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CENTRO DE EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO
JOÃO PESSOA – PB
2021
LUCIANO LIMA DA SILVA
JOÃO PESSOA – PB
2021
Catalogação na publicação
Seção de Catalogação e Classificação
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________
Profº Dr. José Leonardo Rolim de Lima Severo
Universidade Federal da Parraíba – PPGE/UFPB
(Orientador)
____________________________________________
Profa. Dra. Maria das Graças Gonçalves Vieira Guerra
Universidade Federal da Parraíba – PPGE/UFPB
(Membro interno)
_____________________________________________
Profa. Dra. Dinorá Tereza Zucchetti
Universidade Feevalle
(Membro externo)
AGRADECIMENTOS
Como é gratificante poder agradecer por tudo que passamos e vivemos. Minha mãe
sempre diz que: na vida devemos agradecer por tudo, independente da situação. Agradeça
sempre a Deus!
Agradeço por cada momento vivido e compartilhado durante a formação no mestrado.
Agradeço pela superação dos desafios e a cada aprendizagem adquirida, como também
agradeço às pessoas que me ajudaram no decorrer desta produção científica.
Aos meus pais, Maria do Socorro e Luiz Avelino, sou grato a cada palavra de apoio,
companheirimo, dedicação e cuidado, especialmente à minha mãe, que nas horas de intervalo
dos estudos sempre vinha com um cafezinho, para me dar aquela energia.
Agradeço aos meus irmãos, Luiz Carlos e Luciana, e também não posso esquecer da
minha sobrinha Larissa, uma criança esperta e que sempre nas minhas horas de estudo vinha
em meu quarto e perguntava: “ta estudando titio, ta certo”.
Às minhas amigas Elisa, Fabiana, Daiana, Amanda e Letícia, que estiveram sempre ao
meu lado, me dando conselhos. E agradeço também ao meu amigo Raphael de Souza pelas
palavras de incentivo.
Às amigas Sara Barros, Luciana Dias, Eduarda Lira e Melina, pelas quais tenho grande
carinho e admiração, sou também imensamente grato. Também não posso esquecer de Suênia
e Rosilene, que mesmo em pouco tempo de convivência, já moram em meu coração.
Obrigado, meninas, por suas palavras de apoio e pelos momentos de estudos compartilhados.
Agradeço ainda aos professores, aos estudantes da turma 39 e aos técnicos
administrativos do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal da
Paraíba – UFPB.
Ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Pedagogia, Trabalho Educativo e Sociedade
(GEPPTES) e a cada participante desse grupo: recebam aqui os meus sinceros
agradecimentos.
Ao professor Dr. José Leonardo Rolim de Lima Severo, a quem presto meus
agradecimentos pelos momentos dedicados à orientação deste trabalho, em nome dos seus
valorosos conhecimentos teóricos-metodológicos, os quais contribuiram de forma
colaborativa para a construção desta pesquisa.
Ao professor Dr. Marcos Antonio Martins Lima e à Professora Dra. Maria das Graças
Gonçalves Vieira Guerra, sou grato pela disposição e disponibilidade em participar dos
exames de qualificação e defesa, colaborando com sugestões e fundamentações teóricas.
Agradeço também à Profa. Dra. Dinorá Tereza Zucchetti, por ter aceitado tão
prontamente o convite em participar da minha banca de defesa mestrado.
À Profa. Dra. Adriana Valéria Diniz, eu agradeço pela condução durante o estágio-
docência.
Aos pedagogos e pedagogas que participaram da pesquisa, respondendo aos
questionários e relatando as suas experiências profissionais em espaços organizacionais nas
áreas de gestão de pessoas, recursos humanos e educação corporativa.
À CAPES eu agradeço pelo financimento estudantil em quase toda a atrajetória do
mestrado, que possibilitou a manutenção e os custos da pesquisa.
Agradeço imensamente a todos e a todas que de alguma forma cruzaram a minha
formação profissional e contribuiram direta ou indiretamento nos vários momentos de
reflexões e discussões sobre a atuação profissional do(a) pedagogo(a) que trabalham fora da
escola, como representa o objeto do presente estudo.
Todo educador sabe, hoje, que as práticas
educativas ocorrem em muitos lugares, em muitas
instâncias formais, não formais e informais. Elas
acontecem nas famílias, nos locais de trabalho, na
cidade e na rua, nos meios de comunicação e,
também, nas escolas. Não é possível mais afirmar
que o trabalho pedagógico se reduz ao trabalho
docente nas escolas. A ação pedagógica não se
resume a ações docente, de modo que, se todo
trabalho docente é pedagógico, nem todo trabalho
pedagógico é trabalho docente (LIBÂNEO;
PIMENTA, 2011, p. 33).
RESUMO
This research talks about Organizational Pedagogy and the possibilities of the pedagogue's
performance in corporate environments. It is understood that the specificity of the pedagogical
work developed in the organizations will allow to give new meanings and formative meanings
to the Pedagogy courses and to the profession of pedagogue. This study aims to investigate
the prospects for the professional performance of educators in promoting learning in
organizational spaces, in the Northeast Region. The methodological basis is based on: Strauss
and Corbin (1990) and Charmaz (2009), who systematized the Grounded Theory Method,
which employs circularity in the qualitative research process. As for the approach, the present
study is of the exploratory type, considering that this aspect makes it possible to find evidence
of a field with little systematized knowledge. The theoretical dialogue was built based on the
references of Pedagogy, starting from Libâneo (2001) and Franco, Libâneo and Pimenta
(2011), Non-School Education - Severo (2015, 2018, 2019), Business Pedagogy - Ribeiro
(2007) and Holtz (1999), and organizational learning - Bitencourt (2010), among others. 14
(fourteen) pedagogues participated in the research, selected from the nine (9) states of the
Northeast Region, being 04 in Paraíba, 01 in Pernambuco, 01 in Rio Grande do Norte, 01 in
Ceará, 02 in Maranhão , 02 in Bahia, 01 in Piauí, 01 in Sergipe and 01 in Alagoas. As a tool
for data production, it was used a structured questionnaire, applied by email and in person.
The data analysis procedure was based on the open, axial and selective coding of the
Grounded Theory, supported by the Atlas.ti 8.0 analysis software. The results of the research
point out that the pedagogues who work in the organizational scope need to become aware of
the specifics attributed to the function, appropriating better the pedagogical dimension that
involves the development of learning for a simple process of training and change behavior
based on competitive performance criteria. In addition, it was found that the educational
practices of (as) teachers (as) are structured by means of network knowledge and skills, which
occur transversely as they crisscross the knowledge of pedagogy and the specific knowledge
of the organization. The substantive theory created from the analysis in the research exposes
the theoretical and methodological elements necessary for the Pedagogy professional who
wishes to enter organizational spaces, including demonstrating that the Pedagogy course must
overcome the boundaries imposed by tradition, which reduces to training of basic education
teachers, according to the social and professional representation that the educator can / should
assume in the areas of training of learning in organizational scenarios.
AL Alagoas
AOCP Assessoria em Organização de Concursos Públicos
BA Bahia
BDTD Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações
CAGED Cadastro Geral de Empregos e Desempregados
CAPES Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal e Nível Superior
CBTU Companhia Brasileira de Trens Urbanos
CE Ceará
CEP/CCS Comitê de Ética em Pesquisas do Centro de Ciências da Saúde
CESPE Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção
de Eventos
CLT Consolidação das Leis de Trabalho
CO Conhecimentos Organizacionais
CONSULPLAN Organizadora Privada de Concursos Públicos e Avaliações Educacionais
do Brasil
CP Conhecimentos Pedagógicos
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais
DI Design Instrucional
EA Educação de Adultos
EAD Educação à Distância
EBCT Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
EBSERH Empresa de Serviços Hospitalares
ENE Educação Não Escolar
FSF Faculdade Santa Fé
FVC Fundação Visconde de Cairu
GEPPTES Grupo de Estudos e Pesquisas em Pedagogia, Trabalho Educativo e
Sociedade
HULW Hospital Universitário Lauro Wanderley
IBFC Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação
LDB Lei de Diretrizes e Bases
LNT Levantamento de Necessidade de Treinamento
MA Maranhão
MEC Ministério da Educação e Cultura
NE Nordeste
ONG’s Organizações Não Governamentais
PAT Programa Anual de Treinamento
PB Paraíba
PDI Plano de Desenvolvimento Individual
PE Pernambuco
PI Piauí
PR Paraná
PUCRS Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
RH Recursos Humanos
RN Rio Grande do Norte
SE Sergipe
SEST SENAT Serviço Social de Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do
Transporte
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TIC’s Tecnologia da Informação e Comunicação
UC Universidade Corporativa
UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina
UEMA Universidade Estadual do Marinhão
UESPI Universidade Estadual do Piauí
UFC Univeridade Federal do Ceará
UFCG Universidade Federal de Campina Grande
UFF Universidade Federal Fluminense
UFMS Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
UFP Universidade Federal do Paraná
UFPB Universidade Federal da Paraíba
UFPE Universidade Federal do Pernambuco
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFSCAR Universidade Federal de São Carlos
UFU Universidade Federal de Uberlândia
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.
UNICAMP Universidade Estadual de Campinas
UNIJORGE Centro Universitário Jorge Amado
UP Universidade Positivo
UVA Universidade Estadual Vale do Acaraú
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Processo de codificação aberta ........................................................................ 30
Figura 2 – Processo de codificação axial .......................................................................... 32
Figura 3 – Processo de codificação seletiva ..................................................................... 33
Figura 4 – Página extraída da rede social Linkedin do pesquisador ................................. 34
Figura 5 – A Educação não escolar na sociedade pedagógica .......................................... 44
Figura 6 – Os percursos da educação e trabalho a partir da perspectiva ontológica-
histórica na sociedade ....................................................................................................... 50
Figura 7 – Resumo da caracterização dos sujeitos da pesquisa ........................................ 79
Figura 8 – Principais áreas de atuação do(a) pedagogo(a) no espaço organizacional ...... 85
Figura 9 – Página do site da TrabalhaBrasil do salário nacional dos(as) pedagogos(as) 90
Figura 10 – Raio-X da condição profissional dos(as) pedagogos(as) que atuam nos
espaços organizacionais na Região Nordeste ................................................................... 91
Figura 11 – Codificação aberta da categoria formativa da promoção da aprendizagem .. 105
Figura 12 – Codificação axial da categoria formativa da promoção da aprendizagem .... 107
Figura 13 – Os quatro pilares da educação para o século XXI ......................................... 108
Figura 14 – Processo da trilha da aprendizagem baseado nos pilares da educação .......... 109
Figura 15 – Processo da trilha da aprendizagem desenvolvido pela PedagogoPB1 ......... 110
Figura 16 – Codificação aberta da categoria consultoria da promoção da aprendizagem 112
Figura 17– Codificação axial da categoria conceitual consultoria .................................. 113
Figura 18 – Codificação aberta da categoria técnico-operacional da promoção da
aprendizagem ................................................................................................................... 115
Figura 19 – Codificação axial da categoria conceitual técnico-operacional ..................... 116
Figura 20 – Formando códigos e categorias do primeiro desafio de promoção da
aprendizagem .................................................................................................................... 118
Figura 21 – Formando códigos e categorias abertas do segundo desafio de promoção
da aprendizagem ............................................................................................................... 121
Figura 22 – Formando códigos da categoria do terceiro desafio de promoção da
aprendizagem .................................................................................................................... 123
Figura 23 – Conexão dos desafios enfrentados pelos(as) pedagogos(as) na promoção
da aprendizagem ............................................................................................................... 125
Figura 24 – Codificação aberta dos dados da categoria prática educativa no espaço não
escolar ............................................................................................................................... 127
Figura 25 – Formação da categoria conceitual Prática educativa no espaço não escolar 128
Figura 26 – Ilustrando os movimentos de prática educativa pedagógica e administrativa
do PedagogoPI1 ................................................................................................................ 137
Figura 27 – Formando os códigos abertos da categoria conceitual saberes e
habilidades: uma relação transversal didática-pedagógica no campo organizacional....... 144
Figura 28 – Formando a categoria conceitual saberes e habilidades: uma relação
transversal didática-pedagógica no campo organizacional ............................................... 147
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Quantitativo dos níveis dos conhecimentos específicos exigidos pelos
editais de concurso públicas para a atuação do(a) pedagogo(a) ........................................ 70
Gráfico 2 – Área de concentração por nível de conhecimento do(a) pedagogo(a) .......... 70
Gráfico 3 – Remuneração salarial dos(as) Pedagogos(as) nos espaços organizacional .... 89
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Alguns dos conceitos que dimensionam a ciência da Pedagogia .................. 42
Quadro 2 – Levantamento das dissertações e teses no Brasil que envolvem o tema
sobre a Pedagogia Empresarial .......................................................................................... 57
Quadro 3 – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos– ECT/CORREIOS/2011 ........ 62
Quadro 4 – Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU /2014 ............................... 64
Quadro 5 – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH .............................. 67
Quadro 6 – Caracterização das(o) pedagogas(o) organizacionais do estado da Paraíba 73
Quadro 7 – Caracterização da pedagoga organizacional do estado do Rio Grande do
Norte .................................................................................................................................. 75
Quadro 8 – Caracterização da Pedagoga organizacional do estado do Pernambuco ........ 76
Quadro 9 – Caracterização do(a) Pedagogo(a) organizacional do estado Maranhão ........ 76
Quadro 10 – Caracterização do Pedagogo organizacional do estado do Ceará ................ 77
Quadro 11 – Caracterização do(a) Pedagogo(a) do espaço organizacional do estado da
Bahia .................................................................................................................................. 77
Quadro 12 – Caracterização do Pedagogo organizacional do estado do Piauí .................. 78
Quadro 13 – Caracterização da Pedagoga organizacional do estado do Sergipe .............. 78
Quadro 14 – Caracterização da Pedagoga do espaço organizacional do estado da
Alagoas .............................................................................................................................. 79
Quadro 15 – Listagem das atribuições dos(as) pedagogo(as) nos espaços
organizacionais ................................................................................................................. 86
Quadro 16 – Codificação aberta dos dados sobre o conceito de aprendizagem na
organização ...................................................................................................................... 93
Quadro 17 – Formando as categorias iniciais do conceito de aprendizagem na
organização ....................................................................................................................... 94
Quadro 18 – Formando a categoria conceitual da concepção de aprendizagem com base
nas subcategorias ............................................................................................................... 96
Quadro 19 – Formação das categorias e subcategorias abertas da promoção da
aprendizagem na tendência formativa .............................................................................. 105
Quadro 20 – Formação das categorias e subcategoria abertas da promoção da
aprendizagem em consultoria ............................................................................................ 113
Quadro 21 – Formação das categorias e subcategorias abertas da promoção da
aprendizagem em técnico-operacional .............................................................................. 115
Quadro 22 – Formação das categorias iniciais do desenvolvimento da prática educativa
na organização ................................................................................................................... 128
Quadro 23 – Analisando as questões que antecedem o desenvolvimento do treinamento
no espaço organizacional ................................................................................................... 131
Quadro 24 – Modelo de roteiro didático formativo no ambiente organizacional da
PedagogaPB1 ..................................................................................................................... 132
Quadro 25 – Modelo de Plano de desenvolvimento proposto pelo PedagogoPB2 para o
treinamento de liderança no ambiente organizacional ...................................................... 133
Quadro 26 – Modelo de um roteiro de preparação para uma atividade de treinamento
do PedagogoPI1 ................................................................................................................. 139
Quadro 27 – Modelo de um roteiro facilitador adotado pelo PedagogoPB1 na execução
do treinamento presencial ................................................................................................ 140
Quadro 28 – Formação das categorias iniciais e subcategorias dos saberes e
competências dos(as) pedagogos(as) no desenvolvimento da prática educativa na
organização ................................................................................................................... 145
Quadro 29 – Codificação aberta dos dados sobre o conceito de Pedagogia
Organizacional .................................................................................................................. 160
Quadro 30 – Formação das categorias do conceito de Pedagogia Organizacional ........... 162
Quadro 31 – Quadro síntese categorias das perspectivas da atuação profissional dos(as)
pedagogos(as) na promoção da aprendizagem em espaços organizacionais na Região
Nordeste ............................................................................................................................. 165
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Descritores para o mapeamento das Dissertações e Teses sobre a Pedagogia
Empresarial no Brasil junto aos Bancos da CAPES e da BDTD ...................................... 20
Tabela 2 – Quantitativo de pedagogos(as) selecionados(as) por função nos estados da
Região Nordeste ................................................................................................................ 36
Tabela 3 – Perfil sócio ocupacional dos(as) pedagogos(as) da Região Nordeste ............. 37
Tabela 4 – Divisão das funções dos(as) pedagogos(as) organizacionais por área .......... 83
SUMÁRIO
CAPÍTULO I ...................................................................................................................................... 19
MARCO INTRODUTÓRIO ............................................................................................................. 19
1.1 PERCURSO METODOLÓGICO: INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA E TEORIA
FUNDAMENTADA ............................................................................................................................ 23
1.1.1 A Teoria Fundamentada: caminhos metodológicos ................................................................ 24
1.2 PROCEDIMENTOS DE CODIFICAÇÃO DOS DADOS ............................................................. 28
1.2.1 Codificação Aberta ............................................................................................................. 29
1.2.2 Codificação Axial................................................................................................................ 30
1.2.3 Codificação Seletiva............................................................................................................ 32
1.3 CONSTRUÇÃO DO CAMPO EMPÍRICO: CONTEXTO, PARTICIPANTES E DADOS .......... 34
1.4 RECRUTANDO E SELECIONANDO OS(AS) PARTICIPANTES DA PESQUISA................... 36
1.5 ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DO TEXTO ........................................................................... 39
CAPÍTULO II .................................................................................................................................... 40
PEDAGOGIA E PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL .................................................................. 40
2.1 PEDAGOGIA, PRÁTICA PEDAGÓGICA E EDUCAÇÃO NÃO ESCOLAR ............................ 41
2.2 EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO: PERSPECTIVAS PEDAGÓGICAS E A DINÂMICA DO
CAPITALISMO ................................................................................................................................... 47
2.3 DELINEAMENTO HISTÓRICO DA CONSTITUIÇÃO DA PEDAGOGIA
ORGANIZACIONAL .......................................................................................................................... 54
2.4 INGRESSO DO(A) PEDAGOGO(A) NOS ÂMBITOS ORGANIZACIONAIS ........................... 59
CAPÍTULO III ................................................................................................................................... 72
PERCORRENDO OS CONTEXTOS DA PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL E AS
CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM DE PEDAGOGOS(AS) NESSE ÂMBITO ................... 72
3.1 CARACTERIZANDO OS(AS) PARTICIPANTES DA PESQUISA: QUEM SÃO ELES(AS)? .. 72
3.2 A CONDIÇÃO PROFISSIONAL DOS(AS) PEDAGOGOS(AS) NO CONTEXTO
ORGANIZACIONAL .......................................................................................................................... 79
3.2.1 Forma de ingresso e vínculo de trabalho ................................................................................. 80
3.2.2 Função organizacional .............................................................................................................. 83
3.2.3 Área de atuação profissional nas organizações ....................................................................... 84
3.2.4 Atribuições profissionais do(a) pedagogo(a) organizacional .................................................. 85
3.2.5 Remuneração salarial................................................................................................................ 89
3.3 DIALOGANDO SOBRE A PROMOÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ESPAÇO
ORGANIZACIONAL.............................................................................................................................92
3.3.1 Aprendizagem na organização: concepção ampla, pedagógica e estratégica para o
(auto)desenvolvimento contínuo-profissional................................................................................... 96
3.3.2 Processo de promoção da aprendizagem na organização ..................................................... 104
3.3.3 Desafios enfrentados na promoção da aprendizagem no espaço organizacional ................ 117
CAPITULO IV ................................................................................................................................. 126
SABERES E HABILIDADES DOS(AS) PEDAGOGOS(AS) PARA O DESENVOLVIMENTO
DE PRÁTICAS EDUCATIVAS NOS ESPAÇOS ORGANIZACIONAIS .................................. 126
4.1 PRÁTICA EDUCATIVA NOS AMBIENTES ORGANIZACIONAIS: FOCO PEDAGÓGICO
OU BUROCRÁTICO-ADMINISTRATIVO? ................................................................................... 126
4.1.1Prática educativa no espaço não escolar ................................................................................. 128
4.1.2 Instrumentos de trabalho dos(as) pedagogos(as) no espaço organizacional ....................... 130
4.2 TECENDO SABERES E HABILIDADES DOS(AS) PEDAGOGOS(AS) NO ESPAÇO
ORGANIZACIONAL: DA PREPARAÇÃO FORMATIVA A ATUAÇÃO PROFISSIONAL ........ 143
4.2.1 Saberes e habilidades: uma relação transversal didática-pedagógica no campo
organizacional................................................................................................................................... 146
Saberes e habilidades: uma relação transversal didática-pedagógica no campo organizacional ......... 147
4.2.2 Conceituando a Pedagogia Organizacional sob a ótica dos(as) pedagogos(as) que atuam no
espaço organizacional ...................................................................................................................... 159
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS DA PESQUISA ............................................................................ 163
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 169
APÊNDICES .................................................................................................................................... 181
APÊNDICE A: Questionário estruturado .......................................................................................... 182
APÊNDICE B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.......................................................... 185
APÊNDICE C: Carta de apresentação .............................................................................................. 186
APÊNDICE D: Recrutamento e seleção dos(as) participantes da pesquisa – FASE 1 ...................... 187
APÊNDICE E: Recrutamento e seleção dos(as) participantes da pesquisa – FASE 2 ....................... 190
APÊNDICE F: Mapa da condição profissional dos(as) pedagogos(as) em alguns espaços
organizacionais da Região Nordeste................................................................................................... 191
APÊNDICE G: Mapa da condição profissional dos(as) pedagogos(as) em alguns espaços
organizacionais da Região Nordeste................................................................................................... 192
ANEXOS ........................................................................................................................................... 193
ANEXO A: Declaração do Programa de Pós-Graduação em Educação UFPB.................................. 194
ANEXO B: Declaração do Comitê de Ética ...................................................................................... 195
ANEXO C: Formulário de avaliação de curso ................................................................................... 196
19
CAPÍTULO I
MARCO INTRODUTÓRIO
Tabela 1 – Descritores para o mapeamento das Dissertações e Teses sobre a Pedagogia Empresarial no
Brasil junto aos Bancos da CAPES e da BDTD
DESCRITORES Total CAPES Total BDTD
Pedagogia Empresarial 03 0
Pedagogo Empresarial 01 0
Pedagogo na Empresa 05 02
TOTAL 11
Fonte: elaborado com base nos dados da CAPES e BDTD (2018).
questões convergentes e divergentes que explicitam como, no Brasil, foi delineada essa
perspectiva de Pedagogia nos espaços organizacionais, apontando para os desafios na área de
construção conceitual, de proposta formativa, políticas profissionais e de mediações de
aprendizagens.
A possibilidade de atuação do(a) pedagogo(a) na empresa como mostraram os
trabalhos pesquisados, surgiu a partir da vertente de treinamento e do desenvolvimento, hoje
agrupadas na noção de Educação Corporativa, que ainda respira os ditames do capitalismo.
Logo, o conhecimento da Pedagogia transita sobre o processo produtivo, reproduzindo e
transformando a filosofia da empresa. Mesmo que a Pedagogia Empresarial seja vista como
um marcador histórico importante no contexto brasileiro, é preciso ampliar as discussões
teóricas sobre essa Pedagogia no campo acadêmico e laboral, considerando que à Pedagogia
pode enraizar seus conceitos e práticas nos objetivos das organizações, valorizando a
finalidade da educação como um direito que transforma o(a) trabalhador(a) socialmente e não
de torná-lo como um sujeito passivo na cadeia produtiva.
Ao identificar no mapeamento que as pesquisas em Pedagogia Empresarial se
concentraram mais nas Universidades Federais e Fundações 1 das Regiões Sul e Sudeste, e
apenas 01 (uma) produção científica (Mestrado profissional) no estado da Bahia (Região
Nordeste), se faz necessário investigar novas atuações de pedagogos(as) nessa última Região,
desvelando pistas desses(as) profissionais nos espaços organizacionais.
Para estruturar o estudo, adotamos as seguintes questões norteadoras: Como se
desenvolve a atuação profissional dos(as) pedagogos(as) nos espaços organizacionais? Qual a
concepção de aprendizagem dentro das organizações na perspectiva dos(as) pedagogos(as)?
Quais práticas educativas compõem o itinerário pedagógico do(a) pedagogo(a) que trabalha
nas organizações? Quais saberes e habilidades os(as) pedagogos(as) se apropriam para
estruturar suas práticas educativas nas organizações?
A partir dos questionamentos e da problematização do objeto do estudo, construímos
os objetivos investigativos que direcionaram o olhar para o campo empírico, do qual
emergiram, processualmente, as categorias teóricas, de acordo com o Método da Teoria
Fundamentada – metodologia explicada a seguir.
Nesta perspectiva, a pesquisa tem como objetivo geral investigar a atuação
1
De acordo com os estudos de Severo (2015), constatamos que as produções científicas de tais instituições no
mapeamento apresentam no Projeto Curricular do Curso de Pedagogia alguns componentes curriculares na área
de Educação Não Escolar que, possivelmente contribuíram, como: Pedagogia Empresarial, Pedagogia
Organizacional, Educação em espaços não formais, entre outras.
23
durante a investigação.”
Quando um processo de pesquisa segue o modelo linear parte-se do conhecimento
teórico, hipótese, operacionalização, amostragem, coleta, interpretação, e por fim, a validação;
porém, quando esse método orienta-se pela Teoria Fundamentada, a pesquisa contrapõe-se a
linearidade guiada pela teoria, para dá prioridade aos dados e ao campo em estudo sobre as
suposições teóricas. Para Flick (2009, p. 96) as teorias não se aplicam aos participantes que
estão sendo investigados, “mas sim as descobertas e formuladas no trabalho com o campo e
com os dados empíricos ali encontrados.”
O emprego da circularidade no processo da pesquisa qualitativa, característico da
Teoria Fundamentada, demonstra que o(a) pesquisador(a) é obrigado(a) a refletir
permanentemente “sobre todo o processo de pesquisa e sobre as etapas específicas à luz das
outras etapas” (FLICK, 2009, p. 98), a qual consiste em suposições preliminares,
comparações constantes durante a coleta, interpretação dos casos, extraindo amostragens para
gerar uma teoria.
Quanto ao enfoque, a pesquisa baseia-se em um estudo exploratório de campo. Esse
tipo de pesquisa “é realizada em áreas nas quais há pouco conhecimento acumulado e
sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, poderão
surgir durante ou ao final da pesquisa” (VERGARA, 2009, p. 42). Como a Pedagogia
Organizacional, ainda é um campo que não tem uma evidência tão significativa nos espaços
organizacionais, se faz necessário explorar e coletar novos dados que, possivelmente possam
ampliar as discussões desse tema nos espaços formativos, partindo das questões norteadoras
supracitadas. Portanto, a escolha pelo método da Teoria Fundamentada possibilita produzir
teorias ou descrições bem fundamentadas de um campo em construção emergente.
dados. É uma metodologia que tem como princípio básico desenvolver esquemas conceituais,
analisando indutivamente os dados. Tecer uma teoria, usando essa perspectiva, permite-se
compreender “um conjunto de categorias bem desenvolvidas (ex: temas, conceitos) que são
sistematicamente interrelacionadas através de declarações de relação para formar uma
estrutura teórica que explique alguns fenômenos relevantes” (STRAUSS; CORBIN, 2008,
p.35). O tipo de teoria produzida por essa abordagem metodológica, denomina-se de Teoria
Substantiva, porque explica melhor as áreas específicas da pesquisa empírica a partir dos
dados coletados do contexto social, ao invés das teorias formais.
Esse método permite estudar as experiências e os eventos empíricos, seguindo as
possíveis intuições e ideias analíticas potenciais sobre os dados, bem como, possibilita
explorar em detalhes os dados, para depois, apresentar uma teoria, e ajudar o(a)
pesquisador(a) a permanecer envolvido(a) antes, durante e até a culminância da pesquisa. De
acordo com os estudos de Charmaz (2009), as abordagens da Teoria Fundamentada consiste
nas seguintes características:
a) Oferecem uma vantagem analítica para o trabalho;
b) Oferecem indícios que possam determinar descrições inquestionáveis ou análises
reveladoras;
c) Favorecem a percepção dos dados sob uma nova perspectiva e a exploração das
ideias sobre os dados por meio de uma redação analítica já na fase inicial;
d) Conduzem, controlam e organizam a coleta de dados, e ainda, possibilita a
construção de uma análise original dos seus dados;
e) Baseiam-se em histórias etnográficas, narrativas biográficas ou análises
qualitativas de entrevistas;
f) Baseiam-se em diretrizes sistemáticas, ainda que flexíveis, para coletar e analisar
os dados, visando à construção de teorias fundamentadas nos próprios dados.
Essa metodologia descreve diretrizes flexíveis que auxiliam nas etapas do processo da
exploração dos dados subjetivos, através de uma sistematização, como uma espécie de
caminho metodológico, buscando os indícios na análise da coleta e produção dos dados. Essas
diretrizes proporcionam um conjunto de princípios gerais e dispositivos heurísticos, em vez de
regras pré-estabelecidas. Por esse motivo, Charmaz (2009, p. 24) define os métodos da Teoria
Fundamentada como “um conjunto de princípios e práticas, e não como partes ou prescrições
prontas”. Em síntese, o método da Teoria Fundamentada baseia-se em diretrizes flexíveis e
não em regras, receitas prontas e exigências metodológicas.
Como instrumento de dados dessa abordagem metodológica, Corbin (2016, p. 17,
26
O processo de codificação dos dados, de acordo com Charmaz (2009, p. 69) significa
“categorizar segmentos de dados comuns à denominação concisa que, simultaneamente,
resume e representa cada parte dos dados. Os seus códigos revelam a forma como você
seleciona, separa e classifica os dados para iniciar uma interpretação analítica sobre eles.”
Nota-se que o processo de codificação possibilita categorizar, separar, classificar e interpretar
os dados analiticamente, ou seja, não se trata de descrever os argumentos dos participantes, e
sim de explicar de maneira conceitual e abstrata os dados.
Os objetivos dos procedimentos de codificação, segundo Strauss e Corbin (1990) são:
a) Construir/gerar uma Teoria ao invés de verificá-la;
b) Prover aos(às) pesquisadores(as) ferramentas analíticas “rigorosas” para fazer
uma pesquisa de qualidade;
c) Auxiliar os(as) pesquisadores(as) a lidarem com os preconceitos e concepções
prévias ou que podem ser desenvolvidos durante o processo de pesquisa;
d) Prover uma fundamentação densa e desenvolver a sensibilidade e integração
necessárias à geração de uma teoria exploratória, rica e rigorosa, que se aproxime da
realidade que representa.
Esta etapa representa a estrutura analítica da Teoria Fundamentada, pois articula a
coleta de dados e o desenvolvimento de uma teoria emergente por meio de estratégias de
codificação. Os procedimentos de codificação são denominados de Codificação Aberta,
Codificação Axial e Codificação Seletiva, as quais representam formas diferentes de tratar os
dados, bem como, são etapas distintas e temporalmente separadas (STRAUSS; CORBIN,
29
1990).
A análise dos dados representa a fase central da Teoria Fundamentada. Para auxiliar
nessa etapa, utilizou-se o Software Atlas.Ti versão 8.0. “A sigla ‘Atlas’ [...] pode ser traduzida
por arquivo para tecnologia, o mundo e a linguagem cotidiana. A sigla ‘Ti’ significa text
interpretation ou interpretação de texto” (BANDEIRA-DE-MELLO, 2010, p. 439). A
ferramenta Atlas.ti é um suporte viável para o processo de codificação, organização e
armazenagem dos dados, nas interpretações e organização dos documentos e no
desenvolvimento da análise dos dados, possibilitando a construção de categorias, bem como, a
construção de diagramas e mapas mentais (LEITE, 2015; ALVES et al, 2017).
Os procedimentos de codificação Aberta, Axial e Seletiva, apresentados a seguir, têm
uma linearidade para contribuir com o entendimento da dinâmica e estrutura da Teoria
Fundamentada, haja vista que este referencial metodológico desenvolve-se de maneira
circular e com métodos e diretrizes flexíveis. Esquematicamente, apresenta-se cada uma das
etapas do processo de codificação.
com o mesmo nome, permitindo seu agrupamento no final da análise. Para isso, utilizou-se da
Técnica comparativa flip-flop, a qual o conceito “é virado pelo avesso ou de cabeça para baixo
para obter uma perspectiva diferente sobre o fato, objeto ou ação/interação” (STRAUSS;
CORBIN, 2008).
Após o processo de codificação inicial, busca-se o agrupamento dos códigos
semelhantes para formar as categorias que caracterizam o mesmo fenômeno observado,
gerando categorias iniciais. Uma vez formada a categoria, o(a)0 pesquisar(a) pode
“pensar sobre ela e (mais importante) desenvolvê-la em torno de suas propriedades e suas
dimensões e diferenciá-la, dividindo-a em subcategorias, ou seja, explicando quando, onde,
por que, como, etc., uma categoria tende a existir” (STRAUSS; CORBIN, 2008, p. 115). Em
síntese, apresenta-se um esquema do processo de codificação Aberta, a qual implica na
análise dos dados e criação de códigos e categorias.
Parte de análise dos dados = linha por linha /paragráfo por parágrafo
(Submissão de questionamentos e criação de memorando);
O objetivo dessa fase é reagrupar os dados que foram separados na codificação aberta,
buscando pontos em comum para relacionar as categorias às subcategorias para gerar
explicações mais completas e precisas sobre os fenômenos. Esse procedimento é chamado de
31
axial “porque ocorre em torno do eixo de uma categoria, associando categorias ao nível de
propriedades e dimensões” (STRAUSS; CORBIN, 2008). Sendo assim, os códigos e as
categorias abertas (criadas na codificação aberta) são novamente agrupados e comparados,
elaborando outras conexões entre as categorias para identificar e estruturar os conceitos.
Nesse processo de agrupamento, utilizando o Software Atlas.ti 8.0, o(a) pesquisador(a)
estabelece comparações entre os códigos e as subcategorias para identificar as semelhanças e
diferenças à luz de novos dados. A finalidade da codificação axial é selecionar e relacionar as
categorias de acordo com a questão da pesquisa.
Para ajudar nesta etapa, Strauss e Corbin (2008) apresentam o Modelo de Paradigma,
uma ferramenta analítica criada para facilitar integração dos conceitos no contexto que está
situado no processo. Ou seja, “como as associações entre as categorias podem ser muito sutis
ou implícitas, é útil ter um esquema que possa ser usado para classificar e organizar as
conexões emergentes” (STRAUSS; CORBIN, 2008, p. 127). Os códigos familiares que
servem de orientação para elaboração de outros códigos, os quais coadunam com os termos
utilizados no Modelo de Paradigma, como: condições de causas, fenômeno, contexto,
condições intermediárias, estratégias de ação/interação e consequências (GLAYSER, 1978;
STRAUSS; CORBIN, 1990).
Flick (2009) argumenta que, mesmo este paradigma de análise sendo simples e
genérico, esclarece potencialmente as relações entre qualquer um dos termos (citados) em que
o(a) pesquisador(a) se desloca continuamente entre o pensamento indutivo e o dedutivo.
Desse modo, assim que a integração entre os códigos e as subcategorias emergem,
formam-se outras categorias mais gerais. A nova categoria criada recebe um nome mais
abstrato que o código, podendo ser dimensionada como uma categoria conceitual. Segundo
Cassiani e Almeida (1999, p. 20) “a ideia é elaborar uma teoria conceitualmente densa, porém
com especificidades que a capacite a ser aplicada em momentos diferentes de um dado
fenômeno”. Para ilustrar, esquematiza-se esse processo de codificação axial de categorização
e criação de conceitos, como mostra na Figura 2.
32
subcategorias;
CATEGORIA CONCEITUAL.
Fonte: elaborado com base em Strauss e Corbin (2008).
utilização dos memorados, por ser uma técnica que auxilia na integração dos conceitos, apoia-
se no Software Atlas.ti 8.0 para ser feito o armazenamento, a organização e o procedimento de
análise.
O refinamento da teoria acontece a partir do momento em que se busca encontrar as
falhas nas categorias mal elaboradas, de modo a estabelecer uma restruturação com
amostragens teóricas adicionais. A validação teórica é acometida através da comparação com
interpretação dos dados brutos, concluindo quando atinge a saturação teórica (FLICK, 2009;
STRAUSS; CORBIN, 2008), conforme mostra-se no esquema da Figura 3.
Fonte: autor.
A frase utilizada na rede social Linkedin (página do pesquisador) obteve 237 (duzentas
35
e trinta e sete) visualizações, das quais, 05(cinco) pessoas gostaram, gerando apenas 02 (dois)
comentários. Através da postagem da Figura 4, foi possível recrutar 01 (uma) participante,
sendo iniciado, posteriormente, um bate-papo.
Para Flick (2009), uma pesquisa em rede virtual deve-se considerar as formas
sincrônica ou assicrônica. Sincrônica trata-se de uma entrevista on-line, a qual o(a)
pesquisador(a) entra em contato com o participante em uma sala de bate-papo (via WhatsApp
ou outra rede social), realizando trocas diretamente perguntas e respostas enquanto ambos
estão on-line, ou seja, existe sincronia de conexão. Já de forma assicrônica, ocorre quando um
está on-line e o outro off-line, e, mesmo assim, é estabelecido o envio de mensagens, para
posteriormente, ser respondido “ou não”, sem considerar uma estrutura, um padrão.
Importante destaque que, devido à baixa expressividade do alcance da postagem,
ampliou-se à pesquisa para a Região Nordeste, considerando o mesmo objetivo da pesquisa.
Passou-se a usar outros filtros na mesma rede social profissional, do tipo: “Pedagogo
empresarial em Natal”; “Pedagogo empresarial no Recife”; “Pedagogo Organizacional em
Salvador”, e assim por diante para os demais estados da Região Nordeste, inclusive,
expandindo a mesma estratégia da Figura 4 para as redes sociais facebook e instragram.
A pesquisa obteve um alcance de 32 (trinta e dois) contatos, resultando em um grupo
com 14 (quatorze) pessoas que, via rede social Linkedin, whatsApp e e-mail, aceitaram
participar da pesquisa, conforme encontram-se estruturados no próximo subtópico.
Após o recrutamento dos(as) participantes, optou-se pelo uso de um questionário
estruturado no segundo momento de coleta, por ser um instrumento que possibilita acessar os
dados dos sujeitos da pesquisa que estão locados em outros estados da Região Nordeste. A
utilização do questionário, segundo Gil (2008, p. 121) pode “traduzir os objetivos da pesquisa
em questões específicas” e por ser considerado um dos instrumentos da Teoria Fundamentada.
O questionário da pesquisa foi organizado com questões objetivas e subjetivas, buscando
extrair as opiniões do grupo de participantes, ordenado pelos eixos analíticos (dos objetivos
específicos) condição profissional, concepção de aprendizagem, práticas pedagógicas e
saberes e habilidades.
A elaboração do questionário foi conduzida de acordo com objeto da pesquisa,
apresentando uma linguagem clara e coesa para não confundir o(a) participante no momento
do registro das respostas. O instrumento foi organizado em 02 (dois) blocos: I Bloco – Perfil
Sócio ocupacional e o II Bloco – Identificação Profissional e aprendizagem, contendo um
total de 22 (vinte e duas) questões entre objetivas e subjetivas, conforme observa-se no
apêndice A. A aplicação dos questionário com os(as) participantes foi realizada tanto por e-
36
mail quanto presencialmente, e, também foi estabelecido outros contatos através do aplicativo
de mensagens WhatsApp, redes sociais linkedin, Facebook e Instagram, ou ainda por ligação
(quando necessária).
material para fins acadêmicos. Essa adaptação no consentimento dos/às informantes foi
necessária para se adequar ao referencial metodológico da pesquisa” (FÉLIX, 2012, p.145).
Ou seja, a partir da estratégia da autora, o(a) participante desse estudo tivesse acesso ao
objetivo da pesquisa.
Assim que os(as) participantes da pesquisa foram selecionados(a), organizou-se na
Tabela 2, o quantitativo dos(as) pedagogos(as) selecionados(as) por estado da Região
Nordeste, especificando as funções. Outros detalhes da caracterização de cada participante do
estudo estão descritos no capítulo III, incluindo a idade, localidade, instituição que concluiu o
curso de Pedagogia e se tem especialização relacionado com o campo de atuação.
Tabela 2 – Quantitativo de pedagogos(as) selecionados(as) por função nos estados da Região Nordeste
ESTADOS (NE) QUANTIDADE FUNÇÃO
Alagoas 01 Consultora institucional
Instrutora de desenvolvimento comportamental
Bahia 02
e Analista Técnico
Ceará 01 Pedagogo
Piauí 01 Instrutor
Rio Grande do Norte 01 Analista de Gestão
Sergipe 01 Pedagogo
14 (quatorze) 14 (quatorze)
TOTAL
Participantes Funções
Fonte: autor.
CAPÍTULO II
PEDAGOGIA E PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL
Pedagogia, prática pedagógica e Educação Não Escolar para dar início às pistas da reflexão
sobre a Pedagogia Organizacional.
características mais gerais que reforçam os sentidos da ENE, como campo de prática
pedagógica:
a) É uma categoria contextual que incorpora práticas pedagógicas fundadas pela
práxis da Pedagogia;
b) Reúne uma variedade de práticas emergentes da sociedade contemporânea;
c) Atendem as demandas externas à escola em relação às intercorrências dos fatores
sociais, políticos, econômicos, culturais, ambientais e tecnológicos conforme se
processa a globalização na contemporaneidade;
d) Compreende a formação humana com base no conjunto variações e significados
que atingem o processo de ensino e aprendizagem presente no tempo e espaço
distinto à escola;
e) Não se opõe a escola, mas pode estabelecer interconexões de colaboração,
complementariedade, associação e suporte.
Em síntese, as características apontadas sobre a ENE no âmbito da sociedade
pedagógica correspondem à necessidade pelo desenvolvimento humano decorrente das
alternativas de aprendizagens nos diversos espaços organizacionais na contemporaneidade, de
modo que a práxis da Pedagogia embase a dinâmica da educação não escolar. A seguir,
apresenta-se a Figura 5, esquematizando essa alternativa formativa distinta ao tipo de
educação escolar.
Interfaces educativas
que despertam o desejo
SOCIEDADE e necessidade pelo
PEDAGÓGICA ensino e aprendizagem
ao longo da vida
REAPROXIMAÇÃO – A
Educação-trabalho
formação do ser implicada na
qualificação geral (pela escola)
e específica (na empresa ou na
escola profissional). Mudanças
sociais
Fonte: elaborado com base em Saviani (2007).
uma dupla identidade entre educação e trabalho, cada um(a) promovendo suas finalidades na
sociedade. Segundo Saviani (2007), a educação deu origem à escola, mas, como um espaço
institucionalizado destinado à classe dominante, conforme “[...] foi-se depurando,
complexificando, alargando-se até atingir, na contemporaneidade [...], convertendo-se em
parâmetro e referência para aferir todas as demais formas de educação”, a escola teve o papel
de promover e reforçar o conhecimento dominante (elite) sobre os(as) dominados(as).
No terceiro momento da formação do ser, observa-se a reaproximação do vínculo entre
educação-trabalho. A escola se constituía como uma ponte de ligação com o processo
produtivo, ao seguir as determinações das novas exigências do modo de produção capitalista,
objetivando suprir as necessidades do consumo e não assumindo a mesma função de outrora,
em atender as necessidades humanas.
Assim, o papel da escola consistia em formar as qualificações gerais esperadas pelo
contexto da indústria moderna frente à dominação econômica. Tudo isso porque a Revolução
Industrial fomentou uma transformção educacional, colocando a máquina no centro do
processo produtivo e o espaço escolar como um instrumento viável de acesso a classe
dominante. Ou seja, “essa nova forma de produção da existência humana determinou a
reorganização das relações sociais” (SAVIANI, 2007, p. 159), de modo que a relação
educação e trabalho (re)estrutura-se perante a formação do homem e os movimentos da
máquina (da esteira industrial), e com isso, a escola passaria a cumprir a sua finalidade em
instituir a “socialização dos indivíduos nas formas de convivências próprias da sociedade
moderna” da passagem do trabalho manual (artesanal) para o trabalho intelectual (técnico).
Contudo, caso a escola não cumprisse com os requisitos gerais (da técnica de execução
até o reparo da máquina) esperados no tocante à formação do(a) trabalhador(a), a própria
empresa passaria a preencher as lacunas com saberes específicos frente às necessidades do
processo produtivo, através de cursos profissionalizantes organizados dentro do espaço
empresarial ou por sistema de ensino, mas, seguindo o padrão escolar, de modo a existir a
divisão de escolas com formação geral e escolas profissionais (SAVIANI, 2007).
Chegando ao fim desse percurso, observa-se o encontro, desencontro e reencontro da
educação e trabalho explicitado por Saviani (2007), possibilitando refletir sobre a condição
complexa da formação profissional no modo de produção capitalista e, principalmente, sobre
a posição da escola no cenário contemporâneo. As novas configurações de formação humana
na sociedade têm oferecido novos sentidos e significados aos espaços não escolares e com
isso, a escola encontra-se acompanhada por outros dispositivos educativos que, pois, de
acordo com Severo (2019), a instituição escolar não é a única responsável pela formação do
52
ser, “visto que as possibilidades de ensinar e aprender que estão na base das dinâmicas sociais
contemporânea residem na articulação integradora de experiências formativas que se dão em
diversos tempos e espaços sociais” (SEVERO, 2019, p. 101).
Severo (2019) ressalta a ampliação da formação do ser para além da escola, dado que
os tempos mudaram (e estão mudando) e os espaços dimensionando-se de acordo com as
questões socioeconômicas, frente aos efeitos da “[...] da globalização, da modernidade
competitiva, de reestruturação produtiva e de reengenharia” (FRIGOTTO, 2001, p.72). Com
isso, diversas instituições não escolares estão investindo em práticas educativas e estratégias
de ensino e aprendizagem, especialmente, para atender às necessidades mercadológicas.
As mudanças nesse contexto vêm sendo acionadas pelo oportunismo político quando
apostam na educação como um benefício privado capaz de gerar resultados positivos na
formação do indivíduo para o setor produtivo, ou seja, a educação passou a ser vista como
peça fundamental para o desenvolvimento da sociedade capitalista (a qual já concebia outrora
a escola como sua reprodutora ideológica), pois, as práticas pedagógicas empregadas no
treinamento educam o(a) trabalhador(a) para competir, aprender para ganhar nos espaços
corporativo (LIMA, 2012; SEVERO, 2019), negando as variantes sociais e humanas dos
sujeitos.
Nesse limiar, a educação condicionada à dinâmica do setor produtivo, constitui na
mediação de práticas sociais, à medida que “subordina o trabalho, os bens da natureza, a
ciência e tecnologia como propriedade privada, valores de troca e a consequente alienação e
exclusão de milhões de seres humanos da vida digna ou de sua radical transformação”
(FRIGOTTO, 2001, p. 79).
Observa-se que a mediação das práticas educativas tem o objetivo de gerar um
resultado competente com o desenvolvimento econômico na sociedade, sendo capaz de
alienar e excluir da formação do indivíduo nas dimensões humanas e sociais para caminhar de
acordo com o ritmo capitalista. Nessa perspectiva, a educação subordinada aos ditames do
modo de produção, propõe-se a assumir algumas propostas que ora neutralizam o seu
potencial e ora tem dupla finalidade, conforme demonstram os estudos Lima (2012):
a) A educação é vista como salvadora dos ideais do capital, com orientação geral da
face adaptativa de desafios da economia, da inovação e da competitividade;
b) A educação desvaloriza-se e diminui a sua potencialidade crítica e
transformadora, compromissada com o aperfeiçoamento humano, o
aprofundamento da democracia, as demandas de justiça e de cidade ativa;
c) Espera-se da educação inserida nas vertentes da “economia do conhecimento” e
53
tecnológicas.
Adotando o período da industrialização como referência, é possível desvelar os rastros
que evidenciam a atuação da Pedagogia no âmbito do trabalho, de modo a construir uma
possível linha investigativa. Importante destacar que a Pedagogia Organizacional ou/e
Pedagogia Empresarial, a apesar de serem termos parecidos, não são sinônimos. Segundo
Costa, Lima e Marinho (2013), a Pedagogia Empresarial emerge dentro da Pedagogia
Organizacional, ligada ao fato de haver, pela primeira vez, na década de 80, um(a)
Pedagogo(a) atuando na empresa, dando suporte pedagógico as pessoas com baixa
escolaridade nas fábricas, ou seja, conforme o mercado de trabalho passava por
transformações industriais, exigia-se no processo de trabalho funcionários(as) com
conhecimento técnico para manusear as máquinas.
Com base nessa inserção, busca-se, agora, estudá-las dando ênfase a Pedagogia
Organizacional, concebendo-a como campo de práticas pedagógicas desenvolvidas nos
diversos espaços não escolares, como empresas (públicas e privadas), Ongs, editoras, meios
de comunicação, dentre outros. Ao compreender a Pedagogia como a ciência da Educação, a
expressão Pedagogia Empresarial pode ser entendida como um marcador histórico importante
dentro do campo de treinamento e desenvolvimento de atividades educativas, mas, que
teoricamente, precisa ser ampliado para corresponder melhor esse campo pedagógico, que não
se reduz ao ambiente empresarial. Dessa forma, a Pedagogia Organizacional se preocupa para
além do ambiente empresarial, tendo uma dimensão social e crítica das práticas educativas
dentro e fora da empresa.
Segundo Costa, Lima e Marinho (2013), as evidências da Pedagogia Organizacional se
tornaram mais visíveis no período na Pedagogia Tecnicista, nas décadas de 60 e 70, com os
efeitos da industrialização as empresas buscaram qualificar os(as) trabalhadores(as) através do
treinamento empresarial e no desenvolvimento de habilidades para atender seus objetivos.
Os objetivos e as práticas educativas das organizações no período das Pedagogias
Tradicional, Nova e Tecnicista seguiam os princípios da produtividade e lucratividade,
aspetos do capitalismo. Assim, desenvolviam uma aprendizagem instrumental, programada e
repetida, negando a natureza humana dos(as) funcionários(as) (LIMA; MARINHO, 2013).
Nesse caso, pretende-se explicitar o conceito de Pedagogia Organizacional para procurar
distinguir a ideia de adestramento que tinha o treinamento empresarial, no período da
Pedagogia Tecnicista, por meio de uma educação organizacional que fomente um processo de
aprendizagem contínuo, e não apenas para cumprir uma atividade específica.
A partir dos escritos de Lima, Marinho e Silva (2013) e Silva (2014), observa-se que o
56
2
Segundo Libâneo (2010, p 29 – 30) Pedagogia se trata de um campo de conhecimento sobre a problemática
educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa. [...].
É, então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação, isto é, do ato educativo, da
prática educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da
atividade humana.
3
Galbraith (1995, p. 70) organização é o agrupamento dos elementos (pessoas, ferramentas informação)
necessários para a contínua transformação dos insumos organizacionais em produtos e/ou serviços que
constituem a finalidade organizacional. Sobre este mesmo tema, o Dicionário Houaiss (2001, p. 2079) é o ato ou
efeito de organizar 1 composição, estrutura, inter-relacionamento regular das partes que constituem um ser vivo.
57
superar a dinâmica capitalista dentro dos espaços organizacionais para fomentar uma
construção pedagógica mais crítica como prevê a “Pedagogia na empresa”.
A Pedagogia, enquanto ciência da prática educativa, quando aplicada no âmbito
organizacional, tem a função de refletir sobre os processos de qualificação do(a)
trabalhador(a) que estão inseridos(as) naquele espaço, visando criticar, explicar e
compreender quais são as melhores alternativas de aprendizagem. Para Ribeiro (2007), a
Pedagogia no espaço organizacional trata dos referenciais, estratégias e metodologias que
possibilite uma melhor aprendizagem ou aquisição das informações e conhecimentos,
provocando mudanças no comportamento das pessoas.
Além disso, Pereira (2012) argumenta que a Pedagogia Organizacional diante das
demandas na empresa, tem elevado sua importância perante o seu potencial em transformar e
adaptar o(a) trabalhador(a) para o consenso ou para a emancipação. Para tanto, exige-se uma
formação profissional especializada na área, tendo como responsabilidade do curso de
Pedagogia. Claro que o sucesso de uma organização não depende apenas da formação dos(as)
pedagogos(as), uma vez que existem outros condicionantes dentro do sistema organizacional,
que não é objetivo deste trabalho adentrar. Porém, muitos(as) pedagogos(as) deixam de
ocupar esses espaços por falta de conhecimento e da importância do seu papel nos espaços
não escolares.
Assim, devido ao fato do construto Pedagogia Organizacional ainda ser um campo que
não tem uma evidência tão significativa nos espaços corporativos, se faz necessário, coletar
novos dados que possivelmente, podem ampliar os estudos nessa área, tanto no cenário
acadêmico quanto nos espaços não escolares.
Buscando assinalar algum significado da Pedagogia Organizacional, retoma-se o
levantamento das dissertações e Teses realizado nos bancos da CAPES e BDTD sobre a
Pedagogia Empresarial no Brasil, apresentando os 11 (onze) títulos das produções acadêmicas
encontradas, adotando-os como possíveis referenciais teóricos que possibilitam ampliar o
entendimento dessa Pedagogia para além de um mecanismo que se integra às exigências do
capital na empresa, conforme observam-se no quadro síntese a seguir.
Quadro 2 – Levantamento das dissertações e teses no Brasil que envolvem o tema sobre a Pedagogia
Empresarial (continua)
Nº ANO TÍTULO AUTOR TIPO
Treinamento e desenvolvimento em SOUZA, Mestrado acadêmico em
01 1988
empresa: uma opção para o pedagogo Daisy Guimarães de. educação – CAPES
Pedagogia empresarial de controle do
trabalho e saúde do trabalhador: o caso SCOPINHO, Rosimeire
02 1995 Mestrado acadêmico em
de uma usina- destilaria da Região de Aparecida.
educação – CAPES
Ribeirão Preto
58
Quadro 2 – Levantamento das dissertações e teses no Brasil que envolvem o tema sobre a Pedagogia
Empresarial (conclusão)
Pedagogia empresarial: que BOLDRIN, Mestrado acadêmico em
03 2000
conhecimento e espaços são estes? Leila Conceição Favaro. educação – CAPES
Pedagogo na empresa: possíveis
contribuições enquanto mediador do AZAMBUJA, Mestrado acadêmico em
04 2002
processo de autoprodução de seus Etiene Leandro educação – CAPES
integrantes
O Pedagogo na Empresa: Um novo LINDQUIST, Mestrado acadêmico em
05 2002 personagem nas novas formas de Roselene Nogueira educação
sociabilidade do Trabalho Militão. CAPES
Discurso pedagógico da empresa: um PELLEGRINI, Doutorado BDTD e
06 2010
estudo de manipulação de sentimento Rosivaldo. CAPES
Mestrado
O papel do pedagogo nas organizações LEITE,
Profissionalizante –
07 2012 empresariais: um estudo de caso Pedro Franz Oliveira.
CAPES
Pedagogos nos espaços corporativos de
MACHADO, Mestrado acadêmico em
educação: identidades profissionais em
08 2014 Monike Caroline Zirke. educação – CAPES
(re)definição
Pedagogia vai ao porão: a pedagogia
Mestrado acadêmico em
empresarial e empreendedora e o WOLF, Luciani.
09 2014 educação – CAPES
processo de naturalização do social
A presença da pedagogia e do PUCHALE, Mestrado acadêmico em
10 2016
pedagogo na empresa Sibele Mocellin. educação – BDTD
Experiências profissionais das
ANJOS, Mestrado acadêmico em
11 2018 pedagogas e pedagogos técnico-
Thaiana Machado dos. educação – CAPES
administrativos em educação no IFRS
Fonte: elaborado com base nos Bancos da CAPES e BDTD (2018).
4
Holtz - Pedagoga, pós-graduada em Orientação Educativa, é criadora do conceito de "Pedagogia Empresarial".
5
Ribeiro - Doutora em Educação. Especialista em Pedagogia Empresarial.
6
Abrantes - Doutor em Engenharia de Produção.
7
Lopes – Pedagoga. Psicopedagoga. Especialista em Pedagogia Empresarial. Criadora e coordenadora do ENPE
– Encontro Nacional de Pedagogia Empresarial.
59
estão vinculados nos ambientes fora da escola e, ainda, possibilita elencar quais são os
requisitos e os conhecimentos específicos previstos nos editais dos concursos públicos ou
processos seletivos privados, para o desenvolvimento das suas atividades nas áreas de Gestão
de Pessoas, Recursos Humanos e Educação Corporativa – três campos comuns no sistema
organizacional que permitem a proximidade e atuação desse(a) profissional.
A atuação do(a) pedagogo(a) no mundo corporativo tem como objetivo “proporcionar
projetos educacionais inovadores originados da reflexão do real (FREIRE FIGUEIREDO;
NETO, 2013, p. 71), bem como “analisar e otimizar processos de ensino-aprendizagem
relacionados com a aquisição e desenvolvimento de competências necessárias para o
adequado desempenho da atividade do trabalho” (FERNÁNDEZ-SALINERO; PICATOSTE,
2016, p. 561, tradução nossa). Percebe-se que a natureza desses objetivos corresponde em
elaborar projetos voltados para o processo de ensino-aprendizagem com pretensões de
mudança da realidade de forma educativa e pela aquisição e desenvolvimento de
competências, à medida que aplicam-se atividades pedagógicas.
De acordo com Brull, López e Gómez (1988, adptações nossa) existem 03 (três)
razões que orientam as atividades pedagógicas no mundo do trabalho na parte do campo
organizacional:
a) A Razão de tipo científico-epistemológica – formação permanente da pessoa no
ambiente não escolar. Com isso, o trabalho passa a ser compreendido com uma dinâmica
geradora dessa construção de saberes sociais e profissionais;
b) A Razão do tipo comparativa – em diferentes nichos organizacionais a condição da
atividade pedagógica tem se caracterizado de acordo com a funcionalidade e contribuição
téorica-metodológica do conceito de Pedagogia do/no trabalho por meio da sua abordagem
prática e investigativa.
c) A Razão do tipo profissional – consiste pela procura por profissionais com
conhecimentos específicos em relação ao crescimento do trabalho pedagógico e o
desenvolvimento de aprendizagens não escolarizadas, na finalidade de controlar e otimizar os
recursos humanos nas organizações.
Com base nestas três razões, observa-se que a atividade pedagógica no campo
organizacional interliga o saber científico da Pedagogia no trabalho por intermédio de
profissionais da área educativa, para desenvolver as diversas alternativas de aprendizagens no
contexto em prol da formação permanente do indivíduo, conforme busca promover “[...] uma
atividade intencional capaz de nortear os diversos caminhos que uma pessoa pode seguir, e
influenciá-las segundo as normas, comportamentos e valores que são aceitos e esperados pela
61
apresentavam tantos detalhes da vaga ou até mesmo em relação às atríbuições. Nesse caso,
visando extrair outros dados, direcionaram-se as buscas pelos sites das empresas para obter
mais detalhes dos editais, inclusive sobre a função do(a) Pedagogo(a).
Para este efeito, apresentam-se 03 quadros (na sequência: 3, 4 e 5) com alguns dos
elementos comuns dos editais encontrados, como: ano de publicação, empresa, cargo e carga
horária, requisitos específicos e conhecimentos específicos.
No quesito “conhecimentos específicos” realizou-se a divisão por conteúdo em 02
(dois) eixos: Conhecimentos Pedagógicos – CP e Conhecimentos Organizacionais – CO, com
o objetivo de quantificar os temas e subtemas que o(a) pedagogo(a) deve conhecer, antes, de
submeter-se a prova de cada concurso. O crítério de separação títulos foi através de uma
leitura, analisando a proximidade da temática com as áreas de Pedagogia e Administração.
a) Quadro 3 – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT/CORREIOS/2011
b) Quadro 4 – Companhia Brasileira de Trens Urbanos – CBTU;
c) Quadro 5 – Empresa de Serviços Hospitalares EBSERH – Área Assistencial
(conforme estão organizados os editais por área de atuação).
No Quadro 3, mostra-se um recorte do Edital da Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos – CORREIOS (podendo ser encontrado na integra através do site da empresa),
nível Brasil, no ano de 2011. Com vagas ofertadas em ensino superior e carreiras específicas,
dentre as quais, destinam-se para pedagogos(as) nos estados de Brasília, Porto Alegre e
Pernambuco. Em consonância com o objeto desta pesquisa, encontra-se apenas 01 (uma) vaga
para a Diretoria Regional do Pernambuco, na cidade do Recife, de modo que “os aprovados
contratados estarão subordinados à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)” (BRASIL,
2011).
As atribuições apontadas nesse no edital têm suas características voltada para os(as)
demais profissionais na condição de Analista dos Correios, porém, cada um(a) deve
desenvolvê-las com base nos conhecimentos específicos de cada formação superior, buscando
propor processos de melhorias organizacionais, assessoramento e conhecimento técnico,
elaboração de documentos, acompanhamento e execução de projetos, entre outras. Estas
informações, correlacionam-se com os 05 (cinco) campos que podem ser atribuídos a atuação
do(a) pedagogo(a) na empresa: atividades pedagógicas, técnicas, sociais, burocráticas e
administrativas (PASCOAL, 2007).
Nesse sentido, quando as atribuições transitam em meio aos conhecimentos
específicos do(a) pedagogo(a) presente no edital, nota-se que dos 16 (dezesseis) temas e
subtemas: 08(oito) estabelecem proximidades com a formação geral em Pedagogia e 08 (oito)
com o âmbito organizacional (BRASIL, 2011). Esses temas foram sistematizados em dois
eixos, incluindo seus respectivos temas e subtemas:
a) Conhecimentos Pedagógicos: 1 – Didática da educação 2 – Didática
Organizacional; 3 – Metodologia de ensino; 4 – História da educação; 5 – Psicologia do
desenvolvimento e da Aprendizagem; 6 – Gestão da sala de aula; 7 – Tecnologia da
informação e educação; 8 – Projeto político e Pedagógico; 9 – Ética educacional; e 10 –
Educação nas orgnizações.
64
As vagas ofertadas para o(a) pedagogo(a) atuar na CBTU destinam-se para a função de
Analista de Gestão, com 44 horas semanais, levando em consideração as atribuições gerais
ligadas para todas as áreas, como
Nas atribuições acima, o(a) pedagogo(a) no âmbito da CBTU tem como incumbência
promover em suas atividades pedagógicas, a melhoria dos processos de gestão, planejar e
elaborar alternativas de soluções e desenvolvimento de projetos, ministrar programas de
treinamento com práticas conforme suas especificidades formativas, integrar as demais
equipes da empresa, entre outras, em conjunto os demais cargos. Dentro dessa organização,
o(a) profissional em Pedagogia atua no setor de Recursos Humanos – RH, desenvolvendo os
seguintes objetivos (BRASIL, 2014):
Nessa perspectiva, o(a) pedagogo(a) que deseja atuar em um espaço que se atrela a um
conjunto saberes específicos do campo organizacional, precisa buscar referências que
contribuam para entender específicidades da sua área de atuação e a operar sobre elas. Por
exemplo, a Pedagogia Empresarial é uma especialização da graduação em Pedagogia, com
componentes curriculares que, possivelmente, podem direcionar as propostas da área
organizacional. Segundo Ribeiro (2007), é uma formação mais efetiva, ou seja, discute as
peculiaridades do âmbito organizacional, como: didática aplicada ao treinamento, jogos e
simulações empresariais, gestão do conhecimento, ética e comportamento humano
organizacional, avalição de desempenho, cultura e mudança, educação e dinâmica de grupos.
No Quadro 5, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH, ao lançar um
edital, propõe a contratação de pessoal para 03 (três) áreas: Assistencial, Administrativa e
Médica tanto em nível Nacional quanto estadual (de acordo com a necessidade do local),
assistido pela lei de nº 12.550/2011. De acordo com os editais analisados da EBSERH e o
Portal de Transparência da mesma, existem atualmente, 42 (quarenta e dois) pedagogos(as)
atuando, desse total, 08 (oito) são da área Administrativa e 34 (trinta e quatro) da Assistencial.
Os(as) pedagogos(as) da área administrativa estão locados(as) nas Unidades de
Desenvolvimento de Pessoas, Divisão de Pessoas e Serviço de capacitação e avaliação de
desempenho, nas filiais da EBSERH nos estados da Região Nordeste: Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e Maranhão, com exceção de Alagoas.
Gráfico 1 – Quantitativo dos níveis dos conhecimentos específicos exigidos pelos editais de concurso
públicas para a atuação do(a) pedagogo(a)
40
10 11
7 6
3
Conhecimentos Conhecimentos
pedagógicos organizacionais
Fonte: autor.
Fonte: autor.
71
CAPÍTULO III
PERCORRENDO OS CONTEXTOS DA PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL E AS
CONCEPÇÕES DE APRENDIZAGEM DE PEDAGOGOS(AS) NESSE ÂMBITO
Tabela 3 – do Perfil sócio ocupacional junto com outros dados do questionário, possibilitando
aproximar o(a) leitor(a) dos(as) participantes da pesquisa.
Buscando deixar a caracterização dos(as) participantes do estudo mais dinâmica,
utilizam-se 14 (quatorze) silhuetas, simbolizando a imagem do(a) pedagogo(a) e 09 (nove)
bandeiras dos estados da Região Nordeste: Paraíba – PB, Rio Grande do Norte – RN,
Pernambuco – PE, Maranhão – MA, Ceará – CE, Bahia – BA, Sergipe – SE, Alagoas – AL e
Piauí – PI.
Para auxiliar na identificação de cada pedagogo(a), foram utilizados códigos, por
exemplo, PedagogoPB1; PedagogoRN1, etc, preservando a identidade e o sigilo ético do(a)
profissional. A seguir, observa-se a sequência de 09 (nove) quadros (6 a 14), demonstrando: a
idade, a localidade, instituição que concluiu o curso de Pedagogia, se tem especialização
relacionado ao campo de atuação, e possivelmente, verificar se existe alguma relação entre
os(as) participantes. O processo de seleção dos(as) participantes da pesquisa podem ser
localizado nos Apêndices D e E.
No Quadro 6 encontra-se as pedagogas e o pedagogo do estado da Paraíba.
Quadro 6 – Caracterização das(o) pedagogas(o) organizacionais do estado da Paraíba
PARTICIPANTE 1 CARACTERIZAÇÃO
• Idade • 32 anos
• Cidade/estado • João Pessoa – PB
• Instituição que concluiu o • Universidade Federal da Paraíba – UFPB /
Curso de Pedagogia / Ano 2011
• Especialização relacionada • Gestão de Pessoas e Psicologia
PEDAGOGAPB1 ao trabalho que desenvolve Organizacional
PARTICIPANTE 2 CARACTERIZAÇÃO
• Idade • 31 anos
• Cidade/estado • João Pessoa – PB
• Instituição que concluiu o • Universidade Federal da Paraíba – UFPB /
Curso de Pedagogia / Ano 2017
• Especialização relacionada ao • Pedagogia Empresarial e Educação
PEDAGOGOPB2 trabalho que desenvolve Corporativa
PARTICIPANTE 3 CARACTERIZAÇÃO
• Idade • 43 anos
• Cidade/estado • João Pessoa – PB
• Instituição que concluiu o • UFPB, Campus II – Campina Grande /
Curso de Pedagogia / Ano 2001
• Especialização relacionada ao
PEDAGOGAPB3 • Não realizada
trabalho que desenvolve
PARTICIPANTE 4 CARACTERIZAÇÃO
• Idade • 34 anos
• Cidade/estado • João Pessoa – PB
• Instituição que concluiu o • Universidade Estadual Vale do Acaraú –
Curso de Pedagogia / Ano UVA / 2010
• Especialização relacionada ao
PEDAGOGAPB4 • Não realizada
trabalho que desenvolve
Fonte: autor.
Nota: Imagens extraídas do google.
74
• Especialização relacionada
• Pedagogia Empresarial
ao trabalho que desenvolve
PEDAGOGAPE1
Fonte: autor.
Nota: Imagens extraídas do google.
da sala de aula, alunos, cadeiras e planos ensino, agora, desloca-se para um lugar marcado por
sistemas de produtividade, colaboradores(as), gestão de treinamento, desenvolvimento e
aprendizagem, todos característicos do ambiente organizacional.
Existem possibilidades do(a) pedagogo(a) desenvolver um trabalho fora da escola,
sobretudo, a condição profissional deste indivíduo passa despercebida por questões de falta de
conhecimento tanto da academia quanto da sociedade sobre o que eles(as) fazem, como
fazem, onde trabalham e o que desenvolvem. Investigar esses aspectos permite montar um
panorama do exercício laboral do(a) profissional de Pedagogia em outros campos.
Sistematizar a condição profissional dos(as) 14 (quatorze) pedagogos(as) possibilita
desenhar o percurso de como cada um(a) se insere e trabalha no espaço organizacional. Para
conhecer esse trajeto, segue o procedimento de codificação aberta da Teoria Fundamentada,
como parte da amostragem inicial dos dados preliminares decorrente do contexto de atuação
do(a) pedagogo(a), tendo como critérios: forma de ingresso e vínculo de trabalho, função, área
de atuação, atribuições no trabalho e a remuneração salarial. Este conjunto de indicadores
representa a condição profissional. Ou seja, trata-se de uma espécie de Raio-x daquele(a)
pedagogo(a) de como um(a) profissional de educação, inserido(a) no espaço organizacional
atua, e é identidicado(a).
A seguir, descreve-se cada código em conjunto com as especificadas de cada
pedagogo e pedagoga, simbolizando um panorama geral com as categorias inicias da condição
profissional de todos(as).
Nesse sentido, a ação laboral do(a) participante do estado do Maranhão estabelece uma
83
A partir dessa definição, observa-se que mesmo alguns(mas) participantes dos estados
da Região Nordeste não tendo em sua função a denominação direta como Pedagogo, todavia,
o requisito para ingressar na vaga ou exercer suas atividades laborais, principalmente para
concursos públicos, exigiam a formação em Pedagogia. No entanto, são pedagogos(as)
especialistas que contribuem com a formação profissional, coordenação pedagógica e
formação continuada nos ambientes corporativos.
Isto mostra, a diferenciação que existe entre os(às) pedagogos(as) que atuam em
escolas, vistos como Pedagogos lato sensu, os quais são incluídos os professores, e os
ocasionais, que dedicam parte do seu tempo com o desenvolvimento de atividades,
assimilação e reconstrução de saberes (LIBÂNEO, 2001). Por isso que, se faz necessário
conhecer a área de atuação dos(as) pedagogos(as) no campo organizacional para estreitar
ainda mais a condição profissional de cada participante em estudo.
Fonte: autor.
Quadro 15 – Listagem das atribuições dos(as) pedagogo(as) nos espaços organizacionais (continua)
PEDAGOGO(A) ATRIBUIÇÕES PONTUADAS PELO(A) PARTICIPANTE
1. Recrutamento e seleção;
2. Levantamento das necessidades de treinamento;
PedagogaPB1 3. Desenvolvimento das equipes;
4. Capacitação de liderança;
5. Endomarketing e comunicação interna;
6. Problemas de aprendizagem;
1. Treinamento na empresa voltava para RH;
2. Desenvolvimento de pessoas;
PedagogoPB2 3. Recrutamento e seleção;
4. Clima organizacional;
5. Capacitação de colaboradores;
6. A aprendizagem dentro da empresa.
1. Capacitações in company – internos e externos dos colaboradores;
PedagogaPB3 2.Gerenciar a Gestão de Desempenho por competências.
3. Gerenciar Plano de Cargos Carreira e Salários;
4. Gerenciar a Descentralização de Créditos, entre outros.
1. Gestão do Conhecimento;
PedagogaPB4 2. Promoção de Eventos que proporcionem saúde, bem estar, maior integração da equipe;
3. Identificação das necessidades de treinamento;
4. Desenvolvimento dos funcionários.
1. Fundamento da Estrutura da organização;
2. Principais aspectos do comportamento organizacional (conflitos, poder, liderança,
comunicação, motivação, técnicas denegociação);
3. Gestão estratégica de Recursos Humanos;
4. Aspectos do conteúdo e formas de abordagem para Educação Corporativa e trabalhos
de grupo;
5. Concepção e gerenciamento de projetos educativos em desenvolvimento, saúde,
PedagogaRN1
segurança, clima e desempenho;
6. O ambiente organizacional e as implicações para saúde física e mental
dostrabalhadores;
7. Teoria da aprendizagem e Andragogia;
8. Planejamento, acompanhamento, avaliação de treinamentos e demais processos
educacionais e educação à distância;
9.Ambiente virtual de aprendizagem e ética profissional.
1. Controle e organização de material didático para treinamento;
2. Apoio aos instrutores na disponibilidade de recursos necessários ao treinamento;
3. Elaboração de plano de ensino para desenvolvimento de um novo
treinamento;
4. Cadastro de treinamentos no banco de dados do sistema;
PedagogaPE1
5. Pesquisa, contato e contratação de fontes externas para ministração de treinamento;
6. Levantamento de Necessidades de Treinamento Programação Anual;
7. Gestão do Programa de Jovem Aprendiz;
8. Apoio nas comissões de Qualidade de Vida e Prevenção ao Uso de Alcool e Drogas;
PedagogoCE1 1. Acompanhamento dos treinamentos;
2. Desenvolvimentos dos empregados.
1. Trabalhamos com os novos empregados ao adentrarem na organização;
2. Elaboramos junto com as demais áreas o Plano de Educação Corporativo;
PedagogaMA1
3. Fazemos a disseminação e acompanhamento à realização desse plano
junto aos empregados;
4. Nossa equipe participa da elaboração e formatação de cursos corporativos;
87
Quadro 15 – Listagem das atribuições dos(as) pedagogo(as) nos espaços organizacionais (conclusão)
5. Realizamos contratação de cursos externos oferecidos no mercado que atende nossa
necessidade;
6. Realizamos parcerias com outras instituições públicas;
7. Prestamos consultorias junto às áreas;
8. Organizamos eventos internos na disseminação de temas relevantes.
1. Coordenação de Soluções Educacionais;
2. Ministrar treinamento profissional e Coorporativo;
PedagogoMA2
3. Divulgar (antes e pós-treinamento);
4. Operar sistemas internos de cadastro e geração de Soluções educacionais;
5. Emissão e análise de relatórios educacionais, entre outras.
1.Planejamento de cursos, materiais, recursos visuais, conforme o perfil e necessidades da
organização;
2.Ministrar cursos;
PedagogaBA1
3. Elaboração, aplicação e correção de avaliações;
4.Lancamentos de notas no sistema;
5. Envio de parecer técnicos às empresas;
1.Planeja, organiza, controla e assessora as organizções nas área de RH;
PedagogoBA2
2.Elabora projetos.
1.Atuar no desenvolvimento de pessoas e desenvolver programas de capacitação para as
diversas áreas da Instituição
2. Elaborar, coordenar e acompanhar a execução plano de desenvolvimento de
competências, estudos, trabalhos atinentes à realidade educacional/instrucional dos
PedagogaSE1
funcionários da instituição;
3. Atuar em atividades relativas à execução do plano de progressão funcional dos
funcionários;
4. Atuar no desenvolvimento de programas de qualidade de vida dos funcionários.
1. Atuar como facilitador de aprendizagem em seus vários papeis de atuação: instrutor
presencial, tutor, conteudista, mentor, moderador;
2. Atuar no desenho e atualização de soluções educacionais em todas suas fases de análise
e planejamento, desenvolvimento, implementação e avaliação;
3.Propor melhorias nos processos e programas de educação corporativa;
4. Capacitar e promover o desenvolvimento de facilitadores de aprendizagem
PedagogoPI1 5. Acompanhar, apoiar e orientar a atuação dos facilitadores de aprendizagem
6. Executar as metas relacionadas aos indicadores do plano anual de educação;
7. Interagir com outros órgãos e/ou equipes, promovendo o trabalho coletivo e prestando
consultoria educacional as demais áreas da empresa;
8. Atuar como agente do conhecimento, executando ações de disseminação do modelo e
das práticas de Gestão do Conhecimento;
9. Realizar viagens para desenvolvimento de capacitação de empregados ou participação
em treinamentos relacionados às atribuições desenvolvidas;
1.Recrutamento e seleção;
PedagogaAL1
2.Treinamento, desligamento e formação profssional.
TOTAL 74 Atribuições
Fonte: autor.
aplicada, ou seja, se vincula a saberes e fazeres que têm identidade fronteiriça, numa lógica
de interdisciplinaridade. Segundo Fazenda (2011), a interdisciplinariedade, além se de
caracterizar pelas trocas de especialistas e pelo grau de interação, só
[...] será possível pela participação progressiva num trabalho de equipe que
vivencie esses atributos e vá consolidando essa atitude. É necessário,
portanto, além de uma interação entre teoria e prática, que se estabeleça um
treino constante no trabalho interdisciplinar, pois, interdisciplinaridade não
se ensina, nem se aprende, apenas vive-se, exerce-se. Interdisciplinaridade
exige um engajamento pessoal de cada um. Todo indivíduo engajado nesse
processo será o aprendiz, mas, na medida em que familiarizar-se com as
técnicas e quesitos básicos, o criador de novas estruturas, novos conteúdos,
novos métodos, será motor de transformação (FAZENDA, 2011, p. 94).
educativo para tarefas de caráter mais administrativo. O domínio interdisciplinar dos saberes
parece consistir em um aporte para o desenvolvimento integrado de atribuições claramente
plurais e multidimensionais.
Após descrever as atribuições aponta-se algumas considerações sobre a remuneração
salarial dos(as) participantes da pesquisa.
R$5.325,00
R$4.010,00
PB1 PB2 PB3 PB4 RN1 PE1 MA1 MA2 CE1 PI1 AL1 SE1 BA1 BA2
Fonte: autor.
Destacar a comparação por senioridade é para mostra que devido a profissional ser
uma pedagoga que atuar no RH, ainda não é comum encontrar nessa área organizacional, a
denominação de “Pedagogo Analista em RH”, tendo em vista que a formação em Pedagogia
não prevê essa nomeclatura funcional.
Outro informativo importante no tocante a remunenção salarial do(a) pedagogo(a) vem
do site salário.com, exemplo:
Figura 10 – Raio-X da condição profissional dos(as) pedagogos(as) que atuam nos espaços
organizacionais na Região Nordeste.
14 PEDAGOGOS(AS) FORMA DE INGRESSO/VÍNCULO DE
TRABALHO
Concurso Público, CLT, Cooperado Autônomo e
ESPAÇOS ORGANIZACIONAIS Processo Seletivo Interno
CBTU, EBSERH, CORREIOS, SEST SENAT, ÁREA DE ATUAÇÃO
Empresas de Consultoria e Grupo Ser Educacional
RH, Divisão de Gestão de Pessoas Educação
Corporativa
- Aprender conjuntamente
- Aprender para executar (o agora)
- Treinamento (tradicional) e desenvolvimento (criativo)
- Novas formas de fazer a atividade
- Capacitação dos empregados
Estratégias de
aprendizagem
- Processo institucional que envolve e integra o colaborador
- Aprendizagem centrada no sujeito
- Interação social e coletiva
- Capacitação profissional
integrador do(a) colaborador(a), tornando-a sujeito ativo durante a ação educativa no trabalho.
A segunda perspectiva concentra-se no (auto)desenvolvimento de todos da
organização de forma contínua. Tal indício é traduzido pelo argumento da PedagogaMA1, o
qual provoca o pensamento para uma aprendizagem alicercada no campo cognitivista,
mostrando que “[...] todos precisam trilhar o caminho do autodesenvolvimento de forma
contínua para que a organização aprenda sempre”, ou seja, à medida que “aprendemos a
relação entre ideias e conceitos; aprendemos abstraindo de nossa experiência” (SOFFNER;
SILVA; MONOBE, 2008, p. 63). Por isso que, a visão da PedagogaMA1 faz sentido, porque
pressupõe a importância da continuidade do autodesenvolvimento de todos da organização,
principalmente quando tem a finalidade do aprender a aprender de forma ativa, “fluida e
abrangente” (PEDAGOGAAL1), agregando significado e sentido para a sua atuação no
trabalho.
Ainda na resposta da PedagogaMA1, é possível identificar o uso da palavra
“autodesenvolvimento”. Esse destaque desperta a curiosidade sobre o que esse vocábulo
representa. Tecer uma análise sobre o (auto)desenvolvimento, estudando o prefixo “auto”,
significa uma ação que estimula a forma de desenvolver por si mesmo, ou seja, ter autonomia
e a autogestão como uma característica do desenvolvimento individual na busca pelo
“aprender a aprender”, pois, segundo Bitencourt (2010, p. 34, grifo nosso)
“autodensolvimento é um processo autoiniciado de aprendizagem, cujos elementos-chave são
autoconsciência, reflexão e experimentação, e cujas dimensões são o desenvolvimento, a
pessoa vista no seu todo e a responsabilidade pessoal”
O indivíduo só se desenvolve por si mesmo a partir do momento em que a sua
transformação aconteça no processo educativo de forma contínua, de modo que o seu
autodesenvolvimento não seja um ato isolado e sim em conjunto, permitindo assim, ter a
liberdade para fazer as escolhas e de fazer opções durante aprendizado, pois, se a autonomia
do(a) trabalhador(a) for incentivada o pensamento crítico é estimulado com base da expressão
humana na organização (BITENCOURT, 2010). Sendo assim, a PedagogaMA1 denota que:
“[...] todos precisam trilhar o caminho do autodesenvolvimento de forma contínua para que a
organização aprenda sempre”, chamando a atenção para o aprender a aprender, dando margem
a importância da aprendizagem ao longo da vida.
É por esse caminho de aprendizagem que se processa a dimensão do desenvolvimento
no espaço corporativo, pois, para a PedagogaRN1 – “é a base de evolução dos colaboradores
para o melhor desenvolvimento de suas práticas para a evolução da organização”; já o
PedagogoCE1 argumenta que é – “[...] o desenvolvimento que explora mais o talento e
100
Ainda temos muito que avançar nesse sentido, pois muitas vezes o processo
de educação corporativa é visto como um tempo perdido por alguns diretores
e empregados. É uma questão de tempo e de cultura para essa percepção
começar a gerar resultados e ter uma maior aceitação. Temos o treinamento
como uma forma de aprendizagem mais tradicional, e o desenvolvimento
que explora mais o talento e a criatividade do colaborador. Com certeza, a
empresa que capacita os seus empregados conseguem melhores resultados
(PEDAGOGACE1).
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0, 2020.
Identifica-se que os códigos da Figura 11 são perspectivas fomativas que fazem parte
do roteiro das práticas dos(as) pedagogos(as) no espaço organizacional. A esquematização
desse processo foi conduzida pela codificação aberta, possibilidando agrupar os códigos
semelhantes do fenômeno observado, para, posteriormente, serem nomeadas as categorias
iniciais e o surgimento das subcategorias. Como pode ser observado no Quadro 19.
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0, 2020.
saber ser. Sendo assim, mesmo que cada pilar estruture uma particularidade do saber, não
significa que separam-nos da missão da promoção da aprendizagem ao longo vida, pois é um
“produto de uma dialética com várias dimensões” (DELORS, 1998, p. 107) que se alinham
para cumprir com o objetivo da trilha da aprendizagem.
Para ilustrar a trilha da aprendizagem com base nos Pilares da Educação, esquematiza-
se na Figura 14, os elementos condicionantes desse processo: o treinamento, o processo de
(auto)desenvolvimento e a aprendizagem construída.
Treinamento Aprendizagem
Trilha da aprendizagem construida
Aprender a
conhecer
Aprender a
fazer
Aprender a
viver junto
Processo de (auto)desenvolvimento
Aprender a
ser
Fonte: elaborado com base em Dolors (1998).
Fonte: autor.
Esse relato exemplifica um modelo de formulário padrão, com alguns dos elementos
importantes que compõe a matriz da capacitação do(a) colaborador(a) na organização. A
aplicabilidade dessa ficha representa um momento de avaliação do(a) trabalhador(a) após o
treinemanto ou curso realizado.
A fase da avaliação do processo de treinamento tem três funções: diagnóstica,
formativa e somativa (LEITE FREIRE, 2014). A diagnóstica faz o levantamento dos dados
antes do(a) trabalhador(a) iniciar o processo de ensino-aprendizagem; a formativa verifica-se
o nível de aprendizagem apreendida; e a somativa mensura-se o grau de entedimento do(a)
trabalhador(a) sobre os conteúdos estudados e práticas realizadas.
Como não foi possível acessar a ficha utilizada pela PedagogaPB1, utilizou-se de um
modelo encaminhado pela PedagogaPB3, intitulado de “Formulário de avaliação de curso”
(ANEXO C). Esse instrumento tem a função registrar e avaliar o nível da formação obtida por
meio de alguns indicadores conceituais: regular, bom, ótimo e excelente, com respectiva
pontuação de 1 a 4, diante dos 07 (sete) aspectos avaliativas: 1 – conteúdo/programa; 2 –
atuação do instrutor/palestrante; 3 – atuação dos participantes; 4 – infraestrutura e logística; 5
– pontos fortes e fracos dos cursos; 6 – expectativas ; e 7 – sugestões.
Importante destacar que esses aspectos variam de acordo com a necessidade de cada
112
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0, 2020.
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0, 2020.
um(a) analista especializado(a) capaz de conduzir as tarefas para se obter melhores resultados
pelo coletivo no trabalho (ABBEG et al, 2015). Sendo assim, o(a) pedagogo(a) por meio da
sua capacidades teorica-metodológica em desenvolver estratégias de ensino e aprendizagem
pode facilmente auxiliar nessa atividade.
A construção da aprendizagem praticada pelos participantes PedagogaMA1 e o
PedagogoPI1 presta-se à orientação educacional para os(as) gestores(as) no ambiente de
trabalho, à medida que são preparados(as) para realizar a condução do treinamento dos(as)
funcionários(as), conforme prestam a tutoria de cursos de educação à distância e diagnosticar
as necessidades do ambiente de trabalho, visto que a
seja, a prática educativa do(a) pedagogo(a) que atua na organização nas categorias de
orientação educacional, gestão de projetos de aprendizagem e disgnóstico de necessidades de
treinamento, deve seguir a composição do saber que produz sentido para aqueles(as) que estão
recebendo in(formação).
A última categoria Técnico-operacional revelada incialmente pelos 05 (cinco) códigos,
dão indícios de que o agir do(a) profissional em Pedagogia em espaços organizacionais,
vincula-se a oferecer suporte as práticas administrativas, como mostra na Figura 18.
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0, 2020.
Com base nas categorias e subcategorias elencadas no Quadro 21, compreende-se que
a promoção da aprendizagem desenvolvida pelas participantes a PedagogaMA1 e a
PedagogaPB4, estrutura-se em oferecer suporte as práticas administrativas e realizar uma
116
Fonte: autor.
Nota: Software Atlas.ti 8.0.
Buscando revelar os desafios enfrentados por cada pedagogo(a) no seu fazer cotidiano
da organização, utilizou-se novamente do software Atlas.Ti 8.0 e suas regras de apoio
qualitativo, para auxiliar no procedimento de codificação inicial de análise dos dados da
Teoria Fundamentada, conforme atenta-se para a construção dos códigos e o desvelamento
118
das categorias.
Após a análise dos dados dos 14 (quatorze) participantes foram identificados 35 (trinta
e cinco) códigos abertos, sendo subdivididos e agrupados em categorias iniciais. Organizados
pelo pesquisador, através do software Atlas.Ti 8.0, possibilitando sistematizar as informações
coletadas e, apresentá-las de formar criativa e dinâmica uma rede de códigos em conjunto
com seus respectivos respondentes. Como pode ser identificados nos Figuras 20, 21 e 22.
O primeiro desafio encarado pelos(as) pedagogos(as) organizacionais vincula-se nas
categorias: comprometimento do contexto organizacional com as demandas de formação e o
interesse do indivíduo sobre a aprendizagem, ambas formadas por meio de 15 (quinze)
códigos empíricos. Como pode ser observado na Figura 20.
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0.
“as organizações que realmente terão sucesso no futuro serão aquelas que descobrirem como
cultivar nas pessoas o comprometimento e a capacidade de aprender em todos os níveis da
organização”. É preciso comprometimento de ambos os lados sobre a importância do ato de
aprender dentro e fora da organização.
Outras questões que também interferem é o compromentimento dos demais gestores
com a área da educação, assinalado pelo PedagogoCE1 como – “o maior desafio é o
comprometimento das demais áreas com a área de educação, pois precisamos de
acompanhamento e feedback dos gestores, e, muitas vezes, isso não acontece” e a
“dificuldade de liberação de profissionais de suas escalas de trabalho”, apontada pela
PedagogaSE1.
A falta de compromisso das outras áreas com o setor da educação em que atua o
PedagogoCE1, segundo o seu relato, tem a ver com a desvalorização sobre os indicadores de
acompanhamento e feedback por parte dos gestores. Isso mostra que mesmo a educação
crescendo entre as empresas na função de capacitar os funcionários (KOWALCZUK;
VIEIRA, 2011), ainda é possível encontrar gestores(as) que não acreditam na finalidade da
educação no espaço corporativo e muito menos que o(a) profissional em Pedagogia, também
está apto para contribuir com a formação da empresa. Já em relação à liberação das escalas de
trabalho destacada pela PedagogaSE1, demonstra que a falta de inserção das demandas de
capacitação no roteiro das atividades laborais dos(as) funcionários(as) interfere no processo
formativo de cada um(a). Assim, o principal desafio é trabalhar a conscientização do ser
humano, como um indicador importante da educação dentro da cultura organizacional,
inclusive para ressaltar “[...] o valor e a importância da capacitação como processo
organizacional” (PEDAGOGASE1).
O segundo desafio encontra-se em duas categorias inicias: percepção da cultura
organizacional e transformação do ambiente de aprendizagem. Tais categorias foram geradas
através dos 11 (onze) códigos, conforme observam-se na Figura 21.
121
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0.
presente em quase 90% das organizações que tem Universidade Corporativa – UC, sendo esta
uma estratégia utilizada para otimizar os custos operacionais e inserir mais colaboradores,
inclusive, os Correios, o Grupo Ser Educacional e a EBSERH contam com a Universidade
Corporativa, auxiliando no processo de formação de maneira sistematizada e direcionada
nesses três espaços organizacionais.
Tal transformação tem deslocado as pessoas para aprender no ambiente virtual, sendo
que a indisciplina do indivíduo e a falta de confiança na modalidade em EAD têm provocado
à evasão no curso, podendo ser caracterizado pelo PedagogoPI1 como uma “dificuldade de
alguns no manuseio de recursos tecnológicos para realizar os cursos na modalidade a
distância.” Ou seja, são críticas que precisam ser melhor administradas pedagogicamente.
Percebe-se dessa proposta que
Compreende-se desse comentário que a organização não pode ficar ora promovendo,
ora inibindo a aprendizagem, pois é importante que cada espaço organizacional saiba
construir um ambiente de aprendizagem implicado na educação e participação do(a)
trabalhador(a). É fundamental que o contexto corporativo adote estratégias de educabilidade
no trabalho, pautado nos objetivos da prática pedagógica e educação permanente.
Para isso, primeiramente, espera-se que a organização possa superar a falta de
entendimento sobre a área de atuação do(a) pedagogo(a) organizacional, pois, segundo a
PedagogaPB4, “os desafios são desde o entendimento da própria empresa sobre a área de
atuação de um pedagogo organizacional até a operacionalização de algumas ações”. Essa
informação exemplifica ainda mais a categoria técnico-operacional, pois a falta de
compreensão sobre a atuação do(a) pedagogo(a) no espaço organizacional não pode ser
identificada como uma simples execução de atividades operativas sem sentido, trocando sua
capacitadade teórica-metodologica por mero preenchimento de ficha e ações fazias e distantes
da sua formação pedagógica e contribuição social.
A falta de compreensão sobre a atuação do(a) pedagogo(a) organizacional por parte da
organização em que atua a PedagogaPB4, confirma-se na pesquisa de Sánchez (2014, p. 94),
ao destacar que “[...] se preguntamos cuales son los profesionales adecuados para diseñar,
evaluar o gestionar la formación en su empresa el pedagogo sería nombrado timidamente
123
entre ellas.”
A constatação desse desafio mostra que o papel da PedagogaPB4 na promoção da
aprendizagem, primeiramente, está ligado ao trabalho pedagógico que precisa ser ampliado
nos espaços organizacionais como peça chave das suas atribuições. Sendo assim, o reflexo da
tímida presença dos(as) profissionais em Pedagogia no âmbito organizacional, como
encontram-se exemplificadas nesta pesquisa, permite (re)pensar os desafios e os possíveis
caminhos que precisam ser problematizados e desmistificados para o reconhecimento da
atuação de pedagogo(a).
O último desafio enfrentado divide-se em duas categorias iniciais: infraestrutura e
recurso financeiro. Essas duas categorias foram organizadas através de 09 (nove) códigos
empíricos extraídos dos relatos de 06 (seis) participantes, como encontram-se esquematizadas
na Figura 22.
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0.
têm tanto o papel de destaque. Os(as) profissionais do trabalho estão deixando de ser passivos
no processo social de apredizagem para se tornarem ativo na produção do seu conhecimento.
Constata-se que o recurso financeiro é um ponto que interfere na promoção da
aprendizagem, pois a redução de custo é um fator que mais os espaços organizacionais
buscam trabalhar no seu sistema organizacional. O investimento para o segmento educacional
corporativo só acontece em dentrimento de um retorno financeiro. Sobre isso, o PedagogoPB2
destaca como desafio
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0.
CAPITULO IV
SABERES E HABILIDADES DOS(AS) PEDAGOGOS(AS) PARA O
DESENVOLVIMENTO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS NOS ESPAÇOS
ORGANIZACIONAIS
Este capítulo discorre sobre práticas educativas, saberes e habilidades que fazem parte
das atividades dos(as) profissionais da Pedagogia inseridos(as) nos espaços organizacionais.
Os objetivos do capítulo encaminham-se, primeiramente, para desvelar as práticas educativas
que compõem os itinerários de trabalho dos(as) pedagogos(as) no âmbito organizacional,
para, em seguida, caracterizar os saberes e as habilidades que cada um(a) se apropria para
estruturar tais práticas.
Para sustentar esse processo investigativo, retoma-se os dados obtidos por meio do
questionário e as orientações metodológicas da Teoria Fundamentada, apoiado pelo software
Atlas.ti.8.0.
A partir do mapeamento das práticas educativas, pretende-se especificar os elementos
atribuidos na condição profissional dos(as) 14 (quatorze) pedagogos(as) locados no âmbito
organizacional (pontuado de forma panorâmica no capítulo III). Ou seja, propõe-se revelar o
desenvolvimento do processo educativo desses(as) participantes perante as variáveis
apontadas, que por sua vez justificam a escolha da sua abordagem metodológica ser de
natureza pedagógica ou administrativa, ou realizada de forma integral.
Em relação aos saberes e as habilidades utilizados pelos(as) participantes, busca-se
caracterizar como sistematizam, estruturam e executam em suas práticas educativas os saberes
advindos do âmbito da Pedagogia e os saberes específicos do espaço organizacional. Para esse
fim, levam-se em consideração os seguintes aspectos: o porquê do(a) pedagogo(a) optar atuar
no âmbito corporativo, se sente-se prepado(a) para execer sua função nesse ambiente e o que
cada um(a) entende sobre a Pedagogia Organizacional.
A seguir, discute-se sobre a natureza das práticas educativas dos(as) pedagogos(as)
nos ambientes corporativos.
Figura 24 – Codificação aberta dos dados da categoria prática educativa no espaço não escolar
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0, 2020.
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0, 20
(Figura 25), sintetiza as práticas educativas desenvolvidas em espaços não escolares por
intermédio de duas categorias: mediação didática da aprendizagem organizacional e criação e
gestão de ambientes de aprendizagem organizacional, em função da aprendizagem e formação
do(a) trabalhador(a).
Nesse limiar, as características que reforçam a construção dessa categoria conceitual,
ancoram-se na compreensão de Libâneo (2006) sobre as práticas educativas: a) um fenômeno
social e universal que possibilita a existência de vida na sociedade; b) promove os
conhecimentos e experiências culturais dos individuos, tornando-os(as) aptos(as) para atuar na
sociedade em função das necessidades econômicas, socias e políticas da coletividade; e c)
através da “parte integrante das relações sociais, das formas da organização social”
(LIBÂNEO, 2006, p. 20).
A articulação de tais categorias apresenta codificações que justificam a prática
educativa dos(as) pedagogos(as) para além do universo escolar, em consequência das
finalidades das práticas educativas serem processadas de forma universal e parte integrante
das relações sociais, como aponta Libâneo (2006). Desse modo, a categorização dessas duas
categorias pode sinalizar propriedades e dimensões que possivelmente sistematizam as
práticas educativas dentro dos espaços organizacionais, visto que, segundo Zabala (2008), é
preciso configurar as variáveis que configuram a natureza da prática educativa (conforme
foram listados os códigos e as categorias), pois
[...] eu não tenho um passo a passo não, porque a maioria desses setores hoje
em dia, né, contrata terceiros para aplicar um treinamento. Então, eu faço o
levantamento de necessidades, procuro um curso que meu diagnóstico
aponta, e na maioria das vezes eu contrato um terceirizado para aplicar os
treinamentos. Um ou outro (muito difícil) eu aplico, até porque eu tenho
várias demandas. E também assim, de uma escala bem menor: eu pego um
funcionário da empresa para ser instrutor. Na maioria das vezes o que você
faz quando está nesse setor? Você contrata a pessoa. Aí você tem que
verificar o material didático dela, o que ela quer fazer, para ver se a
possibilidade do pessoal que for assistir esse treinamento, de ter uma
aprendizagem significativa, e você vai gerenciar todo esse processo,
inclusive abrir o treinamento, ficar lá, representando a empresa, ver o lanche,
coffe break… Mas existem alguns treinamentos que eu aplico, mas é bem
mais específico (PEDAGOGOPB2).
Instrutor
(PedagogoPI1)
Pedagógico Administrativo
Treinamento Modalidade
Funcionário(a) Educação à distância
(EAD)
Autodesenvolvimento
9
In company, termo originário da língua inglesa, que significa “em companhia”, é um modelo de capacitação
voltado a empresas, realizado costumeiramente dentro delas, utilizando a sua própria estrutura para a
qualificação dos colaboradores (FIA, 2018).
139
Esse tipo de preparação ancora-se nas estratégias defenididas pelos autores Colom,
Sarramona e Vázquez (1994), de modo que o trabalho do formador, nesse caso, do instrutor
140
(LEITE FREIRE, 2014, p. 89). Além dessa estratégia de aprendizagem, existem outras
técnicas apontadas no estudo desse mesmo autor, como por exemplo: conferências e palestras,
estudos de casos, dramatizações, psicodrama, jogos, brainstorming (tempestades de ideias),
instrução programada, trenamento de sensibilidade e e-learning10.
No que tange aos recursos apresentados no Quadro 27, podem ser denominados como
recursos instrucionais, segundo os estudos de Leite Freire (2014). Para ampliar essa discussão,
ancora-se em Zabala (2008) sobre os materiais curriculares e outros recursos didáticos.
Segundo esse último autor, os materiais curriculares podem ser tipificados conforme o âmbito
de intervenção, sua intencionalidade ou função, conteúdos, ou ainda, como suporte.
No caso do treinamento ministrado pelo PedagogoPI1, aponhado na literatura de
Zabala (2008), identifica-se que o recurso utilizado pode ser do tipo de suporte, caracterizados
como recursos didáticos. Sendo assim, nota-se que mesmo Leite Freire (2014) e Zabala
(2008) denominando cada um seus recursos, ambos abordam em seus estudos os materiais,
como: projeção estética (slide, transparências), data-show, fichas (roteiro de entrevista, por
exemplo), aparelho de som, quadro de giz e quadro branco, flip-chart, multimídia, vídeo, etc.
Sendo assim, constata-se que os materias utilizados no treinamento tanto do PedagogoPI1
quanto do(a) participante PedagogaPB1e PedagogoPB2 representam recursos didáticos-
instrucionais em função do conteúdo-objetivo para as atividades formativas no espaço
organizacional.
Nesse setindo, a escolha e organização de uma metodologia faz toda a diferença para a
excecução do procedimento pedagógico-didático, pois, adaptando da fundamentação de
Libâneo (2006, p. 150), “o professor, ao dirigir e estimular o processo de ensino em função da
aprendizagem dos alunos utiliza intencionalmente um conjunto de ações, passos, condições
externas e procedimentos [...].” Mesmo não sendo uma pesquisa centrada nas figuras do
professor e do aluno, e ter o contexto da escola como espaço de formação, a citação de
Libâneo (2006) contribui para a compreensão de que: o(a) profissional da Pedagogia que
interage com o(a) trabalhador(a) durante uma atividade de treinamento no ambiente
organizacional, deve mediar um conjunto de ações educativas capaz de estimular o processo
de ensino e aprendizagem, enquanto adota uma visão pedagógica nos procedimentos
metodológicos das práticas educativas nesse contexto.
Em linhas gerias, verifica-se que a prática educativa que compõe o itinerário de
trabalho dos(a) participantes PedagogaPB1, PedagogoPB2 e PedagogoPI1 transita entre as
10
E-learning – “é realizado a distância por meio de internet, intranet, CD-ROM ou outra tecnologia –
geralmente ocorre on-line” (LEITE FREIRE, 2014, p. 90).
143
Figura 27 – Formando os códigos abertos da categoria conceitual saberes e habilidades: uma relação
transversal didática-pedagógica no campo organizacional
Fonte: autor.
Nota: software Atlas.ti 8.0.
145
Quadro 28 – Formação das categorias iniciais e subcategorias dos saberes e competências dos(as)
pedagogos(as) no desenvolvimento da prática educativa na organização (continua)
Códigos Categorias
ID Subcategorias
(Saberes e habilidades) iniciais
PedagogaPB4 Psicologia da educação
PedagogaPB3 Pensadores da educação
PedagogoBA2 Conhecimento teórico
PedagogaSE1 Conhecimento de teorias
Saberes das Ciências
PedagogaAL1 Linhas pedagógicas da Educação
PedagogaAL1 Neurociência da aprendizagem
PedagogaSE1 Taxonomia de aprendizagem
PedagogaAL1 Estilos de aprendizagem
PedagogoMA2 Saberes da andragogia
PedagogaMA1 Andragogia
PedagogaSE1 Andragogia
PedagogoPB2 Didática
Saberes
PedagogaPB1 Didática disciplinares da
PedagogoPI1 Os saberes e competências da didática educação e os
conhecimentos
PedagogaPB3 Metodologias e técnicas de ensino organizacionais
Conhecimento das diversas técnicas de
PedagogaSE1
ensino/aprendizagem Saberes da Didática
Conhecimento necessário para o
PedagogaBA1
desenvolvimento de habilidades
PedagogaBA1 Conhecer como o sujeito aprende
PedagogaPB1 Metodologia ativa
PedagogoPB2 Planejamento educacional
PedagogaPB1 Planejamento de sala de aula
PedagogoBA2 Gestão do planejamento
PedagogoCE1 Design instrucional
PedagogoCE1 Informática educativa
Saberes
PedagogoCE1 Conhecimento EAD organizacionais
PedagogoCE1 Conhecimentos organizacionais e corporativos
146
Quadro 28 – Formação das categorias iniciais e subcategorias dos saberes e competências dos(as)
pedagogos(as) no desenvolvimento da prática educativa na organização (conclusão)
PedagogoCE1 Produção de material didático
PedagogoPI1 Habilidades com elaboração de projetos
PedagogoCE1 Aplicação de aprendizagem lúdica Competência
Didática
PedagogaPB1 Trabalhar de forma lúdica
PedagogoBA2 Gestão analítica
PedagogoCE1 Tutoria
Competências
PedagogaRN1 Motivação específicas no
PedagogaAL1 Inteligência emocional campo
Competência
organizacional
PedagogaPB4 Relacionamento interpessoal Interrelacional
PedagogoCE1 Oratória
PedagogoBA2 Comunicação
PedagogaRN1 Atitudes de inovação
Competências de
PedagogaRN1 Pensamento crítico autogestão
PedagogaRN1 Criatividade
Fonte: elaborado com base em Strauss, Corbin (2008) e Charmaz (2009).
Esta categoria foi construída pela codificação axial – um procedimento que “examina
as relaçãos entre categorias que formam as proposições da teoria substativa” (BANDEIRA-
DE-MELLO; CUNHA 2010, p. 253). Ou seja, é o surgimento de uma categoria geral que
explica os dados uma área substantiva da realidade, nesse caso, sobre os saberes e as
147
Figura 28 – Formando a categoria conceitual saberes e habilidades: uma relação transversal didática-
pedagógica no campo organizacional
Saberes disciplinares
da educação e os Saberes das ciências da Educação
conhecimentos Saberes da Didática Saberes e
organizacionais Saberes Organizacionais habilidades: uma
relação transversal
didática-pedagógica
no campo
Competências Competência Didática organizacional
específicas no campo Competência interrelacional
organizacional Competências de autogestão
II – A busca por novos saberes específicos para compor o trabalho do(a) pedagogo(a)
em espaços organizacionais
No segundo grupo estão os(as) pedagogos(as) que também não se sentiram
preparados(as) profissionalmente para atuar fora da escola, porém, diferente da primeira
perspectiva, 06 (seis) participantes tiveram que buscar outros conhecimentos para compor
uma rede saberes entre pedagógicos e específicos, já que a formação em Pedagogia não tenha
fomentado uma construção teórico que atendesse às demandas do trabalho no âmbiente
organizacional. E por isso ressaltaram que:
Não. Eu tive que buscar uma especialização que me desse um novo termo,
algum sentido desse meio empresarial, algumas dicas desse meio empresarial
(PEDAGOGOPB2);
Não me senti totalmente preparada para atuação, tive que buscar outros
conhecimentos e cursos (PEDAGOGABA1);
Não planamente, até porque trata-se da formação inicial. Mas mesmo assim,
percebo que os componentes curriculares e as práticas docentes não
abordaram especificamente o trabalho do pedagogo em
organizações/empresas (PEDAGOGOPI1);
11
Livro 1 - Treinamento e desenvolvimento em recursos humanos: encenando e efetivando resultados. Capítulo I
– Educação profissional e processo de treinamento (FREIRE, 2014);
Livro 2 – DI 4.0: inovação na educação corporativa. Capítulo II – aprender e ensinar de modo inovador nas
organizações (FILATRO, 2019).
153
propagar essa dicotomia teórica e diferenciação didática. Sendo assim, as lacunas encontradas
no pensamento de Knowles sobre a teoria EA, prende-se ao fato da perspectiva do autor
permear apenas no campo psicológico, “sem levar em consideração os contextos sociais,
políticos, culturais, econômicos e histórias que influem no campo pedagógico” (BARROS,
2018, p. 7-8),
O reflexo desse debate demarca a importância dos saberes pedagógicos para a
formação do indivíduo, e revela ainda, a capacidade multidimensional do conhecimento da
Pedagogia, visto que os ambientes corporativos estão apostando nas expertizes de
pedagogos(as) para desenvolver a aprendizagem dos(as) adultos(as) trabalhadores(as),
consequentemente na práxis da Pedagogia (como prevê os editais dos concursos públicos ou
processo seletivo interno).
À medida que o conhecimento da Pedagogia tem-se incorporado no espaço
organizacional entre as àreas de educação corporativa, RH e gestão de pessoas, as
perspectivas das práticas educativas do(a) pedagogo(a) têm articulado processos de Mediação
didática da aprendizagem organizacional e Criação e gestão de ambientes de aprendizagem
organizacional frente aos arranjos formativos nesse contexto, e não diretamente ligado às
teorias da Andragogia, como foi identificado no tópico anterior (4.1.1). No entanto, considera-
se o viés teórico-metodológica da Pedagogia, como uma ciência capaz fundamentar a
educabilidade no trabalho, permitindo sistematizar a aprendizagem do(a) adulto(a) no
trabalho, de forma pedagógica, contínua e consciente. “Desse mesmo modo, penso ser
significativo destacar que não há Pedagogia somente na escola, mas em todo o contexto
social” (FERREIRA, 2010, p. 236).
No segundo grupo de saberes revelado nos registros dos(as) pedagogos(as) está os
saberes da didática. Os aspectos que compõem os saberes da didática estão representados pelo
campo metodológico, ou seja, tratam-se dos saberes que embasam metodologicamente as
ações educativas dos(as) pedagogo(as) no espaço oragnizacional. A discussão dos saberes da
didática a partir da visão de Severo (2019, p. 1), compreende-nos, “como elemento
estruturante da racionalidade do trabalho pedagógico, produz um campo de teoria e prática
sobre os aspectos metodológicos que formam a mediação formativa no qual orbitam
preocupações sobre tomadas de decisões.”
A partir das respostas dos 14 (quatorze) pedagogos(as), os saberes da didática
codificados foram organizados em duas dimensões: didática multidimensional e didática
instrumental, respeitando as semelhanças e finalidades metodológicas, visando assim,
identificar como está estruturado o saber da didática no campo organizacional.
154
dos(as) pedagogos(as) que atuam fora da escola, pois de acordo com Severo (2019), quando a
didática está implicada em espaços de ENE, ela é
diversos recursos cognitivos para enfrentar um tipo de situação”. Já Denilson Leite Freire
(2014) inspirado pela literatura de McLagan (1997), argumenta que competência está
relacionada à qualificação do indivíduo, “como conhecimentos, habilidades, atitudes e
comportamentos, e outros associados à atividade, à tarefa ou aos resultados pretendidos”
(LEITE FREIRE, 214, p. 137). Ambas as conotações demonstram que o termo competência
está associado à qualificação (nível de conhecimento) e habilidade do indivíduo no
enfretamento de determinadas situações.
Partindo para as específicidades de cada competência categorizada. A competência
didática corresponde ao grupo das primeiras habilidades complementares das práticas
educativas, formada pelo grupo de 06 (seis) participantes:
a) Produção de material didático (PEDAGOGOCE1);
b) Aplicação de aprendizagem lúdica (PEDAGOGOCE1; PEDAGOGAPB1);
c) Habilidades com elaboração de projetos (PEDAGOGOPI1);
d) Gestão analítica (PEDAGOGOBA2);
e) Tutoria (PEDAGOGOCE1).
De acordo com os estudos de Bunk (1994), os(as) profissionais que têm competências
didática (metodológicas) são
e) Comunicação (PEDAGOGOPB2).
Esse tipo de competência, segundo Bunk (1994, p. 10-11) corresponde “aquel que
sabe colaborar con otras personas de forma comnuicativa y construtiva, y muestra um
comportamento orientado al grupo y un entendimento interpersonal”. O comprometimento
social como eixo central dessa competência, revela que as práticas pedagógicos dos(as)
pedagogos(as) deve guiar-se pelas formas de comportamento individual e interpessoal do(a)
trabalhador(a). No individual deve-se verificar a “disposición al trabajo (motivação),
capacidad de adptación e capacidad de intervención”. Já no interpessoal a “disposición a la
cooperación, honradez, rectitud, altruismo e espiritu de equipo” (BUNK, 1994, p.10).
As competências de autogestão consitem no conjunto de habilidades interente a cada
indivíduo. Tais competências exemplicadas a partir da PedagogaRN1 como – “atitudes de
inovação, pensamento crítico e criatividade”, deduz que os(as) demais pedagogos(as) adotem
esses e outros tipos de comportamento nos espaços organizacionais, como: “ser líder, manter
bom relacionamento interpessoal, orientar-se para resultatos, ter iniciativa, ter faco no cliente,
ser criativo, apresentar visão sistêmica, saber negociar, ter atuação estratégica e capacidade de
decisão” (LEITE FREIRE, 2014, p. 143).
Em síntese, a apresentação dos saberes e competências categorizados a partir das
práticas educativas dos(as) pedagogos(as) no espaço organizacional reafirma o princípio da
transversalidade, admitida pela interrelação entre os conhecimentos pedagógicos e
organizacionais em função interdisciplinaridade nas atribuições realizadas nesse ambiente.
Além do mais, “só uma boa formação, fundamentação teórica, acompanhada de um bom
relacionamento interpessoal e espírito de liderança dará suporte ao pedagogo, para atuar nas
mais diversas instâncias da sociedade moderna” (JUNQUEIRA; TAVERES, 2009, p. 67).
Para tanto, que seja praticada pelos(as) pedagogos(as) uma Pedagogia Organizacional
capaz de desenvolver o processo de aprendizagem na organização com sentido pedagógico,
pois “o modelo pedagógico mobiliza um conjunto de métodos, procedimentos e noções que se
aplica a todos os graus e ciclos de ensino sob diferentes formas” (ROPÉ; TANGUY, 1997, p.
20). Mas o que será que os(as) pedagogos(as) entendem sobre Pedagogia Organizacional?
essas duas abordagens para descobrir qual a compreensão dos(as) pedagogos(as) sobre
Pedagogia Organizacional, partindo das experiências formativas (graduação em Pedagogia) e
laborais (no cotidiano corporativo).
Desenvolvendo a compreensão sobre a Pedagogia Organizacional a partir dos relatos
dos(as) 14 (quatorze) participantes, primeiramente, oberva-se que apenas a PedagogaBA1
descreve que tal expressão significa “atuar em espaços organizacionais com andragogia”. Por
mais que o saber andragógico tenha se enraizado em diferentes espaços sociais que trabalham
com EA, o conceito de Pedagogia Organizacional assegura uma noção pedagógica que vai
além de atuar em espaços organizacionais com Andragogia. Logo, se faz necessário
problematizar a percepção da PedagogaBA1, a partir da visão dos(as) demais participantes,
seguindo os protocolos metodológicos da Teoria Fundamentada, organizados inicialmente
por um conjunto de códigos abertos, como mostra no Quadro 29, por meio da microanálise
dos dados – uma atividade que contempla, especula e que apoia à codificação aberta e axial
(BANDEIRA-DE-MELLO, 2010).
Quadro 29 – Codificação aberta dos dados sobre o conceito de Pedagogia Organizacional (continua)
UNIDADE DE ANÁLISE CÓDIGO
“Olha, se eu for falar de literatura, muito, muito pouco coisa eu
achei... Cheguei a ler a quinta disciplina de Peter Senge, ele fala um 1. Articulação de saberes;
pouquinho sobre. Ele não fala da Pedagogia em si, mas ele traz 2. Aspectos da educação dentro da
alguns aspectos da educação dentro da organização [...]” organização;
(PEDAGOGAPB1).
“Com a Pedagogia, você pode trabalhar com várias vertentes, porque 3. Versatilidade da Pedagogia;
nossa sociedade está se educando. Eu percebo que é importante 4. Visão educativa;
porque ninguém tem essa visão Educativa [...] Então o que acontece, 5. Capacidade humana de aprender;
com o meu olhar, enquanto pedagogo, me ajuda muito na parte de 6. Sensibilidade pedagógica;
recrutamento e seleção, porque eu vou tirando pistas das pessoas e
vendo capacidade daquele ser humano de aprender”
(PEDAGOGOPB2).
“É uma pedagogia voltada para a mudança de atitude da organização, 7. Pedagogia voltada para mudança
com foco na melhoria dos serviços prestados e das relações de atitude, organização;
interpessoais internas e externas, seja entre colaborador - 8. Melhoria dos serviços e das
colaborador, colaborador – gestor, colaborador – relações interpessoais internas e
paciente/acompanhante e/ou gestor – paciente/acompanhante.” externas;
(PEDAGOGAPB3).
“É um ramo da Pedagogia que se direciona a espaços onde os
processos de educação social se desenvolvem sem a necessariamente 9. Pedagogia desenvolvida em
ser um espaço de educação formal” (PEDAGOGAPB4). espaços não escolares;
“Profissional apto a desenvolver processos organizacionais dentro da 10. Desenvolver os processos
visão de projetos pedagógicos” (PEDAGOGAAL1). organizacionais na visão de
projetos pedagógicos;
“Pedagogia organizacional como instrumento de educação 11. Instrumento de educação
empresarial surge para promover a reconstrução de conceitos básicos, empresarial;
como criatividade, espírito de equipe, trainamentos, desenvolvimento 12. Reconstrução dos conceitos do
e etc” (PEDAGOGOBA2). cotidiano corporativo;
“A Pedagogia Organizacional ou Corporativa tem a missão de 13. Qualificação dos colaboradores
qualificar os colaboradores das organizações a atingirem de forma das organizações;
eficiente, eficaz e efetiva os planos, metas e planejamentos
desenvolvidos pelas organizações.” (PEDAGOGOCE1)
161
Quadro 29 – Codificação aberta dos dados sobre o conceito de Pedagogia Organizacional (conclusão)
“Trata-se do processo de ensino e aprendizagem que contribui por 14. Processo de ensino e
meio de soluções educacionais, para que os empregados se aprendizagem;
desenvolvam ao nível desejado pela organização, e que com esse 15. Soluções educacionais;
desempenho possam contribuir para o alcance dos objetivos de 16. Transformar os objetivos
negócio da empresa. Isto é, que os ensinamentos da sala de aula, educacionais para atingir de
possam ter o fim último, ultrapassando os objetivos educacionais e forma prática os objetivos da
alcançando de forma prática os objetivos de negócio da organização” organização;
(PEDAGOGOMA2).
“A pedagogia organizacional trabalha esse processo de ensino e 17. Trabalha com processo de ensino
aprendizagem nas organizações, para disseminar seus conhecimentos e aprendizagem nas
técnicos e gerenciais, fortalecer sua cultura, gerando mais resultados organizações;
com entregas positivas, lucrativas de forma assertiva” 18. Disseminação dos conhecimentos
(PEDAGOGAMA1). técnicos e gerenciais;
19. Fortalecimento da cultural
organizacional;
“À criação de uma educação empresarial voltada para a 20. Educação empresarial voltada
aprendizagem contínua, com foco no trabalhador, através do para a aprendizagem continua;
compartilhamento de experiências e da promoção de atividades que 21. Aprimoramento da cultura
visem o aprimoramento da cultura organizacional sadia e organizacional;
aperfeiçoamento das competências individuais e organizacionais” 22. Aperfeiçoamento das
(PEDAGOGAPE1). competências individuais e
organizacioanis;
“O ramo da Ciência da Educação (Pedagogia) que trata dos processos 23. Ramo da ciência da educação que
educacionais (e dos elementos que o compõem) em organizações, trata dos processos educacionais
empresas e corporações.” (PEDAGOGOPI1) em organizações, empresas e
corporações;
“Atuação do pedagogo fora do ambiente escolar, ou seja, empresa, 24. Atuação do pedagogo fora da
hospital etc.” (PEDAGOGARN1). escola;
“É a pedagogia aplicada à realidade das instituições (empresas, 25. Pedagogia aplicada à realidade
organizações, etc.) no sentido de alinhar o desenvolvimento (os das empresas, organizações, etc;
conhecimentos, as habilidades e as atitudes dos funcionários) aos 26. Alinhamento do desenvolvimento
reais objetivos e metas da instituição a que eles pertencem” profissional aos reais objetivos e
(PEDAGOGASE1). metas da organização.
TOTAL 26 Códigos
Fonte: elaborado com base em Strauss, Corbin (2008) e Charmaz (2009).
Com o agrupamento dos códigos e das categorias criadas, encontra-se a categoria mais
abstrata e conceitual – Pedagogia Organizacional: um paradigma teórico-metodológico que
estuda os processos de aprendizagem nas organizações. Isto é, um campo de conhecimento
pedagógico que abarca os aspectos formativos que estão além do contexto educacional,
atravessado por mediações de ensino e aprendizagem fundamentadas em saberes das ciências
da educação, da didática e os organizacionais em função do autodesenvolvimento
profissional, humano e social do(a) trabalhador(a).
Portanto, que a Pedagogia Organizacional no contexto do trabalho fundamenta a
prática educativa do(a) pedagogo(a) em torno do processo de promoção da aprendizagem
do(a) adulto(a) trababalhador(a) como pressuposto pedagógico, e não convertida como um
mero objeto para o mercado (BARROS, 2018).
163
Este estudo trouxe uma discussão sobre as perspectivas da atuação profissional dos(as)
pedagogos(as) na promoção aprendizagem em espaços organizacionais na Região Nordeste.
Para tanto, buscamos conhecer além da condição profissional, as concepções de aprendizagem
e os saberes e as habilidades que compõem o desenvolvimento das práticas educativas em
ambientes organizacionais.
Ao se tecer considerações da pesquisa, destacamos que apriori todo esse processo foi
marcado por grandes aprendizagens, além dos desafios investigativos enfrentados,
principalmente porque a própria literatura da Pedagogia não abordar com profundidade
teórica-metodológica o trabalho dos(as) pedagogos(as) nos espaços organizacionais, ainda que
tenha ganhado visibilidade com as discussões da Educação Não Escolar.
A construção dessa dissertação foi conduzida por um processo de descoberta e
paciência, pois para compor o grupo dos(as) 14 (quatorze) pedagogos(as) que participam da
pesquisa, transitou-se pelas redes sociais, foi uma espécie de “caça ao tesouro”, literalmente.
Sendo realizado de forma online (nas formas síncronas e assíncrona) e presencial. A cada
convite aceito era motivo de felicidade e entusiamo para continuar pesquisando e explorando
a atuação do(a) pedagogo(a) que trabalha em âmbitos organizacionais (pública ou privada),
em vários lugares da Região Nordeste, seguindo as diretrizes flexíveis da Teoria
Fundamentada.
O método da Teoria Fundamentada permitiu circular com criatividade e objetividade
sobre o produção dos dados da pesquisa. Foram momentos de idas e vindas e trocas de
informações com o grupo de participantes (via e-mail ou whatsApp), objetivando
compreender ação humana por meio da produção de categorias relevantes e suas relações
existentes, através do procedimento de codificação aberta, axial e seletiva, para depois,
apresentar uma teoria substantiva a partir dos dados coletados das experiências e dos eventos
empíricos dos(as) pedagogos(as) que atuam nos espaços organizacionais, ao invés das teorias
formais.
As discussões realizadas no Capítulo II demonstraram que a Pedagogia tem
consubstanciado referenciais teórico-metodológicos nos diferentes tempos e espaços, de modo
sistemático e reflexivo sobre a diversidade das práticas educativas. No entanto, identificar a
Pedagogia com conhecimento pertinente apenas à escola e ao ensino de criança, representa
um pensamento simplista diante da sua abrangência, pois, apresenta-se como um campo de
conhecimento com linguagem própria e com especificidades epistemológicas capaz de
164
Pedagogia não promovem esse repertório formativo, como foi conferido pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia.
A construção da condição da profissional dos(as) pedagogos(os) destacou a
necessidade de tomar conhecimento das especificidades atribuidas a função do(a) pedagogo(a)
do saber-fazer do cotidiano da organização, principalmente para complementar/orientar as
pistas de como deve ser desenvolvido o treinamento e a promoção da aprendizagem na
organização.
Quando especificamos as práticas educativas no Capítulo IV, traduzido na categoria
conceitual prática educativa no espaço não escolar, demonstramos que os(as) pedagogos(as)
planejam e desenvolvem o processo educativa com base na mediação didática da
aprendizagem organizacional e na criação e gestão de ambientes de aprendizagem
organizacional para a formação do(a) trabalhador(a).
A partir das conexões ou associações das categorias, notas de análises (memorandos) e
esquemas gráficos apresentados no decorrer dos capítulos deste estudo, adotamos o
procedimento da codificação seletiva, o qual permite construir uma categoria central do
fenômeno investigado “a partir de uma lista de categorias existentes” (STRAUSS; CORBIN,
2008, p. 75), como mostra no Quadro 31. A categoria central encontrada foi nomeada de –
Pedagogia Organizacional: perspectiva pedagógica-didática na construção da aprendizagem
no ambiente de trabalho, que por sua vez, subsidia a explicação da teoria substantiva da
pesquisa.
Quadro 31 - Quadro síntese categorias das perspectivas da atuação profissional dos(as) pedagogos(as)
na promoção da aprendizagem em espaços organizacionais na Região Nordeste (continua)
CATEGORIA
FENÔMENO CATEGORIAS
CENTRAL
Aprendizagem na organização: concepção
ampla, pedagógica e estratégica para o
Aprendizagem na organização
(auto)desenvolvimento contínuo-
profissional.
Formativa
Metodologia de aprendizagem
Consultoria
desenvolvida
Tecnico-operacional
Comprometimento do contexto
organizacional com as demandas de
formação; Pedagogia Organizacional:
Perspectiva pedagógica-
Interesse do indivíduo sobre a
didática na construção da
aprendizagem;
Desafios enfrentados no aprendizagem no ambiente
Transformação do ambiente de
contexto de trabalho de trabalho.
aprendizagem (do presencial para o
virtual);
Percepção da cultura organizacional;
Infraestrutura;
Recurso financeiro.
166
Quadro 31 - Quadro síntese categorias das perspectivas da atuação profissional dos(as) pedagogos(as)
na promoção da aprendizagem em espaços organizacionais na Região Nordeste (conclusão)
Mediação didática da aprendizagem
organizacional;
Prática educativa desenvolvida
em ambientes organizacionais Criação e gestão de ambientes de
aprendizagem organizacional.
experiência educativas com crianças, visto que o saber da Andragogia tem se propagado como
a base teórica de como o adulto aprender. Sendo assim, é importante problematizar essa
última premissa dentro das organizações, afinal, a característica multidimensional da
Pedagogia a respalda como campo no qual se situa a reflexão sobre os fins e meios da
aprendizagem nas organizações, em contraposição à adoção da Andragogia pelo simples fato
de, etimologicamente, o radical “paidos” referir-se à criança.
A dinamicidade da sociedade pedagógica e as perspectivas profissionais dos(as)
pedagogos(as) registradas nessa pesquisa, têm demonstrado que o conhecimento da Pedagogia
na contemporaneide transcede a origem da etimologia da palavra Pedagogia. Atualmente, as
práticas educativas também se desdobram em educação de pessoas adultas no ambiente de
trabalho, e isso valida à autonomia e a importância da Pedagogia para diversas áreas de
formação.
Destarte, que a Pedagogia Organizacional implicada em espaços organizacionais,
materialize o sentido pedagógico nas atividades formativas de aprendizagem no trabalho, de
forma que tal ciência conduza com sensibilidade teórica as demandas de educação nas
organizações, para que o debate sobre Pedagogia Organizacional correlacione outras
problemáticas e representações no tocante a realidade da atuação do(a) pedagogo(a) fora da
escola, objetivando fortalecer as redes de conhecimento e de experiências de trabalho
desses(as) profissionais, para instituir a representatividade e o reconhecimento nos âmbitos
corporativos que atuam, sistematizadas nas ações de educação não escolar.
Sabemos que ainda existem muitos fenômenos sociais a serem investigados sobre a
Pedagogia Organizacional. No entanto, a partir da categoria central deste estudo, espera-se
que novos saltos investigativos de pesquisa sejam dados, sendo que agora para “dentro” dos
espaços organizacionais, objetivando sentir como as perspectivas pedagógica-didática
implicadas no construto da Pedagogia Organizacional têm sido processadas na formação da
aprendizagem do(a) trabalhador(a) no contexto de trabalho acerca da educação corporativa.
Portanto, que as discussões acerca da Pedagogia Organizacional forneçam elementos
teóricos-metodológicos necessários para a atuação profissional dos(as) pedagogos(as) que
buscam inserir-se em espaços organizacionias, nas áreas de educação corporativa, gestão de
pessoas ou recursos humanos; e que valide a importância do conhecimento da Pedagogia para
o processo de aprendizagem do indivíduo no ambiente de trabalho, buscando garantir que o
curso de Pedagogia supere as fronteiras imposta pela tradição que reduz à formação de
professores da educação básica, em função da representatividade social e profissional que o(a)
pedagogo(a) pode/deve assumir no mercado de trabalho em contextos não escolares.
169
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181
APÊNDICES
182
Caro(a) participante;
3.Nível de escolaridade:
( ) Técnico: ________________________ ( ) Mestrado: ______________________
( ) Superior Completo: _______________ ( ) Doutorado: ______________________
( ) Especialização: ___________________
( ) concurso
( ) CLT
( ) outros: __________________
Se a resposta acima for sim, nos informe qual o curso e a duração do mesmo?
12.Por quais motivos você considera que a função que desenvolve é importante para a
organização?
19.Você considera que o trabalho que desenvolve é de natureza pedagógica? ( ) Sim ( ) Não
21.Em sua opinião, como você analisa a relação entre educação e trabalho dentro da
sociedade capitalista?
22.Há alguma informação que você deseje nos disponibilizar que considere relevante para a
nossa pesquisa?
Prezado(a) Pedagogo(a),
CARTA DE APRESENTAÇÃO
LEGENDA
VERDE CONTATO ONLINE –C.ON
AZUL TURQUESA Contato presencial - entrevista realizada
VERMELHO CONTATO OFF-LINE – C.OF
ROSA CONTATO E-MAIL – C.E
AZUL CONTATO TELEFONE – C.T
AMARELO SEM CONTATO – S.C
LARANJA QUESTIONÁRIO RECEBIDO – QR
ROXO NÃO OBTIVE RETORNO – N.O.R
CINZA CLARO NÃO SELECIONADO – N.S
PARTICI 2018 MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN TOTAL
PANTES 365 31 30 31 31 30 31 30 31 31
1
PEDAGO 1 linkedin 3 linkedin 1 linkedin 164
S.C S.C S.C presencial
GAPB1 24.05.19 saudações saudação Dias
04.11.19
1
whatsApp
PEDAGO 04.11.19 3
GOPB2 1 Dias
Presencial
07.11.19
1 C.E
Envio do
PEDAGO questionár 2
GAPB3 io e TCLE Dias
16.01.
2020
PEDAGO 1 C.T 2 whatsApp - Questionário por e-mail 07.10 410
S.C S.C S.C S.C S.C
GAPB4 02.09.18 Entregue 17.10 Dias
1 C.T
09 .01.20
1 C.E -
Quest. e
PEDAGO 1 C.E TCLE 30
GA-PE1 17.12.19 1 C.E - Dias
Quest.
Respon.
17.01.202
0
1 linkedin 1 linkedin
3 linkedin
Informativ 1 linkedin
o da 14.12.19
PEDAGO 1 linkedin Aguardan
S.C S.C pesquisa S.C
GO-PE2 24.05.19 do
1 Envio
do
questionári
o e TCLE
PEDAGO 1 linkedin 1 linkedin Não obtive
GA-PE3 Saudações Saudações retorno
1 Envio do questionário
PEDAGO e TCLE no dia 1
GA-RN1 17.12.2019 e entrega Dia
no mesmo dia.
1 Linkedin
Não
PEDAGO Saudações
selecionad
GO-RN2 2 Linkedin / Informativo da pesquisa / Não selecionada, porque
o
não estava mais atuando no Espaço org.
Não
PEDAGO 1 Linkedin
obtive
GO-RN3 Saudações
retorno
2 2 1 1 E-email 1
PEDAGO 88
whathsAp whathsApp whathsAp Envio do Whathsap
GA-MA1 Dias
p Aceitação p - saber questionár p-
188
laborais do o e TCLE
participant
e.
Não
PEDAGO 1 linkedin
obtive
GO-AL Saudações
retorno
LEGENDA
VERDE CONTATO ONLINE –C.ON
AZUL TURQUESA Contato presencial - entrevista realizada
VERMELHO CONTATO OFF-LINE – C.OF
ROSA CONTATO E-MAIL – C.E
AZUL CONTATO TELEFONE – C.T
AMARELO SEM CONTATO – S.C
LARANJA QUESTIONÁRIO RECEBIDO – QR
ROXO NÃO OBTIVE RETORNO – N.O.R
CINZA CLARO NÃO SELECIONADO – N.S
APÊNDICE F: Mapa da condição profissional dos(as) pedagogos(as) em alguns espaços organizacionais da Região Nordeste
APÊNDICE G: Mapa da condição profissional dos(as) pedagogos(as) em alguns espaços organizacionais da Região Nordeste
Instrutora de
Função desenvolvimento Analista Técnico Instrutor Consultora institucional Pedagoga
comportamental
Polo de Educação da
Área de Treinamentos
Pedagogia Empresarial Universidade Setor Pessoal Gestão de Pessoas
Atuação corporativos
Corportativa
Atuar como facilitador de Atuar no desenvolvimento de
aprendizagem, Atuar no pessoas, desenvolver programas
Planejamento de curso, desenho e atualização de de capacitação para as áreas da
Planejamento,
materiais, recursos soluções educaionais em instituição, elaborar, coordenar e
organização, controle e Seleção, treinamento,
visuais, ministração de todas as fases de análise acompanhar plano de
Atribuições assessoramento das áreas desligamento e formação
cursos, elaboração, e planejamento, capacitar desenvolvimento de
de RH, programas e profissional
aplicação e correção de e promover o competências, estudos, trabalhos
projetos, etc.
avaliação, etc. denvolvimento de atinentes à realidade educacional
facilitadores de /instrucional dos funcionários da
aprendizagem, etc. instituição, etc.
Brasileira de Serviços
Empresa privada de cursos e
Tipo de instituição SEST SENT Empresa privada Empresa privada Hospitalares -
consultoria
de trabalho EBSERH
ANEXOS
194
Caro participante,
O presente instrumento tem por objetivo obter a avaliação do evento de capacitação que V. Sª
participou, permitindo, assim, mensurar a qualidade dos serviços prestados, em seus diferentes
aspectos, os resultados alcançados e o aperfeiçoamento dos próximos eventos.
Para tanto, solicitamos sua colaboração no sentido de responder integralmente o formulário,
sem necessidade de identificar-se, acrescentando comentário, sugestão ou crítica sempre que
julgar pertinente.
CURSO:
INSTRUTOR:
PERÍODO:
LOCAL:
CARGA HORÁRIA:
A seguir, indique sua opinião para cada item de acordo com a escala abaixo:
1. Conteúdo / Programa
1 2 3 4
a) adequação do conteúdo do programa
b) aplicabilidade do conteúdo à realidade profissional
c) Equilíbrio a teoria e a prática
d) Nível de obtenção de novos conhecimentos
Obrigado!
198