Você está na página 1de 9

CAPITALISMO DE VIGILÂNCIA

Ândria Fernandes
Anielma Soares
Hugo Bastos
Patrícia Vasconcelos

Resumo
A realização deste artigo científico cujo tema é o capitalismo de vigilância tem como
objetivo definir o conceito, de acordo com as perspectivas de diferentes autores, analisar
as ideias e reflexões mais importantes, de que forma o capitalismo de vigilância é
aplicado e refletirmos como é a realidade atualmente.

Palavras-chave: Capitalismo de vigilância; internet; big data; Comercialização de dados;


privacidade.

Introdução
O conceito de "capitalismo de vigilância" surge como uma expressão emblemática que
descreve a transformação radical das dinâmicas económico-sociais, amplamente associada
à coleta massiva de dados pessoais. A origem da expressão remonta a John Bellamy Foster
e Robert W. McChesney em 2014, sendo posteriormente desenvolvida por Shoshana
Zuboff.
Em essência, o capitalismo de vigilância fundamenta-se na exploração e obtenção de lucro
pelos dados individuais, criando um paradigma económico em que a informação pessoal
torna-se uma valiosa mercadoria. Este artigo propõe-se a explorar e analisar as principais
ideias e reflexões em torno desse conceito, destacando a sua conexão com o big data e as
implicações para a sociedade atual. Além disso, será abordada a operacionalização do
conceito e como ele se manifesta nas práticas das grandes empresas tecnológicas, como a
Google, bem como a relevância dessas reflexões para compreender a realidade da
comunicação nos dias de hoje.

1
1. Contextualização e definição de Capitalismo de Vigilância

Os novos media são responsáveis por transformar os cidadãos incapazes de distinguir as


ilusões criadas pelos novos media (meios de comunicação digitais e interativos graças ao
avanço da tecnologia do final do séc. XX) e as realidades criadas pelas sociedades
capitalistas escondem, é o que Ferreira (2018) defende.
A palavra capitalismo de vigilância foi utilizada pela primeira vez por John Bellamy
Foster e Robert W. McChesney em Julho de 2014 , na Monthly Review,uma revista
socialista de Nova Iorque, a sua ideia sobre capitalismo baseou-se nos militares dos EUA e
na vigilância dos habitantes
Segundo Shoshana Zuboff , o capitalismo de vigilância pode ser definido de inúmeras
formas como uma recente norma económica que exige conhecimento humano do modo
que a matéria-prima é dada com destinos comerciais dissimulados de remoção,
prognóstico e lucros. Apesar destas informações serem usadas para aperfeiçoamentos de
produtos bem como infraestruturas, constroem bens a partir deste método de
funcionamento comercial (DiBella, 2019).
Bruce Schneier, especialista em segurança, diz que a vigilância é o padrão de
comercialização da internet, ressaltando o ponto de vista de Zuboff. A ligação de
vigilância estatal e sua contraparte capitalista quer dizer que a tecnologia digital está a
dividir os habitantes da comunidade em grupos distintos que são os espectadores
(invisíveis, desconhecidos e irresponsáveis e observados), que resulta em danos profundos
na democracia devido às assimetrias de autoridade.
Segundo a mesma, o capitalismo não se resume mais a propagandas do que a produção em
massa enquadra à criação do Ford Model T e tornou-se padrão para aumento de capital no
Vale do Silício.
Karl Polanyi (2001) transmite que o capitalismo industrial de mercado se baseia
amplamente na produção de três “mercadorias fictícias”, em que a vida do indivíduo é
limitada como trabalho, a natureza do capital imobiliário e a permuta como moeda (Aho &
Duffield, 2020). Nick Barney, escritor de tecnologia define capitalismo de vigilância
como monitorização de dados tomados por meio de vigilância das mudanças e atitudes dos
indivíduos on-line e no universo físico “A vigilância do consumidor é mais comumente
usada para marketing e publicidade direcionados” (Barney, 2022).

2
2. Principais ideias e Reflexão em torno do conceito
Conectado ao capitalismo de vigilância temos o conceito de big data, indispensável para
esta nova lógica de acumulação. Segundo Constantiou e Kallinikos:

“‘big data,’ they warn, heralds ‘a transformation of contemporary economy


and society ... a much wider shift that makes everydayness qua data imprints
an intrinsic component of organizational and institutional life ... and also a
primary target of commercialization strategies...’” (Zuboff, 2015).

Novas oportunidades de aprendizagem que originaram perguntas sobre ‘quem aprenderia’,


‘como’ e ‘o quê’ surgiram devido ao eletronic text, conceito criado por Zuboff (2015). A
divisão de aprendizagens, destaca-se mais em empresas que têm mediação informática,
face à divisão do trabalho. A divisão de aprendizagens considerava os processos
administrativos e os fluxos de produção, assim como dados sobre os clientes como
(Zuboff, 2015): publicações nas redes sociais, pesquisas na web, mensagens de texto, cada
clique. “Massive databases have emerged, containing personal data on billions of
individuals that can be analysed, studied and instrumentalized to modify future human
choices” (Aho & Duffield, 2020). Em torno desta nova divisão surgem questões como
“quem decide quem participa?” e “quem participa e como?” (Zuboff, 2015).
Ao longo do tempo, o capitalismo tem-se mantido devido ao surgimento de novas formas
de mercado de acumulação que tentam acompanhar a constante evolução da sociedade,
como é o caso do capitalismo de vigilância (Zuboff, 2015).
A mediação informática, que se reflete num registo contínuo e generalizado de cada
transação, possibilita a existência de uma economia mais transparente e conhecível. Hal
Varian, economista-chefe da Google, evidencia quatro novos usos que ocorrem das
transações mediadas por computador: extração e análise de dados, novas formas
contratuais decorrentes de uma melhor monitorização e personalização e customização e
experiências contínuas (Zuboff, 2015).
Os big data podem provir das transações económicas, fluxos de sistemas trans-
institucional e institucionais, de bases de dados governamentais e empresariais, câmaras de
vigilância, telemóveis, satélites e de fluxos de dados de transações comerciais. Estes dados
são, sem o consentimento dos consumidores, comprados, agregados, analisados,
empacotados e vendidos por corretores de dados que operam em segredo. Segundo Zuboff
(2015), “with these data alone it is possible to construct detailed individual profiles”.
Outra grande fonte dos big data são as pequenas ações que fazemos no nosso dia a dia,
como os gostos nas redes sociais, palavras mal escritas, visualização de páginas e etc.
Estes fluxos denominados por data exhaust por tecnólogos e os dados recolhidos são
“acquired, datafied, abstracted, aggregated, analyzed, packaged, sold, further analyzed and
sold again” (Zuboff, 2015).
A Google, sendo a empresa com mais sucesso de big data, viu como estratégia a aquisição
de dados dos utilizadores do site para direcionar publicidade personalizada e para a
produção de algoritmos, fazendo alavancar as receitas da empresa (Zuboff, 2015).
Segundo Zuboff (2015), a extração é um processo ‘de tirar’ e não uma relação de ‘dar e
receber’, no qual as populações são a fonte dos dados, mas onde o diálogo e/ou o
consentimento é nulo. “Its populations are no longer necessary as the source of customers
or employees. Advertisers are its customers along with other intermediaries who purchase
its data analyses”.
As empresas de hiperescala, como a Google, necessitam de milhões de servidores virtuais
e de cientistas de dados que estejam familiarizados com os novos métodos de análise, estas
condições impedem a troca de feedback entre a empresa e os seus utilizadores. Após as
muitas fases de produção, os dados regressam à origem para uma segunda fase de extração
onde o objetivo da empresa são as receitas e não os próprios dados (Zuboff, 2015).
Algumas características-chave desta nova lógica de acumulação, ou seja, a de dados, são a
dependência de ativos de dados, neste caso, os de vigilância. Estes podem ser
caracterizados por contrabando ou bens roubados, uma vez que foram recolhidos, muitas
vezes, sem consentimento. No entanto, podem ser chamados de capital de vigilância
quando atraem investimentos significativos (Zuboff, 2015).
Segundo Zuboff (2015), o Big Other é um poder absoluto, a encarnação do eletronic text,
uma nova arquitetura universal, um novo regime que ultrapassa a necessidade de
contratos, do dinamismo da democracia de mercados e de governação. “Unlike the
centralized power of mass society, there is no escape from Big Other. There is no place to
be where the Other is not”. Varian afirma que as pessoas aceita a invasão de privacidade
se obtiverem algo em troca. Os direitos de privacidade dos quais os capitalistas de
vigilância dispõem contam com muitas oportunidades para criar segredos, elemento cada
vez mais aproveitado para manter a obscuridade das operações de vigilância.
A dependência social causada pela tendência dos consumidores para operações de
extração de dados, provocada pelas ferramentas Google, estão no centro do projeto de
vigilância. “This conflict produces a kind of psychic numbing that inures people to the
realities of being tracked, parsed, mined, and modified – or disposes them to rationalize
the situation in resigned cynicism” (Zuboff, 2015).
Segundo Zuboff (2015), as continuous experiments ocasionam alterações nos ativos de
vigilância, “assets from virtual behavior to actual behavior, while monetization
opportunities are refocused to blend virtual and actual behavior” o que resulta num
acumular de conhecimento que pode ser utilizado para modificar o comportamento dos
utilizadores de modo a obter lucro. Assim, respondendo às perguntas previamente
levantadas, quem tem acesso ao Big Other é quem participa e os mercados de controlo
comportamental são quem decide.
3. Como pode ser aplicado/operacionalizado?

Zuboff afirma que apesar de grande parte dos dados recolhidos dos utilizadores serem
utilizados para a melhoria dos produtos e serviços, o restante tem diversas finalidades: é
apelidado de superávit comportamental do proprietário que é utilizado como “alimento”
para processos que requerem grandes quantidades de informação denominados
“inteligência de máquina”, é obtido lucro através de produtos de predição, que consite em
prever os “movimentos” do utilizador em três períodos: agora, daqui a pouco e mais tarde
(Zuboff, 2018).
Este conceito surgiu com o desenvolvimento da tecnologia digital, permitindo com que as
empresas conseguissem recolher informações. A extração dos dados dos utilizadores pelas
grandes empresas é um “processo unilateral”, isto é, não há reciprocidade entre o
utilizador e as empresas de “big data”. Essa extração acaba por ser conseguida pela falta
de consentimento ou de diálogo.
Com a evolução da tecnologia e, consequentemente evolução de mercado, a concorrência
em adquirir fontes cada vez mais valiosas de superavit comportamental como a voz,
personalidade e emoções tendem a aumentar. Com base nestes dados comportamentais, as
grandes empresas tendem a arrecadar mais lucro através da persuasão, mas também é com
base nesses dados que as máquinas tentam, e em alguns casos conseguem, moldar o nosso
comportamento numa escala sem precedentes, segundo a autora.
Vivemos, segundo Zuboff, numa fase em que o capitalismo de vigilância está em
evolução, tende a ficar subordinada a “meios de modificação comportamental”, tanto que
o próprio capitalismo de vigilância gera um novo poder do qual a autora apelida de
“Instrumentarismo” que já conhece o comportamento humano e molda-o beneficiando
terceiros, por um meio computadorizado, ou seja, dispositivos móveis, espaços
inteligentes estando ligados em rede (Zuboff, 2018).
A empresa dos Estados Unidos, Google, foi a empresa pioneira do capitalismo de
vigilância desde a origem do conceito, nos “recursos inesgotáveis para pesquisa e
desenvolvimento”, mas apesar de ser o pioneiro não foi a única empresa a aplicar esse
sistema, seguindo-se o Facebook e a Microsoft.
Para este tipo de empresas, nem todos os dados são utilizados. Quando um “big data” tem
um mercado a alcançar, vão em busca apenas das características pretendidas no interior de
todos os dados. “Os significados dos usuários individuais não interessam ao Google ou a
outras empresas desta cadeia”, afirma a autora ainda reforçando que os dados recolhidos
dizem muito sobre a “população de utilizadores” que consiste nas fontes das quais são
extraídos os dados pretendidos (Zuboff, 2015).
4. Reflexão sobre os conceitos são úteis para a comunicação hoje

Capitalismo de vigilância foi o termo utilizado para descrever a forma de organização


económica cujas empresas lucram, analisando e utilizando dados pessoais dos utilizadores.
Esta prática é utilizada dominantemente na internet, no digital, em plataformas online,
redes sociais, entre outros.
“(…)chegou para anunciar a nova forma de opressão económica que temos visto invadir as
nossas vidas.” (DiBella, 2019).

“Grandes empresas tecnológicas como Amazon, Apple, Google e Facebook


utilizam o capitalismo de vigilância para recolher dados pessoais dos
utilizadores. Esses dados incluem históricos de pesquisa, postagens em mídias
sociais, localizações físicas e palavras-chave de produtos capturadas por
microfones em smartphones e dispositivos de Internet das Coisas ( IoT ). Os
dados são empacotados em produtos de previsão que são vendidos a empresas
para uso em marketing direcionado e marketing comportamental.” (Barney,
2022).
Como forma de refletir e pensarmos a realidade da comunicação hoje, destacamos
algumas considerações:
A privacidade e vigilância, compreendermos estes conceitos é de extrema importância,
vivemos num período cujas atividades são predominantemente na internet, estas atividades
são monitorizadas, podendo direcionar-nos para anúncios, preferências, podendo
influenciar comportamentos.
“A modificação comportamental tenta influenciar o comportamento de um indivíduo por
meio de sugestões sutis.” (Barney, 2022).
“Segundo Zuboff, os indivíduos cujos dados são coletados e monetizados dessa forma
muitas vezes não têm conhecimento disso ou não têm a opção de consentir com sua coleta
e compartilhamento sem perder a funcionalidade de seus dispositivos.” (Barney, 2022).
Comercialização de dados, no capitalismo de vigilância as informações pessoais são
importantes, as empresas não se limitam a vender produtos e serviços, mas dados dos
utilizadores como mercadoria ou produto.
“Zuboff vê as estruturas económicas resultantes como completamente sem precedentes –
um capitalismo desonesto. (…) Cada um de nós se torna continuamente compreensível e
lucrativo para essas empresas. (…) (DiBella, 2019).
A relação com o poder e o controlo, estas empresas criam poder, são possuidoras de dados
pessoais e informação.

“No seu livro, Zuboff atribuiu ao Google e ao Google AdWords a criação do


capitalismo de vigilância em 2001, quando começou a vender os seus dados
excedentários dos consumidores aos anunciantes sem informar os utilizadores.
Isto criou uma classe de ativos de dados de matérias-primas sem incorrer em
quaisquer custos de margem adicionais. Esta abordagem tornou-se o modelo
de negócio capitalista de vigilância para outras empresas tecnológicas.”
(DiBella, 2019).
Outra consideração que apontamos é relativamente à ética e responsabilidade, esta
discussão é complexa, envolve responsabilidade e evidência. As empresas devem agir de
forma ética protegendo a privacidade nas práticas de recolha de dados de forma clara.
“Eles também aproveitam a sua posição corporativa para se envolverem em
experimentação humana e influência política, sem respeitar a ética de investigação padrão
de consentimento e cooperação com os participantes da investigação.” (Barney, 2022).
A sociedade e o controlo social, estas práticas vão-se ramificando, não ficando numa
esfera individual. Influenciam comportamentos e padrões individuais, sociais e políticos.

“Isto tudo é, para Zuboff, um arsenal preocupante montado contra o projeto


quintessencial do liberalismo contemporâneo – o indivíduo. Ela vê o
capitalismo de vigilância como uma extensão da investigação psicológica de
BF Skinner: a sua teoria do “behaviorismo” considerava as pessoas como
redutíveis aos seus comportamentos e reflexos. Skinner pretendia melhorar a
coesão social e a eficiência no local de trabalho, independentemente da
vontade individual. (…) Tudo isto mostra que o capitalismo de vigilância está
inexoravelmente a trabalhar para enfraquecer o nosso sacrossanto direito à
autonomia pessoal.” (Barney, 2022).
Por último, consideramos a proteção de dados no sentido que exista uma estrutura legal,
proteção de dados, de forma a estabelecer limites para o uso de dados.
“Na análise de Zuboff, nenhuma tecnologia da informação viola inerentemente
a privacidade dos dados . O capitalismo de vigilância não é uma parte
inevitável da utilização da tecnologia digital, mas sim uma filosofia
empresarial. Por exemplo, os capitalistas de vigilância muitas vezes só
permitem o acesso aos seus dispositivos, serviços e atualizações de software se
os utilizadores assinarem acordos que permitam aos proprietários recolher e
partilhar os dados dos utilizadores com terceiros não especificados.” (DiBella,
2019).
Assim refletimos que alguns destes conceitos são fundamentais para criar estruturas e
éticas de privacidade para compreender e levantar questões sobre a realidade da
comunicação no capitalismo de vigilância. A maioria das pessoas “aceita” o capitalismo
de vigilância por desconhecimento. As atividades a que nos propomos, diariamente, nas
tecnologias digitais não permitem compreender as implicações e riscos que estão
associados.
Para Zuboff poderá existir consequências no futuro digital. Não considerando ou
desconhecendo estas práticas de manipulação, através dos algoritmos fornecidos por dados
pessoais acabam por expor a individualidade de cada um.
Tudo isto pode conduzir a um abuso de vigilância e violação de privacidade. Portanto, é
essencial que exista consciência das implicações do capitalismo de vigilância, na
informação do digital garantindo responsabilidade, ética e equilíbrio entre a tecnologia e a
privacidade.
Segundo Shoshana Zuboff, “As pessoas aceitam o capitalismo de vigilância porque muitas
vezes não sabem a extensão da recolha de dados que vários fornecedores de tecnologia
estão a fazer e dependem das tecnologias digitais que utilizam. No entanto, segundo
Zuboff, estas tendências podem ter consequências graves para o futuro digital: acabar com
o direito à privacidade como norma social ; reduzindo a capacidade dos indivíduos de
controlarem as suas vidas digitais; e enfraquecendo a autonomia humana e possivelmente
a democracia.” (DiBella, 2019).

Notas finais
Em suma, a realização do presente trabalho demostrou que o Capitalismo de Vigilância é
um novo mecanismo de oportunidade de ganhos de dados , produzindo assim mudanças
comportamentais com objetivo de obter lucro criando assim políticas e ligações sociais no
futuro digital .

O grupo entendeu que o objetivo do capitalismo de vigilância é aumentar a riqueza com os


trabalhos comerciais que acaba deixando a sociedade dividida em duas partes, com os
observadores aqueles que observam as pessoas ou empresas que produzem conteúdo
sugeridos por entidades organizacionais (Google, Amazon e Facebook) e os observados
aquele realizam as publicidades.

Referências
Aho, B., & Duffield, R. (4 de maio de 2020). Beyond surveillance capitalism: Privacy, regulation
and big data in Europe and China. Economy and Society, 49(2), pp. 187-212.
https://doi.org/ttps://doi.org/10.1080/03085147.2019.1690275
Barney, N. (dezembro de 2022). surveillance capitalism. Obtido em 14 de janeiro de 2024, de
WhatIs: https://www.techtarget.com/whatis/definition/surveillance-capitalism
DiBella, S. (19 de novembro de 2019). Book Review: The Age of Surveillance Capitalism: The
Fight for a Human Future at the New Frontier of Power by Shoshana Zuboff. Obtido em
14 de janeiro de 2024, de London School of Economics:
https://blogs.lse.ac.uk/lsereviewofbooks/2019/11/04/book-review-the-age-of-surveillance-
capitalism-the-fight-for-the-future-at-the-new-frontier-of-power-by-shoshana-zuboff/

Você também pode gostar