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Abstract: This article comes to possibilities of teaching of History, focused in the complicity
financial of companies during the Dictatorship Civil-Military, through the utilization of the
documentary "Citizen Boilesen" (2009), director Chaim Litewski. Adopts-if the premise that
enterprises are responsible by acts that, omissive, or comissivamente, practiced in achieving
or support to acts of violation human rights, in political repression. Divided into two axes, this
paper preliminarily turns to the historical evidence, brought the documentary in order to
delimit the pageant of a "business man", repressive engaged in the project in 1964.
Subsequently, dedicates-if to nexuses of the documentary and the history of political
repression, in Brazil, pointing elements capable of propitiating the teaching of history, well as
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indicates measures and possibilities of Transitional Justice opposite the role of the economical
in systematic practice of violations rights human.
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Licenciado e Bacharel em História pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Mestrando em História
pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Linha de Pesquisa Migrações e Trabalho.
Revista Latino-Americana de História
Vol. 2, nº. 6 – Agosto de 2013 – Edição Especial
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Introdução
O processo histórico, envolvido pelos anos 1964-1985, a cada dia que passa recebe
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Premissa desenvolvida pelo Procurador Regional da República, Marlon Weichert em recente artigo.
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Para maiores detalhes, ver: WEICHERT, Marlon. O financiamento de atos de violação de direitos humanos por
empresas durante a ditadura brasileira: Responsabilidade e Verdade. In: Acervo, Rio de Janeiro, v. 21, nº 2, p.
181-190, jul/dez 2008.
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palavras de VEJA, Henning Boilesen seria “um bom exemplo do que os americanos
costumam definir como um self made men”, considerado “(...) um dos primeiros e mais
entusiasmados entre os homens de negócios a se engajarem em projetos do governo após a
Revolução de 1964” (VEJA, Edição 137, de 21 de abril de 1971, p. 23).
Após o justiçamento de Henning Albert Boilesen, o Município de São Paulo, através
da publicação de Decreto do Poder Executivo, de abril de 1973, promove homenagem a
colaboração de Henning Albert Boilensen com o desenvolvimento da cidade, nomeando uma
rua em com seu nome. A denominação da Rua Henning Albert Boilesen, empresário e
industrial, pouco efeito parece surgir hoje pois, conforme retrata Chaim Litewski, os
moradores da rua desconhecem quem foi o industrial dinamarquês naturalizado brasileiro.
Apontada a importância dos testemunhos históricos para a construção do
conhecimento histórico, passa-se a seguir destacar a contribuição do documentário “Cidadão
Boilesen”.O industrial Boilesen chegou ao Brasil em 1939, durante a Segunda Guerra
Mundial, e veio a empregar-se na Ultragás em 1952. Em 1967, tornou-se presidente da
Companhia Ultragás. As relações sociais do empresário Peri Ingel e o industrial dinamarquês,
são destacadas através da afirmação de que os mesmos consideravam-se como “irmão de
sangue de Boilesen”.
De outro lado, as palavras do Almirante Reinaldo Saldanha da Gama, pronunciadas
junto ao túmulo de Boilesen, reproduzidas por VEJA, ilustram o fato de que a preocupação de
resolver os grandes problemas nacionais teria levado Boilesen a criar uma associação de
combatentes da subversão na área empresarial; tornando-se a partir de sua morte o primeiro
herói desses novos combatentes (VEJA, Edição 137, de 21 de abril de 1971, p. 23).
No documentário de Litewski, o testemunho histórico de Dirceu Antônio, ex-agente da
Operação Bandeirante (OBAN), retrata Henning Boilesen como “um cara excepcional”,o qual
tratava todos os militares e civis que trabalhavam no aparelho repressivo de forma igual. Das
afirmações de Dirceu Antônio, destaca-se ainda sua possível participação na “fundação” da
OBAN, e o relato das mudanças ocorridas a partir da institucionalização do DOI/CODI/II
Exército, bem como a melhoria das “condições de trabalho”. Nesse mesmo sentido, as
palavras do Coronel Erasmo Dias, ex-Secretário da Segurança Pública de São Paulo do
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Petrobras Hélio Beltrão, aparece no documentário falando sobre a relação entre a Ultragás e
sua sócia, a Petrobras. Já Paulo Egydio Martins, ex-governador de São Paulo, lembra que
Boilesen “era um homem público, idealista”, além disso, “possuía uma metralhadora que
carregava consigo”. Interessando observar a posição de São Paulo, no desenvolvimento das
atividades repressivas, no documentário, o Coronel Jarbas Passarinho ao lembrar que dois
hemisférios dividiam o mundo em 1964, o ocidental capitalista e o oriental, de influência
comunista; considerava a cidade de São Paulo como grande destaque para atuação das
esquerdas armadas, o contexto político era muito agitado tendo em vista a posição da cidade
na economia do país.
O ex-Delegado do DEOPS José Paulo Boncristiano, o qual trabalhou com o Delegado
Sérgio Paranhos Fleury, assegura que após o justiçamento do Capitão do Exército norte-
americano, Charles Chandler, o surgimento da Operação Bandeirante (OBAN) era uma
“necessidade militar”, tendo em vista a falta de preparo tanto do Exército, quanto das Polícias
Civis e Militares para reprimir a ação da esquerda armada. O jornalista Percival de Souza fala
sobre a amizade de Boilesen com o Delegado Fleury, a qual levou Fleury a transplantar o
modus operandi do Esquadrão da Morte (EM) para a repressão política. Já o coronel Carlos
Alberto Brilhante Ustra, na sua contribuição para o documentário, faz leitura de seus escritos;
afirmando que Henning Albert Boilesen esteve uma única vez na sede do DOI/CODI/II
Exército, no dia 29 de dezembro de 1970, para dar-lhe os cumprimentos pelo final do ano.
Os testemunhos históricos que apresentam o contraditório das memórias favoráveis à
representação do empresário Boilesen surgem a partir dos relatos de ex-militantes da
esquerda, captados por Chaim Litewski. Diante disso, a participação de Boilesen na
arrecadação de recursos financeiros para a repressão, bem como sua participação em sessões
de tortura surgem na fala de Carlos Eugênio Paz, o Comandante “Clemente”, da Ação
Libertadora Nacional (ALN). Ademais, Carlos Eugênio Paz também assevera a descoberta de
caminhões da Ultragaz, em locais em que os militantes de esquerda eram capturados pelos
agentes da repressão. No mesmo andar, Jacob Gorender acentua a participação de Boilesen
nas sessões de tortura. O jornalista Antônio Carlos Fon aponta detalhes do recolhimento da
caixinha por parte de Boilesen, para o financiamento da repressão, ainda relata a importação
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morte de Boilesen trazia alerta para os empresários que financiavam a repressão política, pois
mesmo sob o aparato de segurança da Ditadura Civil-Militar, demonstrava-lhes que não
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estavam seguros.
Boilesen era agente da CIA? A questão é lançada pelo Diretor Litewski e não é
esclarecida no documentário. A possível documentação existente nos arquivos da inteligência
norte-americana, referentes a Henning Boilesen e ao financiamento da repressão política no
Brasil, são solicitados pelo Diretor que em reposta ao seu pedido, é informado que tais
documentos não estão disponíveis para a consulta, tendo em vista colocar em risco a
segurança nacional dos EUA. Outra questão abordada no documentário diz respeito à
distinção entre financiador a nível local e nacional da repressão política.
Trazidos os principais testemunhos históricos apresentados no documentário “Cidadão
Boilesen”, em relação ao documentário e o pensamento histórico, cabe a questão: Será que
algum filme conta como 'pensamento histórico' ou contribui para algo que possamos chamar
de entendimento histórico? Nessa direção, necessário perceber a influência das mídias visuais
sobre o mundo que vivemos, um dos temas que Robert Rosenstone desenvolve em seus
trabalhos. No entrelaçamento entre cinema e história, assegura Rosenstone que para se ver o
passado, “(...) parece mais sensato admitir que vivemos em um mundo moldado, mesmo em
sua consciência histórica, pelas mídias visuais e investigar exatamente como os filmes
trabalham para criar um mundo histórico” (ROSENSTONE, 2010, p. 29).
Contudo, a cumplicidade financeira dos empresários pode ser melhor compreendida a
partir da realização dos crimes do Estado, durante a Ditadura Civil-Militar. A prática
sistemática de violações de direitos humanos contra a dissidência política, a qual incluía a
prisão ilegal, a tortura física e psicológica, o desaparecimento forçado, a morte, bem como a
ocultação das reais causas da morte é peça chave para perceber-se o sentido da cumplicidade
no financiamento do aparato repressivo ditatorial.
Exército?
Inspirando-se na perspectiva proposta por Robert Rosenstone, busca-se a relação entre
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sentido, nada mais oportuno do que lembrar das palavras de Marc Bloch, em relação ao ofício
de historiador. Para o historiador francês, o objeto da história é, por natureza, o homem:
(...) Digamos melhor: os homens. Mais que o o singular, favorável à
abstração, o plural, que é o modo gramatical da relatividade, convém a uma
ciência da diversidade. Por trás dos grandes vestígios sensíveis da paisagem,
[os artefatos ou as máquinas,] por trás dos escritos aparentemente mais
insípidos e as instituições aparentemente mais desligadas daqueles que as
criaram, são os homens que a história quer capturar (BLOCH, 2002, p. 54).
Sendo assim, o documentário de Chaim Litewski ao contemplar a temática do
financiamento da repressão da Ditadura Civil-Militar, propicia aos alunos de história
perceberem a importância da experiência histórica socialmente acumulada na dinâmica do
processo ditatorial, especialmente nas suas manifestações mais violentas, compreendidas na
prática sistemática de violações de direitos humanos.
De forma geral, o contexto histórico anterior àquele retratado no documentário
possibilita seja provocado o reconhecimento da existência de articulações entre as diferentes
dimensões (local, regional e mundial), e o seu inter-relacionamento entre a História da
Repressão Política no Brasil e na América Latina. Desse modo, pode-se abordar a conjuntura
internacional e seu reflexo sobre o período considerado “populista” no Brasil, em especial o
governo de João Goulart (1961-1964). A crise do “Populismo” e o Golpe Civil-Militar de
1964 são necessários a uma abordagem inicial do documentário de Chaim Litewski em sala
de aula.
A História da República brasileira, após 1964, é marcada pela adoção de novo modelo
político e econômico, voltado tanto para os interesses internacionais, em especial, os norte-
americanos, como também apresenta um viés nacionalista, como diz respeito as primeiras
ações do governo de Castelo Branco, destinadas para a substituição das concessionárias
estrangeiras de eletricidade. (Ata da 24ª Sessão do Conselho de Segurança Nacional. 21 de
agosto de 1964. Arquivo Nacional)
De outro lado, em seu trabalho frente a Comissão Nacional da Verdade, Claudio
Fonteles, trouxe a público significativas informações extraídas de documentos sigilosos,
oriundos dos acervos do Arquivo Nacional. Daquela documentação, o ex-comissionado
Fonteles ressaltou a união industrial-militar, celebrada desde 31 de Março de 1964,
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Sobre as últimas investigações acerca do Grupo Permanente de Mobilização Industrial (GPMI), cabe
referir o texto do atual membro da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o ex-Procurador Geral da República,
Cláudio Fonteles, constituído a partir de pesquisas junto ao Arquivo Nacional, em documentos confidenciais
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produzidos pelo Serviço Nacional de Informações – SNI. Em especial ver: FONTELES, Claudio. A união
industrial militar. Disponível em: <http://www.cnv.gov.br/index.php/publicacoes/177-textos-de-claudio-
fonteles>. Acesso em 18 de fevereiro de 2013, grifos nossos.
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de Julho de 1969, foi necessário realizar esforços mútuos para concretizar as pretensões
contidas naquele documento. Com isso, o surgimento da Operação Bandeirante (OBAN) traz
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a união de forças para combater à dissidência política, em São Paulo. Portanto, cabe destacar
que os esforços realizados, para combater os opositores da Ditadura Civil-Militar, contaram
com a participação do prefeito da cidade, Paulo Maluf, do governador do Estado de São
Paulo, Roberto Costa de Abreu Sodré e de grandes grupos comerciais e industriais paulistas,
nas palavras do jornalista Elio Gaspari:
A reestruturação da PE paulista e a Operação Bandeirante foram socorridas
por uma 'caixinha' a que compareceu o empresariado paulista. A banca
achegou-se no segundo semestre de 1969, reunida com Delfim num almoço
no palacete do clube São Paulo, velha casa de dona Veridiana Prado. O
encontro foi organizado por Gastão Vidigal, dono do Mercantil de São Paulo
e uma espécie de paradigma do gênero. Sentaram-se à mesa cerca de quinze
pessoas. Representavam os grandes bancos brasileiros. Delfim explicou que
as Forças Armadas não tinham equipamentos nem verbas para enfrentar a
subversão. Precisava de bastante dinheiro (GASPARI, 2009, p. 61-62).
Desse modo, após detalhar a criação da Operação Bandeirante, o documentário
também permite que se explore o surgimento dos Destacamentos de Operações de
Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI), como decorrência do
aperfeiçoamento do Aparato Repressivo ditatorial. Sendo assim, o que se observa no
surgimento da Operação Bandeirante (OBAN), a partir da Diretriz para Política de Segurança
Interna, do governo Costa e Silva, em Julho de 1969, e posteriormente na edição da Diretriz
Presidencial de Segurança Interna, elaborada no governo Emílio Garrastazu Médici, em
setembro 1970, é a nova orientação para o combate à dissidência política no Brasil.
Após tratar do aperfeiçoamento do Aparato Repressivo da Ditadura Civil-Militar, entre
1969-1970, também pode-se abordar o aspecto da resistência daqueles que se opunham aos
rumos da empreitada autoritária civil-militar. Sendo assim, oportuniza-se o momento de
enfatizar a necessidade do ato de reconhecimento ao direito de resistência. As razões
fundamentais da tradição do direito à resistência, como lembra Norberto Bobbio, remonta aos
primeiros estudos contratualistas e acompanha-nos até a atualidade. Duas são as linhas de
sustentação daquele direito, sendo que uma delas vincula-se à obediência irrestrita ao
soberano, e a outra defende o direito de resistência a ele em nome de uma causa maior – como
a república ou a democracia. Com isso,em relação a tais linhas de sustentação esclarece o
filósofo italiano :
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Diante disso, a premissa que serve para situar as ações dos grupos armados diante dos
desmandos ditatoriais, quando reflete-se sobre o tema da resistência à opressão, é aquela do
segundo ponto de vista referido por Norberto Bobbio. Assim, aqueles que se opunham à
Ditadura Civil-Militar, de forma organizada, em especial através dos usos de armas, estavam a
exercer o “direito à resistência”, falando eles, portanto, em nome do “novo Estado”, ou
mesmo do “antiestado”, como alertava Norberto Bobbio.
A experiência daqueles sujeitos que ousaram exercer o direito de resistência a um
Estado autoritário necessita ser vista como exemplo de conduta política. Nas palavras de Jean
Chesneaux, o discurso histórico, por vezes, apresenta uma armadilha política. Nesse sentido,
o passado ao mesmo tempo é lastro e armadilha, mas antes de tudo é direito, por isso, deve-se
fazer tábula rasa do passado contra as referências-armadilhas à história, compreendendo o
passado como amarração de luta vestida de exemplos e não de modelos (CHESNEAUX,
1995, p. 185-200).
Especificamente sobre o documentário de Litewski, é possível perceber que o mesmo
acerta em dois aspectos principais: em primeiro, por ao fazer a biografia de Henning Boilesen,
através de pessoas que de alguma forma conviveram com o empresário dinamarquês,
políticos, como Paulo Egídio Martins e Jarbas Passarinho, os quais dão depoimentos
favoráveis a Boilesen; e em segundo lugar, ao trazer depoimentos de militantes políticos da
Ação Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), os
quais confirmam a atuação do empresário, no financiamento do Aparato Repressivo da
Ditadura Civil-Militar e no acompanhamento de sessões de tortura.
De toda maneira, sobre as ações de resistência armada, compreendidas em sentido
amplo, remontando aos primeiros estudos contratualistas e as concepções de relação entre
Estado e Sociedade Civil, cabe mencionar a versão oficial, acerca das circunstâncias da morte
do industrial Henning Boilesen, chancelada pelos facilitadores da violência e os operadores
direto da violência (HUGGINS et. al. 2006). A ação foi executada pelo Comando
Revolucionário, composto de integrantes da Ação Libertadora Nacional (ALN) e do
Movimento Revolucionário Tiradentes (MRT), sendo um dos seus motivos a morte de
Devanir José de Carvalho ("Henrique", "Justino", "Heitor"), líder do MRT:
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em perseguição ao carro. Para evitar uma feira livre, Boilesen entrou na Rua
Professor Azevedo Amaral e pegou a Barão de Capanema. Na esquina da
Alameda Casa Branca, parou para entrar à esquerda. Nesse momento, os
dois carros emparelharam com o dele. Pela esquerda, Yuri, colocando o fuzil
para fora da janela, disparou um tiro que raspou a cabeça de Boilesen. Este
saiu do Gálaxie e tentou correr em direção contrária aos carros. Foi inútil.
José Milton descarregou a metralhadora em suas costas e Yuri desfechou-lhe
mais três tiros de fuzil. Cambaleando, Boilesen arrastou-se por mais alguns
metros, indo cair na sarjeta, junto de um outro Volkswagen. 3
Em relação ao fato motivador da morte do industrial Boilesen, não parece correto
afirmar apenas a existência de uma causa única. Bem, pelo contrário a possibilidade de se
pensar em causas é o que melhor nos parece. Isto porque, o efeito da atuação repressiva do
Estado, principalmente, sobre a resistência dos trabalhadores e da sociedade de forma geral,
foi capaz de mobilizar um grupo de cidadãos decididos a fazer valer o direito de resistência.
Em tempo, a tortura como política socialmente aceita é tema que deve ser discutido,
acima de qualquer espécie de revanchismo. A forma como ocorreu o desenvolvimento do
aparato repressivo da Ditadura Civil-Militar e a utilização da tortura como método para
obtenção de informações é algo tão importante quanto a promoção do julgamento dos
responsáveis por tais práticas. No pensamento de Daniel Aarão Reis, a questão da tortura e
sua relação com a sociedade é bastante ampla, posto que
Ainda poderá ser abordado, nas salas de aula de história, distintas possibilidades e
medidas capazes de serem adotadas, pelo Estado, para tratar da cumplicidade financeira,
disponíveis na ordem legal corrente brasileira. Ao se refletir sobre as medidas e as
possibilidades de tratar do Dever de Memória, Verdade e Justiça do Estado brasileiro, parte-se
do conceito de Justiça Transicional, a qual de acordo com Jon Elster: “é composta pelos
processos de juízos, expurgos e reparações que têm lugar no período de transição de um
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Ver detalhes em: http://www.ternuma.com.br/boilesen.htm, acesso em 15/06/2010.
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dos emprestadores e administradores por cumplicidade financeira, além das ações contra
emprestadores e empresas para recuperar parte do dinheiro do Estado gasto nas reparações a
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Conclusão
Fontes Pesquisadas
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