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EXPLORAR

Projeto de vida | 1º ano

Identidade
Caderno do estudante

1º semestre
1º ano/1º semestre
Caderno do Estudante
Uma parceria entre a
SEEDUC/RJ e o Instituto
Ayrton Senna

Projeto de Vida
Autoconhecimento e reflexão sobre oportunidades
e escolhas na trajetória escolar

Introdução p. 2

Ficha 1 p. 3

Ficha 2 p. 6

Ficha 3 p. 9
Sumário

Ficha 4 p. 11

Ficha 5 p. 14

Ficha 6 p. 18

Ficha 7 p. 20

Ficha 8 p. 23

Ficha 9 p. 26

1
Introdução
Caro jovem,

Este Caderno do Estudante é um instrumento fundamental para a sua participação nos


encontros de Projeto de Vida do 1º semestre do 1º ano. Nele estão dispostas fichas de
atividades que complementam a mediação do professor orientador. Elas apresentam
textos de referências, orientações para as atividades e sugerem dicas e estratégias
para você fortalecer a sua formação como estudante protagonista. Para utilizá-lo, siga
sempre as indicações do professor ao longo do semestre.

Uma das competências socioemocionais mais importantes para o século 21 é a


responsabilidade, ou seja, a capacidade de agir de forma organizada e eficiente. Para
os encontros de Projeto de Vida, ser responsável é fundamental, a começar pela
importância de gerir bem seus materiais para participar ativamente da aula. Por isso,
tenha sempre com você este Caderno, para estar a postos sempre que precisar dele
ou o orientador solicitá-lo.

Bom trabalho!

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Projeto de Vida
Ficha 1

O que é ser um estudante protagonista?

Durante toda a sua formação no Ensino Médio, você vai ouvir muitas vezes a
expressão “protagonismo juvenil”. Então, é bom que você compreenda bem o que ela
significa, não é? Esse texto é pra isso: falar do significado dessa expressão e, é claro,
explicar por que ela vai te acompanhar por todo o Ensino Médio.

Uma boa forma de entendermos o conceito de protagonismo juvenil é pensarmos no


sentido que a palavra protagonista tem no teatro: protagonista é o ator ou a atriz
principal. Os outros atores são coadjuvantes, ficam com papéis secundários na trama.
À frente da ação que se desenvolve na peça estão os protagonistas.

A palavra protagonista nasce da fusão de duas palavras gregas: proto, que significa o
primeiro, o principal; e agoniste, que significa lutador. O protagonista, portanto, é
aquele que está à frente, que “assume as rédeas” de determinada ação. Uma vez
entendido o sentido, vamos tentar responder à pergunta: Por que essa escola quer
formar um jovem protagonista?

É porque, para aprender de verdade, cada aluno precisa encontrar um sentido para a
escola em sua vida. Encontrar esse sentido é uma tarefa “pessoal e intransferível” do
estudante. Ninguém vai fazer isso por ele. Não adianta os familiares e os professores
“buzinarem” no ouvido do jovem, o dia inteiro, coisas do tipo: “estudar é importante
para você ter sucesso”, “estudar é importante pra você ser um bom cidadão”, “estudar
é importante pra você arranjar um bom emprego” etc.

Mas tem um detalhe: o sentido da escola não está pronto. Ele tem de ser construído.
Todos os dias. Pense bem: você não vai se envolver com uma atividade da escola só
porque alguém falou que é importante, vai? Você precisa entender por que aquilo é
importante, não é mesmo? É essa a missão do estudante protagonista: se colocar a
trabalho e descobrir porque cada coisa da escola lhe interessa; investigar de que
forma os conhecimentos têm a ver com a sua vida e “correr atrás” dos conhecimentos.
Ser determinado para aprender e, também disponível para ajudar os colegas naquilo
que já sabe. Enfim, o jovem tem de se colocar no comando da construção dos rumos
de sua vida de estudante.

É por isso que o termo protagonismo anda de mãos dadas com uma outra palavra:
autonomia. Ser autônomo significa tomar suas próprias decisões, livremente; fazer
suas próprias escolhas, a partir de uma reflexão pessoal. Agir de forma autônoma
significa, ainda, ter responsabilidade em relação às próprias escolhas, atitudes e

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ações. Vale dizer que, para fazer escolhas de forma estratégica e responsável, é
preciso pensar, de forma profunda, em seu projeto de vida (ou seja: o que você quer
atingir na vida pessoal, na relação com as pessoas e em relação a seu futuro
profissional).

A partir de tudo o que afirmamos até esse ponto do texto, podemos dizer que, na
Educação, formar estudantes protagonistas significa formar pessoas que assumam, de
forma cada vez mais autônoma, seus caminhos na vida, tornando a travessia para o
mundo adulto um momento para aprender a fazer boas escolhas, a descobrir
interesses, formular um projeto de vida e planejar o futuro.

Já nas ações regulares da escola, assumir-se como um estudante protagonista


significa participar das aulas, envolver-se com a programação de atividades, querer
aprender e ir além, procurar os professores quando se tem dúvida, aprender a fazer
boas pesquisas nos livros e na internet, desenvolver liderança, superar a timidez ou
outros entraves que atrapalham a aprendizagem, colaborar com os colegas e ajudá-
los, enfim, afastar-se de atitudes passivas e desenvolver competências para aprender
mais e melhor, contando com o apoio dos professores e da equipe de gestão da
escola.

Para terminar esse texto, há ainda um ponto muito importante, que não pode ficar de
fora: é preciso que a escola faça sua parte. Cada jovem deve se esforçar para ser um
estudante protagonista e a escola, por sua vez, deve ser parceira do jovem nessa
busca. Ela precisa abrir espaço a práticas de ensino participativas, proporcionar
oportunidades de aprendizagem colaborativa, incentivar a postura crítica e possibilitar
que os alunos empreendam ações de pesquisa e de aplicação dos conhecimentos em
situações da escola, da comunidade e da vida cotidiana.

Aplicando o conhecimento...

Com base nos conceitos e reflexões propostos pelo texto acima, reúna-se com outros
três ou quatro colegas e identifique, nas histórias de vida de vocês, quatro situações
em que os alunos se colocaram ou foram deixados de lado, sendo apenas
“coadjuvantes passivos” na rotina da escola e dos estudos. Em seguida, identifique
quais seriam as situações de protagonismo estudantil desejadas, no lugar das ações
passivas. Por fim, vocês devem pensar juntos em como a situação de coadjuvante
pode ser transformada na de protagonista.

Discutam bastante e preencham o quadro da próxima página.

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Rumo ao protagonismo na escola!

Situação 1: Situação 2:
Como superar a situação 1 e atingir a situação 2?
estudante coadjuvante estudante protagonista

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Projeto de Vida
Ficha 2

QUEM SOU EU?


Essa é uma daquelas perguntas que nos acompanham durante toda a vida... e a
resposta para ela é sempre incompleta – afinal, estamos em permanente construção da
nossa identidade. Mas o que sabemos de nós mesmos?

Conhecer nossas histórias de vida, características, interesses, ideias, pontos de vista,


habilidades, gostos e dificuldades, dentre tantas outras coisas, é um passo importante
para que possamos nos sentir mais preparados para buscar nossos sonhos. Por isso, a
proposta dessa atividade é que você seja um investigador sobre você mesmo!

Mas como vai ser essa investigação? Vai acontecer em quatro etapas, cada uma com um
foco diferente:

- 1ª etapa: Eu e eu mesmo.
- 2ª etapa: Eu e minha família.
- 3ª etapa: Eu e minha vida escolar.
- 4ª etapa: Eu e minha comunidade, cidade, país, mundo!

Vamos direto à 1ª etapa! Para esquentar os motores, pense nas questões que aparecem
no quadro a seguir, registrando as informações em sua agenda ou caderno. Use a sua
memória, os livros e até mesmo a Internet em seu smartphone para responder. Não
precisa ter pressa, concentre-se em cada item com muita atenção!

1ª ETAPA: EU E EU MESMO(A)
- Qual é o seu nome? - Você sabe por que deram esse
nome a você? Quem o escolheu? O
que você acha do seu nome?

- Que outros acontecimentos importantes - O que você mais gostava de fazer


houve no ano em que você nasceu (na sua na infância?
família, na cidade, no país e no mundo)?

- O que você mais gosta de fazer, - Quais características e habilidades


atualmente? suas você mais valoriza?

Deve ter sido muito legal pensar sobre as perguntas do quadro da 1ª etapa...
Mas há ainda um caminho importante a seguir. É hora da 2ª etapa! O exercício é o
mesmo: com muito foco, refletir sobre as questões do quadro abaixo:
2ª ETAPA: EU E MINHA FAMÍLIA
- Quem são as pessoas que fazem parte do - Onde moram os membros do seu
seu núcleo familiar mais próximo? Qual é o núcleo familiar? Todo mundo no mesmo
seu grau de parentesco com cada uma local, ou vivem em residências, bairros
delas? e/ou cidades diferentes?

- Quais valores importantes você acha que - Quais são os principais desafios que
sua família mais preza? você percebe na sua vida e na de sua
família atualmente?

Você já refletiu sobre questões essenciais sobre sua família, que é uma dimensão
importante da sua vida. Os registros que você está fazendo em sua agenda serão
importantes mais à frente.
A ideia, agora, é você se conhecer um pouco mais como estudante. O quadro a seguir,
da 3ª etapa, apresenta algumas perguntas para apoiá-lo nessa tarefa:

3ª ETAPA: EU E MINHA VIDA ESCOLAR


- Qual é a lembrança mais antiga que você - Você passou por quais instituições de
tem da vivência na escola? Onde foi? ensino? O que aprendeu de mais
Quando foi? Quem mais estava lá? marcante em cada uma delas?

- Qual é sua forma preferida de aprender: - Como é seu jeito de participar das
escutando o professor, lendo livros e textos, aulas? Prefere participar bastante, fazer
estudando com colegas? perguntas ao professor, dar suas
opiniões ou prestar atenção e anotar o
que o professor fala?

- Você costuma estudar sozinho? Se sim, - Em geral, o que faz quando não
quantas vezes por semana, geralmente? entende determinado conteúdo ou fica
com dúvida?

Chegando à reta final... Falta pouco para você concluir essa parte importante da
atividade!
Entrando em cena a 4ª etapa...
Agora, você vai poder pensar sobre a relação que tem com sua comunidade e com a
cidade, além de explicitar seus sonhos para o Brasil e o mundo!

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 7


4ª ETAPA: EU E MINHA COMUNIDADE, CIDADE, PAÍS, MUNDO!
- Em qual bairro/comunidade você vive? - Quais relações e vínculos você tem
com o bairro/comunidade onde vive?
- Quais são as principais características do
local? - Quais lugares mais frequenta?
- São locais de que tipo (casas, praças,
parques, escolas, museus, praias,
igreja, espaços de lazer, shopping
center)?
- Em quais se sente melhor? Por quê?
- Quais relações e vínculos você tem com as - O que você pensa sobre o Brasil e
demais regiões da cidade? Frequenta outros sobre o mundo? Quais são suas
bairros/comunidades? O que você mais preocupações? E os seus sonhos?
aprende ao transitar pelo Rio de Janeiro?

Parabéns! Sua dedicação foi essencial para que você chegasse até aqui. Agora, é hora
de compartilhar suas histórias, ideias, experiências e sonhos com um(a) colega. Escolha
alguém para conversar sobre as respostas que ambos deram para as questões das
quatro etapas. Você pode contar outras coisas sobre você ao longo da conversa, a partir
da sua vontade e do interesse de seu parceiro(a). Sinta-se à vontade, também, para fazer
perguntas sobre ele(a), tomando o cuidado para não invadir a privacidade um do outro.
Para finalizar a atividade, no próximo encontro, seu orientador vai propor que o grupo de
jovens faça um grande mapa dos interesses, conhecimentos, valores, habilidades e
sonhos de vocês.

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Projeto de Vida
Ficha 3

Colhendo rastros

Ao longo da vida deixamos rastros por toda parte. Uma caminhada na areia da praia e lá
estão nossas pegadas, únicas, que logo se vão com as ondas do mar. Transitamos pela
cidade, somos vistos por muita gente. Vimos tantas outras. Navegamos pelas redes
sociais, compartilhamos pensamentos, curtimos postagens dos amigos. Mas o que
guardamos das experiências que vivenciamos a cada dia? Como fazer para que nossos
sentimentos, ideias, conhecimentos, sonhos permaneçam em nossa memória?

Imagem: Cynthia Sanches


Perguntinhas difíceis essas! Afinal, com o tempo,
acabamos nos esquecendo de muitas coisas
mesmo. Por isso, as pessoas criam maneiras de
registrar aquilo que é importante para elas. Na
escola, fazemos diversos tipos de registro – entre
eles, anotações dos conteúdos das aulas e
resumos de textos. Essas estratégias facilitam a
incorporação de conhecimentos. Nas atividades de
Projeto de Vida, também será essencial adotar uma
estratégia eficiente e prazerosa de registrar as
descobertas, os rastros e as marcas das
experiências vivenciadas. Por quê? Para que cada
um de vocês possa acompanhar o próprio
desenvolvimento, ter evidências dos conhecimentos
aprendidos, das experiências vividas, dos desafios
que enfrentaram e das conquistas que certamente
vão alcançar.

Como vai ser isso?

Vocês vão, em duplas, customizar um caderno, transformando-o no Álbum de


Cartografia Pessoal. Mas, antes de pensar na customização do Álbum, parem por um
minuto e tentem responder: o que é “cartografia” mesmo? Lembraram? Esse termo vem
do grego (chartis = mapa e graphein = escrita) e, segundo a Wikipedia, remete à “ciência
que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas”. Isso quer
dizer que ao longo dos três anos do ensino médio, em Projeto de Vida, vocês
investigarão seus territórios pessoais, compondo mapas de pensamentos, emoções,
sonhos etc. utilizando palavras e imagens nesse registro.

Como cada um é uma pessoa única em seu modo de pensar, sentir e de ser, cada Álbum
deverá ter uma “cara”. Para tanto, vocês devem customizar a capa de seus cadernos que
serão transformados nesse instrumento de registro, pensando que eles acompanharão
vocês durante os próximos três anos. Para se alimentarem de ideias e possibilidades,

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 9


conheçam alguns livros de artista, que são cadernos nos quais os artistas registram, com
imagens, palavras, frases, textos etc., ideias, emoções e pensamentos para transformar
tudo isso em arte. Uma pesquisa na internet pode ser legal para conhecer alguns livros
de artista. Vejam abaixo links para sites interessantes que tratam de livros de artistas e
inspirem-se!

Imagem: livro de artista de Constança Lucas


Pesquisem!

bit.ly/livrosdeartista

bit.ly/livrosdeartista2

bit.ly/livrosdeartista3

O desafio, então, é o de transformar os cadernos comuns que vocês têm em mãos em


álbuns que tenham a ver com vocês. Para começar, cada um faz a sua capa, de modo
que ela tenha a ver com vocês. Cores, formas, palavras, desenhos, fotografias... Sejam
criativos!

Vocês estão trabalhando em duplas e podem e devem colaborar um com o outro durante
este trabalho, dando ideias e palpites. Lembrem-se de que é necessário cuidar:

 da capa e da contracapa: a capa tem que ter a cara do dono! Utilizem


materiais diversos para criar o design da capa – uma boa dica pode ser cobrir
a capa que já existe com um papel colorido ou com retalhos de pano, fazendo
uma base para a criação que vem por cima. Usem e abusem de papéis
coloridos, imagens de revista, fotografias, desenhos, barbante, botões, linhas
etc. Escolham cuidadosamente as cores, inventem formas, frases, equilibrem
os materiais no espaço. A contracapa pode seguir a mesma linha de design
da capa ou ter estilo próprio;
 do miolo: o miolo do Álbum precisa atender às necessidades de registro.
Vocês podem criar seções, tais como “O que tenho feito”, “Aprendi” ou “Ideias
inesquecíveis”.

Pronto! O Álbum da Cartografia Pessoal está criado e vocês já têm o que precisam para
guardar aquilo que de mais significativo acontecer nas atividades de Projetos de Vida!

Cuidem bem de seus Álbuns!

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Projeto de Vida
Ficha 4

MARCAS QUE RECEBO E DEIXO

Antes mesmo de nascer, recebemos e deixamos diversas marcas no mundo. Uma das
primeiras – que nos acompanha por toda a vida – é o nosso nome. Depois do parto,
novas marcas começam a chegar: a certidão de nascimento, a vacina BCG (aquela que
dói pra caramba e marca o braço direito das pessoas para sempre!), as primeiras
fotografias... Os anos vão se passando e a coisa continua: os desenhos que fazemos
para nossos pais e irmãos, a matrícula na escola, a entrada nas redes sociais!

Somos marcados, também, por outros tipos de coisas: pelas lembranças de lugares e
pessoas importantes para nós (como a casa de uma avó, o primeiro “mergulho” no mar, a
amizade com alguém que se torna especial) ou, ainda, pelos grandes acontecimentos do
mundo, como as guerras, descobrimento de tratamentos de doenças, desastres naturais
etc.

Vamos fazer um teste para ver se tudo isso que foi dito aí acima é verdade? Então vamos
lá, você tem até 30 segundos para pensar e responder, em um papel, a cada item
abaixo:

 Duas marcas de produtos que você consome sempre.


 Dois esportistas que marcaram a sua vida.
 Dois políticos que fizeram história no Brasil.
 Dois conteúdos aprendidos na escola que você nunca esqueceu.
 Duas coisas que seus pais sempre falam antes de você sair de casa.

E aí, como se saiu? Os 30 segundos foram suficientes? Se não, é porque as marcas não
foram muito profundas! Por falar na profundidade daquilo que é importante nas nossas
vidas, há mesmo uma diferença entre as coisas que marcam a gente: alguns
acontecimentos deixam marcas em nossas lembranças, outros, no nosso corpo. Mas têm
aquelas coisas que marcam a nossa história, por isso consideramos que são mais
profundas.

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Novo teste, dessa vez mais difícil e de maior responsabilidade: Quais são os
acontecimentos pessoais, familiares, comunitários ou da sociedade de maneira
mais ampla que mais te marcaram? Três minutos para pensar...

Vamos dar mais um passo adiante. Outra pergunta, ainda mais desafiadora: Que tipo de
marcas você tem deixado no mundo? Pense sobre elas com cuidado. Tente
compreender os vários aspectos dessas marcas que você deixa no mundo à sua volta.

Depois de tantas perguntas instigantes, chegou a hora do grande desafio: criar,


graficamente, uma marca para você. Já fez isso antes? Se não fez, precisa saber que,
em geral, as marcas representam negócios ou produtos. Nesse universo, a criação de
uma marca envolve uma série de pontos. Alguns deles são:

 pesquisa: antes de qualquer coisa, é preciso refletir sobre os valores, a


identidade, a personalidade do negócio ou produto;
 conceito: é essencial definir a mensagem, a ideia que se pretende comunicar com
aquela marca;
 legibilidade: a marca precisa ser legível, compreendida pelas pessoas;
 uso: é importante que a marca seja facilmente aplicada em suportes (papel,
Internet etc.) e produtos variados.

Esses pontos podem ser, de alguma maneira, inspiradores para você, mas não fique
preso a eles, afinal, a intenção aqui não é a de criar a marca de um produto, mas uma
marca pessoal:

A SUA!

Vamos lá?

Em um papel branco, faça uma lista das suas forças: conhecimentos, pontos de vista,
habilidades, valores. Lembre-se da atividade anterior, em que você refletiu sobre as
relações que estabelece com você mesmo, com sua família, com a escola e com a
comunidade, a cidade, o país e o mundo. Você vai encontrar muitas pistas sobre suas
forças nos registros dessa atividade.

Escolha alguns dos itens listados que você quer que estejam representados na sua
marca.

Experimente criar elementos gráficos que representem suas forças. Não tenha receio,
faça testes e mais testes de formas, cores, dimensões... Esse é um momento de estudo
preliminar que vai ajudar muito na composição final. Uma pesquisa na Internet pode
ajudar nesse processo, como inspiração. Mas lembre-se: você é uma pessoa única e
assim também deve ser sua marca!

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 12


Depois de estudar e testar as formas, cores e dimensões, é hora de criar a marca. Pense
que ela precisa ser legível e de fácil uso. Use sua intuição, mas não deixe de lado a
razão. Nada pode ser por acaso, cada cor e forma adotada precisa ter um motivo, um
valor para você.

Ao final, mostre para seus colegas e orientador. E conte para eles como foi o processo de
criação, considerando:

 Qual ideia você quis representar na marca?


 Quais escolhas estéticas você fez? (explique, por exemplo, o porquê das cores,
formas e dimensões que usou na marca)
 O que te deixou mais entusiasmado durante a criação?
 O que foi mais difícil para você? Como você superou essa dificuldade?
 Você considera que a marca já te representa, ou deseja continuar trabalhando
nela?

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Projeto de Vida
Ficha 5
Autogestão: o que é isso?

Vocês sabem organizar as tarefas da escola, cuidar do tempo de cada uma delas e
buscar soluções para enfrentar os desafios que aparecem? E fora da escola, vocês estão
se organizando para que os seus sonhos e interesses possam se tornar realidade?

Isso é autogestão! Uma habilidade muito importante de ser aprendida e aprimorada dia
após dia. Ter autogestão significa ter ferramentas para gerir a si mesmo(a), para gerir o
tempo e os compromissos, e para projetar o futuro com autoconfiança e determinação.
Nas aulas de Projeto de Vida vocês têm a oportunidade de desenvolverem para valer
essa competência.

Preparados(as)? Para começar, é hora de descobrir um pouco mais sobre vocês...

Teste: Qual é a minha atitude?

Vocês sabem dizer qual é a atitude que têm diante da vida? Vocês estão atentos para se
organizarem e se planejarem para lutar pelos seus sonhos?

Respondam, individualmente, as questões do teste abaixo (anotem as respostas em seu


Álbum de Cartografia Pessoal). Sejam sinceros!

1 Você tem o hábito de se perguntar aonde pretende chegar, quais são as etapas que
deve percorrer e como deverá agir para alcançar seus propósitos? (para responder essa
pergunta, pense em situações reais que enfrenta na escola e na vida como um todo).

a. Sim, eu penso sempre em meus objetivos e procuro planejar minha vida em função deles.
b. Às vezes. Eu tenho muitos sonhos e fico um pouco perdido para conseguir organizar
minhas prioridades.
c. Não. Eu deixo a vida me levar.

Você confia em seu potencial, conhece suas habilidades, os seus limites e acredita em
2
si mesmo?
a. Eu não costumo pensar muito nisso, pois acho que não tenho muitas qualidades.
b. Apesar de ouvir, muitas vezes, que não tenho futuro, nunca deixei de acreditar em mim.
c. Eu acredito em mim, no meu potencial e estou sempre pronto para me superar a cada dia.

Qual é o papel da escola e da educação em sua vida?


3
a. Eu acredito que a escola e a educação são importantes para o meu futuro, mas nem
sempre presto atenção nas aulas ou faço as tarefas pedidas.
b. Eu valorizo a escola, me esforço para aprender, peço ajuda aos meus colegas e
professores, pois sei que a educação é uma grande oportunidade em minha vida.
c. Eu não vejo sentido na escola e não vejo a hora de me formar.

4 Quando um problema aparece em sua vida, qual é sua atitude?


a. Fico desanimado e perco a vontade de lutar.
b. Fico chateado, mas procuro uma solução para ele, pedindo ajuda se preciso.
c. Procuro manter o foco em meus objetivos e aprender com os problemas, pois não quero
que eles destruam meus sonhos.

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 14


Você procura se informar sobre os assuntos que tem interesse?
5
a. Gosto de pesquisar sobre os assuntos de meu interesse, mas faz tempo que não me
atualizo.
b. Preciso ficar mais motivado para pesquisar sobre os meus interesses.
c. Procuro sempre ler e pesquisar a respeito dos meus interesses, seja na internet, em
livros e, até mesmo, com outras pessoas mais experientes.

Confiram o quadro de respostas na página 16 para verificar o resultado.


Depois, conversem: O que o teste mostrou?

Mapa e bússola para navegar neste ano!

Que tal pensar em um mapa para ajudar vocês a fazerem planos para os estudos e seus
sonhos para este ano, e depois acompanhar o andamento desse planejamento e avaliar
os resultados?

Colocar sonhos e ideias no papel é o primeiro passo para enxergar onde cada um quer ir
e precisa empreender seus esforços. Para isso, utilizem o quadro a seguir, escrevendo o
que pensam sobre cada questão. Só não vale colocar algo muito amplo ou genérico, tipo:
“Quero ser feliz”. Nesse caso, vocês poderiam, por exemplo, colocar a meta de conviver
mais com quem lhes fazem felizes (e anotar quem são essas pessoas). Também é
preciso pensar em coisas que vocês consigam realizar em um ano, senão vão se
frustrar...

E aí, ano novo? Como você vai ser?


Quadro dos desejos e das possíveis ações para que eles não fiquem só no sonho

O que gostaria de alcançar no que se refere aos relacionamentos pessoais? O que posso
fazer para que isto aconteça?

O que espero conquistar, em termos de aprendizagem na escola? O que posso fazer para
que isto aconteça?

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 15


E aí, ano novo? Como você vai ser?
Quadro dos desejos e das possíveis ações para que eles não fiquem só no sonho

O que sonho para minha vida como um todo? O que posso fazer para que esse
sonho se transforme em realidade?

O que desejo para minha família? O que está a meu alcance de ser feito para que
esse desejo aconteça?

O que pretendo fazer, pensando no bem comum?

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 16


Respostas do teste “Qual é a minha atitude”

Vejam a pontuação para cada resposta, somem e confiram o resultado!

1. 2. 3. 4. 5.
a. 3 a. 1 a. 2 a. 1 a. 2
b. 2 b. 2 b. 3 b. 2 b. 1
c. 1 c. 3 c. 1 c. 3 c. 3

De 12 a 15 pontos

ATITUDE PROTAGONISTA
Você costuma se perguntar aonde pretende chegar, quais são as etapas que irá
percorrer e como deverá agir para alcançar seus propósitos. Parabéns, você
está autopropondo um rumo para sua vida! Além disso, você reconhece e
valoriza a escola e a educação como um caminho seguro para o seu
desenvolvimento e para o alcance de suas metas de vida.
Na vida as coisas acontecem de modo inesperado, porém, ter em mente um
roteiro que o conduz nas situações fáceis ou difíceis faz com que você se agarre
melhor às oportunidades e use seu tempo, seu esforço e sua energia na direção
do “querer-ser” que almeja para si.

De 8 a 11 pontos
ATITUDE CONFIANTE
Você sabe bem que tem que correr atrás de seus ideais e sonhos e está, na
maior parte do tempo, antenado para eles. Junto com seus colegas, você
aprenderá a planejar seu dia a dia e a traçar metas para ele. Desse jeito, você
conquistará rapidinho a atitude protagonista necessária para ser um jovem cada
vez mais consciente e realizado.

De 7 a 5 pontos
ATITUDE DESENCANADA
O seu lema é “deixa a vida me levar”... Pode estar certo de que, se continuar
assim, terá poucas chances de vencer as situações inesperadas da vida. Você
não está, ainda, cuidando dos seus sonhos, interesses e necessidades e está
jogando fora boas oportunidades, sua energia e potencial. Ainda há tempo de
mudar! Aproveite as chances que a escola oferece e comece a pensar em sua
vida com mais cuidado e foco!

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 17


Projeto de Vida
Ficha 6

Feche os olhos e pense, por um minuto, nos três principais acontecimentos da sua
vida até os dias de hoje. Não precisa ser nada mirabolante, excêntrico ou coisa do tipo.
Afinal, muitas vezes, são as experiências mais simples as que mais marcam a vida da
gente.
Pensou? E então, é algo que dá para contar para os colegas e o orientador? Se der,
compartilhe essas histórias com eles!
Agora, tente, individualmente e em silêncio, analisar esses acontecimentos. Pense:
 São acontecimentos positivos, que o deixaram feliz? Ou são daqueles que
chateiam a gente e que tentamos esquecer?
 São fatos que aconteceram com você ou com membros da sua família (pais,
irmãos, avós, primos etc)? Eles têm a ver com a sua vida de estudante? Ou,
ainda, são de outra natureza, diferente das opções anteriores?
 Que sentimentos esses acontecimentos despertam em você?
 O que você pode aprender com eles?
Agora, pense nos dias atuais:
 O que de mais importante você está vivendo nesse momento? Pode ser qualquer
coisa, hein?!
 Que importância esses acontecimentos têm na sua vida, atualmente?
 Em que os acontecimentos atuais podem ser significativos para a sua vida no
futuro?
Bom, essas reflexões serão importantes para realizar a atividade proposta a seguir. Aliás,
é possível que você ache a atividade estranha. Afinal, vive numa época em que, muitas
vezes, uma imagem vale mais que mil palavras... Mas aposte, será legal! Antes de
começar, convide um colega para a atividade, que vai acontecer em duplas.

A ideia é que cada um faça um retrato falado de um acontecimento que marcou a sua
vida no passado ou que está deixando marcas importantes no presente.

Como assim?
Quem já viu filme policial deve conhecer esta prática: alguém descreve, com palavras, a
fisionomia de uma pessoa. Aí, um desenhista tenta reproduzir o rosto da pessoa. Na
nossa atividade, a ideia tem a ver com essa prática, mas é um tanto diferente. Você vai
contar, para o seu colega, o seu fato marcante, do passado ou do presente. Em seguida,
ele vai criar uma imagem que represente o acontecimento. Ela pode ser um desenho,
colagem, representações gráficas etc. O importante é transformar o fato em uma
imagem. A descrição, então, tem de ser bem detalhada, para que o colega tenha
elementos para criar a representação. Façam assim: um conta para o outro o seu
acontecimento e os dois anotam tudo no caderno. Depois, ambos criam a imagem ao

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 18


mesmo tempo. Uma dica: usem meio papel A4 como base para o tamanho da imagem e
abusem da criatividade e dos materiais disponíveis! Outra dica: não deixem que o colega
veja o que está sendo criado. Vai ser legal fazer aquele suspense depois da imagem
pronta!
Chegou a hora de mostrar a imagem para o colega da dupla e para os demais da turma.
Em círculo, apresente ao professor e ao grupo de orientandos o fruto do retrato falado,
contando os elementos representados. Esse momento será especial, pois cada um
poderá compartilhar um pouco de sua história!
Para finalizar, insira, no seu Álbum de Cartografia Pessoal, o retrato falado que seu
colega fez do acontecimento que marcou a sua vida.

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 19


Projeto de Vida
Ficha 7

GERAÇÃO Y: QUEM SÃO ESSES CARAS*

Eles são 55 milhões de brasileiros, entre 18 e 33 anos. A reportagem de capa da edição


de dezembro fala desses jovens que levam a sério a ideia de felicidade, principalmente
no trabalho.

É o tempo de quem não sabe o que quer e, na dúvida, faz tudo. É o tempo de quem
nasceu com a possibilidade de se conectar a um mundo ligado por cabos de fibra óptica,
pela cultura pop, economia e informação on demand. Este é o tempo do instantâneo, da
superexposição, do tutorial, da gameficação e, ao mesmo tempo, da individualidade e do
narcisismo. Não à toa, o dicionário Oxford elegeu, em 2013, selfie como o termo do ano,
para as fotos tiradas de si mesmo e publicadas nas redes sociais: eu e meu prato de
comida; eu o meu look do dia; eu e meu ciberativismo. Eu, eu, eu. Eu e o mundo, o meu
mundo.

As tecnologias tornaram acessíveis conhecimentos. A partir da internet, que teve sua


operação comercial liberada no Brasil em 1995, tudo passou a ser possível: aprender a
tocar piano ouvindo Bach no YouTube; descobrir informações que levam ao mapeamento
de células cancerígenas; se divertir no site Buzzfeed com uma lista de imagens de
gatinhos fofos; ou reunir pelo Facebook uma multidão de jovens para protestar em praça
pública. Essas são algumas circunstâncias em que foram criados os millennials, jovens
que nasceram entre 1980 e 1995 e estão enquadrados na Geração Y. A diferença entre
eles e as gerações anteriores é justamente o fato de estarem totalmente inseridos no
contexto das transformações sociais e tecnológicas que levaram à popularização da
internet e suas consequências sociais — as demais precisaram correr atrás e continuam
precisando para se inserir na contemporaneidade. Ou seja, há muito o que aprender com
esses jovens — e o tempo todo.

#VEMGENTE!

*Reportagem de Carla Matsu e Luana Schabib, publicada na revista Brasileiros (Brasileiros Editora
Ltda), em dezembro de 2013. (disponível em http://brasileiros.com.br/256Gc, acesso em 07 mar
2014). A reportagem foi adaptada e editada para este material.

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 20


Dependendo para quem for feita a pergunta, a Geração Y é a que nasceu a partir de
1976 até meados dos anos 1990. Mas o recorte desta reportagem abrange, por questões
estatísticas, quem nasceu entre 1980 e 1995. O Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) estima que somos 201.032.714 brasileiros, algo em torno de 80
milhões de millennials. No Brasil, a geração anterior, a X (nascidos entre 1965 e 1980),
vivenciou o que se passou a chamar de “década perdida”: tempos de crises econômicas,
final da ditadura militar, descobrimento da AIDS. Já os jovens desta geração se viram em
um contexto de maior estabilidade, segurança e prosperidade: Plano Real e governo
Lula. E 79% desses brasileiros jovens acreditam que o País é influente no cenário global,
de acordo com a pesquisa 8095 (anos referentes à Geração Y), feita pela Edelman,
multinacional de relações públicas.

De lá para cá, já passamos pelos primeiros downloads, músicas por torrent, acesso
discado da meia-noite às 5 horas da manhã (contava como um pulso só, lembra?), salas
de bate-papo, aprendizado de inglês jogando videogame, Orkut e o apogeu das redes
sociais.

Até aqui ok. Ao se debruçar sobre essa parcela de jovens, é preciso lembrar o contexto
em que cresceram, além de outro fator determinante: eles são filhos de uma geração de
pessoas que, ao atingirem a idade para entrar no mercado de trabalho, as possibilidades
estavam mais direcionadas a “garantias” financeiras. Estabilidade significava salário fixo
e crescente. Ser médico, advogado ou engenheiro era o que se esperava para um jovem
daqueles tempos.

Com o equilíbrio financeiro que conseguiram, depois de muitas vezes terem se privado
de lazer, alguns desejos e vontades para seus filhos foram internalizados e projetados.
Esse cenário permitiu aos jovens de agora a liberdade e a poesia de poderem escolher a
vida que sonharem.

– O que você quer ser quando crescer, filho?

– Astronauta, não, artista, não, rockstar, não, médico, não! Eu quero ser feliz, pai…

– Claro filho, você pode ser o que você quiser.

#TRABALHO=FELICIDADE

Para essa garotada, a felicidade importa, sim, e o tempo todo. Se ela sempre foi um
objetivo ao longo das gerações, a partir da Y o sentimento é cultivado como valor que
deve permear todas as instâncias da vida, inclusive o trabalho. A ideia é que, se somos
aquilo que fazemos, logo é preciso ser feliz ao fazê-lo. Essa circunstância tem gerado
bons frutos, gente que trabalha com prazer e gera propostas surpreendentes.

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 21


Por outro lado, o mercado de trabalho começa a entender que essa geração não vê
empecilhos para mudar de emprego. A hesitação de antes agora cede espaço para uma
inquietação, em que jovens deixam seus empregos ao perceberem sinais de estagnação
(e, consequentemente, infelicidade). Assim, está ficando mais complicado reter talentos.

#EXPECTATIVAxREALIDADE

Inara Barbosa Leão, 55 anos, doutora em Psicologia Social, é coordenadora do curso de


mestrado em Psicologia na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). As
repórteres foram procurá-la via Facebook: “Professora, os millennials são especiais? Vão
mudar o mundo?”. A resposta: “As últimas gerações, que se criaram já no período da
reorganização do capitalismo para a ampliação da circulação e do consumo das
mercadorias – ou o capitalismo globalizado – é mais narcísica e, na verdade,
individualista. A movimentação de pessoas e mercadorias pelo mundo promoveu a
ideologia do ‘eu me basto’. As relações sociais são contingenciais, e não necessárias.
São estabelecidas para ampliar as chances de alguém ser mais competitivo, se mostrar
melhor que os outros. Acredito que os jovens ou são cooperativos por convicção
ideológica ou se alienam da realidade social e se centram em si como forma de se cuidar
para competir”.

A psicóloga americana Jean Twenge escreve em seu livro Generation Me (sem tradução
em português) que essa tamanha insaciedade tem motivo. Seriam jovens que, desde
crianças, ouviram a repetida mensagem “você é especial” em publicidades, programas de
TV e campanhas de altruísmo, aquelas que dizem “você pode mudar o mundo”. Twenge
acredita que essa comunicação direta tem duas consequências: a primeira é a sensação
de empoderamento dos indivíduos, e a segunda é que esse mesmo comportamento leva
a uma percepção permanente de insatisfação, já que muitas das expectativas
alimentadas podem não ser concretizadas.

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 22


Projeto de Vida
Ficha 8
Superdica para desenvolver a autogestão!

Vocês exercitam atitudes protagonistas e usam estratégias inteligentes para aprenderem


cada vez mais e melhor? Já pararam para pensar se o que estão fazendo está ajudando
ou atrapalhando a aprendizagem?

Leiam o texto do quadro a seguir:

COMO VOCÊS APRENDEM? ESTRATÉGIAS DE ESTUDO!

Você prefere aprender escutando ou lendo?


Algumas pessoas aprendem melhor ouvindo o(a) professor(a), outras aprendem mais
quando leem. Se você souber qual é o seu jeito, poderá aproveitar melhor suas
preferências para aprender mais.

Quando lê, tem o hábito de sublinhar o texto? Faz esquemas, resumos ou


perguntas?
Muitos leitores costumam ler anotando comentários, grifando o texto. Isso ajuda a manter
a atenção, organiza o pensamento e facilita guardar as principais ideias.

Nas aulas, você prefere participar bastante, fazer perguntas ao professor, dar suas
opiniões ou prefere prestar atenção e anotar o que o professor fala?
As duas formas de aprender são legais, o importante é você saber como prefere assistir
às aulas e aproveitar ao máximo seu jeito de aprender.

Quando estuda em grupo, gosta de ensinar os colegas?


Ensinar é uma maneira infalível de aprender!

Conversem sobre suas práticas de estudo (ou até mesmo de não estudo!) e anotem no
quadro abaixo quais delas utilizam com maior frequência e que trazem (ou não)
resultados. Sejam sinceros! O objetivo não é fazer um campeonato de “certo” ou “errado”,
e sim, fazer com que cada um tenha a oportunidade de se conhecer melhor e se tornar
cada vez mais protagonista dentro e fora da escola.

Nome Prefere Sublinha o Nas aulas, participa Quando O que eu O que eu


aprender que lê? Faz bastante e faz perguntas estuda em aprendi de novo gostaria de
escutando ou esquemas, ao professor ou prefere grupo, gosta com a forma de aprimorar na
lendo? resumos, prestar atenção e anotar o de ensinar os aprender do meu minha forma
perguntas? que ele ensina? colegas? colega de dupla? de aprender?

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 23


Meu mapa de estudos!

Iniciar o Ensino Médio é uma experiência nova e isso pode gerar um pouco de
ansiedade, apreensão e até preocupação! São professores novos, novos componentes
no currículo, colegas diferentes, tantas novidades ao mesmo tempo! Para ajudá-los a se
organizarem, confiram na tabela a seguir os componentes que estudarão este ano e cada
um marca em sua tabela:

Mando bem!
Se você gosta e vai bem nos estudos do componente, podendo ajudar outros colegas que
têm dificuldades.
Preciso de ajuda!
Se você já sabe que tem dificuldades de estudo do componente e precisa da ajuda de
seus colegas e professores para superá-las.
Ainda não sei!
Se você ainda não teve aula do componente e precisa de mais um tempo para identificar
se precisará de ajuda ou se poderá ajudar.

Mando bem e Preciso de Ainda não sei!


Componente curricular
posso ajudar! ajuda!

Biologia

Física

Matemática

Química

Filosofia

Geografia

História

Sociologia

Educação Física

Língua Portuguesa/Literatura

Língua Estrangeira (Inglês)

Língua Estrangeira (Espanhol)

Arte

Ensino Religioso

Projetos de Pesquisa e Intervenção

Projeto de Vida

Estudos Orientados

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 24


Estudar juntos para crescerem como estudantes!

Vocês acabaram de preencher um quadro avaliando em quais componentes vocês


mandam bem e em quais precisam de ajuda para aprender.

O(a) professor(a) auxiliará na identificação de quem pode ajudar quem na turma. Estudar
dessa forma é muito legal porque é colaborando uns com os outros que todos se
desenvolvem. Não tá com nada ter atitudes individualistas e guardar os conhecimentos
só para si mesmo, não é?

Para organizar as informações, marquem nos quadros abaixo quem são as pessoas que
podem lhes ajudar em suas necessidades e anotem em quais estudos de componentes
vocês podem colaborar:

Eu posso ajudar meus


colegas nos estudos dos
componentes:

Eu preciso de ajuda nos componentes... ... e esses colegas poderão me ajudar!

Reúnam-se em duplas, trios ou quartetos para experimentar o estudo colaborativo!


Quando tiverem uma aula livre ou algum momento propício, marquem um encontro de
estudos. Vocês verão o quanto isso faz a diferença. Não se esqueçam, também, de
contar com o apoio dos professores quando necessário.

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 25


Projeto de Vida
Ficha 9
1º ENCONTRO

O que é uma radiografia? Pergunta tranquila de ser respondida? Sim, é um exame


médico que permite enxergar dentro do nosso organismo, por meio da exposição de uma
parte do corpo à radiação. Não sentimos dor quando nos submetemos a esse exame,
que possibilita observar se temos fratura óssea, pneumonia, cárie nos dentes e até
câncer. A radiografia é bastante usada por médicos e dentistas, pois é uma grande aliada
para o diagnóstico de diversas doenças.

Mas o que a radiografia tem a ver com os projetos de vida dos alunos da escola? Vejam:
a ideia é que vocês façam uma radiografia da vida de estudante. Isso mesmo... Ver se
está tudo bem, ou se há algo que precisa ser cuidado de outra maneira! Afinal, estão na
reta final do semestre, mas sempre é tempo de cuidar da saúde como alunos.

Vamos lá? Sigam os passos:

1. É hora de expor os pensamentos e sentimentos aos raios X, para que seja possível
enxergar o que está passando na cabeça e no coração de cada um! Respondam,
individualmente, às questões apresentadas no quadro abaixo (registrem as respostas
no Álbum de Cartografia Pessoal).

RADIOGRAFIA DO ESTUDANTE

a) De tudo o que está vivendo na escola desde o primeiro dia de aula, o que mais dá
prazer a você? Podem ser várias coisas. Pense naquilo que você fica feliz só de
imaginar que vai acontecer quando estiver na escola. Pode ser uma disciplina que
você adora, um conteúdo específico de alguma delas que despertou interesse em
você, uma atividade do núcleo que foi marcante etc.
b) De tudo o que você está vivendo na escola desde o início das aulas, o que mais
lhe dá arrepio? Responda tudo o que quiser. Lembre-se do que acontece na escola e
que dá aquele frio na barriga!
c) Em qual atividade da escola você tem alguma dificuldade, mas consegue ter forças
para se superar sem precisar da ajuda de outras pessoas?
d) E qual é aquela atividade em que você sente dificuldade para aprender e não
consegue, sozinho, superar os seus limites?
e) Você gosta de ajudar os colegas que demonstram dificuldade naquilo que você tira
de letra? Como é isso?
f) Você pede ajuda aos colegas quando percebe que está difícil aprender alguma
coisa? Quando eles ajudam, você aprende melhor?
g) Você acha que aprende melhor quando utiliza algum material de apoio, como

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 26


livros, dicionário, Internet etc.? Qual deles você mais usa quando está estudando?
h) Você acha que tem conseguido organizar bem o seu tempo de estudo, seja na
escola, seja em casa?
i) Você prefere estudar sozinho ou gosta de estudar com um colega ou de fazer parte
de um grupo de estudos?
j) Pensando nas várias áreas de conhecimento e nas disciplinas, quais são aquelas
que você está aprendendo bem e as que você não tem aprendido o tanto que
gostaria?

2. Tudo anotado no Álbum de Cartografia Pessoal? Então você já está pronto para
redigir o laudo da radiografia... O que as respostas demonstram? Releia cada uma
delas e preencha o quadro abaixo (você pode reproduzir e preencher o quadro na sua
agenda).

LAUDO DO EXAME
O que torna minha vida de O que torna minha vida de
estudante mais feliz e tranquila? estudante mais difícil?
[Escreva, neste espaço, todos os [Escreva, neste espaço, todos os
trechos das respostas que favorecem trechos das respostas que dificultam a
a sua vida de estudante.] sua vida de estudante.]

3. Agora, é o seguinte: continue colocando em prática tudo o que favorece a sua vida de
estudante. Em time que está ganhando não se mexe, e você tem aprendido muito
dessa maneira. Em relação àquilo que tem dificultado a sua aprendizagem, não dá
para ficar parado. É preciso agir para superar esses limites. Como? Uma das formas
de encarar essas dificuldades é construir uma Rota de Superação dos Limites. É
simples e dá resultados! Vamos experimentar? Vejam o exemplo adiante, dado por
uma aluna de ensino médio.

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 27


ROTA DE SUPERAÇÃO DOS LIMITES
O que posso fazer Com quem posso O que espero
Que dificuldade
para superá-la? contar? agora?
tenho no momento?
- Prestar mais - Professora de - Entender melhor o
Não consigo aprender
atenção nas aulas e matemática. conteúdo.
o conteúdo “funções”,
perguntar sempre que - Carolina, que se - Compreender se ele
em matemática.
não tiver entendido. saiu bem na avaliação tem relações com
- Convidar alguém de matemática. Vou outros conteúdos da
para estudar comigo, convidá-la para matemática e de
fazendo exercícios estudar junto comigo. outras disciplinas.
para ver se aprendi. - Conseguir realizar
os exercícios, me
preparando melhor
para as avaliações.
- Dar espaço para a - Com todo o time. - Melhorar a
Trabalhar em time
opinião dos colegas. - Com a professora convivência com os
nos projetos.
- Não desanimar se que orienta o time. colegas.
alguém quiser fazer a - Aprender outras
atividade de uma maneiras de realizar
maneira diferente da as atividades.
que eu faria. - Ajudar os colegas a
- Contar as minhas aprenderem junto
ideias para os comigo.
colegas, mesmo que
eles pensem
diferente.

4. Parabéns, vocês chegaram ao final da atividade... Conseguiram fazer uma radiografia


da vida de estudante, elaboraram um laudo desse exame e, principalmente, criaram a
Rota de Superação dos Limites. Ou seja, não vão ficar parados a ver navios. Vão agir
para serem estudantes cada vez melhores!

Caderno do Estudante Projeto de Vida – 1ºano/1º bimestre 28


Organização Cátedra UNESCO de Educação
das Nações Unidas e Desenvolvimento Humano
para a Educação, Instituto Ayrton Senna,
a Ciência e a Cultura Brasil

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