Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
interpretar
um laudo
neuropsicológico?
INTERFACES EM
NEUROCIÊNCIAS
A Pearson tem como propósito ajudar as pessoas a progredirem
em suas vidas por meio da educação. Para tanto, a divisão
Pearson Clinical oferece publicações, avaliações e soluções
para profissionais que trabalham com pessoas que
experimentam barreiras no processo de aprendizagem.
CRIAÇÃO DE CONTEÚDO
ISABELA SALLUM
ANNELISE JÚLIO-COSTA
LEANDRO F. MALLOY-DINIZ
avaliação neuropsicológica é um exame de alta comple-
1
Quais são os
p ro c e d i m e n to s
realizados
n a av a l i a ç ã o
n e u ro p s i co ló g i c a ?
Conforme mostra o esquema ao lado, o pro-
cesso de avaliação neuropsicológica envol-
ve uma entrevista inicial (ou anamnese), a
observação do comportamento do indivíduo
(que pode ocorrer durante as consultas e, em
casos especiais, em contextos ecológicos) e
o preenchimento de escalas e questionários,
além do uso de testes padronizados e de ta-
refas experimentais.
2
motivo dA observAção
consultA e histórico comportAmentAl e exAme
do pAciente do estAdo mentAl
Coletam-se informações sobre Observa-se o paciente durante
a história do paciente e seu o exame para ver como ele se
desenvolvimento ao longo da vida. comporta em diferentes situações.
3
no lAudo
neuropsicológico,
com freQuÊnciA, vocÊ
verá As informAçÕes
divididAs em diversAs
seçÕes, como As
descritAs A seguir.
4
1 Identificação
Aqui, são descritos os dados gerais do indiví-
duo, como sua idade, sexo, escolaridade, ati-
vidade profissional atual, estado civil, filiação
e naturalidade. E para que servem essas in-
formações? Boa parte dos parâmetros que o
neuropsicólogo utilizará para interpretar os
resultados dos testes tem como base essas
informações. Assim, uma criança de escola
pública de oito anos de idade deverá ter seus
dados comparados com normas típicas do
grupo em que está inserida.
2 Motivo da consulta
É fundamental entender o motivo do enca-
minhamento para o exame, o qual diferirá
bastante de um caso para outro. Algumas
pessoas são encaminhadas para que o exa-
me auxilie em questões de diagnóstico. Em
outros casos, o exame auxiliará o profissional
a avaliar a evolução de um quadro em que a
cognição pode se deteriorar ao longo do tem-
po (por exemplo, nas demências). Por isso, é
fundamental que o neuropsicólogo escreva o
motivo pelo qual o paciente foi encaminhado
para atendimento.
5
3 Histórico do
quadro atual
É importante que a história de evolução do
quadro atual do indivíduo seja colocada de
forma detalhada. Isso ajudará a entender
a natureza dos déficits atuais e se o pacien-
te piorou (ou melhorou) ao longo do tempo.
Como foi o desenvolvimento neuropsicomotor
do paciente? Há um atraso desde a infância?
As dificuldades surgiram de forma abrupta ou
evoluíram gradualmente?
Para entendermos melhor essa questão, ima-
gine um idoso que nos procura para investigar
dificuldades de memória apresentadas re-
centemente. Os resultados dos testes podem
apontar para um perfil abaixo da média, mas
a evolução dos sintomas até o momento será
fundamental para entendermos o que está
por trás dessas dificuldades. O quadro de um
idoso com demência de Alzheimer piora gra-
dualmente; já um idoso com demência vas-
cular apresenta piora de forma mais abrupta
(após os eventos vasculares).
Compreender como o paciente era antes de
apresentar dificuldades cognitivas é funda-
mental, pois nos auxilia a estimar o que cha-
mamos de perfil pré-mórbido. O que é isso?
São informações que nos ajudam a entender
se as dificuldades sempre estiveram presentes
6
ou se apareceram a partir de um ponto da vida
da pessoa. Por exemplo, alguém que está com
dificuldades importantes para aprender novas
coisas, mas que teve uma vida escolar e profis-
sional bem-sucedida, tem um quadro bem dife-
rente do de alguém com a mesma dificuldade,
mas que sempre apresentou problemas na esco-
la e nunca conseguiu crescer profissionalmente.
As informações sobre relações sociais, hobbies
e interesses, reações emocionais às adversi-
dades, entre outras, também nos ajudam a en-
tender como a pessoa era antes do momento
do exame. Isso será fundamental no processo
de diagnóstico e na estruturação de rotinas de
intervenção.
4 Observação
comportamental
Os olhos e os ouvidos são os melhores amigos do
neuropsicólogo. Esta etapa do laudo apresenta
como o avaliando foi percebido pelo profissio-
nal. São descritas nesta seção as características
comportamentais do indivíduo observadas du-
rante a avaliação, como: se tinha apresentação
adequada (vestimenta, higiene), se tinha faci-
lidade de estabelecer contato com o examina-
dor, se buscou realizar os testes com afinco ou
se teve alguma dificuldade específica.
7
O exame do estado mental, frequentemente
abordado também nessa seção, relata carac-
terísticas de consciência, atenção, de linguagem,
pensamento, humor, afeto, velocidade e memó-
ria avaliados por meio da observação do exami-
nador. A capacidade de se orientar no tempo e
no espaço, a compreensão que o paciente tem
de sua situação de vida atual e o nível de engaja-
mento na avaliação também são descritas aqui.
A observação do avaliando é muito importante,
pois nos ajuda a entender em que condições os
dados objetivos de testes foram coletados (por
exemplo, os testes podem ser bastante prejudi-
cados se o indivíduo não estiver cooperativo, ou
estiver muito desatento ou com alterações im-
portantes de pensamento), e também trazem
informações preciosas para fins de diagnóstico
diferencial. As observações do comportamento
são informações de elevada importância, pois o
comportamento do indivíduo durante os aten-
dimentos, no qual encontramos os problemas
relatados como motivo da avaliação, tende a
ser semelhante ao da vida diária.
8
5 Resultados
da avaliação
Esta seção apresentará informações sobre
aspectos específicos da cognição e do com-
portamento. Em geral, ela é dividida em par-
tes nas quais o neuropsicólogo escreve sobre
como o paciente desempenhou os testes que
foram aplicados para cada domínio cognitivo
(capacidades mentais). As divisões incluem,
normalmente: inteligência geral, apren-
dizagem, sistemas de memória, sistemas
de atenção, funções executivas, motricidade,
habilidades visuoespaciais, cognição social
e personalidade. Há também, de acordo com
as demandas dos casos, sessões específicas
para descrição dos resultados de escalas e en-
trevistas específicas para diagnosticar trans-
tornos de saúde mental e
Nem sempre todos
avaliar o quanto o pacien-
esses componentes te dá conta de se adaptar
são abordados – de forma independente
a avaliação varia ao seu ambiente (funcio-
nalidade). Nem sempre
de acordo com
todos esses componentes
a demanda. são abordados – a avalia-
ção varia de acordo com a demanda. Essa tal-
vez seja a parte que cause maior confusão na
interpretação do laudo, pois traz alguns con-
ceitos (percentil, escore-z, memória de traba-
lho etc.) que você pode não conhecer. Vamos
explicar isso mais à frente! A seguir, é apresen-
tado o quadro 1, com um resumo acerca das
diferentes habilidades cognitivas (mentais) e
outros conceitos neuropsicológicos que são
de grande valia na interpretação final do lau-
do neuropsicológico.
9
QuAdro 1 DESCRIÇÃO DE CONCEITOS
NEUROPSICOLÓGICOS
inteligÊnciA gerAl
Inteligência é uma capacidade cognitiva geral que envolve diversas
habilidades e processos diferentes, entre os quais podemos citar ra-
ciocínio abstrato, capacidade de planejamento, solução de problemas,
pensamento abstrato, compreensão de ideias complexas, aprendiza-
gem rápida e aprendizagem com a experiência. Mais do que conhe-
cimento acadêmico, a inteligência reflete nossa capacidade para en-
tender o mundo à nossa volta, dar conta de demandas que nos são
impostas e gerar produtos importantes para nós e para os outros.
Muitas vezes o resultado da avaliação será expresso usando o termo
QI. Esse é um termo antigo que refletia a tentativa de relacionar a
idade mental e a idade cronológica de uma pessoa. A fórmula original
era a seguinte: QI = idade mental ÷ idade cronológica × 100. Assim,
uma pessoa com idade cronológica e mental de 17 anos teria o QI
igual a 100 pois 17 ÷ 17 × 100 = 100. Mais recentemente esse raciocínio
foi substituído pelo QI de desvio-padrão, em que o desempenho do
paciente é interpretado com relação ao quanto ele desvia da média
de 100 pontos.
velocidAde de processAmento
A velocidade de processamento refere-se à nossa capacidade de reali-
zar tarefas simples de forma rápida e fluente. É a razão entre a quan-
tidade de informação que conseguimos processar × tempo. A veloci-
dade de processamento envolve tanto a velocidade de reação mental,
quanto a velocidade motora. A velocidade psicomotora é o resultado
da demanda conjunta da reação mental e motora.
10
funçÕes executivAs
As funções executivas são processos cognitivos de alta complexi-
dade relacionados à nossa capacidade de direcionar nosso com-
portamento e pensamento ao que queremos fazer. Há três funções
executivas básicas – memória operacional, flexibilidade cognitiva e
controle inibitório.
A memória operacional é a capacidade de armazenar tempora-
riamente um determinado conteúdo em nossa mente, para que
esse conteúdo possa ser utilizado por outros processos cognitivos.
A flexibilidade cognitiva consiste na habilidade de alternar entre
comportamentos e pensamentos diferentes de acordo com as de-
mandas às quais somos expostos. O controle inibitório diz respeito
à capacidade de frear respostas automáticas, coisas que nos dis-
traem ou comportamentos que estão em andamento, mas que não
estão funcionando.
Essas funções executivas básicas são os blocos fundamentais a par-
tir dos quais outras funções executivas complexas se desenvolverão,
como a capacidade de planejar, resolver problemas, abstrair e racioci-
nar de forma dedutiva.
Além das funções executivas mencionadas – também chamadas de
funções executivas frias –, a postergação do reforço e a tomada
de decisão compõem o que chamamos de funções executivas quen-
tes. Estas funções executivas envolvem o processamento emocional e
motivacional, abarcando o sistema de processamento de recompensa.
Esses domínios cognitivos estão relacionados à nossa capacidade de
escolher por reforços maiores a longo prazo, em vez de reforços me-
nores a curto prazo.
11
linguAgem
Linguagem diz respeito à nossa capacidade de aquisição e uso de
sistemas complexos de comunicação. Ela envolve nossa capacidade
de compreender conceitos vindos do mundo externo e transmitir ao
mundo os conceitos vindos de nossa mente. Há diferentes formas
de linguagem: escrita, falada, gestual etc. A linguagem receptiva diz
respeito à capacidade de reconhecimento de itens. A linguagem ex-
pressiva está relacionada à capacidade de nomeação e produção dos
diferentes sistemas de linguagem. A compreensão verbal está liga-
da à capacidade de entender o conteúdo do que é comunicado. O ra-
ciocínio verbal depende da nossa capacidade de conseguir integrar
essas informações.
hAbilidAdes visuoespAciAis
A cognição visuoespacial diz respeito à nossa capacidade de proces-
sar e interpretar informações visuais sobre a localização de objetos
no espaço. A visuoconstrução diz respeito à nossa capacidade de ma-
nipular objetos com algum objetivo final e envolve a capacidade de
integração visuomotora.
memóriA
A memória consiste na capacidade de apreender, armazenar e re-
cuperar informações vivenciadas. A memória pode ser dividida em
termos do conteúdo armazenado, havendo a memória declarativa
(evocada conscientemente e expressa em conteúdo verbal) e a proce-
dural (evocada, geralmente, de forma automática e caracterizada por
nossos hábitos, respostas condicionadas e respostas não conscientes).
A memória declarativa, por sua vez, é dividida em episódica (para
fatos e eventos que vivenciamos) e semântica (conceitos e conheci-
mentos gerais).
12
cognição sociAl
A cognição social refere-se à nossa habilidade de processar informações
sobre os outros e sobre nossas relações sociais. A teoria da mente é um
importante componente desse conceito e diz respeito à nossa capacidade
de atribuir estados mentais a nós mesmos e aos outros e de compreender
que as outras pessoas possuem estados mentais distintos dos nossos.
hAbilidAdes AcAdÊmicAs
A leitura, a escrita e a matemática são as habilidades acadêmicas
básicas que estão associadas com o desempenho nas diferentes
disciplinas acadêmicas.
A leitura está associada tanto à nossa capacidade de decodificar grafe-
mas e fonemas (letra/som), quanto à nossa capacidade de interpretar o
que está escrito. A capacidade de decodificação depende da consciência
fonológica, da memória fonológica de curto prazo e da nossa capaci-
dade de acesso lexical rápido. A consciência fonológica trata da nossa
capacidade de manipular os diferentes sons da fala. Envolve o conheci-
mento de que as palavras são constituídas por diversos sons, e que estes
podem ser segmentados em unidades menores. A memória fonológica
de curto prazo está relacionada à nossa capacidade de guardar infor-
mações verbais em um curto espaço de tempo. O acesso lexical rápido
diz respeito à nossa capacidade de buscar em nossa mente, de forma
rápida, palavras que já conhecemos. A compreensão da leitura envolve
diversos outros fatores, como: compreensão verbal, vocabulário, habili-
dades inferenciais, monitoramento da compreensão, conhecimento da
estrutura textual e conhecimentos gerais.
A escrita também envolve a capacidade de decodificação e pode ser
considerada levando em conta a nossa capacidade de escrita de pala-
vras isoladas, de sentenças e de textos. É um processo complexo que
envolve habilidades motoras finas, acesso ao léxico mental, funções
executivas – planejamento e monitoramento da escrita –, além de
todas as habilidades associadas à compreensão da leitura.
13
A matemática envolve uma capacidade inata de processamento
de quantidades (ou senso numérico) e uma capacidade simbóli-
ca aprendida. O senso numérico diz respeito à capacidade inata de
representar e manipular magnitudes não simbólicas. Além disso,
existem habilidades matemáticas simbólicas que são aprendidas e
automatizadas com a prática, tais como contagem, transcodificação
(mudar o número de representação: 3 à três à ***), memorização dos
fatos aritméticos básicos, entendimento e aplicação de conceitos e
procedimentos matemáticos. As habilidades matemáticas dependem
tanto do nosso processamento numérico, quanto de habilidades de
linguagem, visuoespaciais e de memória operacional.
personAlidAde
A personalidade refere-se a um conjunto de características de tem-
peramento (características biologicamente determinadas e que estão
presentes desde o início da vida) e caráter (características que surgem
da interação entre nossa biologia e experiências no mundo) que de-
terminam nossa forma de pensar, comportar, sentir e reagir a eventos.
Ela molda nossa forma de nos relacionar com os outros e nossas ex-
pectativas sobre o mundo. Embora nossos comportamentos possam
variar em diferentes situações e possam ser diferentes em períodos
distintos da nossa vida, sabemos que existem características relati-
vamente estáveis com as quais nos identificamos – e que definem
nossa individualidade.
Embora haja diversas propostas teóricas que buscam entender e ex-
plicar o que é personalidade, a teoria mais aceita estabelece que te-
mos cinco fatores principais definidores de nossa personalidade: neu-
roticismo (tendência a sentir emoções desagradáveis), extroversão
(busca por estimulação contínua, socialização e nível de atividade au-
mentado), abertura (busca por experiências novas, abertura a ideias e
conceitos, curiosidade para coisas diferentes), cordialidade (tem a ver
com a relação com os outros: preocupação com os demais, buscar ser
agradável e cordial) e responsabilidade (tendência a ser organizado,
autodisciplina, planejamento e busca para alcançar seus objetivos).
14
funcionAlidAde
A funcionalidade trata sobre quanto o indivíduo é capaz de se ajus-
tar às diferentes situações da vida. Dentro desse conceito, enqua-
dra-se o comportamento adaptativo, que contempla três domínios
principais: o domínio conceitual, que abrange habilidades envolvi-
das na compreensão da linguagem, matemática, acadêmica etc.; o
domínio social, que diz respeito à capacidade de adaptação no con-
texto interpessoal; e o domínio prático, que envolve a autogestão
em atividades gerais da vida. A funcionalidade pode ser aferida em
relação ao nível de independência com o qual o paciente desempe-
nha atividades básicas (como os cuidados com a própria higiene e
alimentação) e instrumentais (como a realização de atividades en-
volvendo uso de ferramentas, manuseio de dinheiro, administração
de agenda).
15
6 Síntese
Aqui, é feito um resumo de tudo o que foi en-
contrado na avaliação, e os dados obtidos na
avaliação objetiva são associados ao que foi
relatado nas entrevistas e nas escalas.
7 Conclusão
Nessa fase, é estabelecida uma conclusão ge-
ral. Normalmente, é indicada a possibilidade
de um determinado diagnóstico (ou este é
descartado). Também podem ser relatados os
comportamentos-alvo para intervenção. É im-
portante frisar que o exame neuropsicológi-
co é um exame complementar e que deve ser
compreendido juntamente com outras infor-
mações clínicas. Cabe ao clínico ajuntar tais
informações para concluir diagnósticos.
16
8 Encaminhamentos
Um bom laudo neuropsicológico deve sempre
relatar quais procedimentos fazer a partir das
conclusões estabelecidas. Aqui, são aponta-
das as linhas de intervenção para o caso avaliado.
Também é muito importante que o laudo con-
tenha uma descrição dos instrumentos utili-
zados ao longo da avaliação – o que pode ser
apresentado no início ou ao final do laudo.
COMPREENDENDO
OS RESULTADOS
Como mencionado, a parte da descrição dos resultados é, tal-
vez, a que gere mais dúvidas. Primeiramente, é importante
saber que há duas formas de analisar os resultados.
• A análise qualitativa diz respeito à maneira como o indiví-
duo realizou as tarefas propostas. Por exemplo, as estraté-
gias que utilizou e quais tipos de erros e acertos teve.
17
QuAdro 2 DEFINIÇÃO DE
TERMOS ESTATÍSTICOS
termo definição
18
termo definição
19
Para a análise quantitativa, com frequência
utilizamos algumas medidas padronizadas de
comparação. A seguir você verá, na figura 1,
um gráfico chamado curva normal (ou curva
do sino). As características medidas em uma
avaliação neuropsicológica têm essa distribui-
ção na população. Isso significa que a maioria
das pessoas tem essas características próximas
da média. Poucas pessoas têm a característica
muito forte ou muito fraca. Constantemente,
você verá os resultados sendo expressos em
termos de percentil. O que isso quer dizer?
20
média
1 2 5 16 25 50 75 84 95 98 99
Percentil
-4 -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 +4
Escore-z
21
superiores. Isso quer dizer que, se por exem-
plo, nós tivermos uma média de satisfação de
15, com um desvio-padrão de 5, pessoas que
indicam pontuação entre 5 e 25 estão dentro
da média. Já pessoas que indicam pontuação
acima de 25 teriam índice de satisfação em
nível superior à média, e pessoas com pon-
tuação abaixo de 5 teriam nível de satisfação
inferior. Considera-se a distribuição de + ou
− 2dp porque valores entre tais medidas con-
templariam 95% da população. Em estatística,
como o nível de confiança1 comumente ado-
tado é de 95%, são considerados valores fora
do esperado aqueles que excedem esse agru-
pamento (ou seja, pessoas com valores abai-
xo ou acima de 2 desvios-padrões). Em alguns
casos, o laudo neuropsicológico pode definir
valores entre −1,5dp e +1,5dp como medianos
(acima de 1,5dp como superiores, e abaixo de
−1,5dp como inferiores). Nesse caso, o nível
de confiança adotado seria de cerca de 90%.
O percentil e a avaliação do desempenho em
relação à média e desvio-padrão (transforma-
dos em escore-z) são frequentemente utili-
zados como parâmetros de interpretação. Na
tabela 1 a seguir, você vê a interpretação desses
valores. Tenha em mente que alguns testes es-
tabelecem outros parâmetros interpretativos.
22
PARÂMETROS DE INTERPRETAÇÃO
tAbelA 1 BASEADOS NO PERCENTIL E NO ESCORE-Z
percentil 1a5 5 a 10 10 a 25 25 a 75 75 a 90 90 a 95 95 a 99
23
a go r a Q u e v o c ê s a b e u m
pouco mais sobre os
p ro c e d i m e n t o s e co n c e i to s
u t i l i z a d o s n a a va l i a ç ã o
n e u ro p s i c o ló g i c a ,
esperamos Que
v o c ê e s t e j a a pt o a
co m p r e e n d e r o l a u d o !
24
INDICAÇÃO
DE LEITURA
PARA OS NEUROPSICÓLOGOS
QUE DESEJAM APRENDER
MAIS SOBRE O TEMA ,
INDICAMOS A LEITURA DO
LIVRO COMO ESCREVER UM
L AUDO NEUROPSICOLÓGICO?,
PUBLICADO PEL A PEARSON
CLINICAL. ACESSE O LINK
PARA ENCONTRAR O LIVRO
NO SITE DA EDITORA:
goo.gl/dwjYfM
© 2017 CASAPSI LIVRARIA E EDITORA LTDA. É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL
DESTA PUBLICAÇÃO, PARA QUALQUER FINALIDADE, SEM AUTORIZAÇÃO POR ESCRITO DOS EDITORES.
• RESPONSABILIDADE EDITORIAL: ANA CAROLINA NEVES COORDENAÇÃO EDITORIAL: Brunna Pinheiro Cardoso
EQUIPE EDITORIAL : Ka rol in e Cusso lim e Elisabete Mou ra R ocha • PRODUÇÃO EDITORIAL :
Ob á Edito rial SUPERVIS ÃO EDITORIA L: Diego Rodrigues EDITOR AS SISTENTE: Leo nar do do Carmo
COORDENAÇÃO DE DIAGRAMAÇÃO: Patricia Ishihara PROJETO GRÁFICO: Car ol O ha shi
REVIS ÃO: Dan iel a Vil arinho e Patrícia Har umi
Para dispor de uma avaliação
neuropsicológica completa,
o neuropsicólogo realiza
uma série de procedimentos
que visam avaliar as
potencialidades e as
dificuldades de seu paciente.