Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE ANATOMIA I
INÊS CARDOSO
2022/2023
Índice:
A sebenta parece enorme por causa da aula das articulações em que pus as fo-
tos todas do power point, mas não é assim tão grande. Em cada aula, no título, está es-
crito os números das páginas correspondentes da sebenta dos professores. Espero que
vos ajude!
1
AULA1: (P.5 a 20 e P. 32 a 43 da sebenta)
Lei da Homoplasia- certos órgãos que não têm qualquer relação anatómica
(seja homológica, homotípica ou outra) possuem natureza morfológica idên-
tica.
Exemplo: cornos caducos do alce macho, bico dos tucanos e de muitos colibris. A tromba e in-
cisivos superiores do elefante, certas formações muito dimensionadas da plumagem (cauda,
poupa, etc.) de variadas aves, etc.
LEIS DO CRESCIMENTO
Princípio da alometria- no decurso do desenvolvimento do organismo, o cres-
cimento das diferentes partes do corpo não é geralmente paralelo, pelo que as
dimensões relativas variam muito conforme a fase considerada.
Exemplo: índice crânio-encefálico no caso humano - os bebés têm um índice muito grande
comparativamente com o resto do corpo e, à medida que vão crescendo, a cabeça começa a
ocupar, numa ponto de vista morfométrico, uma área cada vez menor.
2
Nestas leis do crescimento podemos dizer que há estruturas que são isométricas, ou seja, que
crescem com a mesma velocidade com que as outras estruturas gerais do corpo.
Ex: ossículos do ouvido interno (martelo, bigorna e estribo) - mantém sempre o mesmo tama-
nho
Nota: a maior parte dos animais têm apenas uma escápula desenvolvida, embora as aves te-
nham uma cintura escapular complexa, semelhante á dos humanos, com 3 ossos desenvolvi-
dos.
Segue-se pelos braços (úmero) e coxa (fémur) e, depois, o antebraço (rádio e ulna) e a perna
(tíbia e fíbula)
Úmero: Fémur: Cabeça (meia esfera)
Cabeça (calote
de esfera)
3
A seguir segue-se a mão e o pé
Nota: O dedo mais próximo do corpo do animal é o dedo I (no caso humano, o polegar), e o
mais longe é o V (mindinho). O cavalo tem um dedo (III) e os ruminantes dois (III e IV).
Nas articulações entre o metacarpo e as falanges, por vezes, vê-se uns ossos muito pequenos,
umas pequenas esferas que têm como função permitir o deslize dos tendões que passam na-
quela zona, com menor detrito possível (ossos sesamoides).
Todas estas estruturas têm alguns nomes do ponto de anatómico que consignam nestas áreas:
A lei da homopodia diz, portanto, que os membros são semelhantes, no entanto há casos em
que esta lei não se aplica, dependendo da espécie.
4
Princípio da pronação- em várias espécies, o rádio e a ulna são livres entre si,
a posição de paralelismo destes ossos pode ser comutada numa posição de
cruzamento em “x”. Os animais que têm esta capacidade são aqueles que não
utilizam os braços e as mãos só para marcha, corrida ou suporte do peso do
corpo.
carpo
metacarpo
falanges
5
o Paraxonia- entre o 3º e o 4º raio
RESUMO:
Amarelo- falanges
Azul-metatarsos
marchador corredor
6
A velocidade com que o animal se desloca está relacionada com a porção da extremidade dos
membros que apoia no solo. Quanto menor a área que apoia no solo, normalmente, maior é a
velocidade.
De acordo com essa característica, podemos dividir os mamíferos em:
LEIS ANATOMO-CLIMÁTICAS
De entre os animais da mesma espécie, os que vivem em climas mais frios tendem a:
Nota:
• Zonopódio torácico;
• Zonopódio pélvico;
• Estilopódio – Fémur/Úmero;
• Zigopódio – Rádio e ulna/ Fémur e fíbula;
• Autopódio Basipódio - Carpo
Metapódio - Metacarpo
7
SUPORTE E MOVIMENTO
Esqueleto- deriva do grego e significa seco, uma vez que quando vemos um esqueleto,
apenas encontramos a matriz, já desprovida de células.
TIPOLOGIA ÓSSEA:
Ossos axiais- são os ossos que formam o eixo principal do corpo (cabeça, pescoço e
coluna vertebral);
Ossos apendiculares- são os que formam os apêndices do corpo (ossos dos membros
superiores e inferiores/anteriores ou posteriores);
Ossos longos- são ossos cujo comprimento predomina sobre a largura e espessura.
Apresentam canal medular. Estão geralmente nos membros. São compostos por:
o Diáfise- corpo do osso
o Epífise proximal e distal- Extremidades do osso
o Canal medular- cavidade na diáfise e do osso para alojar a medula óssea
8
Epífise proximal
Diáfise
Epífise distal
Sesamóides- são ossos curtos que se desenvolvem na zona de passagem dos tendões
ou cartilagens e auxiliam no deslizamento desses tendões.
Exemplos: Patela, articulação metacarpofalângica e metatarsofalângica, osso navicular nos ca-
valos
ANATOMIA DO OSSO
9
Os ossos têm umas estruturas, umas em reentrância e outras em saliência, a que se chamam
acidentes ósseos que podem ser articulados.
Epífises secundárias- correspondem a núcleos de ossificação de acidentes articulares
Os ossos são delimitados por uma estrutura fibrosa, o periósteo.
No interior do osso temos zonas mais jovens e mais antigas, o osso esponjoso e o compacto
respetivamente- osso diplóide.
10
Minerais do osso Matéria orgânica do osso
11
Ossificação encondral- que passa por uma fase intermédia de cartilagem hialina;
A cartilagem hialina é constituída pela matriz cartilagínea, produzida pelos condrócitos. Essa
matriz é rica em colagénio e proteoglicanos que retêm água, daí a sua flexibilidade, e delimi-
tada pelo pericôndrio.
Enquanto ainda houver cartilagem (rodeada a vermelho) o osso pode continuar a crescer em
altura, o que permite o crescimento durante a infância. Quando a ossificação atingir essa carti-
lagem, o crescimento cessa. O crescimento em espessura é feito através da deposição de célu-
las no periósteo (crescimento aposicional).
12
Matriz Óssea
Osteócitos
13
ACIDENTES ÓSSEOS
Nota: Articulação- local onde 2 ou mais ossos (2- simples; +2-complexa) se juntam
Côndilo elipsóide
14
Mas também podem acontecer acidentes articulares mistos:
Tróclea- dois lábios que ladeiam uma garganta, ou seja, duas saliências e uma reen-
trância;
Antitróclea-duas depressões que ladeiam um relevo (é pois negativo da tróclea, ou
seja, com quem ela articula)
Duas saliências
Uma reentrância
Em depressão:
15
De tipo neutro:
o Bossa- saliência não muito marcada, lisa e algo extensa em todos os sentidos;
Nos acidentes não articulares podemos encontrar saliências alongadas tais como:
o Crista- aresta alongada, aguda, regular e estreita;
o Linha- aresta frouxa, fina e comprida;
o Espinha- aresta alongada, aguda, irregular destacada;
o Lâmina- aresta alta, longa e subtil;
o Lamela- pequena lâmina;
o Processos ou apófise- saliência em ponta.
16
Podemos ter ainda:
17
Exemplo da aplicação dos conceitos para distinguir espécies:
O gato também tem um forâmen na zona distal do úmero, mas é um forâmen longitu-
dinal, tomando a designação de forâmen epicondilar.
18
Exemplo da junção dos termos:
Algumas conclusões:
-Temos dois côndilos e entre eles uma fossa, que devido à sua localização toma a designação
de intercondilar;
-As tuberosidades no fémur chamam-se trocânteres
19
AULA 2: (P.21 a 31 da sebenta)
SIMETRIA ANATÓMICA
A simetria anatómica verifica-se quando o organismo pode ser dividido em segmentos idênti-
cos.
Ela é a fonte de termos anatómicos de referência para localizar e orientar órgãos e estruturas
anatómicas.
Exemplo: a ameba é assimétrica
Existem vários tipos de simetria anatómica, porém as que têm um maior interesse veterinário
são a bilateral e a anatómica local ou regional:
SIMETRIA BILATERAL:
Planos:
Existência de um plano que divide o corpo do animal (espaço somático) em dois hemímeros
opostos isto é, que estão um para o outro como um objeto para a respetiva imagem no espe-
lho.
ou
MESOPLAGIOMÉRICO
20
Porém temos de pensar em três dimensões e, portanto, existem mais dois planos:
MESACROMÉRICO MESELCSIMÉRICO
Eixos:
Estes planos, quando se intersetam dois a dois definem três eixos primários:
21
Pólos:
Cada eixo toca a superfície do corpo do animal em dois pontos, havendo no total 6 pólos:
Planos tangentes:
Estes pontos permitem definir planos que apenas tocam na superfície do animal- planos tan-
gentes.
22
Rostral/Caudal:
Depois existem certas zonas do organismo que têm nomenclaturas específicas, como é o caso
da cabeça:
A cabeça é das únicas zonas onde se podem usar os termos superior (posterior) e inferior (an-
terior).
Proximal/Distal:
Outros termos que podem ser usados são o proximal/distal, pretendendo distinguir
zonas mais próximas ou mais afastadas do corpo.
Permite identificar zonas mais próximas ou mais afastadas do plano sagital mediano- medial e
lateral, respetivamente.
Nota:
Média≠Medial ou intermédio
Medial- é um termo relativo de maior proximidade ao plano sagital mediano
Aparelho≠Sistema
Aparelho- está restrito a uma zona
Dorsal/Palmar ou Plantar
24
AULA 3: (P.131 a 141 da sebenta)
CAVIDADES DO CORPO
Abdominal
Pélvica
O corpo dos mamíferos está separado em duas cavidades pelo diafragma – são as cavidades
torácica e abdominal, que comunicam através do hiato aórtico, do foramen da veia cava e do
hiato esofágico.
Nota: normalmente usa-se o termo forâmen para uma abertura em tecidos duros.
Ocorre ainda uma terceira cavidade, a cavidade pélvica, que se encontra em continuidade com
a cavidade abdominal, estando a delimitação entre as duas marcada pelo promontório do sa-
cro, pela linha arqueada ou iliopectínea dos ílios e pelo bordo cranial dos púbis, que definem
a chamada linha terminal. Nos machos encontra-se ainda a cavidade escrotal em continui-
dade com a cavidade abdominal.
25
Estrutura das paredes das cavidades corporais:
As paredes das cavidades corporais têm uma estrutura geral muito semelhante. São constituí-
dos por várias camadas
Pele;
Fáscia externa do tronco;
Músculos esqueléticos;
Fáscia interna do tronco. Fáscia endotorácica (cavidade torácica);
Fáscia transversa (cavidade abdominal);
Nota: Fáscias:
São constituídas por tecido fibroso e existem três tipos de aponevroses: a de revestimento (en-
volve a parte muscular), a de inserção e as de contenção (também chamadas fáscias).
Membrana serosa
Está unida à fáscia interna do tronco por tecido areolar (conjuntivo) com quantidade
variável de gordura. Este conjunto tem o nome de tela subserosa. Esta tela preenche
um espaço reduzido entre a membrana serosa e a fáscia interna do tronco, mas exis-
tem zonas em que estes espaços são mais amplos, os espaços retroperitoneais (fora
do peritoneu) no teto da cavidade abdominal (rins) e no pavimento da cavidade pél-
vica.
26
Cobre a superfície externa das vísceras contidas em cada cavidade, formando sacos
praticamente fechados onde estão os órgãos.
Existe uma exceção nas fêmeas: as tubas uterinas que se abrem no interior da cavidade abdo-
minal (comunicam indiretamente com o exterior).
Esta membrana serosa existe sempre, mas dependendo do sítio onde está a sua desig-
nação varia:
Exemplos:
CAVIDADE TORÁCICA:
Limites:
Abertura torácica cranial (primeiro par de costelas);
Vértebras torácicas (dorsalmente);
Diafragma (caudoventralmente);
Esterno e cartilagens costais (ventralmente);
Costelas e músculos intercostais (lateralmente).
O mais volumoso dos órgãos localizados no mediastino é o coração e, dado que este se encon-
tra mais do lado esquerdo, o mediastino não ocupa uma posição mediana na sua maior parte.
27
O mediastino pode ser dividido em várias partes:
Mediastino cranial
Plano caudal
Mediastino médio
28
Mediastino caudal
CAVIDADE ABDOMINAL:
Limites:
Diafragma (crâniodorsalmente);
Parte lombar do diafragma, músculos lombares e sublombares e vértebras lombares
(dorsalmente);
Linha terminal (caudalmente);
Cartilagem xifoide e músculos retos do abdómen (ventralmente);
Músculos oblíquos (externos e internos) do abdómen e transversos (lateralmente).
Para além das três aberturas a nível do diafragma (hiato aórtico, forâmen da veia cava e hiato
esofágico), a parede da cavidade abdominal apresenta mais duas aberturas, designadamente
os canais inguinais, cada um dos quais vai desde o ânulo inguinal profundo até ao ânulo ingui-
nal superficial (abertura alongada na aponevrose do músculo oblíquo externo do abdómen, na
região inguinal).
29
É na cavidade abdominal que se encontra a maior parte dos órgãos dos aparelhos digestivo (e
glândulas anexas) e urinário, o baço, as glândulas adrenais e parte dos órgãos genitais inter-
nos.
CAVIDADE PÉLVICA:
A cavidade pélvica estende-se desde a linha terminal até à fáscia perineal, que se in-
sere no ânus e seus músculos, e no pudendo feminino (na fêmea) ou na raiz do pénis
(no macho).
Limites:
Linha terminal (cranialmente);
Sacro e primeiras vértebras caudais (dorsalmente);
Períneo (caudalmente);
Base óssea- púbis e ísquios (ventralmente);
Partes dos ílios caudais linhas arqueadas ou iliopectíneas (lateralmente).
Nota:
O peritoneu parietal é o que vai “forrar” a cavidade abdominal e o visceral é o que envolve os
órgãos. A membrana serosa é sempre a mesma, há uma continuidade, é um folheto duplo
(mesos ou ligamentos). O espaço entre os dois folhetos é a cavidade peritoneal e é preenchido
com líquido seroso.
30
AULA 4: (P.43 a 55 da sebenta)
ARTICULAÇÕES
Artrologia- estudo das articulações
Estruturas de reunião das peças esqueléticas (incluindo apenas as superfícies articulares das
peças unidas, o restante do osso já não faz parte da articulação).
Nomeadamente nas articulações que são de tipo descontínuo, ou seja, em que as peças esque-
léticas estão separadas, existem tecidos de ligação diferentes dos tecidos constituintes das pe-
ças articuladas.
Portanto se as duas peças forem ósseas, o tecido de ligação pode ser cartilagí-
neo e/ou fibroso; por outro lado, se uma das peças for cartilagínea o tecido de
ligação apenas poderá ser tecido fibroso.
Existe o caso particular das articulações com cavidade articular, que tem origem no apareci-
mento de fendas articulares quase completas que fracionam o eixo mesenquimatoso.
31
Existem dois tipos de articulações:
Exemplos:
Escápula+úmero=A. escapuloumeral ou umeroescapular
ARTICULAÇÕES ASSINOVIAIS
Algumas são praticamente imóveis e tendem a desaparecer precocemente com a
idade porque o tecido interposto transforma-se no próprio tecido que constitui as pe-
ças reunidas pela articulação
Antigas “sinartroses”
Outras tendem a manter-se toda a vida do animal (ou pelo menos até idades muito
avançadas). Permitem movimentos mais ou menos apreciáveis (por vezes mesmo mui-
tíssimo acentuados- e.g. temporohioideia)
Antigas “anfiartroses”
Estas articulações podem ainda ser divididas quanto ao tecido de união interposto:
32
Assinoviais fibrosas:
Suturas- o tecido de união é um tecido fibroso muito subtil e delgado, em que há movimentos
nulos;
Sindesmoses- o tecido de união é mais desenvolvido; pode ser tecido fibroso, elástico ou fi-
broelástico, que por estar mais desenvolvido também tem um maior tempo de permanência.
Os movimentos são mínimos.
Gonfoses- uma peça esquelética encaixa numa cavidade de outra peça esquelética (e.g.
dente). Porém, os dentes não são peças esqueléticas e, portanto, existem certos autores que
não consideram as gonfoses articulações.
33
Assinoviais cartilagíneas
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS
Geralmente são extremamente móveis, mas existem algumas quase imóveis (e.g. saroilíaca)
Antigas “diartroses”
34
Movimentos das articulações:
Movimentos angulares- modificação do ângulo de união das 2 peças ou grupos de peças. Exis-
tem vários tipos:
Rotação (ou torção) - modificação da posição relativa de geratrizes de referência das peças ar-
ticulares, se modificação do ângulo de união (sinoviais).
Deslize (ou translação) – alteração da posição relativa de níveis segmentares de referência das
peças articuladas sem modificação do ângulo de união nem das geratrizes de referência (sino-
viais).
35
Movimentos complexos – Combinação de vários tipos simples- circundação, etc.
Vamo-nos focar nos aspetos das articulações sinoviais, uma vez que são as que, em termos de
funções, são mais exuberantes e que dão uma maior versatilidade ao animal. E por isto mesmo
estão mais sujeitas a traumatismos e lesões.
Cavidade articular;
Ligamentos articulares;
Discos e meniscos fibrocartilagíneos;
Cavidade articular:
A cavidade articular é delimitada pelas superfícies das peças reunidas, pela cápsula articular e
pelos anéis complementares (que podem ocorrer ou não).
Cartilagem articular:
Por muito polida que seja uma superfície óssea, nunca é tão polida como uma cartilagem, o
que ajuda no atrito, daí a importância da cartilagem articular, que para além disso, também
protege os ossos contra algumas lesões devido à sua flexibilidade.
Ela é um fino plano cartilagíneo mais espesso nos pontos mais elevados da superfície articular
e menos espesso nos pontos menos elevados.
Se compararmos cartilagens, as que são submetidas a uma maior pressão são mais espessas.
Uma particularidade desta cartilagem é que não tem pericôndrio, provindo a sua nutrição da
embebição, através do conteúdo da cavidade.
36
Cápsula articular:
É constituída por:
uma membrana fibrosa externa mais ou menos resistente que pode ser incompleta
e pode muitas vezes decompor-se em ligamentos individualizados. Alguns autores
dizem que a cápsula articular é o mesmo que a membrana fibrosa (parte espessa cor-
de-rosa);
uma membrana sinovial interna extremamente fina e completa de modo a não deixar o
líquido sinovial sair, revestindo toda a cavidade (a exceção das superfícies
articulares). Pode enviar expansões para revestirem ligamentos interósseos e formar
divertículos exteriores á cápsula. Também pode formar pregas e vilosidades interiores
(azul-claro).
Anéis complementares:
Sinóvia:
37
Ligamentos articulares:
Classificações:
Consoante a natureza do tecido (e consequentemente coloração):
Fibrosos ou brancos
Elásticos ou amarelos
Consoante a forma:
• Membraniformes- predominância acentuada de dimensões sobre uma terceia- espes-
sura- que é muito reduzida;
• Funiculares- predominância acentuada de 1 dimensão -comprimento- sobre as outras
duas.
Consoante a colocação:
• Intracapsulares- dentro da membrana fibrosa mas exteriores à cápsula sinovial. São
sempre funiculares.
• Capsulares- inserem-se junto ao bordo da superfície articular da peça esquelética
• Extracapsulares- inserem-se afastados do bordo da superfície articular da peça esque-
lética. Tanto os extracapsulares como os capsulares são periféricos e podem ser mem-
braniformes ou funiculares.
São segmentos muito curtos dum eixo mesenquimatoso isolados pelo aparecimento de 2 fen-
das articulares muito próximas.
A principal função dos discos e meniscos é complementar a articulação, ou seja, adaptar mor-
fologicamente de maneira a que os dois ossos encaixem.
A presença de um disco entre duas pelas esqueléticas define, de alguma forma, 2 articulações,
se considerarmos o disco uma peça esquelética. Assim ficamos com 2 articulações indepen-
dentes com membranas fibrosas contínuas entre si.
Forma:
Ciclodiscos
Circulares
Elipsodiscos (e.g. articulação temporomandibular).
38
Os meniscos surgem quando, por motivos estruturais, não é possível ter um disco único. Eles
são constituídos por dois discos conjugados e têm forma de meia-lua.
Exemplo: articulação femorotibial, no centro há um relevo ósseo, impossibilitando a existência
de um disco.
Esferartrose
(Uma cabeça e uma cavidade)
Glenartrose Cotilartrose
Ligamentos:
39
Movimentos:
Trocartrose ou estrofartrose:
Uma superfície de perfil côncavo gira em torno de uma superfície de perfil convexo (que funci-
ona como eixo)
Ligamento: Movimentos:
Variáveis Rotação
Trocleartrose ou Gíngligo:
É constituída por:
Tróclea- dois relevos com uma depressão no meio, fazendo ambos parte da superfície
articular;
Antitróclea- Estrutura que articula com a tróclea.
40
Movimentos:
Ligamentos:
Dois funiculares colaterais (medial e lateral);
Uma membraniforme na face para a qual a articulação flete.
Condilartrose:
cavidade adequada)
Movimentos:
Ligamentos:
41
Bicondilartrose
Frequentemente ocorrem duas articulações consideradas como uma única, que poderão estar
próximas uma da outra (articulação femorotibial, por exemplo, em que existem dois côndilos
no fémur) ou afastadas (articulação temporomandibular, por exemplo, em que existe um côn-
dilo num ramo da mandíbula e outro no outro ramo).
Há que distinguir entre uma trocleartrose (como a umerorradioulnar, por exemplo) e uma bi-
condilartrose (como a femorotibial, por exemplo), na medida em que no segundo caso o es-
paço intercondílico não é articular, enquanto a depressão da tróclea faz parte da superfície ar-
ticular.
Sela:
Uma estrutura que apresente uma convexidade irá articular com uma outra que terá uma con-
cavidade perpendicular à convexidade.
42
Assim permitem movimentos angulares muito pronunciados em 2 direções diferentes, perpen-
diculares e limitados nas direções intermédias.
Planartrose:
Ligamentos: Movimentos:
Variáveis Deslize
43
AULA 5: (P.55 a 78 da sebenta)
ARTICULAÇÕES (Continuação)
Alguns aspetos das articulações sinoviais mais importantes
Articulação temporomandibular:
o Superfícies articulares:
• Osso temporal;
• Mandíbula.
Côndilo da mandíbula
Parte escamosa do temporal
TEMPORAL
• Ruminantes e Equinos:
Tubérculo articular, fossa mandibular e processo retroarticular;
Tubérculo articular
Fossa mandíbular
Processo retroarticular
44
O côndilo da mandíbula articula-se com o tubérculo articular e tende a descair para a fossa, e
não com uma cavidade.
• Carnívoros:
• Porco e coelhos:
MANDÍBULA
• Porco e Coelho
Formação convexa alongada rostrocaudalmente.
o Ligamentos:
45
• Ligamento lateral – neste tipo de articulação supostamente há dois colaterais
laterais, o lateral e o medial, mas aqui só há um de cada lado porque eles já
estão colaterais um em relação ao outro.
• Ligamento caudal (apenas nos equinos e nos ruminantes) – Vai desde o pro-
cesso retroarticular do temporal até ao colo da mandíbula;
o Movimentos:
46
• Carnívoros Flexão e extensão.
o Classificação:
Elipsartrose
(porco e coelho- glenartrose alongada)
Articulação atlanto-occipital:
o Superfícies articulares:
• Occipital
• Atlas.
Plano caudal do occipital Plano cranial do atlas
o Ligamento:
• Ligamento membraniforme atlanto-occipital dorsal
47
Nesta representação,
o ligamento está cor-
tado para mostrar os
ligamentos da articu-
lação atlantoaxial
48
o Movimentos Flexão e extensão
Articulação atlantoaxial:
o Superfícies articulares:
• Atlas;
• Áxis. Fóveas articulares caudais
Nota: Também existe uma superfície na face dorsal do arco ventral que articula com o pro-
cesso odontóide – Fossa odontóide.
49
o Ligamentos
• Ligamentos Periféricos:
- Ligamento membraniforme atlantoaxial dorsal:
e, portanto, amarelo.
50
• Ligamentos Odontoideus:
51
- Ligamento odontoideu longitudinal:
Nota: Os ligamentos apicais são aqueles que se inserem no ápice do processo odontoide.
52
- Ligamentos alares do processo odontoide
o Movimentos Rotação
o Classificação
Trocartrose
Articulações intervertebrais:
Articulações entre os corpos vertebrais Articulações dos processos articulares Uniões ligamentosas
(ou articulações zigapofisais) entre os arcos
Estas articulações passam pela existência dos discos fibrocartilagíneos, raquidiscos, os discos interver-
tebrais que são contínuos com os corpos vertebrais.
53
• Ligamentos:
54
- Ligamento longitudinal ventral:
o Superfícies articulares:
• Vértebra mais cranial;
• Vértebra mais caudal.
Plano cranial da vértebra
Plano caudal da vértebra
Facetas articula- Facetas articula-
res dos proces- res dos proces-
sos articulares sos articulares
caudais (orienta- craniais (orienta-
das ventral- das dorsal-
mente). mente).
55
o Ligamentos:
o Movimentos:
Deslize
o Classificação:
Planartroses
56
Para além destas articulações todas ainda existem ligamentos interespinhais, entre os
processos espinhosos, e o ligamento comum supraespinhal, no topo dos processos
espinhosos.
Ligamento nucal:
Os processos espinhosos das vértebras torácicas são muito desenvolvidos, o que não
acontece com as cervicais, onde os processos espinhosos são muito curtos e pouco de-
senvolvidos; portanto, seria de esperar que houvesse uma grande depressão na zona
assinalada a vermelho, o que não acontece.
57
Isto deve-se ao ligamento nucal.
o Função:
(ligamento elástico)
No porco não há propriamente um ligamento nucal, há uma rafe fibrosa e finas camadas de
tecido elástico entre as vértebras cervicais.
Nas restantes espécies em que nos referimos a um ligamento nucal, distinguem-se duas por-
ções, funicular e laminar.
• Porção funicular:
-É dupla e estende-se desde os processos espinhosos das primeiras vértebras torácicas até à
protuberância occipital externa, nos ruminantes e equinos;
-Nos carnívoros a inserção é feita no processo espinhoso do áxis, devido à ausência da protu-
berância occipital externa.
58
• Porção laminar:
-Nos equinos e ruminantes, é constituído por duas lâminas laterais, reunidas pela lâmina sagi-
tal mediana (muito atrofiada nos equinos e muito desenvolvida nos bovinos);
Articulação costocentral:
o Superfícies articulares:
• Costela;
• Vértebras.
Plano lateral de 2 vértebras torácicas
2 facetas planifor-
mes da cabeça da
costela
Hemicúpulas de
2 vértebras con-
tínguas
59
o Ligamentos:
60
• Ligamento intra-articular da cabeça da costela:
Existe uma porção que se estende da cabeça de uma costela até à cabeça da costela do lado
oposto- Ligamento intercapital.
o Movimentos:
Rotação
Este movimento pode não ser imediatamente linear, mas temos de considerar não só esta arti-
culação isoladamente, mas sim o conjunto desta com a articulação costotransversária. Funcio-
nalmente definem um eixo em torno do qual existe o movimento de rotação.
o Classificação:
Trocartrose.
Articulação costotransversária:
o Superfícies articulares:
• Costela;
• Vértebra. Plano lateral de 2 vértebras torácicas
• Ligamento costotransversário:
o Movimentos:
Rotação (conjugado com a articulação costocentral)
o Classificação:
Trocartrose.
62
Articulação escapuloumeral:
o Superfícies articulares:
• Escápula;
• Úmero.
Vista para o interior da cav. glenóide
Plano dorsal do úmero
Cavidade glenóide
da escápula
Cabeça calótida
do úmero
o Ligamentos:
63
-Ligamento coracoumeral:
-Ligamentos glenoumerais:
Também são espessamentos da cápsula articular, mas desta ver lateralmente- apenas nos car-
nívoros.
o Movimentos:
Nota: os movimentos de rotação em todas as direções não são possíveis, na prática, devido à
presença de músculos
o Classificação:
Glenartrose.
64
Articulação umerorradioulnar:
o Superfícies articulares:
capítulo
Circunferência
depressão Incisura troclear articular umeral
relevo relevo da ulna do rádio
Nota:
1.O capítulo é uma superfície articular que se encontra lateralmente à tróclea na extremidade
distal do úmero.
2.O relevo do rádio, assinalado a verde, juntamente com a incisura da ulna irão ser, funcional-
mente, uma antitróclea.
o Ligamentos:
65
• Ligamento colateral medial:
A localização vai variar de espécie para espécie, se não existir praticamente uma ulna,
ele insere-se no rádio, mas se houver, insere-se na ulna (carnívoros e suínos).
66
o Movimentos:
Flexão;
Extensão.
o Classificação:
Trocleartrose.
Articulação radioulnar:
Apenas nos carnívoros, nas restantes espécies é uma articulação assinovial, ou pode até não
existir (a ulna pode estar tão pouco desenvolvida que está fundida com o rádio).
Quando o rádio e a ulna são independentes, existem duas articulações radioulnares: a proxi-
mal e a distal.
o Ligamentos:
• Ligamento do olecrânio:
(na articulação proximal)
67
• Ligamento anular do rádio:
(na articulação proximal)
Nas restantes espécies existe apenas a membrana e nos ungulados (equídeos) ela está ossifi-
cada.
• Ligamento radioulnar:
(na articulação distal)
68
o Movimentos:
o Classificação:
Articulação antebraquiocárpica:
o Superfícies articulares:
• Rádio e ulna (superfície antebraquial distal);
• Superfície cárpica proximal. Plano dorsal do carpo (extr. proximal)
Plano ventral do rádio (extr. distal)
Superfície trocleiforme
Superfície antitrocleiforme
o Movimentos:
Flexão
Extensão
(muito marcados)
o Classificação:
Trocleartrose.
69
Articulação mediocárpica:
o Superfícies articulares:
• Superfície distal trocleiforme da 1ª fileira de ossos cárpicos;
• Superfície proximal antitrocleiforme da 2ª fileira de ossos cárpicos.
o Movimentos:
Flexão
Extensão
(muito reduzidos)
o Classificação:
Trocleartrose.
Articulação carpometacárpica:
o Superfícies articulares:
• Superfície distal, planiforme, da 2ª fileira de ossos cárpicos;
• Superfície proximal, planiforme, do conjunto ossos metacárpicos.
Plano ventral do carpo (extr. distal da 2ª fil.) Plano dorsal dos ossos metacárpicos
70
o Movimentos:
Deslize
(limitado)
o Classificação:
Planartrose.
Articulação pisocárpica:
o Superfícies articulares:
• Facetas articulares do pisiforme;
• Facetas articulares do piramidal.
o Ligamentos:
Pisiforme Piramidal
71
• Ligamento pisopiramidal:
• Ligamento pisouncifórmico:
• Ligamento pisometacárpico:
72
o Movimentos:
Deslize
(limitado)
o Classificação:
Planartrose.
Articulação sacroilíaca:
o Superfícies articulares:
• Sacro (face auricular da parte dorsal);
• Coxal/ilíaco (ílio).
o Ligamentos:
Esta articulação é uma articulação sinovial atípica, o que é logo indicado pelas superfícies arti-
culares rugosas, e o mesmo se aplica aos ligamentos.
73
• Ligamento sacroilíaco interósseo:
o Movimentos:
Deslize
(muito reduzidos)
o Classificação:
Planartrose.
74
Articulação coxofemoral:
o Superfícies articulares:
• Coxal;
• Fémur.
Cabeça hemisférica
Acetábulo (cavidade cotiloide)
o Ligamentos:
75
• Ligamento (interósseo) da cabeça do fémur:
Passa através da incisura acetabular e vai desde o tendão pre-púbico até à fóvea me-
dial da cabeça do fémur, o mesmo local onde se insere o ligamento da cabeça do fé-
mur.
o Movimentos:
o Classificação:
Cotilartrose.
76
Articulação femorotibiopatelar:
ou
Articulação femoropatelar:
o Superfícies articulares:
• Fémur;
• Patela.
Vista distal do fémur
Antitróclea
Tróclea do fémur
Parte óssea + fibrocartila-
gens complementares me-
dial e lateral
o Ligamentos:
77
• Ligamento femoropatelar medial (colateral):
78
• Ligamento patelar (ou tibiopatelar):
Aparentemente não tem nada a ver com o fémur, uma vez que vai da patela para a tíbia. Mas
este ligamento funciona como um prolongamento do tendão do músculo que provoca a deslo-
cação da patela sobre o fémur e, por arrasto, a extensão da articulação femorotibial.
É um ligamento tão interessante e importante que, apesar de haver mais ligamentos patelares,
este é o que tomou a designação de ligamento patelar.
Nas restantes espécies é um ligamento único, apesar de nos pequenos ruminantes haver uma
sugestão de separação, mas não chega a tê-la.
o Movimentos:
Flexão;
Extensão.
79
o Classificação:
Trocleartrose.
Articulação femorotibial:
o Superfícies articulares:
• Fémur;
• Tíbia.
Vista distal do fémur
Vista proximal da tíbia
2 côndilos
o Ligamentos:
80
• Ligamentos cruzados cranial e caudal:
o Movimentos:
Flexão;
Extensão.
o Classificação:
Condilartrose (elipsartrose).
o Superfícies articulares:
• Tíbia, complementada lateralmente pela fíbula;
• Astrágalo.
Tróclea proximal ou
anticrural do astrágalo
Antitróclea da tíbia
81
o Movimentos:
Flexão
Extensão
o Classificação:
Trocleartrose
Articulação Calcaneoastragálica:
Classificação:
Calcâneo
Astragálo
Articulação Mediotársica:
As faces articulares distais do calcâneo e do astrágalo articulam com as faces articulares pro-
ximais do cubóide e do navicular, sendo que astrágalo apresenta uma tróclea distal (ou anti-
naviculocuboideia) nos Artiodáctilos (Ruminantes e Porco) e uma cabeça (para articulação
com o navicular) nos Carnívoros e no Coelho.
Calcâneo Navicular
Astragálo Cubóide
82
o Movimentos:
o Classificação:
Articulação Tarsometatársica:
A superfície planiforme distal da 2ª fileira de ossos társicos articula com a superfície plani-
forme proximal do conjunto dos ossos metatársicos.
o Movimentos:
Deslize.
o Classificação
Planartrose.
83
Articulações Metacarpofalângica, metatarsofalângica e
interfalângicas:
o Ligamentos:
• Dois ligamentos colaterais (medial e lateral) para cada articulação;
o Movimentos: Classificação:
Flexão; Trocleartrose
Extensão.
.
84
TABELAS-RESUMO DA AULA 5:
85
86
87
AULA 6: (P.79 a 117 da sebenta)
Cavidades somáticas:
Enquanto que nos mamíferos existem claramente três cavidades: a abdominal e a torá-
cica, separadas pelo diafragma e a pélvica, nas aves há a ideia de que existe apenas uma cavi-
dade - Cavidade Somática Geral. Isto não é inteiramente verdade, existem mais cavidades,
elas não têm é uma divisão tão clara.
Tal como nos mamíferos, nas aves também vamos encontrar umas membranas serosas
que forram o interior dessa cavidade que continuam a chamar-se, na zona mais torácica,
pleura, e no resto, peritoneu. Elas emitem, tal como nos mamíferos, projeções para o interior
da cavidade somática geral, sendo esta subdividida por ligamentos, mesos ou septos. Todos
estes elementos são prolongamentos da membrana parietal em direção a órgão e vísceras que
se encontram no interior da cavidade.
Folheto simples
Folheto duplo visceral
(meso)
Folheto simples
88
parietal
• Septo horizontal- projeção da pleura parietal que vai separar, por um lado, as cavi-
dades pleurais e, por outro, os sacos aéreos torácicos craniais;
89
• Septo pós-hepático- Tal como nos restantes animais, existe o omento e o mesen-
tério (mesos) que funcionam como suporte físico para a deposição de gordura, tal
como este septo. Por vezes, quando se abre uma ave, apenas se consegue ver o
fígado, porque este septo está por trás dele, mas devido à quantidade de gordura
nele depositada tira a visibilidade para os restantes órgãos.
90
• Mesentério dorsal- ligação ao teto da cavidade;
91
Em virtude destes septos/mesos existem 8 cavidades, mas não muito bem definidas.
Intestinal
Aparelho digestivo:
92
Bico ou rima bucal:
Palato:
93
• Normalmente é estreito, sendo afilado nos galiformes e espatular nos ansenifor-
mes;
• Rostralmente, apresenta uma crista mediana;
• Caudalmente, apresenta uma fenda longitudinal mediana. É esta fenda que esta-
belece ligação da orofaringe com as cavidades nasais, ou seja, substitui as coanas
dos mamíferos;
• Também caudalmente, verificam-se duas cristas laterais (esq. e dir.) que resultam
da continuidade da crista mediana da porção rostral e linhas transversais de papi-
las córneas que se encontram orientadas caudalmente)
Fenda mediana
Língua:
94
• À semelhança do palato, é uma estrutura cujo formato está dependente do for-
mato da cabeça, sendo estreita, pontiaguda no caso dos galiformes e espatular no
caso dos anseniformes;
• O dorso e a ponta da língua, apresentam um revestimento espesso devido ao es-
trato córneo, o que faz com que seja mais ou menos rígida e pouco móvel;
• Não tem a função de apanhar os alimentos nem de os movimentar devido à sua
rigidez, mas sim de apoio na deglutição;
• O limite caudal da parte livre é uma linha transversal de papilas córneas;
Glândulas salivares:
95
Grandes glândulas salivares Pequenas glândulas salivares
Parótida (estão dispersas por várias estru-
dulas palatinas
Faringe:
96
• Voltamos a encontrar uma fenda- infundíbulo -que corresponde à abertura
comum das tubas auditivas;
• No pavimento da faringe, temos a glote (zona de passagem de ar estreita) que
faz a comunicação faringo-laríngea, ao contrário dos mamíferos em que a
glote faz a passagem entre diferentes zonas da laringe, no seu interior. Encon-
tra-se na parte rostral de uma saliência- proeminência laríngea;
• Linhas transversais de papilas córneas na zona da faringe, uma no pavimento
e duas a delimitar o esófago.
cricoaritenoideias
97
Na proeminência as aves têm 2 linhas transversais (projetadas caudalmente- evita o
retorno do alimento para as partes mais rostrais) e 2 linhas longitudinais (esq. e dir.-
ladeiam para evitar a passagem para a glote) das papilas córneas.
Esófago:
Tubo musculomembranoso que, nos mamíferos, une a faringe ao estômago, mas nas aves une
a faringe ao primeiro compartimento gástrico das aves, o proventrínculo.
• O esófago está situado dorsalmente à traqueia (por cima), na parte cervical, e depois
desloca-se para a direita da traqueia, em virtude da existência do papo que é um di-
vertículo do esófago. Depois o esófago segue o seu trajeto, entrando na zona torácica,
onde se começa a desviar para a esquerda para se unir com o proventrículo;
• O esófago não tem musculatura própria, os alimentos progridem ao longo deste atra-
vés da contração dos músculos esqueléticos do pescoço.
98
Papo:
Os carnívoros têm uma alimentação muito mais “rica” e que os nutrientes são mais fáceis de
digerir, etc… E portanto, o tempo de permanência no aparelho digestivo é muito reduzido e
não carecem de um papo muito desenvolvido.
Proventrículo:
99
• Primeiro compartimento gástrico;
• O que dá um aspeto mais volumoso ao proventrículo é a espessura das suas paredes e
não o lúmen, ao contrário do que se poderia pensar, o que faz com que seja pouco di-
latável, não sendo portanto o armazenamento a sua função. Essa maior espessura
deve-se à grande quantidade de glândulas que lá se encontram;
• Apresenta 2 óstios: um para a receção do esófago (em continuidade) e outro para a
comunicação com a moela (constrição acentuada) - Istmo do estômago;
• Localiza-se no lado esquerdo do plano sagital mediano;
• Constitui o estômago glandular das aves, devido ao elevado número de glândulas na
sua parede.
Moela:
100
• É o segundo compartimento gástrico;
• Localiza-se na parte ventrolateral esquerda da cavidade somática geral, caudalmente
ao proventrículo e caudodorsalmente ao fígado;
• A parede é bastante espessa, graças aos músculos laterais dorsal e ventral (2 calotes
musculares). Eles estão unidos por dois centros tendinosos (faces parietal e visceral).
Os músculos juntamente com os 2 centros tendinosos formam o corpo da moela;
• Existe uma zona em que a parede é bastante mais delgada por causa dos músculos
crâniodorsal e caudoventral que delimitam, cada um deles, um respetivo divertículo;
101
• É a nível da moela que se processa a digestão mecânica;
Intestino delgado:
102
Duodeno
• O jejuno encontra-se muito contorcido tendo numerosas ansas, sendo apenas as ex-
tremidades retilíneas;
• O íleo encontra-se dorsalmente ao duodeno. Inicia-se ventralmente ao reto e à cloaca
e termina junto á abertura dos 2 cecos.
Cecos:
103
• As aves têm dois cecos, estando um de cada lado do íleo (podendo parecer, visual-
mente, que existem 3 íleos);
• Localizam-se sempre na zona de ligação do intestino delgado com o intestino grosso,
sendo que já pertencem ao intestino grosso;
• São muito compridos e constituídos por muito tecido linfoide (nos galos);
Noutras aves podem ser muito reduzidos (como os pombos) ou até não existirem de
todo (psitacídeos- papagaio p.e.)
Cólon:
104
É muito curto;
Têm uma abertura dos cecos e estende-se até a um compartimento da cloaca, o co-
pródeo (óstio cloacal do intestino);
Quase retilíneo, chamado de reto, por vezes.
Cloaca:
105
• A cavidade da cloaca está subdividida em 3 câmaras: copródeo, uródeo e proctódeo;
• As fezes vão para o copródeo, a urina é lançada no uródeo e de seguida também para
o copródeo, misturando-se;
• Existe uma invaginação que separa as diferentes subdivisões, por isso é que o ovo não
vem sujo da galinha, com fezes ou urina presentes no copródeo.
Glândulas anexas:
Fígado Pâncreas
106
Fígado:
107
• O fígado é lobado, podendo ter 2 ou 3 lobos hepáticos;
Direito Esquerdo
Vesícula biliar:
108
• A vesícula biliar é volumosa com um aspeto mais ou menos fusiforme no caso do galo,
mas em algumas aves ela é reduzida e pode até estar ausente (pombo e periquito
p.e.);
• Armazena a bílis produzida pelo fígado, quando se encontra ausente, a bílis é armaze-
nada em canalículos biliares.
Pâncreas:
Dorsal Ventral
Subdividido em duas
partes
109
Baço:
Aparelho respiratório:
110
Narinas:
• Existe ainda a lâmina vertical da narina que é, como o nome indica, uma lâmina que se
projeta dorsalmente a partir do bordo ventral de cada narina.
Cavidades nasais:
• Mais uma vez, o seu formato é condicionado pelo formato geral da cabeça do animal e
da valva dorsal do bico. No caso do galo, têm uma forma cónica, são muito curtas e es-
treitas (ápice dirigido rostralmente) ;
• São duas, uma de cada lado, e estão separadas por um septo ósteocartilagíneo;
111
• Cada cavidade está dividida em três partes
• A nível do pavimento de cada cavidade nasal, por baixo da concha nasal média, encon-
tra-se uma abertura alongada - óstio nasolacrimal – que corresponde à abertura ros-
tral do ducto nasolacrimal.
Laringe:
112
• Tem um esqueleto cartilagíneo, sendo composta pelas cartilagens laríngeas;
2 ímpares 1 par
113
• No pavimento da cavidade laríngea há uma projeção da mucosa – crista mediana da
mucosa;
• Não há cordas vocais na laringe;
• Tem uma musculatura muito complexa, havendo músculos intrínsecos e extrínsecos.
Dos intrínsecos temos a considerar um músculo dilatador e outro constritor da glote.
Traqueia:
114
• Os anéis que a compõem são completos, exceto o primeiro e os 4 últimos. Cada anel
tem uma parte larga e uma parte estreita. A parte larga de um anel sobrepõe-se à
parte estreita do anel seguinte e assim sucessivanmennte;
Vista dorsal
Siringe:
115
• Existem quatro conjuntos cartilagíneos:
• Bifurcação da traqueia;
• Penetra ventralmente o pulmão e depois estende-se ao longo deste até se abrir no
saco aéreo abdominal.
116
Pulmões:
117
• O ar passa duas vezes pelos pulmões, na fase inspiratória e depois na expira-
tória;
• Cada brônquio primário atravessa o pulmão, emitindo 40 a 50 brônquios se-
cundários que são agrupados em 4 grupos (mediodorsais e medioventrais, la-
terodorsais e lateroventrais);
• Os brônquios secundários emitem 400 a 500 parabrônquios/brônquios secun-
dários que estão anastomosados entre sim;
• A hematose ocorre ao nível das paredes dos parabrônquios;
• Ligam-se/Abrem-se nos sacos aéreos.
Sacos aéreos:
• Localizam-se na cavidade somática geral entre as vísceras;
• Invadem alguns músculos esqueléticos e até algumas cavidades pneumáticas
de alguns ossos;
• Certos ossos, como o esterno, têm cavidade pneumática e têm uma abertura
através da qual penetram os sacos aéreos que vão ocupar o seu interior;
Esterno de galo
Originalmente existem 6 pares de sacos aéreos primordiais, mas na maior parte das
aves, dois desses pares fundem-se num único saco aéreo clavicular (de 4 sacos forma-
se 1) e, no galo, há mais um par que se funde num único saco aéreo cervical (de 2
passa a 1);
• Funções:
o Tornam o corpo mais leve;
o Auxiliam na inspiração (é a dilatação dos sacos que induzem a inspiração);
o São uma reserva de ar durante o voo;
o Permitem uma maior estabilidade durante o voo (graças à localização dorsal);
o Termorregulação corporal;
o Contributo para a fonação.
Aparelho urinário:
Rins:
• Estão situados no teto da cavidade somática geral, imediatamente por baixo da coluna
vertebral;
119
coxal
120
Ureteres:
• Cada ureter estende-se ao longo de cada rim, desde a divisão cranial até à cloaca (uró-
deo);
• Tem início na divisão cranial dos rins, através da confluência de vários ramos primá-
rios. Depois durante o seu percurso no rim recebe ramos primários da divisão média
e, posteriormente, ramos primários da divisão caudal;
121
Aparelho genital masculino:
Testículos:
122
• A cor pode variar entre branco amarelado (macho imaturo ou em período de inativi-
dade reprodutiva) e branco (macho maduro e período de atividade reprodutiva);
• Em período de atividade reprodutiva, os testículos são muito maiores, podendo ter o
dobro do tamanho do que no estado imaturo;
Epidídimo:
123
• Está no bordo epididimário do testículo;
• Tem uma forma fusiforme e alongada, sem cabeça, corpo e cauda, ao contrário do
que acontece nos mamíferos;
Ducto deferente:
• Sinuoso;
• Vai desde a extremidade caudal do epidídimo até à cloaca;
• Na parte terminal, surge uma dilatação – recetáculo do ducto deferente – que
se vai abrir ao nível do uródeo no óstio que se encontra no ápice da papila do
ducto deferente (uma projeção para o interior);
124
Aparelho copulatório masculino:
• Temos a considerar as duas papilas do ducto deferente, uma direita e uma esquerda;
• Temos dois corpos vasculares (o direito e esquerdo), que se encontram no uródeo e
no proctódeo, entre o recetáculo do ducto deferente e falo;
• Temos o falo, situado na linha média ventral do proctódeo, caudomedialmente às pa-
pilas dos ductos deferentes; consta de um corpo fálico mediano e de dois corpos fáli-
cos laterais;
• Verifica-se ainda as duas pregas linfáticas (direita e esquerda) cada uma delas, entre o
corpo fálico lateral e a papila do ducto deferente.
125
Aparelho genital feminino:
Ovário:
• Existem dois ovários, o direito e o esquerdo, no entanto, o direito sofre uma involução
precoce e só o esquerdo é que é funcional, na maior parte dos casos;
• Localiza-se no teto da parte média da cavidade somática, ao nível da divisão cranial do
rim esquerdo, e está ligado ao peritoneu através do mesovário;
• Em período de atividade sexual, faz lembrar um cacho de uvas, e os folículos têm um
oócito e estão muito vascularizados. Nesta altura, existe uma zona esbranquiçada que
corresponde à zona de rotura na ovulação – o estigma;
• No período de repouso sexual, ele é oval, achatado e alongado;
126
Oviduto:
• Tal como acontece com os ovários, apenas o oviduto esquerdo se desenvolve comple-
tamente na grande maioria dos casos;
• O oviduto não está em continuidade com o ovário, contactam através de uma interpe-
netração de umas projeções – as fímbrias;
• Tem várias divisões:
Infundíbulo:
127
Magno:
Istmo:
• É curto, de calibre ligeiramente inferior e menos pregueado do que no magno cuja se-
paração em relação a este é marcada por uma zona translúcida estreita. Verifica-se a
este nível a produção de mais albúmen e das duas membranas que separam o
albúmen da casca.
Útero:
Vagina:
• Segmento terminal do oviduto, comunicando com o uródeo por uma fenda dilatável –
o óstio cloacal do oviduto;
• É curto e sigmoide;
• No segmento inicial, nas pregas da mucosa, encontram-se os túbulos espermáticos
que alojam os espermatozoides.
128
AULA 7: (P.142 a 150 da sebenta)
Glândulas endócrinas
Uma glândula endócrina (GE) ou de secreção interna, por definição, são órgãos que
produzem hormonas, que por diferentes vias (sangue, linfa ou líquido intersticial), se
ligam aos recetores específicos nos órgãos vivos, afetando certas células alvo (não têm
ductos).
Não atuam isoladamente, mas sim em coordenação com o sistema nervoso (SN) na
manutenção do meio interno, garantindo respostas gerais e específicas aos estímulos
externos e internos. Ao contrário do SN, as respostas das GE tendem a ser mais lentas
e de maior duração.
O que acontece é que o meio em volta do animal é analisado e as glândulas atuam por
um mecanismo de feedback positivo ou negativo de modo a reajustar os níveis, deter-
minando ou suprimindo diferentes atividades, de modo a recuperar a homeostasia.
129
As GE estão dispersas pelo corpo do animal, não apresentando continuidade física.
Têm em comum a sua subserviência ao SNC (hipotálamo), o modelo de controle a partir de ou-
tros órgãos e alguns aspetos estruturais (natureza epitelióide das células secretoras, a ausência
de ductos de drenagem, etc.)
Hipotálamo:
Localização:
130
Recebe informações sensoriais variadas, podendo ser visuais, auditivas, somatosensiti-
vas ou olfativas.
131
Localização:
Suspensa sob o diencéfalo situada na sela túrcica, na fossa hipofisária do osso esfenóide.
Está contida na bolsa dural: a duramáter forma a sela diafragmática ao redor da base da hipó-
fise.
-raíz
Lobo nervoso
1. Adeno-hipófise;
2. Lobo intermediário;
3. Neuro-hipófise;
4. Infundíbulo;
5. Recesso hipofisário;
6. Fenda hipofisária (separa a
parte intermédia da AH. Não
existe no equino).
No cão, o gato e o cavalo encontramos um lobo intermediário (2) que reveste com-
pletamente a neuro-hipófise.
Glândulas hipofisárias secundárias na duramáter no gato e ruminantes.
132
Hormonas produzidas:
ADENO-HIPÓFISE NEURO-HIPÓFISE
133
Corpo pineal:
A epífise, ou corpo pineal, é um órgão ímpar em forma de pinha que pertence ao encéfalo.
Localização:
Relógio biológico
Hormonas produzidas:
• Melatonina (estimula pela redução do fotoperíodo ou pela privação de luz;
• Serotonina.
Tireóide:
Apesar de a sua designação significar “forma de escudo”, a forma desta glândula varia bas-
tante.
Localização:
Ventralmente à traqueia, a ambos os lados, junto à cartilagem tireóide, aderindo à porção an-
terior dos primeiros anéis da traqueia.
134
É constituída por:
• 2 lobos ligados por um istmo de natureza glandular No porco, há autores que con-
sideram que os lobos não são
unidos por uma estrutura es-
(Bovino, Suíno e Carnívoros) treita, como um istmo é nor-
malmente.
• 2 lobos ligados por um istmo de natureza conjuntiva ou fibrosa
Hormonas produzidas:
• Tiroxina (células foliculares): T1, T2, T3, T4;
• Calcitonina (células C, parafolicolares)
135
Diferenças entre espécies:
• Cão: lobos em forma de disco elipsoide (3 x 0,7 cm). Coloração: vermelho-
clara;
• Gato: lobos em forma de disco elipsoide, finos e muito alongados. Coloração:
vermelha muito clara;
• Bovino: lobos achatados, triangulares (8,5 cm, 15 g). Coloração: vermelha –
vermelha acastanhada;
• Pequenos ruminantes: lobos cilíndricos, longos e finos (5 cm x 1,5 cm). Colora-
ção: vermelho-escura;
• Cavalo: lobos ovais (5 x 2,5 x 2 cm, 15 g). Coloração: vermelha acastanhada;
• Porco: órgão ímpar compacto (6 cm, 6 g). Coloração: vermelho-escura – vio-
leta;
• Coelho: lobos em forma de elipse muito alongados.
Pode haver situações de hiper ou hipotiroidismo, sendo a última mais comum, especialmente
nos cães. Quando um animal tem hipotiroidismo, por mais que coma sente-se cansado e com
falta de energia e, portanto, sente vontade de comer mais (obesidade) e pode apresentar um
sinal muito característico de hipotiroidismo, umas pregas faciais.
Paratireóides:
São em número de 4, agrupadas em dois grupos: duas craniais e duas caudais.
Localização:
Parte anterior do pescoço, junto à glândula tireóide (bovinos e equinos) ou mesmo incluídos
na substância glandular tireóide (nas outras espécies).
136
Hormonas produzidas:
• Paratormona
- Regulação do metabolismo cálcico-fosfórico
- Concentração de cálcio no sangue (hipercalcemiante e fosfodiurética)
Timo:
Localização:
Na extremidade cranial do esterno, prolongando-se, nos animais muito jovens, por entre os
pulmões e pescoço, ventralmente à traqueia.
Constituição:
Hormonas produzidas:
• Linfocitina: factor de estimulação dos linfócitos;
• Timina: factor humoral tímico (activação de linfócitos);
• Timopseína: (activação de linfócitos).
137
Glândulas adrenais:
A glândulas adrenais são pares, têm uma forma achatada, estão contidas numa cápsula
própria, apresentam um hilo e são assimétricas e irregulares.
Localização:
É difícil de determinar o tamanho, uma vez que este é influenciado por diferentes fatores.
138
Esq: contígua à artéria aorta; perfil dum 8;
Dta: contígua à veia cava caudal; perfil de anzol (2,5 x 1 x 0,5 cm, 0,5 g);
• Gato: amarela brilhante globosas e afastadas do rim medialmente;
• Coelho: vermelho-acastanhada
Esq: forma triangular e contígua à artéria aorta;
Dta: forma ovóide e contígua à veia cava caudal.
Córtex adrenal:
• É amarelado no cavalo, cão e gato e avermelhado nos bovinos e no porco.
• Divide-se em 4 zonas:
o zona glomerulosa/arcuata (cavalo, cão e gato);
o zona intermédia;
o zona fasciculada interna e externa;
o zona reticular.
Hormonas produzidas:
• mineralocorticóides (zona glomerulosa/arcuata)
desoxicorticosterona
aldosterona
• glucocorticóides (zona fasciculada)
cortisol
cortisona
corticosterona
dihidrocorticosterona
• androcorticóides (zona reticular)
androstenediona
deidroepiandrosterona
17-hidroxicorticosterona
Medula adrenal:
Tem uma coloração castanho avermelhada e é constituída por 2 tipos de células dis-
postas em lâminas.
Hormonas produzidas:
• adrenalina (epinefrina);
• noradrenalina (norepinefrina).
139
Outros órgãos com função hormonopoiética:
Ovários
• Corpos lúteos (corpos amarelos): progesterona, relaxina;
• Folículos ováricos: estrogénios (controlam o ciclo éstrico), estradiol, estrona.
Placenta:
• progesterona placentária;
• PMSG (placental mare seric gonadostimulin);
• gonadotropina coriónica;
• folitropina coriónica;
• prolactina placentária;
• somatotropina coriónica;
• estradiol.
Testículo:
androgénios (testosterona)
Pâncreas:
Aparelho respiratório
Rim:
sistema renina-angiotensina
140
AULA 8: (P.117 a 119 da sebenta)
141
Composição tecidual do músculo:
Ou seja, as fibras são delimitadas por endomísio, os feixes por perimísio e o músculo em si por
epimísio.
Para além destas estruturas, existem artérias, veias, vasos linfáticos, nervos sensi-
tivos e motores, no sentido de fornecimento de nutrientes, drenagem de líquido intersticial e
captação de estímulos externos e reação nervosa a esses estímulos.
142
LOCAIS DE INSERÇÃO
Tendão Aponevroses
(Inserção do gémeo)
A aproximação das duas inserções musculares que ocorre por contração muscular
pode ocorrer por deslocação (onde uma inserção é móvel e a outra é fixa), por deslocação per-
mutável ou por deslocação simultânea.
Ligamento- em zonas articulares, entre peças ósseas (podem ser intracapsulares ou extra-
capsulares).
143
Caracterização dos músculos:
Quanto à localização:
(língua e coração)
A maioria dos músculos são pares e assimétricos- existe sempre uma assimetria uma vez que
usamos mais um lado do corpo do que outro dependendo se somos destros ou esquerdinos.
Superficiais Profundos
Quanto à forma:
144
Relativamente à direção assumida pelo eixo maior:
Retos Curvos
145
Biomecânica muscular:
Para existir uma alavanca tem sempre de existir uma zona de potência (FP -força), uma resis-
tência (FR) e um ponto sobre o qual essa alavanca roda (fulcro).
e a resistência
146
Outro exemplo é a alavanca inter-resistente:
Desta forma, os músculos podem permitir uma ação de flexão, extensão, adução,
abdução, circundação, rotação ou de deslize e, assim, permitindo movimentos de elevação,
abaixamento, protração, retração, lateralidade, didução, dilatação, etc.
Anexos musculares:
São estruturas que não são músculo, mas que ajudam e promovem a ação muscular.
147
Ligamentos anulares (retináculos):
Se não houvesse uma estrutura que fixasse esses ossos, eles facilmente consegui-
riam desarticular-se.
Isso não acontece graças ao retináculo que fixa o rádio à ulna e portanto, permite a
manutenção das peças ósseas e também dos músculos da sua vizinhança.
148
• Fibrosas- sem líquido no seu interior, o tendão está “desidratado”;
• Vesiculares- têm pequenas coleções de líquido ao longo do trajeto do tendão
e facilitam a sua movimentação;
• Sinoviais- todas elas têm um líquido rico em proteína (sinóvia) que facilita a
contração do tendão e, comumente, do músculo. Pode-se apontar, do centro
para a periferia, os seguintes elementos: tendão, parede vaginal interna da
bolsa, cavidade vaginal (que tem o líquido sinovial), parede vaginal externa da
bolsa e mesotendão (formado pela reflexão dos dois bordos externos da pa-
rede vaginal externa da bolsa).
Bolsas serosas:
As bolsas serosas que apresentam paredes formadas por tecido conjuntivo, mos-
tram no seu interior líquido seroso e surgem em pontos onde músculos, tendões ou
aponevroses de inserção contactam com uma estrutura rígida (osso, apronevrose,
pele, etc).
Podem ser:
Submusculares
Subfasciais
Subcutâneas
Outro exemplo é o aso do cotovelo que tem uma bolsa serosa que impede que o
osso bata diretamente nas superfícies exteriores (bolsa olecraniana).
149
Nota:
É comum ocorrer uma inflamação da bolsa serosa do cotovelo nos animais que permanecem
muito tempo em solo duro. Assim forma-se o higroma, uma espécie de calo que o organismo
forma como tentativa de proteção daquela zona.
Aponevroses de contenção:
Ou seja, são estruturas de tecido conjuntivo fibroso que delimitam músculos ou vá-
rios grupos musculares uns dos outros, agrupando-os. Isso verifica-se, por exemplo, no caso do
braço onde existem os músculos extensores e flexores, mas existe uma aponevrose de conten-
ção que os agrupa funcionalmente.
Nota:
O tecido muscular é pós-mitótico, ou seja, não ocorrem mitoses neste tecido. O aumento do
seu tamanho e o seu desenvolvimento deve-se ao aumento do volume da célula muscular (de-
vido a um aumento de água ou fibrilhas), graças à sua alta adaptabilidade, e não ao aumento
do número de células.
150
AULA 9: (P.120 a 130 da sebenta)
São uma espécie muito importante, sendo uma das mais abundantes no nosso pla-
neta.
Atualmente, existem três grupos principais de peixes; O mais primitivo, com mais de
500 milhões de anos, que inclui os peixes sem mandíbula (p.ex. as lampreias), o grupo
Chondrichthyes que teve origem há mais de 440 milhões de anos (p.ex. tubarões e
raias) e, por fim, o mais recente e extenso grupo, o dos peixes ósseos (410-250 milhões
de anos), que inclui os peixes com pulmões e todos os peixes com raios nas barbata-
nas. De salientar que este grupo de vertebrados exibe a maior diversidade de espécies
do que qualquer outro, estando descritas mais de 33.000 espécies, um número maior
do que todos os outros grupos de vertebrados em conjunto.
O tamanho dos peixes também mostra uma grande variação (de 1 cm até aos 14 m do
tubarão baleia), permitindo a colonização de uma grande variedade de ambientes
aquáticos, desde as lagoas temporárias até os grandes oceanos, incluindo lagos parci-
almente congelados, passando por lagoas hipersalinas ou habitats com 12.000 m de
profundidade e pressões elevadíssimas (fossas oceânicas). Para que ocorresse a coloni-
zação desses ambientes, foram necessários muitos milhões de anos de evolução e im-
pressionantes adaptações morfológicas, funcionais e fisiológicas que serão revistas em
seguida.
Características gerais:
São:
Vertebrados aquáticos;
Ectodérmicos (a temperatura é regulada pelas condições ambientais externas);
Simétricos (simetria lateral).
Simetria anatómica:
Os peixes exibem uma grande diversidade de formas. No entanto, apresentam, geral-
mente, uma simetria bilateral.
151
O que se verifica também é a existência de dois tipos de achatamento que nos dizem muito so-
bre o seu habitat:
um achatamento dorso-ventral
• peixes de fundo, daí os olhos voltados para cima;
• variação nítida da coloração, em que a parte de baixo é com muito pouco pig-
mento, esbranquiçada (para imitar a claridade do sol para os predadores que
os virem de baixo) e parte de cima bastante pigmentada (mimetizando a areia
para os predadores que o virem de cima).
Raia
Tamboril
Escamas:
As escamas estão intimamente unidas aos órgãos subjacentes (por isso é que se as
escamas não estiverem bem fixas, é sinal de que o peixe não é fresco).
152
As escamas têm uma função protetora e também reduzem o atrito na água. Adicional-
mente, as escamas que ficam sobre a linha lateral do corpo dos peixes têm pequenos
orifícios que estabelecem uma ligação entre conjuntos de células sensoriais e de ter-
minações nervosas com o meio líquido exterior.
Têm origem mesodérmica (tal como os órgãos), o que as torna diferente das escamas
dos répteis.
Apresentam uma forma arredondada e sobre- Têm uma forma rômbica e mos- são características de pei-
põem-se como telhas. O seu tamanho aumenta à tram crescimento em ambas as xes cartilagíneos (tubarões
medida que o peixe vai crescendo, sendo que no- faces. São compostas por três e raias). Compostas por
vas camadas são depositadas nas margens, for- camadas: uma superficial de uma polpa, dentina e es-
mando-se anéis concêntricos. A parte da escama ganoína (semelhante ao es- malte (semelhantes à com-
que está inserida na derme é mais estreita, sendo malte), uma de cosmina e um posição dos dentes de tu-
a outra extremidade mais larga, a livre. A nível da tecido ósseo lamelar (isope- barões), são de origem dér-
sua constituição são formadas por duas camadas dina); mica e epidérmica, sendo
finas transparentes: uma camada superficial ós- formadas por dentina e re-
sea calcificada (fosfato e carbonato de cálcio) e cobertas por vitrodentina.
uma camada profunda fibrosa (colagénio). Os lin- Não aumentam de tama-
guados apresentam simultaneamente estes dois nho à medida que o peixe
tipos de escamas; vai crescendo.
153
Nota: Na sebenta também é referido outro tipo de escamas
- cosmoides - são mais grossas e duras do que as placoides. São compostas por 4 camadas:
uma fina camada superficial de vitrodentina (= esmalte), uma de cosmina (tecido semelhante a
dentina), uma de osso esponjoso com numerosos vasos sanguíneos e uma basal de isopedina.
Estão presentes nos peixes primitivos
Coloração:
Os peixes, consoante a profundidade e o ambiente em que vivem, têm cores diferentes.
A coloração que os peixes apresentam é devida a pigmentos contidos em células dérmicas modifica-
das, localizadas na derme. Quando estas células aumentam de volume, a área colorida aumenta.
Desta forma, os peixes podem ficar mais claros ou escuros e apresentarem diferentes padrões. Muitas
espécies de peixes podem ainda mudar rapidamente o seu padrão de cores de forma a evitarem os predado-
res, enganar presas ou realizarem rituais de acasalamento. Existem ainda algumas espécies que apresentam
células bioluminescentes na camada germinativa da epiderme, produzindo luz por reações enzimáticas ou
através de simbiose com bactérias bioluminescentes.
Revestimento:
Os peixes, tal como os outros vertebrados, são recobertos por pele (tegumento) que
é revestida por muco. Este tegumento apresenta duas camadas: uma epiderme de origem ecto-
dérmica e uma derme de origem mesodérmica. A derme dá origem às escamas, mas também às
glândulas do veneno e mucosas e, aos vários órgãos elétricos, bioluminescentes, sensoriais e
pigmentares. As células mucosas permitem a comunicação entre os peixes (através de molécu-
las químicas), reduzem o atrito na água e também protegem contra fungos, parasitas e preda-
dores.
154
Tipos de esqueleto:
Cartilagíneo Ósseos
(tubarões e raia)
O esqueleto dos peixes, tal como nos outros vertebrados, pode ser dividido em duas
partes: num esqueleto axial (crânio e coluna vertebral) e num esqueleto apendicular
(sustentação das barbatanas), podendo ser formado por tecido ósseo ou cartilagíneo.
Terminação da boca:
A posição, o tamanho e o formato da boca e os tipos de dentes dão boas pistas sobre os hábi-
tos alimentares de um peixe.
os peixes com a boca numa posição superior ingerem alimentos que lhe estão mais su-
perficiais, enquanto os peixes predadores possuem dentes fortes e vivem à superfície;
155
Peixes com a boca numa posição inferior alimentam-se de nutrientes que se distri-
buem abaixo do seu corpo, geralmente, junto ao fundo e alguns possuem dentes for-
tes que lhes permite triturar crustáceos e moluscos (p. ex.: corvina, tubarões e raias);
Por fim, os peixes com boca em posição terminal, geralmente, alimentam-se na co-
luna de água que se coloca à sua frente (p.ex.: atuns).
Se por um lado, um peixe com uma longa boca protrátil indica que as presas são en-
golidas por sucção e permitindo capturar presas à distância, por outro, a presença de barbi-
lhões sensoriais é um forte indício de que o peixe “fareja” o seu alimento. Outro exemplo é
uma boca grande dos peixes filtradores que se abre enquanto o peixe nada (p.ex. tubarão-ba-
leia).
Barbatanas:
Pares Ímpares
156
Barbatana peitoral:
Estas barbatanas mostram funções diferentes consoante a espécie. Nos tubarões
apresentam-se rígidas, servindo para manter a profundidade; nas raias a ondulação
das extensas barbatanas peitorais ajudam a “planar” na água; nos teleósteos mostram
uma posição lateral ao corpo, podendo situar-se dorsalmente à linha média do peixe
ou abaixo desta. Em peixes que atingem grandes velocidades (p.ex. atuns), as barbata-
nas peitorais são curtas e rígidas.
Barbatana pélvica:
para além de auxiliarem na estabilidade do peixe, também apresentam diversas mo-
dificações de forma a desempenharem outras funções. Em algumas espécies apresen-
tam um disco de sucção que ajuda a fixação destes animais as pedras presentes no
fundo do mar; noutros está reduzida a um longo filamento sensorial que torna a pro-
cura do alimento mais eficaz, enquanto que nos machos dos tubarões e das raias, de-
senvolve-se um par de órgãos copulatórios. A posição relativa entre as barbatanas pei-
torais e pélvicas varia, sendo que existe uma tendência das barbatanas pélvicas se
moverem rostralmente nos peixes mais recentes, enquanto nos peixes primitivos as
barbatanas pélvicas localizam-se, geralmente, na parte posterior e ventral do corpo,
logo à frente da barbatana anal.
Barbatana dorsal:
colocada na linha média dorsal do corpo, pode apresentar diversos formatos: única
(com raios moles), dupla (primeira com espinhos e segunda com raios moles), dupla
contínua (primeira com espinhos e segunda com espinhos e raios) ou tripla. A função
primordial desta barbatana é dar estabilidade, podendo mostra-se modificada por ter
ligação a glândulas venenosas. Nas raias, a barbatana dorsal pode estar ausente ou ru-
dimentar.
Barbatana anal:
colocada na linha média inferior do corpo, posteriormente à abertura anal, mostra-se
alongada nos linguados para auxiliar a enterrar estes peixes na areia. Algumas espécies
apresentam a barbatana anal modificada num órgão copulatório, o gonopódio, que é
usado para o transporte de espermatozoides.
Barbatana caudal:
157
• Heterocercas- quando os lobos superior e inferior são desiguais, e a coluna
vertebral se estende para o ramo superior da barbatana caudal (esturjões, tu-
barões e raias);
• Homocerca- quando os lobos são iguais e os raios se distribuem simetrica-
mente (presente em peixes mais evoluídos e típica dos peixes ósseos);
• Leptocerca- derivaram das protocercas. Com o eixo vertebral a terminar perto
da extremidade caudal da barbatana que tem um formato triangular (peixes
pulmonados e vários peixes anguiliformes).
Barbatana adiposa
Músculos:
2 dorsais 2 ventrais
M. Espinhoso dorsal
M. Longo dorsal
M. Sacrolombar
158
M. Abdominal
Escamas
ctenoides
Escamas
cicloides
Quando tiramos as escamas ctenoides, por baixo, na linha média do corpo do peixe,
existe uma zona mais escura (acastanhada) que não se assemelha aos músculos normais dos
peixes (que são brancos, excetuando os salmonídeos). Essa zona, é o músculo de VOGT que é
muito importante do ponto de vista sensorial.
Tem pequenos poros à superfície que vão informar o animal da osmolaridade e da tempera-
tura da água, que excitam células sensitivas que informam o peixe se deve ir para a superfície,
para as zonas mais profundas, ou se deve procurar correntes.
159
Nota:
Órgãos elétricos:
Resultam de transformação muscular, tendo funções de caça e defesa;
Isolados em estojos e são dependentes de nervos centrais. Portanto sempre que um
animal faz uma descarga elétrica é uma ação consciente;
Exemplos:
• Enguia elétrica (rios da América do Sul, 600V);
• Peixe-gato (rios de África Tropical, 300V);
• Raia (500V).
160
Aparelho digestivo:
É composto por boca, faringe, esófago, estômago, fígado e intestino. A boca pode ser
inferior (peixes cartilaginosos) ou anterior (peixes ósseos);
O fígado é muito volumoso, pode apresentar vesícula biliar e é magro nos peixes de
carne gorda e vice-versa;
Na região da faringe abrem-se as fendas branquiais (5-7 pares). O intestino pode ter-
minar sob a forma de cloaca, ou seja, comum com o sistema reprodutor e aparelho
urinário, (nos peixes cartilagíneos) ou de ânus (peixes ósseos);
O rim é uma estrutura alongada e escura que, tal como nos mamíferos, se situa junto à
coluna, podendo haver um ou dois no caso dos peixes;
Os peixes cartilagíneos possuem no intestino uma estrutura que permite maior super-
fície de absorção do alimento, chamada prega helicoidal ou válvula espiral, enquanto
os peixes ósseos apresentam cecos pilóricos.
161
Aparelho respiratório:
Independentemente do peixe, a água entra pela boca e sai pelas brânquias permitindo
que o sangue aí presente fique oxigenado e liberte dióxido de carbono;
O coração expulsa o sangue venoso que vai aos arcos branquiais, ficando oxigenado. De se-
guida é coletado através da aorta dorsal que o leva aos órgãos
Sistema circulatório:
Os peixes apresentam um sistema circulatório fechado, formado por artérias, veias,
capilares e um coração com duas câmaras (um átrio e um ventrículo).
Coração apresenta 4 cavidades:
• seio venoso (colhe o sangue venoso que vem das vísceras);
• aurícula (recolhe o sangue do seio venoso);
• ventrículo (contém o sangue vindo da aurícula)
162
• bulbo arterial (expulsa o sangue venoso em direção ao tronco aórtico que se
ramifica nos arcos aórticos, sendo depois conduzido até as brânquias, onde é
oxigenado e doravante chamado de sangue arterial);
. De seguida é conduzido por artérias até às diferentes vísceras, onde se torna venoso, retor-
nando de seguida ao coração, ao seio venoso e, posteriormente, à aurícula.
Aparelho urinário:
O aparelho excretor regula a quantidade de água e de sais no corpo e é responsá-
vel pela eliminação dos resíduos tóxicos do metabolismo.
163
• Existe uma ligeira alteração nos rins dos peixes de rio que têm de captar muito
mais os eletrólitos e, portanto, precisam de ter rins muito mais funcionais no
que toca à captação de eletrólitos do que os peixes de mar;
Enquanto que nos peixes ósseos, a urina é conduzida ao exterior através de dois ure-
teres que se abrem num poro localizado perto do ânus (poro anal), nos peixes cartila-
gíneos, os ureteres abrem-se na cloaca que também recebe a abertura do intestino e
do sistema reprodutor.
Salienta-se, no entanto, que a maior parte dos resíduos metabólicos é eliminada pelas
brânquias.
Sistema nervoso:
O cérebro é muito pequeno relativamente ao corpo (15% face aos mamíferos e aves);
164
Os lobos óticos são muito desenvolvidos, assim como os olfativos;
Tato:
165
• Nos peixes ósseos, cada escama que se coloca sobre a linha lateral é perfurada
de forma a contactar com o ambiente, contactando de seguida com o músculo
vermelho de VOGT, através de estruturas sensoriais microscópicas, que é ca-
paz de detetar variações na osmolaridade e de pressão, pH e temperatura da
água. De salientar que os peixes também podem detetar vibrações através dos
seus ouvidos, que não se abrem no exterior.
Sentido gustativo:
166
AULA 10: (não está na sebenta)
Sistema linfático
Durante a circulação sanguínea cerca de 90% do volume do sangue retorna das redes
capilares (porção venosa) para o coração.
Os restantes 10 % formam a LINFA que entra nos vasos linfáticos como linfa circulante,
formando o sistema linfático impedindo a acumulação e retenção de líquido no inte-
rior do organismo.
Essa distribuição dos líquidos intersticial e vascular é mantida devido à existência de uma hi-
drodinâmica entre esses meios, que mantêm uma troca equilibrada desses líquidos.
167
No capilar, existem dois tipos de porções:
Na porção inicial (porção arterial) a pressão hidrostática é maior do que a pressão on-
cótica, havendo saída de líquido para o exterior do capilar.
Já na porção venosa a pressão oncótica é maior, devido à saída de líquido, o que pro-
voca o seu regresso ao vaso
Durante essa dinâmica, fica uma certa quantidade de líquido residual nos interstícios.
Esse líquido é drenado pelos vasos linfáticos, retornando depois para o sistema vascu-
lar.
Mas este mecanismo não é totalmente eficaz, então é necessário o sistema linfático.
168
EDEMAS:
LINFEDEMA
ELEFANTÍASE
169
Estes vasos são fechados num dos topos e por isso chamados “em dedo de luva”.
A linfa produzida no líquido intersticial penetra estes capilares, tornando-se linfa cir-
culante. Em termos simples a linfa corresponde ao líquido intersticial que não é levado
pela circulação de retorno e é então levado pelos vasos linfáticos, primeiro capilares e
progressivamente vasos de maior calibre, até formarem os troncos linfáticos que se
dirigem para grandes vasos que afluem ao coração.
O endotélio dos vasos linfáticos é mais permeável do que o endotélio vascular, apre-
sentando menor absorção seletiva e funcionando principalmente na remoção das
proteínas do plasma que foram filtradas através dos capilares para dentro dos espa-
ços teciduais.
170
Nas vilosidades intestinais iniciam-se capilares linfáticos especiais, chamados vasos
quilíferos, que afluem à chamada cisterna do quilo, situada no início da área lombar,
que transporta uma linfa rica em lípidos, que ao serem conduzidos à grande circulação
sem passarem pelo fígado não sofrem a ação deste último.
pelo qual uma coluna de linfa num vaso linfático é impulsionada pela linfa que vai
sendo libertada pelos tecidos e que, entrando no sistema circulatório linfático, tende a
deslocar a linfa já lá existente no único sentido possível . O retorno venoso, nestes ca-
sos, se deve à pressão arterial, que empurra o sangue de volta (“vis a tergo”)
171
Contractilidade dos vasos linfáticos- respiração e pressões intratorácicas
172
Troncos traqueais
Cisterna do quilo
Troncos lombares
Tronco visceral
173
Tronco celíaco
Tronco gástrico
Tronco hepático
Tronco intestinal
Tronco cólico
Tronco jejunal
174
Resumindo:
Linfonodos
O volume dos linfonodos pode variar desde o tamanho de uma pequena semente até
ao de uma noz, alguns por serem achatados, são também de maior comprimento.
Os vasos linfáticos aferentes entram nos linfonodos através da periferia do órgão, ex-
ceto no Porco, em que entram pelo hilo. Os vasos linfáticos eferentes saem dos linfo-
nodos pelo hilo, exceto no Porco, em que saem pela periferia do linfonodo.
175
Dada a variabilidade do sistema linfático, há linfonodos que existem a título constante
em todos os indivíduos duma dada espécie doméstica, enquanto que outros existem
ou podem estar ausentes conforme o indivíduo considerado.
LINFOCENTROS
Linfocentros da cabeça
176
Linfonodo mandibular (azul)
Linfocentros do pescoço
177
Linfocentro axilar
Linfocentro do tórax
Paredes torácicas
178
Interior da cavidade torácica
179
Linfocentro poplíteo
Linfocentro inguinofemoral
Seus vasos aferentes drenam a parede corporal e a coxa. Os seus vasos eferentes drenam para
os linfonodos ilíacos mediais.
TONSILAS
ÓRGÃOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS
Tonsilas (nomina anatómica veterinária) = Amígdalas (nomina anatómica humana)
As tonsilas dos mamíferos são órgãos linfáticos secundários que são constituídos por
aglomerados de tecido linfóide localizados abaixo do epitélio da boca e da faringe.
As restantes tonsilas vão guarnecer todos os óstios da faringe (exceto, nos Mamíferos
que nos interessam, o óstio esofágico.).
180
São distinguíveis a tonsila faríngea (adenóide), as tonsilas palatinas e as linguais e as
tonsilas tubáricas que em conjunto recebem a designação de ANEL LINFÁTICO DE
WALDEYER.
BAÇO
Por outro lado, em situações de infeção crónica pode ocorrer o seu aumento a que se
dá o nome de esplenomegélia.
181
A polpa branca faz parte do sistema de defesa (sistema imune) e a polpa vermelha
remove os materiais inúteis do sangue (eritrócitos defeituosos muito velhos são inca-
pazes de negociar a sua passagem da polpa vermelha para os capilares ficando retidos
no baço e destruídos).
21 5 73
4
9 11
6 8
10
12
182