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Diferenças entre Magia, Feitiçaria, Bruxaria e Wicca

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autor diverso February 14, 2018

Magia
Magia é a crença de que é possível provocar mudanças na realidade através de atos
simbólicos. Quando fazemos uma oração, usamos uma determinada cor de roupa para
atrair algo, batemos na madeira, meditamos, visualizamos símbolos, estamos fazendo
magia.

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Alta magia, baixa magia, magia do caos, magia enoquiana, goétia, magia dos anjos, magia
natural, magia folclórica, simpatias… Tudo isso são exemplos de sistemas mágicos.
Existem muitas formas e sistemas diferentes para se fazer magia, e esse pensamento
mágico está presente em TODAS as religiões. É um fenômeno universal.

Feitiçaria
Feitiçaria é um tipo específico de magia que manipula ingredientes e materiais da
natureza para manipular energia e provocar uma mudança na realidade. Feitiçaria
funciona por um princípio de correspondências: usamos ingredientes que tenham
determinadas características energéticas para fortalecer aquela energia e concretizar
nosso desejo.

A prática de feitiçaria também está presente em diversas religiões, mas não depende de
uma religião específica. É um ofício. Uma prática. Sempre que usamos ervas, velas, óleos,
incensos e outros materiais para direcionar energia, estamos fazendo Feitiçaria. Muita
gente confunde Feitiçaria com Bruxaria, e infelizmente muito material tem sido traduzido
incorretamente, usando essas palavras como sinônimos, mas na verdade dizem respeito a
coisas diferentes. Qualquer pessoa que faz feitiços é Feiticeiro, mas nem todo Feiticeiro é
um Bruxo. Feitiçaria também é um fenômeno universal, encontrado em todo o mundo.
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Bruxaria
Quando falamos em Bruxaria, é preciso diferenciar Bruxaria Histórica de Bruxaria
Moderna.

A Bruxaria Histórica diz respeito a um fenômeno específico da Europa surgido na Idade


Média chamado de Witchcraft. A crença de que certas pessoas possuíam alianças com o
Diabo, obtinham poderes especiais e tramavam contra a Igreja, que passou a perseguir,
torturar e matar as supostas bruxas e bruxos. Acontece que a Igreja passou a chamar
todos aqueles que mantinham práticas mágicas não cristãs de “bruxas”: as benzedeiras,
videntes, ciganas, parteiras, curandeiras… Todas foram demonizadas como “bruxas”. Essa
imagem negativa foi tão forte que influenciou até mesmo figuras do passado: e aí
passamos a nos referir a figuras como Medeia e Circe, por exemplo, como bruxas, quando
na verdade elas eram Encatadoras (Enchantresses) e Feiticeiras (Sorceresses), e não
bruxas (witches). Então toda essa visão romântica do bruxa como uma parteira,
curandeira, etc é promovida pela Igreja. É claro que essas pessoas existiam, mas não
eram chamadas de bruxas. A palavra “bruxa” era demasiadamente ofensiva e negativa.
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Tudo isso criou a imagem popular que temos da Bruxa atualmente. Por volta do século
XIX, essa imagem começou a ser romantizada, culminando com o surgimento da Bruxaria
Moderna.

Bruxaria Moderna diz respeito à um fenômeno também europeu, do século XX, que
resignificou o que a Inquisição chamou de Bruxaria para recriar um antigo culto pagão da
fertilidade, que não tinha relação nenhuma com o diabo ou o cristianismo, e que mais tarde
ficou conhecida como Wicca, um sistema iniciático específico. Bruxas praticam magia e
feitiçaria, assim como muitas outras religiões, mas a prática da magia ou feitiçaria não faz
de alguém um bruxo. É o mesmo que achar que qualquer pessoa que acende uma vela
para um Orixá é automaticamente um Pai de Santo. Wicca/Bruxaria tem suas bases
próprias e é um fenômeno religioso específico. A própria palavra Witchcraft (bruxaria) tem
a mesma raiz da palavra Wicca.

Wicca
Na década de 50, Gerald Gardner vai ao público e apresenta a Bruxaria Moderna, que
inicialmente era apenas chamada de Bruxaria, e mais tarde ficou conhecida como Wicca.
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Poeticamente, a Wicca se disse herdeira das antigas práticas mágicas da Europa, mas
sabemos que seu surgimento é recente. Ela é uma herdeira dos antigos cultos de mistério
da Europa. Hoje existem diversas vertentes de Wicca, que representam diferentes formas
de se praticar Bruxaria. Dentro do contexto religioso atual, essas palavras se tornaram
sinônimas.

Isso quer dizer que uma mãe de santo não é uma bruxa. Uma benzedeira não é uma
bruxa. Um médium não é um bruxo.

Essas pessoas todas podem praticar magia, feitiçaria, mas não praticam bruxaria. Quando
chamamos essas pessoas de bruxas, estamos propagando o velho preconceito cristão que
colocava todas essas práticas diferentes no mesmo saco.

Texto original por Flávio Lopes, bruxo, sacerdote wiccano, paulistano, amante
de chocolate, de manhãs quentes, de abelhas e livros.
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