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REGIONAL SUL

História e Geografia
SUMÁRIO
Regonal Sul
História 3
Geografia 52
C H CIÊNCIAS HUMANAS
e suas tecnologias
HISTÓRIA
História do Paraná
Imigração
O Paraná era habitado pelos índios tupi-guaranis e caingangues. Em 1610, os portugueses, à procura de ouro,
fundaram Paranaguá, que, em 1648, se tornou vila, por Gabriel de Lara. Curitiba foi povoada por Baltazar Carrasco
dos Reis e foi elevada à vila, em 29 de março de 1693. Na época, só havia uma estrada usada pelos tropeiros, com
alguns pontos de pouso, em suas viagens em direção a São Paulo.
Nesses lugares de pouso (no segundo planalto), surgiram cidades como Lapa, Castro e Ponta Grossa.
O terceiro planalto foi parcialmente explorado por Afonso Botelho – Guarapuava, fundada em 1818, e Palmas,
em 1840. Na mesorregião do Norte Pioneiro, Wenceslau Braz fundou Jacarézinho, colonizada por paulistas e mineiros.
O norte do Paraná, pela Cia de Terras Norte do Paraná, com a fundação de Londrina, pelo inglês Lord Lovat.

Maringá e o oeste foram colonizados pela Indús- po de seus habitantes, além de ser considerada a cidade
tria Madeireira Rio Paraná S/A. Maripá, em 1946, era de mais alemã do Paraná. As cidades de Rolândia, Cam-
propriedade de alemães e italianos que vendiam lotes ru- bé, Teófilo Otoni, Guaraqueçaba, Castro, Curitiba, Irati,
rais e urbanos e fizeram o efetivo povoamento da região. Ponta Grossa, Guarapuava e algumas outras receberam
Não se pode falar em colonização do Paraná, sem imigrantes alemães.
falar nos imigrantes. Depois dos portugueses e espanhóis,
os alemães se estabeleceram no Paraná. Isso ocorreu em
1829, no atual município de Rio Negro, que foi a primeira
colônia alemã no Estado. O Paraná é um Estado com gran-
de diversidade étnica, constituído por imigrantes alemães,
japoneses, poloneses, ucranianos, italianos, espanhóis, en-
tre outros, que ajudaram a construir a riqueza da nação
brasileira.
Entre 1853 e 1886, o Paraná recebeu cerca de
20 mil imigrantes. Marechal Cândido Rondon recebeu
grande número de imigrantes alemães. Sua cultura se
Cidade de Marechal Cândido Rondon
reflete nas fachadas das casas, na culinária e no fenóti-

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Em 1860, começaram a chegar os imigrantes
italianos, poloneses, ucranianos, japoneses e neerlande-
ses. Os poloneses se fixaram mais na região de Curitiba,
Araucária e Irati, com seus carroções de toldo. Os ita-
lianos, na região de Colombo e Santa Felicidade, eram
agricultores e comerciantes e ficaram famosos por sua
culinária. Os alemães, em Rio Negro, Rolândia e Cambé,
se destacaram na agricultura e na indústria. Os japone-
Região do Contestado
ses fizeram suas colônias em Assaí, Uraí, Bandeirantes e
A área onde se formou a comunidade era dis-
Londrina, e ficaram famosos pela horticultura. Os ucra-
putada pelos governos dos dois Estados. Ambos não
nianos, em Ponta Grossa e Cruz Machado, destacaram-
escondiam seus interesses pela exploração da madeira
-se na agricultura e artesanato. Já os neerlandeses se fi- e da erva-mate.
xaram na região de Castro, Ponta Grossa e Guarapuava, A concessão pelo governo da construção de uma
destacando-se na indústria de laticínios. Todos contri- estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do
buíram para o desenvolvimento e progresso do Paraná. Sul contribuiu para o aquecimento das tensões na re-
gião. Tal medida desapropriou uma larga faixa de terra e
Portanto, as colônias de imigrantes é que deram
atraiu um contingente significativo de gente para suprir
origem às cidades. Castro, por exemplo, foi colonizada
a necessidade de mão de obra. Posseiros e pequenos
por imigrantes alemães, holandeses, ucranianos, polo-
fazendeiros, que viviam da exploração da terra e da ma-
neses e japoneses. Embora seja diversificada em relação deira na região, acabaram sendo expulsos.
às etnias, há grande respeito à cultura dos outros. O Com o fim das obras da estrada de ferro, o con-
museu do imigrante tem o sexto maior moinho do mun- tingente de desempregados em condições precárias
do, que foi construído na Holanda. Na colônia de Terra criou um cenário ideal para a difusão de ideais messiâ-
nicos. Foi quando apareceu o líder José Maria – mais
Nova, pode-se apreciar a culinária alemã.
tarde, as autoridades descobriram que seu nome era
No outro extremo, no norte do Paraná, a colô-
falso. Aproveitando-se da presença de monges missio-
nia japonesa deu origem à cidade de Assaí. A palavra
nários na região, José Maria se apropriou do nome de
vem de assahi, que significa “sol nascente“. Também um deles.
as cidades de Uraí e Bandeirantes, e mesmo a grande Camponeses expropriados de suas terras e de-
Londrina, têm grande concentração de japoneses. sempregados dispuseram-se a seguir José Maria e a
Esses povos, com culturas tão diferentes e em formar uma comunidade, que, àquela altura, era a úni-
ca alternativa de vida para eles. Dia a dia, a população
convívio harmonioso, com suas colônias em regime de
crescia não sem a preocupação das lideranças políticas
pequenas propriedades, fizeram a grandeza do Paraná.
e religiosas locais e as associações com Canudos. A re-
Suas diferenças só vieram acrescentar na formação cul-
ação do governo federal, das elites e da própria Igreja
tural do Estado. não tardou. Urgia uma intervenção imediata no local.
Várias campanhas de combate foram organiza-

O Contestado (1912-1916) das pelas autoridades contra o “antro de fanáticos”.


Exército e polícias estaduais foram derrotados. Temia-
A Guerra do Contestado resultou de um pro- -se a repetição de Canudos. No início de 1914, sob o
comando do general Setembrino de Carvalho, seis mil
cesso semelhante ao de Canudos. Ocorreu na divisa
soldados, que contavam com artilharia, atacaram os
do Paraná com Santa Catarina, durante os governos de
crentes. A resistência deles só foi debelada em 1916.
Hermes da Fonseca e de Venceslau Brás.

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História de Santa Catarina
Expedições exploradoras povoação. Em 1673, foi Francisco Dias Velho que se fi-
xou com os filhos, criados e escravos na ilha de Santa
ao litoral catarinense Catarina, fundando Nossa Senhora do Desterro, atual
Florianópolis.
Os portos naturais, como os de São Francisco
e ilha de Santa Catarina, tornaram a região parada
obrigatória para os navios que viajavam pelo Atlânti-
co sul. Navegadores de várias nacionalidades por aqui
passaram. Alguns náufragos e desertores acabaram por
permanecer entre os indígenas que habitavam a ilha
de Santa Catarina e o litoral fronteiro, facilitando o re-
conhecimento da região e o abastecimento de outras
embarcações. O primeiro europeu a aportar em terras
catarinenses (São Francisco do Sul) foi Binot Palmier de
Gonnonville, em 1504. A partir de então, várias expedi-
ções chegaram a Santa Catarina:
Porto de São Francisco do Sul, SC
§§ Juan Dias de Solis (1516) – naufragou quando
voltava de viagem ao Prata. Onze náufragos des- A fundação de Dias Velho não durou muito. Em
ta expedição foram bem recebidos pelos índios 1687, apareceu, na enseada de Canasvieiras, um na-
carijós e iniciaram com eles uma intensa misci- vio inglês carecendo de reparos. Dias Velho prendeu os
genação. piratas e o barco, enviando homens e cargas para São
§§ D. Rodrigo de Acuña (1525) – deixou 17 tripu- Vicente, onde foram libertados. Dois anos depois, vol-
lantes na ilha, onde se fixaram voluntariamente. taram à ilha de Santa Catarina e atacaram o povoado
§§ Sebastião Caboto (1526) – deu à ilha o nome de de Nossa Senhora do Desterro. Dias Velho foi preso e
Santa Catarina. depois assassinado. Após este fato, foi deixada ao aban-
§§ Alvar Nuñez Cabeza de Vaca (1541) – chegou dono e com poucos moradores a povoação do Desterro.
como governador da região do Prata, que então A fundação da colônia de Sacramento, em 1680, real-
se estendia até o litoral catarinense. çou a importância dos núcleos catarinenses. Para dar
apoio logístico a Sacramento, o vicentista Antônio Brito
Povoamento vicentista Peixoto fundou, em 1684, a vila de Santo Antônio dos
Anjos de Laguna.
Os portos de São Francisco, ilha de Santa Ca-
tarina e Laguna eram importantes porque abasteciam
com água os navios que iam para o rio da Prata ou para
Capitania Real de
o oceano Pacífico através do estreito de Magalhães. Santa Catarina
Portugal, que já manifestara interesse em fundar uma
colônia na margem esquerda do rio da Prata, começou A Capitania de Santa Catarina nasceu com o ob-
a encarar com muito interesse e cuidado a preserva- jetivo de ser uma base de apoio aos enfrentamentos
ção da ilha de Santa Catarina. A primeira povoação da militares contra os espanhóis. Estes viam Sacramento
capitania de Sant’Ana se deu onde hoje é a cidade de como uma ameaça ao monopólio sobre a boca do rio
São Francisco do Sul. Foi fundada em 1658, por Manoel da Prata, que funcionava como uma porta de extrema
Lourenço de Andrade, que se estabeleceu e a denomi- importância para mais da metade de suas colônias da
nou Nossa Senhora das Graças do Rio de São Francis- América do Sul. O brigadeiro José da Silva Paes foi esco-
co. Manoel Lourenço veio com familiares e agregados, lhido para ser seu primeiro governante. Santa Catarina
trazendo gado, ferramentas e instrumental agrícola. passou a ser, oficialmente, a partir de 1739, o posto
Distribuiu terras e reservou para si as mais próximas à mais avançado da soberania portuguesa na América do
Sul.
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Fortificação da ilha de Santa Catarina
D. João V, rei de Portugal, em 1738, incumbiu Silva Paes de fortificar os pontos estratégicos da ilha. Sob a
orientação de Silva Paes e seguindo seus próprios planos, teve início a construção das primeiras fortalezas da ilha.
O brigadeiro planejou um sistema de fortificações permanentes que, apesar dos bons objetivos e da monumen-
talidade, não conseguia defender as entradas das barras do norte e do sul da ilha. Entretanto, historicamente, o
sistema acabou se constituindo no maior conjunto arquitetônico militar do sul do Brasil. A vila de Nossa Senhora
do Desterro tinha muitas praias e excelentes baías, fáceis de aportar. Foram escolhidos três locais ao norte que vi-
savam impedir a entrada de invasores pela baía e, consequentemente, aos portos naturais ali existentes. São então:
a fortaleza de Santa Cruz (1739), na ilha de Anhatomirim; a fortaleza de São José da Ponta Grossa (1740), ao norte
da ilha de Santa Catarina; e a fortaleza de Santo Antônio (1740), na ilha de Ratones Grande.
Para defender a entrada da baía sul, construiu-se a fortaleza de Nossa Senhora da Conceição (1742), na
ilha de Araçatuba. Nas décadas seguintes, alguns fortes de menores proporções foram erguidos mais próximos ao
centro da vila do Desterro: Santana, São Luiz, São Francisco Xavier, Santa Bárbara, São João, Lagoa e Bateria de São
Caetano. No início do século XX, foi construída a última fortificação catarinense: o forte de Naufragados. Apesar da
excelente situação estratégica dessas obras, o material bélico existente em cada uma delas estava aquém das ne-
cessidades. Haveria também a necessidade de tropas para guarnecer estas fortalezas e criou-se um batalhão, mais
tarde transformado em regimento – o regimento de infantaria da ilha de Santa Catarina – e, ainda, dada a fraca
densidade populacional da região, haveria a necessidade de braços para prover o sustento, produzindo alimentos,
bem como para preencher os claros na tropa: daí a proposta do povoamento açoriano.

Colonização açoriana
O governo português, percebendo a necessidade de não perder as terras para outras nações, como a Es-
panha, e também proteger militarmente o litoral brasileiro, começou o processo de colonização da ilha de Santa
Catarina, estabelecendo a ideia de posse, ou seja, o Brasil deveria ser povoado para estabelecer o direito aos
portugueses de donos da terra, definitivamente. A necessidade de defesa só poderia apresentar bons resultados, se
houvesse um povoamento no litoral catarinense. Foi oferecida uma série de incentivos aos açorianos e madeirenses
para ocupar a colônia. Os açorianos se situaram na vila de Nossa Senhora do Desterro e seus arredores, fundaram
as freguesias de Nossa Senhora da Conceição da Lagoa, São Miguel da Terra Firme, Nossa Senhora do Rosário da
Enseada de Brito, São José da Terra Firme, Santana da Vila Nova, Nossa Senhora das Necessidades, São Antônio de
Lisboa e Nossa Senhora da Lapa do
Ribeirão da Ilha. Ilha de Santa Catarina
As freguesias apresentam,
até nossos dias, a arquitetura das
construções, propriedades, sistema
econômico, tradições e folclore bem
parecidos com o período colonial. A
sede de colonos na nova capitania
coincidiu com a crise de superpopu-
lação nos Açores e Madeira. Houve
um movimento espontâneo de vinda
para o Brasil. Resolveu então o Con-
selho Ultramarino realizar a maior
migração sistemática de nossa histó-
ria. Em várias viagens, foram trans-
portados cerca de 4,5 mil colonos.

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Deu-lhes boa acolhida o governador Manuel Escudeiro, sucessor do brigadeiro Paes. Mas nem todas as promessas
da administração colonial podiam ser cumpridas, por falta de recursos. Além disso, nem todos os imigrantes, entre
os quais muitos nobres, estavam dispostos a dedicar-se à agricultura ou aos ofícios mecânicos, em obediência
às ordens régias que tinham o propósito de evitar a entrada de escravos. Outro problema era o da localização.
Recomendava a metrópole que os colonos não se concentrassem na ilha, mas formassem, também, núcleos no
litoral, sob normas urbanísticas, insistindo ainda que casais se encaminhassem para o Rio Grande do Sul. Essas de-
terminações que, apesar das dificuldades, foram sendo cumpridas, levaram a migração açoriana até o extremo sul
do Brasil, implantando as características do seu tronco racial: fortaleza de ânimo, simplicidade e vivacidade. E aos
seus descendentes transmitiram modismos, hábitos, linguagem, que ainda neles se notam, principalmente na ilha
de Santa Catarina e no litoral que vai até o Rio Grande do Sul. A cultura que prevaleceu foi a da mandioca, que os
colonos aprenderam no novo continente e dela conseguiram safras promissoras, permitindo até a sua exportação.
Houve, no século XVII, a criação da cochonilha, mas que desapareceu no século XIX, por falta de incentivo.
As contribuições culturais dos açorianos podem ser citadas em vários aspectos:
§§ técnicas de pesca;
§§ construção naval (as baleeiras);
§§ artesanato (renda de bilro), olaria, peças utilitárias e decorativas;
§§ folguedo do “boi na vara”, “pão por Deus”, modo de falar, “boi de mamão”.

Invasão espanhola
Em 1777, o governador de Buenos Aires, D. Pedro de Cebalos, desembarcou suas forças invasoras na ensea-
da de Canasvieiras sem que as fortalezas disparassem um só tiro de canhão. A tomada da ilha foi tão tranquila, que
até hoje é difícil compreender como não houve resistência de uma força de quase 200 homens, dos quais faziam
parte tropas do reino, do Rio de Janeiro e contingentes locais. Só em julho de 1778, em virtude do Tratado de Santo
Ildefonso, obtido pelos estadistas do governo de D. Maria I, foi a ilha restituída, contudo, ficara completamente
arrasada. O próprio hospital estava destruído, desde os alicerces. Entre o novo governador, Veiga Cabral da Câmara,
e o vice-rei, marquês de Lavradio, foi decidida, após troca de importante correspondência, a distribuição de casais
pelo litoral, estabelecidos em lotes, que lhes permitissem a manutenção, evitando-se, assim, a sua concentração
na ilha, onde empobreciam. O último governador da capitania foi Tomás Joaquim Pereira Valente, depois general
e conde do Rio Pardo.

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Santa Catarina durante permitiu o surgimento de novas fontes pastoris e “pousos
das tropas”, que originaram as comunidades de Curitiba-
a mineração nos, São Joaquim, Campos Novos, Mafra e Rio Negrinho.
Ao se aproximar do término do período colonial, Santa
A mineração marcou a economia brasileira do Catarina apresentava duas economias distintas: o pla-
século XVIII, com as primeiras jazidas encontradas em nalto baseado na pecuária e o litoral voltado para sub-
Minas Gerais. Com esta atividade, houve várias conse- sistência. No litoral, destacamos a pesca da baleia e o
quências, como o deslocamento do eixo econômico do surgimento das armações. O alto valor comercial do óleo
Nordeste para o Centro-Sul e a formação de cidades. de baleia fez com que a pesca e comercialização deste
Com a exploração de jazidas, a região Sul passou a inte- animal fossem controladas pelo monopólio real, por meio
ressar ainda mais aos portugueses. Os sulistas criavam de concessões.
gado bovino (para produção de carne e couro) e animais
utilizados para tração ou transporte, que iriam abaste-
cer a região mineradora. Foram abertos caminhos pelo Período imperial do Brasil
interior ligando o sul até São Paulo, onde o gado era independente
comercializado. Foi assim que surgiu o tropeiro, indiví-
duo responsável pelo transporte do gado que abastecia Proclamada a independência, a notícia chegou
a rica Minas Gerais. Ao longo do caminho das tropas, do a Santa Catarina somente em 7 de outubro de 1822,
sul até São Paulo, surgiram vários povoados. Além disso, sendo recebida com simpatia por parte das Câmaras do
o pouso de tropas e a busca de novas pastagens deram Desterro, Laguna, São Francisco e Lages. Santa Catari-
na, já com o título de província, aderiu ao movimento
origem a cidades como Lages, Curitibanos, São Joaquim
constitucional, elegendo seu representante às cortes
e Campos Novos.
de Lisboa o padre Lourenço Rodrigues de Andrade,
A instalação de um posto de cobrança de impos-
que assinou a Constituição do Reino Unido, em 1822.
tos às margens do rio Negro, onde os tropeiros eram obri-
Em seguida, cooperou a província com as demais no
gados a parar, favoreceu a formação de um novo povoa-
movimento da independência, elegendo deputado à
mento, que deu origem à atual Mafra. Assim, o pastoreio
constituinte brasileira, em 1823, Diogo Duarte Silva. Em
e todas as atividades a ele ligadas, foram responsáveis
decorrência da Carta Imperial de 1824, passou a ser go-
pelo aparecimento de uma estrutura social e econômica
vernada por presidentes nomeados pelo Poder Central.
no planalto ocidental de Santa Catarina. Com o objeti-
Logo após a aceitação dessa Carta, instalou-se o Con-
vo de solucionar antigas disputas entre portugueses e
selho Provincial e, até 1889, foram 39 os que ocuparam
espanhóis, foi assinado, em 1750, o Tratado de Madri,
o Executivo. Em 1834, o Ato Adicional transformou o
que anulou a linha divisória estabelecida pelo Tratado de
Conselho em Assembleia Provincial, com poderes muito
Tordesilhas. O Tratado de Madri definiu muito da atual
mais amplos.
configuração do território brasileiro. Portugal e Espanha
contribuíram para a cartografia sul-americana com as in-
vestigações para a demarcação do tratado. Definiu-se o
reconhecimento aprofundado do território do oeste ca- Colonização europeia
tarinense, quanto ao curso do rio Peperiguaçu e outros
Uma das primeiras colônias fundadas na provín-
afluentes do rio Uruguai. Com este novo tratado, o pla-
cia de Santa Catarina foi a Nova Ericeira, na enseada de
nalto catarinense foi integrado oficialmente aos domínios
Garoupas (atual Porto Belo). A partir de 1817, vieram
portugueses.
Neste contexto de expansão territorial portugue- de Portugal pescadores, barbeiros, alfaiates e sapateiros
sa, foi fundada Nossa Senhora dos Prazeres de Lages, por para a região. Em 1824, a colônia foi elevada à fregue-
Antônio Corrêa Pinto, em 1766. Logo após, foi ligada à sia, com a vinda de novos colonos. Pelo decreto imperial
Laguna, dando origem à atual estrada do Rio do Rastro. de 1832, foi criado a vila e, posteriormente, o município
No século XVIII, o Rio Grande do Sul abastecia com gado de Porto Belo, desmembrado do município de São Fran-
as feiras de São Paulo. O caminho atravessava os campos cisco. Entretanto, foi somente no final do primeiro reina-
de Vacaria (RS) e daí atingia Lages. A fundação de Lages do que se iniciou um grande movimento de colonização
em todo o Brasil.
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A província de Santa Catarina foi um dos setores em que se produziu resultados mais promissores, quer o
de iniciativa oficial, quer o particular. Da iniciativa oficial foram:
§§ com alemães – São Pedro de Alcântara (1829); Teresópolis (1860); Brusque (1860); Piedade (1847);
§§ com italianos – Azambuja (1877);
§§ com nacionalidades diversas – Itajaí (1836); Angelina (1862); Luís Alves (1877);
§§ com soldados agricultores – Santa Tereza (1854), destinada à ligação entre Lages e a capital.
Já de iniciativa particular foram:
§§ com alemães – Blumenau (1850); D. Francisca (1851), que deu origem à cidade de Joinville;
§§ com italianos – Nova Itália (1836);
§§ com italianos, espanhóis, russos, polacos, franceses, ingleses e holandeses – Grão-Pará (1882);
§§ com nacionais, belgas e alemães – Leopoldina (1853);
§§ com irlandeses e estadunidenses – Príncipe D. Pedro (1860);
§§ com elementos mistos – Flor da Silva (1844).
Referência especial merece a colônia de Saí (1842), tentativa malograda de concretização das ideias comu-
nistas de Fourier, na baía da Babitonga. Deste núcleo surgiram outros e o território ficou coberto por uma rede de
colônias, no seio das quais foram surgindo cidades, vilas e povoados. A colônia de São Pedro de Alcântara localizou-
-se no caminho que levava do litoral a Lages, defendendo o percurso de ataques indígenas.

República Juliana
O período regencial foi caracterizado por uma série de agitações. Muitas revoltas em diversos pontos do
país, várias das quais colocando em perigo a unidade nacional, ocorriam motivadas pelo descontentamento políti-
co. O mais longo movimento – que duraria 10 anos –, a Revolução Farroupilha, eclodiu em 1835, no Rio Grande do
Sul, e se estendeu a Santa Catarina. O objetivo dos farrapos era diminuir o controle econômico do governo imperial,

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e alguns defendiam ideais republicanos e federalistas. Todos os impostos sobre o comércio do gado e
Comandados por Bento Gonçalves, chegaram a Santa indústria pastoril foram abolidos. A reação do governo
Catarina, especialmente nas regiões de Laguna e Lages, imperial foi a nomeação do marechal Francisco José de
onde a simpatia pela causa rio-grandense aumentava, Sousa Soares de Andréa para presidente de Santa Cata-
incentivados por famílias que fugiram das regiões de rina, pois ele era conhecido por sua energia e rispidez.
conflito na província gaúcha. Muitos lageanos foram Nobre e de brilhante carreira militar, Andréa acompa-
favoráveis à causa farroupilha, pois as forças imperiais nhara D. João VI e a família real para o Brasil e fora
fizeram um grande recrutamento, confiscando gado e comandante das forças brasileiras em Montevidéu.
mantimentos, sem ressarcimento. Isto levou ao descon- Enviado às terras barrigas-verdes somente para
tentamento na região e à declaração de adesão à Repú- resolver os problemas do sul, Andréa governou apenas
blica Rio-grandense, no início de 1838. Em 1839, a van- de 1839 a 1840. Com 400 homens que trouxera do Rio
guarda republicana, comandada pelo coronel Joaquim de Janeiro e 300 de Santa Catarina, 20 navios e com
Teixeira Nunes, aproximou-se de Laguna. Com o auxílio amplos poderes, Andréa, no início, optou pelos cami-
de tropas provenientes de Lages e Vacaria, os farrapos nhos diplomáticos para atacar os republicanos: afastou
rumaram em direção àquela vila. Quando os republica- o padre Cordeiro e convidou Neves para a causa impe-
nos chegaram à praia da Barra, o combate teve início. rial, tornando o coronel comandante da Guarda Nacio-
O barco Seival, comandado por Garibaldi, defendeu os nal de São José.
postos de combate e o dia 21 de julho terminou sem Os comandantes imperiais – capitão-de-mar-e-
vencedores. Veio o reforço das tropas de Davi Canabar- -guerra Frederico Mariath e coronel Fernandes Pereira –
ro, e, no outro dia, retomaram a batalha. reuniram-se em Imbituba e Vila Nova e atacaram Lagu-
na. Davi Canabarro e aproximadamente 1,2 mil homens
esperavam em Itapirubá. Em Laguna, Garibaldi e seus
comandados, com as embarcações Itaparica, Seival, Rio
Pardo e Caçapava, defendia a entrada com a ajuda do
fortim da Barra. Segundo Garibaldi, a batalha foi mortí-
fera e horrível, durando três horas, e levou ao fim, no dia
15 de novembro de 1839, a República Juliana. Os la-
geanos viveram momentos agitados nas disputas entre
Bandeira da República Juliana legalistas e farroupilhas em seu território. Com a adesão
aos farrapos, o governo da Província de Santa Catarina
Após várias horas de conflito, o comandante
proibiu o comércio com Lages. Foi suspensa a remessa
chamado de Vilas Boas fez a retirada das tropas impe-
de sal para a região, prejudicando a pecuária. Em no-
riais, pois não conseguiria manter o controle de Lagu-
vembro de 1839, após vários conflitos, Lages voltou ao
na. Assim, em 2 de julho de 1839, Laguna foi ocupada.
controle dos legalistas. Neste momento, os republicanos
Apoiados pela população, estabeleceram uma república
dirigiram-se para o Rio Grande do Sul, combatidos pelo
com o nome provisório de Cidade Juliana de Laguna, mercenário Pedro Labatut, francês a serviço do governo
presidida por Canabarro. Com a convocação de elei- imperial.
ções, foi eleito para presidente da República o coronel A instalação da República Juliana, ainda que por
Joaquim Xavier Neves, de São José. Neves, porém, não pouco tempo, foi uma das páginas mais gloriosas da
foi diplomado presidente pelos revolucionários gaúchos, história catarinense, projetando internacionalmente o
assumindo o cargo o padre Vicente Ferreira dos Santos nome de Anita Garibaldi, denominada a “heroína dos
Cordeiro, de Enseada do Brito, que havia sido derrotado dois mundos“.
na eleição. Laguna foi designada Capital Provisória da
República Juliana. Foram instituídas as cores oficiais –
verde, amarela e branca – e Lages, considerada parte
integrante do território.

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Industrialização Revolução federalista
Entre os anos de 1850 e 1880, tivemos as condi- No Rio Grande do Sul, foi fundado o Partido Re-
ções para a futura industrialização do Brasil e de Santa publicano Federalista, que se opunha ao governo es-
Catarina. Em 1850, a abolição do tráfico de escravos e tadual de Júlio de Castilhos e ao governo federal de
a Lei de Terras acarretaram carência de mão de obra e a Floriano Peixoto, ambos do Partido Republicano. Devido
regulamentação do acesso à terra para os colonos. Isto à proximidade geográfica, o federalismo influenciou os
influenciou a imigração e a colonização. A industriali- outros dois Estados do sul.
zação foi possível com a ajuda do imigrante europeu, Convém lembrar de que, no mesmo momento, no
proveniente das áreas urbanas e industriais do Velho Rio de Janeiro, evidenciava-se a Revolta da Armada, que
Mundo. As indústrias tiveram origem na atividade ar- também se opunha ao governo do “marechal de fer-
tesanal que os imigrantes desenvolveram. No ano de ro”. Em Santa Catarina, os partidários do federalismo,
1873, a estrada de ferro D. Francisca ligou o litoral até a Eliseu Guilherme, Severo Pereira e Fernando Hackradt,
entraram em conflito com os chamados legalistas, que
serra e ao norte, escoando a produção ervateira e outros
tinham à frente Hercílio Luz e o próprio Lauro Muller.
produtos.
Os federalistas conseguiram instalar-se na região
A experiência dos imigrantes em indústria e ar-
do Desterro, base para o “governicho” de Frederico de
tesanato na Alemanha e Itália ajudou no surgimento
Lorena. Sob a liderança de Hercílio Luz, que havia sido
de empresas, como a têxtil Büttener & Cia. Ltda., fun-
proclamado governador pela Câmara de Blumenau, os
dada por Eduardo Von Büttener, instalada em Brusque.
legalistas iniciaram uma violenta reação. As lutas pro-
Em 1898, aumentou seus negócios com uma fábrica de
longaram-se o Estado foi palco de violentos combates.
bordados finos. Mais tarde, produziu fios para a produ-
No dia 25 de setembro de 1893, liderados pelo
ção de artigos de cama e mesa. Outro exemplo foi a
capitão-de-mar-e-guerra Guilherme de Lorena, os na-
indústria de Carlos Renaux, que veio para o Brasil em
vios da Revolta da Armada aportaram em Desterro, que
1882, dividida em dois ramos principais: fábrica de te- unidos ao Exército Federalista Gaúcho, foram aclama-
cidos Carlos Renaux S/A e indústria têxtil Renaux S/A, dos pela população local e declararam a independência
utilizando imigrantes alemães com conhecimento em da região Sul, sendo Desterro a sua capital.
tecelagem. Podemos citar a firma que Carl Hoepcke am- Contudo, essa nova República capitulou em 14
pliou para trabalhar com importação e exportação, com de abril de 1894, quando, após diversas batalhas, os
navios próprios ou fretados. Fundou também a fábrica “legalistas“ que Floriano arregimentou em outros Esta-
de pregos Rita Maria (1896) e a fábrica de Rendas e dos e que eram comandados pelo coronel Moreira Cé-
Bordados (1917), tendo sido criado também o estaleiro sar, em virtude de sua grande superioridade numérica
Arataca. Merece destaque a Cia. Hering, fundada por e bélica, tomaram a cidade. Na sequência, a cidade foi
Hermann Hering, graduado em tecelagem na Alemanha. palco de cenas de violenta repressão, com torturas e
Após sua morte, ocorrida em 1918, seus descendentes prisões arbitrárias que atingiram a população civil.
ganharam reconhecimento no mercado nacional. Entre 185 membros da sociedade catarinense foram
os anos de 1880 e 1889, foram instalados 86 estabe- sumariamente fuzilados na fortificação da ilha de Anha-
lecimentos industriais, que representam 6,5% do total tomirim, sem qualquer julgamento ou direito de defesa,
de 1.322 estabelecimentos fundados, nesta época, no por ordem expressa de Floriano Peixoto, cumprida à ris-
Brasil. ca pelo famoso Moreira César. Logo a seguir, mudou-se
o nome da cidade, passando a se chamar Florianópolis,
em “homenagem“ a quem trucidou os locais.

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Rio Grande do Sul
Sete Povos das Missões
Instrumento importante da Igreja na contrarreforma, a Companhia de Jesus foi criada por Inácio de Loyo-
la, em 1534 (oficializada pelo papa Paulo III, em 1540), com o objetivo de “recatequizar“ as regiões convertidas
ao protestantismo. Sua atuação na América foi marcante, mas estiveram também na Índia, na China e no Japão,
durante essa época. Na América portuguesa, a atuação dos jesuítas se iniciou em 1549, em Salvador, e na América
espanhola, em 1610.
Nem sempre os jesuítas eram eficazes em sua conversão dos nativos. Após uma conversão inicial marcada
pelo batismo, muitos guaranis retornavam às suas práticas indígenas, não sendo fieis às práticas e costumes cris-
tãos. As reduções, no entanto, serviram à coroa portuguesa, pois o “adestramento“ dos nativos facilitava o acesso
de mão de obra barata e abundante aos paulistas, que tinham grande dificuldade de fazer cativos indígenas. Como
eram hábeis agricultores, os tupi-guaranis eram de grande valor. Todavia, os ataques dos bandeirantes às reduções
jesuíticas transformaram-se num empecilho ao trabalho, levando os jesuítas a desistirem da evangelização nas
serras do Tape (região noroeste do atual Rio Grande do Sul) e transferindo-se para o lado ocidental do rio Uruguai.
Boa parte do gado daquela região foi deixada, o que viria a se tornar, posteriormente, uma importante fonte de
atração e exploração econômica com o comércio do couro, na zona que ficou conhecida como Vacaria del Mar.
Ainda nessa fase inicial, tendo à frente o padre Roque Gonzales, foram criadas as missões de São Nicolau
(1626), São Francisco Xavier (1626), Nossa Senhora da Candelária (1627), Assunção do Ijuí (1628) e Caaró (1628).
Dias após a fundação desta última redução, padre Roque foi assassinado pelo cacique Nheçu, chefe de um grupo
contrário às missões. Com ele, foram mortos os padres Afonso Rodrigues e João Castilhos. Os três são considera-
dos mártires das missões e são venerados até hoje no santuário construído na região de Caaró. Após a derrota do
cacique Nheçu, outros jesuítas puderam fundar mais doze reduções no território do atual Rio Grande do Sul, entre
1631 e 1634. Após a morte dos padres, os jesuítas passaram a se preocupar mais com defensiva, armando melhor
os índios, que acabaram por derrotar os paulistas na batalha de Mbororé (1641).

Sete Povos das Missões (1682-1801)

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Vale lembrar que essa primeira fase das missões O principal líder guarani foi Sepé Tiaraju, que de-
jesuíticas estavam sob as ordens da coroa espanhola, que clarava com firmeza: “Esta terra tem dono! Ela nos foi
passou a se preocupar com as investidas de Portugal na dada por Deus e por São Miguel!“ Mas a firmeza de
região através da fundação da colônia de Sacramento. Sepé não foi párea à violência dos exércitos portugueses
Esta colônia preocupava as autoridades espanholas e je- que, após muitas batalhas, mataram Sepé, no início de
suítas, pois eram recentes ainda as atrocidades cometidas 1756, e dias depois, na sangrenta batalha de Caiboaté,
pelos bandeirantes e que determinaram a saída da região com 1,5 mil índios dizimados. O conflito foi em vão, pois
do Tape. Outro temor da coroa espanhola era uma possí- o Tratado de Madri acabou sendo anulado – na prática,
vel intenção portuguesa em instalar a colônia de Sacra- logo após a guerra, mas efetivamente com o Tratado de
mento em frente a Buenos Aires, visando invadi-la no fu- El Prado, de 1761. Dado o desinteresse das monarquias
turo. Assim, a Companhia de Jesus iniciou a segunda fase ibéricas na efetivação do Tratado de Madri, nem mesmo
de suas missões, formando novas reduções que constitu- chegou a ocorrer a demarcação das terras. Pelo Tratado
íram os Sete Povos das Missões, entre 1682 a 1706. de Santo Ildefonso (1777), os Sete Povos permaneceriam
Assim, as missões serviam como instituição de fronteiras, com os espanhóis. Vale destacar da guerra que, os índios
garantindo as possessões espanholas na região do Prata. “infiéis“ charruas e minuanos, apesar de inimigos dos
A primeira redução fundada nessa nova fase foi a guaranis, os auxiliaram na guerra atuando como espiões,
de São Francisco de Borja (futuro município de São Bor- vigias e informantes.
ja) e contava com quase 3 mil habitantes. Em 1687, foi A terra continuou para os guaranis, mas a situ-
fundada a redução de São Luiz Gonzaga e refundadas ação dos jesuítas ficava cada vez mais complicada. Nas
as missões de São Nicolau e São Miguel Arcanjo, ambas reformas impostas pelo marquês de Pombal, os jesuítas
abandonadas após ataques de bandeirantes na primeira acabaram expulsos das terras portuguesas em 1759 –
fase das missões jesuíticas na região. Nos anos seguintes, Pombal temia o avanço do poder na mão dos religiosos
foram fundadas as reduções de São Lourenço, São João e via na sua expulsão um incremento de poder para a
Batista e Santo Ângelo. coroa. A Espanha fez o mesmo em 1768, expulsando os
No funcionamento interno das missões, havia o jesuítas de suas terras. Com isso, as missões passaram
cabildo indígena – espécie de câmara – no qual os ca- para administração civil e entraram em franca decadência
ciques exerciam papel de comando, sob a coordenação com os indígenas sendo subjugados ou dispersos.
dos jesuítas. Essa articulação dos religiosos com os na- Em 1801, quando houve o Tratado de Badajós, a
tivos permitiu à região missioneira transformar-se em desintegração dos Sete Povos já era tamanha que não
um conjunto complexo, com administração autônoma foi difícil a anexação do território pelos luso-brasileiros. O
e quase autossuficiente em termos econômicos. O auge mestiço Manuel dos Santos Pedroso articulou o acordo.
das missões ocorreu em 1732, quando o contingente po-
pulacional era de quase 40 mil pessoas. Após esse ano, Imigração açoriana
epidemias de varíola consumiram boa parte da popula-
ção indígena, dizimando metade dos moradores da re- Tinha o objetivo estratégico de resguardar o do-
gião até 1740. mínio português. A partir de 1746, foram autorizadas as
A “paz“ entre portugueses e espanhóis acabou concessões que permitiram a vinda de jovens casais aço-
com o Tratado de Madri, em 1750. Pelo tratado, a Es- rianos (pobres, em sua grande maioria). Para que viessem,
panha entregaria os Sete Povos à Portugal em troca da foi-lhes fornecida ajuda de custo, instrumentos agrícolas,
colônia de Sacramento. Com isso, os indígenas – em sua animais, farinha para o primeiro ano, isenção de serviço
maioria guaranis – que residiam nos Sete Povos deveriam militar e um quarto de légua quadrada de terra.
se transferir para a colônia de Sacramento. No entanto, O primeiro destino dos açorianos foi Desterro, em
tal acordo não trouxe estabilidade à região. Com a resis- Santa Catarina. De 1748 a 1753, chegaram para lá entre
tência dos guaranis a deixarem suas terras, a coroa por- 5 e 6 mil imigrantes oriundos do arquipélago de Açores,
tuguesa enviou tropas para garantir a demarcação das e 40% de toda esta gente foi transferida para a vila de
terras, de acordo com o que fora acertado pelo tratado. O Rio Grande. Esperando transferência para os Sete Povos,
conflito, que ficou conhecido como guerra guaranítica, foram levados para as regiões de Viamão, Porto Alegre,
eclodiu em 1754 e durou dois anos. Santo Amaro e Rio Pardo. Diante da impossibilidade de

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se transferirem para as missões, os açorianos acabaram portugueses instalaram-se em Buenos Aires com o inte-
disseminando-se para três regiões principais: campos de resse de captar, por contrabando, parte da produção de
Viamão, margens do rio Jacuí e arredores da vila de Rio prata advinda de Potosi.
Grande (a população da vila praticamente dobrou com a Em 1640, os Bragança reconquistaram a inde-
chegada dos açorianos). Por essas regiões ficaram aban- pendência de Portugal. Os portugueses foram expulsos
donados, esperando as concessões prometidas. de Buenos Aires e exigiam da coroa a criação de uma
A maioria dos açorianos que vieram para Viamão nova colônia na região do Prata, que só veio a ocorrer
ficou instalada às margens do Guaíba, dando origem ao em 1680, pois a coroa portuguesa estava às voltas na
núcleo urbano de Porto Alegre. Até então chamada de
Europa com a guerra pelo reconhecimento da autono-
Porto de Dorneles, o local recebeu o nome de Porto dos
mia lusitana e, no Nordeste, com a invasão holandesa.
Casais, após 1757. Com a vinda deles, a coroa portugue-
Em 1680, ocorreu a primeira fundação da colônia de
sa resolvia dois problemas simultaneamente: povoava o
Sacramento, estrategicamente situada à frente de Bue-
sul do Brasil; e resolvia a questão da escassez de terras
nos Aires. Usando a colônia como “moeda de troca“,
derivada do aumento populacional no arquipélago.
os portugueses acabaram por conseguir expulsar os je-
São freguesias tidas como açorianas: Santo Antô-
nio (não exclusivamente de açorianos); Taquari; Porto dos suítas espanhóis e expandir rumo ao oeste. No mesmo
Casais (atual Porto Alegre); Santana da Vila Real (fracas- ano, portugueses e índios guaranis missioneiros (chefia-
sou); Conceição do Arroio (atual Osório, já era ocupada dos pelos jesuítas) brigaram pela posse da colônia que,
por lagunistas); Mostardas; e Santo Amaro. em 1681, foi garantida pelos portugueses. Com base na
triticultura (trigo) e no comércio de couro, a povoação
começou a ter um desenvolvimento considerável.
Tratados de Limites Em 1704, os espanhóis expulsaram os portugue-
ses da colônia de Sacramento. Mas em 1716, após a
A presença de espanhóis e de hispano-america-
assinatura do Tratado de Utrecht, a cidadela foi devol-
nos era frequente nos territórios da banda oriental. Na
vida aos portugueses e ocorreu sua segunda fundação.
freguesia de Viamão, por exemplo, cerca de 10% dos
Foi um período de grande esplendor econômico e social
batizados, entre 1747 e 1759, eram de origem hispâni-
para a colônia de Sacramento: havia 1.440 habitantes,
ca. Estes, inclusive, podiam ocupar cargos nas câmaras
sendo 400 militares, 400 mulheres, 300 escravos e mais
e atuar comercialmente no território. Sua principal ati- os moradores que, em sua maioria, desempenhavam
vidade estava associada à pecuária, como fornecedores funções de lavradores, mercadores e artesãos. O su-
de mão de obra especializada, tropeiros ou carreteiros. cesso da colônia de Sacramento levou os espanhóis a
Alguns ascenderam socialmente chegando a se tor- fundarem a cidade de Montevidéu, em 1726, visando a
narem estancieiros. Assim, a região era, na época, um conter a expansão lusitana.
espaço de convivência e articulação entre zonas produ- Após a fundação de Montevidéu, a situação fi-
toras e mercados consumidores, integrando as esferas cou bastante tensa para os portugueses presentes na
hispânicas e lusitanas na América meridional. Mas se região. Em meados da década de 1730, a colônia de
no Rio Grande do Sul o clima era relativamente amigá- Sacramento já havia dobrado sua população e se sus-
vel entre portugueses e espanhóis, não podemos dizer tentava pelo comércio e a agricultura. Em 1750, a assi-
o mesmo das coroas portuguesa e espanhola. Desde o natura do Tratado de Madri redefiniu as terras perten-
final do século XV, diversos tratados foram assinados. centes a Portugal e Espanha. Com a nova demarcação,
Pelo Tratado de Tordesilhas, o atual território do a colônia de Sacramento passou para o domínio dos
Rio Grande do Sul pertencia aos espanhóis. espanhóis e os Sete Povos das Missões passou às mãos
Em 1580, devido à crise sucessória após a morte dos portugueses.
de Dom Sebastião (1578), o rei da Espanha, Felipe II, O Tratado de Madri, no entanto, não agradou
assumiu a coroa portuguesa. Durante o período em que nem aos portugueses de Sacramento nem aos espa-
ocorreu a União Ibérica (1580-1640), ou seja, quando nhóis dos Sete Povos, que tiveram de engolir o troca-
Portugal e Espanha estavam sob uma única coroa, os -troca imposto pelas coroas. Os portugueses estavam

1515
satisfeitos com o sucesso da colônia de Sacramento e Embora já houvesse incentivo da coroa para a
o mesmo pode-se dizer dos espanhóis com as reduções produção de trigo em terras brasileiras, foi somente no
jesuíticas. A insatisfação de ambos deu origem à guerra solo gaúcho que a cultura encontrou condições apro-
guaranítica, o que fracassou a desocupação da região. priadas e foi apenas após 1781 que os brancos ocupan-
Para conter os conflitos, o Tratado de El Pardo (1761) foi tes da região tiveram interesse em investir na plantação.
assinado para anular o Tratado de Madri, mas os con- Na época, o litoral era a área de maior produção com
flitos não se resolveram. Em outubro de 1762, tropas 41% da área cultivada e 45% da safra. Se, em 1781,
espanholas saídas de Buenos Aires invadiram a colônia a colheita foi de 1.455 toneladas, em 1816 atingiu
10.800 toneladas de trigo. A maior parte desse trigo
de Sacramento e, após mais de vinte dias de batalha,
ia para o Rio de Janeiro. Há, inclusive, um registro de
os portugueses da colônia renderam-se e Sacramento
exportação do trigo para a metrópole.
foi ocupada pelas forças espanholas. No ano seguinte,
Contudo, a triticultura entrou em crise no início
os espanhóis tomaram a vila do Rio Grande, saqueando
do século XIX, devido a vários fatores: a concorrência do
a cidade. Por causa da invasão de Rio Grande, a capi-
trigo estadunidense; o recrutamento de agricultores para
tal (e todo seu aparato burocrático) foi transferida para
as tropas e serviço militar; a inexistência de armazéns e a
Viamão e quase 80% da população fugiram da cidade.
ferrugem; e uma praga que rapidamente dizimou trigais.
Para conter as hostilidades, foi assinado, em feve- Em 1823, não se plantava mais trigo no Rio Grande do
reiro de 1763, o Tratado de Paz de Paris, no qual a colônia Sul, produção essa somente retomada no século XX.
de Sacramento era devolvida aos portugueses, enquanto A pecuária se caracterizou, inicialmente, pelo
os espanhóis continuavam dominando os dois lados do apresamento do gado selvagem. Com a descoberta do
canal de acesso à lagoa dos Patos – incluindo a vila de ouro em Minas Gerais, o Rio Grande do Sul inseriu-se
Rio Grande, mas isso não pôs fim aos conflitos. Sacra- na economia colonial como fornecedor de gado bovino,
mento, Rio Grande e os Sete Povos eram cidadelas muito cavalar e muar para Minas. A importância do gado sulino
promissoras, já bem estruturadas, organizadas e em óti- fez com que os tropeiros (paulistas, principalmente) vies-
ma fase. Portugal e Espanha se engalfinharam por causa sem buscar o gado em pé para levá-lo às minas. A fase
delas por muito tempo ainda. áurea da pecuária sulina foi entre 1690 e 1730. Após
A situação só ficou relativamente definida com essa fase, teve início o processo de formação das estân-
o Tratado de Santo Ildefonso (1777), quando a colônia cias, nas sesmarias concedidas pela coroa. Enquanto isso,
de Sacramento foi entregue à Espanha. Os portugueses os portugueses da colônia continuaram caçando o gado
tiveram de se contentar com Rio Grande. A região missio- da banda oriental para a extração do couro. Vale assinalar
neira continuou espanhola, mas, nessa época, já não era as diferenças entre o sul e o centro do país nessa época:
mais administrada pelos jesuítas, e sim civis. Em 1801, no sul, vida tipicamente rural, a sociedade era militariza-
da, a economia dependente e complementar à do centro
os territórios missioneiros foram incorporados ao espaço
e voltada a um mercado interno em formação.
luso-brasileiro por meio do Tratado de Badajoz.
A segunda fase da pecuária gaúcha deu destaque
ao charque. A primeira charqueada comercial, voltada
Economia gaúcha nos para a exportação, foi montada por José Pinto Martins, às

séculos XVIII e XIX


margens do arroio Pelotas, em terreno cedido pelo gover-
no. O que estimulou a produção de charque no sul foi a
situação de paz decorrente do Tratado de Santo Ildefonso
A produção de trigo e a atividade pecuária inse-
(1777), as secas no Nordeste e o aumento populacional
riram economicamente o Rio Grande do Sul no mercado
do centro e nordeste do Brasil. O charque produzido no
interno brasileiro, com estímulo da própria coroa que
Rio Grande do Sul tinha como principais destinos Rio de
visava integrar definitivamente a região no império ul-
Janeiro, Bahia e Pernambuco. Para se ter dimensão da
tramarino português. A triticultura foi a atividade eco-
importância da pecuária para a economia gaúcha, entre
nômica que provocou o enriquecimento e a ascensão
1790 e 1815, o setor respondia por 70% das exporta-
social de alguns açorianos (auge entre 1787 e 1813),
ções da capitania – os 30% restantes correspondiam a
inclusive com acesso à mão de obra africana.
outros gêneros alimentícios, como trigo e queijos.
16
16
O charque gaúcho, com baixo preço e pouco lu- índio, negro, português e espanhol, ou seja, o gaúcho
cro, passou a sofrer com a concorrência do charque nor- é fruto de toda essa “mistura“ cultural, social, étnica
destino e platino. Foram duas fases: e política.
§§ 1780 a 1810: supremacia do charque platino A situação já tumultuada da região ficou mais
– maior tecnologia, facilidade de obtenção e de intensa após a transferência da corte portuguesa para o
transporte; Brasil, em 1808. Com a família real no Brasil, a metró-
§§ 1810 a 1828: supremacia do charque gaúcho – pole interiorizou-se na colônia, promovendo maior cen-
período de crise política do Prata duplicou a pro- tralização do poder decisório, e acentuou-se a atração
dução gaúcha. exercida pela região da Cisplatina.
Como consequência da produção do charque,
houve a valorização do rebanho bovino e o aumento do
número de escravos africanos (e, logo, o crescimento da
dependência em relação aos traficantes de escravos).
O charqueador era um comerciante que necessi-
tava de um capital maior do que de um estancieiro, pois
precisava investir em escravos e em insumos como o sal.
No mercado regional, os lucros maiores eram dos char-
queadores, em prejuízo dos criadores de gado. Pelotas
foi o grande centro charqueador gaúcho por sua locali-
zação estratégica, próxima ao porto de Rio Grande.
A produção de charque, no entanto, tinha diver-
sas limitações: a inexistência de cercamento dos cam-
pos (facilitando o contrabando); a falta de uma política
protecionista; a dificuldade de escoamento pelo porto
de Rio Grande; e forte concorrência do charque platino,
que dispunha de ferrovias para escoar o produto e tinha
seus campos cercados.
No planalto gaúcho (Cruz Alta e Passo Fundo),
José Artigas
foi muito forte a produção e o comércio de mulas (cru-
za de cavalo/égua com jumento/jumenta), um animal Após a chegada da família real, um alvará de
extremamente valorizado em meados do século XIX, 1812 estabeleceu que o Rio Grande do Sul adotaria o
destinado à feira de Sorocaba, em São Paulo. Ainda nome de Capitania de São Pedro do Rio Grande, inte-
havia a atividade extrativista na exploração dos ervais. grando a Comarca de São Pedro e Santa Catarina à Pro-
A produção de erva-mate, principalmente de Cruz Alta, víncia da Cisplatina, inexistente no mapa do século XVIII,
abastecia o mercado interno regional e a região do Pra- que integrava o Brasil do início do século XIX. Para enten-
ta. Era uma produção de baixo custo, mas também de der como isso ocorreu, é importante entender o contexto
baixa qualidade. político da região do Prata no início do século XIX, mais
do que apenas analisar a guerra da Cisplatina em si.
A Província do Rio da Prata se tornou indepen-
Guerra da Cisplatina (1828) dente da Espanha em 1810. Nessa época, a disputa na
província era entre unitários (ou centralistas) e os federa-
Quem estuda a história do Rio Grande do Sul já listas. Os unitários queriam Buenos Aires e Montevidéu
deve ter notado que é impossível entendê-la dissociada liderando e subjugando o interior. Já os federalistas de-
do contexto da bacia do Prata. É inegável a ligação da fendiam a ampla autonomia para as Províncias Unidas do
região – que hoje equivale ao Uruguai e à Argentina – Rio da Prata e tinham José Artigas como seu maior repre-
à formação histórica do RS. O próprio personagem do sentante. Artigas não tinha formação intelectual apurada
gaúcho tradicional é um misto de argentino, uruguaio, e não pertencia à elite local. Ele fora peão de estância

1717
e contrabandista na fronteira com o Continente de São
Pedro. Foi ele quem liderou as tropas contra os espanhóis
Guerra dos Farrapos
e era um líder político e ideológico. Todavia, algumas de
O mais longo movimento revolucionário ocorrido
suas ideias eram temidas entre seus conterrâneos e entre
no Brasil teve início no Rio Grande do Sul e, posterior-
os estancieiros do Continente de São Pedro. As temidas
mente, estendeu-se para Santa Catarina, onde foram
ideias de Artigas diziam respeito à reforma agrária e à proclamadas, respectivamente, as Repúblicas de Piratini
limitação à ação de comerciantes estrangeiros nos por- e Juliana.
tos. Seu discurso quanto à reforma agrária era bastante
radical para a época: defendia a divisão das enormes pro-
priedades locais entre índios, negros libertos e brancos
pobres.
A coroa portuguesa temia que as ideias federa-
listas de Artigas influenciassem os gaúchos e passou a
investir contra sua liderança na região do Prata. Por isso,
já em 1811, quatro mil soldados luso-brasileiros foram
enviados para guerrear contra Artigas. Em 1816, a elite Pintura de 1893 que homenageia a carga de cavalaria farroupilha
(Museu Júlio de Castilhos). Representações posteriores transformaram
de Buenos Aires e Montevidéu apoiou implicitamente a essa bravura em característica dos gaúchos.
coroa portuguesa na guerra contra o federalista. A região Disponível em: <revistadehistoria.com.br>.
acabou sendo incorporada ao império sob o nome de
Província Cisplatina, e Artigas foi oficialmente derrotado A guerra dos Farrapos foi motivada pela insatis-
em 1820. fação dos estancieiros, criadores de gado, e dos char-
A guerra e a incorporação da Cisplatina ao ter- queadores com os altos impostos cobrados pelo poder
ritório do império luso-brasileiro beneficiaram a elite central. No Rio Grande do Sul, o conflito foi agravado
gaúcha com a ocupação do norte da banda oriental e a pelo imposto sobre o charque, dificultando a concor-
rência com o charque platino, pela excessiva centrali-
instalação de comerciantes do Continente de São Pedro
zação política do império, que nomeava presidentes
em Montevidéu. O porto de Rio Grande passou a ser o
para a província sem consultar e não raro sem agradar
mais importante do local. Aos poucos, os brasileiros se
aos vários setores da elite local. Os revoltosos queriam
tornaram parceiros indesejáveis e a guerra da Cisplatina
mais autonomia provincial e o direito de escolher go-
estourou em 1825.
vernantes mais sensíveis aos problemas da região e
Na guerra, o Brasil recém-independente teve de
comprometidos com a solução deles. Por isso, a revolta
enfrentar as tropas rebeldes orientais e a Confederação
foi encabeçada pelos grandes estancieiros, charquea-
Argentina. Os platinos não aceitavam a dominação luso-
dores, comerciantes e representantes da cúpula militar
-brasileira sobre a região e as desvantagens que vinham rio-grandense, interessada em atender aos interesses
sofrendo desde sua incorporação ao império – nem mes- dessa elite, com caráter separatista, republicana, sem
mo falavam português, ou seja, eram um “estranho no preocupação social e divergências entre os farroupilhas.
ninho“. No momento, o Brasil não possuía ainda um Aqueles preocupados com questões sociais e econômi-
exército sistematizado e outras revoltas eclodiam no país cas, inclusive a abolição da escravidão, confrontavam-se
na mesma época. Dom Pedro I não conseguiu conter a com os defensores de seus interesses pessoais.
ação dos rebeldes do Prata e foi forçado a reconhecer Embora determinasse a criação das assembleias
sua independência, em 1828, com a criação da Repú- legislativas provinciais, o ato adicional de 1834 não re-
blica Oriental do Uruguai. De certo modo, o desgaste solveu o problema das insatisfações gaúchas, uma vez
causado pela derrota nessa guerra contribuiu para minar que o presidente da província continuava a ser nome-
a imagem já desgastada do imperador, que acabou abdi- ado pelo governo central da regência. Já na primeira
cando em 1831. reunião da assembleia gaúcha, em 1835, houve sérias
divergências entre os deputados estancieiros, liderados
por Bento Gonçalves, e o presidente nomeado para a
província, Antonio Rodrigues Braga.
18
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Insatisfeitos, os estancieiros formaram uma tropa que atacou Porto Alegre, depôs o presidente da província
e proclamou a República Rio-grandense ou República de Piratini, nomeando Bento Gonçalves para presidente. A
república gaúcha estimulou a criação de gado e a exportação do charque e de couro.
A resposta do governo regencial foi imediata: enviou tropas para a região, que venceram os rebeldes em
batalha próxima a Porto Alegre, prenderam Bento Gonçalves e conduziram-no a uma prisão na Bahia. Lá, foi aju-
dado pelos rebeldes da Sabinada, conseguiu fugir da prisão e retornar ao Rio Grande do Sul, onde reassumiu a
presidência da República de Piratini.
A partir de 1837, as forças rebeldes passaram a contar com a ajuda do revolucionário italiano Giuseppe
Garibaldi, que, auxiliado pelo estancieiro Davi Canabarro e seus homens, conseguiu estender a revolução até Santa
Catarina, em 1839. Inicialmente, tomaram a cidade de Laguna e proclamaram a República Juliana. Em Laguna,
Giuseppe conheceu e se apaixonou por Anita Garibaldi, habilidosa amazona que chegou a lutar ao lado das tropas
republicanas.

Da esquerda para a direita: Giuseppe Garibaldi; Bento Gonçalves e Davi Canabarro.

Em 1840, ao mesmo tempo em que teve início o segundo reinado, a revolução farroupilha perdia força, de-
clinava, bem como agravavam-se as discordâncias entre os revoltosos. Define-se então sua divisão em dois grupos:
os “majoritários” (progressistas), de um lado, e os “minoritários“ (conservadores), de outro, favoráveis ao status
quo do Rio Grande do Sul como província do império.
Entre os anos de 1841 e 1842, o poder de decisão do conflito passou para as mãos dos conservadores. Em
1842, Luiz Alves de Lima e Silva foi nomeado presidente e comandante-de-armas da província pelo imperador, com
a determinação de que conseguisse a paz na região e a reintegração do Rio Grande do Sul e Santa Catarina ao
império. Com esse objetivo em mente, Caxias traçou uma estratégia dúbia, oscilando entre violentos combates e
concessões aos rebeldes.
A posição social de prestígio e o poder econômico das lideranças rebeldes fizeram o império tratar a revolu-
ção farroupilha de maneira diferente dos outros movimentos populares. Apesar de combater o movimento, Caxias
procurava uma solução negociada, atendendo a várias reivindicações dos rebeldes, o que não foi feito com outros
movimentos populares.
O conflito foi finalizado a partir de um acordo entre as lideranças imperiais e rebeldes, firmado em 28
de fevereiro de 1845 o Acordo de Ponche Verde, que estabelecia:
§§ anistia dos envolvidos gaúchos;
§§ incorporação dos farrapos ao exército nacional;
§§ permissão para escolher o presidente de província;
§§ devolução de terras confiscadas durante a guerra;
§§ proteção ao charque gaúcho da concorrência externa com sobretaxa sobre o charque importado; e
§§ libertação dos escravos envolvidos.
É importante lembrar que o governo imperial era contrário à libertação dos escravos do exército republicano.
Todavia, firmou-se a promessa de libertação deles, que os rebeldes não aceitavam quebrar. A solução foi enviar
soldados negros para outras regiões, onde foram trucidados pelas forças imperiais. Dessa maneira, reduziu-se o
número de escravos alforriados na região.

1919
Imigração alemã no Terceira etapa (desde 1870)
Rio Grande do Sul Fase do desenvolvimento da industrialização. A
acumulação de capital dos comerciantes permitiu in-
Antes de 1870, não existia um país chamado vestimentos no setor industrial: cervejarias, fábricas de
Alemanha. O processo de formação do Estado nacional
calçados, olarias, curtumes e construção naval. Surgiram
alemão causou a eliminação das terras comunais, a de-
nessa época algumas das principais “dinastias“ familia-
sarticulação do trabalho artesanal, gerando uma grande
res de origem germânica: Ritter, Renner, Mentz, Dreher,
tensão social com muitos sem-terra e desempregados. A
solução, para muitos, era a emigração, e as opções mais Sperb, Vontobel, Gerdau.
escolhidas foram os Estados Unidos (para a maioria), o
sul do Brasil, a Argentina e o Chile.
E quais foram as motivações para a imigração?
Para os europeus, a proposta era interessante por aliviar
a tensão social causada pela industrialização e meca-
nização da produção. Para o império brasileiro, serviria
para o abastecimento de recursos materiais (alimentos)
e de recursos humanos (novos soldados para os comba-
tes na região da bacia do Prata). A grande maioria da comunidade alemã conti-
nuou sendo de colonos agricultores, submetidos a gran-
Primeira etapa (1824-1845) des dificuldades: precariedade técnica; pouca renda;
e fracionamento de heranças dos lotes coloniais que
Foi a fase mais difícil para quem veio para o Brasil, já não eram muito grandes – o que causou o êxodo
conhecida com a fase de subsistência. Além da dificul- rural em direção ao planalto. O desenvolvimento dos
dade para pagar a “dívida colonial“ referente à viagem imigrantes não foi acompanhado de uma efetiva parti-
para o Brasil e o estabelecimento nas novas terras, os cipação política, a não ser nas câmaras dos municípios
alemães tiveram de enfrentar conflitos com os indígenas de colonização alemã.
que habitavam as terras, a guerra da Cisplatina e a revol- Somente em 1881, com a Lei Saraiva, os não ca-
ta dos Farrapos. Em 1830, a lei orçamentária do império tólicos e estrangeiros naturalizados tiveram direito ao
não previa mais recursos para a imigração, dificultando voto. Isto beneficiou os alemães que eram, em sua gran-
ainda mais a já difícil vida dos recém-chegados. de maioria, protestantes. Esta lei não valia, no entanto,
Mesmo com as dificuldades, os imigrantes dessa
para os italianos recém-chegados.
primeira etapa estabeleceram suas colônias em São Leo-
poldo, Campo dos Bugres (atual Caxias do Sul), Monte-
negro e Taquara. Imigração italiana no
Rio Grande do Sul
Segunda etapa (1845-1870)
Os italianos chegaram ao Rio Grande do Sul
Foi a fase da expansão do comércio. Após se es- meio século depois dos alemães, mas pelos mesmos
tabeleceram e iniciarem o processo agrícola, a produção motivos. A unificação italiana (1870) provocou gra-
de excedentes deu início às trocas comerciais – surge a
ve crise econômica. Como não havia um “sentimento
figura do comerciante de origem alemã. Como somen-
nacional italiano“, dada a unificação política tardia, o
te ele possuía os meios de transporte (mulas e barcos)
mais forte elemento de coesão cultural era a religião,
para levar a produção até Porto Alegre, pagava muito
pouco aos colonos e vendia a bons preços na capital da especialmente a prática do catolicismo. A maioria dos
província. Nessa fase, os imigrantes estabeleceram suas italianos vindos para o Brasil ficou em São Paulo, onde
colônias em Feliz, Bom Princípio, Estrela, Lajeado, Santa foram empregados nas fazendas de café, quando a es-
Cruz do Sul, Venâncio Aires e São Lourenço do Sul. cravidão chegava ao fim.

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20
Numericamente, vieram muito mais italianos do que alemães para o Rio Grande do Sul. Entre 1824 e 1939,
chegaram cerca de 75 mil alemães. Só entre 1875 a 1914, em comparação, chegaram por lá cerca de 84 mil italia-
nos. Eles foram assentados em terras do governo na serra gaúcha, região agreste e de difícil acesso à época. Vale
destacar que os italianos receberam terras menores que as dos alemães e a maioria teve de pagar por seus lotes.
As primeiras colônias foram criadas entre 1870 e 1875: Conde d'Eu (atual Garibaldi), Princesa Dona Isabel
(atual Bento Gonçalves) e Caxias do Sul. Após 1884, novas colônias foram criadas: São Marcos, Nova Pádua e
Antônio Prado.
Os primeiros cultivos foram de milho, trigo e videiras, além da extração de madeira, origem da indústria
moveleira. A venda do vinho forneceu os primeiros capitais a serem investidos nas pequenas oficinas, que, mais
tarde, se tornaram grandes indústrias. Em 1890, em Caxias do Sul, existiam 235 pequenas indústrias e seis casas
comerciais (sinal do rápido crescimento, após prévia acumulação de capital). Ainda na questão do vinho, em 1929
foi criada a Sociedade Vinícola Rio-grandense, formada pelos grandes comerciantes e responsável por retirar do
mercado os artesãos – devido à regulamentação do vinho garantida pela sociedade.

Rio Grande do Sul na primeira república

Templo positivista da Av. João Pessoa, Porto Alegre/RS

Com a proclamação da república (1889), subiu ao poder no Estado o Partido Republicano Rio-grandense
(PRR), formado por indivíduos oriundos do latifúndio pecuarista e setores médios urbanos. O PRR adotou o po-
sitivismo como ideologia, mas de maneira não ortodoxa. A concepção original do positivismo tinha uma visão
progressista e conservadora ao mesmo tempo: pregava a aceleração do desenvolvimento industrial, mas sem al-
terações. No contexto gaúcho, a adaptação do ideário positivista permitiu a implantação de um projeto capitalista
com modernização econômica (em especial no setor dos transportes) e a ampliação da base política do governo
– alianças com as “classes médias“ e com os grupos da região da colonização.

2121
No Rio Grande do Sul, a implantação da repú- A revolução federalista veio a se constituir num
blica implicou na adoção de um governo autoritário, marco divisório do tipo de coronelismo do Rio Grande
fortemente centralizado na figura do chefe político. Isso do Sul. Na época do império, os coronéis liberais tinham
pode ser notado nas características da Constituição Es- ampla autonomia de ação em troca de votos. Com a
tadual de 1891, elaborada pessoalmente por Júlio de tomada do poder pelos republicanos, sua autonomia foi
Castilhos: restringida, o contrabando foi efetivamente combatido
§§ Poder Legislativo estadual limitado a questões e taxas alfandegárias privilegiadas foram extintas.
orçamentárias; As principais consequências dessa revolta coro-
§§ Poder Executivo forte, com a utilização de decre- nelista foram a consolidação do grupo republicano no
tos que tinham valor de lei; poder (centralizada na figura de Júlio de Castilhos) e
§§ Possibilidade de reeleição ilimitada do presiden- uma nova configuração da base social de apoio ao go-
te estadual. verno, visto que os coronéis acabaram se dobrando ao
peso do poder dos republicanos.
Em 1898, Júlio de Castilhos passou o poder a
Borges de Medeiros, que, apoiado nas tradições posi-
tivistas, consolidou o regime republicano autoritário e
centralizado. Para manter o poder estadual, Borges ado-
tou duas medidas estratégicas básicas:

A tomada do poder pelos republicanos, no en-


tanto, não se deu sem contestação. O novo governo
teve de enfrentar a Revolução Federalista (1893-1895).
A revolta da oposição tinha ex-liberais, ex-conserva-
dores e até alguns republicanos dissidentes. Enquanto
Borges de Medeiros
os republicanos eram liderados por Júlio de Castilhos,
reunidos no PRR, os federalistas tinham Gaspar Silveira 1. a repressão a seus opositores, com o uso da for-
Martins como líder. ça militar armada (exército e brigada militar); e
A revolução federalista, em resumo, foi uma 2. a prática do consenso, fazendo alianças com se-
revolta de coronéis e representantes do poder local tores sociais até então excluídos do jogo político
contra a ação política de Júlio de Castilhos. Com a – comerciantes, industriais e camadas médias
subida dos republicanos ao poder, o pacto imperial urbanas.
foi rompido. O “pacto“ dos coronéis com o império Borges de Medeiros governou o Rio Grande do
funcionava assim: os coronéis da fronteira defendiam Sul de 1898 a 1908 e de 1913 a 1928, consolidando
os interesses territoriais imperiais e, em troca, o go- o poder do Partido Republicano Rio-grandense (PRR).
verno fazia vista grossa ao contrabando. Os repu- Prática comum em todo o Brasil durante a primeira re-
blicanos prejudicaram esse “pacto“, rompendo com pública, a fraude das eleições contribuiu para a perpetu-
tais privilégios. ação dos republicanos no governo. Intimidando os elei-
Havia, assim, dois grupos em confronto: os fede- tores por meio dos “cabos eleitorais“ e manipulando o
ralistas defendiam a volta da monarquia e o parlamen- resultado das urnas, os chefes políticos locais tinham
tarismo; e os republicanos defendiam o presidencialis- um pacto político com o Partido Republicano Nacional
mo e, obviamente, a república. (iniciado por Júlio de Castilhos), de apoio mútuo entre
poder central e poder local.

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A atuação do senador gaúcho Pinheiro Machado Como o positivismo tinha a proposta de “incorpo-
contribuiu para dar relevância ao Rio Grande do Sul no rar o proletariado à sociedade moderna“, ou seja, fazê-
cenário nacional. Considerado o homem mais poderoso -lo trabalhar dentro da ordem, evitando o conflito social,
do senado nos anos 1905-1915, foi muito influente no Borges reconheceu o direito de greve como ato legíti-
governo de Hermes da Fonseca (1910-1914), inclusive mo. A intenção do governante era incorporar e resolver
indicando partidários do PRR a cargos ministeriais. Além o problema operário, tentando trazer de volta a ordem
disso, fez os “mexes“ necessários para que Borges pu- e a tranquilidade. Porém, a postura “amena“ de Borges
desse nomear quem preencheria os empregos federais durou pouco. Na greve de 1919, diante da paralisação de
no Estado. cerca de um terço dos operários porto-alegrenses, Bor-
Em 1908, Fernando Abbott e Assis Brasil encabe- ges decretou o fechamento da Federação Operária do Rio
çaram a primeira dissidência séria do PRR e fundaram Grande do Sul (Forgs) e de outras entidades operárias.
o Partido Republicano Democrático (PRD). Nesse mo- Para o governo, as greves tinham deixado de ser uma
mento de crise para os republicanos positivistas, Borges pacífica manifestação de trabalhadores, tornando-se mo-
de Medeiros afastou-se do poder (pois, em tese, não vimentos subversivos da ordem pública.
poderia concorrer à reeleição) e o governo foi assumido Outro aspecto fundamental do governo borgista
por Carlos Barbosa. foi sua política de transportes, entendido como o prin-
Barbosa governou de 1908 a 1913. Entre suas cipal entrave para o desenvolvimento econômico do Es-
obras estão o prédio da Faculdade de Medicina de Porto tado. Para enfrentar as condições de precariedade das
Alegre, a implantação dos cais dos portos de Porto Ale- ferrovias e do porto de Rio Grande (único porto marítimo
gre e de Rio Grande e a construção do Palácio Piratini do RS), Borges encampou (nacionalizou) as empresas
(concluída por Borges de Medeiros). estrangeiras que operavam as ferrovias e o porto de Rio
Em 1913, Borges de Medeiros retornou ao poder Grande. A medida intervencionista do governo se deu
num governo marcado pela implementação de impor- em meio à crise econômica do pós-Primeira Guerra. Com
tantes políticas públicas e pelo ressurgimento da opo- a encampação, o governo gaúcho assumiu o porto e as
sição no Estado, que acabou gerando mais uma revolta ferrovias do Estado. Os pecuaristas, enfrentando pro-
entre as elites, a chamada Revolução de 1923. blemas financeiros com a crise internacional, viram-se
Borges decretou, em 1913, a nova lei eleitoral, desassistidos por Borges, que empregou os recursos do
possibilitando, pela primeira vez, que deputados de Estado na efetiva modernização do complexo portuário.
oposição ao governo fossem eleitos para a Assembleia Figura controversa, Borges de Medeiros foi um
Legislativa e Câmara dos Deputados. Era a tentativa do político de carisma ímpar. Hoje, é tratado como um dos
PRR de dar um verniz mais “democrático“ ao seu gover- maiores líderes políticos da história brasileira, embora
no autoritário, à medida que dava voz aos opositores. seu legado seja pouco estudado fora das fronteiras do
Para a época, o decreto de Borges foi bem astuto, pois a Rio Grande do Sul.
lei eleitoral representou a legitimação por parte do PRR
da existência da oposição e, ao fazê-lo, o partido retira-
va desta oposição a base de sua luta, ou seja, o caráter Governo Leonel Brizola
ditatorial do governo.
Outro momento interessante para entender o go-
(1959-1963)
verno de Borges foi a eclosão da grande greve geral de Em 1958, como candidato da coligação que reu-
1917, que atingiu, de certo modo, todo o país. O movimen- niu o PTB, o Partido de Representação Popular (PRP) e o
to, iniciado no Rio de Janeiro e em São Paulo, teve grande PSP, Brizola foi eleito governador do Estado, derrotando
impacto no Rio Grande do Sul. Os operários estavam or- Válter Peracchi Barcelos, candidato da coligação forma-
ganizados em sindicatos, em grande maioria, de tendên-
da pelo PSD, a UDN e o PL. Empossado em janeiro de
cia anarcossindicalista e altamente combativa. As greves
1959, o governador deu início a uma administração vol-
iniciadas no final de julho e durante todo o mês de agosto
tada fundamentalmente para os problemas do desen-
não ocorreram somente na capital, mas também em diver-
volvimento econômico. Considerando a crise pela qual
sas outras cidades. As reivindicações, em geral, eram por
passava a economia gaúcha como consequência de sua
aumento salarial e por uma jornada diária de 8 horas.
2323
marginalização no âmbito da política econômica im- fornecedores de tecnologia para a fabricação de
plantada pelo governo Kubitschek, defendeu o desen- tratores, implementos agrícolas e automóveis.
volvimento do processo de industrialização do Estado Em dezembro de 1962, seria aprovado o Progra-
baseado no capital privado nacional e na intervenção ma Preliminar do Plano de Serviços e Investimentos Pú-
direta do governo estadual na economia. Defendendo blicos, que dotava 60% dos investimentos em infraes-
a criação de um parque industrial diversificado e a luta trutura (energia, comunicações e transportes). No setor
contra o capital estrangeiro, iria se tornar, a partir de de transportes, o governo promoveu a construção das
chamadas “estradas da produção”, ligando as regiões
então, um dos líderes da esquerda nacionalista.
agrícolas do Estado aos portos de Rio Grande e de Porto
Logo no início do governo, criou o Gabinete de
Alegre.
Planejamento e Administração, que teria como incum-
Visando ao aproveitamento das reservas carbo-
bência planificar de forma global todas as atividades do
níferas, promoveu também a construção de algumas
governo, inclusive aquelas em que haveria a convergên-
termelétricas, entre as quais a de Charqueadas, para
cia da iniciativa privada com o empreendimento público.
aumentar a geração de energia elétrica, cuja escassez
minava o desenvolvimento regional. O governo criou
ainda a Companhia Rio-grandense de Telecomunica-
ções, empresa mista com participação estatal de 51%.
Em maio de 1959, Brizola decretou a estatiza-
ção, pelo preço simbólico de um cruzeiro, da Compa-
nhia de Energia Elétrica Rio-grandense, filial da Ameri-
can and Foreign Power Company (Amforp), proprietária
da rede de distribuição na Grande Porto Alegre. Esta
medida, apoiada pelas forças nacionalistas, gerou uma
crise nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos,
Leonel Brizola que explodiria, posteriormente, no governo de João
Goulart (1961-1964).
No setor financeiro, o governo criaria a formação
Em fevereiro de 1962 – já, portanto, no gover-
de canais de captação de recursos sob controle estatal.
no Goulart –, seria também estatizada a Companhia
Assim, foi criada a Caixa Econômica Estadual, o Banco
Telefônica Rio-grandense, subsidiária da International
do Rio Grande do Sul passou para o controle acioná-
Telephone and Telegraph (ITT). O fato repercutiu inten-
rio do Estado e foi ainda constituído o Banco Regional
samente no Brasil e no exterior, provocando protestos
de Desenvolvimento Econômico (BRDE), em conjunto
imediatos do presidente da ITT e uma nota de protes-
com os governos do Paraná e Santa Catarina. O Estado
to da embaixada dos EUA, dirigida ao então ministro
interveio no setor industrial por meio de uma série de das Relações Exteriores San Tiago Dantas. O chanceler
medidas: organizou uma reunião no Itamaraty, com a presença
§§ criação da empresa mista Aços Finos Piratini, em de Brizola, do embaixador do Brasil nos Estados Unidos,
dezembro de 1960, com participação estatal de Roberto Campos, do embaixador estadunidense no Bra-
51%, visando à exploração comercial e industrial sil, Lincoln Gordon, e representantes da ITT. A reunião,
de usinas siderúrgicas e de mineração do carvão; convocada com a finalidade de estabelecer um acordo,
§§ autorização para a subscrição de 20 milhões de fracassou.
ações para o aumento do capital da empresa Esses episódios tiveram ampla repercussão na
Construções Eletromecânicas S.A., em janeiro imprensa, intensificando-se a partir de então o deba-
de 1962, objetivando a fabricação de material te em torno da nacionalização das concessionárias de
pesado sem similar no Estado; serviço público. Os primeiros passos para a solução
§§ implantação da Refinaria de Petróleo Alberto do problema seriam dados em abril de 1962, quando
Pasqualini, cuja instalação pela Petrobras ocor- o presidente João Goulart afirmou aos estadunidenses
reu, segundo Muniz Bandeira, graças à interven- que seria mantido o “princípio de justa compensação
ção do governo estadual; com reinvestimento em outros setores importantes para
§§ além disso, foram intensificados contatos com o desenvolvimento do Brasil”. Em 30 de maio seguinte,

24
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foi criada a Comissão de Nacionalização das Empresas
Concessionárias de Serviços Públicos (Conesp), primeira
Campanha da legalidade
medida tomada pelo governo a partir das negociações
Em 25 de agosto de 1961, surpreendendo a na-
feitas nos Estados Unidos.
ção, Jânio Quadros renunciou à Presidência. No mesmo
dia, devido à ausência do vice-presidente João Goulart,
que estava em missão oficial na República Popular da
China, foi empossado interinamente o presidente da
Câmara, Ranieri Mazzilli, do PSD. Diante da tentativa de
veto dos ministros militares – marechal Odílio Denys, da
Guerra, vice-almirante Sílvio Heck, da Marinha, e briga-
deiro Gabriel Grün Moss, da Aeronáutica – à posse de
Goulart, abriu-se uma crise de grandes proporções.
Imediatamente, começou a se desenvolver em
várias regiões um movimento de resistência aos planos
Aprofundando o compromisso com suas bases
dos ministros militares, visando a garantir a posse do
eleitorais populares, Brizola tomou uma série de me-
vice-presidente. Este movimento teve seu ponto mais
didas visando a atender seus interesses. No campo da
alto no Rio Grande do Sul, sob a liderança de Brizola,
Educação, projetou em escala estadual o que fizera em
que, depois de ocupar militarmente as emissoras da Rá-
Porto Alegre, dotando o Rio Grande do Sul de uma rede
dio Guaíba e da Rádio Farroupilha, formou a chamada
de ensino primário e médio que atingiu os mais longín-
“cadeia da legalidade”, comandando 104 emissoras
quos e desassistidos municípios. Ao fim de seu mandato,
gaúchas, catarinenses e paranaenses e mobilizando a
foram construídas 5902 escolas primárias, 278 escolas
população em defesa da posse de Goulart.
técnicas e 131 ginásios e escolas normais, totalizando
6.302 novos estabelecimentos de ensino; foram abertas
também 688.209 novas matrículas e admitidos 42.153
novos professores.
Tomando medidas que visavam ao encaminha-
mento da reforma agrária no Estado, Brizola apoiou o
Movimento dos Agricultores Sem Terra (Master). O go-
verno apoiou ainda os movimentos que organizaram
acampamentos de milhares de agricultores em lati-
fúndios e terras devolutas, como na Fazenda Sarandi,
onde se reuniram mais de dez mil pessoas reivindicando
terras, lá permanecendo de forma pacífica; ou ainda na
região de Banhado do Colégio, onde foi formado outro
acampamento, também com mais de dez mil pessoas,
muitas de origem polonesa e alemã. Brizola decretou
a desapropriação de ambas as áreas, declarando-as
de interesse social, distribuiu-as entre os agricultores e
ofereceu ainda assistência técnica. Essa política do go-
verno com relação à questão agrária provocaria fortes
protestos da Federação das Associações Rurais do Rio
Grande do Sul.

2525
No dia 28, o comandante do Terceiro Exército,
general Machado Lopes, recebeu ordens de Denys no
sentido de pôr fim ao movimento de resistência encabe-
çado por Brizola, agindo com toda a energia e, se pre-
ciso, deslocando tropas do interior em direção a Porto
Alegre para tomar de assalto o Palácio Piratini, sede do
governo estadual. De acordo com as orientações, caso
fosse necessário, Machado Lopes deveria até empregar
aviões para bombardear o Palácio. Segundo denúncia
do deputado Rui Ramos (PTB-RS), as instruções inclui-
riam o assassinato de Brizola. Machado Lopes negou-se
a cumprir as ordens de Denys, afirmando que só aceita-
ria ordens dentro da Constituição. Em seguida, dirigiu-
-se ao Palácio Piratini para conversar com Brizola e no
encontro ficou acertado que, apesar de suas divergên-
cias, o comandante apoiaria o governador na defesa da
legalidade. A essa altura, Brizola já distribuía armas à Considerando que Goulart teria condições de as-
população civil e cercava o Palácio Piratini com trinchei- sumir a Presidência sem concessões, Brizola foi contra a
ras, preparando-se para a possibilidade de uma guerra adoção do parlamentarismo, denunciando-a como uma
civil. Também os governadores do Paraná, Ney Braga, e violação da Constituição. Em novembro de 1961, foi
de Goiás, Mauro Borges, declararam-se dispostos a usar um dos articuladores da Frente Nacional de Libertação,
armas, se necessário, para garantir a posse de Goulart. organizada com a finalidade de congregar as forças po-
Em 29 de agosto, Machado Lopes recebeu uma líticas anti-imperialistas. Falando dos objetivos do mo-
convocação para ir a Brasília discutir com Denys o im- vimento, afirmou que o povo desejava “libertar-se dos
passe criado. Recusou-se a fazê-lo, afirmando ainda que seus espoliadores, da miséria e do atraso, do latifúndio
a partir daquele momento não mais aceitaria ordens do e da exploração“.
ministro, só do chefe das Forças Armadas, o presidente
João Goulart. Comunicou a decisão aos comandantes
dos outros três exércitos e às unidades do Terceiro Exér-
cito. No dia seguinte, recebeu de Denys a comunicação
de que estava demitido do comando do Terceiro Exército.
As mobilizações populares e as divisões nas For-
ças Armadas levaram a um impasse que só veio a ser
superado por negociações. Os ministros militares afinal
aceitaram ceder em relação à posse de Goulart, que
chegou a Porto Alegre em 1º de setembro, proceden-
te de Montevidéu, em meio a grandes manifestações
populares. Por outro lado, decidiu-se adotar o sistema
parlamentarista de governo, no qual os poderes presi-
denciais são diminuídos. Parte integrante do acordo era
a realização de um plebiscito no início de 1965, para
que fosse decidida a volta ou não ao regime presiden-
cialista. Foi então aprovada pelo Congresso, em 2 de
setembro, a Emenda Constitucional nº 4, instituindo o
parlamentarismo. Três dias depois, Goulart desembar-
cou em Brasília, onde tomou posse em 7 de setembro.

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Aplicação dos conhecimentos - Sala
1. (UEL) Leia o texto e o mapa a seguir.
Os primeiros a fazerem uso da erva-mate foram os índios guaranis, que habitavam a região de-
finida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da chegada dos colonizadores
espanhóis. Da metade do século XVI até 1632, a extração de erva-mate era a atividade econômica
mais importante da Província Del Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná e no qual
foram fundadas 3 cidades espanholas e 15 reduções jesuíticas.

Com base nos conhecimentos sobre a presença da erva-mate Ilex paraguariensis no Estado do Pa-
raná, considere as afirmativas a seguir.
I. A presença do mate na porção oeste do Estado propiciou o desenvolvimento da ferrovia naquela
região.
II. O interior do Paraná transformou-se com a crescente importância da indústria do mate, pois a
intensificação do extrativismo favoreceu a ocupação de áreas basicamente inexploradas.
III.A área compreendida entre os vales dos rios Ivaí e Tibagi foi adquirida pelo capital inglês, in-
teressado na exploração dos ervais da região.
IV. A intensificação do extrativismo do mate e a crescente importância da sua indústria favorece-
ram a ocupação e a substituição de áreas anteriormente voltadas ao plantio de café.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

2. (Ufrgs 2020) Leia o seguinte texto a respeito das disputas fronteiriças entre as coroas ibéricas no
sul do continente americano, ao longo do século XVIII, e o protagonismo indígena no contexto de
tais disputas.
Durante um período de conflito agudo nas reduções, em meados do século XVIII, os Guarani escre-
veram intensamente, os documentos produzidos por eles permitem repensar as relações estabe-
lecidas com o território missioneiro e, especialmente, suas formas de ação política. Esse conjunto
de documentos indica uma discussão pouco referida pela historiografia dedicada ao tema, ou seja,
a existência da defesa por escrito de um direito a resistir a uma ordem real injusta dos Guarani
em redução [...]. A disputa pelas fronteiras na América do Sul, resultado da rivalidade entre as
duas monarquias ibéricas, esteve caracterizada por uma ativa participação dos agentes locais.
Diante das implicações dessa permuta, a elite indígena procurou estabelecer negociações que lhe

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garantissem o controle das terras orientais. A ordem correta de preenchimento dos pa-
NEUMANN, Eduardo Santos; BOIDIN, Capucine. A rênteses, de cima para baixo, é
escrita política e o pensamento dos Guarani em a) 1 – 2 – 2 – 1.
tempos de autogoverno (c.1753). Revista Brasileira
de História, v. 37, n. 75, 2017, p. 98.
b) 2 – 1 – 1 – 2.
c) 1 – 2 – 1 – 2.
Em relação a essas disputas, é correto afirmar d) 2 – 1 – 2 – 1.
que e) 1 – 2 – 2 – 2.
a) a escrita serviu como importante fator de re-
sistência e de negociação dos interesses in- 4. (UFPR) Observe a imagem e leia o fragmento
dígenas e de mediação com os colonizadores a seguir:
europeus.
b) as rivalidades entre Portugal e Espanha, pelo
controle das terras na região das Missões,
desconsiderou a participação dos indígenas.
c) a historiografia sempre se referiu ao papel
desempenhado pelas lideranças indígenas
como parte da elite letrada na América do
Sul.
d) os conflitos pela definição das fronteiras ga-
rantiram a completa submissão das popula-
ções indígenas às reduções jesuíticas.
e) as sociedades guaranis tinham o costume de
resistir às ordens reais emitidas por escrito
pelas coroas ibéricas.

3. (Ufrgs 2020) No contexto da chamada Pri- Desde 1853, a disputa territorial entre o Pa-
meira República, dois conflitos armados raná e Santa Catarina vinha se arrastando e,
foram registrados no Rio Grande do Sul: a já no início do século XX – após a Proclama-
“Revolução Federalista” (1893-1895) e a ção da República e o princípio de autonomia
“Revolução de 1923”. dos estados da Federação – constituiu motivo
Associe os fatos históricos apresentados na de discussões acirradas entre as instâncias
coluna da direita aos conflitos indicados na de poder desses estados brasileiros, contan-
coluna da esquerda. do, em diversos momentos, com as opiniões
de representantes políticos de outras regiões
1. Revolução Federalista do país. Diversos foram os pareceres emitidos
2. Revolução de 1923 pelo poder federal, ora dando ganho de causa
a um, ora a outro.
( ) Movimento iniciado por partidários de
DALFRÉ, Liz A. Outras narrativas da nacionalidade: o
Gaspar Silveira Martins, conhecidos como movimento do Contestado. Coleção Teses do Museu
“maragatos”, defendia a deposição do pre- Paranaense. v. 8. Curitiba: SAMP, 2014, p. 38-39.
sidente do Estado, Júlio de Castilhos, e a
realização de um plebiscito para escolha da Sobre o movimento do Contestado, considere
forma de governo. as seguintes afirmativas:
I. O movimento do Contestado se deu no les-
( ) Movimento iniciado por partidários de As-
te paranaense, no qual vários missioná-
sis Brasil, que formavam oposição ao go-
rios buscavam resgatar terras adquiridas
verno do Estado, contestava a eleição de
por Santa Catarina no final do século XIX.
Borges de Medeiros e defendia a interven-
II. Entre as figuras mais emblemáticas do
ção do governo federal no Rio Grande do
movimento está a de José Maria, um mon-
Sul.
ge leigo que teve vários seguidores, dando
( ) Conflito finalizado com mudanças no siste- feição messiânica ao combate.
ma eleitoral gaúcho, após várias tentativas III.Em 1912, o governo federal deu por fina-
de acordo, mediadas pela presidência da lizado o conflito, após a batalha de Irani,
República. em que morreram vários sertanejos, entre
( ) Conflito cuja extensão chegou a Santa Ca- eles, José Maria.
tarina e ao Paraná, onde as forças revolto- IV. O movimento do Contestado compreende
sas foram contidas no episódio conhecido o conflito que ocorreu entre sertanejos
como “Cerco da Lapa”. catarinenses e paranaenses e as forças do
governo federal e local.

28
28
Assinale a alternativa correta. 6. (Ufrgs) Considere as seguintes afirmações so-
a) Somente as afirmativas I e III são verdadei- bre a história do Rio Grande do Sul, no século
ras. XX.
b) Somente as afirmativas II e IV são verdadei- I. O PSD (Partido Social Democrático) e o PTB
ras. (Partido Trabalhista Brasileiro), oriundos
c) Somente as afirmativas I, III e IV são verda- da base de apoio de Getúlio Vargas, cons-
deiras. tituíram-se como as principais legendas
d) Somente as afirmativas II, III e IV são verda- políticas no Rio Grande do Sul até o golpe
deiras. civil-militar de 1964.
e) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras. II. O Rio Grande do Sul foi refratário à abertu-
ra econômica implementada pelo governo
5. (UFSC) POVOS RESISTENTES de Juscelino Kubitschek, impondo proibi-
ções à presença de capital estrangeiro na
Não somos povos emergentes nem povos res-
indústria agropecuária e em setores estra-
surgidos, somos resistentes! Somos povos re-
tégicos do Estado, como a distribuição de
sistentes!
energia e o setor das telecomunicações.
A frase foi entoada como um grito de guerra
III.O Estado, ainda marcado pelo impacto da
pelo cacique Pequena da etnia Jenipapo-Ca-
Campanha da Legalidade, em 1961, cons-
nindé, do Ceará, em um encontro ocorrido em
tituiu-se como um dos principais focos
Olinda, em 2006. Esse encontro, que reuniu
nacionais de resistência ao golpe civil-
47 grupos étnicos, foi um marco na luta dos
-militar de 1964, transferindo a capital
povos indígenas que ainda não têm sua iden-
para Passo Fundo, com o intuito de se con-
tidade reconhecida. Muitos grupos buscam
trapor às forças de ocupação do governo
esse reconhecimento perante a sociedade e o
central.
poder público.
Ser Protagonista: História, 3º Ano: ensino Quais estão corretas?
médio. São Paulo: Edições SM, 2013, p. 18.
a) Apenas I.
Sobre os povos indígenas, é correto afirmar que: b) Apenas II.
01) Santa Catarina não registra índices de confli- c) Apenas I e III.
tos envolvendo comunidades indígenas, en- d) Apenas II e III.
tre outros fatores, por ter investido ao longo e) I, II e III.
dos anos em políticas de integração desses
povos à sociedade. 7. (Ufrgs) Considere as seguintes afirmações so-
02) Com a missão de converter os indígenas ao bre a história indígena no Brasil.
cristianismo, os jesuítas proibiram hábitos I. O letramento de índios guaranis, nas redu-
culturais como, por exemplo, a antropofagia, ções jesuíticas do sul do Brasil, foi funda-
a poligamia e a nudez. Entre outras ações, mental na defesa dos interesses territoriais
ainda criaram os chamados “aldeamentos”, indígenas, por ocasião das disputas entre
locais onde os indígenas viviam sob a prote- as monarquias ibéricas, durante o século
ção dos religiosos. XVIII.
04) Embora existam garantias legais, o direito II. A Bula do Papa Paulo III, de 1537, ao re-
dos povos indígenas à terra tem sido ameaça- conhecer a possibilidade de conversão dos
do constantemente por conflitos com agricul- índios americanos à fé católica e ao inter-
tores, pecuaristas, madeireiras e mineradoras. ditar sua escravização, colocou fim à explo-
08) Como parte do projeto nacionalista de “bra- ração da mão de obra indígena na América.
silidade”, a ideia de enaltecer a imagem dos III. A independência do Brasil acarretou dis-
indígenas repercutia intensamente nas pro- cussões a respeito da política indigenista,
pagandas do governo Vargas. o que consolidou medidas legislativas que
16) Durante o Império, com a aprovação da Lei de reconheciam o direito dos índios à terra,
Terras (1850), as chamadas terras devolutas presente na Constituição de 1824.
foram disponibilizadas por tempo determina- Quais estão corretas?
do para a reivindicação de posse dos povos a) Apenas I.
indígenas. No entanto, a lei não teve efeito b) Apenas II.
por falta de ampla divulgação entre esses po- c) Apenas I e III.
vos. d) Apenas II e III.
32) Os primeiros colonizadores chamavam pejo- e) I, II e III.
rativamente de “índio” toda a população que
vivia no território da América portuguesa
pois não se haviam dado conta da grande va-
riedade de culturas que ocupava o vasto ter-
ritório.

2929
Raio X [16] Incorreta: a Lei de Terras considerou que
as terras sem registro deveriam ser devolvi-
das ao Estado brasileiro, e não aos indígenas;
1. [III] Incorreta, porque a região entre os rios [32] Incorreta: o termo “índio”, empregado
Ivaí e Tibagi, predominantemente de coloni- no início da colonização, não foi usado de
zação espanhola, nunca foi adquirida por in- maneira pejorativa. Ele foi empregado por-
gleses. que, a princípio, os portugueses acharam ter
[IV] Incorreta, porque a região paranaense chegado às Índias.
onde se cultivou e cultiva erva-mate não fazia 6. A questão faz referência a história do Rio
parte do chamado Vale do Café. Logo, não foi Grande do Sul no século XX. Correção a par-
utilizada para o plantio do café. tir das incorretas. JK governou o Brasil entre
2. Independente do resultado das disputas terri- 1956-1960, defendeu o slogan “50 em 5”, isto
toriais envolvendo os Sete Povos das Missões, é, 50 anos de progresso em 5 anos de gover-
o fragmento registra que o uso da escrita pe- no, o político mineiro governou praticamente
los Guarani foi de fundamental importância sem oposição uma vez que seu plano de go-
para mostrar a resistência indígena. Além verno era pautado na abertura da economia,
disso, a escrita também ajudou os nativos a proposta semelhante à defendida pela UDN,
se posicionarem diante dos europeus, o que partido que JK derrotou nas eleições de 1955.
também contribuiu para a afirmação do posi- O “Plano de Metas” do governo JK defendia a
cionamento indígena na disputa. junção do capital internacional com o capital
3. A Revolução Federalista (1893-1895) ocorreu nacional para alavancar a economia brasilei-
logo após a Proclamação da República, insta- ra. Desta forma, o presidente não encontrou
lando uma guerra civil do Rio Grande do Sul maiores resistências por parte dos estados ao
principalmente a partir da ação dos federa- seu governo. A afirmação [II] é incorreta, pois
listas, conhecidos como maragatos, que pre- não ocorreu a proibição à presença de capital
tendiam, dentre outras coisas, depor Júlio de estrangeiro em setores estratégicos do Estado
Castilhos e descentralizar o poder da Repúbli- durante o governo de JK, e a afirmação [III]
ca. O conflito chegou a atingir os três estados está incorreta, pois quando o governador Ildo
do Sul do país. Meneghetti transferiu o governo estadual para
A Revolução de 1923 opôs os apoiadores de Passo Fundo foi com o propósito de apoiar o
Borges de Medeiros e os apoiadores de Joa- Golpe e evitar as forças legalistas lideradas por
quim Francisco de Assis Brasil, que disputa- Brizola.
ram as eleições para o governo do estado do 7. A afirmativa [II] está incorreta porque a es-
Rio Grande do Sul, vencidas por Borges de cravidão indígena foi prática presente duran-
Medeiros. Resolvido com a intervenção fede- te todo o processo de colonização da América
ral, o conflito abriu caminho para uma mu- Espanhola;
dança nas leis eleitorais do país, colocando A afirmativa [III] está incorreta porque ape-
fim, por exemplo, à possibilidade de reeleição nas a partir da Constituição de 1988 a ques-
para os governos dos estados. tão dos direitos indígenas passou a receber
4. Somente a alternativa [B] está correta. A atenção no Brasil.
questão faz referência a Guerra do Contesta-
do (1912-1916) entre Paraná e Santa Catari-
na. Desde 1853, quando ocorreu a autonomia Gabarito
política da província do Paraná, as duas re-
giões entraram em disputa por terras. Com a 1. A 2. A 3. A 4. B 5. 14
proclamação da República em 1889 e depois
com o surgimento da ferrovia ligando São 6. A 7. A
Paulo e Rio Grande do Sul aumentou a ten-
são. O movimento foi ganhando um caráter
messiânico com o surgimento de líderes como
o monge José Maria. O conflito terminou em
1916 através da interferência do governo fe-
deral.
5. 02 + 04 + 08 = 14
[01] Incorreta: as políticas públicas relacio-
nadas aos povos indígenas são federais, e
não estaduais. Logo, o investimento é feito
via governo Federal e não é suficiente para
garantir que não haja desrespeito aos povos
indígenas;

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Aprofunde seus conhecimentos

1. (UEL) Observe a imagem e leia o texto a seguir.

Construído em 1934 por Eugenio Viktor Lariónoff, o Hotel Rolândia tinha a finalidade de atender
aos inúmeros interessados em adquirir terras nessa região. O hotel cumpriu sua função comple-
mentar à Companhia de Terras e à estrada de Ferro. Era a “casa dos de fora”, daqueles que se
interessavam em comprar lotes para posteriormente se fixarem no local.
Adaptado de: CERNEV, J. (Org.). Memória e cotidiano: cenas do norte do Paraná. Londrina: IPAC/MEC-SESU, 1995, p. 24-25.

Em relação ao texto e aos conhecimentos sobre as migrações internas e as imigrações para o Brasil,
no século XX, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) Para a área da Companhia de Terras Norte do Paraná, dirigiram-se imigrantes que fugiam de
perseguições ou de conflitos bélicos em seus países.
( ) Alemães, italianos e japoneses emigraram para o norte do Paraná e se dedicaram à cafeicultu-
ra.
( ) A Companhia de Terras Norte do Paraná recebeu em sua área refugiados da desestruturação do
Império Turco-Otomano, especialmente os curdos, que chegaram na região após 1934.
( ) Para o norte do Paraná, dirigiram-se paulistas, mineiros e catarinenses interessados em ocupar
uma fronteira agrícola recém-aberta, destinada à cafeicultura.
( ) Árabes de diferentes nacionalidades, libaneses, egípcios e sírios fixaram-se no norte do Para-
ná, após a década de 1930, como refugiados dos conflitos religiosos em seus países.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, F, V, F.
b) V, F, V, F, V.
c) V, F, F, V, V.
d) F, V, V, F, F.
e) F, F, V, V, F.

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2. (UEL) Observe a imagem a seguir, e responda ao que se pede.

A histórica disputa pelo controle geopolítico da Bacia do Prata colocou em guerra, no período de
1864 a 1870, Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. O conflito envolveu distintos interesses, entre
os quais:
I. As questões de livre navegação nos rios Paraguai e Paraná, caminhos naturais de acesso ao es-
tuário do Prata.
II. A constituição de uma confederação nos moldes bolivarianos, capaz de unir diferentes etnias
indígenas daqueles países.
III.A política expansionista do Paraguai, efetivada, na época, pela conquista de áreas do Mato
Grosso.
IV. A presença britânica na região, que defendeu as suas iniciativas socioeconômicas opondo-se
aos interesses da Argentina.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

3. (UEL) Em 1949, o Jornal Voz Operária estampava a seguinte manchete:


“Terror e banditismo no Norte do Paraná. Cresce de intensidade a luta dos camponeses pela terra.“
Jornal Voz Operária, 29 out. 1949, n. 23, p. 1.

No Brasil, os conflitos pela terra não são recentes, conforme se pode verificar na manchete citada
acima. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) Chico Mendes, seringueiro e ecologista, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri,
no estado do Acre, foi assassinado a mando de proprietários da região.
b) A reforma agrária empreendida pelos diversos governos do Pará enfraqueceu as lutas pelas terras no
estado.
c) As Ligas Camponesas, no estado de Pernambuco, organizaram-se para combater as levas de trabalha-
dores que vinham do litoral em busca de terras no interior.
d) As terras indígenas, existentes na região Norte do país, permaneceram livres de intrusão devido à
política disciplinadora dos garimpos realizada pelos governos brasileiros.
e) Os posseiros do Norte do Paraná beneficiaram-se da legislação agrária estadual que implementou a
reforma fundiária na região.

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4. (UEL) Em 1912, José Maria, um beato e curandeiro de ervas, liderou um movimento de sertanejos
entre os estados do Paraná e Santa Catarina, o Contestado, que persistiu até ser esmagado violen-
tamente em 1916 por tropas governamentais. Sobre o Contestado, é correto afirmar:
a) Os sertanejos consideravam a República usurpadora e adotavam o ideal comunitário de vida, defenden-
do um mundo fraterno e a distribuição das terras que o Governo havia concedido a uma companhia
ferroviária estrangeira.
b) Os posseiros das terras contestadas combatiam as práticas religiosas tradicionais como o casamento e
as procissões.
c) Como na revolta de Canudos, os sertanejos do Contestado desejavam a intervenção do Estado Republi-
cano na saúde e na educação comunitária.
d) O movimento inspirou-se nas revoltas dos camponeses durante a Revolução Francesa e atacou os sím-
bolos da ação governamental, como os cartórios e as câmaras municipais.
e) Os sertanejos receberam o decisivo apoio dos setores intelectuais adeptos da difusão das ideias racistas
no Brasil.

5. (UEL) Duas décadas e meia atrás, Londrina pontificava como a capital do Paraná cafeeiro. Batida
pela geada de 1975, perdeu aquela condição e foi obrigada a mudar de rumo. Primeiro, transfor-
mou-se em centro de serviços, depois, foi ganhando fôlego para outras atividades, para consolidar-
-se agora como:
a) polo industrial.
b) centro madeirense.
c) núcleo minerador.
d) região vinícola.
e) polo siderúrgico.

6. (UEL) A diversificação da economia paranaense tendendo, por um lado, a uma rápida industriali-
zação e, por outro, à produção cafeeira ocorreu notadamente a partir da:
a) construção da Estrada de Laguna, em 1731.
b) autonomia da Província, em 1853.
c) inauguração do serviço de força e luz elétrica, em 1892.
d) fundação de Londrina, em 1932.
e) promulgação da Constituição do Estado, em 1947.

7. (UEL) No final do século XIX, a indústria da madeira é viabilizada, no Paraná, em razão:


a) do aumento da produtividade agrária.
b) do protecionismo alfandegário interestadual.
c) da expansão do mercado consumidor interno.
d) da construção de ferrovias no Estado.
e) da ampliação das fronteiras pelos tropeiros.

8. (UEL) O Positivismo desenvolveu-se no Brasil durante o II Império e foi defendido por políticos
ilustres como Benjamin Constant, Júlio de Castilho, Teixeira Mendes, marcando fortemente os
ideais republicanos que culminaram com a Proclamação da República, em 1889.
Com base nos conhecimentos sobre as influências positivistas no processo de transição do regime
imperial para o republicano, considere as afirmativas a seguir.
I. Como expressão mais forte dessas mudanças, o pavilhão imperial adotou o lema positivista.
II. A ideia de uma democracia representativa levou à adoção do sistema do voto universal, o que
permitia a acomodação das classes sociais.
III.A presença do ideário positivista destacou-se no setor militar, sobretudo entre os oficiais de
alta patente.
IV. A formação de um governo de cunho autoritário caracterizou-se pela imposição da ordem atra-
vés da força militar, na chamada República de Espadas.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

3333
9. (UEL) Observe as figuras 1 e 2.

A colonização no Brasil pela Coroa Portuguesa teve sua origem no sistema de Capitanias Here-
ditárias que definiu a propriedade e a posse das terras. No início do século XIX, com a vinda de
imigrantes europeus para o Brasil, estabeleceu-se a Lei de Terras de 1850, com o intuito de nor-
matizar a propriedade e o seu uso.
Sobre o domínio de terras no Brasil, no contexto das Capitanias Hereditárias e da Lei de 1850,
assinale a alternativa correta.
a) Os donatários eram impedidos pela Coroa Portuguesa de vender suas terras. A Lei de Terras definiu que
as terras públicas poderiam tornar-se propriedade privada somente pela compra.
b) Os donatários se isentavam da defesa de suas terras, convocando o poder real para fazê-la. Com a vinda
dos imigrantes, a Lei de Terras possibilitou a apropriação aos desprovidos de recursos.
c) Os recursos empregados pelos donatários viabilizaram o pleno sucesso do modelo das capitanias. Com
a Lei de Terras, expandiu-se o domínio do setor industrial pelo monopólio do poder econômico.

34
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d) O sistema de capitanias vigorou até o século nacional e à terça parte da produção mundial.
XIX quando aconteceram as insurreições do O processo de modernização da agricultura no
Maranhão e da Bahia. A Lei de Terras impediu Paraná ocorreu entre fins da década de 1960
que a mão de obra livre pudesse se locomover e início dos anos de 1970. [...] Esse processo
para as atividades industriais. alterou a estrutura fundiária do Estado prin-
e) A Coroa tinha o direito de confiscar todos os cipalmente em função da concentração de
metais preciosos extraídos das capitanias. A terras, desemprego no campo e êxodo rural.
Lei de Terras facilitou a ocupação ilegal e o Contribuíram ainda para a queda da produ-
arrendamento das terras consideradas devo- ção as pragas e alterações climáticas, como a
lutas. ferrugem e as geadas, sendo a geada negra de
1975 um marco importante nesse processo.
10. (UEL) No contexto histórico das transformações (Adaptado de PRIORI, A., et al. História do Paraná:
ocorridas no século XIX, que envolveram ques- séculos XIX e XX [online]. Maringá: Eduem, 2012. A
tões da identidade nacional e da política, no modernização do campo e o êxodo rural. p. 115-127.)
Brasil, após a abdicação de D. Pedro I, ocorreu
Com base na imagem, nos textos e nos conhe-
uma grave crise institucional. As tentativas de
cimentos sobre fotografia, modernização do
superação por meio das Regências provocaram
campo e êxodo rural, considere as afirmativas
uma série de revoltas como a Sabinada (BA), a
a seguir.
Balaiada (MA) e a Cabanagem (PA).
I. O interesse pelos processos que envolvem
A superação da crise, que coincidiu com o fim
a manufatura foi a base para o aumento
do período regencial, deveu-se à:
da produção nacional cafeeira na segunda
a) antecipação da maioridade do príncipe herdeiro.
metade do século XX, sobretudo, no Es-
b) consolidação da Regência Una e Permanente.
tado do Paraná, culminando no processo
c) formação e consolidação do Partido Republicano.
de modernização do campo com o qual foi
d) fundação das agremiações abolicionistas.
possível resistir a grandes intempéries.
e) volta imediata de D. Pedro I às terras brasileiras.
II. O sentido da imagem fotográfica docu-
mental, do ponto de vista da interpretação
11. (Uel) Observe a imagem e leia os textos a estética, é fixo e, quando ele é atribuído
seguir. pela história oficial, esta imagem se torna
um testemunho cuja realidade fica expres-
sa.
III. O desemprego no campo, o êxodo rural
e os problemas sociais influenciaram tam-
bém a ampliação de zonas periféricas nas
cidades, representando um desafio para o
poder público na constituição de suas po-
líticas.
IV. O potencial da imagem fotográfica poderá
ser alcançado na medida em que ela for
contextualizada na trama histórica e em
seus múltiplos desdobramentos que a cir-
cunscreveram no tempo e no espaço, no
ato do registro.
Assinale a alternativa correta.
Quaisquer que sejam os conteúdos das ima- a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
gens devemos considerá-las sempre como b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
fontes históricas de abrangência multidisci- c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
plinar. As fotografias são pistas para tentar- d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
mos desvendar o passado. Elas nos mostram e) Somente as afirmativas II, III e IV são corre-
um fragmento selecionado da aparência das tas.
coisas, das pessoas e dos fatos, tal como fo-
ram (estética e ideologicamente) congelados
num dado momento de sua existência / ocor-
rência.
(Adaptado de KOSSOY, B. Realidades e Ficções na Trama
Fotográfica. São Paulo: Ateliê editorial, 2010. p. 21.)

Até meados da década de 1970, o café era


o principal produto da economia paranaen-
se, que correspondia à metade da produção

3535
Paraná. Nessas localidades, verificou-se um
breve surto de mineração que ocasionou a
formação das “faiscações“, isto é, de empre-
endimentos voltados para a procura de faís-
cas de ouro.
08) A necessidade de enfrentar longas distân-
cias com o objetivo de capturar índios para
o trabalho na lavoura comercial do planalto
paulista. É o que nos permite compreender
a ampla presença de paulistas na região do
1. (UFPR) Os movimentos messiânicos brasilei- Guairá, no atual estado do Paraná, bem como
ros, como Canudos e Contestado, ocorreram os deslocamentos até a região do Araguaia e
entre o final do século XIX e início do XX. So- mesmo até Belém, como se verificou com a
bre esses movimentos, considere as seguintes bandeira comandada por Raposo Tavares.
afirmativas: 16) A resistência aos ataques promovidos pelos
I. Foram movimentos de resistência social, paulistas às missões jesuíticas, a qual implicou
liderados pelos anarquistas de origem ita- a remoção das missões restantes para a região
liana. onde hoje se encontra o Uruguai e a constitui-
II. Foram movimentos baseados na religiosi- ção de grupos de guerreiros indígenas.
dade popular, como reação à laicização do
estado brasileiro imposta pela proclama- 3. (UFPR) As transformações na estrutura eco-
ção da República. nômica, política e social do Brasil entre o fi-
III.Foram movimentos religiosos liderados nal do século XIX e início do XX provocaram
pela Igreja Católica, contrária às reformas uma série de manifestações de resistência no
políticas do estado brasileiro. campo. Entre elas podemos citar os episódios
IV. Foram movimentos relacionados à disputa da Revolta dos Mücker (1874), de Canudos
pelo poder local e à luta pela terra, acirra- (1893-1897) e do Contestado (1912). Sobre
dos pelas reformas impostas pelo regime esses levantes, é correto afirmar:
republicano. 01) Os movimentos de Canudos e do Contestado
Assinale a alternativa correta. pregavam a volta do regime monárquico, pois
a) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadei- representavam os interesses conservadores
ras. das oligarquias insatisfeitas com a República
b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.
e com o fim da escravidão.
c) Somente a afirmativa III é verdadeira.
d) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras. 02) Uma das mais ricas e conhecidas descrições
e) Somente a afirmativa IV é verdadeira. sobre o episódio de Canudos foi escrita por
Euclides da Cunha, na obra Os sertões, publi-
cada em 1902.
2. (UFPR) A grande pobreza e a produção agríco-
04) O movimento do Contestado tinha como um
la voltada para o mercado interno marcaram
de seus motivos a disputa de terras entre os
o processo de formação da capitania de São
Estados de Santa Catarina e Rio Grande do
Vicente. É nesse quadro que se observam, ao
Sul.
longo do século XVII, algumas características
08) Embora esses movimentos não tenham co-
daquela sociedade, bem como as marcas de sua
locado efetivamente em perigo a ordem
expansão em direção ao sul, ao centro-oeste
constituída, todos foram violentamente per-
e ao extremo norte do Brasil colonial. Assim,
pois, fez(fizeram) parte desse processo: seguidos e sufocados pelas forças legais do
01) A formação do bandeirantismo, ou das ban- governo.
deiras, as quais consistiam em adentrar-se 16) O caráter messiânico presente nesses movi-
pelas matas para capturar índios, sobretudo mentos pode ser explicado por certo distan-
guaranis, para convertê-los em escravos. As ciamento entre Igreja e populações carentes,
bandeiras contavam com grupos de dezenas e com o consequente predomínio de uma reli-
até centenas de pessoas. giosidade popular.
02) A incorporação de enormes contingentes de 32) Contribuiu para a eclosão desses movimentos
escravos africanos para o trabalho nas lavou- a situação de exclusão e marginalidade das
ras do planalto, transportados aos campos de populações pobres que viviam na periferia
Piratininga através do Caminho do Mar. das cidades, no interior do país e nos sertões,
dada a ineficiência da atuação do poder pú-
04) A dedicação à busca de metais e pedras pre- blico nessas regiões.
ciosas, o que leva à criação de vilas como
Iguape, no litoral sul do atual estado de
São Paulo, e Paranaguá, no atual estado do

36
36
4. (UFPR) No início da República, ocorreram eram núcleos administrativos sem qualquer
vários movimentos na zona rural brasileira, povoamento significativo, que só se tornaram
identificados como banditismo social, revolu- alvo de investimentos após a vinda da Família
cionarismo e milenarismo. Dentre eles desta- Real portuguesa.
cam-se: b) As cidades passaram a ter um papel econômico
01) A “Guerra do Contestado“, ocorrida numa primordial na colônia a partir da fundação de
região disputada pelos Estados do Paraná e São Paulo, que se tornou um grande entrepos-
de Santa Catarina, em que muitas famílias de to comercial. Posteriormente, com o ciclo do
posseiros lutaram para não perder suas terras ouro, as cidades de Minas Gerais tornaram-se
e para não serem expulsas da região. um centro irradiador de progresso econômico,
02) A “Guerra dos Emboabas“, que se travou na superando a importância das áreas rurais na
divisa de São Paulo com Minas Gerais, por economia colonial. Isso impulsionou um maior
causa de uma região rica em ouro, provocan- desenvolvimento urbano, trazendo progresso
do a morte de muitos colonos. material e cultural a toda a sociedade.
04) A “Revolução Farroupilha“, ou “Guerra dos c) Mesmo com papel econômico secundário, a
Farrapos“, ocorrida no Rio Grande do Sul, que
partir dos séculos XVII e XVIII, algumas cida-
durou dez anos, unindo classes dominantes e
des foram valorizadas com o aumento da par-
mobilizando massas rurais.
ticipação da colônia no comércio ultramarino,
08) O movimento de “Canudos“, liderado pelo be-
ato Antônio Conselheiro, que, após percorrer em especial após as políticas pombalinas de
várias regiões do Nordeste, fixou-se na Co- incentivo às Companhias de Comércio. Além
marca de Belo Monte, na Bahia, e aí organi- de possuírem órgãos administrativos e políti-
zou uma experiência comunitária autônoma, cos, as cidades agregaram boa parte dos ele-
provocando a reação dos coronéis, que exi- mentos sociais da colônia, definindo em seus
giram a intervenção do Governo Federal e a espaços as diferenças de gênero, raça e status
destruição de “Canudos“. social.
d) Além de serem centros administrativos, as ci-
5. (UFPR) Na América portuguesa, as irmanda- dades formaram pequenos centros educacio-
des eram espaços de: nais de catequese dos indígenas e de evange-
a) assistência aos negros que fugiam de seus lização dos colonos, agregando uma população
senhores, providenciando alojamento e laços majoritariamente masculina. Por serem muito
de solidariedade para arrecadar fundos para pobres, as cidades eram vilas incipientes, o
sua alforria, através da realização de festas que gerava uma concentração populacional e
de devoção aos seus santos padroeiros. econômica nas áreas rurais.
b) congregação de negros, indígenas e brancos e) As cidades foram centros administrativos im-
pobres, constituindo sociedades de auxílio portantes para o desenvolvimento econômico
mútuo para garantir um enterro digno aos e social da colônia, por concentrarem escolas,
seus membros e familiares, além de proteger jardins botânicos e assistência médica e jurí-
seus membros das visitações da Inquisição. dica à população. Escravos frequentemente fu-
c) resistência ao catolicismo do regime de pa- giam para tentar uma vida melhor nas cidades,
droado, permitindo que os negros mantives- o que gerava uma rivalidade entre os centros
sem seus cultos originais africanos após con- urbanos e as áreas rurais.
quistarem sua alforria, proibindo a entrada
de membros brancos e indígenas.
7. (UFPR) No Brasil, desde 2011, tem havido
d) auxílio mútuo, em caso de doença, enterro e
diversas comemorações dos 150 anos da Uni-
assistência a órfãos e viúvas, e de arrecada-
ficação Italiana, relembrando os fortes laços
ção de recursos para alforria, servindo tam-
bém para manter traços das culturas africa- culturais entre os dois países. Sobre a relação
nas, como forma de resistência à sociedade entre a Unificação Italiana e a imigração de
escravocrata. italianos para as Américas, é correto afirmar:
e) sociabilidade dos negros escravizados e li- a) A Unificação Italiana foi o resultado de uma
bertos, compreendendo debates políticos de série de revoltas populares, que culminaram
resistência à escravização, por meio da pre- em 1861 com a formação de uma república
servação das culturas e devoções africanas, o socialista sob a direção de Giuseppe Mazzini.
que gerou o primeiro ideário abolicionista. A burguesia, que não concordava com o novo
regime, emigrou para as Américas, levando
6. (UFPR) Assinale a alternativa correta sobre o capital suficiente para iniciar a industrializa-
papel social e econômico das cidades no perí- ção em países como a Argentina, o Brasil e os
odo colonial da América Portuguesa. Estados Unidos.
a) As cidades nunca tiveram um papel signifi- b) O processo da Unificação Italiana contou com
cativo na economia colonial, pois toda a ri- a intensa participação do Império brasileiro,
queza que interessava ao comércio português pois D. Pedro II almejava estabelecer rela-
era de origem agrária. Dessa forma, as cidades ções comerciais com os italianos. É notória a

3737
participação de Giuseppe Garibaldi na política c) Os colonizadores espanhóis, ao contrário dos
brasileira do período imperial. Após a unifi- portugueses, não utilizaram a mão de obra
cação, contudo, nem o Brasil nem os demais indígena, constituindo uma sociedade basea-
países aliados conseguiram levantar a Itália da na colonização de povoamento.
de uma profunda crise econômica, o que le- d) O tipo de trabalho executado pelos indíge-
vou a uma grande leva emigratória para as nas era bastante rudimentar, e a dependência
Américas de 1880 a 1930. da metrópole em relação a essa mão de obra
c) A Unificação Italiana foi um processo inicia- provocou atraso econômico e cultural para a
do no início do século XIX, que se concluiu colônia brasileira.
em 1861, com uma monarquia constituciona- e) Com o início do tráfico de escravos africanos,
lista, sob o comando de uma aliança entre a mão de obra indígena deixou de ser utiliza-
burgueses e latifundiários, que afastou os da no processo de colonização.
setores populares do poder. Muitos italianos
camponeses e trabalhadores saíram empobre-
cidos após a unificação, o que estimulou uma
intensa emigração para as Américas entre
1880 e 1930, engrossando fileiras de traba-
lhadores agrícolas e operários.
d) A Unificação Italiana durou de 1861 a 1870,
agregando estados independentes sob a dire-
ção do reino de Piemonte-Sardenha. Porém,
sua conclusão só foi possível após a Unifica-
ção Alemã, que marcou o fim da ingerência
de Otto Von Bismark na política europeia.
Após esse processo, o monarca instituído
perseguiu duramente seus inimigos políticos,
que emigraram para as Américas.
e) A emigração italiana para as Américas teve
início por conta de uma série de dificuldades
financeiras causadas por problemas climáti-
cos, que, por volta de 1850, prejudicaram as
colheitas. O volume de emigrantes intensifi-
cou-se após a Unificação em 1861, em decor-
rência do fato de que o governo anarquista
instituído fracassou na tentativa de reerguer
o país.

8. (Ufpr 2020) Aqui no Brasil tratou-se desde o


início de aproveitar o índio, não apenas para
obtenção dele, pelo tráfico mercantil, de pro-
dutos nativos, ou simplesmente como aliado,
mas sim como elemento participante da colo-
nização. Os colonos viam nele um trabalhador
aproveitável; a metrópole, um povoador para
a área imensa que tinha de ocupar, muito
além de sua capacidade demográfica. Um ter-
ceiro fator entrará em jogo e vem complicar
os dados do problema: as missões religiosas.
(PRADO JÚNIOR, Caio. A formação do Brasil
Contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1963, p. 91.)

Baseando-se no trecho acima sobre o trabalho


indígena no Brasil Colônia, assinale a alter-
nativa correta.
a) Os indígenas serviram como um elemento ati-
vo e fundamental na colonização da região
Nordeste, enquanto na região Centro-Sul sua
mão de obra foi utilizada de maneira escassa.
b) Os jesuítas segregavam os indígenas em al-
deias, para evitar a escravização da mão de
obra nativa durante a colonização portuguesa.

38
38
08) na história da arte destaca-se Victor Meirel-
les, autor do conhecido quadro “A Primeira
Missa no Brasil”.
16) o político Nereu Ramos destacou-se no cenário
nacional, colocando-se abertamente ao lado
dos imigrantes alemães e seus descendentes.
32) considerando a sua pequena extensão territo-
rial, a economia extrativista da madeira e da
erva-mate foi inexpressiva para a economia
catarinense.
64) a Oktoberfest de Blumenau tornou-se forte
destino turístico, especialmente após a gran-
de enchente de 1983 no vale do Itajaí-Açu.

3. (UFSC) “Além dos guaranis, também viviam


em Santa Catarina os Kaingang. Conhecidos
1. (UFSC) Leia o texto abaixo com atenção. como guayaná, cooroado, bugre, xokleng,
Durante cinco anos, a partir de 1865, Brasil, tupi e botocudo [...]. Sabe-se hoje que os
Argentina, Uruguai e Paraguai envolveram-se açorianos catarinenses do século XVIII, as-
em um conflito armado com resultados trági- sessorados por escravos ou parceiros livres,
cos para todos os participantes [...]. Alguns produziam gêneros alimentícios, não apenas
historiadores se referem às consequências da suficientes para abastecer a população local,
Guerra do Paraguai com a expressão genocí- mas também para exportar [...]. Mais de três
dio americano. milhões de imigrantes escolheriam o Brasil
MURARO, V.F. História de Santa Catarina para ler e como nova pátria, especialmente alemães e
contar. Florianópolis: Cuca Fresca, 2003, p. 68.
italianos.“
Com base no texto e sobre a Guerra do Para- MURARO, Valmir F. História de Santa Catarina para ler
e contar. Florianópolis: Cuca Fresca, 2003, p. 17-51.
guai, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
01) As forças militares do Brasil, Argentina e Uru- Com base nos fragmentos acima e nos seus co-
guai, numericamente superiores, encontra- nhecimentos sobre a história de Santa Catari-
ram pouca resistência das tropas paraguaias na, assinale a(s) proposição(ões) correta(s).
para detê-las. 01) Apesar do processo acelerado de urbanização
02) Declarada a guerra, Santa Catarina, por sua ocorrido em Santa Catarina durante o século
posição estratégica, serviu de base de opera- XX, o Estado ainda abriga comunidades indí-
ções das tropas brasileiras. genas representadas por Guarani, Xokleng e
04) O Batalhão dos Voluntários da Pátria foi re- Kaingang.
forçado com o recrutamento de escravos e 02) Na arquitetura, culinária e estilo de vida dos
imigrantes alemães. catarinenses do século XXI, já não se perce-
08) Durante a Guerra do Paraguai, as forças na- bem influências das civilizações indígenas e
vais paraguaias invadiram o porto de Laguna dos colonizadores europeus que se estabele-
em busca de víveres. ceram no Estado.
16) Ao acolher os feridos nas batalhas, áreas da 04) Joinville é considerada a maior cidade do Es-
cidade do Desterro foram contaminadas e, a tado e nela se destacam as atividades indus-
partir de então, as epidemias se tornaram fre- triais, portuárias e agrícolas.
quentes na Ilha de Santa Catarina. 08) Chapecó e São Miguel do Oeste, municípios lo-
32) As causas da guerra foram econômicas, pois o calizados na Região Oeste do Estado de Santa
Paraguai do século XIX era a maior potência Catarina, destacam-se no cenário nacional pelo
da região porque tinha acesso privilegiado a dinamismo de suas atividades agroindustriais.
vários portos marítimos. 16) Os vales dos rios Itajaí-Açu e Tijucas, habita-
dos por povos indígenas no passado, a partir
2. (UFSC) Em relação à história de Santa Catari- do século XIX receberam imigrantes italianos,
na, é correto afirmar que: alemães e poloneses (polacos), que deram
01) durante a Revolução Federalista muitas lide- origem às cidades de Blumenau, Nova Trento
ranças políticas foram executadas na Ilha de e Brusque.
Anhatomirim. 32) Cruz e Sousa, Anita Garibaldi, Antônio Conse-
02) durante o governo Vargas, as colônias alemãs e lheiro, Gustavo Kuerten e Santa Paulina são
italianas experimentaram expressiva consolida- personagens importantes de Santa Catarina.
ção em função do apoio dado pelo Estado Novo. 64) No litoral de Santa Catarina, os escravos afri-
04) as indústrias alimentícias e o agronegócio se canos ocupavam-se de atividades minerado-
consolidaram em Santa Catarina, especial- ras, agrícolas e pesqueiras.
mente através da contribuição do latifúndio.
3939
4. (UFSC) “Os responsáveis pela administração 01) o texto acima trata da sexta-feira santa, pe-
do reino de Portugal e de suas colônias sa- ríodo de realização da Farra do Boi, costume
biam do excedente populacional em algumas comum entre os povos do Mediterrâneo e que
ilhas dos Açores. [...] Conheciam também consiste na perseguição de bois soltos em lo-
as habilidades dos açorianos em lidar com o cais abertos.
campo, o oceano e a criação de animais. Logo, 02) a Farra do Boi é uma prática legal e apoiada
foi fácil optar pela população que viria povo- por toda a população catarinense.
ar, não só o litoral de Santa Catarina, mas boa 04) Cascaes se refere às práticas de proteção e
parte do Brasil.“ purificação que acontecem, principalmente,
MURARO, V.F. História de Santa Catarina para ler e em momentos considerados especiais, como a
contar. Florianópolis: Cuca Fresca, 2003, p. 38-39. sexta-feira santa.
08) os curandeiros e as benzedeiras tiveram pa-
Em relação à colonização açoriana em Santa
pel importante de cura e proteção, pois ofe-
Catarina, é correto afirmar que:
reciam uma explicação para as doenças e sua
01) os primeiros imigrantes açorianos aportaram
cura dentro do universo de crenças da popu-
no litoral catarinense em meados do século
lação da Ilha de Santa Catarina.
XVIII e passaram logo a cultivar o trigo, por-
16) com a popularização da medicina científica,
que já estavam acostumados a fazê-lo em sua
os curandeiros e benzedeiras desapareceram
terra de origem.
totalmente.
02) entre as razões que levaram milhares de aço-
32) Franklin Cascaes foi responsável por recolher
rianos a emigrar para Santa Catarina, pode-se
destacar: abalos sísmicos e erupções vulcâ- várias histórias sobre os costumes açorianos.
nicas no Arquipélago dos Açores; excedente
populacional; pouca terra disponível para a 6. (UFSC) Leia o texto.
prática da agricultura. Trechos de uma carta escrita pelo espanhol
04) os colonos açorianos que se estabeleceram Luiz Ramires, marujo da armada de Sebastião
em Santa Catarina dedicaram-se às atividades Caboto, com data de 10 de julho de 1528, em
da pesca e, simultaneamente, à lavoura. que descreve alguns acontecimentos ocor-
08) em Santa Catarina os açorianos se estabelece- ridos durante a sua estada na Ilha de Santa
ram primeiramente em Desterro, Laguna e na Catarina:
região dos campos de Lages, onde iniciaram De maneira que, outro dia de manhã, vimos
as atividades de pecuária. vir outra canoa de índios e um cristão dentro
16) no litoral catarinense, os açorianos se adap- dela. Este deu novas ao Sr. Capitão General
taram ao plantio da mandioca. Em poucos como estavam naquela terra alguns cristãos,
anos a farinha de mandioca passou a ser im- que eram até quinze [...]. E também disse de
portante item na pauta de exportação desta outros cristãos, que se diziam Melchior Rami-
região. rez [...] e Enrique Montes, os quais disse ha-
32) dadas as rápidas transformações pelas quais viam ficado de uma armada de Juan de Solis e
passa a sociedade contemporânea, especial- que havia mais de treze ou quatorze anos que
mente em função da influência da televisão e estavam naquela terra...
da internet, as manifestações da cultura po- Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
pular de origem açoriana desapareceram do Rio de Janeiro, p. 14-41, 1852, v. XV.
litoral catarinense.
Com base no texto e nos seus conhecimentos
a respeito do povoamento inicial da Ilha de
5. (UFSC) “Sempre foi crença do povo hospita- Santa Catarina, assinale a(s) proposição(ões)
leiro desta Ilha dos famosos bois-de-mamão verdadeira(s).
que, na sexta-feira santa, não se deve tomar
instrumentos de trabalho para usá-los, seja 01) A Ilha de Santa Catarina era, no início do sé-
para qual finalidade for. É também costume culo XVI, habitada por indígenas, com quem
tradicional dos descendentes de colonos aço- os europeus fizeram contato.
rianos, na sexta-feira santa, a partir de zero 02) A Ilha de Santa Catarina era despovoada até
hora, banharem-se nas ondas do mar, levando a chegada da expedição da qual fazia parte o
consigo animais domésticos, para se purifica- espanhol Luiz Ramires.
rem e protegerem de todos os males do corpo
04) A Ilha de Santa Catarina foi povoada, na época
físico e espiritual.“
do descobrimento do Brasil (1500), por uma
CASCAES, Franklin. Vassoura bruxólica. In: O fantástico na
Ilha de Santa Catarina. Florianópolis: UFSC, 2003, p. 63 expedição comandada por Enrique Montes.
08) Na segunda década do século XVI, na Ilha de
Sobre o texto acima, os açorianos e seus cos- Santa Catarina, viviam entre os índios alguns
tumes na Ilha de Santa Catarina, é correto cristãos, entre os quais estavam Melchior Ra-
afirmar que: mirez e Enrique Montes.

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16) Os primeiros europeus que chegaram à Ilha de 02) Segundo o visitante, houve nas ruas de algu-
Santa Catarina foram paulistas vindos de São mas vilas de Santa Catarina um conflito entre
Vicente. os partidários da independência (que eram mui-
to numerosos) e os que eram contrários a ela.
7. (UFSC) Em 16 de abril de 1894, na Baía Norte 04) De acordo com o autor, os catarinenses de
da Ilha de Santa Catarina, foi travada uma algumas vilas cometeram tamanhos excessos
batalha naval. A esquadra legal, que apoiava que tiveram de ser reprimidos pelas tropas
o governo do Marechal Floriano Peixoto, ven- portuguesas.
ceu as forças rebeldes que defendiam Dester- 08) Ao contrário do que o autor presenciou em
ro, pondo fim à Revolta da Armada. Santa Catarina, em outras províncias, como
Assinale a(s) proposição(ões) corretas(s) em a da Bahia, Pará e Cisplatina, ocorreram rea-
relação à Revolta da Armada e aos aconteci- ções desfavoráveis ao ato de D. Pedro.
mentos ocorridos na cidade do Desterro, du- 16) Segundo o texto, a notícia da independência
rante o governo de Floriano Peixoto. foi recebida com grande entusiasmo nas Vilas
01) A Revolta da Armada teve início no Rio Gran- do Desterro, Laguna e São Francisco.
de do Sul. Os revoltosos se opunham à eleição
32) Não obstante as reações de alguns portugue-
do Marechal Floriano Peixoto à Presidência da
República. ses que temiam o fim dos seus privilégios, o
02) Com a derrota da esquadra, as forças rebel- governo de Lisboa, forçado pela França, acei-
des remanescentes invadiram o Rio Grande do tou de pronto o rompimento. Em outubro de
Sul, onde proclamaram a República Rio Gran- 1822 foi assinado o tratado de reconhecimen-
dense ou República do Piratini. to, havendo grande júbilo em todo o país,
04) Os rebeldes estabeleceram no Desterro um como bem atesta Dupperrey Lesson.
governo revolucionário, em oposição ao go-
verno do Marechal Floriano Peixoto. 9. (UFSC) A PESO DE OURO
08) Em Santa Catarina, os revoltosos da Armada
se uniram aos federalistas na cidade de Nossa Mais do que um recurso natural. Mais do que
Senhora do Desterro, atual Florianópolis. um artigo de exportação. O que se descobriu
16) As tropas federalistas que invadiram Santa em Minas Gerais depois de dois séculos de co-
Catarina eram lideradas por Davi Canabarro, lonização foi fortuna em estado puro.
comandante das forças de terra, e Giuseppe CARRARA, Angelo Alves. Revista de História da
Garibaldi. Biblioteca Nacional, nov. 2008. Dossiê Ouro.
32) Vencidos os revoltosos, os partidários do Ma-
rechal Floriano Peixoto passaram a perseguir Sobre a mineração na América portuguesa, é
os que tinham apoiado a esquadra rebelde e correto afirmar que:
os federalistas. Na cidade do Desterro, inúme- 01) a grande instabilidade social do início da mi-
ras pessoas foram executadas sumariamente neração resultou em diversos conflitos arma-
na fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim. dos, sendo o mais conhecido deles a chamada
8. (UFSC) O navegador Dupperrey Lesson, que Guerra dos Emboabas.
em 1822 estava em Santa Catarina, assim 02) ao contrário da produção açucareira, a explo-
descreveu a reação dos catarinenses à inde- ração das minas de ouro priorizou o trabalho
pendência do Brasil: livre em detrimento do uso de mão de obra
“... Cheios de confiança em seus propósitos, escrava em função dos frequentes temores de
os partidários numerosos da independência fugas e roubos por parte dos mineradores.
estavam inspirados com um entusiasmo (...) 04) com o objetivo de assegurar o controle so-
que seu espírito ardente havia reprimido há bre a exploração do ouro, Portugal assumiu
longo tempo. No excesso da sua alegria, eles a posse das áreas mineradoras e passou a
haviam coberto de luzes as Vilas de Nossa Se- concedê-las em forma de lotes (datas).
nhora do Desterro, de Laguna e de São Fran- 08) a liberdade religiosa, uma das características das
cisco, onde percorrendo as ruas entoavam sociedades mineradoras, permitiu, ainda no sé-
canções em honra de D. Pedro...“. culo XVIII, a instalação de muitas igrejas e tem-
DUPERREY, Louis Isidore. Voyage autour du monde. In:
plos de diferentes religiões europeias e africanas.
Ilha de Santa Catarina, relatos de viajantes estrangeiros 16) o crescimento da produção aurífera nas últi-
nos séculos XVIII e XIX. Florianópolis: UFSC, 1984. mas décadas do século XVIII fez com que o
governo português reduzisse o controle so-
Assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s) bre a cobrança de tributos, garantindo maior
com base no texto e nos seus conhecimentos tranquilidade política na colônia do Brasil.
sobre o processo de independência do Brasil. 32) os artistas setecentistas da região das minas
01) A declaração de independência do Brasil, feita costumavam ser agrupados como represen-
por D. Pedro I em 1822, foi aceita em Santa tantes de um estilo denominado cubismo mi-
Catarina e em todas as demais províncias brasi- neiro, típico das Minas Gerais.
leiras, com grande júbilo.

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10. (Ufsc 2020) A colonização portuguesa não
respeitou o Tratado de Tordesilhas, expandin-
do as fronteiras do Brasil por meio da ação
de bandeirantes, jesuítas e pecuaristas. [...]
Para fixar as novas fronteiras coloniais na
América, vários tratados internacionais fo-
ram assinados entre os governos de Portugal,
Espanha e França.
COTRIM, Gilberto. História global: Brasil e
geral. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 242.

Sobre a história da região Sul do Brasil e tra- 1. (Ufrgs) Os ilhéos, huma vez que as Missoens
tados de fronteiras, é correto afirmar que: nam se desocuparam, já se accomodam & al-
01) por sua posição estratégica, a Colônia do Sa- guns athe tornaram-se grandes proprietários
cramento foi disputada por espanhóis e portu- & abastados fazendeiros. Já nam querem mais
gueses; o Tratado de Madri, de 1750, determi- voltar para o Archipelago, apezar de jamais
nou que a Espanha ficasse com a Colônia do esquecerem os padecimentos sem conta que
Sacramento e que Portugal ficasse com a região passaram.
dos Sete Povos das Missões, todavia a disputa ASSIS BRASIL, Luiz Antônio. Um quarto de légua em
territorial em torno das regiões permaneceu. quadro. 5. ed. Porto Alegre: Movimento, 1986, p. 190.
02) no século XVIII, a criação de gado era uma
A partir da leitura do texto, considere as afir-
atividade econômica secundária da região;
mações abaixo.
sua principal função era preparar a terra para
I. O autor refere-se à imigração açoriana
o plantio da soja, destinada majoritariamente
para o Rio Grande do Sul no século XVIII.
à exportação para os países do Prata.
II. As dificuldades econômicas impossibilita-
04) a descoberta do ouro nos atuais estados de
ram qualquer processo de mobilidade so-
Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso gerou o
cial.
enfraquecimento da pecuária e o empobreci-
III.O foco principal da corrente migratória
mento da região dos pampas, em função do
dirigiu-se para a região missioneira.
grande volume de escravos deslocados para a
Quais estão corretas?
área de mineração.
a) Apenas I.
08) disputas de portugueses contra espanhóis,
b) Apenas II.
bem como de portugueses e espanhóis con-
c) Apenas I e III.
tra jesuítas e índios, foram uma realidade que
d) Apenas II e III.
gerou “fronteiras movediças”; para pacificar
e) I, II e III.
a região Sul e definir fronteiras, o governo
português ampliou o direito dos indígenas à 2. (Ufrgs) Considere o enunciado abaixo e as
cidadania, o que fez com que os nativos cate- propostas para completá-lo.
quizados pudessem votar e concorrer a cargos Durante o século XIX, as relações entre Bra-
nas câmaras provinciais. sil e Inglaterra foram marcadas por diversos
16) quando o território das Missões passou ao momentos de tensão. A denominada Questão
controle brasileiro, o extrativismo da erva- Christie levaria ao rompimento diplomático
-mate se constituiu como a principal ativida- entre os dois países em 1863.
de econômica da região; a erva-mate, trans- Entre as causas que motivaram o desgaste e a
portada por tropas de mulas e comercializada ruptura diplomática, é correto citar
na região das minas, também era artigo fun- I. a negativa de renovação dos tratados co-
damental de exportação no conhecido “co- merciais que beneficiavam a Inglaterra.
mércio triangular”. II. a manutenção das relações econômicas
32) as Missões apresentavam uma forma de do- com os Estados Unidos.
minação europeia diferente da utilizada na III.a participação brasileira na intervenção
maioria dos territórios da América portugue- contra o governo colorado no Uruguai.
sa porque os jesuítas eram contrários à es- IV. o naufrágio do navio inglês Prince of Wa-
cravização dos indígenas e, ao adaptarem o les no litoral do Rio Grande do Sul.
catolicismo às crenças dos nativos, buscavam Quais propostas estão corretas?
convertê-los. a) Apenas I.
b) Apenas I.
c) Apenas I e III.
d) Apenas I e IV.
e) Apenas II, III e IV.

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3. (Ufrgs) Leia o texto abaixo.

Conheça o Brasil que o dia 20 de setembro de 1835 foi a consequência inevitável de uma má e
odiosa administração; e que não tivemos outro objeto, e não nos propusemos a outro fim que res-
taurar o império da lei, afastando de nós um administrador inepto e faccioso, sustentando o trono
constitucional do nosso jovem monarca e a integridade do Império.
Manifesto de 25 de setembro de 1835. Coletânea de documentos de Bento Gonçalves da
Silva. Porto Alegre: Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, 1985, p. 269.

Em relação ao manifesto acima, é correto afirmar que:


a) os farroupilhas defendiam, desde o primeiro momento, o ideário republicano e separatista.
b) os revoltosos desejavam antecipar a posse de Dom Pedro II, ainda menor de idade.
c) a revolta foi motivada pelo desejo dos farroupilhas de reintegrar a província ao Império brasileiro.
d) os revoltosos estavam contrariados com o governo do presidente provincial.
e) os farroupilhas representavam os ideais conservadores, manifesto na defesa do “império da lei“.

4. (Ufrgs) Observe no mapa abaixo a região platina.

Sobre as intervenções luso-brasileiras ocorridas na Banda Oriental durante o período joanino, são
feitas as seguintes afirmações.
I. O vice-rei Francisco Elio, sitiado em Montevidéu pelas tropas artiguistas, declarou guerra à
Corte portuguesa em 1811, provocando a invasão das forças militares lusitanas.
II. A intervenção em 1816 justificava-se pela necessidade de se defender o Rio Grande do Sul e de
se reestabelecer a tranquilidade dos proprietários rurais, ameaçada pelas reformas sociais de
Artigas.
III.Na primeira intervenção, as forças militares estacionaram em Maldonado; na segunda, alcança-
ram a capital oriental, recebendo apoio do Cabildo local.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

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5. (Ufrgs) Considere as seguintes afirmações so- A sequência correta de preenchimento dos
bre o processo histórico da Guerra dos Farra- parênteses, de cima para baixo, é:
pos. a) V, V, F, V.
I. A oposição de estancieiros e charqueado- b) V, F, V, F.
res ao Império foi motivada pela elevada c) F, V, V, F.
tributação do charque gaúcho e da impor- d) F, V, F, V.
tação de sal, que beneficiava a importação e) V, F, F, F.
do charque platino.
II. O poderio militar dos farroupilhas, sus- 8. (Ufrgs) Assinale com V (verdadeiro) ou F (fal-
tentado pelos armamentos provenientes so) as afirmações a seguir, referentes à imigra-
dos Estados Unidos, foi demonstrado ao ção alemã e italiana no Rio Grande do Sul.
Império nos combates de Fanfa, Batovi e ( ) Os objetivos principais da imigração para
Porongos. o Rio Grande do Sul no século XIX foram
III.A Paz de Poncho Verde, em 1845, permitiu o interesse do governo imperial de incen-
ao Império o apoio militar da Província e tivar uma produção mais diversificada e a
o uso de seu território como base de ope- necessidade de maiores recursos humanos
rações para enfrentar os conflitos com o e materiais para consolidar o povoamento
Prata, que se avizinhavam. da região.
Quais estão corretas? ( ) A chegada dos italianos ao Rio Grande do
a) Apenas I. Sul foi anterior à dos alemães devido ao
b) Apenas I e II. fato de a unificação política da penínsu-
c) Apenas I e III. la itálica ter sido marcada por um elevado
d) Apenas II e III. grau de conflito étnico, decorrente das cli-
e) I, II e III. vagens sociais e econômicas entre o Sul e
o Norte.
6. (Ufrgs) A cidade de Porto Alegre, atual capi- ( ) Com a vinda dos novos colonos, foi altera-
tal do estado do Rio Grande do Sul, foi funda- do – ainda no século XIX – o perfil da eco-
da no: nomia sulina, que passou a caracterizar-se
( ) século XVI, a partir da prévia existência de pela atividade industrial, em detrimento
uma aldeia indígena habitada basicamente da tradicional atividade agropecuária.
por guaranis. ( ) Os imigrantes de origem alemã – em par-
ticular a elite composta por comerciantes
( ) século XVI, quando houve a repartição do ter-
e industriais – ficaram excluídos da par-
ritório brasileiro através das capitanias here-
ticipação no processo político-eleitoral
ditárias.
até a aprovação da Lei Saraiva, que tinha
( ) século XVII, como uma resposta portuguesa
por objetivo cooptá-los para os quadros do
à fundação e ao estabelecimento dos Sete Po-
Partido Liberal.
vos das Missões.
( ) Os imigrantes de origem italiana foram
( ) século XVII, com a chegada de imigrantes es-
estabelecidos na região serrana, em pe-
panhóis ao sul do Brasil.
quenos lotes voltados à prática da agricul-
( ) século XVIII, em função de sua localização
tura familiar, em virtude da indisponibili-
estratégica para a defesa do território.
dade de terras nas regiões mais próximas
a Porto Alegre.
7. (Ufrgs) Assinale com V (verdadeiro) ou F A sequência correta de preenchimento dos
(falso) as afirmações a seguir, com relação à parênteses, de cima para baixo, é:
imigração alemã no Rio Grande do Sul. a) V, F, V, F, V.
( ) Os primeiros imigrantes vieram antes da b) V, V, V, F, F.
Guerra dos Farrapos e se instalaram na re- c) V, F, F, V, V.
gião de São Leopoldo. d) F, V, F, V, F.
( ) A Guerra dos Farrapos teve efeito nulo no e) F, F, V, F, V.
fluxo imigratório, pois se desenvolveu em
regiões distantes daquelas ocupadas pelos 9. (Ufrgs) Considere as seguintes afirmações,
colonos alemães. referentes ao período de governo de Leonel
( ) Porto Alegre teve expressiva presença de Brizola no Rio Grande do Sul (1959-1963).
imigrantes teutos na segunda metade do I. Durante a crise de 1961, deflagrada com a
século XIX. renúncia de Jânio Quadros, o governador
( ) A Revolução dos Mücker aconteceu na re- Brizola liderou o chamado “Movimento
gião missioneira, ocupada pelos imigran- da Legalidade“, que acabou assegurando
tes germânicos na primeira metade do sé- a posse de João Goulart na presidência da
culo XIX. República.

44
44
II. Brizola promoveu um ciclo de privatizações 11. (Ufrgs) Considerando a história social do
na economia gaúcha, vendendo empresas Brasil durante a Primeira República, assinale
estatais ineficientes, em especial nos seto- a alternativa correta.
res de energia elétrica e telefonia. a) A obrigatoriedade da vacinação contra a febre
III. Brizola realizou a primeira iniciativa de re- amarela foi o principal motivo para a defla-
forma agrária no Estado, quando assentou gração do conflito entre as forças republica-
camponeses ligados ao Master (Movimento nas e os sertanejos que habitavam o arraial
dos Agricultores Sem Terra), nas terras do de Canudos, no interior da Bahia.
Banhado do Colégio, em Camaquã. b) O processo de modernização e de higienização
Quais estão corretas? dos espaços públicos da capital da República
a) Apenas I. levou a um deslocamento das elites econômi-
b) Apenas I e II. cas para os morros, zonas consideradas mais
c) Apenas I e III. saudáveis e com vista privilegiada da cidade.
d) Apenas II e III. c) A criação dos primeiros clubes de futebol
e) I, II e III. caracterizou um importante movimento de
integração social e racial no país, uma vez
10. (Ufrgs) Leia o segmento seguinte. que todas as equipes eram formadas predo-
minantemente pela população pobre e negra
Também nos momentos históricos de tran- das periferias urbanas.
sição como o nosso, não é tão difícil talvez d) A imigração europeia no Rio Grande do Sul
combater os inimigos como desvendá-los. De e em São Paulo favoreceu a difusão de ideais
modo que não só para as pessoas mas ainda políticos que marcaram o desenvolvimento
para os Estados o fato de fixar um inimigo é do movimento operário brasileiro.
tão importante como para os doentes o diag- e) O modernismo brasileiro caracterizou-se pelo
nóstico de um mal obscuro. afastamento da temática nacional, copiando
ATHAYDE, T. de. Educação e comunismo. Citado em: DUTRA, valores sociais e estéticos europeus.
E.F. O ardil totalitário. Imaginário político no Brasil dos
anos 1930. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2012, p. 43.

O segmento faz menção ao contexto político e


social dos anos 1930.
Assinale a alternativa correta sobre esse pe-
ríodo.
a) A conjuntura de crise econômica e de per-
seguições políticas foi decisiva para o esva-
ziamento da atividade artística e cultural
do período, causada pela arregimentação de
intelectuais aos postos de propaganda do go-
verno.
b) As forças políticas organizadas em torno da
Aliança Liberal, após o esvaziamento com-
pleto do movimento tenentista, tornaram-se
cada vez mais coesas em prol do pacto fede-
rativo que permitiu ampla autonomia para as
oligarquias regionais.
c) Getúlio Vargas angariou forte simpatia popu-
lar ao propiciar a modernização do setor pro-
dutivo por meio de medidas de flexibilização
das leis trabalhistas e de desregulamentação
das relações de trabalho.
d) O golpe de Estado de 1937 consolidou a cria-
ção de um governo constitucional marcado
pelo liberalismo econômico, pelo fortaleci-
mento do poder legislativo e pela manuten-
ção dos direitos civis.
e) A década de 1930 foi marcada pela violen-
ta oposição ao comunismo, encarado como
inimigo da pátria, oposição esta que contou
ainda com o apoio de movimentos de caráter
fascista, como a Ação Integralista Brasileira.

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3. (Uem) Assinale o que for correto sobre os
aspectos socioeconômicos da história do Pa-
raná.
01) Durante o século XVIII, a atividade canavieira
desenvolvida no oeste do atual território pa-
ranaense constituiu a base da economia regio-
nal.
02) Diferentemente do restante do Brasil, não fo-
ram distribuídas sesmarias nas áreas que, atu-
almente, designam o território paranaense.
1. (Uem) A colonização é uma experiência his- 04) Nos Campos Gerais, os escravos africanos cons-
tórica de longa duração. Sobre a colonização tituíam a base da mão de obra das grandes
na história do Paraná, assinale o que for cor- propriedades pecuaristas.
reto. 08) A ocupação do chamado Norte Pioneiro ini-
01) A primeira tentativa de ocupação territorial ciou-se com o estabelecimento de uma colônia
do Paraná foi realizada por espanhóis, que militar situada às margens do rio Iguaçu em
meados do século XVIII.
estabeleceram um sistema de colonização e
16) No século XVIII, à medida que a mineração no
de subordinação da população indígena, co-
litoral foi decaindo, os escravos africanos pas-
nhecido como adelantados e encomiendas.
saram a ser utilizados em outras atividades.
02) O primeiro ciclo econômico do Paraná se cons-
tituiu a partir da mineração e contribuiu para
4. (Uem) Assinale o correto sobre trabalho e mo-
o povoamento do litoral e para a colonização
vimentos sociais no estado do Paraná.
do chamado primeiro planalto, inclusive com
01) O Paraná e o Rio Grande do Sul foram as duas
a fundação da cidade de Curitiba.
únicas províncias imperiais que não utiliza-
04) O caminho de Peabiru foi construído por por-
ram mão de obra escrava.
tugueses e por espanhóis com o objetivo de
02) Colonato, parceria e camaradagem foram
escoar a safra agrícola produzida nas redu-
as principais relações de trabalho utilizadas
ções jesuíticas para o porto de Paranaguá.
na cafeicultura paranaense até a década de
08) O norte do Paraná foi colonizado exclusiva-
1960.
mente pela Companhia de Terras Norte do Pa-
04) A primeira greve operária do Paraná foi reali-
raná (CTNP).
zada pelos sapateiros de Curitiba, em 1906, e
16) A principal empresa de colonização do oeste
teve como objetivo reivindicar melhores salá-
do estado do Paraná foi a Industrial Madeira e rios, reduzir a jornada de trabalho, proibir o
Colonizadora Rio Paraná Ltda. (Maripá). trabalho dos menores de 14 anos e conquistar
o direito à organização sindical.
2. (Uem) Sobre a imigração estrangeira para o 08) As décadas de 1950 e 1960 foram marcadas
estado do Paraná, assinale a(s) alternativa(s) por extensas lutas de trabalhadores rurais
correta(s). para organizar seus sindicatos e reivindicar
01) A presença da imigração japonesa no Paraná legislação trabalhista adequada às suas ne-
começou ainda na década de 1910, quando se cessidades sociais.
tem registro da presença das primeiras famí- 16) Em outubro de 1968, em plena ditadura mi-
lias nipônicas nas cidades de Cornélio Procó- litar, trabalhadores urbanos realizaram a pri-
pio, Assaí e Uraí. meira greve geral da cidade de Maringá-PR.
02) A fundação da colônia Theresa Cristina, em
1847, localizada à margem direita do rio Ivaí 5. (Uem) Sobre o processo de industrializa-
(atual município de Cândido de Abreu), foi ção do Paraná, assinale a(s) alternativa(s)
uma das primeiras experiências de imigração correta(s).
particular realizada pelo médico suíço Dr. 01) O café legou ao estado um expressivo parque
João Maurício Faivre. industrial voltado aos processos de torrefa-
04) Os principais grupos étnicos estrangeiros que ção, de moagem e de empacotamento, tanto
se instalaram na região de Curitiba, a partir do produto in natura quanto do solúvel.
do século XIX, foram os alemães, os italianos, 02) A década de 1990 foi marcada pela instalação
os poloneses e os ucranianos. de grandes montadoras de automóveis na re-
08) No Paraná, até o século XVIII, ao contrário gião metropolitana de Curitiba, tais como a
do restante do Brasil, não houve presença de Renault, a Chrysler e a Audi.
imigrantes portugueses. 04) O desenvolvimento industrial do norte do Pa-
16) A colônia Cecília, fundada pelo italiano Gio- raná foi estimulado pela Companhia de Terras
vanni Rossi, no município de Palmeira, é con- Norte do Paraná (CTNP), que criou grandes
siderada a primeira experiência anarquista no cooperativas agroindustriais, tais como a Co-
Brasil. amo, a Cocamar, a Única e a C-Vale.

46
46
08) Durante o Estado Novo, o interventor do Pa- 02) Entre os anos de 1930 e 1960, o principal re-
raná, Manoel Ribas, criou a Cidade Industrial gime de trabalho existente nas fazendas de
de Curitiba. café era o colonato, que se caracterizava por
16) A Companhia de Desenvolvimento do Para- ser um contrato que combinava a força de
ná (Codepar), criada em 1962, e a fundação trabalho de toda a família, ou seja, do ho-
do Banco de Desenvolvimento do Estado do
mem, da mulher e dos filhos maiores de 14
Paraná (Badep) foram fundamentais para es-
timular o financiamento de uma política in- anos.
dustrial no Estado na década de 1970. 04) Na década de 1960, o Paraná tornou-se o
maior produtor brasileiro da rubiácea.
08) A geada negra de 1975 e a política do gover-
6. (Uem) A influência dos imigrantes na cultura
no brasileiro de racionalizar a cafeicultura e
do Brasil pode ser identificada no comércio,
de incentivar a diversificação e a mecanização
na educação, no setor industrial e no campo.
do uso da terra foram cruciais para o declínio
Nas cidades ou no meio rural, encontramos
da lavoura do café no Estado.
traços da imigração. No Paraná, a situação não
16) Para combater o êxodo rural provocado pela
é diferente. Ao longo da sua história, o esta-
geada negra de 1975, o então governador do
do recebeu imigrantes de várias etnias, o que
Paraná, Jaime Canet Júnior, criou o programa
contribuiu para a formação de uma sociedade
estadual de moradia rural, conhecido como
com cultura e tradições diversas.
“Vilas Rurais”.
Sobre a imigração no Paraná, assinale o que
for correto.
01) Os imigrantes vieram sob a condição de tra- 8. (Uem) Sobre a história política do Paraná,
balhadores urbanos. O principal objetivo era assinale o que for correto.
estimular o desenvolvimento industrial dos 01) A Revolução Federalista foi um movimento
centros urbanos paranaenses que começava a organizado pela burguesia paranaense e ti-
despontar no século XIX. nha como objetivo separar o estado do Paraná
02) No final da primeira metade do século XIX, o do Brasil.
médico francês Jean Maurice Faivre fundou a 02) Durante o Estado Novo, o governo de Getú-
colônia Tereza Cristina, próximo ao rio Ivaí. lio Vargas desmembrou parte do noroeste de
Esta colônia era formada por franceses e ado- Santa Catarina e parte do oeste e do sudoeste
tou os princípios do socialismo utópico, mas do Paraná para criar o Território Federal do
não conseguiu se desenvolver e fracassou. Iguaçu, cuja capital foi instalada na cidade
04) Adolpho Lamenha Lins, presidente da Provín- de Laranjeiras do Sul.
cia do Paraná na segunda metade do século 04) As Universidades Estaduais de Londrina
XIX, era um político que possuía traços xenó- (UEL), de Maringá (UEM) e de Ponta Grossa
fobos e, por isso, era contra a imigração es- (UEPG) foram criadas no ano de 1969 durante
trangeira para o Paraná por entender que os o governo de Paulo Pimentel.
imigrantes poderiam criar problemas sociais 08) A Operação Marumbi foi uma operação poli-
para a Província. cial realizada pela Delegacia de Ordem Polí-
08) As dificuldades encontradas pelos imigran- tica e Social (Dops), no ano de 1975, para
tes em terras paranaenses levaram muitos prender e processar militantes políticos que
colonos a abandonar a Província. A falta de lutavam contra a ditadura militar no estado
apoio sistemático aos colonos e a ausência de do Paraná.
infraestrutura básica causaram um impacto 16) O paranismo foi um movimento político cria-
negativo na imigração, que passou por uma do na década de 1970, com atividades em ci-
crise no final da década de 1870 e início da dades como Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina
de 1880. e Maringá, para estimular a criação de cursos
16) O Brasil recebeu milhares de imigrantes japo- de História, Sociologia e Ciência Política nas
neses no começo do século XX, que se dirigi- universidades estaduais.
ram sobretudo para São Paulo e o Paraná. No
Paraná, além de se dedicarem às lavouras de 9. (Uem) Sobre a história do Paraná, é correto
café, empenharam-se na piscicultura, no cul- afirmar que:
tivo de hortaliças, na fruticultura e na intro- 01) Os Tupis-guaranis formavam uma das grandes
dução da criação do bicho-da-seda no estado. famílias indígenas que habitavam o Paraná
antes da chegada dos europeus.
7. (Uem) Sobre a cultura do café no estado do 02) No século XIX, foram fundados diversos nú-
Paraná, assinale o que for correto. cleos de colonização com a participação de
01) Desde a segunda metade do século XIX, o imigrantes europeus.
chamado “Norte Pioneiro” ou “Norte Velho” 04) Um dos principais conflitos da revolução fe-
já se destacava como uma importante região deralista ocorreu na cidade da Lapa. Esse epi-
produtora de café. sódio ficou conhecido como “cerco da Lapa”,

4747
pois foi naquela localidade paranaense que as 12. (Uem 2019) Sobre o processo de ocupação dos
tropas legalistas detiveram o avanço das tro- Campos Gerais, no Paraná, no início do século
pas federalistas que marchavam em direção à XVIII, assinale o que for correto.
capital da república, Rio de Janeiro. 01) A ocupação dos Campos Gerais deu origem
08) A prosperidade econômica do município de aos povoamentos de Paranaguá, Antonina,
Curitiba deve-se ao fato de a região ter sido Morretes e Guaratuba.
colonizada pela empresa Brasil Railway Com- 02) Os Campos Gerais começaram a ser povoados
pany, do empresário Percival Farquhar, que por fazendeiros de São Paulo, Santos, Para-
projetou a Cidade Industrial de Curitiba. naguá e pelos estabelecidos nos campos de
16) O tropeirismo foi importante atividade eco- Curitiba.
nômica para a ocupação de parte do território 04) Era um local habitado pelos índios Guarani,
do Paraná, conhecido como Campos Gerais. que exploravam os imensos pinheiros da re-
gião e mantinham relações comerciais com
10. (Uem) Sobre a economia do Paraná no século os mineradores de ouro antes da criação do
XVIII é correto afirmar que: Pelourinho.
01) Nos Campos Gerais prevalecia a economia da 08) Com o início das atividades do tropeirismo,
pecuária, caracterizada pela criação e pelo que consistia em comprar animais nos cam-
transporte de gado. pos de Vacaria (RS) e vendê-los em Soroca-
02) Em toda a região prevaleciam grandes plan- ba (SP), começaram a surgir as povoações ao
tations para produção de cana-de-açúcar e de longo dessa rota.
café.
16) A sociedade estabelecida nos Campos Gerais
04) Nas pequenas vilas do litoral e do primeiro
se caracterizou por ser constituída por famí-
planalto prevaleciam padrões específicos de
lias patriarcais, assentadas na grande pro-
economia de subsistência, caracterizados
priedade.
pela produção de farinha, arroz, feijão e mi-
lho, além da pesca.
08) O trabalho era realizado, sobretudo, pelos imi- 13. (Uem 2020) Sobre as populações indígenas
grantes de origem alemã, polonesa e ucraniana. e os seus processos de ocupação do território
16) Segundo o Censo Geral de 1772, realizado que viria a receber o nome de Paraná, assina-
pela Capitania de São Paulo, a população pa- le o que for correto.
ranaense era formada por pouco mais de 7 01) Os Xetá, desde a década de 1840, ocuparam
mil habitantes, sendo que destes, aproxima- as proximidades da foz do rio Corumbataí no
damente 1/3 eram escravos. Ivaí e, a partir da década de 1950, quase de-
sapareceram como população, registrando-se
11. (Uem 2020) No Brasil, a partir da segunda atualmente poucos remanescentes com suas
metade do século XIX, o governo imperial famílias.
transferiu para as províncias a responsabili- 02) Os Kaingang ocuparam imensas áreas dos es-
dade pela criação de políticas de imigração. tados da Região Sul, parte meridional de São
No Paraná, uma das políticas adotadas foi a Paulo e o leste da Província de Missiones; com
fundação de colônias. a chegada de outros povos indígenas, deslo-
caram-se para o centro do Paraná.
Sobre as colônias paranaenses, assinale o que
04) Os Apache eram pescadores e coletores que
for correto.
01) Lamenha Lins, ao assumir o governo da viviam no litoral norte e ocuparam as regiões
província, decidiu amparar as colônias exis- dos Campos Gerais. Vieram do Rio Grande do
tentes como Pilarzinho (1871) e Abranches Sul no início do século XVII.
(1873), formadas por poloneses. 08) Os Guarani vieram das bacias dos rios Madei-
02) Nas décadas de 1920 e 1930, com o objetivo ra e Guaporé e ocuparam diversos territórios
de avançar para o interior, foi entregue para ao longo das bacias dos rios Paraguai e Pa-
a iniciativa privada a responsabilidade de for- raná; também se expandiram para a margem
mação de núcleos de colonização e de venda esquerda do Pantanal, ocupando regiões no
de terras para imigrantes. Uruguai e no Paraguai.
04) A maioria dos colonos que chegaram ao Pa- 16) Os Xokleng, com a chegada de outros povos
raná, entre os anos de 1880 e 1889, era com- indígenas, foram empurrados para territórios
posta por japoneses e árabes. próximos ao litoral. Viviam em aldeias geral-
08) Em 1890, no município de Palmeira, foi fun- mente pequenas, situadas no interior das flo-
dada a Colônia Cecília, de inspiração anarquis- restas; ou ocupavam casas semissubterrâneas
ta, cujo líder foi o italiano Giovanni Rossi. e abrigos sob rochas.
16) A primeira colônia fundada com o auxílio do
governo foi a do Assungi, situada ao norte de
Curitiba, em 1859, que não obteve resultado
satisfatório, pois lhe faltava infraestrutura.
48
48
14. (Uem 2019) Até meados da década de 1970, o 16. (Uem 2019) A respeito da história da ocupa-
café era o principal produto da economia pa- ção do atual território paranaense, assinale o
ranaense, e sua produção correspondia à me- que for correto.
tade da produção nacional. Sobre a produção 01) Hoje conhecido como um caminho turístico,
cafeeira no Paraná, assinale o que for correto. a Estrada da Graciosa costumava ser utilizada
01) O cultivo do café iniciou-se, em larga escala, pelos indígenas que habitavam a região.
por volta de 1860 e coincide com a ocupação 02) Até a criação da Grande Estrada, o Caminho
da região nordeste do estado. do Viamão constituía a principal via de li-
02) Em seu início, o escoamento da produção ca- gação entre Curitiba e a cidade litorânea de
feeira bem como o abastecimento da região Morretes.
produtora eram realizados via estado de São 04) Os espanhóis dominaram as terras atualmen-
Paulo. te localizadas no extremo oeste do atual ter-
04) A produção de café recebeu um grande nú- ritório paranaense até o século XVII.
mero de imigrantes e migrantes que vinham 08) Na primeira metade do século XX, extensos
para o estado à procura de melhores condi- trechos do território paranaense foram con-
ções de vida. cedidos pelo governo estadual a empresas,
08) Na região denominada Norte Pioneiro, na dé- em geral estrangeiras, que os lotearam, for-
cada de 1920, o plantio do café era exercido mando novas colônias de brasileiros e de imi-
por pequenos proprietários, dando origem à grantes.
agricultura familiar. 16) A colônia militar de Foz do Iguaçu, criada nos
16) Apesar dos problemas enfrentados entre fins meados do século XX, foi o ponto de partida
da década de 1950 e meados da década de para a ocupação da região sudeste do Paraná.
1960, o café se constituiu no principal pro-
duto agrícola da região norte-paranaense du- 17. (Uem 2019) No Paraná, das primeiras déca-
rante todo o século XX. das do século XIX até meados do século XX,
ocorreu uma intensificação das políticas imi-
15. (Uem 2020) Do final do século XIX até mea- gratórias. Sobre o processo de imigração para
dos do século XX, o processo de modernização o Paraná, assinale o que for correto.
no Paraná se fazia sob a influência de uma 01) Os alemães foram os primeiros imigrantes a
elite econômica ligada à exploração do mate chegar, na primeira metade do século XIX, e
e da madeira. Sobre as características dessa fixaram-se em Rio Negro.
modernização, assinale o que for correto. 02) Os poloneses chegaram no final do século XIX
01) Apesar das inovações que ocorreram no pe- e fixaram-se, principalmente, nas áreas de
ríodo, o telégrafo e o telefone chegaram ao Mallet, Ivaí, Reserva, São Mateus e Curitiba.
Estado em fins da década de 1930, tornando 04) Os ucranianos começaram a chegar em fins do
os contatos entre a capital e Ponta Grossa de- século XIX e formaram as colônias de Mallet e
pendentes de outros meios de comunicação, de Prudentópolis.
como correspondências, entregues por men- 08) Os japoneses chegaram ao Paraná no início do
sageiros a cavalo. século XX e, a partir das primeiras colônias,
02) A Rádio Clube Paranaense, inaugurada em foram fundadas as cidades de Uraí e Assaí.
1924, em Curitiba, foi a primeira estação de 16) Os árabes, no início do século XX, formaram
rádio do Estado. Apesar das precárias condi- colônias em Jacarezinho, Wenceslau Brás e
ções de instalação e de transmissão iniciais, Santo Antônio da Platina. Muitos, por não se
converter-se-ia em um dos principais meios adaptarem, voltaram aos países de origem.
de comunicação das famílias paranaenses.
04) No início do século XX, nas principais cidades 18. (Uem 2019) O Movimento Paranista, de gran-
do Estado, a preocupação com salubridade e de importância nas décadas de 1920 e 1930,
higiene levou o governo a estabelecer progra- surgiu a partir da valorização de alguns ele-
mas de infraestrutura, como construção das mentos considerados formadores da identi-
redes de água e de esgoto e a criação de uma dade paranaense. Sobre o Paranismo, assinale
guarda municipal. o que for correto.
08) A rede ferroviária iniciada com a construção 01) Teve menor impulso a partir da década de
da linha férrea Curitiba-Paranaguá, em 1885, 1940, quando o regionalismo passou a não
e sua posterior expansão representaram o ser bem visto pelo governo autoritário e cen-
progresso da região; seus trilhos se estende- tralizador de Getúlio Vargas.
ram para Ponta Grossa, para União da Vitória 02) Seu grande estruturador foi Moisés Lupion,
e para o norte do Estado. que divulgou suas ideias por meio de seus es-
16) Na primeira década de 1900, o Estado priori- critos.
zou a reordenação arquitetônica espontânea 04) Considerava como elementos formadores da
e o embelezamento das cidades. identidade o clima, a terra e o homem.

4949
08) Incentivou a construção de uma ideia de
identidade regional impregnada pela crença
no progresso e no desenvolvimento social.
16) Por defender a identidade paranaense, não
aceitava membros que não tivessem nascido
no Paraná.

19. (Uem 2020) Sobre o processo de ocupação


humana do Segundo Planalto Paranaense, as-
sinale o que for correto.
01) Os japoneses chegaram no Segundo Planalto
a partir da segunda metade do século XX e se
dedicaram ao cultivo do milho e da mandioca.
02) Os ucranianos ocuparam as regiões de Mallet,
União da Vitória, Lapa, Prudentópolis, com
destaque para esta no trabalho artesanal.
04) As primeiras ocupações das terras dos Cam-
pos Gerais foram realizadas principalmente a
partir dos caminhos criados por tropeiros no
século XVIII.
08) Paranaguá foi ocupada por volta do século
XVII pelas populações construtoras de sam-
baquis, os Tupiniquins, que disputavam o
território com os franceses.
16) Em meados do século XIX, os alemães se ra-
dicaram na região de Entre Rios, Palmeira,
Ponta Grossa, e alguns franceses fundaram a
Colônia Teresa Cristina às margens do rio Ivaí.

10. (Uem 2019) Quando os europeus chegaram ao


Paraná, no início do século XVI, encontraram
indígenas pertencentes a dois grandes gru-
pos: Tupi e Jê. Sobre populações indígenas
que compõem esses grupos, assinale o que for
correto.
01) Os Kaingang, quando conquistaram os vales
de rios paranaenses, empurraram os Guarani
para o noroeste do estado.
02) Os Xetá ocuparam temas do litoral sul do Bra-
sil, o estuário do Prata e as margens do rio
Paraná.
04) Os Guarani ocupavam vales e temas adjacen-
tes de rios do atual território paranaense. Ra-
ramente estabeleciam suas aldeias em áreas
campestres.
08) Os Tupinambá ocupavam exclusivamente a
região noite do atual estado do Paraná.
16) Guarani e Xetá pertencem ao grupo Tupi,
enquanto Kaingang e Xokleng pertencem ao
grupo Jê.

50
50
Gabarito

1. A 2. B 3. A 4. A 5. A
6. D 7. D 8. C 9. A 10. A
1. A 2. D 3. D 4. D 5. C
11. C
6. E 7. B 8. C 9. C 10. E
11. D

1. D 2. 01 + 04 + 08 + 16 = 29
3. 02 + 08 + 16 + 32 = 58 4. 01 + 08 = 09
1. 01 + 02 + 16 = 19 2. 01 + 02 + 04 + 16 = 23
5. D 6. C 7. C 8. B
3. 04 + 16 = 20 4. 02 + 04 + 08 + 16 = 30
5. 01 + 02 + 16 = 19 6. 02 + 08 + 16 = 26
7. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 8. 02 + 04 + 08 = 14
9. 01 + 02 + 04 + 16 = 23 10. 01 + 04 + 16 = 21
11. 01 + 02 + 08 + 16 = 27 12. 02 + 08 + 16 = 26
13. 01 + 02 + 08 + 16 = 27 14. 01 + 02 + 04 + 16 = 23
15. 02 + 04 + 08 + 16 = 30 16. 01 + 04 + 08 = 13
17. 01 + 02 + 04 + 08 = 15 18. 01 + 04 + 08 = 13
19. 02 + 04 + 16 = 22 20. 04 + 16 = 20

1. 02 + 04 = 06 2. 01 + 08 + 64 = 73
3. 01 + 08 + 16 = 25 4. 2 + 4 + 16 = 22
5. 01 + 04 + 08 + 32 = 45 6. 01+ 08 = 09
7. 04 + 08 + 32 = 44 8. 08 + 16 = 24
9. 01 + 04 = 05 10. 01 + 32 = 33

5151
C H CIÊNCIAS HUMANAS
e suas tecnologias
GEOGRAFIA
Caracterização regional
Dentre as cinco grandes regiões brasileiras, o bloco formado pelos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul, isto é, a região Sul é a que apresenta menor superfície, com 538.135 km2, perfazendo apenas 6,8%
do território nacional. Não obstante, é uma das áreas mais povoadas e desenvolvidas do país, com 16 milhões de
habitantes. Ao mesmo tempo, apresenta dentro de seus limites paisagens culturais diversificadas que são a resul-
tante de diferentes condições naturais e da evolução histórico-econômica pela qual passou a região.
Essas paisagens culturais encontradas na região Sul não lhe tiram a unidade e a originalidade conferidas
por certos elementos naturais e humanos, tais como a ocorrência do clima subtropical, a mata com araucárias e a
presença de uma população de origem europeia, que representa forte contingente do quadro demográfico.
Sem dúvida, é o clima subtropical o principal elemento a conferir ao sul do Brasil a sua originalidade. Esse
elemento natural influiu nos processos de povoamento, nas formas de ocupação e nos tipos de cultivos aí encon-
trados. De certa forma, foi também um elemento que facilitou a instalação de imigrantes europeus que, como
colonos, se radicaram em diferentes áreas dos três Estados meridionais. Esses colonos desenvolveram atividades
agrárias que contrastam com as das demais áreas do país. A mentalidade do colono, seu espírito empresarial, seus
costumes, influíram em diferentes setores econômicos e sociais, fazendo de certos trechos da região Sul áreas bem
originais dentro do conjunto nacional.
A região Sul contribui com 50% do café, 35% do feijão, 29% do arroz e 53% da batata inglesa produzidos
no país. Destaca-se que algumas lavouras são típicas da região, como a soja, o trigo e o tungue. Assim, a região Sul
contribui para o abastecimento de outras áreas do país, sobretudo do Sudeste.
A descrição, mesmo sucinta, dos elementos do quadro natural e da evolução histórico-econômica, nos leva
à compreensão das diferentes paisagens encontradas no Brasil meridional.
A principal originalidade do clima do Brasil meridional é se apresentar bastante ameno, contrastando com
as outras regiões do país, onde dominam climas quentes. A posição da região ao sul do trópico de Capricórnio,
combinada com a configuração e o relevo sul-americano, facilitam a maior penetração das massas polares, prin-
cipais responsáveis pelas características climáticas regionais, no que se refere às temperaturas e na distribuição
das chuvas. No inverno, o choque das massas polares com as massas tropicais ocasiona perturbações frontais com
instabilidade do tempo, penetração dos ventos frios, pluviosidade abundante, quedas bruscas de temperatura,
ocorrência frequente de geadas e, esporadicamente, a ocorrência de nevascas. No verão, a região sofre a ação das
massas tropicais e da massa equatorial continental que avançam para o sul em decorrência da menor penetração
das massas polares. Então, as temperaturas se elevam e podem ocorrer trovoadas e aguaceiros.
Podemos identificar na região Sul espaços homogêneos que refletem a combinação de diferentes fatores
naturais, humanos e econômicos. Entre os elementos do quadro natural, a vegetação desempenhou papel mais
destacado. A dicotomia campo-mata originou diferentes formas de ocupação, elaborando-se uma estrutura agrária
peculiar a cada uma das áreas. A análise desses espaços homogêneos nos permite comprovar essa assertiva.

Paraná
Abrangendo uma área territorial de 199.307,922 km² (com inclusão das águas internas), o Paraná é o
segundo Estado de maior extensão territorial da região Sul. É ainda o 15o maior do Brasil – apenas Roraima, Ron-
dônia, São Paulo, Piauí, Tocantins, Rio Grande do Sul, Maranhão, Goiás, Mato Grosso do Sul, Bahia, Minas Gerais,
Mato Grosso, Pará e Amazonas são mais extensos. Seu território tem um tamanho maior que países como Líbano,
Israel, Países Baixos, República Dominicana, Portugal, Uruguai e Senegal, e abrange 2,34% do território brasileiro.

5353
Localização, fronteiras Divisão política e fusos
e pontos extremos
horários

O território paranaense é cortado, ao norte, por


um círculo imaginário, o trópico de Capricórnio, que
passa ao sul da cidade de Londrina, sendo o Estado
inteiramente situado no hemisfério ocidental e no he-
misfério sul. Situa-se entre os paralelos 22º30'58" de
latitude norte e 26o43'00" de latitude sul e entre os
meridianos 48º05'37" de longitude leste e 54º37'08"
de longitude oeste. O Paraná é mais extenso no senti-
do leste-oeste do que no sentido norte-sul. Entretanto, Mapa da divisão administrativa do Paraná

como essas distâncias são quase duas vezes diferentes,


O Paraná é uma unidade federativa inseparável
costuma-se dizer que o Paraná é um Estado desigual-
da República Federativa do Brasil, constituída pela sua
mente distante: a distância leste-oeste, em linha reta, união indissolúvel de 399 municípios-membros (7 são
alcança 647 km e norte-sul, 468 km. litorâneos e 392 são interioranos), juntamente com a
Ocupa uma área razoável no norte da região Sul capital Curitiba, agrupados no interior de 10 mesorre-
e inclui grande parte do seu interior com a porção leste giões e 39 microrregiões. Os municípios em geral têm
mais estreita do que no resto, compartilhando fronteiras como sede a cidade, chamada de distrito-sede na maior
parte dos casos em que o território municipal é dividido
terrestres com São Paulo, ao norte e nordeste, com San-
em distritos.
ta Catarina, ao sul, com Mato Grosso do Sul, a noroeste,
As divisões políticas têm como objetivo o con-
com os departamentos paraguaios de Canindeyú e Alto trole administrativo do território estadual e foram con-
Paraná, a oeste, e com a província argentina de Misio- figuradas, cronologicamente, com a implementação das
nes, a sudoeste. vilas e, finalmente, os municípios e suas atuais divisões
Os pontos extremos do território paranaense em distritos/administrações regionais e os bairros ofi-
ciais. A elaboração da divisão em mesorregiões e mi-
são:
crorregiões foi instituída em 1990, ao mesmo tempo
§§ Ao norte, a cachoeira do Saran Grande, no mu-
que a disposição da área dos municípios do território
nicípio de Jardim Olinda (22º30'58"S), microrre- paranaense se encontrava praticamente definida; em
gião de Paranavaí, na fronteira com o Estado de 1995, 28 municípios foram criados por leis aprovadas
São Paulo. na Assembleia Legislativa do Paraná. Atualmente, o Pa-
§§ Ao sul, a nascente do rio Jangada, no município raná se encontra dividido em 399 municípios.
de General Carneiro (26º43'00"S), microrregião O fuso horário é igual ao de Brasília: 3 horas a
menos em relação a Greenwich (UTC-3). Uma vez por
de União da Vitória, na fronteira com Santa Ca-
ano, em geral entre outubro e fevereiro, adotava-se o
tarina.
horário de verão. Desde 2019, o horário de verão foi
§§ O extremo leste do Paraná é a foz do rio Ararapira, suspenso em todo o território nacional.
no município de Guaraqueçaba (48º05'37"O),
microrregião de Paranaguá, na fronteira com o Geomorfologia
Estado de São Paulo.
§§ A oeste, o porto Palacim, no município de Foz do A terra roxa, o solo de maior fertilidade do Bra-
Iguaçu (54º37'08"O), na microrregião homôni- sil, cobre 40% do território no norte do Paraná. Ela ex-
pandiu a cafeicultura no Estado, desde 1920. Tanto os
ma, na fronteira com o departamento paraguaio
solos das florestas como das formações campestres são
de Alto Paraná. inférteis. Nestes últimos, os agricultores estão usando
54
54
tecnologias inovadoras para aproveitar melhor os solos. Morro do Anhangava, município de Quatro Barras
Mais de 52% do território do Paraná localizam-
-se numa altitude superior a 600 m e 89% superiores a
300 m; apenas 3% localizam-se numa altitude inferior a
200 m. As áreas aplainadas que dispõem-se às altitudes
de maior elevação, as quais compõem planaltos de es-
carpas formando as serras do Mar e Geral, dominam o
relevo do Estado. Cinco unidades geomorfológicas são
sucedidas do litoral ao interior, nessa ordem: baixada
litorânea, serra do Mar, planalto cristalino, planalto pa-
leozoico e planalto basáltico.

Parque Estadual de Vila Velha

Unidades geomorfológicas

Morro Morungava, município de Prudentópolis

Vista parcial da ilha do Mel


Baixada litorânea
A baixada litorânea constitui um cinturão de
terras de menor altitude com mais de 90 km de com-
primento médio. Abrange terrenos de menor altitude e
de inundação (planícies de aluvião e areias) e morros
cristalinos com mais de 50 metros de altitude. Em sua
parte norte, a baixada litorânea se encontra fragmen-
tada para ser substituída pela baía de Paranaguá, cujo
aspecto em formato de dedo é resultado da entrada do
mar por meio de velhos vales de rios, ou seja, da forma-
Conjunto do pico Paraná
ção de rias. O Paraná possui 98 km de litoral, o segundo
menor do Brasil, superado apenas pelo Piauí, com 68
praias.

Serra do Mar
A serra do Mar bordeja o planalto cristalino a
leste e, com suas fortes montanhas, é a unidade geo-
morfológica dominante da planície litorânea. No Estado
do Paraná, ao contrário do que acontece em São Paulo,

5555
a serra fragmenta-se em maciços afastados, dentre os Planalto basáltico
quais é insinuado o nível do planalto cristalino (900 m)
até o alcance da borda leste. Geralmente, a parcela dos O planalto basáltico, ou terceiro planalto para-
maciços é ultrapassada em 100 metros. Isso faz com naense, que também se chama planalto de Guarapua-
que no Paraná a serra do Mar, fora a escarpa voltada va, é a unidade geomorfológica de maior extensão do
para leste com um desnivelamento de mil metros, tam- Estado. É limitado, a leste, pela serra Geral, que, com
bém possua uma escarpa interna, que se volta para um desnivelamento de 750 metros, ocupa o planalto
oeste. Entretanto, esta indica um desnivelamento de paleozoico. A oeste, o rio Paraná assinala o limite, que a
somente 100 metros. Escrevendo um imenso arco des- jusante do ponto onde estavam localizados os saltos de
Sete Quedas constitui um desfiladeiro que impressiona
de São Paulo até Santa Catarina, a serra recebe várias
(realmente, o planalto se encontra prolongado para fora
denominações locais, como Capivari Grande, Virgem
dos limites do Estado do Paraná e forma os territórios
Maria, Ibitiraquire, Morena, Graciosa (onde se localiza
do Estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, dos depar-
a estrada da Graciosa), Marumbi (onde se localiza o
tamentos paraguaios de Canindeyú e Alto Paraná e da
Parque Estadual Pico Marumbi), Prata, entre outras. Na
província argentina de Misiones).
serra do Mar, encontram-se as mais elevadas altitudes
Da mesma forma que o planalto paleozoico, o
do Estado, em que o ponto mais alto é o pico Paraná, planalto basáltico desce com suavidade para oeste: des-
com 1.877 m, na serra do Mar. camba de 1.250 metros, a leste, para 300 metros nas
terras margeadas pelo rio Paraná (a montante de Sete
Planalto cristalino Quedas). Como os derrames basálticos, que, empilhan-
do-se uns em cima dos outros, formam essa unidade
O planalto cristalino, que também se chama pri-
geomorfológica, esse planalto abrange inteiramente a
meiro planalto paranaense, é a unidade geomorfológi- metade oeste do território estadual. Seus solos, que de-
ca que possui um cinturão de terrenos cristalinos, com senvolvem-se desde os produtos de decomposição do
extensão de norte a sul, a oeste da serra do Mar, com basalto, formam a chamada “terra roxa”, conhecida por
um comprimento regular de 100 metros e mais de 900 ser um solo fértil para a agricultura, mais precisamente
metros de altitude. A topografia é variável entre aciden- a cafeicultura.
tes geográficos, na porção setentrional, e ondulações
suaves, na porção meridional. Um velho lago, atualmen-
te muito sedimentado, constitui a bacia sedimentar de
Hidrografia
Curitiba.

Planalto paleozoico
O planalto paleozoico, que também se chama
segundo planalto paranaense ou planalto dos Campos
Gerais (ou de Ponta Grossa), se encontra desenvolvido
em terrenos paleozoicos. Limita-se, a leste, com uma es-
carpa, a Serrinha, desce ao planalto cristalino e, a oeste,
com o paredão da serra Geral, vai subindo ao planalto
basáltico. O planalto paleozoico é topograficamente leve
e ligeiramente inclinado para oeste: em seu extremo les-
te, atinge 1.200 metros de altitude e, na encosta da serra Salto São Francisco
Geral, a oeste, a altitude registrada é de apenas 500 me-
tros. Constitui um cinturão de terras de mais de 100 km
de comprimento e desenha uma imensa meia-lua côn-
cava voltando-se para leste.

56
56
A rede hidrográfica abrange rios que descem em
direção ao litoral e rios que descem em direção a oeste,
afluentes do rio Paraná. Os primeiros possuem cursos
de água de pequena extensão, pois suas nascentes se
situam pouco distantes do litoral. Os de maior compri-
mento são os que vão em direção ao Estado de São
Paulo, em que desembocarão nas águas do rio Ribeira Mapa climático do Paraná
Curitiba é a capital mais fria do Brasil.
de Iguape. A maioria da área do Estado é, dessa forma,
dominado pelos afluentes do rio Paraná, dos quais os de §§ O clima Cfb, subtropical com boa distribuição
maior extensão são o Paranapanema, que se limita com de chuvas anuais e verões suaves, acontece na
porção de maior elevação e abrange o planalto
São Paulo, e o Iguaçu, que se limita, parcialmente, com
cristalino, o planalto paleozoico e a porção leste
Santa Catarina e a província argentina de Misiones. Os
do planalto basáltico. As temperaturas médias
limites ocidentais são assinalados pelo rio Paraná, a de-
anuais variam por volta de 17 °C e o índice chu-
limitar o Estado homônimo a sudeste de Mato Grosso
voso atinge mais de 1.200 mm/ano.
do Sul e a leste dos departamentos paraguaios de Alto
§§ O clima Cwa, subtropical com verões de calor e in-
Paraná e Canindeyú. vernos de estiagem, tem como área de ocorrência
O ponto de convergência dos limites de Mato a parte norte-ocidental do território estadual. É o
Grosso do Sul – departamento paraguaio de Canindeyú, que se chama de clima tropical de altitude, pois
Paraná – Mato Grosso do Sul e Paraná – departamento em contraposição aos dois descritos acima, cuja
paraguaio de Canindeyú era o local de encontro dos sal- boa distribuição de chuvas é registrada ao longo
tos de Sete Quedas, constituídos pelo rio Paraná, logo na do ano, este possui índice chuvoso característico
descida do planalto basáltico à garganta que o acompa- dos regimes tropicais, com invernos de estiagem
nhava à planície platina. Em 1982, o lago da represa de e verões de chuva. A média térmica por ano varia
Itaipu pôs debaixo d'água os dois saltos, mesmo depois por volta de 20 °C e o índice chuvoso atinge 1.300
de os ambientalistas protestarem. Mais ao sul, o rio Igua- mm/ano. Quase todo o território estadual se sujeita
çu vai descendo do planalto basáltico dirigindo-se à mes- a um número superior a cinco dias de geada por
ano, porém, na parte sul e nas porções de maior
ma garganta. Constitui então os saltos do Iguaçu, que a
elevação dos planaltos, é registrado um número su-
barragem construída não afetou, por estar situada Itaipu
perior a dez dias. A neve é um fenômeno raramente
a montante do encontro dos dois rios.
visto na região de Curitiba.

Clima Vegetação
O Paraná se caracteriza por três tipos climáticos: Ambos os tipos de vegetação – florestas e cam-
os climas Cfa, Cfb e Cwa da classificação de Köppen. pos – aparecem no Paraná. As florestas são subdividi-
§§ O clima Cfa, subtropical com boa distri- das em tropicais e subtropicais, e os campos, em limpos
buição de chuvas anuais e verões de ca- e sujos (os campos sujos são um tipo de cerrado). A
floresta tropical é uma porção da mata Atlântica, cober-
lor, acontece em ambas as porções diferen-
tura do total da fachada leste do Brasil com suas forma-
tes do Estado, na planície litorânea e nas
ções latifoliadas. No Paraná, abrangia primitivamente
partes de menor altitude do planalto, ou seja, uma área que equivale a 46% do Estado, incluindo as
em sua parte oeste. As temperaturas médias regis- partes de menor altitude (baixada litorânea, encostas
tradas por ano são de 19 °C e índice chuvoso de da serra do Mar, vales do Paraná, Iguaçu, Piquiri e Ivaí)
1.500 mm/ano, alguma coisa de maior elevação ou de mais baixa latitude (toda a porção norte do terri-
no litoral do que no interior. tório estadual).

5757
dos são pouco expressivos no Paraná, onde abrangem
área de maior redução – inferior a 1% da superfície do
Estado – e constituem pequenas manchas no planalto
paleozoico e no planalto basáltico.
A fauna paranaense varia conforme o ambiente
geográfico e é formada por espécies terrestres, que ha-
bitam as florestas e os campos, e aquáticas, que vivem
nos rios ou no mar, além de espécies de anfíbios, que
possuem habitat tanto na terra como na água. Entre as
As florestas de araucárias são típicas da região Sul do Brasil e principal-
mente do Paraná. espécies terrestres, destacam-se: anta ou tapir, guará,
guaraxaim, caititu, bugiu, onça, gato-do-mato, jagua-
A floresta subtropical é definida como uma flo-
tirica, tatu, paca, veado e quati, cobras, além das aves,
resta mista composta de formações de latifoliadas e
como papagaio, tucano, gralha, pica-pau, bem-te-vi.
de coníferas. O pinheiro-do-paraná (Araucaria angusti-
Na fauna aquática, destacam-se alguns tipos de pei-
folia), não visível em agrupamentos puros, representa xe: jaú, dourado, pintado e surubim, encontrados espe-
estas últimas. A floresta mista ou mata dos pinheiros cialmente no rio Paraná e seus afluentes. Da fauna do
revestia as partes de maior elevação do Estado, ou seja, mar existem: pescada, tainha, robalo, linguado e uma
a porção mais extensa do planalto cristalino, o extre- grande quantidade de demais peixes, além do boto, que
mo leste do planalto basáltico e uma pequena porção é um mamífero. Dentre os anfíbios: capivara, cágado,
do planalto paleozoico. Essa formação abrangia 44% tartaruga-marinha, lontra, ariranha e o jacaré, que é en-
do território do Paraná e ainda a porção dos Estados contrado no rio Paraná e certos rios litorâneos.
paulista, catarinense e gaúcho. Hoje em dia, é a flores-
ta mais economicamente explorada do Brasil, por ser
a única que possui muitos indivíduos da mesma espé- População
cie (pinheiros) em conjuntos com densidade suficiente
(apesar de sua impureza) para possibilitar que sejam Elevadas taxas de crescimento populacional
facilmente extraídos. caracterizaram o Paraná entre as décadas de 1940 e
Além do pinheiro, a floresta ombrófila mista 1960, devido a consideráveis contingentes humanos
apresenta também espécies latifoliadas economicamen- provindos, em grande parte, dos Estados de São Paulo,
te valiosas, como a imbuia, o cedro e a erva-mate. Nos Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Essas
últimos anos do século XX, somente uma diminuta por- correntes migratórias se prendiam à expansão, através
ção das florestas continuou existindo no Estado. A des- do território paranaense, de áreas agrícolas de São Pau-
florestação para explorar madeira e formar campo para lo e Santa Catarina, que se deslocaram em busca de
lavoura ou pastoreio quase eliminou completamente a solos florestais ainda virgens. As áreas mais povoadas
do Estado são as de Curitiba, do norte e do oeste.
floresta ombrófila mista. Os últimos remanescentes das
No começo do século XX, a população do Pa-
florestas do Paraná são encontrados na planície litorâ-
raná alcançava apenas cerca de 330 mil habitantes e,
nea, na encosta da serra do Mar e nos vales dos rios
em 1950, ainda mal passava dos 2 milhões. Verificou-se,
Iguaçu, Piquiri e Ivaí.
desse período em diante, um rápido processo de urba-
Já os campos limpos são definidos como uma
nização. Não só aumentou muito o número de cidades,
cobertura vegetal, a qual aparece sob o formato de
como também os centros mais importantes passaram
manchas que se espalham por meio dos planaltos para-
por acentuado aumento populacional.
naenses. A de maior extensão dessas manchas é a dos
campos gerais, cobertura do total da parte leste do pla-
nalto paleozoico e desenho de uma gigantesca meia- Rede urbana
-lua no mapa estadual de vegetação. Demais manchas
de campo limpo são as de Curitiba e Castro, no planalto As maiores cidades do Estado, além da capital
cristalino, as de Guarapuava, Palmas e demais, peque- Curitiba, são Londrina, Maringá, Ponta Grossa, Casca-
nas, no planalto basáltico. Os campos limpos abrangem vel, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Colombo, Paranaguá,
mais de 9% do território do Paraná. Os campos cerra- Umuarama, Apucarana e Campo Mourão.

58
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O território paranaense se encontra dentro da
área de influência da cidade de São Paulo. A metrópo-
Indústria
le paulista comanda a vida econômica do Estado por
Na segunda metade do século XX, as atividades
intermédio dos centros urbanos de Ourinhos (em São
industriais tomaram impulso considerável na economia
Paulo), Jacarezinho, Maringá, Londrina e Curitiba (no
paranaense. Foi em decorrência desse impulso que se
Paraná). Ourinhos e Jacarezinho dominam, em conjun-
deu a crescente urbanização, não só na região em tor-
to, a porção oriental do norte do Paraná; Londrina, o
no de Curitiba, como em polos do interior, a exemplo
centro da região; e Maringá, a parte ocidental.
de Ponta Grossa, Londrina e Cascavel. Os principais
Curitiba serve a todo o resto do Estado do Pa-
gêneros de indústria são os de produtos alimentícios
raná e ainda a quase todo o Estado de Santa Catarina, e de madeira. Curitiba é o maior centro industrial e os
excluindo-se, no leste, a região de Tubarão e, no oeste, principais setores de sua indústria são o alimentar e de
a de Chapecó. A ação da capital, em sua área de in- mobiliário, de madeira, minerais não metálicos, produ-
fluência paranaense, se faz sentir diretamente ou por tos químicos e bebidas. O setor de madeira acha-se dis-
meio dos centros intermediários de Ponta Grossa e Pato perso no interior, com centros de importância em União
Branco. A área de influência direta compreende todo o da Vitória, Guarapuava e Cascavel.
leste e o sudeste do Estado. Pato Branco serve à porção O centro mais significativo dos produtos ali-
sudoeste e Ponta Grossa, a todo o centro e oeste. mentícios é Londrina. A principal unidade industrial do
Estado é a Companhia Fabricadora de Papel do grupo
Agricultura e pecuária Klabin, instalada no conjunto da Fazenda Monte Alegre,
no município de Telêmaco Borba.
As principais riquezas agrícolas do Paraná são o
trigo, o milho e a soja, produtos de que já obteve safras Energia e mineração
recordistas, na competição com outros Estados. A cultu-
ra da soja é a mais recente das três e se expandiu tanto Além das hidrelétricas de Capivari-Cachoeira, no
no norte como no oeste do Estado e, posteriormente, no rio Capivari, a nordeste de Curitiba, e de Júlio Mesquita
sul. Também é importante a produção de algodão her- Filho, no rio Chopim, no sudoeste do Estado, funciona
báceo, principalmente no norte. A cafeicultura, que se no Paraná a usina hidrelétrica de Itaipu, uma das maio-
segue entre as riquezas da terra, se não goza do mesmo res do mundo, na fronteira com o Paraguai, e construí-
esplendor do passado, ainda conserva o Paraná entre da em conjunto com esse país. Concluída em 1991, só
os maiores produtores do país, e sua maior densida- então passou a usar toda a sua capacidade, de 12.600
de cobre a área a oeste de Apucarana, sendo seguida MW, o que fez do Paraná o maior produtor de energia
pelas terras da zona de Bandeirantes, Santa Amélia e elétrica do Brasil.
Jacarezinho. O subsolo paranaense é muito rico em minerais.
No que diz respeito à pecuária, o Paraná conta Ocorrem reservas consideráveis de areia, argila, calcário,
com grande rebanho de bovinos e está sempre entre os
caulim, dolomita, talco e mármore, além de outras me-
principais criadores brasileiros de suínos, especialmente
nores (baritina e cálcio). A bacia carbonífera do Estado é
no centro, sul e leste do Estado. Nas últimas décadas,
a terceira do Brasil e a de xisto, a segunda. Quanto aos
os rebanhos tanto de bois como de porcos se expandi-
ram bastante. Como nos outros Estados da região Sul, minerais metálicos, foram medidos depósitos de chum-
são diferentes no Paraná os modos como se usa a terra bo, cobre e ferro.
de campo ou floresta. Em geral, nas zonas de campo,
pratica-se a criação extensiva; já nas zonas de floresta,
desenvolvem-se as plantações e pastos artificiais para a
engorda. São ainda significativos, no Paraná, a produ-
ção de ovos, de casulos do bicho-da-seda, mel e cera
de abelha.

5959
Uma riqueza essencialmente paranaense, a dos de equipamento, inclusive a construção de um terminal
pinheirais, esteve bastante ameaçada pela indústria de contêineres e de silos com unidades sugadoras.
madeireira e pela agricultura extensiva. Em 1984, o Ins-
tituto de Terras e Cartografia do Paraná informava que
as florestas do Estado estavam reduzidas a 11,9% do
que haviam sido 50 anos antes, quando se implantou
Santa Catarina
no Paraná o primeiro código florestal. Do final da déca-
Santa Catarina é um dos Estados brasileiros que
da de 1980 em diante, o governo passou a disciplinar
o uso do solo e dos recursos florestais, de acordo com mais visivelmente se tornou influência de diferentes
uma política de proteção ao meio ambiente e de ininter- grupos de imigrantes europeus – alemães, portugueses,
rupto reflorestamento. italianos e austríacos. Suas praias, estâncias hidromine-
rais e serras, que em certos pontos se cobrem de neve
Transportes no inverno, são importantes atrações turísticas.
Ocupa uma superfície de 95.443 km2 na região
O sistema ferroviário paranaense desfruta de no- Sul do Brasil. Com o formato aproximado de um triân-
tável participação na vida econômica do Estado. Com- gulo com vértice voltado para oeste, limita-se ao norte
preende dois setores: um setor norte, que serve à região
com o Paraná, a leste com o oceano Atlântico, ao sul
do norte do Paraná, e um setor meridional, que faz as
com o Rio Grande do Sul e a oeste com a Argentina. Sua
ligações de Paranaguá com Curitiba e Guarapuava. Am-
capital é Florianópolis.
bos os setores se unem com uma linha de sentido norte-
-sul que passa por Ponta Grossa e Castro. Essa linha é
parte do tronco ferroviário que liga o Rio Grande do Sul
Geologia e relevo
a São Paulo e, em virtude de seu traçado, não permite
uma ligação eficiente do porto de Paranaguá à principal
Com 77% de seu território acima de 300 m de
região agrícola do Estado, que é o norte do Paraná.
altitude e 52% acima de 600 m, Santa Catarina figura
Com a conclusão, na década de 1970, da ligação
direta entre o porto de Paranaguá e a cidade de Apuca- entre os Estados brasileiros de mais forte relevo. Qua-
rana, essa situação foi sanada e o trajeto foi reduzido de tro unidades, que se sucedem de leste para oeste, com-
630 para 330 km. Também se concluiu a extensão dos põem o quadro morfológico: a baixada litorânea, a serra
setores ferroviários norte e sul até os limites ocidentais do Mar, o planalto paleozoico e o planalto basáltico.
do Estado: o primeiro até Guaíra e o segundo até Foz A baixada litorânea compreende as terras situ-
do Iguaçu.
adas abaixo de 200 m de altitude. Ao norte, alarga-se
A rede de rodovias pavimentadas compreende
bastante, penetrando no interior ao longo dos vales dos
duas estradas de penetração, no sentido leste-oeste:
rios que descem da serra do Mar. Para o sul, estreita-
a ligação Ourinhos (SP)-Londrina-Apucarana-Maringá-
-Paranavaí (PR); e a ligação Paranaguá-Curitiba-Ponta -se progressivamente. A serra do Mar domina a baixada
Grossa-Guarapuava-Cascavel-Foz do Iguaçu. Em sen- litorânea a oeste. Salvo no norte do Estado, onde forma
tido transversal, figuram as ligações Apucarana-Ponta o rebordo escarpado de um planalto mais ou menos
Grossa, Sorocaba (SP)-Curitiba e São Paulo (SP)-Curiti- regular, a serra tem caráter muito diverso do que apre-
ba-Rio Negro. Esta última se prolonga até o extremo sul
senta em outros Estados, como Paraná e São Paulo. Em
do Rio Grande do Sul e é parte da BR-116, que chega
Santa Catarina, forma uma faixa montanhosa, de apro-
até o Nordeste.
ximadamente mil metros de altitude, constituída por um
O porto de Paranaguá, um dos mais importantes
do Brasil, foi objeto de um intenso programa de moder- conjunto de maciços isolados pelos vales profundos dos
nização, com dragagem, ampliação do cais, renovação rios que drenam para o Atlântico.

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60
Florianópolis

Por trás da serra do Mar estende-se o planalto paleozoico, cuja superfície plana encontra-se fragmentada
em compartimentos isolados pelos rios que correm para leste. O planalto paleozoico perde altura de norte para sul;
na parte meridional do Estado, confunde-se com a planície litorânea, uma vez que a serra do Mar não chega até
essa parte de Santa Catarina.

O planalto basáltico ocupa a maior parte do Estado. Formado por camadas de basalto (derrames de lavas),
intercaladas com camadas de arenito, é limitado a leste por um rebordo escarpado a que se dá o nome de serra
Geral. No norte do Estado, o rebordo do planalto basáltico se encontra no interior; para o sul, vai se aproximan-
do gradativamente do litoral até que, no limite com o Rio Grande do Sul, passa a cair diretamente sobre o mar.
A superfície do planalto é regular e se inclina suavemente para oeste. Os rios que correm para o Paraná abriram
nele profundos vales.

Clima
Dois tipos climáticos caracterizam o Estado de Santa Catarina: o subtropical úmido com verões quentes
(Cfa), e o subtropical úmido com verões brandos (Cfb). O tipo Cfa ocorre na baixada litorânea e nas partes mais
baixas do planalto (extremo ocidental e vale do rio Uruguai); registra temperaturas médias anuais de 20 °C, na
baixada e no vale do Uruguai, e 18°C, no extremo ocidental; e a pluviosidade, bem distribuída no decorrer do ano,
atinge 1.500 mm anuais. O tipo Cfb ocorre no resto do planalto; registra temperaturas médias anuais de 18° C e
16 °C; a diferença entre as temperaturas de inverno e verão é bastante pronunciada, com uma amplitude térmica
anual superior a 90 °C; os invernos são muito rigorosos, observando-se, em certas áreas, mais de 25 dias de geada
por ano; a pluviosidade é semelhante ao tipo anterior; e o fato singular, porém, é que uma pequena parte dela
ocorre sob a forma de neve (região de São Joaquim).

6161
Hidrografia
Os rios que correm pelo território catarinense pertencem a dois sistemas independentes, que têm como
divisores de águas a serra Geral e a serra do Mar. O sistema da vertente do Atlântico é formado por bacias isoladas
entre si, como as dos rios Itajaí-açu, Tubarão, Araranguá, Tijucas e Itapocu.
No interior do Estado, duas bacias se unem para formar a bacia do Prata: a do rio Paraná, que tem como
principal afluente o rio Iguaçu, e a do rio Uruguai, cujos afluentes mais importantes são os rios Pelotas, Canoas,
Chapecó e do Peixe.

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Vegetação Agricultura, pecuária
A cobertura vegetal original do Estado compre-
e pesca
ende dois tipos de formação: florestas e campos. As O principal produto agrícola de Santa Catarina
florestas, que ocupavam 65% do território catarinen- é o milho, cultivado no planalto basáltico, onde forne-
se, foram bastante reduzidas por efeito de devastação. ce ração para a criação de suínos. Seguem-se a soja,
Contudo, o plantio de árvores tem crescido, graças aos o fumo, a mandioca, o feijão, o arroz (cultivado com
incentivos governamentais e ao desenvolvimento da irrigação nas várzeas da baixada litorânea e do vale do
indústria madeireira. No planalto, apresentam-se sob Itajaí), a banana e a batata-inglesa. O Estado é também
a forma de florestas mistas de coníferas (araucárias) e importante produtor de cana-de-açúcar, alho, cebola,
latifoliadas e, na baixada e encostas da serra do Mar, tomate, trigo, maçã, uva, aveia e cevada.
apenas como floresta latifoliada. Os campos ocorrem A criação de bovinos se faz principalmente em
como manchas dispersas no interior da floresta mista. campo natural, de maneira extensiva, e nas áreas flo-
Os mais importantes são os de São Joaquim, Lajes, Curi- restais, em menor escala, com os animais submetidos
tibanos e Campos Novos. à semiestabulação. Nessas áreas em que a agricultura
é a atividade predominante, a criação se volta para os

População suínos, sobretudo no planalto basáltico, onde a produ-


ção de milho assegura ração adequada aos animais. A
suinocultura experimentou grande progresso no Estado,
O afluxo de açorianos e madeirenses, no século
em virtude do desenvolvimento dos frigoríficos especia-
XVIII, e de alemães, italianos e eslavos, no século XIX,
lizados no processamento de carne de porco. Grande
deu à população de Santa Catarina uma notável diver-
expansão se verificou ainda na criação de aves.
sidade étnica. Os habitantes do Estado distribuem-se de
Santa Catarina é um dos maiores produtores de
maneira bastante uniforme por todo o território. As mais
pescado do Brasil. A pesca, principalmente a praticada
elevadas concentrações de população ocorrem na fai-
em moldes artesanais, desempenha importante papel
xa litorânea, enquanto as menores estão no interior do na economia do Estado. A atividade, que remonta a ori-
planalto, em áreas de campo, onde a agricultura cede gem açoriana da população, desenvolve-se sobretudo
lugar à criação de bovinos. Nas demais partes do pla- em Florianópolis, Navegantes e Itajaí.
nalto, a ocupação agrícola dos antigos solos florestais
assegura densidades equivalentes à média estadual.
Extrativismo
Rede urbana As riquezas vegetais e minerais concorrem deci-
sivamente para o progresso produtivo do Estado. Entre
Santa Catarina está em parte situado na área de as primeiras, destacam-se as reservas florestais, repre-
influência da cidade de São Paulo, em parte, na de Porto sentadas especialmente pelos pinheirais, apesar de sua
Alegre. A metrópole paulista domina toda a metade se- intensa exploração, e os ervais, que permitem ao Estado
tentrional, onde sua ação se faz sentir nos centros inter- se manter como grande produtor da erva-mate. Santa
mediários de Florianópolis e Blumenau, enquanto a ca- Catarina é um dos maiores produtores de papel e ce-
pital gaúcha domina o sul, pelos centros mais modestos lulose do país.
de Lajes e Joaçaba. As maiores cidades, além da capital No extrativismo mineral, as ocorrências de carvão,
Florianópolis, são Joinville, Blumenau, Itajaí, São José, La-
principalmente nas áreas da baixada litorânea (Uruçan-
jes, Chapecó e Criciúma.
ga, Criciúma, Lauro Müller e Tubarão), representam fator
importante para o desenvolvimento econômico regional.
Os carvões de Santa Catarina são os mais homogêneos
do país, apesar de apresentarem defeitos – são ricos em
piritas, possuem teores elevados de cinza etc.

6363
As condições de exploração do carvão mineral têm apresentado sensível melhoria, do ponto de vista técnico
e dos equipamentos empregados. Santa Catarina possui ainda as maiores reservas brasileiras de fluorita e sílex (em
produção). Outros recursos minerais disponíveis são os depósitos de calcários de Brusque, de mármore, de galena
argentífera e de minério de manganês, nem todos, entretanto, explorados economicamente.

Indústria
Os principais centros industriais de Santa Catarina são Joinville e Blumenau. O primeiro tem caráter diversi-
ficado, com fábricas de tecidos, de produtos alimentícios, fundições e indústria mecânica. Blumenau concentra sua
atividade na indústria têxtil. No interior do Estado, ocorrem numerosos centros fabris de pequeno porte, ligados
tanto à industrialização de madeira quanto ao beneficiamento de produtos agrícolas e pastoris.
O nordeste do Estado se destaca na produção de motocompressores, autopeças, refrigeradores, motores e
componentes elétricos, máquinas industriais, tubos e conexões. No sul (incluindo as cidades de Imbituba, Tubarão,
Criciúma, Içara e Uruçanga), por sua vez, concentram-se as principais fábricas de cerâmica de revestimento do
Brasil. Santa Catarina também lidera a produção de louças e cristais, no país.

Energia
O potencial hidrelétrico de Santa Catarina não está totalmente aproveitado, e grande parte da energia con-
sumida no Estado é fornecida por usinas termelétricas. A utilização do carvão-vapor na alimentação dessas usinas
contribui não só para a expansão da produção termelétrica, como assegura mercado em crescimento para a ampliação
do consumo da produção estadual de carvão.

Transporte
As estradas de ferro de Santa Catarina, administradas pela Rede Ferroviária Federal (11ª divisão – Paraná-
-Santa Catarina e 12ª divisão – Estrada de Ferro Teresa Cristina) têm dois troncos principais, que cortam o Estado
no sentido norte-sul: um passa por Mafra e Lajes e o outro, por Porto União, Caçador e Joaçaba. No norte, uma
linha em sentido leste-oeste liga as cidades ao litoral, servindo Porto União, Canoinhas, Mafra, São Bento do Sul,
Joinville e São Francisco do Sul. Outras linhas férreas catarinenses servem o vale do Itajaí e a região de mineração
de carvão, ligando-a com os portos de Laguna e Imbituba.
A malha rodoviária catarinense integra as diferentes regiões do Estado. A principal rodovia é a BR-101, que
atravessa o litoral e escoa grande parte da produção. Outra rodovia importante é a BR-470, que liga o meio-oeste
ao litoral, se conecta às BR-282 e BR-283 e por ela circula a produção agroindustrial que é exportada pelo porto
de Itajaí.
Pela BR-280, que liga a cidade de Porto União, no planalto norte, com o porto de São Francisco do Sul,
é transportada a produção da indústria de móveis de São Bento do Sul e a erva-mate produzida em Canoinhas.
Outras rodovias importantes são a BR-153 e a BR-116, que atravessa as cidades de Lajes, Papanduva e Mafra. Há
23 aeroportos públicos e privados no Estado. Os mais importantes são os de Florianópolis (internacional), Joinville
e Navegantes.
Quatro portos especializados – São Francisco do Sul, Itajaí, Imbituba e Laguna – formam o sistema portuário
catarinense. O primeiro, essencialmente exportador, é o maior porto graneleiro do Estado. O de Itajaí destina-se
fundamentalmente à exportação de açúcar e congelados e ao transporte de combustíveis, enquanto Imbituba é um
terminal carbonífero e Laguna, porto pesqueiro.

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64
Rio Grande do Sul
Palco de sangrentas lutas desde os primeiros tempos da ocupação e sobretudo em todo o século XVIII, o
esforço da colonização forjou na gente rio-grandense um caráter forte e altaneiro. No século XIX, o Rio Grande
tornou-se o laboratório de uma bem-sucedida experiência de imigração europeia.
O Estado do Rio Grande do Sul é uma unidade da República Federativa do Brasil localizada no extremo
sul do país. Com uma área de 282.062 km2, o que corresponde a pouco mais de 3% do território brasileiro, o Rio
Grande do Sul limita-se a leste com o oceano Atlântico, ao norte com o Estado de Santa Catarina, a oeste com
a Argentina e ao sul com o Uruguai. A área inclui uma substancial massa de águas interiores, representadas por
lagoas costeiras, como as dos Patos, Mirim e Mangueira. Sua capital é Porto Alegre.

Geologia e relevo
O Rio Grande do Sul apresenta, em sua maior parte, relevo baixo, com 70% de seu território a menos de 300
m de altitude. A única porção elevada, com mais de 600 m de altitude, no nordeste, compreende 11% da superfície
total. Podem-se descrever quatro unidades morfológicas: a planície litorânea, o planalto dissecado de sudeste, a
depressão central e o planalto basáltico.

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Planície litorânea quais 450 no sentido leste-oeste, 120 no sentido norte-
-sul e 200 no sentido oeste-leste. A topografia suave e a
Toda a fachada leste do Estado é ocupada pequena altitude em relação ao nível do mar (menos de
pela planície litorânea, que consiste em terrenos are- 100 m), permitem classificar a depressão central como
nosos com cerca de 500 km de extensão no sentido uma planície suavemente ondulada.
nordeste-sudoeste e largura muito variável. Os areais se
desenvolvem tanto nas margens orientais quanto nas
ocidentais das lagoas dos Patos e Mirim. Essas lago- Planalto basáltico
as apresentam um desenho característico, com recorte
lobulado, em virtude das pontas de areia que de uma A porção norte e oeste do Estado é ocupada pelo
e outra margem se projetam para dentro delas. Ao con- planalto basáltico, que descreve uma meia-lua em torno
trário do que acontece no interior das lagoas, a linha da depressão central. Esse planalto, que tem como traço
da costa apresenta traçado regular. A planície litorânea marcante a estrutura geológica, é formado pelo acúmu-
é constituída pela justaposição de cordões litorâneos lo ou empilhamento de sucessivos derrames basálticos
(restingas), que às vezes deixam entre si espaços vazios (isto é, derrames de lava), intercalados de camadas de
ocupados por lagoas alongadas ou banhados (antigas arenito. Alcançam espessura muito variável. No nordes-
lagoas colmatadas). te do Estado registra-se a espessura máxima, responsá-
vel pela maior elevação do planalto nessa área.
Planalto dissecado A superfície do planalto apresenta uma inclina-
de sudeste ção geral de leste para oeste. No nordeste, junto ao lito-
ral, alcança sua maior elevação, entre mil metros e 1,1
Também denominado impropriamente serras de m; em Vacaria, atinge 960 m; em Carazinho, 602 m; em
sudeste, o planalto dissecado de sudeste compreende Cruz Alta, 469 m; no extremo oeste do Estado, junto à
um conjunto de ondulações, cujo nível mais alto não barranca do rio Uruguai, não ultrapassa cem metros. A
ultrapassa 500 m. Trata-se de um planalto antigo, cuja topografia é plana ou levemente ondulada, mas os rios,
superfície tabular só foi preservada entre alguns rios. que banham a parte mais elevada, abriram nela profun-
Esses terrenos pré-cambrianos constituem o chamado dos sulcos ou vales, isolando compartimentos tabulares.
escudo rio-grandense e ocupam toda a porção sudeste Um aspecto saliente do planalto é a forma de
do Estado, formando uma área triangular, cujos vértices
transição para as terras mais baixas com que se arti-
correspondem aproximadamente às cidades de Porto
cula. A nordeste, cai diretamente sobre a planície lito-
Alegre, Dom Pedrito e Jaguarão. O conjunto está divi-
rânea, com um paredão íngreme ou escarpa, de quase
dido, pelo vale do rio Camaquã, em duas grandes uni-
mil metros de desnível: são os chamados “aparados da
dades, uma ao norte e outra a sul, denominadas serras
serra”. Os rios favorecidos pelo forte declive abriram aí
de Erval e Tapes, respectivamente. É o domínio típico
profundas gargantas ou taimbés. Nesse trecho, próximo
das campinas, cuja melhor expressão é encontrada na
à divisa com Santa Catarina, a escarpa à borda do pla-
campanha gaúcha.
nalto corre paralela à costa. À altura de Osório, desvia-se
bruscamente para oeste e, a partir daí, vai diminuindo
Depressão central progressivamente de altura. Nesse trecho voltado para o
sul, os rios que correm para a depressão central abriram
Constituída por terrenos da era paleozoica, a de- amplos vales. O rebordo do planalto basáltico recebe no
pressão central forma um arco em torno do planalto dis- Rio Grande do Sul, como nos demais Estados meridionais,
secado de sudeste, envolvendo-o dos lados norte, oeste a denominação de serra Geral.
e sul. Forma um amplo corredor com aproximadamente
50 km de largura média e 770 km de extensão, dos

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Clima
Dois tipos climáticos caracterizam o Rio Grande do Sul: o clima subtropical com chuvas bem distribuídas
durante o ano e verões quentes (Cfa na escala de Köppen), que ocorre na maior parte do Estado, registra tempe-
raturas médias anuais de 18 °C e uma pluviosidade de 1.500 mm anuais; já o clima Cfb, subtropical com chuvas
bem distribuídas no ano e verões amenos, ocorre nas porções mais elevadas do território sul-rio-grandense, isto é,
na porção mais alta do planalto basáltico e no planalto dissecado de sudeste. Registra temperatura média anual de
16 °C e pluviosidade de 1.100 mm anuais.
Dos ventos que sopram no Estado, dois têm denominações locais: o pampeiro, vento tépido, procedente dos
pampas argentinos; e o minuano, vento frio e seco, originário dos contrafortes da cordilheira dos Andes.

Hidrografia
A rede de drenagem compreende rios que pertencem à bacia do Uruguai e rios que correm para o Atlântico.
Os rios Jacuí, Taquari, Caí, Gravataí, Guaíba e dos Sinos, entre outros, são razoavelmente aproveitados para a na-
vegação. Toda a região ocidental do Estado e uma estreita faixa de terras ao longo da divisa com Santa Catarina
pertencem à bacia do Uruguai. Compreende, além do rio Uruguai e seu formador, o Pelotas, os afluentes da mar-
gem esquerda, que são o Passo Fundo, o Ijuí, o Piratini, o Ibicuí e o Quaraí.
À vertente atlântica pertence toda a metade oriental do Estado, drenada por rios cujas águas, antes de atingir
o Atlântico, vão ter a uma das lagoas litorâneas. Assim, a lagoa Mirim recolhe as águas do rio Jaguarão, a lagoa dos
Patos, as dos rios Turucu, Camaquã e Jacuí, as deste último por meio do estuário denominado Guaíba. A lagoa dos
Patos se comunica com a lagoa Mirim, através do canal de São Gonçalo, e com o Atlântico, por meio da barra do Rio
Grande. Além das duas grandes lagoas, há numerosas outras, menores, na planície litorânea, entre as quais Itapeva,
dos Quadros, do Peixe e Mangueira.

6767
Vegetação
Dois tipos de cobertura vegetal ocorrem no Rio Grande do Sul: campos e florestas. Os campos ocupam cerca
de 66% da superfície do Estado. De modo geral, recobrem as áreas de topografia regular, plana ou ligeiramente
ondulada, ou seja, a depressão central e a maior parte do planalto basáltico. As florestas cobrem 29% do território
estadual. Aparecem na encosta e nas porções mais acidentadas no planalto basáltico, no planalto dissecado de
sudeste e, ainda, na forma de capões e matas ciliares, dispersas pelos campos, que recobrem o resto do Estado.
Nas áreas de maior altitude, com mais de 400 m, domina a chamada mata de pinheiros, uma floresta mista de
latifoliadas e coníferas. Nas demais áreas, ocorre a floresta latifoliada. Nos dois tipos de floresta, está presente a
erva-mate, objeto de exploração econômica desde o início do povoamento do Estado. Em cerca de 5% do território,
ocorre a vegetação do tipo litorâneo, que se desenvolve nos areais da costa.

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68
População planície litorânea, em decorrência da pobreza dos solos
arenosos, recebe considerável aplicação de adubos quí-
micos. O milho é cultura bastante difundida nas áreas
A população do Rio Grande do Sul é de origem
de solos florestais e está comumente associado à cria-
predominantemente europeia, ali fixada sobretudo a
ção de suínos, para o qual contribui como ração. A man-
partir do século XVIII e reforçada, no século XIX, por
dioca tem distribuição geográfica semelhante ao milho.
imigrantes alemães e italianos. A área de povoamento Além de utilizada na alimentação da população rural,
mais densa do Estado é Porto Alegre, que inclui 21 mu- é empregada como forragem por criadores de suínos
nicípios próximos. As regiões vizinhas do litoral norte e e bovinos.
do rebordo do planalto basáltico figuram também entre O cultivo do fumo se concentra na região da en-
as mais povoadas. Seguem-se a elas, na porção ociden- costa inferior da serra Geral, nas zonas dos rios Taquari
tal, as áreas de Passo Fundo e Iraí. e Pardo. Outra cultura importante do Estado é a da uva,
Todo o território do Rio Grande do Sul se en- que se concentra na região da alta encosta da serra Ge-
contra na área de influência da cidade de Porto Alegre. ral, nas zonas dos rios Taquari e Caí.
A ação da capital gaúcha alcança ainda uma pequena O Rio Grande do Sul se destaca por sua pro-
faixa meridional do Estado de Santa Catarina. No in- dução agropecuária. O gado bovino criado na região
terior, a influência de Porto Alegre se efetiva por meio do planalto se destina, sobretudo, à produção de leite,
de centros intermediários, como Caxias do Sul, Passo enquanto que o criado no sul do Estado, nos grandes
Fundo, Pelotas-Rio Grande, Erexim, Santa Cruz do Sul, estabelecimentos localizados na região da campanha,
Cruz Alta, Ijuí, Santa Maria, Bajé, Santana do Livramen- ou estâncias, destina-se ao corte. A criação de ovinos
to, Alegrete e Uruguaiana. se concentra, sobretudo, na porção mais meridional da
A capital gaúcha figura entre as maiores cidades campanha, enquanto a de suínos, que absorve parte
do Brasil. A expansão de sua área urbana pelos municí- significativa da produção de milho e mandioca, é típica
pios vizinhos levou à firmação de uma área metropoli- das regiões florestais.
tana de que participam Alvorada, Cachoeirinha, Campo Merecem destaque as pastagens naturais da
Bom, Canoas, Dois Irmãos, Eldorado do Sul, Estância campanha gaúcha, em sua maioria utilizadas em pas-
Velha, Esteio, Glorinha, Gravataí, Guaíba, Ivoti, Nova toreio continuado e geralmente em potreiros de grande
Hartz, Novo Hamburgo, Parobé, Portão, São Leopoldo, extensão, de modo a permitir a expansão das atividades
Sapiranga, Sapucaia do Sul, Triunfo e Viamão. pecuárias, de grande repercussão na economia regional.

Agricultura e pecuária Indústria


Com uma expansão vertiginosa de sua cultura O Rio Grande do Sul é um dos Estados brasi-
na década de 1970, a soja se tornou o principal produ- leiros com maior grau de industrialização. O principal
to agrícola do Rio Grande do Sul. A área de produção gênero de indústria é o de produtos alimentícios, res-
se encontra difundida por todo o quadrante noroeste ponsável por substancial parcela do valor da produção
do Estado e compreende algumas porções da depres- fabril. Seguem-se a metalurgia e as indústrias mecânica,
são central e sobretudo do planalto basáltico. O trigo, química, farmacêutica, de vestuário e calçado e de ma-
cultivado em condições ecológicas muito diferentes, é deira e mobiliário. A área industrial da região de Porto
plantado quer em zonas de campo, quer em áreas flo- Alegre é a mais desenvolvida. Os principais produtos
restais. Nas primeiras, assume o caráter de monocultura são carnes frigorificadas, charques, massas alimentícias
extensiva e mecanizada. Nas zonas de floresta, surge e óleo de soja. A indústria de calçados e artefatos de
como pequena lavoura integrada no sistema de rotação couro se destaca particularmente em São Leopoldo e
de cultura praticado por pequenos lavradores. A princi- Novo Hamburgo. A indústria mecânica e metalúrgica
pal região produtora é o planalto basáltico, sobretudo alcança também considerável expressão, sobretudo em
sua porção ocidental. Porto Alegre, Novo Hamburgo e São Leopoldo. A esses
O arroz é cultura típica das áreas de menor al- centros junta-se São Jerônimo, que abriga a usina side-
titude do Estado. É quase sempre cultura irrigada e na rúrgica de Charqueadas.

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Outra área industrial é a chamada região de diversos ramos. De grande significação para o Estado
colonização antiga, na qual se integram os municípios são as linhas que o ligam ao resto do Brasil. Uma de-
de Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da las parte de Santa Maria, no eixo longitudinal, dirige-se
Cunha, Farroupilha e Santa Cruz. A atividade fabril é para o norte e atravessa os Estados de Santa Catarina
marcada pela produção de vinho e beneficiamento de e Paraná. Mais para leste, desenvolve-se outra linha no
produtos agropastoris, tais como couro, banha, milho, sentido norte-sul, passando por Monte Negro, Bento
trigo e fumo. No restante do Estado, encontram-se di- Gonçalves e Vacaria, cortando, em seguida, o leste de
versos centros industriais dispersos, todos ligados ao Santa Catarina e Paraná.
processamento de matérias-primas agropastoris. Desta- Outros ramos do eixo central se desenvolvem na
cam-se nesse grupo Erexim, Passo Fundo, Santana do porção sul do Estado. Entre eles, figura a ligação Rio
Livramento, Rosário do Sul, Pelotas, Rio Grande e Bajé. Grande-Pelotas, Bajé-Cacequi, os ramais de Jaguarão,
Entre os produtos minerais, destacam-se o cobre de Santana do Livramento e de Quaraí. No oeste, assi-
e o carvão. O Rio Grande do Sul foi pioneiro no refino nalam-se ainda as ligações Uruguaiana-São Borja, São
de petróleo, com a instalação, em 1932, da Destilaria Borja-Santa Maria, Santiago-São Luís Gonzaga e Santa
Sul-rio-grandense, em Uruguaiana. Duas refinarias de Rosa-Cruz Alta.
petróleo e um polo petroquímico, que utiliza matéria- A malha de rodovias federais pavimentadas tem
configuração diversa: forma um leque de estradas que
-prima da refinaria Alberto Pasqualini, da Petrobras
convergem para a capital estadual. Ao longo do litoral
(Canoas), dão ao Estado posição de destaque na petro-
norte, corre a BR-101, que, partindo de Osório, chega
química nacional. Entre as ocorrências minerais conhe-
até Natal (RN). Ainda para o norte, desenvolve-se a
cidas, encontram-se jazidas de carvão mineral, minérios
BR-116, que, em demanda de Curitiba, passa por Ca-
de cobre, chumbo, tungstênio e cristal de rocha.
xias do Sul e Vacaria. Para noroeste, a BR-386 passa
As reservas de pinheiros do norte do Estado,
por Lajeado e Carazinho. Para sudoeste, a BR-290 corre
embora já limitadas em face da exploração intensa,
em direção a São Gabriel e Rosário do Sul. Finalmente,
constituem uma das principais riquezas vegetais. Os
para o sul, traça-se a ligação Porto Alegre-Pelotas-Chuí
ervais, em apreciável extensão, também proporcionam
(BR-116 e BR-471).
extração vegetal para atender ao grande consumo re-
A rede de vias de transporte do Rio Grande do
gional. Vegetais taníferos, como a acácia-negra, embora
Sul inclui ainda dois sistemas de navegação interior. O
com produção reduzida, incluem-se entre os principais
primeiro compreende, na parte leste do Estado, as lago-
recursos da região. as Mirim e dos Patos, o estuário do rio Guaíba e os rios
Jacuí e Taquari. O segundo sistema compreende os rios
Energia Uruguai e seu afluente Ibicuí. Destacam-se os portos
de Porto Alegre, Rio Grande, Pelotas e São Borja. No
Entre as principais usinas elétricas do Estado, porto de Rio Grande, reaparelhado em 1981, estão ins-
sobressaem-se as hidrelétricas de Passo Fundo (220.000 talados terminais de granéis líquidos, sal, fertilizantes,
kW), no rio Uruguai; de Jacuí (150.000 kW) e Passo Real trigo, soja, contêineres, carnes, carga geral, minérios e
(125.000 kW), no rio Jacuí; e as termelétricas Candiota II pescado. Para melhor aproveitamento de sua finalidade,
(126.000 kW), em Bajé, Charqueadas (72.000 kW), em organizou-se junto ao porto o Distrito Industrial do Rio
São Jerônimo, e Osvaldo Aranha (66.000 kW), em Ale- Grande.
grete.

Transportes
O sistema ferroviário se desenvolve em torno do
eixo central formado pela linha que, partindo de Por-
to Alegre, se dirige para oeste através da depressão
central, indo alcançar a fronteira com a Argentina, em
Uruguaiana. Desse tronco longitudinal se desprendem

70
70
Aplicação dos conhecimentos - Sala
1. (Ufrgs) Em um mapa do Brasil, cuja escala é 1:25.000.000 a distância em linha reta, entre Porto
Alegre (RS) e Palmas (TO), é de 9 cm.
A partir dessa informação, assinale a alternativa que indica a distância real, em quilômetros, em
linha reta, entre Porto Alegre e Palmas.
a) 225
b) 900
c) 2.250
d) 9.000
e) 22.500

2. (UEL) Nas últimas décadas do século XX, o Paraná passou por profundas modificações socioespa-
ciais no que tange à sua organização e à evolução das atividades econômicas, mudanças na base
técnica da produção agrícola e consequente urbanização. Tais transformações estão inseridas nos
processos de expansão capitalista e na inserção do estado no desenvolvimento capitalista mundial.
Com base nos conhecimentos referentes ao processo de urbanização paranaense, suas mesorregi-
ões, principais cidades e atividades econômicas, assinale a alternativa correta.
a) A Região Metropolitana de Curitiba apresenta como base produtiva principal as indústrias moveleiras
instaladas na periferia dos municípios constituintes dessa região.
b) Maringá e Londrina, as cidades mais importantes do Norte Central Paranaense, têm como atividade
econômica principal o setor terciário que atende às várias cidades da região.
c) Na mesorregião Sudoeste Paranaense, Cascavel e Foz do Iguaçu são os principais centros urbanos, ten-
do como base produtiva as indústrias têxteis, automobilísticas e alimentícias.
d) Os municípios mais importantes da mesorregião Centro-Sul Paranaense, União da Vitória e Irati, têm
como principal atividade econômica indústrias siderúrgicas e alimentícias.
e) Umuarama e Paranavaí são as principais cidades do Oeste Paranaense e tiveram efetivo aumento da sua
população devido à instalação de indústrias têxteis.

3. (UEL) O espaço geográfico é resultante e condicionante da organização social, o que pode ser
exemplificado pela apropriação histórica da posse da terra no Brasil e suas implicações socioespa-
ciais.
Com base nesse processo, assinale a alternativa correta.
a) A atual estrutura fundiária norte-paranense reproduz as características do processo de colonização
iniciado no século XVI.
b) A concentração da posse da terra no Brasil foi reduzida com a Lei de Terras de 1850, que regulamentou
a propriedade da terra.
c) A manutenção da elevada concentração da posse da terra e a mecanização agrícola no país intensifi-
caram o processo de urbanização a partir de 1950.
d) A mecanização da agricultura no interior paranaense, a partir de 1930, favoreceu a formação de pe-
quenas propriedades.
e) As transformações fundiárias no nordeste brasileiro pós 1950 caracterizam-se pela ampliação do nú-
mero de pequenas propriedades.

4. (UFPR) O cartograma abaixo apresenta cinco municípios do estado do Paraná:

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Sabendo-se a coordenada de um ponto localizado no centro do município de Curitiba (Latitude:
25,47° S e Longitude: 49,28° W.Gr.), identifique as coordenadas do centro dos demais municípios
em destaque:
a) Guarapuava (Latitude: 25,37° S e Longitude: 51,49° W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51° S e Longi-
tude: 51,11° W.Gr.) – Maringá (Latitude: 23,40° S e Longitude: 51,96° W.Gr.) – Cascavel (Latitude:
25,02° S e Longitude: 53,37° W.Gr.).
b) Guarapuava (Latitude: 25,87° S e Longitude: 53,69° W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51° S e Longi-
tude: 51,11° W.Gr.) – Maringá (Latitude: 23,40° S e Longitude: 51,96° W.Gr.) – Cascavel (Latitude:
25,92° S e Longitude: 53,37° W.Gr.).
c) Guarapuava (Latitude: 25,37° S e Longitude: 51,49° W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51° S e Longi-
tude: 53,51° W.Gr.) – Maringá (Latitude: 26,40° S e Longitude: 51,96° W.Gr.) – Cascavel (Latitude:
20,20° S e Longitude: 53,37° W.Gr.).
d) Guarapuava (Latitude: 25,37° S e Longitude: 51,49° W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51° S e Longi-
tude: 53,51° W.Gr) – Maringá (Latitude: 23,40° S e Longitude: 51,96° W.Gr.) – Cascavel (Latitude:
20,20° S e Longitude: 53,37° W.Gr.).
e) Guarapuava (Latitude: 25,87° S e Longitude: 53,49° W.Gr.) – Londrina (Latitude: 23,51° S e Longi-
tude: 51,11° W.Gr.) – Maringá (Latitude: 26,40° S e Longitude: 51,96° W.Gr.) – Cascavel (Latitude:
25,92° S e Longitude: 53,37° W.Gr.).

5. (UFSC) Variações pluviométricas ocorrem conforme as estações do ano em várias regiões do Brasil.
Os gráficos abaixo mostram os índices pluviométricos e as temperaturas em algumas cidades loca-
lizadas em biomas típicos do nosso País.

Com base na análise dos dados constantes nos gráficos acima e nos conhecimentos acerca dos bio-
mas típicos do Brasil, é correto afirmar que:
01) nas quatro regiões, os índices pluviométricos não apresentam grandes variações ao longo do ano.
02) Bagé apresenta a distribuição pluviométrica mais irregular durante o ano.
04) nas quatro regiões, os meses com os maiores índices pluviométricos são aqueles em que ocorrem as
temperaturas mais baixas.
08) no bioma com o maior índice pluviométrico em um único mês, as monocotiledôneas de grande porte
são seus exemplares típicos.
16) as plantas da região de Goiânia devem apresentar adaptações para períodos de estiagem e para sobre-
viverem ao fogo.
32) a floresta de Araucárias apresenta um índice pluviométrico de cerca de 3.000 mm anuais.

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72
6. (Uel 2020) Da segunda metade do século XIX
até a década de 1930, o café foi o principal Raio X
produto econômico brasileiro sendo sua pro-
dução voltada, principalmente, à exportação. 1. O objetivo da escala é mostrar a relação de pro-
No Norte do Paraná, a cafeicultura permane- porção entre as dimensões no mapa e a reali-
ceu vigorosa até meados dos anos 1970. Em dade. Desse modo, neste caso, 1 cm no mapa
relação à expansão cafeeira, atribua V (verda- corresponde a 25.000.000 cm na realidade (ter-
deiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. reno). Assim, 9 cm equivale a 2.250 km.
2. Londrina e Maringá destacam-se pelo setor
( ) A ocupação do norte do estado do Para- terciário.
ná, considerando o vazio demográfico de [A] INCORRETA – As indústrias moveleiras
populações nativas na região, ocorreu de são destaque da região norte do Paraná.
forma pacífica e esteve associada à expan- [C] INCORRETA – A alternativa descreve a re-
são econômica dos Campos Gerais. gião metropolitana de Curitiba.
( ) A Estrada de Ferro São Paulo-Paraná, nos [D] INCORRETA – Pitanga, Guarapuava e Pal-
anos 1930, permitiu o escoamento da pro- mas são os municípios que compõe a mesor-
dução econômica regional para o Porto de região Centro-Sul Paranaense.
Santos, proveniente do trabalho agrícola [E] INCORRETA – Toledo, Cascavel e Foz do
realizado por mão de obra migrante. Iguaçu são as principais cidades do Oeste Pa-
( ) A Companhia de Terras Norte do Paraná ranaense.
enfrentou dificuldades para a aquisição 3. A urbanização na década de 1950 foi resul-
das terras no processo de expansão da ca- tante de uma articulação de fatores, como a
feicultura no norte paranaense, em fun- industrialização promovida pelo governo JK
ção do seu alto custo. que inicia o processo de modernização agríco-
( ) A região cafeeira norte-paranaense apre- la aliada à concentração fundiária, que libera
senta solos férteis, do tipo latossolos, e grande contingente das áreas rurais.
estações climáticas bem definidas, com [A] INCORRETA – A ocupação do norte do Pa-
verões quentes e invernos frios, com risco raná só se inicia no século XIX com a Compa-
de geadas severas. nhia Melhoramentos Norte do Paraná.
( ) A implantação da cultura cafeeira no norte [B] INCORRETA – A Lei de Terras ampliou a
paranaense gerou problemas ambientais, concentração fundiária, estabelecendo que a
como o desflorestamento da vegetação na- única forma de posse fosse por meio de com-
tiva, o assoreamento dos cursos d’água e a pra, favorecendo assim a elite.
contaminação do solo por agrotóxicos. [D] INCORRETA – A mecanização agrícola ocor-
Assinale a alternativa que contém, de cima reu basicamente a partir da década de 1950
para baixo, a sequência correta. com o processo de modernização agrícola e,
a) V, V, V, F, F. dessa forma, privilegiou as grandes proprieda-
b) V, F, F, V, F. des.
c) V, F, F, F, V. [E] INCORRETA – No nordeste ocorreu a expan-
d) F, V, V, F, V. são dos latifúndios em detrimento das peque-
e) F, V, F, V, V. nas propriedades.
4. Com relação à posição geográfica de Curitiba
(coordenadas geográficas: Latitude: 25,47°S e
Longitude: 49,28°W todos os demais municí-
pios apresentam: menor latitude, isto é, menor
distância em relação à linha equatorial, e maior
longitude, ou seja, maior distância em relação
ao meridiano de Greenwich.
5. [01] FALSA. O clima tropical semiúmido típi-
co da Floresta dos Cocais e do Cerrado, apre-
sentam chuvas concentradas no verão e escas-
sas no inverno.
[02] FALSA. O clima subtropical, caracterís-
tico de Bagé, apresenta chuvas regulares du-
rante o ano.
[04] FALSA. A maior pluviosidade está as-
sociada às estações mais quentes, ou seja, o
verão.

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[08] VERDADEIRA. O bioma com maior índice
pluviométrico em um único mês é a Floresta
de Cocais, e sua espécie característica é o co-
queiro, classificado como monocotiledônea de
grande porte.
[16] VERDADEIRA. No clima tropical semiú-
mido os verões são úmidos e os invernos se-
cos, portanto, o cerrado se caracteriza como
uma espécie tropófita, ou seja, adapta-se à
forte variação de umidade.
[32] FALSA. O clima subtropical, o qual se
encontra submetido a floresta de Araucárias,
caracteriza-se por uma média altimétrica de
1500 mm anuais.
6. A sequência correta é F, V, F, V e V. Os itens
falsos são o primeiro (a ocupação do norte
do Paraná, área com dominância do bioma de
Mata Atlântica não se deu em um vazio demo-
gráfico, visto que existiam povos indígenas
na região) e o terceiro (a expansão da cultura
do café no norte do Paraná foi facilitada pelo
baixo valor das terras).

Gabarito
1. C 2. B 3. C 4. A 5. 24 6. E

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74
Aprofunde seus conhecimentos

1. (UEL) Um dos principais impactos das mudanças ambientais globais é o aumento da frequência
e da intensidade de fenômenos extremos, que quando atingem áreas ou regiões habitadas pelo
homem, causam danos. Responsáveis por perdas significativas de caráter social, econômico e am-
biental, os desastres naturais são geralmente associados a terremotos, tsunamis, erupções vulcâni-
cas, furacões, tornados, temporais, estiagens severas, ondas de calor etc.
(Disponível em: <www.inpe.br>. Acesso em: 20 maio 2015.)

Com relação aos eventos atmosféricos ocorridos em Xanxerê (SC) e Francisco Beltrão (PR), em
2015, assinale a alternativa correta.
a) A eutrofização, que age na formação dos tornados, dissipa a energia acumulada nas nuvens capaz de
gerar ventos em movimentos circulares a uma velocidade de 100 km/h causando destruição.
b) As linhas de instabilidade concentram radiações eletromagnéticas em altas temperaturas, que agem no
interior das nuvens, provocando o surgimento dos tornados, através de massas de ar frias.
c) A associação da temperatura, precipitação, umidade e vento forma o estado meteorológico, cujo ritmo
sequencial aumenta a capacidade devastadora do tornado.
d) Os tornados expressam as condições climáticas diretamente influenciadas pelo relevo, associadas ao
elevado teor de fósforo que é encontrado no interior das nuvens gerando descargas atmosféricas e
formação de correntes de ar.
e) Os tornados ocorrem devido a um contraste entre massas de ar quentes e frias com diferentes pressões,
que gera uma nuvem em formato de cone e movimentos de redemoinho, atingindo o solo e provocando
devastação.

2. (UEL) A sociedade contemporânea convive com os riscos produzidos por ela mesma e com a frus-
tração de, muitas vezes, não saber distinguir entre catástrofes que possuem causas essencialmente
naturais e aquelas ocasionadas a partir da relação que o homem trava com a natureza. Os custos
ambientais e humanos do desenvolvimento da técnica, da ciência e da indústria passam a ser
questionados a partir de desastres contemporâneos como AIDS, Chernobyl, aquecimento global,
contaminação da água e de alimentos pelos agrotóxicos, entre outros.
(Adaptado de: LIMA, M. L. M. A ciência, a crise ambiental e a sociedade de risco. Senatus. v.4. n.1. nov. 2005. p.42-47.)

Aziz Ab’Sáber identificou seis domínios morfoclimáticos e fitogeográficos no Brasil – Amazônico,


Cerrado, Mares de Morros, Caatingas, Araucárias e Pradarias – que apresentam fortes processos de
atuação humana, modificando o espaço e inserindo outras práticas, principalmente a agrícola, nes-
sas áreas, quebrando a harmonia presente. O mapa a seguir apresenta a localização desses domínios.

Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a definição de domínio morfoclimático e fito-


geográfico para Ab’Sáber.

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a) Um conjunto complexo de elementos e fatores d) Falésia – forma geográfica do litoral carac-
químicos, biológicos e sociais que interagem terizada pelo encontro da terra com o mar,
entre si com reflexos recíprocos afetando, de formando escarpas, geralmente constituídas
forma direta e muitas vezes visível, os seres vi- de camadas sedimentares ou vulcano-sedi-
vos. mentares, acompanhando a linha costeira.
b) Um conjunto de vegetais adaptado às condições e) Estreito – canal de água que une dois corpos
desfavoráveis do clima, que impõe ritmo às fun- aquosos (oceanos, mares) e separa duas mas-
ções fisiológicas, através da perda das folhas sas de terra.
em determinadas espécies que estão associadas
a um conjunto maior. 4. (UEL) A vida em grandes metrópoles apre-
c) Um conjunto de vegetais presentes sob deter- senta atributos que consideramos sinônimos
minada temperatura que influi de forma decisi- de progresso, como facilidades de acesso aos
va na existência e distribuição dos seres vivos, bens de consumo, oportunidades de trabalho,
assim como na formação dos ecossistemas den- lazer, serviços, educação, saúde etc. Por ou-
sos presentes no Brasil. tro lado, em algumas delas, devido à gran-
d) Um conjunto espacial que se caracteriza pela diosidade dessas cidades e aos milhões de
heterogeneidade de seus componentes, de cidadãos que ali moram, existem muito mais
suas estruturas, fusões e relações que, inte- problemas do que benefícios. Seus habitan-
grados, formam o sistema do ambiente físico, tes sabem como são complicados o trânsito, a
químico, onde há exploração humana progres- segurança pública, a poluição, os problemas
siva e regressiva. ambientais, a habitação etc. Sem dúvida, são
e) Um conjunto espacial de certa ordem de gran- desafios que exigem muito esforço não só dos
deza territorial – de centenas de milhares de governantes, mas também de todas as pessoas
quilômetros quadrados de área – caracterizado que vivem nesses lugares. Essas cidades con-
por um esquema coerente de feições de relevo, vivem ao mesmo tempo com a ordem e o caos,
tipos de solos, formas de vegetação e condi- com a pobreza e a riqueza, com a beleza e a
ções climático-hidrológicas. feiura. A tendência das coisas de se desorde-
narem espontaneamente é uma característica
3. (UEL) A Ilha do Mel, visualizada na imagem, fundamental da natureza. Para que ocorra a
situa-se na região de Paranaguá, cidade do organização, é necessária alguma ação que
restabeleça a ordem. É o que acontece nas
litoral paranaense que comporta um impor-
grandes cidades: despoluir um rio, melhorar a
tante porto. No local predomina o tipo geo-
condição de vida dos seus habitantes e dimi-
gráfico:
nuir a violência, por exemplo, são tarefas que
exigem muito trabalho e não acontecem es-
pontaneamente. Se não houver qualquer ação
nesse sentido, a tendência é que prevaleça a
desorganização. Em nosso cotidiano, percebe-
mos que é mais fácil deixarmos as coisas de-
sorganizadas do que em ordem. A ordem tem
seu preço. Portanto, percebemos que há um
embate constante na manutenção da vida e
do universo contra a desordem. A luta contra
a desorganização é travada a cada momento
por nós. Por exemplo, desde o momento da
nossa concepção, a partir da fecundação do
óvulo pelo espermatozoide, nosso organismo
a) Península – porção de terra quase toda cir- vai se desenvolvendo e ficando mais comple-
cundada por água, mas que ainda está ligada xo. Partimos de uma única célula e chegamos
ao continente por uma faixa estreita de terra à fase adulta com trilhões delas, especializa-
chamada istmo. das para determinadas funções. Entretanto,
b) Delta – depósito sedimentar aluvial formado com o passar dos anos, envelhecemos e nosso
por um curso fluvial desembocando em um corpo não consegue mais funcionar adequa-
corpo de água mais ou menos calmo (lago, la- damente, ocorre uma falha fatal e morremos.
guna, mar, oceano ou outro rio), cuja porção O que se observa na natureza é que a manu-
subaérea apresenta-se em planta com formas tenção da ordem é fruto da ação das forças
triangular, lobada, digitada etc. fundamentais, que, ao interagirem com a ma-
c) Estuário – parte terminal de um rio ou lagoa téria, permitem que esta se organize. Desde
em que o fluxo e o refluxo das marés provo- a formação do nosso planeta, há cerca de 5
cam variações na salinidade da água, no pH, bilhões de anos, a vida somente conseguiu se
na temperatura, na velocidade das correntes, desenvolver às custas de transformar a ener-
dinâmica que associada à vegetação propor- gia recebida pelo Sol em uma forma útil, ou
ciona exuberante fauna. seja, capaz de manter a organização. Para tal,

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pagamos um preço alto: grande parte dessa energia é perdida, principalmente na forma de calor.
Dessa forma, para que existamos, pagamos o preço de aumentar a desorganização do nosso pla-
neta. Quando o Sol não puder mais fornecer essa energia, dentro de mais 5 bilhões de anos, não
existirá mais vida na Terra. Com certeza a espécie humana já terá sido extinta muito antes disso.
(Adaptado de: OLIVEIRA, A. O Caos e a Ordem. Ciência Hoje. Disponível em: <http://cienciahoje.
uol.com.br/colunas/fisica-sem-misterio/o-caos-ea- ordem>. Acesso em: 10 abr. 2015.)

Os rios, lagos e oceanos sofrem constantemente ações humanas que acarretam problemas socio-
ambientais.
Com base nos conhecimentos sobre hidrografia, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas
a seguir.
( ) A contaminação por excesso de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, provenientes do escoa-
mento da agricultura, e por lançamento de esgoto e resíduos industriais, tornou-se problema
comum na qualidade da água em todo o planeta.
( ) O Brasil possui lagos tectônicos, e seus rios de planície são os mais propícios para a construção
de hidrelétricas, pois possuem quedas d’água e diminuem os danos ambientais com o alaga-
mento da área.
( ) Os processos de irrigação da agricultura que demandam água em excesso são fundamentais no
manejo sustentável das águas subterrâneas, por dificultarem que os contaminantes atinjam os
aquíferos.
( ) O processo de assoreamento de lagos, represas ou zona portuária com sedimentos, provenientes
de alterações na bacia hidrográfica, pode comprometer a navegação, o abastecimento de água e
a produção de hidreletricidade.
( ) Os rios possuem um leito menor e outro maior. A ocupação do leito maior pelos seres humanos
potencializa os impactos das enchentes, gerando grandes prejuízos à população, tanto mate-
riais, quanto de saúde pública.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, F, V, F.
b) V, F, V, F, V.
c) V, F, F, V, V.
d) F, V, V, F, F.
e) F, F, V, V, F.

5. (UEL) O levantamento sobre a dengue no Brasil tem como objetivo orientar as ações de controle,
que possibilitam aos gestores locais de saúde antecipar as prevenções a fim de minimizar o caos
gerado por uma epidemia. O Ministério da Saúde registrou 87 mil notificações de casos de dengue
entre janeiro e fevereiro de 2014, contra 247 mil no mesmo período em 2013. Apesar do resul-
tado expressivo de diminuição da doença, o Ministério da Saúde ressalta a importância de serem
mantidos o alerta e a continuidade das ações preventivas. Os principais criadouros em 2014 são
apresentados na tabela a seguir.

Armazenamento da água Depósitos domiciliares Lixo


Região
(%) (%) (%)
Norte 20,2 27,4 52,4
Nordeste 75,3 18,2 6,5

Sudeste 15,7 55,7 28,6


Centro-Oeste 28,9 27,3 43,8

Sul 12,9 37,0 50,1

(Adaptado de: BVS Ministério da Saúde. Disponível em: <www.brasil.gov.br/saude/2014>. Acesso em: 21 abr. 2015.)

Com base no texto, na tabela e nos conhecimentos sobre a transmissão da dengue nas regiões do
Brasil, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) Na região Nordeste, o lixo exerce menor impacto como espaço de desenvolvimento da doença,
devido à dificuldade de acesso da população aos bens de consumo.
( ) Apesar de o bioma Amazônico, com extensa bacia hidrográfica, estar localizado na região Norte,
uma das causas da proliferação da doença é o lixo, devido ao desequilíbrio ambiental que dimi-
nuiu os predadores do mosquito.
( ) Apesar das campanhas públicas de controle dos focos do mosquito, os depósitos domiciliares ain-
da possuem alto índice na região Sudeste.
7777
( ) Na região Sul, o lixo constitui o principal ( ) Árabes de diferentes nacionalidades, li-
criadouro do Aedes aegypti, em decorrên- baneses, egípcios e sírios fixaram-se no
cia da facilidade de acesso da população norte do Paraná, após a década de 1930,
aos bens de consumo e da insuficiente po- como refugiados dos conflitos religiosos
lítica de educação ambiental. em seus países.
( ) Os baixos índices dos depósitos domicilia- Assinale a alternativa que contém, de cima
res como criadouros da doença nas regiões para baixo, a sequência correta.
Norte, Nordeste e Centro-Oeste significam a) V, V, F, V, F.
a resposta positiva destas populações às b) V, F, V, F, V.
campanhas preventivas. c) V, F, F, V, V.
Assinale a alternativa que contém, de cima d) F, V, V, F, F.
para baixo, a sequência correta. e) F, F, V, V, F.
a) V, V, F, F, F.
b) V, F, F, V, V. 7. (UEL) O aumento populacional acentuado,
c) F, V, V, V, F. após a Segunda Guerra Mundial, despertou a
d) F, V, F, F, V. preocupação no mundo científico, principal-
e) F, F, V, F, V. mente com a questão da alimentação dessa
população, o que geraria o caos em um futuro
6. (UEL) Observe a imagem e leia o texto a seguir. próximo. Dessa forma, várias teorias demo-
gráficas foram formuladas, como a malthu-
siana, a neomalthusiana e a reformista.
Em relação a essas teorias, atribua V (verda-
deiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir.
( ) Na teoria malthusiana, os casamentos de-
veriam ser cada vez mais tardios e con-
dicionados à capacidade econômica para
sustentar as famílias; a relação sexual se-
ria praticada exclusivamente com fins de
procriação.
( ) Na teoria malthusiana, há a pregação de
um alerta para os riscos ambientais de-
correntes do crescimento exagerado da
população, a qual exercerá cada vez mais
Construído em 1934 por Eugenio Viktor Lari- pressão sobre os recursos naturais, parti-
ónoff, o Hotel Rolândia tinha a finalidade de cularmente nos ecossistemas equatoriais e
atender aos inúmeros interessados em adqui- tropicais, colocando em prática a ideia de
rir terras nessa região. O hotel cumpriu sua desenvolvimento sustentável.
função complementar à Companhia de Terras ( ) Na teoria neomalthusiana, houve defesa
e à estrada de Ferro. Era a “casa dos de fora”, de programas rígidos e oficiais de controle
daqueles que se interessavam em comprar lo- de natalidade, os quais foram chamados
tes para posteriormente se fixarem no local. de planejamento familiar. Por meio de
(Adaptado de: CERNEV, J. (org.) Memória e campanhas, que perduram até os dias atu-
cotidiano: cenas do norte do Paraná. Londrina: ais, os governantes incentivaram o uso de
IPAC/MEC-SESU, 1995. p.24-25.) métodos contraceptivos.
Em relação ao texto e aos conhecimentos so- ( ) Na teoria reformista, houve a sustentação
bre as migrações internas e as imigrações de que a população cresce em progressão
para o Brasil, no século XX, atribua V (ver- geométrica e a produção de alimentos
dadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. cresce em progressão aritmética; dessa
( ) Para a área da Companhia de Terras Nor- forma, a humanidade estaria condenada a
te do Paraná, dirigiram-se imigrantes que um grande ciclo de miséria devido à falta
fugiam de perseguições ou de conflitos de alimentos para todos.
bélicos em seus países. ( ) Na teoria reformista, as famílias dos paí-
( ) Alemães, italianos e japoneses emigraram ses subdesenvolvidos iriam aderir espon-
para o norte do Paraná e se dedicaram à taneamente ao controle de natalidade de-
cafeicultura. vido à elevação dos níveis educacionais e
( ) A Companhia de Terras Norte do Paraná da qualidade de vida decorrentes de trans-
recebeu em sua área refugiados da deses- formações socioeconômicas.
truturação do Império Turco-Otomano, es- Assinale a alternativa que contém, de cima
pecialmente os curdos, que chegaram na para baixo, a sequência correta.
região após 1934. a) V, V, F, V, F.
( ) Para o norte do Paraná, dirigiram-se pau- b) V, F, V, F, V.
listas, mineiros e catarinenses interes- c) V, F, F, V, V.
sados em ocupar uma fronteira agrícola d) F, V, F, F, V.
recém-aberta, destinada à cafeicultura. e) F, F, V, V, F.

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8. (UEL) O estado do Paraná é constituído por 10. (UEL) Nas últimas décadas do século XX, o
três Planaltos, que se apresentam como típica Paraná passou por profundas modificações
paisagem de degraus estruturais ou escarpas socioespaciais no que tange à sua organiza-
de estratos. ção e à evolução das atividades econômicas,
Com base nos conhecimentos sobre os Planal- mudanças na base técnica da produção agrí-
tos paranaenses, assinale a alternativa correta. cola e consequente urbanização. Tais trans-
a) O Primeiro Planalto é formado pelos campos de formações estão inseridas nos processos de
Curitiba e Castro e divide-se em três regiões: expansão capitalista e na inserção do estado
Planalto de Curitiba, Região Açungui e Planal- no desenvolvimento capitalista mundial.
to Maracanã. Com base nos conhecimentos referentes ao
b) O Primeiro Planalto é formado pelos campos de processo de urbanização paranaense, suas
Cambará e Iguaçu, onde se encontram os prin- mesorregiões, principais cidades e atividades
cipais bens minerais energéticos, como carvão econômicas, assinale a alternativa correta.
mineral, urânio e xisto pirobetuminoso. a) A Região Metropolitana de Curitiba apresenta
c) O Segundo Planalto, formado pelos campos de como base produtiva principal as indústrias
Palmas, é a região onde se localizam os mine- moveleiras instaladas na periferia dos municí-
rais metálicos, como ouro e prata. pios constituintes dessa região.
d) O Segundo Planalto representa o plano de de- b) Maringá e Londrina, as cidades mais impor-
clive que forma a encosta Serra Geral do Para- tantes do Norte Central Paranaense, têm como
ná, denominada de escarpa mesozoica. atividade econômica principal o setor terciário
e) O Terceiro Planalto, formado pelos campos Ge- que atende às várias cidades da região.
rais e pelo Aquífero Carste, apresenta várias c) Na mesorregião Sudoeste Paranaense, Cascavel
quedas d’água, como Salto São Francisco. e Foz do Iguaçu são os principais centros urba-
nos, tendo como base produtiva as indústrias
9. (UEL) Observe a figura a seguir: têxteis, automobilísticas e alimentícias.
d) Os municípios mais importantes da mesorre-
gião Centro-Sul Paranaense, União da Vitória e
Irati, têm como principal atividade econômica
indústrias siderúrgicas e alimentícias.
e) Umuarama e Paranavaí são as principais ci-
dades do Oeste Paranaense e tiveram efetivo
aumento da sua população devido à instalação
de indústrias têxteis.

11. (UEL) O esquema clássico de hierarquia ur-


bana teve origem no final do século XIX e se
estendeu até meados da década de 1970. Po-
rém, essa concepção tradicional de hierarquia
Sobre o processo de desertificação, é correto urbana não explica as relações travadas entre
afirmar: as cidades no interior da rede urbana. Dessa
a) Muito embora nas últimas décadas venha di- forma, uma nova hierarquia urbana foi ela-
minuindo significativamente o processo de borada, aproximando-se da realidade de uma
desertificação no mundo, no Brasil tal pro- rede urbana.
cesso vem aumentando, atingindo várias re- Adaptado de: MOREIRA, J. C.; SENE, E. Geografia
giões, principalmente as áreas litorâneas. para o Ensino Médio: geografia geral e do Brasil.
b) Quando derivado da ação humana, o processo V.único. São Paulo: Scipione, 2002, p.101-102.
de desertificação decorre principalmente da
A figura a seguir mostra as relações entre as
substituição da vegetação original por outros
cidades em uma rede urbana.
cultivos de subsistência.
c) A desertificação é um fenômeno que trans-
forma, por meio da ação humana ou por pro-
cesso natural, determinado solo em deserto,
causando vários tipos de problemas.
d) Com a formação de áreas áridas, a temperatu-
ra diminui e o nível de umidade do ar aumen-
ta, causando vários problemas e dificuldades
no setor produtivo das regiões em que ocorre.
e) Muito embora o processo cause empobreci-
mento do solo, devido às técnicas avançadas
de cultivo, o desenvolvimento da agricultura
e a consequente produção de alimentos acaba
não sendo afetada.

7979
Com base no texto, associe os elementos da fi- II. Além do núcleo geográfico platino, encon-
gura com as descrições apresentadas a seguir. tram-se duas frentes de expansão do povo-
A. As relações seguem uma hierarquia cres- amento da área do Mercosul: a Amazônia
cente sob a influência de certos centros brasileira e a Patagônia argentina. Apesar
urbanos. das diferenças, esses ecossistemas têm em
B. Em função dos avanços tecnológicos nos comum as baixas densidades demográficas
transportes e nas comunicações, rompe-se e a elevada potencialidade econômica.
com a hierarquia rígida. III.A região Sudeste do Brasil é o núcleo geo-
C. A cidade local pode se relacionar direta- econômico do Mercosul, polo exportador
mente com a metrópole nacional, pois a de café e receptor de imigrantes, devido à
hierarquia é rompida. produção de manufaturados com tecnolo-
D. As relações das cidades são diretas com a gia superior aos demais países-membros.
metrópole nacional, sem a intermediação IV. O Sudeste brasileiro comanda as negocia-
de cidade de porte médio. ções comerciais, provocando o isolamento
E. A hierarquia é destacada a partir da sub- dos mercados regionais frente à superiori-
missão das cidades menores às grandes dade de suas forças produtivas.
cidades. Assinale a alternativa correta.
Assinale a alternativa que contém a associa- a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
ção correta. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
a) I-A, I-B, II-D, II-E, II-C. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
b) I-A, I-E, II-B, II-C, II-D. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
c) I-B, I-C, II-D, II-A, II-E. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
d) I-B, I-D, II-A, II-C, II-E.
e) I-C, I-E, II-A, II-B, II-D. 13. (UEL) O espaço geográfico é resultante e con-
dicionante da organização social, o que pode
12. (UEL) Com base no mapa ao abaixo e nos co- ser exemplificado pela apropriação histórica
nhecimentos sobre a geografia do Mercosul, da posse da terra no Brasil e suas implicações
considere as afirmativas a seguir. socioespaciais.
Com base nesse processo, assinale a alterna-
tiva correta.
a) A atual estrutura fundiária norte-paranense
reproduz as características do processo de co-
lonização iniciado no século XVI.
b) A concentração da posse da terra no Brasil
foi reduzida com a Lei de Terras de 1850, que
regulamentou a propriedade da terra.
c) A manutenção da elevada concentração da
posse da terra e a mecanização agrícola no
país intensificaram o processo de urbanização
a partir de 1950.
d) A mecanização da agricultura no interior pa-
ranaense, a partir de 1930, favoreceu a for-
mação de pequenas propriedades.
e) As transformações fundiárias no nordeste
brasileiro pós 1950 caracterizam-se pela am-
pliação do número de pequenas propriedades.

I. A Bacia do Prata, núcleo geoeconômico


do Mercosul, é composta pelos rios Para-
ná, Paraguai e Uruguai e estende-se pelo
Centro-Sul do Brasil, pampa argentino,
Uruguai e porção oriental do Paraguai. As
principais metrópoles e zonas agroindus-
triais dos países-membros encontram-se
nessa região, além das grandes concentra-
ções demográficas.

80
80
14. (Uel) Analise os gráficos a seguir. Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

15. (Uel) Pesquisadores do Instituto Oswaldo


Cruz (IOC/Fiocruz) afirmam que o vírus res-
ponsável pelo atual surto de febre amarela no
Brasil tem sofrido variações genéticas inédi-
tas. A primeira epidemia de febre amarela
no Brasil ocorreu em Recife, procedente do
continente africano no século XVII. Em 2017,
encontra-se distribuído no território brasilei-
ro, como mostra o mapa.

Vários fatores exercem influência direta na


expectativa de vida da população de um país.
Com base nos gráficos e nos conhecimentos
sobre a dinâmica da população, considere as Com base no mapa e nos conhecimentos geo-
afirmativas a seguir. gráficos sobre a febre amarela, assinale a al-
I. O gráfico I demonstra que a longevidade ternativa correta.
dos brasileiros aumentou, fato que ocorreu
a) O surto de febre amarela no ano de 2017 atin-
devido à melhoria da qualidade de vida.
giu as duas metrópoles nacionais da região
II. Os indicadores saneamento básico, renda,
alimentação, índices de violência, saúde, sul do país.
educação e condições de moradia são uti- b) Os fatores climáticos como temperatura, umi-
lizados para calcular o índice de desen- dade e duração da estação chuvosa têm impli-
volvimento humano (IDH), impactando a cações na disseminação da febre amarela no
expectativa de vida conforme demonstrado interior do país.
no gráfico I. c) A febre amarela está restrita aos municípios
III. A mortalidade de jovens evidenciada no
localizados nos domínios morfoclimáticos
gráfico II é um dos fatores que distanciam
o Brasil das taxas de expectativa de vida Amazônico e de Cerrado.
dos países desenvolvidos, como Japão, Su- d) A expansão do vírus em direção ao interior
íça e Austrália. chegou ao oeste paulista devido à presença
IV. O conceito de expectativa de vida depende de condomínios próximos a reservas flores-
do crescimento natural da população em tais.
um determinado território, pois este é ob- e) A recomendação temporária para a vacinação
tido pela diferença positiva entre as taxas
é para os três estados mais populosos do país:
de natalidade e mortalidade.
Espírito Santo, Bahia e Rio Grande do Sul.

8181
2. (UFPR) A área total de floresta perdida [no
mundo] em 2013 foi de 180 mil km2 o equi-
valente a dois Portugais. [...] O território
devastado na Rússia corresponde a uma área
maior que a da Suíça. No Canadá, foram 2,5
mil km2. No Alasca (EUA), 17,4 mil km2 O
Brasil aparece em terceiro lugar no ranking,
com a média anual de 21,6 mil km2 A cifra
não bate com o dado oficial do desmatamento
na Amazônia Legal (5.012 km2 de corte raso
1. (UFPR) A BRF, dona das marcas Sadia e Per- em 2013-14), porque inclui todos os biomas,
digão, foi condenada a pagar indenização por não só a floresta amazônica, e usa critérios
dano moral coletivo de R$1 milhão por condi- diversos do que se considera devastação.
ções degradantes de trabalho. A condenação (LEITE, Marcelo. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.
é resultado da ação do Ministério Público do br/colunas/marceloleite/2015/09/1678431-dois-portugais-
Trabalho (MPT) em Umuarama (PR), ajuiza- de- floresta-perdida.sht ml>. Acessado em: 29 set. 2015)
da em 2012, após investigação que flagrou
trabalhadores em condições análogas à escra- Considerando as informações do texto e os
vidão […] No início de 2012, o MPT-PR em conhecimentos de geografia, assinale a alter-
Umuarama constatou graves irregularidades nativa correta.
trabalhistas na Fazenda Jaraguá, em Iporã. a) Na atualidade, o aumento expressivo do des-
matamento na Amazônia Legal brasileira de-
Os problemas iam desde jornada excessiva e
corre da falta de políticas públicas voltadas à
condições precárias dos alojamentos, até a
contenção dessa prática ilegal, associada ao
contaminação da água fornecida aos traba- avanço da mineração e da agropecuária.
lhadores para consumo. “A situação encon- b) O aumento na mudança do uso do solo, de
trada configura trabalho degradante, já que floresta para outros usos, tem impactado com
foram desrespeitados os direitos mais básicos mais intensidade o aumento da temperatu-
da legislação trabalhista, causando repulsa e ra global, superando o impacto causado pela
indignação, o que fere o senso ético da socie- queima de combustíveis fósseis.
dade”, afirma o procurador do Trabalho Diego c) Dos biomas brasileiros, o cerrado tem como
Jimenez Gomes, responsável pelo caso. A BRF característica um ambiente seco com pouca
é uma gigante do ramo de produtos alimentí- diversidade de espécies, sendo um espaço ade-
cios que surgiu a partir da fusão entre Sadia quado para ampliação agropecuária, haja vista
e Perdigão, além de ser detentora de marcas o baixo impacto na biodiversidade brasileira.
como Batavo, Elegê e Qualy. A empresa tem d) Nas relações internacionais contemporâneas, a
49 fábricas em todas as regiões do País e mais questão ambiental é um assunto que diz res-
de 100 mil funcionários. Em 2013, a receita peito a cada Estado Nacional, fato que se tra-
líquida foi R$30,5 bilhões e o lucro líquido duz na ausência desse tema na construção da
geopolítica global.
consolidado foi de R$1,1 bilhão.
e) O desmatamento se inscreve nos problemas am-
Portal Instituto Unisinos, 29 ago.2014. Disponível em:
bientais em escala global, sendo um exemplo
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/534749. de exploração intensiva de recursos naturais,
Com base no texto e no conhecimento de ge- que tem impactado a dinâmica da natureza.
ografia agrária, assinale a alternativa correta.
a) A organização da produção agropecuária no 3. (UFPR) A figura a seguir ilustra duas repre-
Brasil apresenta contradições estruturais en- sentações da região Sul do Brasil em proje-
tre as formas de organização do trabalho e ções cartográficas (Mercator e UTM – Univer-
as estratégias empresariais de incremento dos sal Transversa de Mercator). Apesar do uso de
lucros. uma mesma escala, é possível observar que
b) Apenas os estados brasileiros com formas de elas apresentam tamanho diferenciado.
produção no campo mais atrasadas mantêm
práticas de trabalho degradantes.
c) A expansão das relações capitalistas no cam-
po e a modernização da agricultura permiti-
ram abandonar relações de produção pré-ca-
pitalistas.
d) A fusão de grandes empresas produtoras de
alimentos implica em uma separação entre
indústria e agricultura.
e) A ausência de mão de obra capacitada para
atender as novas tecnologias aplicadas à pro-
dução agropecuária leva empresas a suprir
sua demanda, utilizando trabalhadores em
condições análogas à escravidão.

82
82
Quanto a isso, é correto afirmar: b) Os investimentos em estruturas físicas, a
a) As Projeções de Mercator e Universal Trans- exemplo de ferrovias e hidrovias, além de
versa de Mercator apresentam o mesmo pro- tratados como o MERCOSUL e o Pacto Andi-
cesso de deformação, podendo-se atribuir as no, propiciaram a integração dos países sul-
alterações no tamanho das representações a -americanos, abrindo as fronteiras entre eles.
interesses políticos. c) A palavra fronteira teve seu conceito modi-
b) As duas representações estão corretas, deven- ficado com o advento da globalização, sen-
do-se a deformação ao fato de que os estados do hoje usada para compreender relações de
da região Sul apresentam menor relevância abertura entre Estados Nacionais, como no
econômica no contexto nacional. caso dos pactos econômicos sul-americanos.
c) As projeções Universal Transversa de Merca- d) Nos países da América do Sul, as relações
tor e de Mercator são diferentes e empregam transfronteiriças, como a circulação de pes-
distintos processos de deformação, alterando soas, capitais, mercadorias e serviços, são,
o tamanho das representações. atualmente, subordinadas à política de segu-
d) A representação que utiliza a Projeção de Mer- rança de cada estado nacional.
e) Fronteira remete a espaços peculiares, onde
cator está correta, uma vez que é oficialmen-
se defrontam comunidades político-geográfi-
te empregada no Brasil para a representação
cas diferentes, e se caracteriza por interações
do território nacional, enquanto que aquela
e conflitos de múltiplas ordens.
que utiliza a Projeção UTM é inadequada, pois
se aplica a representações em escala global.
e) Apesar de as escalas apresentarem valores idên- 6. (UFPR) Leia os trechos da letra da canção a
ticos, as figuras foram deformadas aleatoria- seguir:
mente, provocando as diferenças no tamanho.
TRÊS APITOS
4. (UFPR) Nesta terça-feira (15/09/09), áreas Quando o apito da fábrica de tecidos
de instabilidade que se deslocam pelo norte Vem ferir os meus ouvidos
da Argentina devem chegar ao Brasil a par- Eu me lembro de você.
tir da tarde e voltam a provocar pancadas de
[…]
chuva no oeste e norte do RS, no centro-oeste
Você que atende ao apito
de SC, no oeste do PR e no sul de MS, onde
De uma chaminé de barro,
tem-se uma massa de ar quente e úmida.
Por que não atende ao grito tão aflito
O texto acima refere-se à previsão do tempo
Da buzina do meu carro?
para o dia 15/09/09, realizada pelo Centro
[…]
de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos
Mas você não sabe
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Que enquanto você faz pano
Levando em consideração os dados apresenta-
Faço junto do piano
dos, assinale a alternativa correta.
Estes versos pra você.
a) A Frente Polar Atlântica, principal área de
Nos meus olhos você vê
instabilidade da América do Sul meridional, é
Que eu sofro cruelmente,
responsável pelas chuvas previstas no texto.
Com ciúmes do gerente impertinente
b) As áreas de instabilidade são geradas por nu-
vens de desenvolvimento vertical, por isso a Que dá ordens a você.
previsão de pancadas de chuva. (Noel Rosa)
c) As pancadas de chuva são típicas dos climas (Disponível em: <http://tresapitos.noelrosa.
úmidos, muito bem representados pelas regi- letrasdemusicas.com.br/>. Acesso em: 02 abr. 2010.)
ões mencionadas no texto.
d) O deslocamento da massa de ar tropical em Com base na letra da canção e nos conheci-
direção a leste é que gera as áreas de instabi- mentos sobre industrialização brasileira, é
lidade mencionadas no texto. correto afirmar:
e) A massa de ar quente e úmida que se en- a) Trata-se de um processo destituído de rele-
contra sobre o estado do Mato Grosso do Sul vância social, porque passou despercebido
corresponde à massa tropical continental, ge- pela população das metrópoles, cujo cotidia-
radora de chuvas em pancadas. no manteve-se inalterado.
b) Alterou as relações campo–cidade, as pai-
5. (UFPR) Sobre o conceito de fronteira e sua sagens urbanas, os hábitos de consumo das
problemática no contexto brasileiro e sul- pessoas, as relações sociais e criou novas pro-
-americano, é correto afirmar: fissões e postos de trabalho.
a) A formação geográfica e social semelhante c) A indústria têxtil prejudicou o desenvolvi-
dos países da América do Sul proporciona a mento do setor automobilístico, porque em
construção de políticas e acordos fronteiriços ambos havia grande necessidade de mão de
coesos e convergentes entre os países que a obra especializada.
compõem.

8383
d) Os apitos das fábricas foram proibidos nas Com base nas informações do texto e nos co-
grandes metrópoles industrializadas, porque nhecimentos em geografia da população, as-
provocavam poluição sonora que era poten- sinale a alternativa correta.
cializada pelas buzinas dos carros. a) O percentual de crescimento populacional in-
e) Manteve inalterado o equilíbrio populacional dicado mostra que a teoria malthusiana tinha
entre campo e cidade, porque as indústrias
têxteis demandavam pouca mão de obra, razão, isto é, que a população está crescendo
dado o seu alto grau de mecanização. em progressão geométrica e a de alimentos,
em ritmo aritmético.
b) A taxa de natalidade caiu de forma signifi-
7. (UFPR) O discurso oficial enfatiza o fato de
cativa nas últimas duas décadas e a percen-
as regiões Norte e Nordeste estarem exibindo
tagem de crescimento atual é explicada pela
um crescimento econômico acima da média
vinda de migrantes e refugiados de outros
nacional na última década. Isso não é novo.
países.
O Nordeste cresceu a uma taxa superior à do
c) Em termos absolutos, a expressiva diferen-
país em diferentes períodos; na década de
1960, Celso Furtado animou-se com o desem- ça no montante da população entre um ano
penho da região Nordeste! e outro indica que as políticas públicas de
(Adaptado de Carleial, L. O desenvolvimento regional
controle de natalidade da última década não
ainda em questão. In: Randolph, R.; Siqueira, H.; Oliveira, conseguiram diminuir o crescimento popula-
A. (orgs.). Planejamento, políticas e experiências de cional.
desenvolvimento regional: problemáticas e desafios. d) O aumento da densidade demográfica nas re-
Rio de Janeiro: Letra Capital, 2014, p. 40).
giões Norte e Centro-Oeste, que equilibrou a
Com base no texto e nos conhecimentos de distribuição da população nacional, tem sido
geografia econômica e regional do Brasil, as- um fator relevante no crescimento populacio-
sinale a alternativa correta. nal.
a) Instrumentos de políticas regionais foram es- e) Embora apresente essa taxa de crescimento,
tratégias usadas pelo Estado brasileiro para há uma tendência de diminuição da represen-
instituir políticas econômicas, visando esti- tatividade da população jovem no Brasil em
mular o desenvolvimento e diminuir as dis- relação à população em processo de envelhe-
paridades regionais. cimento, confirmando a mudança da estrutu-
b) O crescimento econômico das regiões perifé- ra etária brasileira.
ricas supera a média nacional nos períodos de
crise da indústria do Sudeste, pois isso leva as
9. (UFPR) O Estado do Paraná apresenta uma
empresas industriais a investir onde a mão de
obra é barata. geologia com grande variedade de tipos de
c) Não ocorreu o desenvolvimento do Nordeste, rochas formados em diferentes idades. A fi-
nas décadas de 70 e 80, porque os trabalha- gura abaixo apresenta de modo simplificado
dores da região eram atraídos pelos salários cinco grupos litológicos. Com base nessa figu-
pagos na indústria paulista. ra, considere as afirmativas a seguir sobre a
d) A expansão do PIB da região Norte na última distribuição no tempo geológico dos tipos de
década se deveu à elevação dos preços inter- rochas do Paraná:
nacionais dos produtos industrializados, pois
isso aumentou o valor das exportações da
Zona Franca de Manaus.
e) O PIB do Nordeste cresce a taxas superiores às
do PIB nacional nos períodos em que o Estado
amplia seus investimentos em obras contra a
seca, como no caso da transposição do rio São
Francisco.

8. (UFPR) O Brasil tem 206,08 milhões de ha-


bitantes, segundo dados divulgados nesta
terça-feira (30) [agosto, 2016] pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Estimativas publicadas no Diário Oficial da I. O grupo 1 é composto por depósitos sedi-
União indicam que o país tinha, em 1° de ju- mentares da Era Cenozoica.
lho deste ano, 206.081.432 habitantes. No ano II. O grupo 2 constitui as porções do Paraná
passado, a população era de 204.450.649 ou com as rochas mais jovens, predominan-
seja, o crescimento da população foi de 0,8% temente da Era Proterozoica. Esse grupo
(Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultimas- apresenta as áreas com as maiores eleva-
noticias/agencia-brasil/2016/08/30/ibge-brasil-ja-tem-206-
milhoes-de-habitantes.htm>. Acessado em 31.08.2016.)
ções do estado e é formado na maior parte
por rochas sedimentares.

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III.O grupo 3 é predominantemente constitu- Assinale a alternativa correta.
ído por rochas sedimentares da Era Paleo- a) Somente a afirmativa II é verdadeira.
zoica, que foram depositadas em diferen- b) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
tes tipos de ambientes. c) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
IV. O grupo 4 é formado por rochas ígne- d) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
as vulcânicas. Sua origem se dá por uma e) As afirmativas I, II, III e IV são verdadeiras.
sucessão de derrames de lavas da Era
Mesozoica, que representou um dos mais 11. (Ufpr 2019) Tramita na Assembleia Legisla-
significativos eventos de vulcanismo do tiva do Paraná o Projeto de Lei nº 527/2016,
mundo. que propõe uma redução significativa na área
V. O grupo 5 é formado por rochas metamór- destinada à Unidade de Conservação Estadual
ficas, cuja gênese do alto grau de meta- da Área de Proteção Ambiental (APA) da Es-
morfismo está associada ao evento de se- carpa Devoniana. A redução da área da APA
paração dos continentes sul-americano e resultaria em diversos reflexos ambientais,
africano, na Era Mesozoica. ecológicos, culturais e socioeconômicos na
Assinale a alternativa correta. região, ocasionando a potencialização do de-
a) Somente as afirmativas I, II, III e IV são ver- bate conservacionistas versus produtivistas.
dadeiras. Cabe evidenciar que o objetivo dessa unidade
b) Somente as afirmativas I, III, IV e V são ver- de conservação, conforme o artigo 1º do seu
dadeiras. decreto de criação, nº 1.231, de 27 de mar-
c) Somente as afirmativas II e V são verdadeiras. ço de 1992, é “[...] assegurar a proteção do
d) Somente as afirmativas I, III e IV são verda- limite natural [...], inclusive faixa de Cam-
deiras. pos Gerais, que se constituem em ecossistema
e) Somente as afirmativas II, III e V são verda- peculiar que alterna capões da floresta com
deiras. araucária, matas de galerias e afloramentos
rochosos, além de locais de beleza cênica,
10. (UFPR) Uma reportagem publicada na Revis- como os ‘canyons’, e de vestígios arqueológi-
ta Veja (ed. 2180, ano 43, n. 35, de 1º set. cos e pré-históricos”.
2010, p. 76–77) e intitulada “A força das ci-
Com relação ao assunto, identifique como
dades médias” afirma que a cidade paranaen-
verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes
se de Londrina é um exemplo do sucesso do
afirmativas:
interior do país. Segundo a revista, Londrina
rompeu a barreira dos 500.000 habitantes ( ) APA é uma categoria de unidade de con-
em 2009. Deixou de ser, portanto, uma cida- servação em geral constituída de exten-
de média, para se tornar a irmã caçula das sa área, com possibilidade de ocupação
quarenta metrópoles nacionais – aquelas com humana, dotada de formações vegetais,
mais de meio milhão de moradores. fauna e flora específicas e características
Considerando o conteúdo tratado na reporta- estéticas ou culturais únicas.
gem sob a perspectiva geográfica, considere ( ) Não é possível nenhum tipo de ocupação
as seguintes afirmativas: no interior de uma APA, visto que esse
I. O crescimento populacional de Londrina na tipo de Unidade de Conservação é destina-
atualidade é explicado pelo elevado fluxo da para a proteção integral da fauna, flora
migratório de origem rural e destino urba- e sítios, permitindo-se apenas a visitação
no, também denominado de êxodo rural. controlada.
II. A definição de uma metrópole se faz por ( ) A Escarpa Devoniana, assim designada, é
meio do critério populacional. Toda cidade uma destacada forma de relevo que está
que atinge 500 mil habitantes é automati- situada na passagem entre os comparti-
camente elevada à categoria de metrópole. mentos geomorfológicos denominados de
III.Embora Londrina apareça no texto da re- Primeiro Planalto Paranaense e Segundo
portagem identificada como uma metró- Planalto Paranaense.
pole nacional, ela é posicionada pelo IBGE ( ) Os Campos Gerais que ocorrem no Paraná
(2008) no âmbito do REGIC (Região de apresentam aspecto singular, caracteri-
Influência das Cidades) como uma Capital zando-se por extensas áreas de gramíneas
Regional. baixas desprovidas de arbustos, ocorrendo
IV. A classificação dos centros urbanos de apenas matas ou capões limitados às áreas
uma determinada rede urbana em dife- próximas às nascentes. As árvores e arbus-
rentes níveis é denominada de hierarquia tos crescem em faixas ao longo dos rios e
urbana. córregos, formando matas ciliares.

8585
Assinale a alternativa que apresenta a sequ-
ência correta, de cima para baixo.
a) F – V – F – V.
b) V – F – V – V.
c) F – V – V – F.
d) V – F – F – V.
e) V – V – F – F.

1. (UFSC) Exemplos de representação de escalas


cartográficas

B-1: 100.000
Sobre a representação de escalas cartográfi-
cas, é correto afirmar que:
01) a escala de um mapa será sempre a ampliação
da realidade para que se torne possível sua
representação em uma escala gráfica ou nu-
mérica
02) o exemplo B está incompleto, pois não indica
claramente a unidade de medida.
04) a escala do exemplo A indica que cada 60 km
no solo equivalem a 16.000.000 no papel.
08) a escala, no exemplo B, pode aumentar ou
diminuir o mapa, enquanto que, no exemplo
A, a escala é mais próxima da realidade.
16) o exemplo B, uma escala numérica, indica
que quanto maior for o seu denominador,
menor será a escala.

2. (UFSC) A segunda-feira já começou muito ge-


lada em Santa Catarina. Na cidade de Urubici,
na Serra catarinense, os termômetros registra-
ram -5° C na altura do Morro da Igreja, e ao
longo do dia as temperaturas não devem passar
de 17° C em todo o Estado. De acordo com a
central de meteorologia [...], depois da chuva
e da neve do fim de semana, o ar seco e frio
vai predominar em SC. Assim, a previsão é de
tempo seco e sol, com possibilidade de geada

86
86
ao amanhecer no Oeste, no Meio Oeste, na Serra e no Planalto Norte.
Disponível em: <http://dc.clicrbs.com.br/sc/estilo-de-vida/noticia/2016/08/segunda-feira-registra-frio-
intenso-em-todas-as-regioes-de-sc-7314288.html>. [Adaptado]. Acesso em: 22 ago. 2016.

Sobre elementos e fatores do clima e sobre o quadro físico da Mesorregião Serrana catarinense, é
correto afirmar que:
01) um dos aspectos da fitogeografia da Serra catarinense são as florestas aciculifoliadas subtropicais e as
formações de campos limpos.
02) as quedas bruscas de temperatura na Serra catarinense são ocasionadas sobretudo pela atuação da massa
polar do Pacífico.
04) concentra as principais formações dos Dobramentos Modernos, por isso a predominância de planaltos.
08) predomina na Serra catarinense o clima tropical continental, que se caracteriza pela existência de duas
estações bem definidas.
16) neve é a precipitação de cristais de gelo translúcidos e brancos em geral de forma hexagonal.

3. (Ufsc 2020)

Sobre a figura acima, que representa a região Sul do Brasil, é correto afirmar que:
01) a formação socioespacial do Brasil Meridional teve início com a chegada dos primeiros imigrantes
europeus à região ainda na primeira metade do século XIX.
02) os estados do Paraná (1), de Santa Catarina (2) e do Rio Grande do Sul (3) integram a região Sul,
uma das cinco regiões do Brasil de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
04) a região Sul coincide com a proposta de regionalização que considera as trocas do meio técnico-
-científico-informacional, de capital financeiro e de mercadorias.
08) a região Sul tem uma concentração populacional maior, no Rio Grande do Sul, em torno de Porto
Alegre; no Paraná, na região de Curitiba; e, em Santa Catarina, no Nordeste, no vale do Itajaí-Açu e
na Grande Florianópolis.
16) a região Sul, a segunda mais industrializada do país, apresenta uma economia cuja diversificação é
destaque nacional, especialmente no caso da agroindústria, da indústria automobilística e da mine-
ração.
32) a configuração do relevo e as chuvas frontais, resultantes do encontro das massas de ar Tropical
atlântica e Tropical continental, são responsáveis pelas catástrofes ambientais em determinadas áreas
da região Sul.
64) a linha que corta os três estados na figura representa as serras Geral e do Mar, grandes divisores das
bacias hidrográficas que se lançam para o litoral do Atlântico e de rios que se dirigem para o interior
dos estados como integrantes da bacia Platina.
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4. (UFSC) 16) o capitalismo – sistema social e econômico
JOÃO GRILO – Mas Chicó, e o rio São Francis- em que a propriedade é privada – baseia-se
co? na relação social entre a classe que detém o
CHICÓ – Só podia estar seco nesse tempo, por- monopólio dos meios de produção e do capi-
que não me lembro quando passei... E nesse tal e a classe trabalhadora.
tempo todo o cavalo ali comigo, sem reclamar 32) os meios de produção no sistema capitalis-
nada! ta incluem as máquinas, as ferramentas, as
[...] instalações físicas, as fontes de energia, os
PALHAÇO – [...] nas cenas seguintes, dois de- meios de transporte e a tecnologia em produ-
mônios vestidos de vaqueiro, pois isso decor- tos e processos.
re de uma crença comum no sertão do Nor- 64) a chamada produção em série, o toyotismo,
deste. dominante entre a década de 1930 e a década
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 3. ed. Rio de 1970, foi substituída pela produção exclu-
de Janeiro: Nova Fronteira, 2014, p. 23 e 117. sivista.
Sobre o Nordeste brasileiro, é correto afirmar
que: 6. (UFSC) Sobre a formação econômica de Santa
01) afloramentos rochosos são uma característica Catarina, é correto afirmar que:
comum das áreas mais altas da Caatinga; es- 01) no final do século XIX, as frentes pioneiras, o
ses afloramentos e os solos pouco profundos extrativismo vegetal e a construção da Estra-
da de Ferro São Paulo - Rio Grande no litoral
formam as condições ideais para as cactáceas.
norte do estado resumem-se num só elemen-
02) considerando as informações contidas no tex-
to, que explica a introdução de relações ca-
to acima, há trechos em que o rio São Fran- pitalistas de produção no litoral e na região
cisco é considerado intermitente. então conhecida como Contestado.
04) no final de 2015, o rompimento de barragens 02) no início do século XX, começaram a se con-
contendo resíduos de mineração resultou na solidar os setores que comandariam a econo-
contaminação do rio São Francisco em vários mia catarinense até o início dos anos 1960:
trechos, comprometendo inclusive a pesca ar- têxtil, madeireiro e alimentício.
tesanal e o abastecimento de água potável. 04) os anos 1990, a chamada “década perdida”,
08) a Caatinga, principal bioma do sertão nordes- significaram verdadeiros retrocessos para
tino, ainda carece de marcos regulatórios e segmentos representativos da indústria na-
de ações e investimentos em sua conservação cional. Em Santa Catarina, um dos setores
e uso sustentável. mais atingidos foi o segmento têxtil e de ves-
16) no sertão, principal cenário da obra de Su- tuário, com o processo de abertura comercial
assuna, o tipo climático predominante é o e sobrevalorização.
tropical alternadamente seco e úmido. 08) no século XIX, os imigrantes alemães e ita-
32) as formações de planícies que dominam o lianos que desembarcaram no sul de Santa
sertão nordestino são compostas de argilito Catarina foram os desbravadores da extração
da fluorita e do carvão vegetal, que alimenta-
metamorfoseado de rochas quartzíticas con-
riam as futuras indústrias carboníferas.
solidadas na era Cenozoica.
16) a grande propriedade, a pecuária e o extrati-
vismo mercantil constituíram a base econô-
5. (UFSC) Sobre a organização econômica do es- mica do Vale do Itajaí.
paço mundial e brasileiro, é correto afirmar 32) o padrão de crescimento da indústria catari-
que: nense alterou-se, sobretudo a partir dos anos
01) a economia mundial teve enorme crescimento 1960, principalmente com investimentos em
a partir da Primeira Guerra Mundial, princi- energia e transporte e com a consolidação do
palmente em função da “revolução verde”. setor eletro-metal-mecânico, liderado pelas
02) as duas primeiras revoluções industriais nos médias e grandes indústrias.
séculos XVIII e XIX serviram para expandir
o capitalismo dos centros econômicos mun-
diais – Europa ocidental e Estados Unidos da
América – principalmente para os países pe-
riféricos.
04) a expansão do capitalismo no século XVI le-
vou à fundação de várias feitorias no Brasil,
nas quais as atividades econômicas depen-
diam exclusivamente do comércio de produ-
tos pecuários.
08) a extensão territorial de um país é o principal
fator para determinar seu grau de desenvolvi-
mento econômico e social.

88
88
7. (UFSC)

Sobre o estado de Santa Catarina, é correto afirmar que:


01) é o menor estado da Região Sul do Brasil e, no entanto, ali são encontradas grandes diferenças em
termos de paisagens, culturas e atividades econômicas.
02) o clima predominante no estado tem as características de tropical de altitude, com temperaturas agra-
dáveis, que variam de 13 °C a 25 °C, com chuvas mal distribuídas durante todo o ano.
04) a pequena produção mercantil possibilitou a gênese da indústria catarinense, principalmente nas áre-
as de colonização europeia.
08) a superfície do território estadual é pouco ondulada (acidentada), com destaque para as grandes ex-
tensões de seu litoral, as chamadas Planícies Costeiras.
16) o mapa representa as áreas administrativas do estado, observando-se grandes extensões territoriais.

8. (UFSC) Sobre o território catarinense, é correto afirmar que:


01) diferentemente de outros estados brasileiros, o planejamento catarinense foi descolado das diretrizes
nacionais e apresenta reduzidas políticas econômicas e regionais e forte intervenção da iniciativa
privada em setores considerados estratégicos.
02) a mesorregião do Vale do Itajaí possui como principal característica a colonização alemã, sendo impor-
tante polo da indústria têxtil, com destaque para a exportação através do Porto de Itajaí.
04) o Oeste catarinense foi a região que se consolidou mais tardiamente, tendo sido os interesses conflitu-
osos entre Santa Catarina e Paraná (como a Guerra do Contestado), resolvidos apenas ao fim da década
de 1910, uma das causas desse atraso.
08) no período de 1930 a 1970, passa por transformações que consolidarão seu padrão de produção e in-
tegração tanto em termos regionais quanto nacionais.
16) a mesorregião de Florianópolis foi colonizada por açorianos e espanhóis no século XVIII, apresenta um
relevo litorâneo muitíssimo recortado, com pântanos, lagunas e falésias, e tem na pesca a atividade
econômica mais importante.
32) o Sul do estado de Santa Catarina, cujos principais municípios são Criciúma, Tubarão, Gravatal, Ara-
ranguá e Urussanga, teve colonização predominantemente italiana e suas principais atividades econô-
micas são o turismo, a indústria do vestuário, o extrativismo mineral e a indústria cerâmica.

9. (UFSC)

8989
Com base na leitura do gráfico e sobre a população brasileira, é correto afirmar que:
01) o estado de Santa Catarina sempre teve população urbana maior que população rural desde o início da
ocupação de seu território.
02) no presente, a diferenciação entre população rural e população urbana é mais complexa, pois há gran-
de número de trabalhadores em atividades rurais vivendo nas cidades bem como habitantes da área
rural trabalhando no meio urbano.
04) parcela significativa da mão de obra rural migrou para as cidades em busca de melhores condições de
vida como consequência das políticas de estímulo à industrialização, principalmente a partir da déca-
da de 1950.
08) a população catarinense que vive no campo pratica técnicas tradicionais de agricultura, o que a afasta
das principais modificações ocorridas na estrutura agrícola brasileira nas últimas décadas.
16) entre outras variáveis, mesmo que sua população urbana seja maior que a rural, o Brasil ainda apre-
senta características de um país subdesenvolvido industrializado.
32) Florianópolis, capital de Santa Catarina, é a cidade mais populosa e mais povoada do estado.

10. (UFSC) Sobre a urbanização brasileira, é correto afirmar que:


01) a urbanização ocorre quando o crescimento da população urbana é maior que o crescimento da popu-
lação rural.
02) o crescimento acelerado da urbanização no Brasil não está relacionado com o crescimento da violência
nas cidades nas últimas décadas.
04) os processos de industrialização e de urbanização brasileiros estão profundamente interligados, pois
as indústrias passaram a ser instaladas principalmente em locais que dispõem de infraestrutura, de
demanda para o consumo e de oferta de mão de obra.
08) no rápido processo de êxodo rural, as grandes cidades brasileiras absorveram grande contingente de
habitantes, mas de forma geral não houve ampliação nem melhoria da infraestrutura urbana, o que
desencadeou graves problemas sociais.
16) as grandes cidades brasileiras concentram os principais problemas sociais e por isso são as primeiras a
terem políticas públicas exitosas.

11. (Ufsc) Com relação à Cartografia e a respeito das projeções cartográficas, é correto afirmar que:
01) as projeções cartográficas possibilitam representar uma realidade que é esférica numa superfície pla-
na, embora essas projeções apresentem distorções, como é o caso da projeção de Mercator, que altera
em demasia as áreas equatoriais.
02) a Cartografia está incumbida de gerir, produzir e difundir mapas, plantas e outros produtos cartográ-
ficos que buscam representar a superfície terrestre em sua totalidade ou em parte dela.

04) as representações da superfície terrestre podem ser feitas de perspectivas variadas e expressam pontos
de vista que diferem em função de valores culturais e de interesses geopolíticos e econômicos, como
é o caso da visão eurocêntrica da projeção de Mercator.
08) a complexidade do espaço geográfico dificulta a representação simultânea de todos os elementos na-
turais e humanos, mas o mapa permite, de maneira simplificada, registrar e localizar esses elementos,
além de facilitar a orientação dos usuários desse instrumento.
16) a escala é elemento importante de um mapa, pois apresenta a proporção entre o objeto real e o re-
presentado; uma escala é grande quando se reduzem muito os elementos representados, como por
exemplo: 1:24.000.000.
32) no livro Quarenta dias, a distância percorrida por Alice entre João Pessoa (PB) e Porto Alegre (RS), com
passagem por São Paulo (SP), foi de 4.005 km, se considerarmos que, num mapa do Brasil com escala
de 1:44.500.000, a distância entre João Pessoa e São Paulo é de 6 cm e de São Paulo a Porto Alegre é
de 2 cm.

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12. (Ufsc 2019) Leia o texto, observe a imagem e analise as informações que ela apresenta.

A determinação da posição absoluta prescinde de qualquer ponto de referência particular. Desde a


Antiguidade, os gregos imaginaram um sistema universal de referência. Dicearco (350-290 a.C.),
um discípulo de Aristóteles, foi o precursor do sistema de coordenadas geográficas.
MAGNOLI, Demétrio; ARAUJO, Regina. Geografia: a construção do mundo:
geografia geral e do Brasil. São Paulo: Moderna, 2005, p. 36.

Sobre o tema proposto, é correto afirmar que:


01) os meridianos são círculos imaginários da esfera cujo plano é perpendicular ao eixo de rotação, ou eixo
polar; os meridianos são horizontais e equidistantes.
02) o meridiano de Greenwich divide o globo terrestre em dois hemisférios: o Leste ou Ocidental e o Oeste
ou Oriental.
04) o Equador, principal paralelo, divide o globo terrestre em dois hemisférios: o Norte ou Setentrional e
o Sul ou Meridional.
08) as coordenadas geográficas estabelecem a posição ou a localização de qualquer ponto contido em um mapa.
16) no Brasil, o Trópico de Capricórnio passa pelos estados do Paraná, de Santa Catarina e de São Paulo;
ele determina a subtropicalidade na Região Sul do Brasil e estabelece as características climáticas do
estado de Santa Catarina.
32) o Brasil é um país predominantemente tropical e com a maior parte do seu território no hemisfério
Setentrional.
64) Santa Catarina é um estado localizado em área temperada, cujos reflexos aparecem no clima subtropical.

13. (Ufsc 2019) O olho do satélite fotografa Santa Catarina como um triângulo – o vértice no rio Pe-
periguaçu, fronteira com a Argentina, onde se desenvolveu a nossa “Califórnia” agroindustrial; a
base na costa do Atlântico – onde se hospeda a obra assinada pelo Grande Arquiteto: areias brancas
e finas, 530 quilômetros de pequenos e grandes prodígios, na forma de dunas, promontórios, en-
seadas, restingas e lagoas. Com um encanto único: montanhas em tobogã, convivendo com o mar.
[...] A essas maravilhas se agregou um magnífico caleidoscópio humano, de diversificada etnia.
[...] Prazer, mundo. Somos a Bela e Santa República Catarina.
RAMOS, Sérgio da Costa. Diário Catarinense, Florianópolis, 8 ago. 2018.

Com base no texto acima e com os conhecimentos sobre Santa Catarina, é correto afirmar que:
01) o território catarinense caracteriza-se por uma região de altitudes mais elevadas, levemente inclinado
para oeste, e por uma área que vai da borda do planalto até o mar, conhecidas, respectivamente, por
região do Planalto e região do Litoral e Encosta.

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02) a “Califórnia” agroindustrial a que se refere o autor diz respeito à região serrana catarinense, produto-
ra de carne de suínos e de aves, que tem por base as grandes empresas que controlam todo o processo
de produção sem a presença de intermediários.
04) o meio natural e os fluxos de colonizadores favoreceram uma organização espacial comandada, desde
os primórdios, pela cidade de Florianópolis, capital de Santa Catarina e maior cidade em população
absoluta do estado catarinense.
08) a Serra Catarinense é uma região com maravilhosos pontos turísticos, como as serras do Rio do Rastro
e do Corvo Branco e o Morro da Igreja, com estradas sinuosas e vista espetacular, além de ser uma das
regiões mais frias, cuja paisagem ganha um toque especial com geadas, cachoeiras congeladas e neves
esporádicas.
16) o estado de Santa Catarina caracteriza-se por apresentar diversos polos econômicos: metalurgia, má-
quinas e equipamentos, material elétrico, autopeças, plástico, confecções e mobiliário, na região
Serrana; alimentar, no Oeste Catarinense; têxtil, cerâmico, naval, cristal e celulose, no Vale do Itajaí.
32) o magnífico caleidoscópio humano mencionado no texto refere-se ao processo de ocupação do terri-
tório catarinense, configurado como uma mistura de culturas trazidas por paulistas, por europeus –
alemães, italianos, poloneses, portugueses, entre outros – e por japoneses.

14. (Ufsc 2019) Santa Catarina é um estado com uma paisagem geográfica diversificada. A figura abai-
xo mostra a divisão geográfica segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Sobre o estado catarinense e com base nas informações acima, é correto afirmar que:
01) às regiões 4, 5, 6 e à parte leste da região 2 corresponde a porção de Santa Catarina com os rios da
vertente do Atlântico onde se destacam as bacias hidrográficas do Tubarão e do Araranguá pela abran-
gência e importância econômica.
02) o número 1 indica o Oeste catarinense, a região mais dinâmica e diversificada, concentradora dos
berçários de tecnologia da informação, apesar de apresentar um setor primário sem expressão regional
e estadual.
04) a região Serrana catarinense, apontada pelo número 3, é área de florestas ocupadas pela pecuária, que
em fins do século XVII deu origem aos minifúndios pastoris que perduram até os dias atuais.
08) as regiões 1, 3 e 5 são as de maior população absoluta do estado e onde se concentram as indústrias
do setor cerâmico e de informática, cuja matéria-prima é o conhecimento.
16) a diferença altimétrica entre o Litoral e o Planalto é em grande parte responsável pelo fato de Santa
Catarina não apresentar até hoje um centro articulador do seu território; Florianópolis, mesmo sendo
a capital, não desempenha esse papel.
32) o clima subtropical, com chuvas distribuídas ao longo do ano e com verões quentes, abarca todas as
mesorregiões de Santa Catarina e resulta da atuação das massas de ar Tropical atlântica e Tropical
continental.
64) o vale do Itajaí, assinalado com o número 4, a exemplo de outros lugares, apresenta uma paisagem
geográfica sujeita a desastres naturais que têm origem na configuração do relevo e no descontrole da
ocupação urbana, entre outros fatores.
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3. (Ufrgs) A manchete e a imagem abaixo retra-
tam uma cena que se repete cotidianamente
na BR-116, estrada que liga Porto Alegre/RS
a municípios da região metropolitana.

1. (Ufrgs) Considere as afirmações abaixo, so-


bre o Sistema Aquífero Guarani.
I. É um gigantesco reservatório de água
subterrânea, que abrange cerca de 1,2
milhão de km2 espalhando-se por Para-
guai, Uruguai, Argentina e oito estados
brasileiros.
II. Possui 100% de água potável, disponí- Entre os inúmeros fatores que causam essa
vel e suficiente para o abastecimento de situação, pode-se destacar o fluxo de pessoas
todos os moradores da América do Sul residentes em outros municípios que se des-
pelos próximos 2.500 anos. locam, diariamente, para trabalhar ou estudar
III.Apresenta heterogeneidade, com re- na capital. Esse movimento é denominado:
lação a sua potencialidade, com poços a) êxodo rural.
secos em camadas quase impermeáveis, b) migração pendular.
que isolam outras camadas aquíferas de c) transumância.
boa permeabilidade e poços de ótima d) emigração.
vazão, o que significa que nem sempre é e) êxodo urbano.
possível obter água potável de boa qua-
lidade nesse sistema. 4. (Ufrgs) Observe o gráfico abaixo, sobre a fe-
Quais estão corretas? cundidade no Brasil.
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

2. (Ufrgs) Leia o segmento abaixo.

A realidade geográfica apresenta-se então


como composta por três elementos funda-
mentais: um substrato plástico, uma ener-
Considerando as informações contidas no
gia de circulação, produzida pelos contatos
gráfico, é correto afirmar que:
entre forças opostas, e um conjunto de
a) o Brasil é um país onde os casais têm muitos fi-
formas que são como que o efeito desta
lhos, colocando os estudiosos em alerta quanto
energia sobre o substrato, justamente sua
à possibilidade de explosão populacional.
inscrição. É este último plano, o das ins-
b) o declínio da taxa de fecundidade deve-se ao
crições, entendido como fisionomia da Ter-
aumento da mortalidade infantil, observado
ra, que é o plano propriamente geográfico,
nos últimos anos.
aquele onde houve, efetivamente, escrita
c) a quantidade de filhos no Brasil é compatível
da Terra.
com a caracterização de país de Terceiro Mun-
BESSE, J.M. Ver a Terra. São Paulo:
do, pois pobres têm muitos filhos.
Perspectiva, 2006. p. 71.
d) o gráfico é demonstração exemplar do poder
O conceito geográfico referido pelo texto é: das mulheres sobre seus corpos.
a) lugar. e) o declínio da fecundidade para um patamar
b) território. inferior a 2 coloca o Brasil com índice abaixo
c) espaço. da taxa de reposição da população, signifi-
d) escala. cando que, nos próximos anos, a população
e) paisagem. nascida no país deve diminuir.

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5. (Ufrgs) Em suas viagens de estudo pelo Rio Grande do Sul, o padre jesuíta Balduíno Rambo, autor
de A fisionomia do Rio Grande do Sul, conheceu muitos lugares, como identificado no mapa abaixo,
pela sequência 1, 2 e 3.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta dos compartimentos geomorfológicos do re-
levo por onde passou o padre Rambo.
a) Planície Litorânea, Escudo Sul-rio-grandense e Cuesta de Haedo.
b) Depressão Central, Planalto Meridional e Escudo Sul-rio-grandense.
c) Planalto Meridional, Escudo Sul-rio-grandense e Cuesta de Haedo.
d) Planície Litorânea, Planalto Meridional e Depressão Central.
e) Planície Litorânea, Planalto Meridional e Cuesta de Haedo.

6. (Ufrgs) Observe o mapa abaixo, sobre o aumento percentual da população da região metropolitana
de Porto Alegre, entre os Censos de 2000-2010.

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Considere as afirmações abaixo, sobre o mapa.
I. O crescimento populacional apresentado no mapa é a demonstração de que a urbanização bra-
sileira, especialmente nas áreas metropolitanas, não apresenta nenhum padrão identificável, o
que configura um crescimento aleatório.
II. O padrão de crescimento populacional apresentado no mapa, devido às peculiaridades do Rio
Grande do Sul, como baixo crescimento populacional e baixo crescimento econômico na última
década, difere do encontrado em outras metrópoles brasileiras, pois é sabido que as grandes
cidades crescem de forma explosiva em termos populacionais.
III.O padrão de crescimento populacional apresentado no mapa corresponde ao observado em
outras metrópoles brasileiras: tendência de crescimento populacional maior em municípios
periféricos do que no núcleo metropolitano.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

7. (Ufrgs) O Rio Grande do Sul é formado por três grandes regiões hidrográficas: a do Uruguai, a do
Guaíba e a Litorânea. A quantidade e a qualidade de suas águas têm sido alteradas pelas atividades
humanas.
Sobre essas regiões hidrográficas, é correto afirmar que:
a) na região do Uruguai, predominam as atividades agrícolas e pastoris, que fazem reduzir a quantidade
de sedimentos na água e aumentar a contaminação por coliformes fecais.
b) na região Litorânea, há intensa ocupação nos meses de verão, embora a infraestrutura adequada para
atender esse contingente populacional não acarrete alteração nas condições de balneabilidade das
praias, rios e lagos.
c) na região do Guaíba, concentram-se as maiores áreas urbanas e industriais do Estado, apresentando os
maiores índices de poluição, no que se refere tanto aos dejetos orgânicos, quanto aos industriais.
d) na bacia do rio Jacuí, a carga de sedimentos oriundos de processos erosivos não é considerada preju-
dicial para a qualidade de água do Lago Guaíba e da Laguna dos Patos.
e) na região do Guaíba, que abrange a maior parte do Estado, há ocupação de mais de 50% do território
rio-grandense.

8. (Ufrgs) Sobre os aspectos físicos do Rio Grande do Sul, considere as seguintes afirmações.
I. O Estado apresenta variedade geomorfológica: planícies, planaltos e depressões.
II. A Bacia Hidrográfica do rio Camaquã, que cobre o setor norte e oeste do Estado, apresenta po-
tencial de navegação e potencial hidrelétrico.
III.A cobertura vegetal é composta por áreas de floresta tropical, mata de araucárias, mangues e
campos.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

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9. (Ufrgs) Observe o mapa de precipitação média anual abaixo e assinale a alternativa que indica os
fatores geradores da condição apresentada.

a) As chuvas no Rio Grande do Sul concentram-se no sul do estado, devido à entrada constante de frentes
polares.
b) Os valores elevados de precipitação no norte do estado devem-se à influência da massa equatorial
continental que traz umidade da Amazônia.
c) O maior volume de chuva no norte do estado explica-se pela altitude do planalto sul-riograndense
associado à trajetória das frentes polares no sentido SW-NE.
d) O menor volume de chuvas no sudoeste deve-se à Cordilheira dos Andes que barra a entrada de umi-
dade vinda de oeste.
e) O aumento crescente das chuvas para o norte deve-se à influência da maritimidade.

10. (Ufrgs) Observe a tabela abaixo.

Sobre as migrações no Rio Grande do Sul, é correto afirmar que:


a) as mudanças nos padrões migratórios entre o final do século XX e o início do século XXI não foram
significativas, tanto nas migrações intraestaduais quanto interestaduais.
b) a saída cada vez maior de pessoas do Rio Grande do Sul reflete mudanças nas cidades receptoras, com
Porto Alegre deixando de ter saldo positivo, enquanto Caxias toma a dianteira nesse parâmetro.
c) as migrações no Estado estão restritas às maiores cidades que, por padrão, se desenvolvem mais do que
pequenas cidades.
d) o Estado vem apresentando um saldo migratório decrescente.
e) o Rio Grande do Sul, por ser um dos Estados mais desenvolvidos do Brasil, atrai migrantes do país
inteiro, como comprova o saldo migratório.

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11. (Ufrgs) Observe a figura e o quadro abaixo.

Considerando a figura que apresenta a distribuição dos homicídios de mulheres por Unidade da
Federação (UF), no Brasil, em 2013, e o quadro que indica variação dessa taxa entre 2006 e 2013,
depois de promulgada a Lei Maria da Penha, assinale a alternativa correta.
a) As taxas de homicídios têm distribuição uniforme nas UFs.
b) As taxas de homicídios não sofreram redução, uma vez que houve registros de mortes em todas as UFs.
c) A tendência de violência no Norte do país é evidenciada pelo crescimento uniforme das taxas, em
todas as UFs da região.
d) Acre, Goiás, Alagoas e Espírito Santo apresentaram, em 2013, taxas de homicídios duas vezes maiores
que o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
e) Cinco UFs registraram quedas nas taxas de homicídios, três delas no Sudeste do país.

12. (Ufrgs) Observe a tabela abaixo, sobre obesidade no Brasil.

PERFIL DA OBESIDADE

Faixas etárias Prevalência em 2006 (%) Prevalência em 2016 (%) Variação de 2006 a 2016
18 a 24 anos 4,4 8,5 93,2
25 a 34 anos 9,8 17,1 74,5
35 a 44 anos 12,8 22,5 75,8,
45 a 54 anos 16,1 22,8 41,6
55 a 64 anos 18,1 22,9 27,2
65 e mais 16,1 20,3 26,1

Faixa de escolaridade
Até 8 anos de estudo 15,3 23,5 53,6
9 a 11 anos 9 18,3 103,3
12 anos ou mais 8,6 14,9 73,3
Fonte: Dados - Vigitel 2016, pesquisa do Ministério da Saúde; Pesquisa Nacional da Saúde,
do IBGE. Tabela extraída de Folha de São Paulo, de 9 de agosto de 2017.

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A partir dos dados, é correto afirmar que
a) a obesidade é maior entre os jovens adultos nos anos 2006 e 2016.
b) a obesidade aumentou entre aqueles com níveis de estudo médio e alto, embora a prevalência seja
maior entre as pessoas com menor escolaridade.
c) menos da metade da população adulta está acima do peso.
d) a população de idosos com obesidade representa um quarto da população no ano de 2016.
e) a obesidade é maior entre pessoas mais jovens com média escolaridade.

13. (Ufrgs 2019) Observe a sequência de imagens abaixo.

Considerando a sequência das imagens acima, de A a D, pode-se dizer que


a) a escala das imagens diminui, pois mais detalhes podem ser vistos na sequência.
b) os detalhes das imagens diminuem na sequência de A a D, e aumenta a área representada.
c) a escala aumenta na sequência das imagens, uma vez que há, na imagem D, uma área maior.
d) o detalhamento da imagem A é maior, portanto sua escala é menor que a das imagens posteriores.
e) a escala pouco muda, pois há a mesma área representada de A a D.

14. (Ufrgs 2019) Considere as afirmações abaixo, sobre as variações no ângulo de incidência da luz
solar e na duração do dia nos diferentes hemisférios, conforme a latitude ao longo do ano.
I. O solstício de verão no Hemisfério Sul corresponde ao dia mais longo do ano devido à maior
duração da exposição solar. Nessa data, há insolação durante 24 horas nas latitudes ao sul do
Círculo Polar Antártico.
II. A duração do inverno em Porto Alegre se altera a cada ano, pois o ângulo solar é diferente no
solstício de inverno no Hemisfério Sul e no solstício de inverno no Hemisfério Norte.

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III.A duração do dia e da noite, nas datas dos solstícios, é exatamente igual em Porto Alegre. A
duração da exposição solar ao norte do Círculo Polar Ártico, no solstício de verão no Hemisfério
Norte, e ao sul do Círculo Polar Antártico, no solstício de verão no Hemisfério Sul, é maior do
que a recebida no Equador no Equinócio.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) I, II e III.

15. (Ufrgs 2020) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo,
na ordem em que aparecem.
Estão em discussão, na atualidade, diferentes projetos de empreendimentos com potencialidade
para geração de impactos ambientais preocupantes em diferentes bacias hidrográficas do Esta-
do do Rio Grande do Sul. Entre esses projetos, estão os de mineração, localizados na Bacia do
__________ que podem afetar o __________, e os de hidrelétricas na Bacia do __________ que
podem afetar o __________.
a) Lago Guaíba – Parque Estadual do Delta do Jacuí – Rio Uruguai – Parque Estadual do Turvo
b) Rio Uruguai – Parque Estadual do Turvo – Lago Guaíba – Parque Estadual do Delta do Jacuí
c) Rio Uruguai – Parque Estadual do Espinilho – Lago Guaíba – Parque Estadual do Tainhas
d) Lago Guaíba – Parque Estadual do Tainhas – Litoral – Parque Nacional de Aparados da Serra
e) Litoral – Parque Nacional de Aparados da Serra – Rio Uruguai – Parque Estadual do Turvo

16. (Ufrgs 2019) Observe a figura abaixo.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na ordem em


que aparecem.
O registro ígneo observado __________ corresponde à província chamada Paraná-Etendeka e está
relacionado à __________ de placas tectônicas.
a) nos cones vulcânicos em Morrinhos (RS) – divergência
b) na Torre da Guarita em Torres (RS) – divergência
c) nos cânions em Caçapava do Sul (RS) – convergência
d) nas montanhas na Serra do Corvo Branco (SC) – convergência
e) nas Cataratas do Iguaçu (PR) – convergência

9999
17. (Ufrgs 2019) O Sistema de Informação Geo- III.A previsão de harmonia das normas am-
gráfica (SIG) é uma ferramenta fundamental bientais dos países integrantes do MERCO-
para a análise de dados espaciais. Esse siste- SUL implica ordenamento ambiental úni-
ma visa auxiliar na delimitação de elementos, co.
conjuntos e fenômenos geográficos, por meio Quais estão corretas?
de representações temáticas da realidade em a) Apenas I.
mapas. b) Apenas II.
Considere as afirmações abaixo, sobre a dis- c) Apenas I e III.
tribuição espacial de elementos, conjuntos e d) Apenas II e III.
fenômenos no Estado do Rio Grande do Sul. e) I, II e III.
I. As Unidades de Conservação, associadas à
política ambiental de valorização do bio-
ma Mata Atlântica, estão concentradas na
região Noroeste do estado.
II. As usinas de energia eólica, produzindo
um total aproximado de de energia elé-
trica, estão concentradas na região do Li-
toral e Campanha Gaúcha.
III.Os espaços vazios, com ausência de cida-
des de médio e grande porte, situam-se no
Litoral Médio.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

19. (Ufrgs 2020) Leia o segmento abaixo.


A União Europeia conseguiu fechar em
28/06/2019 com os países do Mercosul (Ar-
gentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) um am-
bicioso acordo comercial que dará acesso às
empresas europeias a um mercado de 260 mi-
lhões de consumidores, segundo confirmaram
fontes comunitárias. Com o pacto, que levou
quase duas décadas de negociações, a UE se
reivindica como bastião do livre comércio em
uma época marcada pelas políticas protecio-
nistas dos Estados Unidos e China.
Disponível em: <https://brasil.elpais.com/
brasil/2019/06/28/internacional/1561741765_367243.html>.

Acesso em: 02 jul. 2019.


Considere as seguintes afirmações a respeito
do MERCOSUL.
I. A tendência, a partir do tratado firmado
com a União Europeia em junho de 2019,
é a alteração no papel tradicional dos pa-
íses do MERCOSUL, conhecidos como ex-
portadores de bens primários agrícolas e
minerais e importadores de produtos in-
dustrializados de alto valor agregado.
II. As missões Jesuíticas-Guaranis são um
dos eixos da política de patrimonialização
supranacional do MERCOSUL e uma via
fundamental para o desenvolvimento eco-
nômico e social de áreas de fronteira.

100
100
04) Dentre os principais problemas encontrados
nas áreas da recarga natural dos aquíferos,
estão os relacionados com o desmatamento e
com a impermeabilização dos solos nas áreas
urbanas.
08) Todos os países que compõem a América do
Sul utilizam as águas subterrâneas armazena-
das no Aquífero Guarani.
16) No Brasil, o Aquífero Guarani abrange somen-
te os estados das regiões Sudeste e Centro-
1. (Uem) Sobre os aspectos naturais do estado -Oeste.
do Paraná, assinale o que for correto.
01) O Terceiro Planalto Paranaense ocupa dois 4. (Uem) A utilização das águas subterrâneas
terços da área do total do estado. para suprir as necessidades diárias da popu-
02) No noroeste do estado, as ocorrências de ro- lação, em vários países, é uma realidade no
chas sedimentares e de solos arenosos favore- presente século. Sobre a origem, as caracte-
cem o surgimento de erosões. rísticas e usos das águas subterrâneas, assi-
04) O clima tropical atua ao sul do Trópico de nale o que for correto.
Capricórnio. 01) As águas subterrâneas não participam do ci-
08) Na Serra do Mar, a vegetação típica é a de clo hidrológico devido à sua elevada profun-
campos limpos, devido às elevadas altitudes. didade abaixo da superfície do terreno.
16) O litoral paranaense possui duas baías: a de 02) As águas subterrâneas, junto com as geleiras,
Paranaguá e a de Guaratuba. constituem a maior parte da água doce retida
do planeta.
2. (Uem) O rio São Francisco já foi narrado em 04) Dentre os principais problemas encontrados
obras científicas, literárias e televisivas. Em nas áreas da recarga natural dos aquíferos,
geral, é admirado pela população ribeirinha. estão os relacionados com o desmatamento e
A respeito de suas características físicas, áre- com a impermeabilização dos solos nas áreas
as de abrangências e influências socioeconô- urbanas.
micas, assinale o que for correto. 08) Todos os países que compõem a América do
01) É conhecido popularmente como “baiani- Sul utilizam as águas subterrâneas armazena-
nho”, pois tem sua nascente no estado da das no Aquífero Guarani.
Bahia. 16) No Brasil, o Aquífero Guarani abrange somen-
02) É um rio típico de planície, com baixa profun- te os estados das regiões Sudeste e Centro-
didade, ou seja, é raso, o que não favorece a -Oeste.
navegação.
04) Ele contribui para a produção alimentícia da 5. (Uem) Assinale o que for correto sobre mas-
região, pois é utilizado para irrigação da agri- sas de ar e sobre as massas de ar que atuam
cultura e para atividades pesqueiras. no território brasileiro.
08) A transposição de trechos do rio São Fran- 01) A Massa Equatorial Atlântica, de característi-
cisco para atender a necessidade hídrica de ca fria e seca, atua nas regiões Sul e Sudeste
vários municípios foi discutida e questionada do País, provocando a ocorrência do fenôme-
por vários segmentos da sociedade. no conhecido como friagem.
16) A bacia hidrográfica que abriga o rio São 02) Cinco massas de ar atuam no Brasil, das
Francisco recebeu o nome desse rio devido à quais quatro podem se formar no inverno e
sua extensão, uma vez que esse rio é o prin- no verão, e somente uma tem sua formação
cipal da bacia hidrográfica. predominantemente no inverno.
04) Ao se deslocarem, as massas de ar podem
3. (Uem) A utilização das águas subterrâneas sofrer transformações que as diferenciam da
para suprir as necessidades diárias da popu- sua formação original devido à interação com
lação, em vários países, é uma realidade no outras massas de ar.
presente século. Sobre a origem, as caracte- 08) Devido às características do meio físico no
rísticas e usos das águas subterrâneas, assi- Brasil, o relevo não interfere nas trajetórias
nale o que for correto. das massas de ar.
01) As águas subterrâneas não participam do ci- 16) No inverno, quando ocorre o encontro da
clo hidrológico devido à sua elevada profun- Massa Tropical Atlântica e da Massa Polar
didade abaixo da superfície do terreno. Atlântica, têm-se a formação de frentes frias
02) As águas subterrâneas, junto com as geleiras, e a ocorrência de chuvas.
constituem a maior parte da água doce retida
do planeta.

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101
6. (Uem 2020) A respeito dos aspectos geográfi- 08) O Paraná não possui unidades regionais insti-
cos da região litorânea do Paraná, assinale o tucionalizadas, isto é, criadas e definidas por
que for correto. lei.
01) No contexto da área litorânea da região Sul, 16) É comum a existência de cidades que têm a
o litoral paranaense é o único que não apre- agroindústria como propulsora de suas ativi-
senta ilhas dentro de seu limite marítimo. dades econômicas secundárias e terciárias.
02) Na vegetação primitiva da região litorânea,
são identificados resquícios da mata de arau- 9. (Uem 2019) Sobre tipos, características e dis-
cária que predominava nessa área na época tribuição da vegetação natural identificada
da colonização paranaense. no estado do Paraná, assinale o que for corre-
04) A Serra do Mar é um complexo montanhoso to.
que se estende por vários estados brasileiros 01) Fragmento expressivo da floresta estacional
e delimita o litoral paranaense em relação às semidecidual é encontrado no oeste parana-
áreas de planaltos do interior do Estado. ense, no Parque Nacional do Iguaçu.
08) Na paisagem litorânea são identificadas duas 02) A vegetação do tipo campo limpo é caracte-
baías: a de Paranaguá, com portos, e a de rizada por um predomínio de herbáceas que
Guaratuba, com balneários. também compõem as matas de galerias nas
16) O canal do Varadouro, localizado na orla cos-
margens dos rios paranaenses.
teira norte, interliga o litoral paranaense com
04) Espécies da Mata Atlântica são reconhecidas
a baía de Cananeia, pertencente ao estado de
ao longo da Serra do Mar, que exibe árvores
São Paulo.
de porte alto e vegetação arbustiva.
08) Em áreas do noroeste do estado ainda exis-
7. (Uem 2020) Sobre a evolução da divisão ter- tem fragmentos preservados da Mata dos Co-
ritorial municipal do Paraná, assinale o que cais, de onde é extraído o pinhão.
for correto. 16) O cerrado, constituído somente por vegetação
01) A criação de municípios ocorreu no sentido herbácea, ocorre em grandes parcelas no Nor-
oeste para leste, à medida que o território foi te Pioneiro.
sendo ocupado.
02) O Paraná possui 399 municípios. Na década de
10. (Uem 2019) A maior parte da energia pro-
1990 ocorreu a instalação dos últimos muni-
duzida no Brasil é elétrica, gerada por força
cípios criados no Estado.
04) A ocupação da porção norte do Paraná contri- hidráulica em usinas hidrelétricas, como a de
buiu para que, de 1940 a 1970, fosse criada Itaipu Binacional, localizada na divisa inter-
a maior quantidade de municípios da história nacional do estado do Paraná. Sobre a ques-
do estado do Paraná. tão energética e a participação do estado do
08) A criação de municípios é uma reivindicação Paraná na sua produção, assinale o que for
de determinadas localidades ou distritos que correto.
aspiram a uma maior autonomia administra- 01) O maior potencial hidráulico do País está con-
tiva em relação aos municípios aos quais per- centrado na bacia do rio Paraná.
tencem. 02) Devido à rigidez das normas ambientais es-
16) No início do século XX, a divisão territorial do tabelecidas até meados da década de 1980,
Terceiro Planalto havia então se consolidado, a política governamental priorizava a cons-
de modo que, já naquela época, a quantida- trução de usinas hidrelétricas com pequenas
de de municípios existentes nessa porção do represas.
território correspondia à mesma que existe 04) A Itaipu Binacional é uma das maiores hidre-
atualmente. létricas do mundo tanto em termos de gera-
ção de energia quanto de capacidade instala-
8. (Uem 2020) Sobre aspectos do território pa- da.
ranaense, assinale o que for correto. 08) O Salto de Sete Quedas foi preservado apesar
01) A vegetação remanescente na região de Vila do represamento do rio Paranapanema no ato
Velha é constituída de uma cobertura herbá- de construção da hidrelétrica Itaipu Binacio-
cea conhecida como “campos limpos”. nal.
02) O solo conhecido como “massapé” é o solo 16) Em termos de capacidade produtiva, a usina
típico do noroeste do estado, com elevados hidrelétrica de Belo Monte foi projetada para
índices de grãos de areia. ser a segunda maior do Brasil.
04) A formação de cooperativas contribui para a
inserção do estado do Paraná nos comércios
nacional e internacional de produtos agrope-
cuários.

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11. (Uem 2019) Os pontos extremos do estado do 13. (Uem 2019) A propósito da ocupação territo-
Paraná, segundo a localização em coordena- rial do Paraná e da região Sul do Brasil, assi-
das geográficas, são distribuídos da seguin- nale o que for correto.
te maneira: no norte, a cachoeira de Saran 01) O território atualmente abrangido pela re-
Grande, no rio Paranapanema, no município gião Sul do Brasil inicialmente não integrava
de Jardim Olinda e no sul, a cabeceira do a América Portuguesa, tendo ficado fora do
rio Jangada, na sena do Taquaral, município perímetro definido no Tratado de Tordesilhas.
de General Carneiro e no leste, a foz do rio 02) Para garantir a posse das terras do extremo
Ararapira, município de Guaraqueçaba e e, sul do Brasil mediante povoamento, Portugal
no oeste, o Porto Palacim, na confluência do enviou casais de açorianos especialmente à
rio Iguaçu com o rio Paraná, município de Foz faixa litorânea dos atuais territórios do Rio
do Iguaçu e Grande do Sul e de Santa Catarina.
(Fonte: CAMARGO, J. B. Geografia física, humana e econômica 04) Nas missões localizadas na atual porção noro-
do Paraná. 2ª ed. Paranavaí: Clichetec, 1998, p. 17). este do estado do Paraná, os índios aldeados
criavam gado trazido de territórios hoje per-
Sobre as correlações das coordenadas geográ- tencentes ao Uruguai e à Argentina.
ficas dos pontos extremos e considerando co- 08) Desde o início do século XVIII, colônias de
nhecimentos sobre o assunto, assinale o que italianos e de alemães foram assentadas por
for correto. todo o atual território paranaense.
01) De acordo com as coordenadas geográficas 16) No extremo oeste do atual Rio Grande do Sul,
dos pontos extremos do Paraná, a sua locali- imigrantes eslavos dedicaram-se ao cultivo
zação se enquadra no hemisfério oriental da da erva-mate.
Terra, a partir do meridiano principal
02) A latitude do ponto extremo que se localiza
próximo ao oceano Atlântico em minutos é
correspondente a sul.
04) A linha reta imaginária que une as coorde-
nadas geográficas dos pontos extremos da
direção leste e e da direção oeste e é
conhecida como Trópico de Capricórnio.
08) A média das latitudes e a média das longi-
tudes dos pontos extremos norte e sul são,
respectivamente, e
16) A coordenada geográfica da antípoda do pon-
to extremo oeste corresponde a e

12. (Uem 2019) Sobre características, localização


e tipos de degradação dos solos paranaenses,
assinale o que for correto.
01) No norte do estado, os solos que se formam
da decomposição das rochas vulcânicas são os
que apresentam um baixo índice de fertilida-
de devido à sua formação em altas tempera-
turas.
02) Na Serra do Mar e arredores ocorrem solos ori-
ginados das rochas cristalinas, como o grani-
to e o gnaisse.
04) As voçorocas ocorrem com maior intensidade
nos solos arenosos da região noroeste do es-
tado.
08) Em áreas da planície litorânea são encontra-
dos os solos sedimentares de origem recente.
16) O assoreamento dos solos do sul do estado re-
sulta de um fenômeno de impermeabilização,
que acontece devido a geadas.

103
103
Gabarito

1. E 2. E 3. C 4. C 5. C
6. A 7. B 8. A 9. C 10. B
1. D 2. E 3. B 4. E 5. E
11. B 12. A 13. E 14. C 15. D
6. C 7. C 8. A 9. C 10. B
16. B
11. E 12. B 13. B 14. A 15. A
16. B 17. D 18. B

1. A 2. E 3. C 4. A 5. E
6. B 7. A 8. E 9. D 10. B 11. B
1. 01 + 02 + 16 = 19. 2. 04 + 08 + 16 = 28.
3. 02 + 04 = 06. 4. 02 + 04 = 06.
5. 02 + 04 + 16 = 22 6. 04 + 08 + 16 = 28
7. 02 + 04 + 08 = 14 8. 01 + 04 + 16 = 21
9. 01 + 02 + 04 = 07 10. 04 + 16 = 20
11. 02 + 08 + 16 = 26 12. 02 + 04 + 08 = 14
13. 01 + 02 = 03

1. 04 + 16 = 20 2. 01 + 16 = 17
3. 02 + 08 + 16 + 64 = 90 4. 01 + 02 + 08 = 11
5. 02 + 16 + 32 = 50 6. 02 + 32 = 34
7. 01 + 04 = 05 8. 02 + 04 + 08 + 32 = 46
9. 02 + 04 + 16 = 22 10. 01 + 04 + 08 = 13
11. 02 + 04 + 08 = 14 12. 04 + 08 + 64 = 76
13. 01 + 08 + 32 = 41 14. 16 + 64 = 80

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