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CAMPUS TOMÉ-AÇU
LETRAS - LÍNGUA PORTUGUESA
ANÁLISE CRÍTICA
INTRODUÇÃO
O poema Antífona de Cruz e Souza apresenta-nos um reflexo gigantesco do que significa o
simbolismo no Brasil, possuindo características indissociáveis do movimento, o autor
expressa em seus versos todo mistério, abstrações e símbolos desta escola literária. Destarte as
formas da sugestividade fluem através dos versos do autor, manifestando assim o propósito de
todo bom simbolista: evocar pouco a pouco a imagem sem dizê-la propriamente.
DESENVOLVIMENTO
A respeito do primeiro verso do poema na primeira estrofe, o autor evoca as ‘’formas alvas,
brancas, formas claras’’ descrições estas que ao longo do poema são sensoriais, ou seja, são
perceptíveis pelos sentidos do eu lírico. Sobre seus efeitos no mesmo, é dito na segunda
estrofe que estas formas são ‘’mádidas’’ e ‘’frescas’’, isto é, além de possuírem estas
características sensoriais, elas também são inalcançáveis, isto porque há a ocorrência na
segunda estrofe do efeito sinestésico onde estas formas são contempladas pelos sentidos,
linguagem poética muito costumeira na poesia simbolista. A terceira estrofe apresenta-nos o
‘’Réquiem do Sol’’, linguagem litúrgica para referir-se ao pôr-do-sol, onde o mesmo serve de
palco para a quarta estrofe, descrevendo os efeitos que a ‘’morte do sol’’ insinuam sobre o eu
lírico como ‘’ Visões, salmos e cânticos serenos’’
CONCLUSÃO
Este cenário poético é construído e velado atrás de uma cortina quase intransponível, onde o
leitor deve ter o minucioso trabalho de incomodar-se a desvendar o mistério poético clássico
dos simbolistas. Isto é o esperado do início ao fim do poema. Submeter-se a fazer uma leitura
lenta e exímia dos seus versos é a maneira mais fácil de compreender Antífona de Cruz e
Souza, e extrair a beleza dos mistérios do simbolista. Faz-se necessário aqui as palavras de
Mallarmé (1891.p.55-65) um dos grandes nomes do simbolismo
REFERENCIAS
SOUZA, Cruz e. Melhores poemas: antífona. 2. ed. São Paulo: Global, 2010.
MALLARMÉ, M. Stéphane. Enquête sur l’évolution littéraire. Organisé par Jules Huret.
Bibliothèque-Charpetier. Paris, 1891. p. 55 – 65.