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IFI0211 - Física das Radiações; Curso: Física 13/01/2024

Médica; Notas de aula Prof. Sílvio Leão


Vieira; IF/UFG

Instituto de Física
1.4 INTERAÇÕES DE FÓTONS
Espalhamento Thomson

 J. J. Thomson deu o primeiro tratamento do espalhamento de fótons


por elétrons nos primeiros anos do século XX.
A probabilidade de um fóton interagir
Scattered photon d e ser espalhado em um ângulo sólido
dΩ é proporcional a:
d d
d

d
Incident photon é a seção de choque diferencial
d
dV
A seção de choque total é obtida pela
Um fóton incidente num pequeno elemento integração sobre todos os ângulos
de volume dV é espalhado de um ângulo θ sólidos:
num elemento de ângulo sólido dΩ  d
   dd
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1.4 INTERAÇÕES DE FÓTONS


Espalhamento Thomson

 A derivação de Thomson do espalhamento de um fóton por um único elétron livre


em repouso é baseada na física clássica e resulta em uma descrição que só é
significativa no limite de baixa energia dessa interação.

Thomson mostrou que a seção de choque


diferencial, num ângulo de espalhamento , 2
ke
é dado por:  2 r0   2,817941015 m
d Th r0

d 2
(
1 cos2  ) m0 c 2

r0 é o “raio clássico do elétron”


k é a constante de proporcionalidade da Lei de Coulomb
e é a carga do elétron
m0 é a massa de repouso do elétron
c é a velocidade da luz
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Espalhamento Thomson

Seção de choque diferencial  Esta equação prevê que a mesma


quantidade de energia será espalhada
d Th r02 para frente e para trás, e também que a
 (1  cos 2  ) energia espalhada em ângulos retos será
d 2 metade dessa quantidade. Exceto em
baixas energias, este resultado não
Seção de choque total concorda com a observação ou com as
previsões feitas pela mecânica quântica.

𝑟 8𝜋𝑟
𝜎 = 2𝜋 1 + cos 𝜃 sin𝜃d𝜃 = = 66,52 × 10 m
2 3

Th é constante, prevendo que a probabilidade de espalhamento clássico é independente da


energia da radiação eletromagnética. Isto, obviamente, não está correto.

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Espalhamento Thomson

Figura (a) Representação de uma onda eletromagnética com vetores E e B em ângulo reto
movendo-se com velocidade c. (b) Representação da onda eletromagnética mostrando
apenas os vetores elétricos, para um feixe não polarizado E₁ = E2. (c) Mostra como os
vetores elétricos E₁ e E2 colocam o elétron livre em P em oscilação com acelerações a₁ e
a₂, fazendo com que uma onda eletromagnética seja emitida na direção PQ. (d) Diagrama
para ilustrar o significado do ângulo sólido.
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Espalhamento Coerente (Rayleigh)

 Ao derivar a expressão para o espalhamento de Thomson, assumiu-


se que o elétron estava livre, sozinho e em repouso.

 Na realidade, o fóton é espalhado coletivamente pelos elétrons


atômicos que não estão livres, e a proximidade entre eles não é muito
diferente do comprimento de onda da radiação.
 No espalhamento coerente, essencialmente nenhuma energia é
perdida pelo fóton à medida que ele transfere momento para o átomo
e é espalhado em um ângulo θ.
 O espalhamento pelos diferentes elétrons está em fase e a
distribuição angular resultante é determinada por um padrão de
interferência característico do átomo.
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Espalhamento Coerente (Rayleigh)

d coh d Th 2
A seção de choque diferencial é então dada por:  F x, Z 
d d

d Th é o coeficiente de espalhamento diferencial de Thomson e F é


conhecido como fator de forma coerente
d
Pode ser calculado usando modelos de mecânica quântica

λ é o comprimento de onda do fóton incidente. O parâmetro x é


sen 2 proporcional à transferência de momento entre as direções
x
 inicial e espalhada dos fótons

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Espalhamento Coerente (Rayleigh)
Normalized form factor (F/Z)

1.00
 Para espalhamento na direção direta,
C
todos os elétrons atômicos agem juntos,
0.75 Fe
Pt e F é igual ao número atômico e a seção
de choque diferencial depende de Z2
0.50

 À medida que o ângulo de espalhamento


0.25 aumenta, F diminui porque se torna cada
vez mais difícil para todos os elétrons se
0.00
0.01 0.1 1 10 espalharem em fase sem qualquer
x (Å-1 ) transferência de energia.
Variação do fator de forma normalizado F/Z para
espalhamento coerente com o parâmetro de  No entanto, para um determinado valor do
transferência de momento x ângulo de espalhamento, o fator de forma
coerente normalizado F/Z aumenta com o
Dados de Hubbell and Øverbø, J Phys Chem Ref Data 8, 69-
106 (1979) aumento do número atômico.
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Espalhamento Coerente (Rayleigh)

 No espalhamento coerente (Rayleigh), o fóton interage com um


elétron orbital ligado, ou seja, com a ação combinada de todo o
átomo.

 O evento é elástico e o fóton não perde essencialmente nada de sua


energia e é espalhado apenas por um pequeno ângulo.

 Nenhuma transferência de energia ocorre do fóton para as


partículas carregadas no absorvedor; portanto, o espalhamento
Rayleigh não desempenha nenhum papel no coeficiente de
transferência de energia, mas contribui para o coeficiente de
atenuação.

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Espalhamento Coerente (Rayleigh)

 Coeficientes para o Espalhamento Coerente (Rayleigh)


• A seção de choque atômica é proporcional a (Z /h )2
• O coeficiente de atenuação mássico é proporcional a (Z /h )2

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Exemplo 01: Uma camada de carbono com espessura de 3,0 x 1026 átomos/m2 é
colocada em um feixe de 105 fótons cada um com energia de 10 keV. Calcule o
número de fótons espalhados coerentemente. Estime o número deles que seriam
espalhados em um cone de meio ângulo de 10o em torno da direção direta.

 Número de eventos coerentes (Tabela A-4b):


 A dispersão na direção direta é Z2 vezes o valor de um elétron.
 O valor clássico por elétron para a direção direta:
 Daí a seção transversal 𝑑𝜎 ⁄𝑑Ω (na direção direta):
 Ângulo sólido:
 Número de espalhamento neste cone:
 Assim, cerca de 9% dos fótons espalhados de forma coerente serão direcionados para o cone
de 10o.

Nota: Um cálculo detalhado semelhante a este mostra que no carbono metade dos fótons coerentemente dispersos estão
espalhados em cones de meios ângulos de 38o, 29o, 23o, 19o, 15o, 12o e 9,5o em energias de 10, 20, 30, 40, 60. , 80 e 100
keV respectivamente (ver Hubbell H9).
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Exemplo 02: Um feixe de raios X incide sobre um bloco de carbono com
espessura de 0,5 g/cm2. Encontre a fração da energia do feixe que é espalhado
em um ângulo de 90o para colidir com um detector com área de seção transversal
de 2,0 cm² e colocado a 10 cm do bloco espalhado.

 Fig. 6-2 ou eq. 6-4c:

 Número de elétrons em 1 cm2 do alvo:

 Ângulo sólido subtendido =

 Fração espalhada para o detector:

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Exemplo 03: Se o feixe do exemplo 01 continha 106 fótons, calcule o número de
fótons espalhados pelo alvo.

 Número de fótons espalhados pelo detector:

 Número total de fótons espalhados:

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