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DA FALA
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Caroline da Silva Marques
Eduardo Alves de Oliveira
Jéssica Eugênio Azevedo
Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
Hugo Batalhoti Morangueira
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Kauê Berto
Pedro Vinícius de Lima Machado
Thassiane da Silva Jacinto
FICHA CATALOGRÁFICA
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
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AUTOR
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APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá, Aluno(a)!
Seja bem-vindo(a) à jornada de aprendizado sobre a complexidade da fluência e
disfluência na comunicação verbal. Este curso é dividido em quatro unidades, cada uma ex-
plorando aspectos essenciais para profissionais de saúde, especialmente fonoaudiólogos,
compreenderem e abordarem os desafios relacionados à fala.
Em Fundamentos da Fluência e Disfluência na Fala, na primeira unidade, destaca-
mos a importância de compreender os conceitos de fluência e disfluência na fala para uma
análise eficaz da comunicação verbal. Abordamos também a gagueira, um tema complexo
com fatores orgânicos, psicológicos e sociais, enfatizando a influência do ambiente e das
interações sociais, além de uma possível base genética.
No Distúrbios Específicos da Fluência na Fala, na segunda unidade, adentramos
nos diferentes distúrbios da fluência na fala, como gagueira neurogênica, gagueira psico-
gênica, taquilalia e taquifemia.
Já na Anamnese da Gagueira em Crianças e Adultos, na terceira unidade, aborda
a complexidade da anamnese da gagueira em crianças, destacando a influência de fatores
genéticos e ambientais. Para a gagueira em adultos, a terapia.
Sobre o Diagnóstico e Tratamento da Taquifemia e Taquilalia Encerramos o curso
com a quarta unidade, explorando que o diagnóstico e tratamento da taquifemia e taquilalia
requerem uma abordagem abrangente. Profissionais de saúde serão capacitados a lidar
eficazmente com esses distúrbios, promovendo uma comunicação verbal saudável e eficaz.
Prepare-se para uma jornada rica em conhecimento e compreensão, onde a
expertise adquirida nesse curso será fundamental para enfrentar os desafios complexos
relacionados à fluência e disfluência na comunicação verbal. Boa aprendizagem!
Bons estudos!
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
Fluência e Disfluência
UNIDADE 2
Gagueira do Desenvolvimento, Gagueira Neurogênica,
Gagueira Psicogênica, Taquilalia, Taquifemia.
UNIDADE 3
Avaliação da Fluência, Anamnese, Coleta e Análise
de Amostras de Fala, Parâmetros da Fluência,
Tratamento dos Distúrbios da Fluência.
UNIDADE 4
Programas de Tratamento para Adolescentes
e Adultos, Taquilalia e Taquifemia
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Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
DISFLUÊNCIA
FLUÊNCIA E
Objetivos da Aprendizagem
UNIDADE
DEFINIÇÃO DE
FLUÊNCIA E
DISFLUÊNCIA
Fonte: https://clipi.com.br/2016/10/24/sera-que-e-gagueira
A) Repetição: Isso pode envolver a repetição de sílabas ou frases, que pode ocor-
rer de 1 a 5 vezes. Às vezes, a distinção entre a repetição de sílabas e palavras pode ser
ambígua, mas qualquer quebra na fluência é considerada uma repetição.
B) Pausas: Pausas na fala podem ocorrer por diversos motivos, como espera para
chamar a atenção do ouvinte, circunstâncias externas, momentos de reflexão para escolher
as palavras, pausas involuntárias ou a inserção de interjeições.
C) Interjeições: Isso inclui a inserção de sons, palavras ou frases curtas no discurso,
como “ah”, “hum”, “eh”, “bem”, “né”, entre outros.
D) Bloqueio: Envolve bloqueios na fala causados por esforço físico súbito ou tensão.
O texto também menciona uma classificação das disfluências feita por Johnson em 1959,
que inclui categorias como interjeições, repetições de sons, palavras e frases, revisões de
frases, frases incompletas, palavras quebradas e sons prolongados.
O autor Johnson (1959) realizou um estudo que resultou na classificação de oito
categorias de disfluências, que incluem.
Interjeições, como “ah!”, “bem!”, “ai!”, “tá!”, “né!”, entre outras.
Repetição de sons, exemplificado por “p-p-p-parque.”
Repetição de palavras, como “eu, eu, eu fui ao parque.”
Repetição de frases, por exemplo, “eu ia, eu ia, eu ia dizer isso mesmo.”
Revisão de frases, como “eu ia, eu fui ao parque e você não estava lá.”
Frases incompletas, ilustradas por “eu ia… depois que cheguei, lá voltei.”
Palavras partidas, representadas por “eu f- (pausa) ui para casa da minha amiga.”
Sons prolongados, como “s, s s s saiu de perto.”
Fonte:PEXELS.Disponivelecm:https://www.pexels.com/pt-br/foto/homem-formal-entediado-assistindo-laptop-na-mesa-3760811/
Experiências de fluência e disfluência da fala podem variar muito de pessoa para pessoa. Portanto, a aten-
ção à comunicação eficaz e o apoio às necessidades individuais são aspectos importantes a serem conside-
rados em qualquer discussão sobre esse tema.
Fonte: O autor (2023).
A fluência é uma abstração metodológica, baseada na leitura ensaiada ou profissional de um texto escrito,
ou em textos orais decorados e ensaiados. O sujeito fluente é abstrato e integra-se em algum estilo de fala
ou de comportamento social. No entanto, é com esta abstração ou esta ilusão necessária, em termos de
recortes epistemológicos, que se têm constituído os corpora analisados por modelos linguísticos.
Fonte: (SCARPA, 2006, p. 174).
LIVRO
• Título: Gagueira: Origem e Tratamento
• Autor: Silvia Friedman
• Editora: SUMMUS EDITORIAL LTDA.
• Sinopse: Silvia Friedman traçou um paralelo entre o processo
de desenvolvimento da consciência e a manifestação da gagueira.
FILME/VÍDEO
• Título: O discurso do Rei
• Ano: 2010
• Sinopse: O filme conta a história de um Príncipe da Inglaterra
que deve ascender ao trono como Rei George VI, mas ele tem
um problema de fala. Sabendo que o país precisa que seu marido
seja capas de se comunicar perfeitamente. Elizabeth contrata
Lionel logue, um ator australiano e fonoaudiólogo, para ajudar.
GAGUEIRA DO
DESENVOLVIMENTO,
GAGUEIRA NEUROGÊNICA,
GAGUEIRA PSICOGÊNICA,
TAQUILALIA, TAQUIFEMIA.
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
Plano de Estudos
• Características da gagueira do desenvolvimento;
• Compreensão da gagueira e suas causas;
• Compreensão da gagueira neurogênica;
• Fatores psicológicos envolvidos na gagueira;
• Definição de taquilalia e taquifemia.
Objetivos da Aprendizagem
• Compreende os conceitos básicos;
• Identificar as causas;
• Diferenciar entre os distúrbios.
INTRODUÇÃO
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo(a) a nossa segunda unidade da Disciplina Fluência
da Fala. Acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas para iniciar
essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar confortável e se acomode, porque
vamos realizar uma introdução sobre Gagueira do desenvolvimento, Gagueira neurogênica,
Gagueira psicogênica, Taquilalia, Taquifemia.
A partir de agora teremos uma visão abrangente sobre as diferentes formas de
gagueira, incluindo gagueira de desenvolvimento, gagueira neurogênica, gagueira psicogê-
nica, taquilalia e taquifemia. Na qual nos destaca as características distintas de cada tipo
de gagueira e as dificuldades associadas a cada um deles. Além disso, o texto menciona a
complexidade do diagnóstico diferencial entre essas condições, uma vez que compartilham
algumas semelhanças.
No entanto, o texto também enfatiza a importância de compreender e distinguir es-
ses distúrbios de fluência, pois isso é crucial para determinar as abordagens de tratamento
apropriadas. A gagueira é um problema de comunicação que pode afetar significativamente
a qualidade de vida das pessoas que a experimentam. Portanto, identificar corretamente o
tipo de gagueira é fundamental para direcionar os esforços terapêuticos e fornece o suporte
adequado aos indivíduos afetados.
Além disso, o texto ressalta a complexidade da gagueira em relação às questões
neurológicas, emocionais e cognitivas envolvidas. Cada tipo de gagueira tem suas próprias
características distintas, e entender essas nuances é essencial para fornecer tratamento
personalizado e eficaz.
Em resumo, o texto oferece informações valiosas sobre a gagueira e suas diferen-
tes formas, enfatizando a necessidade de uma abordagem multidisciplinar e individualizada
para lidar com esse problema de comunicação.
FASES DO
DESENVOLVIMENTO
DA GAGUEIRA
GAGUEIRA
NEUROGÊNICA
A gagueira neurogênica é um termo criado por WARD e SCOTT (2011) para descre-
ver a falta de fluência na fala que resulta de danos no sistema nervoso central. Acredita-se
que a gagueira neurogênica seja o tipo mais comum de gagueira adquirida.
Diversos termos têm sido usados para referir-se à gagueira resultante de danos no
sistema nervoso central. Algumas alternativas menos comuns, e talvez não recomendáveis,
incluem “gagueira neurológica”
GAGUEIRA
PSICOGÊNICA
traumas emocionais. Anteriormente, era referida como “gagueira histérica”, embora esse
termo não seja mais utilizado em estudos mais recentes. Outra designação anteriormente
tologia comprovada, desde que haja justificativas sólidas para essa diferenciação. Aqueles
forma que na gagueira que se inicia na infância sem qualquer evento traumático.
Em outros casos, pode ser difícil obter um diagnóstico psiquiátrico, pois o paciente
gênica poderia ser aplicado em situações nas quais existam evidências de que a origem
É importante ressaltar que a simulação da gagueira, ou seja, fingir ter gagueira, não
sintomas com o objetivo de obter algum tipo de benefício, como evitar situações desagra-
DIFERENÇA DA
GAGUEIRA PSICOGÊNICA
E NEUROGÊNICA
TAQUILALIA
TAQUIFEMIA
Isso sugere que o córtex frontal medial desempenha um papel fundamental na produ-
ção da fala espontânea, trabalhando em conjunto com as áreas tradicionais de fala e linguagem
no hemisfério esquerdo, como as áreas de Wernicke e Broca. Acredita-se que o córtex medial
tenha uma função de coordenação na fala espontânea, envolvendo motivação para falar, pla-
nejamento de frases, recuperação de palavras, elementos sintáticos e código fonológico das
regiões laterais do córtex, além de executar a sequência motora e monitorar a saída da fala.
As regiões-chave envolvidas na taquifemia parecem ser, o córtex cingulado anterior (ACC), o
pré-SMA e o próprio SMA, junto com a contribuição dos circuitos dos gânglios basais.
O ACC é visto como tendo funções semelhantes a um “executivo central”, desem-
penhando um papel central na atenção intencional e no monitoramento de erros de alto
nível. O ACC, juntamente com o pré-SMA, desempenha um papel crítico na montagem da
frase, desde o sequenciamento até a seleção de palavras e formas de palavras. O tempo
de articulação é controlado principalmente pela SMA, com o suporte dos gânglios basais e,
em grande parte, através de conexões auditivas com o ACC e o SMA.
DIFERENÇAS ENTRE
TAQUILALIA E
TAQUIFEMIA
Dizer que uma pessoa é fluente, apresenta uma fala com fluência, implica a pressuposição de uma fala
com disfluências livres de comprometimento de julgamentos, do sujeito e do outro, na fala. Neste sentido,
afirmar que não existe fluência (ou que não existe fluência absoluta) torna-se também um contrassenso,
dentro de uma perspectiva que assume o posto de observação da língua a partir de seu uso social e
concreto, já que a fluência é sempre composta por disfluência. (SANTOS, 2015, p.28)
LIVRO
• Título: Gagueira
• Autor: Regina Jakubovicz
• Editora: Reviner Ltda.
• Sinopse: Nas últimas edições, houve mudanças na compreen-
são da gagueira e novas terapias surgiram. A autora comparou a
gagueira a um quebra-cabeça, admitindo que a causa ainda é des-
conhecida. Mesmo sem novidades nesse aspecto na sexta edição,
a autora dedicou 22 anos a pesquisas e esforços para melhorar a
qualidade de vida das pessoas que gaguejam.
FILME/VÍDEO
• Título: Meu nome é Rádio
• Ano: 2003
• Sinopse: Embora o foco principal do filme seja a amizade entre um
treinador de futebol e um jovem com deficiência intelectual, a gaguei-
ra do personagem principal é um elemento importante da história.
AVALIAÇÃO DA FLUÊNCIA,
ANAMNESE, COLETA E ANÁ-
LISE DE AMOSTRAS DE FALA,
PARÂMETROS DA FLUÊN-
CIA, TRATAMENTO DOS
DISTÚRBIOS DA FLUÊNCIA.
Professor(a) Esp. Ana Paula Taborda do Nascimento
Plano de Estudos
• Importância da anamnese na avaliação da fluência;
• Desenvolver habilidades de entrevista para coletar informações relevantes;
• Método de avaliação, como escalas, questionários e observação;
• Identificação de sintomas e características dos distúrbios da fluência;
• Técnicas de gravação de amostra de fala;
• Prática na coleta de amostras de fala de pacientes;
• Taxa de articulação, pausas, prolongamentos e outros parâmetros;
• Analise quantitativa e qualitativa da fluência;
• Abordagens terapêuticas.
Objetivos da Aprendizagem
• Aprimorar Habilidades de Avaliação;
• Dominar técnicas de coletas de Amostras de fala;
• Identificar Parâmetros da Fluência;
• Desenvolver Planos de Tratamento Personalizados;
• Avaliar a eficácia do tratamento..
INTRODUÇÃO
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo(a) a nossa terceira unidade da Disciplina Fluência
da fala, acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas para iniciar
essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar confortável e se acomode, por-
que vamos realizar um estudo sobre Avaliação da fluência, anamnese, coleta e análise de
amostras de fala, parâmetros da fluência, Tratamento dos distúrbios da fluência no qual vai
abranger a gagueira em crianças que é um fenômeno complexo e multifacetado, cujas
origens e influências são objeto de estudo e debate na área da fonoaudiologia.
Este texto aborda a anamnese da gagueira em crianças, explorando fatores ge-
néticos, ambientais e suas interações. A pesquisa de Eva Laufer (1983), apresentada no I
Congresso Internacional de Profissionais em Fonoaudiologia em 1983, é destacada como
um marco na compreensão dessa condição em crianças.
Anamnese da Gagueira em Crianças: Explorando Fatores Genéticos e Ambientais.
A gagueira, muitas vezes, tem sua origem na infância, e estudos indicam uma possível base
genética, com cerca de 60% dos casos apresentando influências hereditárias. No entanto,
compreender como os genes afetam a fala a ponto de desencadear a gagueira permanece
desafiador. Enquanto alguns casos mostram cura ou remissão total, especialmente em
crianças, a relação entre genes e ambiente nesse contexto ainda é incerta.
A pesquisa de Eva Laufer, conduzida em 1983, teve como objetivo identificar di-
ferenças auditivas entre a gagueira fisiológica e a gagueira declarada em crianças. Os
resultados sugerem que a gagueira se manifesta a partir de uma disfluência normalmente
intensificada ao longo do tempo, frequentemente influenciada por pressões externas para
modificar a fala da criança.
A análise das quatro crianças estudadas revelou diferenças significativas na fre-
quência e na natureza das disfluências entre aquelas com gagueira e fluentes. O estudo,
embora inicial, proporcionou insights valiosos, indicando a necessidade de investigações
mais aprofundadas com amostras maiores e análises psicolinguísticas detalhadas.
O texto também destaca a importância de ouvir os pais na avaliação da gagueira
infantil. Um questionário indireto é apresentado, abordando preocupações dos pais, con-
cepções sobre fluência, e a necessidade de informação precoce sobre o desenvolvimento
da linguagem. A prevenção é enfatizada como crucial no enfrentamento da gagueira infantil.
ANAMNESE DE
GAGUEIRA EM
CRIANÇAS
Não há dúvida de que a gagueira tem início na infância e, ao longo dos anos, sua
intensidade tende a aumentar. A questão da hereditariedade da gagueira também surge, com
estudos indicando que cerca de 60% dos casos podem ter uma base genética. No entanto,
ainda falta compreender como os genes influenciam a fala de uma criança a ponto de desenca-
dear a gagueira. Além disso, a explicação para casos comprovados de cura ou remissão total
de gagueira, especialmente em crianças, permanece um desafio, considerando que existem
traços genéticos, como a cor dos olhos ou dos cabelos, que não são afetados pelo ambiente.
A possibilidade de a gagueira ser um gene recessivo e se sofrer influências do am-
biente é uma incerteza. Tudo indica que a hereditariedade é apenas uma das influências,
conforme evidenciado em estudos nos quais, mesmo entre gêmeos idênticos, alguns pares
não apresentavam gagueira. Isso sugere que fatores ambientais também desempenham
um papel. A fala, sendo uma atividade motora sensível, pode ser facilmente afetada pela
emoção e influências ambientais. Mudanças de ambiente regional demonstram a rápida
assimilação do modo de falar da região, indicando que irmãos criados no mesmo ambiente
podem influenciar mutuamente suas maneiras de falar, tornando a gagueira de um poten-
cialmente “contagiante” para o outro.
Em última análise, pode haver fatores desconhecidos ou diversos elementos que
predispõem um indivíduo à gagueira. Em alguns casos, fatores circunstanciais podem
desencadear a gagueira em crianças predispostas, enquanto em outros, a predisposição
pode estar presente, mas o ambiente pode contribuir para a fluência da fala, ou vice-versa.
Eva Laufer conduziu uma pesquisa cujos resultados foram apresentados no I
Congresso Internacional de Profissionais em Fonoaudiologia em 1983 e posteriormente
publicados no Jornal Brasileiro de Reabilitação, no ano 4, número 15, volume IV, em 1984.
Se a criança tiver a fluência, o que é quase certo que ela consiga, pois são palavras
fáceis de falar, pede-se a repetição de dissílabas simples como:
ANAMNESE, AVALIAÇÃO
E TRATAMENTO EM
ADULTOS
Aqui estão algumas das questões para realizar com adultos, deve-se também ava-
liar a frequência da gagueira com relação à situação e ouvintes, reações das pessoas com
relação à gagueira e avaliar os aspectos da personalidade. A avaliação também deve seguir
algumas etapas linguísticas. Elas se fazem necessárias para o terapeuta ficar conhecendo
todos os aspectos do problema e se tornar apto a modificá-los.
Gaguejar é um ciclo vicioso. Quando o indivíduo que gagueja deseja falar, ele se
esforça para evitar a gagueira, gerando uma tensão excessiva nos músculos fonoarticula-
tórios e acabando por gaguejar. Essa gagueira leva a mais esforço para evitá-la, resultando
em uma maior tensão muscular e, consequentemente, mais episódios de gagueira, criando
assim um ciclo contínuo.
A importância das contribuições neurofisiológicas é significativa, uma vez que os impulsos provenientes
do sistema muscular desempenham um papel crucial nesse processo automático. Isso ocorre devido ao
feedback reflexo originado nos núcleos nervosos que ativam a língua, os lábios e o queixo. Além disso, há
um padrão registrado nas conexões cerebrais específicas para esses movimentos.
(JAKUBOVICZ, 2009, p.190)
FILME/VÍDEO
• Título: O Clube do Imperados
• Ano: 2002
• Sinopse: Embora não seja o foco principal do filme, um dos
personagens principais, Sedgewick Bell, tem gagueira e o filme
retrata do impacto desse distúrbio em sua vida e como ele supera
os desafios.
E TAQUIFEMIA
Objetivos da Aprendizagem
• Abordagens terapêuticas.
• Diagnóstico e avaliação;
Plano de Estudos
tratar taquifemia.
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INTRODUÇÃO
Oi, tudo bem? Seja bem-vindo(a) a nossa última unidade da Disciplina Fluência da
fala, acredito que, assim como eu, você deve estar com muitas expectativas para iniciar
essa trilha de aprendizagem. Portanto, procure um lugar confortável e se acomode, porque
vamos realizar um estudo sobre Programas de tratamento para adolescentes e adultos,
Taquilalia e Taquifemia.
Na unidade em foco, exploramos a avaliação e o diagnóstico diferencial da taquife-
mia, um distúrbio da fluência da fala, em conjunto com outras condições relacionadas, como a
gagueira e dificuldades de aprendizagem. A complexidade do diagnóstico reside na frequente
coocorrência desses distúrbios, o que demanda uma análise detalhada e abrangente.
A avaliação desses aspectos desafiadores da linguagem abrange diferentes tare-
fas, como leitura oral, fala espontânea e recontagem de histórias, além da observação de
comportamentos em situações de conversa informal. Ao abordar o tratamento da taqui-
femia, reconhecemos a natureza multifacetada da desordem. Uma abordagem sistêmica,
considerando as diversas partes do sistema de fala e linguagem, destaca a interconexão
entre dimensões como controle da frequência, organização linguística e prosódia. Diversas
técnicas terapêuticas visam melhorar a articulação, clareza e organização linguística, envol-
vendo estratégias como exercícios respiratórios, relaxamento, e atividades que promovem
a consciência dos próprios padrões de fala. A taquilalia, por sua vez, é tratada com foco na
simplificação da fala, ajuste da de monitoramento e feedback, são aplicados para reduzir o
fluxo da fala e melhorar a articulação. O tratamento também abrange a gestão adaptativa
de situações conflitantes e a dessensibilização sistemática para lidar com a ansiedade
associada ao distúrbio.
Bons estudos!
AVALIAÇÃO E
TRATAMENTO
DA DESORDEM
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/imagens
Na avaliação da desordem, é útil solicitar ao cliente que critique seu próprio discur-
so durante várias tarefas gravadas. Utilizando uma escala de avaliação de 5 pontos, tanto
o médico quanto o cliente podem julgar simultaneamente as amostras gravadas em cada
uma das principais dimensões da fala e linguagem do cliente. A comparação das avaliações
do cliente e do médico proporciona uma compreensão mais aprofundada da consciência
dos sintomas do cliente (Brutten & Vanryckeghem, 2006).
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/procurar/imagens
TAQUILALIA
Ambos os distúrbios destacam a importância de uma abordagem integrada que considere diferentes as-
pectos da comunicação, incluindo função motora, linguística e emocional. O tratamento pode variar e fre-
quentemente envolve uma combinação de técnicas para abordar as complexidades desses distúrbios da
fluência da fala.
Fonte: autor 2023.
Até mais!
LIVRO
• Título: Gagueira: uma abordagem natural e prática para o trata-
mento
• Autor (a): A. N. Okonoboh
• Editora: Babelcube Inc.
• Resenha: O que é a gagueira? As principais causas da gagueira
e como solucionar esses problemas. Esses são alguns dos temas a
bordados nessa publicação que apresenta a gagueira como a falta
de habilidade de coordenar os órgãos responsáveis pela fala. Além
disso, como os pais, familiares e pessoas próximas desenvolvem
um papel importante nesse processo.
FILME/VÍDEO
• Título: A música nunca parou
• Ano: 2011
• Sinopse: Este filme aborda a relação entre um pai e um filho,
onde o filho desenvolve gagueira após um tumor cerebral. A música
é usada como uma ferramenta de comunicação entre eles
79
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