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Olá, estudante!

Este documento será um aliado para a realização das atividades avaliativas (etapas
do projeto) na unidade curricular do projeto integrador (PI), pois traz a
contextualização da empresa fictícia criada pela equipe pedagógica do curso para as
práticas do seu aprimoramento profissional. Portanto, leia o contexto a seguir da
concessionária de veículos MegaCar para realizar as etapas.

Bom trabalho!

Contextualização da empresa
O setor automotivo se preocupa cada vez mais com as questões ambientais
interligadas aos seus processos produtivos e à sua cadeia de distribuição mundial.
Essa tendência é marcante nas empresas montadoras, pois estão expostas à pressão
da legislação ambiental em vigor, nas fábricas de autopeças e nas concessionárias
autorizadas, pelas exigências das próprias montadoras, criando-se, assim, uma
necessidade de gestão do setor sob a ótica ambientalmente correta.

As empresas, de modo geral, são uma das principais responsáveis pelo esgotamento
e pelas alterações ocorridas nos recursos naturais mundialmente. A gestão ambiental
é parte de um sistema global de administração que provê ordenamento e consistência
para que as organizações abordem suas preocupações ambientais e tem como
finalidade equilibrar a proteção ambiental e a prevenção da poluição das organizações
com as necessidades socioeconômicas.

Descrição da empresa
A MegaCar é uma concessionária de veículos localizada na mesma cidade onde você,
estudante, reside. A empresa atua no segmento automotivo, realizando a compra, a
venda e a manutenção de veículos, e conta com 40 funcionários. Uma das
preocupações atualmente é mitigar os impactos ambientais das suas atividades,
buscando melhorar as práticas na sua gestão organizacional.

A licença ambiental ainda não foi concedida à empresa, pelo fato de o órgão ambiental
responsável ainda não ter realizado a vistoria necessária para a obtenção da licença.
Contudo, a MegaCar opera cumprindo as exigências legais relativas às solicitações
prévias dos órgãos competentes, visando, com isso, a contribuir com o tripé da
sustentabilidade e, ao mesmo tempo, agregar valor à sua marca, mostrando, além de
respeito, responsabilidade com o meio ambiente.

Considerando o exposto, foi contratado um profissional da área de meio ambiente


para verificação e vistoria dos principais problemas ambientais da MegaCar. Ao
realizar a vistoria, o profissional identificou algumas situações importantes.
Primeiramente, foi constatado que a MegaCar não tem um programa de gestão
ambiental, mas tem como objetivo se adequar à legislação e às boas práticas
ambientais. Ainda, a empresa não conta com nenhum tipo de programa para gerenciar
resíduos sólidos e líquidos (efluentes).

Veja a seguir as demais situações ambientais que deverão ser geridas dentro do
sistema de gestão ambiental (SGA):

• Setores de vendas e administrativo: em ambos os setores, foram


encontrados resíduos como: pedaços de papel, copos descartáveis de plástico
e embalagens em geral. Esses resíduos são misturados com todos os outros
resíduos de todos os setores da empresa, de todas as classificações. O
acondicionamento é feito em lixeiras comuns, sem identificação, e os resíduos
orgânicos são misturados com as folhas de ofício descartadas pelo setor.
Também merecem destaque a utilização dos recursos naturais, como água,
energia elétrica, e a geração dos efluentes líquidos em pias e sanitários.

• Setor de peças e almoxarifado: presenciou-se neste setor a produção de


resíduos como: embalagens plásticas; papel e papelão; madeira; vidros. Além
disso, durante a vistoria, viu-se que os colaboradores da empresa misturavam
os resíduos em um só recipiente, pois existia um único latão para descarte.
Quando questionado sobre o destino dos diferentes resíduos e sobre a
organização desses materiais, o funcionário responsável pelo setor informou
que não sabia qual era a maneira adequada de descartá-los nem o local correto
a que deveriam ser destinados. Informou também que isso não era
responsabilidade dele, pois tinha muito trabalho a fazer e não poderia se
preocupar com esse tipo de coisa. Por fim, disse ainda que os resíduos são
responsabilidade da equipe de limpeza da concessionária. O profissional que
realizou a vistoria verificou ainda o potencial de risco de vazamento de alguns
produtos inflamáveis, corrosivos e perigosos que ali se encontravam, pois
estavam armazenados diretamente no piso, sem informações prévias sobre os
tipos de produtos químicos, e todos estavam misturados, sem classificação e
especificação.

• Setor de oficina mecânica: neste setor foram identificados resíduos como:


resíduos contaminados com óleo, como estopas, papel, papelão, latas
(embalagens); filtros de óleo; óleo usado; efluentes; baterias; pneus; graxa;
solventes. Esses resíduos são considerados perigosos, portanto precisam de
tratamento ambientalmente adequado, de uma gestão desde a geração até a
disposição final, passando por todos os processos, de acordo com as normas
e as legislações sobre gerenciamento de resíduos sólidos e gestão ambiental.
Identificou-se também que tais resíduos são acondicionados e armazenados
em local e recipientes impróprios e que os funcionários não estavam utilizando
os EPIs (equipamentos de proteção individual) adequados durante o manuseio
dos materiais. Os EPIs, quando utilizados pelos colaboradores, são
descartados em qualquer lixeira, sem o devido cuidado.

• Setor de funilaria: neste setor, observou-se considerável geração de


efluentes, solventes, tintas, óleos e derivados. Identificou-se também a
utilização de tambores, todos misturados, sem identificação, armazenados a 2
m do local das atividades dos funcionários, para acondicionamento dos
resíduos. Em conversa com os funcionários, estes informaram que há duas
semanas tinha ocorrido um acidente de pequenas proporções com os produtos
químicos, pois houve contato de dois agentes inflamáveis, causando uma
pequena explosão, sem danos à saúde dos funcionários, somente danos
materiais.

• Setor de lavagem de veículos: identificou-se neste local grande geração de


efluentes contaminados com óleos, graxas e produtos químicos (detergentes
neutro e ácido, sabão de glicerina, solventes, querosene). Em vistoria mais
minuciosa, constatou-se vazamento do efluente para o canal da rede de
captação de água da chuva (esgoto pluvial). A estação de tratamento de
efluentes estava em operação parcial, pois um dos equipamentos estava em
manutenção há três semanas. Além disso, a quantidade de efluentes gerada
na lavagem ultrapassava a capacidade de suporte de tratamento. Ao realizar
as análises químicas para verificação dos parâmetros de tratamento, o
profissional de meio ambiente que estava realizando a vistoria observou no
laudo que a maioria dos itens analisados pelo laboratório contratado
ultrapassava os limites máximos permitidos para lançamento do efluente na
rede pública de esgoto.

Outros resíduos também foram identificados durante a vistoria, tais como: lâmpadas
fluorescentes, embalagens de tinta, materiais contaminados com óleo e graxa (cordas,
papéis, metais, sucatas), plásticos, panos, EPIs, sucatas, isopor, borrachas, correias,
resíduos orgânicos do refeitório e orgânicos biológicos dos sanitários.

Os responsáveis foram questionados sobre a existência de alguma evidência de


capacitação técnica para os funcionários, mas disseram que o documento tinha sido
extraviado junto com outros arquivos, não dando garantias de que os colaboradores
receberam instruções e capacitações periódicas.

Ao se deslocar para vistoria na central de armazenamento temporário de resíduos, o


responsável também informou que, no momento, os resíduos estavam sendo
armazenados em uma sala fechada, sem ventilação, sem controle de acesso. Relatou
que todos os resíduos da empresa são armazenados nesse local, juntos, sem
identificação e misturados, utilizando tambores de metal para armazenagem. Após,
os resíduos são coletados por uma empresa contratada para tratar e destinar esses
materiais.

Porém, analisando as documentações ambientais, a licença de operação da empresa


de coleta e tratamento dos resíduos ainda não tinha sido renovada pelo órgão
ambiental, estando em desacordo com a Resolução Conama n.º 237/1997, que trata
das questões de licenciamento ambiental de atividades poluidoras no Brasil.

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