "O amor dela era
grande como o mar", se transforma em "O amor dela era um mar".
o Esclareça que foram criadas metáforas, a figura de linguagem mais importante para a poesia.
o Os alunos copiam no caderno os versos criados. Podem ilustrar também.

Autoavaliação
Os alunos brincaram com as palavras? Consegui envolver os alunos mais retraídos?

AULA 3
Resultado
- Os alunos trabalham a escrita poética e a rima. DUAS DÚZIAS DE
- Os alunos desenvolvem o senso de cooperação. COISINHAS À TOA QUE
DEIXAM O 5º ANO FELIZ
o Leia para a turma o poema "Duas dúzias de coisinhas à toa que
deixam a gente feliz" de Otávio Roth (Material Didático) A seguir, Bo lo d e cho co late, vit amin a de
abacate, macarrão com molho de to-
faça leitura coletiva. Fique atento à sonoridade do poema. Repita
mate.
a leitura caso necessário.
Passarinho beijando a flor, abraço com
• Sua leitura é exemplar. É importante que você treine.
amor, dia sem calor.
o Repita a leitura de alguns versos, explicando o que é rima. Se
Peixe no rio, torcer pro Brasil, ser um
necessário copie alguns versos no quadro, marcando as rimas. aluno nota mil.
o Proponha escrever "Duas dúzias de coisinhas à toa que nos deixam
Férias da escola, beber Coca-Cola,
felizes" para publicar no jornal (veja resultado ao lado). brincar de jogar bola.
• Divida a turma em duplas, juntando alunos com condições de Recreio demorado, quarto arrumado,
cooperar (não reúna um aluno centralizador com um aluno professor animado.
tímido, por exemplo). Mexer no computador, descer no
• Cada dupla escreve uma "coisinha" que os deixa felizes, em uma escorregador, não sentir dor.
folha solta. Tem de ser "explicado", como no poema de Otávio Família unida na mesa, almoço com
Roth – não pode ser apenas "passarinho", mas "passarinho na sobremesa, observar a natureza.
janela", "passarinho cantando de manhã" etc. Pipoca pulando na panela, chá quen-
• As duplas trocam suas produções e completam o verso que tinho de canela, flores na janela.
receberam com outra "coisinha" que rime com a primeira (se
Texto coletivo 5º ano
necessário, volte a explicar o que é rima).
Profa. Maria Josivânia R da Silva.
- Aconselhe fazer uma lista de palavras que rimam com o verso SABEDORIA DE CRIANCA n. 6
que receberam, para facilitar. Evite o uso de aumentativos e Abril 2012 - Russas (CE)
diminutivos.
o Cada dupla lê a rima que conseguiu criar.
o Recolha as folhas e explique que a turma dará continuidade à escrita do poema na aula seguinte.
Esta aula foi inspir ada em uma atividade proposta no livro Poetas da Escola, de Anna Helena Altenfelder.
São Paulo: Cenpec: Fundação Itaú Social; Brasília, DF: MEC, 2008.

Autoavaliação
Consegui formar duplas de alunos com condições de cooperar? Consegui que fosse respeitada
a regra de não usar aumentativos ou diminutivos?

AULA 4
Resultado
- Alunos trabalham a escrita poética e a rima.
- Alunos aprendem a revisar textos.
- Alunos desenvolvem o senso de cooperação e de trabalho bem feito.

o Escreva no quadro os versos criados na aula anterior, respeitando os "erros" dos alunos. Organize uma
revisão coletiva. Escreva no quadro um GUIA DE REVISÃO, com estes itens ou outros que considerar apropriados.
- Há algum erro de ortografia?
- Falta alguma letra maiúscula?
- Foi usado algum aumentativo ou diminutivo?
- Há alguma "coisinha" que não esteja rimando?
IMPORTANTE: o GUIA DE REVISÃO é um instrumento do professor; foque nos aspectos sobre os quais quer garantir
aprendizagem, considerando o contexto da turma.
o Após a revisão, encaminhe a organização do poema. Qual verso fica em primeiro? Escreva em outra parte do
quadro, apagando-o da primeira lista. Continue assim até compor todo o poema.
o Leitura coletiva do poema (peça para os alunos ficarem atentos ao ritmo e à sonoridade). Repita a leitura se
tiver sido feita "fora do ritmo". Solicite sugestões para melhorar rimas ou algum verso.
• Uma vez terminado o poema, os alunos o copiam no caderno.
ATIVIDADE OPCIONAL: desenho para ilustrar o poema.
o Corte folhas ofício em quatro pedaços e distribua aos alunos para fazerem ilustrações. Terminada a produção,
forme grupos. Os grupos trocam seus desenhos; cada grupo escolhe um desenho finalista. Organize uma
votação para escolher aquela que ilustrará o poema no jornal.
o Enquanto os alunos desenham, escreva o poema em uma folha de papel madeira ou qualquer outro suporte.
Coloque-o em um espaço visível da sala, junto com os desenhos feitos pela turma.

Autoavaliação
Consegui envolver a turma no aperfeiçoamento do poema? Realizei a atividade de revisão?

AULA 5
Resultado
- Alunos desenvolvem a escrita poética.
- Alunos aprendem a revisar textos.
- Alunos desenvolvem o senso de cooperação.

o Para preparar a atividade, pergunte aos alunos se sabem o que é um ET – exposição de conhecimentos prévios,
que você poderá completar. Conte a história que segue.
Recentemente, chegou um ET à Terra. O visitante logo se interessou em saber por que multidões se juntam para
ver pessoas correndo atrás de um objeto redondo.
– É o futebol! responderam-lhe.
Mas o ET não entendeu...
– É um esporte onde se enfrentam dois times de 11 jogadores. O jogo consiste em deslocar a bola com os pés,
trocando passes, até colocá-la no gol adversário. A equipe que marca mais gols é a vencedora.
O ET continuou sem entender!
As pessoas tentaram explicar de tudo jeito, sem sucesso. Então alguém teve a ideia de chamar o poeta. Como ele
está sempre com a cabeça na Lua, talvez pudesse explicar ao ET. Mas o poeta estava viajando...
As pessoas lembraram então que nossa turma está estudando poesia e combinaram que iríamos explicar ao ET
o que é o futebol, de maneira poética.

OBSERVAÇÃO: O tema da brincadeira poética pode mudar. Pode-se, por exemplo, contar para o ET o que é o carnaval,
as festas juninas, uma vaquejada. Também é possível contar para o ET o que é a desertificação (“o ET viu uma terra
onde não crescia nada”), o desmatamento (“o ET viu do espaço que muitas florestas foram derrubadas”) ou qualquer
outra tema. Há uma grande tradição de poesia de denúncia política e social, um subgênero que pode ser praticado
pela turma para trabalhar esses temas da realidade socioambiental.

A DESERTIFICAÇÃO consiste na morte lenta do solo, que perde a capacidade de


sustentar a vegetação, mesmo que não falte água. Como o processo é lento, achamos
que nada está acontecendo. Quase um terço do Nordeste está ameaçado pela
desertificação. O fenômeno também afeta outras regiões do país.

Algumas causas da desertific ação são naturais, como as ventanias e enxurradas,


que levam a parte fértil do solo. Outras causas são provocadas pelas pessoas, como
o desmatamento, as queimadas, a irrigação sem controle, o sobrepastorei o etc.

Com a desertificação, cai a produção, as pessoas empobrecem e são forçadas a


abandonar o campo, superlotando as cidades. O aquecimento global tornará as coisas
ainda mais difíceis.

Visite a seção Jornais Escolares contra a Desertificação em www.jornalescolar.org.br

o A turma vai escrever o poema "Para o ET entender o futebol" (ou entender o carnaval, ou entender a desertificação
etc.). O professor fica com a opção de trabalhar poema com ou sem rima.
• Todo mundo lembra o que é rima? Recordar com ajuda do poema escrito anteriormente pela turma. Caso
trabalhe versos sem rima, explique que até pouco mais de 100 anos atrás todo poema devia ter rima, mas
agora é permitido escrever versos livres.
o Vamos colocar os óculos da poesia para ver o futebol de maneira diferente! Forme trios. Cada aluno escreve
um verso em uma folha solta, começando por "Futebol é..." (não pode usar a palavra "como").
o Os alunos trocam suas folhas e escrevem novamente o verso recebido, procurando agregar alguma coisa que o
torne mais poético ainda. Circule pela sala para ajudar quem tiver dificuldades ou para ler criações que considere
estimulantes.
o Repita o procedimento, de modo que todo verso tenha três versões (inicial e duas reescritas).
o Os trios trocam suas folhas com alunos de outros trios e selecionam o verso que mais gostaram da folha que
receberam.
o Escreva no quadro os versos selecionados, repetindo os "erros" dos alunos. Para facilitar, escreva apenas
uma vez "Futebol é..." e abaixo todos os versos escolhidos.
o Organize uma revisão coletiva. Encontrando algum problema, a turma deve corrigir ou encontrar um substituto.
Escreva no quadro um GUIA DE REVISÃO, com as perguntas sugeridas ou outras que achar mais conveniente:
Há algum erro de ortografia?
Falta alguma letra maiúscula?
Foi usado algum aumentativo ou diminutivo?
Há alguma "coisinha" que não esteja rimando?
IMPORTANTE: o GUIA DE REVISÃO é um instrumento do professor; foque nos aspectos sobre os quais quer garantir
aprendizagem, considerando o contexto da turma.
o Após a revisão, encaminhe a organização do poema. Qual verso fica em primeiro? Escreva em outra parte do
quadro, apagando-o da primeira lista. Continue assim até compor todo o poema. Perceba que estamos trabalhando
poema dentro de uma lógica de lista, portanto não se preocupe se não há muita conexão entre um verso e outro.
o Pergu nte se alguém tem alguma sugestão para
melhorar ou completar algum verso, Caso haja algum
verso muito extenso, peça para os alunos diminuírem
o tamanho.
• Uma vez terminado, os alunos copiam o poema no
caderno. Querido ET

ATIVIDADE OPCIONAL: desenho para ilustrar o poema (veja No nosso país é costume
Desde cedo jogar bola
como fazer na aula 4) É um esporte
Que toda criança adora
o Enquanto os alunos desenham, escreva o poema em São 22 jogadores no campo
uma folha de papel madeira ou qualquer outro Todos correm atrás da bola.
suporte. Coloque-o em um espaço visível da sala, junto São dois times competindo
E com a mão não pode jogar
com todos os desenhos. O objetivo do jogo
É na trave a bola entrar
Venha querido amigo
Autoavaliação Com a gente participar.
Circulei pela sala para ajudar os alunos
Texto Coletivo – Ilustração Gabriel,
com mais dificuldades? 1º Ciclo Final C - Prof. Jackeline
JORNAL CRIANÇA FELIZ N. 11
Outubro 2012 - Campina Grande (PB)
AULA 6
Resultado
- Os alunos desenvolvem o senso de aprimoramento do trabalho realizado.
- Os alunos desenvolvem o senso de cooperação.

o A atividade do dia é terminar os dois poemas escritos durante a Sequência Didática. Leitura coletiva do
primeiro poema. Dê uns minutos para os alunos pensarem sobre possíveis mudanças, sem alterar a rima, e
também um nome para o poema.
o Após alguns minutos, quem tiver uma proposta de mudança, apresenta. A proposta é analisada e, caso aprovada,
se faz a alteração.
o Peça propostas de nomes ou títulos para o poema. Escreva no quadro e promova uma conversa, para escolher
o melhor. Uma alternativa para um trabalho mais elaborado é formar grupos para propor nomes. Após alguns
minutos, escrever no quadro e promover a conversa.
o Leitura coletiva do poema "Para o ET entender o futebol". Dê uns minutos para os alunos pensarem sobre
possíveis mudanças. Após alguns minutos, quem tiver uma proposta, apresenta. A proposta é analisada e,
caso aprovada, se faz a alteração.

Autoavaliação
Consegui passar a importância da revisão e do trabalho bem feito?

ENTREGUE AS PRODUÇÕES AO COORDENADOR DO JORNAL, NUMERADAS POR ORDEM DE


PREFERÊNCIA DE IMPRESSÃO. DESENHOS DEVEM SER FEITOS COM CANETA PRETA.

AULA 7
Esta aula acontece uma vez que o jornal impresso é distribuído na escola.

Resultado
- Os alunos desenvolvem capacidade de avaliação do jornal.
- Os alunos desenvolvem habilidades de revisão.

o Leitura silenciosa do jornal. A seguir, converse sobre a apresentação dos poemas da turma. Ficaram satisfeitos?
Tem de melhorar? O que falhou?
o Proponha um trabalho com o jornal, usando alguma(s) das seguintes estratégias:
• LEITURA DO EXPEDIENTE DO JORNAL. Para que serve? Quais são as informações contidas? Quem é o
coordenador do jornal? O que é tiragem?
• REVISÃO DO JORNAL. Organize a turma em grupos. Cada grupo fica com a incumbência de revisar uma
página (garanta que haja pelo menos dois grupos trabalhando a mesma página). Escreva um GUIA DE
REVISÃO no quadro, como o exemplo que consta abaixo:
Erros no uso de letras maiúsculas
Erros de ortografia
Palavras repetidas
Os grupos revisam a página que lhes foi atribuída e fazem uma apresentação.
o REVISÃO DE TEXTO. Selecione um texto do jornal para leitura e avaliação coletiva. Escreva perguntas para
guiar a revisão, como as que seguem ou outras que considere pertinentes:
As ideias expostas no texto estão claras?
Falta alguma informação?
O que incluiriam? O que retirariam?
o ISSO ME INTERESSA! Escreva no quadro as legendas seguintes, solicitando que cada aluno escolha um texto
para cada categoria.
Pouco interessante / Interessante / Muito interessante
o MELHORES PRODUÇÕES. Organize os alunos em grupos e solicite que escolham o melhor texto e a melhor
ilustração do jornal (excluindo as produções da turma). Os grupos apresentam as produções escolhidas.
Dinamize uma conversa sobre essas escolhas.
o TÍTULOS ESPERTOS Organize a turma em trios e solicite que escolham um texto do jornal para escreverem um
novo título. Esse título que deve ser "esperto", ou seja, difícil de adivinhar. Cada trio informa o nome do novo
título. Os outros alunos terão que adivinhar a qual texto ele se refere.

TAREFA DE CASA:
Os alunos pedem para um familiar, vizinho ou amigo ler o jornal e escolher o texto que mais gostou, explicando o
porquê. Os alunos anotam as respostas no caderno.

o Orientação: se a pessoa não souber ler, o aluno lê algum texto do jornal depois registra a opinião do seu
interlocutor. Valorize os alunos que terão essa missão.

Autoavaliação
Acolhi a opinião crítica dos alunos? Aproveitei para propor o desafio de melhorar na próxima
edição? Utilizei outras opções de apropriação do jornal na sala de aula?

AULA 8
Resultado
- Os alunos percebem melhor a dimensão social do jornal.

o Pergunte: Como foi a acolhida do jornal na família e na comunidade? O que as pessoas acharam? Provoque
uma conversa.
• Se for necessário (por exemplo, tendo aparecido críticas ao jornal), provoce uma reflexão. Por que fomos
criticados? A crítica é valida? Temos de acolhê-la?

Autoavaliação
Soube lidar com a frustração dos alunos que não conseguiram ter um retorno da família?

Apoio:
Sequência Didática Poesia
www.jornalescolar.org.br

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