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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO

CURSO DE MESTRADO
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM RELAÇÕES PRIVADAS E DESENVOLVIMENTO
DISCIPLINA: RELAÇÕES JURÍDICO-PRIVADAS E MEIO AMBIENTE
DOCENTE: GERMANA PARENTE NEIVA BELCHIOR

RELATÓRIO

Seminário: Registro de imóveis e preservação de área.

Data: 16/09/2021

Textos SILVA, Antonio Fernando; DANTAS, Marcelo. O registro de imóveis e as


discutidos: áreas protegidas pela legislação. Direito em Movimento, Rio de Janeiro, v.
18 - n. 3, p. 77-102, 2020 - Ed. Especial.

Coordenador: Gabrielle Aguirre

Relator: Luciana de Carvalho Tajra

A coordenadora escolheu a exposição de slides para fazer a apresentação do conteúdo do


seminário. Ela iniciou a apresentação falando sobre a principal finalidade dos Cartórios de
Registro de Imóveis que é garantir a publicidade dos registros. Citou o artigo 1º da Lei n.
8.935/1994 e o artigo 17 da Lei n. 6.015/1973.
Em seguida, a coordenadora compartilhou uma matrícula de imóvel cedida pelo colega Dalton
com o objetivo de demonstrar o que é uma matrícula de imóvel e seus componentes. Informou
que o primeiro passo ao comprar um imóvel é ter acesso a matrícula atualizada para saber se
há alguma restrição.
Compartilhou ainda outra matrícula de imóvel em que se visualizava todas as certidões
necessárias para ser feito o registro: Certidão de Indisponibilidade de Bens, Certidão de
Cartório de Imóveis, Certificado de Cadastro de Imóvel Rural, Certidões negativas de débitos
tributários etc.
A coordenadora destacou o seguinte questionamento: o imóvel que possui APP, reserva legal e
área contaminada deve conter na matrícula todas essas informações? Teve a participação da
aluna Luciana, Débora Coutinho e Diego.
A coordenadora explicou que os registros de imóveis devem respeitar os princípios de
taxatividade e da concentração. O primeiro se refere ao fato de que só deve conter as
informações na matrícula que estão previstas taxativamente em lei. Informou que as áreas
contaminadas de um imóvel não têm previsão em lei para que conste nas matrículas de
imóveis. E criticou tal omissão, pois diante da necessidade de proteger o meio ambiente, seria
crucial que as áreas contaminadas fossem relatadas na matrícula para que o proprietário
providenciasse a recuperação da área. Já o princípio da concentração diz regula que todas as
informações sobre um imóvel devem estar concentradas em um único documento, contendo
todo o histórico dos registros e averbações.
Quanto a relação entre meio ambiente e registros de imóveis a coordenadora ressaltou a
importância da publicidade das informações ligadas ao meio ambiente (Princípio da Publicidade
Ambiental) e da proteção que a Constituição Federal garante ao meio ambiente. Relatou ainda
capilaridade das serventias extrajudiciais pois muitos órgãos federais não estão presentes em
todos os munícipios do Brasil. Destacou que esse fato comprova como é importante que o
ensino do direito ambiental tenha dinâmica com outras áreas do Direito.
A coordenadora explanou que o registrador só pode agir por ofício quando previsto em lei e
quando provocado pelo Estado ou pelo interessado. Que é importante que o Estado tenha uma
ação mais energética em repassar informações aos cartórios e assim ser possível uma maior
proteção ao meio ambiente através dessas informações.
Continuando com a apresentação, a coordenadora explicou que o proprietário não pode fazer
um uso indiscriminado do imóvel pois é limitado pelo Princípio da Função Social da
Propriedade. A professor Germana completou a informação informando que não só limita, mas
recondiciona a natureza do conteúdo.
A coordenadora citando o §2º do art. 2º e art. 167 ambos da Lei 12.651/2012 explicou que as
obrigações de um bem imóvel são de natureza real e propter rem, ou seja, são transmitidas ao
sucessor do imóvel e que devem ser averbadas no registro as informações referentes a reserva
legal e servidão ambiental. Demonstrou como é registrado uma reserva legal no exemplo de
matrícula que o colega Dalton cedeu para a apresentação. Por fim, a coordenadora leu o artigo
que contém o conceito de reserva legal.
Finalizando a sua apresentação, a coordenadora relatou que acha importante que a população
tenha mais conhecimentos sobre o conteúdo das matrículas de registro de imóveis pois é um
instrumento para garantir a preservação do meio ambiente. Além disso, pontuou que seria
interessante ocorrer alterações na legislação para que as áreas contaminadas sejam também
averbadas nos registros de imóveis como informação obrigatória pois, seria possível assim,
que os órgãos competentes determinassem a recuperação dessas áreas.
A apresentação teve 25 (vinte e cinco) minutos de duração cumprindo o prazo máximo
estabelecido.

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