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ESCRAVIDÃO NOS

TEMPOS ATUAIS

Luis Gabriel Trevisano da Silva nº 19


7º C
O trabalho escravo, infelizmente, é uma realidade para muitas pessoas
no Brasil e no mundo. Dados levantados pela Organização Internacional do
Trabalho (OIT) apontam que existem, no mínimo, 20,9 milhões de pessoas
escravizadas, enquanto um levantamento promovido pela ONG
estadunidense “Free the Slaves” estima um total de 27 milhões de pessoas
que trabalham em condições análogas à escravidão no mundo. Existem duas
convenções de trabalho da OIT, uma de 1930 e outra de 1957, que visam a
regulamentar as condições de trabalho e erradicar o trabalho escravo. No
Brasil, o artigo 149 do Código Penal Brasileiro define as condições de trabalho
análogo à escravidão que incluem o trabalho forçado e as condições
degradantes de trabalho e prevê punições para quem for condenado pela
prática de escravização e aliciamento de pessoas para trabalhos forçados.
Vale ressaltar que a ONU e a OIT reconhecem o conceito de trabalho escravo
disposto no Código Penal Brasileiro. Existe um ciclo do trabalho escravo que
inclui, a miséria em que muitas pessoas se encontram, o aliciamento dessas
pessoas com promessas de mudança de vida e o trabalho que elimina as
condições de desligamento entre o trabalhador e o patrão. Esse ciclo
somente pode ser encerrado com a denúncia e a fiscalização.

INFORMAÇÕES SOBRE A ESCRAVIDÃO


Além disso, as pessoas escravizadas têm suas liberdades tolhidas, pois
são consideradas propriedades de seus senhores, podendo ser vendidas ou
trocadas como mercadorias. Esse tipo de mão de obra foi muito empregada
no Brasil, mas também em diversas partes do mundo durante períodos
distintos. O trabalho escravo é uma prática que permeia a história mundial.
Sua origem está relacionada às guerras e conquistas de territórios, onde os
povos vencidos eram submetidos ao trabalho forçado pelos conquistadores.
Pelo que se sabe, os primórdios da escravidão vêm do Oriente Médio (Antigo
Oriente), mas povos nas Américas como os maias também se serviram de
cativos.
INFORMAÇÕES SOBRE A ESCRAVIDÃO NOS TEMPOS ATUAIS
A chamada escravidão moderna atinge mais de 45,8 milhões de pessoas
no mundo, segundo a edição deste ano do Índice Global de Escravidão,
publicado pela Fundação Walk Free, da Austrália. A maioria (quase 35%) está
na Ásia. Na América Latina, são 2,16 milhões de trabalhadores, 161,1 mil
deles no Brasil - em 2014, eram 155,3 mil. Segundo o relatório, a incidência
desse crime é maior nas áreas rurais no país, principalmente em regiões de
cerrado e na Amazônia. Os setores que concentram a maior parte dos
trabalhadores explorados são: criação de bovinos para corte (32%), cultivo de
arroz (20%) e fabricação de álcool (11%). No total, 39% das vítimas tinham
até o 5º ano do Ensino Fundamental incompleto, enquanto 31% eram
analfabetos. Grupos de defesa dos direitos humanos afirmam que milhares
de pessoas são forçadas a trabalhar em barcos de pesca, onde podem
permanecer durante anos sem nem sequer poder ver a costa. As vítimas
afirmam que, caso sejam flagradas tentando escapar, podem ser mortas ou
lançadas ao mar. Os números sugerem a existência de 10 mil a 13 mil vítimas
de escravidão no Reino Unido, vindas de países como Albânia, Nigéria, Vietnã
e Romênia. Acredita-se que cerca de 3 mil crianças vietnamitas estejam
trabalhando em "fábricas de maconha" e salões de unha, onde ouvem que
"suas famílias lamentarão muito" se escaparem. A Organização Internacional
do Trabalho calcula que existam cerca de 4,5 milhões de vítimas de
exploração sexual no mundo. O relatório destaca que muitas crianças na
Europa, Ásia, África, América Latina e Oriente Médio são forçadas por
criminosos a pedir esmolas nas ruas. Grande parte da escravidão moderna
não é visível para o público - ela acontece em casas, fazendas ou outros tipos
de propriedades particulares.

ESCRAVOS IMPORTANTES QUE NÃO FORAM


RECONHECIDOS
BENKOS BIOHÓ
Sua história começa no Arquipélago dos Bijagós, atual Guiné-Bissau. A
presença de escravagistas no arquipélago levou ao aprisionamento da família
inteira de Benkos em 1596. Mas sua vida como escravo duraria meros três
anos. Em 1599, agora batizado e renomeado Domingos Biohó, ele liderou
uma rebelião com 30 homens em Cartagena das Índias, norte da Colômbia. O
grupo tomou conta de uma região elevada conhecida como Montes de
María. A partir dali, formaram uma rede de inteligência que mantinha o
exército de Benkos atualizado sobre o que ocorria na cidade. Assim, era
possível organizar novas fugas de escravos para o palenque – o equivalente
colombiano do quilombo brasileiro. A terra dos negros liderados por Benkos
ficou conhecida como Arcabuco, que quer dizer “lugar de arvoredos
intrincados” mata fechada e, por isso mesmo, difícil de invadir. Sem saber
como derrotar os maroons, o termo para negros foragidos, o governador de
Cartagena, Geronimo de Suazo e Casasola ofereceu um tratado de paz em 18
de julho de 1605 – que autorizava os habitantes a circular pela cidade. O
tratado foi violado em 1619, quando, andando desprotegido, Biohó foi
surpreendido próximo à Muralha de Cartagena e aprisionado. Em 1621,
Benkos foi enforcado – mas a localização estratégica do quilombo, a coroa
espanhola voltou a ceder, emitindo um decreto real no ano de 1691 que
fundava, oficialmente, o Palenque de San Basilio. Desde 2005, ele é
considerado Patrimônio Imaterial da Humanidade pela Unesco. E foi ali que
os libertos de Benkos tornaram-se o primeiro povo negro livre das Américas.
PRINCESA AQUALTUNE
Aqualtune fazia parte da nobreza do Reino do Congo – cuja relação com
Portugal era problemática. A rivalidade entre as duas nações levou a uma
série de conflitos a partir de 1620 – em alguns deles, a Holanda chegou a
apoiar as tropas congolesas contra Portugal. Por mais de três décadas, os
portugueses levaram a pior, perdendo territórios importantes para o Congo.
O confronto chegou ao seu ápice em 1665, na Batalha de Mbwila. O rei
congolês Nvita-a-Nkanga – ou Antonio 1º – foi capturado e decapitado pelos
portugueses. Mais de 5 mil congoleses morreram, e centenas de membros da
nobreza foram presos. Entre eles, uma das guerreiras que liderara um
batalhão em Mbwila: Aqualtune. Os cativos do Congo foram espalhados pelas
colônias europeias nas Américas. E boa parte foi escravizada e comprada no
Brasil. Nesse ponto, os registros se perdem. Aqualtune reaparece escrava na
Capitania de Pernambuco – e já com um filho: Ganga Zumba. Motivada pelos
corriqueiros estupros sofridos pelas escravas negras, Aqualtune decide tentar
a sorte na fuga em direção à já conhecida região de Palmares, atual Alagoas
que, na época, era só um protótipo do quilombo que viria a ser.

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