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Por,
Thalia de Souza Menna Barreto
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Faculdade de Tecnologia
PROJETO DE GRADUAÇÃO 2
POR,
Thalia de Souza Menna Barreto
Banca Examinadora
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias deste projeto de gra-
duação e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos.
O autor se reserva a outros direitos de publicação e nenhuma parte deste projeto de graduação
pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.
____________________________________________________
Thalia de Souza Menna Barreto
Depto. De engenharia Mecânica (ENM) – FT
Universidade de Brasília (UnB)
Campus Darcy Ribeiro
CEP 70919-970 – Brasília – DF – Brasil
Dedicatória
Gostaria de dizer um muito obrigada a minha mãe que sempre esteve ao meu lado,
nos piores e melhores momentos, me impulsionando a ser uma mulher de garra e princípios.
Da mesma forma, agradeço ao meu pai por ter despertado em mim a sede pelo conhecimento,
sempre complementando os seus conselhos com “o estudo é a única coisa que ninguém é capaz
de nos tirar”, com certeza faço dessa frase um combustível diário.
E para finalizar, agradeço aos meus amigos por terem tornado o curso leve, sem vocês com
certeza teria sido muito mais difícil. Nunca poderia deixar de agradecer também o meu grande
parceiro, quem me estendeu a mão quando mais precisei, meu namorado Guilherme Blanck, que
nos últimos anos sempre esteve ao meu lado, compartilhando momentos bons, ruins, importantes
e engraçados. Muito obrigada.
Resumo
Additive manufacturing processes are used for the development of 3D parts directly from models
derived from Computer Aided Design, through the union of materials layer by layer, thus being
able to build parts with geometric complexity and combinations of materials that could not be
obtained by other manufacturing processes. With the large investment in research, the progress
of additive manufacturing has reached several sectors of the industry, such as automotive, energy,
aerospace and biomedical. Although additive manufacturing has many advantages over tradi-
tional manufacturing techniques, its wide application is still in its initial phase and despite all
the benefits derived from this technology, there are still many aspects that need to be improved,
as they impair the operation and performance of parts obtained by additive manufacturing, such
as: different mechanical properties, low dimensional accuracy, and poor surface finish. In this
sense, there is a need to improve the precision and quality of the surfaces obtained by the union
of additive and subtractive manufacturing. Thus, this study aims to analyze the behavior of a
part, whose material is the ER70S-6 wire, obtained by additive manufacturing, more specifically
by arc deposition, based on the fusion of the consumable wire by the electric arc. In order to
make this analysis possible, end milling will be carried out on the part’ surface, to achieve the
main objective of this project, which is to verify the influence of feed per tooth parameter on
the surface finish of the part, five values of feed per tooth will be studied. After milling, the
surfaces were analyzed under a microscope and the roughness Ra, Rq and Rz measured. The
results showed that despite the low roughness values obtained, which was expected since all cut-
ting parameters are considered smooth, the surface presented regions with possible pores and
detachment of material, which may come from the fabrication of the material by the additive
manufacturing method, causing there to be no direct correlation between the increase in feed
per tooth and the increase in roughness, demonstrating that printed parts may not behave as
expected by the literature for conventional parts.
LISTA DE FIGURAS iv
1 INTRODUÇÃO 1
1.2 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 JUSTIFICATIVA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.4 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6
2.3.6 DMLS (Direct Metal Laser Sintering - Sinterização Direta de Metal por
Laser) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
i
SUMÁRIO ii
2.7 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.7.1 Aeroespacial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.7.2 Automotiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.7.3 Biomédica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.9 Usinagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3 MATERIAIS E MÉTODOS 31
3.0.3 Máquina-Ferramenta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 38
4.1 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.1.3 RUGOSIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5 CONCLUSÃO 47
REFERÊNCIAS 49
SUMÁRIO iii
Anexos 56
3 Este bico apresenta como o material pode ser adicionado e então usinado para
atender às especificações dentro de um sistema de manufatura híbrido (MOR-
ROW, 2019). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
iv
LISTA DE FIGURAS v
16 (a) Bico de mistura de exaustão de turbina a gás produzido pela LENS (OPTO-
MEC, 2021); (b) caixa de suporte do compressor de gás motor de turbina produ-
zido pela EBM (ARCAM, 2021); (c) pá de turbina com canais de resfriamento
interno produzidos por SLM (GMB, 2021); (d) lâminas de turbina fabricadas pela
SLM (TECHNOLOGIES, 2021); (e) fundição de lâmina de turbina estática oca
(PROMETAL, 2021); (f) quadro do motor produzido pela SLM (GMB, 2021). . . 20
21 Aditivos fabricados por arco elétrico (WAAM - Wire Arc Additive Manufacturing) 23
26 Peça desenvolvida por manufatura aditiva a arco pelo método de deposição CMT. 32
30 Fresa de topo aço rápido Vonder DIN 844A 5 mm depois de seu rompimento. . 35
33 Peça do estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
LISTA DE FIGURAS vi
Símbolos Latinos
𝑑 Diâmetro
𝑓𝑧 Avanço
𝑛 Número de Rotações
𝑉𝑐 Velocidade de Corte
𝑉𝑓 Velocidade de Avanço
𝑧 Número de Dentes
vii
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
A manufatura aditiva passa a ter uma grande responsabilidade na indústria 4.0 visto que
essa emprega importantes fatores, a exemplo da economia de tempo e material, prototipagem
rápida, alta eficiência e métodos de produção descentralizados (MEHRPOUYA et al., 2019).
Na Figura 1 é possível observar o enorme potencial da Manufatura Aditiva, já que nos últimos
anos esta tem caminhado a largos passos no setor aeroespacial. Assim, a imagem expõe uma
impressora 3D construindo um tanque de combustível para o foguete Terran One.
1
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL 2
Em Amsterdã, na Holanda, em 2015 foi inaugurada a primeira ponte feita por manufatura
aditiva no mundo. Mesmo a construção sendo uma conquista estrutural admirável em si, esta
também tem sido utilizada como uma espécie de laboratório vivo para que os pesquisadores
possam se inspirar para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos mais complexos. A ponte
tem como material o aço, possui 12 m de comprimento e pesa 4,9 ton (EURONEWS, 2021). Na
Figura 2 é possível observar a primeira ponte de aço impressa em 3D do mundo durante o seu
processo de manufatura e depois do processo.
1.2. MOTIVAÇÃO 3
1.2 Motivação
manufatura, como para alavancar significativamente alguns setores de importância, como o bio-
médico, aeroespacial, automotivo e no de design de ferramentas em geral (BOCKIN; TILLMAN,
2019). Os benefícios potenciais dessa tecnologia incluem a redução do número de etapas de pro-
cessos na fabricação, a economia de material, de estoque de peças e ainda a possibilidade de
combinação de geometrias ou materiais (AL-MAKKY; MAHMOUD, 2016).
Tendo a união da manufatura aditiva com a manufatura subtrativa, esta última também
conhecida por usinagem, é possível aumentar os diferenciais competitivos de uma indústria,
uma vez que a usinagem proporciona a entrega de peças com fino acabamento e muita precisão,
a manufatura aditiva concede o desenvolvimento de peças com uma complexidade quase que
inalcançável com a utilização de técnicas da usinagem tradicional, podendo ainda destacar a
redução de desperdícios de matéria-prima. Nesse sentido, combinando esses métodos a indústria,
passo a passo, progredirá se favorecendo das possibilidades disponibilizadas pela tecnologia. Fato
que já comprova esse avanço é a manufatura hibrida que conta com máquinas que conciliam esses
dois mundos, a manufatura aditiva e a Manufatura Subtrativa (INDUSTRIA, 2018).
Figura 3: Este bico apresenta como o material pode ser adicionado e então usinado para atender
às especificações dentro de um sistema de manufatura híbrido (MORROW, 2019).
1.3. JUSTIFICATIVA 5
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 OBJETIVOS
Analisar métodos utilizados para usinar peças compostas pelo arame ER70S-6 e obtidas
por manufatura aditiva por deposição a arco (MADA). Tendo isso em vista, fazer as devidas
comparações de estudo de casos visando identificar os parâmetros mais adequados para usinagem
deste material.
CAPÍTULO 2
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na década de 1980 a Manufatura Aditiva dava seus primeiros passos com a Prototi-
pagem Rápida (PR) no Japão. Nesse período, o foco era apenas a fabricação instantânea de
protótipos tridimensionais (3D) de produtos de forma generalizada (CAMPBELL; BOURELL;
GIBSON, 2012). Com o avanço tecnológico, os equipamentos antes utilizados para a PR não se
restringiram apenas aos protótipos, evoluíram para a manufatura final de produtos e passaram a
englobar diversos tipos de matérias como plásticos, cerâmicas e ligas metálicas. Como forma de
exemplificar essa evolução, na Figura 4 pode-se observar a primeira máquina de prototipagem
rápida e a maior impressora 3D de metal do mundo. Esta, atualmente, é utilizada para construir
foguetes.
6
2.2. MANUFATURA ADITIVA DE METAIS 7
As tecnologias para Manufatura Aditiva de Metal podem ser classificadas quanto ao tipo
de matéria-prima e fonte de energia utilizados. Dessa forma, as matérias-primas em pó e arame
são comumente utilizadas, assim, dentre as diferentes tecnologias da manufatura aditiva de metal
, pode-se citar, por exemplo, a fusão em leito de pó (PBF - Powder Bed Fusion) e a deposição
de energia direcionada (DED - Direct Energy Deposition) como os processos que mais utilizam
o pó como matéria-prima. Cabe destacar ainda que DED também é conhecido por utilizar o
arame como uma alternativa de matéria-prima. Já para fontes de energia, vale ressaltar as
técnicas de fusão seletiva a laser (SLM - Selective Laser Melting) e sinterização seletiva a laser
(SLS - Selective Laser Sintering) como dois tipos de métodos fusão em leito de pó (PBF) que
usam laser como fonte de enrgia, enfatizando ainda a fusão por feixe de elétrons (EBM - Electron
Beam Melting), que também é um método de fusão em leito de pó (PBF), que utiliza um feixe de
elétrons de alta potência como fonte de energia em vez de laser (BANDYOPADHYAY; ZHANG;
BOSE, 2020).
Essa técnica possibilita a fabricação de geometrias com estruturas mais complexas que
dificilmente são obtidas por métodos de fabricação convencionais, como fundição, metalurgia do
pó, forjamento e extrusão. Nesse sentido, esse processo é utilizado para fundir pós metálicos
por meio de um laser de alta densidade, a fundição de pó metálico possui o objetivo de alcan-
çar propriedades mecânicas próximas à de matérias-primas utilizadas na fabricação tradicional.
Uma das desvantagens da Fusão Seletiva por Laser são as formas de absorção do feixe laser de
maneira diferente para cada tipo de metal, ocasionando tensões residuais e elevando a tensão
térmica, possibilitando o aparecimento de trincas (YAKOUT et al., 2018). Com a necessidade
de desenvolver peças com alto grau de complexidade, a NASA vem adotando este método. Há
alguns anos foi desenvolvido um injetor de motor foguete com essa tecnologia (NASA, 2013;
MCMAHAN, 2013; KRAFT et al., 2013).
Nessa técnica, utiliza-se um laser que é aplicado diretamente sobre o pó metálico, sendo
sinterizado até que se torne parcialmente líquido. Feita a sinterização da camada, uma nova
camada de pó é adicionada e o procedimento é repetido até a obtenção da geometria desejada. A
técnica DMLS tem como característica a capacidade produzir objetos livres de tensões residuais
e defeitos internos que podem afetar os componentes de metal, outro ponto é a possibilidade
dessa técnica ser utilizada com ligas metálicas ou metais puros sem afetar as propriedades do
material. Dessa forma, este processo permite o uso de vários tipos de materiais apesar de possuir
poucas aplicações e alto custo (CASTELLS, 2016).
O sistema EBM permite construir estruturas de baixo para cima através do feixe de elé-
trons, sendo possível fundir seletivamente áreas específicas de pó metálico. Da mesma forma que
2.3. TECNOLOGIAS DE MANUFATURA ADITIVA 12
os outros processos, essa técnica acontece de camada a camada, até que a peça seja construída.
Nesse sentido, o método é posto em prática sob o vácuo objetivando eliminar as impurezas e
gerar propriedades de alta resistência da peça acabada e além do mais o vácuo apresenta a ca-
racterística de evitar a dispersão do feixe, o que é melhor para o desenvolvimento do processo.
O sistema de Fusão por Feixe de Elétrons possui modelos com propriedades de resistência muito
boas graças a uma distribuição uniforme da temperatura durante a fusão (Chua et al., 2010).
Esse processo pode utilizar como matéria-prima, papel, lâminas ou fitas metálicas para
criar modelos tridimensionais. Para desenvolver uma peça metálica, é necessário unir lâminas
ou fitas metal, o método conta com uma fonte de energia, em que as principais são ultrassônica
ou laser. Assim, da mesma forma que os outros processos, essa técnica acontece de camada
a camada, até que a peça seja construída, como pode ser observado na Figura 9. A Manufa-
tura Aditiva ultrassônica (UAM) e Manufatura de Objetos Laminados (LOM) são exemplos de
principais técnicas de Laminação em Folhas.
Nessa técnica, o metal é o material mais apropriado para o processo, assim, folhas de
metal são conectadas através da utilização de ondas ultrassônicas e pressão mecânica, em seguida
as folhas são fatiadas a laser ou por fresamento, isso pode ocorrer antes ou depois da colagem do
metal. Vale ressaltar que este processo exige a usinagem CNC ou extração do metal circundante
depois do processo de soldagem. Finalizada essa parte, as camadas serão depositadas até que
seja formada a peça.
2.4. DED (DIRECT ENERGY DEPOSITION – DEPOSIÇÃO DIRETA DE ENERGIA) 13
Para essa técnica, utiliza-se revestimento adesivo para unir as folhas do material. Assim,
o processo tem o papel como matéria-prima e o adesivo em substituição da solda. Então, as folhas
são geralmente aquecidas por um rolo que também faz força contra a superfície de impressão
visando aumentar a adesão. Dessa forma, quando a operação chega ao fim, as peças finais
são removidas do material que circunda a geometria, usando o método conhecido por Hachura
Cruzada.
metal. Já o plasma, como fonte de energia, é liberado a partir de uma fonte controlada para
fundir as partículas de metal. O DED baseado em arco elétrico funde o arame alimentado para
depositar as camadas. E por último, a energia cinética, comumente referida como pulverização a
frio, do em inglês Cold Spray, é um método de deposição de revestimento, em que as partículas
de pó fino são aceleradas em um fluxo de gás de alta velocidade. Durante o impacto com
o substrato, as partículas em velocidades supersônicas se deformam e se unem, criando uma
camada na superfície (MORIDI et al., 2014). O fluxograma, na Figura 11, resume as diferentes
categorias de DED.
Figura 11: Sistemas de classificação do processo de Depoição de Energia Direta ( DED - Direct
Energy Deposition ) (DASS; MORIDI, 2019).
A manufatura aditiva por deposição a arco é um processo que possui como fonte de ener-
gia um arco elétrico e sua matéria-prima em formato de arame (VIMAL; SRINIVAS; RAJAK,
2020). A manufatura aditiva por deposição a arco é destinada, principalmente, para a produção
econômica de grandes peças, uma vez que possui altas taxas de deposição em comparação com
outras tecnologias de Manufatura Aditiva (DEBROY et al., 2018). Dessa forma, para se ter uma
ideia, as taxas de deposição dos processos a laser e feixe de elétrons estão entre 2 e 10 g/min, já
em processos a arco é possível encontrar números maiores que 130 g/min (SURYAKUMAR et
al., 2011).
Desenvolver peças metálicas utilizando o método WAAM a partir dos processos MIG/-
MAG (GMAW – Gas Metal Arc Welding) e TIG (GTAW – Gas Tungsten Arc Welding) tem
sido uma expectativa comercial nos dias atuais. Ambos possuem o arco elétrico como fonte de
calor e proteção gasosa. Assim, GMAW é o processo de soldagem mais comum nas indústrias,
uma vez que possui versatilidade e vantagens específicas como altas taxas de deposição, menor
2.5. MANUFATURA ADITIVA A ARCO 15
investimento financeiro, fácil execução e automação (WANG; WU; GAO, 2015). Essa técnica
de soldagem fundamenta-se na fonte de calor de um arco elétrico com alta energia que se situa
em meio a uma peça que será soldada e o arame (eletrodo) que é ininterruptamente adicionado
ao sistema e consumido ao decorrer do processo. Assim, a proteção da solda é feita a partir dos
gases inertes, ativos ou por misturas de proteção. Essas formas de proteção da solda podem
ser classificadas por MIG/MAG, sendo MIG (MIG - Metal Inert Gas) quando se utiliza gases
inertes e MAG (MAG – Metal Active Gas) quando é utilizado gases de proteção ativos. Nesse
sentido, vale ressaltar que MIG e MAG possuem a capacidade de recorrer a misturas de gases
para resguardar a solda (SCOTTI A. PONOMAREV, 2014). A Figura 12 é uma representação
típica desse processo.
Uma otimização do processo MIG/MAG é o CMT (CMT - Cold Metal Transfer), este
se destaca por possuir uma entrada de calor muito baixa e um arco bastante estável quando
comparado com a soldagem MIG/MAG convencional. Assim, este processo de soldagem desen-
volvido pela empresa austríaca Fronius possibilita melhores resultados com a junção diferentes
materiais, por exemplo, aço e alumínio (FRONIUS, 2021b).
A soldagem a arco com eletrodo de tungstênio e proteção gasosa (TIG), também co-
nhecida como soldagem a arco com gás tungstênio (GTAW), é um processo de soldagem com
arco que produz a solda com um eletrodo de tungstênio não consumível (TWI GLOBAL, 2021).
Dessa forma, a corrente necessária é gerada através de um eletrodo de tungstênio, que não funde
pois suporta altas temperaturas. Nesse sentido, o eletrodo citado emite um arco elétrico que
aquece e funde o material. O sistema inclui um bico, situado em torno do eletrodo e o gás libe-
rado é responsável por resguardar o material aquecido das possíveis contaminações atmosféricas.
Vale enfatizar que os gases que participam desse processo são inertes, ou seja, não reativos, estes
podem ser argônio, hélio ou suas misturas. Os gases citados evitam reações químicas entre a
2.6. CARACTERÍSTICAS MECÂNICAS E DEFEITOS DE PEÇAS FEITAS POR
MANUFATURA ADITIVA 16
poça de fusão líquida e o material aquecido o que resulta em cordões de solda de alta qualidade
(FRONIUS, 2021a).
Outro processo da WAAM é a soldagem a arco de plasma (PAW – Plasma Arc Welding),
que é uma variação do TIG, já que nesse caso o eletrodo de tungstênio também não é consumível.
Nessa técnica, é possível contar com a atuação de duas fontes de gás, o gás de proteção que pode
ser inerte ou ativo e atua, de fato, para a proteção da solda agindo contra a contaminações
atmosféricas, e o gás de plasma que é inerte e responsável por envolver o eletrodo de tungstênio
no interior da tocha. Vale enfatizar, que para o gás ser definido como plasma, durante o processo
de soldagem, este é levado a altas temperaturas até se tornar ionizado. Então, quando há o
fluxo do plasma pelo orifício constritor, ocorre a estruturação da coluna do arco de soldagem,
que promove o transporte de cargas entre o eletrodo e a peça a soldar (SOCIETY, 2004). Para
melhor entendimento na Figura 13 pode-se observar o sistema do bocal do processo de soldagem
arco de plasma.
tiva também costumam apresentar a ductilidade reduzida devido a uma combinação de fatores,
incluindo porosidade, defeitos de construção, contaminação, tensão residual (SOLA; NOURI,
2019).
Os defeitos podem afetar diretamente as características mecânicas das peças, vale enfati-
zar que a Manufatura Aditiva está em seu estágio inicial de desenvolvimento e o processamento
fundamental das relações de microestruturas e propriedades ainda não foram totalmente com-
preendidas. Dessa forma, sem parâmetros otimizados, os defeitos podem existir com frequência,
potencializando tendências a falhas em peças produzidas pelo método. O surgimento de defeitos
em peças desenvolvidas por Manufatura Aditiva é uma das mais relevantes inquietações para
sistemas críticos e aplicação de cargas cíclicas (KIM, 2018). Nesse sentido, caso este permaneça
no componente fabricado, isso possivelmente provocará algum impacto prejudicial durante a
sua utilização. Por isso, faz-se necessário o conhecimento sobre os mecanismos de formação de
defeitos em processos baseados em fusão para estabelecer os parâmetros específicos de processo
adequados para o sistema de liga e técnica de processamento escolhido (MUKHERJEE et al.,
2016).
Fato que é válido ressaltar é que as técnicas de Manufatura Aditiva envolvem altas
temperaturas, o que ocasiona uma vaporização significativa de elementos de liga a partir da
poça de fusão. Então, partindo do princípio que alguns elementos de liga são mais voláteis
do que outros, essa vaporização resulta em uma modificação considerável na composição da
liga. Dessa forma, a mudança de composição, por sua vez, pode causar degradação da dureza,
resistência à corrosão e tração (MUKHERJEE et al., 2016).
Estes defeitos que surgem a partir dos processos de Manufatura Aditiva impactam na
qualidade da metalurgia resultante e microestruturas dos componentes. Os defeitos resultantes
nas peças geralmente podem ter duas classificações principais, porosidade e fissuras. Além do
mais, esses defeitos são capazes de acarretar a apreensão de impurezas no interior dos compo-
nentes e podem diminuir as propriedades mecânicas destes (DEBROY et al., 2018).
Figura 14: Poros característicos em peças de fusão de leito de pó à base de laser: (A) Porosidade
por gás preso; (B) Porosidade induzida por derretimento incompleto; (C) Fusão insuficiente com
partículas não derretidas dentro de poros irregulares; (D) Trincas; em Fusão Seletiva de Material
em Pó (SOLA; NOURI, 2019).
O defeito porosidade pode ser identificado como poros irregulares e, sendo os principais
motivos desses poros: encolhimento, falta de ligação/ fusão/ derretimento, ou escassez de ali-
mentação de material, muitas vezes ocorrendo na borda das trilhas fundidas. Já para poros
esféricos, os motivos mais relevantes são: gás aprisionado, turbulências de Marangoni na região
de fusão e evaporação de material (BOURELL et al., 2017).
Figura 15: Falhas características em peças provenientes da Manufatura Aditiva: Na (c) pode-se
observar a Delaminação que é causada pelas tensões residuais nas interfaces da camada que
excedem o limite de escoamento da liga. Em componentes feitos por manufatura aditiva, as
fissuras podem ser muito longas espalhando-se por várias camadas (a) ou pequenas com um
comprimento máximo igual à espessura da camada (b). (SOLA; NOURI, 2019).
2.7 Aplicações
2.7.1 Aeroespacial
Figura 16: (a) Bico de mistura de exaustão de turbina a gás produzido pela LENS (OPTOMEC,
2021); (b) caixa de suporte do compressor de gás motor de turbina produzido pela EBM (AR-
CAM, 2021); (c) pá de turbina com canais de resfriamento interno produzidos por SLM (GMB,
2021); (d) lâminas de turbina fabricadas pela SLM (TECHNOLOGIES, 2021); (e) fundição de
lâmina de turbina estática oca (PROMETAL, 2021); (f) quadro do motor produzido pela SLM
(GMB, 2021).
2.7.2 Automotiva
A indústria automotiva tem utilizado o processo de Manufatura Aditiva como uma im-
portante ferramenta no design e desenvolvimento de componentes, uma vez que essa tecnologia
pode diminuir custos e tempo de fabricação, além de permitir a rápida prototipagem de peças,
diminuindo o tempo entre o design inicial e a peça final. Além disso, os processos da Manufatura
Aditiva estão sendo usados para fazer pequenas quantidades de peças estruturais e funcionais,
como por exemplo escapamentos de motor, eixos de transmissão, componentes da caixa de en-
grenagens e sistemas de interrupção para veículos luxuosos e/ou de baixo volume (GUO; LEU,
2013b), sendo que nesses casos ela é capaz de produzir peças mais leves, de geometrias mais
complexas e otimizadas topologicamente, como a da Figura 17.
Figura 17: Balancim de um veículo de Fórmula SAE fabricado por manufatura aditiva (Formula
TU Ostrava, 2017).
2.7. APLICAÇÕES 21
2.7.3 Biomédica
A Manufatura Aditiva também pode ser adotada para a construção de partes do exoes-
queleto robótico, como o da Figura 19, o qual têm a finalidade de ajudar o ser humano a efetuar
um determinado movimento. Um exemplo disso é a utilização desta tecnologia para pessoas que
nascem com artrogripose múltipla congênita, que tem como características diversas contraturas
articulares, gerando a perda a capacidade de mover os braços por sua própria força. Entre-
tanto, os braços robóticos são produzidos de partes metálicas que costumam ser muito pesadas
e volumosas para as crianças. Assim, a Manufatura Aditiva além de contar com uma rapidez
e facilidade na fabricação das peças, é uma alternativa mais eficiente, pois os componentes são
pequenos, leves e duráveis.
Figura 19: Exoesqueleto com partes fabricadas por impressora 3D (FAPESB, 2012).
2.8. A NECESSIDADE DE USINAR PEÇAS 22
A Manufatura Aditiva permite que geometrias complexas sejam produzidas, mas a qua-
lidade, as tolerâncias dimensionais e o acabamento das superfícies muitas vezes não podem ser
obtidos somente pela adição de material. A usinagem, por outro lado, permite a produção de
componentes de precisão, mas o nível de complexidade é limitado (NEWMAN et al., 2015a).
E assim, surge a necessidade da união de técnicas aditivas e subtrativas, visando melhorar as
geometrias e a qualidade da superfície das peças (GUESSASMA et al., 2015).
A utilização da Manufatura Híbrida teve grande importância neste caso, uma vez que os
componentes possuíam diversos tamanhos e complexidades. Nesse sentido, para peças maiores,
as empresas empregaram métodos subtrativos, principalmente a máquina CNC de 5 eixos. Já
para peças complexas como o garfo de paralelogramo de duplo A do Motocicleta Elétrica Zeus
8, foi necessário a usinagem de alumínio 6061 para desenvolver as vigas, por exemplo. As peças
menores eram muito mais fáceis de fazer com a Manufatura Aditiva. Por fim, existiram mais
de 60 peças fabricadas com uma combinação de Manufatura Aditiva e métodos subtrativos,
tudo em apenas 12 dias (3DPRINTING, 2019). Na Figura 21 pode-se observar algumas peças
inacabadas que foram fabricadas pelo processo de Manufatura Aditiva, porém ainda precisam
passar por técnicas de usinagem.
2.9. USINAGEM 23
(a) Hélice fabricada por WAAM (FUSION, 2021). (b) Peça fabricada por WAAM (FITNIK, 2021).
(c) Peça fabricada por WAAM (LORTEK, 2021). (d) Peça fabricada por WAAM (FRONIUS, 2019).
Figura 21: Aditivos fabricados por arco elétrico (WAAM - Wire Arc Additive Manufacturing)
2.9 Usinagem
Conforme relatado, existe uma grande necessidade de um pós processamento nas peça
fabricadas por manufatura aditiva. Neste sentido, destaca-se a usinagem, também conhecida
por Manufatura Subtrativa, para a obtenção da geometria desejada na peça. Dessa forma, a
extração do material é feita por diferentes processos de usinagem como torneamento, fresamento,
furação, retificação, brunimento, mandrilamento, entre outros. O material extraído é conhecido
como cavaco, que é a porção de material da peça, retirada pela ferramenta, caracterizando-se
por apresentar forma geométrica irregular (FERRARESI, 1977).
Figura 22: Processos de fabricação com e sem remoção de cavaco e usinagem convencional e não
convencional, Esquema com adaptação(FERRARESI, 1977).
O movimento relativo é necessário entre a ferramenta e a peça para executar uma ope-
ração de usinagem. Dessa forma, o movimento primário é realizado em uma determinada ve-
locidade de corte v. Assim, a ferramenta deve ser movida lateralmente ao longo da peça, este
movimento é denominado como avanço, e feed em inglês e por isso na Equação 1 está como f. A
dimensão restante do corte é a penetração da ferramenta de corte abaixo da superfície de traba-
2.9. USINAGEM 25
Figura 23: Velocidade de Corte, Avanço e Profundidade de Corte para uma operação de torne-
amento (GROOVER, 1939).
O Avanço (fz) é a distância percorrida pelo porta ferramenta em cada rotação da peça e
pode ser representado da seguinte forma:
𝑓
𝑓𝑧 = [𝑚𝑚/𝑟𝑒𝑣] (1)
𝑧
em que z é o numero de dentes da ferramenta. Assim, como o avanço é dado pelo curso da
ferramenta, sua unidade pode ser também por mm/volta.
𝑝𝑖 · 𝑑 · 𝑛
𝑣𝑐 = [𝑚/𝑚𝑖𝑛] (2)
1000
em que: d = diâmetro da peça ou ferramenta (mm) n = número de rotações por minuto da peça
ou ferramenta (rpm).
A velocidade de avanço (Vf) é a velocidade com que a quantidade de material que deve
ser removida por cada dente do cortador conforme este gira e avança. A Equação é expressa da
seguinte forma:
𝑣𝑓 = 𝑓 · 𝑛 = 𝑓𝑧 · 𝑧 · 𝑛 [𝑚𝑚/𝑚𝑖𝑛] (3)
E por último, a velocidade efetiva de corte (Ve) que é a velocidade instantânea do ponto
de referência da aresta cortante, segundo a direção efetiva de corte. Esta pode ser descrita pela
Equação 4:
𝑣¯𝑒 = 𝑣¯𝑐 + 𝑣¯𝑓 [𝑚/𝑚𝑖𝑛] (4)
𝑅𝑀 𝑅 = 𝑣𝑓 𝑑 (5)
A seleção do fluido de corte apropriado para uma situação de usinagem específica requer
conhecimento das funções, propriedades e limitações do fluido. As principais funções dos fluidos
de corte, sejam estes refrigerantes miscíveis com água ou fluidos de corte puros, como óleos
de corte e retificação, são resfriamento e lubrificação. Além das funções citadas, existe outra
função muito importante que é remover quaisquer cavacos ou aparas da zona de corte. Assim, o
principal objetivo desse tipo de fluido é reduzir o atrito entre a ferramenta e a peça no processo
de usinagem e consequentemente dissipar qualquer calor gerado (FUCHS, 2021).
Não existe uma padronização para fluidos de corte, mas estes podem ser classificados
na literatura em três categorias: líquidos, gasosos e sólidos (DINIZ; MARCONDES; COPPINI,
1999). Dessa forma, os fluidos de corte líquidos simbolizam a maior parte dos quais são utili-
zados em operações de usinagem. Já no fluido de corte gasoso, é mais frequentemente aplicado
2.9. USINAGEM 27
ar comprimido que tem a função de retirar os cavacos do local de corte. E por último, os lu-
brificantes sólidos, que podem ser a grafita e o bissulfeto de molibdênio, estes são utilizados na
superfície de saída da ferramenta visando diminuir o coeficiente de atrito entre a ferramenta e o
cavaco (SHAW, 1982).
A geometria da aresta de corte possui extrema importância quando relacionada aos pro-
cessos de formação de cavacos pois, caso não seja feita a escolha adequada desta, podem existir
altos gastos de energia quando o material sofrer o cisalhamento. Uma ferramenta de corte deve
possuir um formato adequado à operação de usinagem e uma maneira importante de classificar
estas é de acordo com o processo de usinagem. Assim, existem as ferramentas de torneamento,
ferramentas de corte, fresas, brocas, alargadores, machos e muitas outras ferramentas que são
nomeadas de acordo com a operação em que são usadas, cada uma com sua própria geometria
de ferramenta (RODRIGUES, 2005).
As ferramentas de corte podem ser ramificadas com ponta única e com múltiplas arestas,
então as de ponta única são usadas para torneamento, mandrilamento, modelagem e aplaina-
mento. Já as de várias pontas são usadas em furação, alargamento, rosqueamento, fresamento,
brochamento e serragem. Vale ainda enfatizar que as pastilhas para ferramentas de corte são
amplamente utilizadas na usinagem porque são econômicas e adaptáveis a muitos tipos dife-
rentes de operações de usinagem e estão disponíveis em uma variedade de formas e tamanhos
para as várias situações de corte encontradas na prática (GROOVER, 1939). Na Figura 24
pode-se observar tipos variados de pastilhas e está organizado da forma em que requisitos de
potência, força e tendência à vibração possuem propensão a aumentar conforme nos movemos
para à esquerda e a versatilidade e acessibilidade tendem a ser melhores com as geometrias à
direita.
Por ser uma tecnologia que vem sendo utilizada e desenvolvida há muito tempo, a usina-
gem é comumente usada para melhorar a precisão da forma e o acabamento superficial de peças
resultantes de métodos da manufatura aditiva. Dessa forma, a usinagem de pós-processamento
desse tipo de manufatura é de extrema importância principalmente pela capacidade de gerar to-
lerâncias mais precisas, superfícies lisas e planas para interface com outras peças (SAUNDERS,
2017). Muitas vezes, as peças são feitas em formas tão únicas que precisam de estruturas de
suporte para ajudar a mantê-las na posição vertical e estável durante o processo de da manufa-
tura aditiva. Como resultado, etapas extras de usinagem são imprescindíveis para a remoção de
estruturas de suporte e realizar procedimentos de acabamento superficial (PITTMAN, 2019).
Apesar de ser muito recente a usinagem de peças feitas aditivamente, existem alguns
estudos que trazem pontos importantes para o desenvolvimento de outros estudos neste ramo.
No estudo de Bai et al (2019) foi feito o fresamento na máquina CNC para pós-processar peças
de aço ASTM A131 geradas por deposição direta de energia. No processo de fresamento, como o
esperado, o desgaste da ferramenta é existente. Vale destacar que esse método de usinagem pode
reduzir a rugosidade da superfície da peça de 22,78 µm para 0,6 µm e a alta velocidade de corte
contribui para um acabamento superficial mais favorável (PENG et al., 2021). Visando entender
sobre a usinabilidade de peças feitas por manufatura aditiva e como gerar um acabamento
superficial superior nessas peças, Ni et al (2020) contou com a usinagem de ultra precisão para
cortar a liga Ti-6Al-4V SLM-ed. Ainda descobriram que a anisotropia do material é notável na
usinagem de alta precisão em relação à rugosidade da superfície alcançada e às forças de corte.
A usinabilidade anisotrópica da peça se deve à microestrutura anisotrópica durante o processo
de impressão, conforme sugerido pelos autores.
Apesar da manufatura hibrida possuir diversas vantagens, existem alguns pontos nega-
tivos referentes a utilização das máquinas que são especificas para este processo. Dessa forma,
um dos principais problemas é em relação aos resultados da microestrutura do material deposi-
tado, resultantes dos ciclos irregulares de calor do processo aditivo, em função da alteração da
quantidade de camadas depositadas antes do processo de usinagem. Não deixando de enfatizar a
questão são os processos de deposição que até os dias atuais, são aplicáveis apenas aos processos
de deposição direta de energia. Outro ponto importante é a dificuldade de integrar os processos
por falta de um protocolo de planejamento de processos híbridos para pós processamento da
manufatura aditiva e além disso ainda existe a questão da necessidade de tratamento térmico
pós processamento aditivo e o uso de fluidos de corte que não é desejável durante o processo sub-
2.9. USINAGEM 29
trativo, devido ao laser e à possibilidade de danos aos sistemas ópticos da máquina e porosidade
na nova adição (BARBOSA et al., 2019).
As peças obtidas por manufatura aditiva, como processos de deposição de energia direci-
onada (DED), por exemplo, possuem elevado nível de dureza e grandes flutuações na tolerância
de corte. Sendo assim, a OSG (2022) desenvolveu as fresas de topo do tipo AM-EBT e AM-
2.9. USINAGEM 30
CRE específicas para peças obtidas por manufatura aditiva. Dessa forma, estas possibilitam um
fresamento estável e de alta eficiência do desbaste ao acabamento, combinando uma geometria
negativa tridimensional otimizada para grande profundidade de corte. Além disso, essas pos-
suem a capacidade de se adaptar a grandes flutuações na tolerância de usinagem. Vale enfatizar
também que os tipos AM-EBT e o AM-CRE possuem grande efetividade no fresamento de pe-
ças resultantes de soldagem, desenvolvidas com alta profundidade de corte. As fresas de topo
citadas possuem um revestimento que possibilita alta resistência ao calor e alta tenacidade, são
otimizadas para o fresamento de aço de alta dureza (OSG, 2022).
MATERIAIS E MÉTODOS
A partir da manufatura aditiva por deposição a arco, baseada na fusão do arame consu-
mível pelo arco elétrico, NOVELINO, (2021) utilizou o processo CMT para a construção da peça
que foi usinada no presente trabalho. Vale enfatizar que todas as amostras eram compostas dos
mesmos materiais, sendo o substrato o aço carbono 1020 e o material da peça o arame ER70S-6
com composição química apresentada na Tabela 1.
Tabela 2: Parâmetros médios para a obtenção da peça de estudo com deposição bidirecional a
arco contínuo (NOVELINO, 2021).
Velocidade de
Velocidade de Velocidade de
Corrente Voltagem Alimentação do
Deposição Vertical Deposição Horizontal
(A) (V) Arame
(mm/s) (mm/s)
(m/min)
62,0 20,6 2,6 24,0 8,0
31
32
arco contínuo, formando uma parede de 100 camadas. Como citado anteriormente, o método de
deposição foi o CMT com o uso de uma curva sinérgica ideal do material e da mistura de gás de
proteção Argônio (Ar) + 18% 𝐶𝑂2 que foi utilizado para correção dos parâmetros de deposição.
Cabe ressaltar que foi utilizada uma vazão do gás de 15 l/min. Na Figura 26 é possível observar
a peça após o processo de deposição.
Figura 26: Peça desenvolvida por manufatura aditiva a arco pelo método de deposição CMT.
Para que os objetivos fossem alcançados no presente estudo, o ensaio laboratorial ocorreu
decorrente das etapas descritas a seguir e apresentadas no fluxograma da Figura 27:
1. Preparação da amostra: a peça foi separada do substrato com uma Serra Fita Franho
FM-500;
2. Após o corte na serra fita, a superfície da peça possui ainda grande irregularidades, assim
foi realizado o processo de desbaste por fresamento para obtenção de uma superfície plana;
3. Ensaios de usinagem: a peça foi disposta no centro de usinagem vertical, onde serão feitos
5 canais com a fresa a partir de diferentes parâmetros de avanço visando encontrar os
melhores parâmetros para a usinagem da peça;
4. Análise de superfície: após o fresamento, foi feita a análise da superfície fresada com o
microscópio. Essa inspeção visual teve como objetivo avaliar a presença de características
típicas das superfícies usinadas, tais como marcas de avanço, trincas, poros, partes da
aresta postiça de corte (APC) e partículas depositadas na superfície recém usinada da
peça;
5. Aferição da rugosidade: com o rugosimêtro foram obtidos os valores de Ra, Rq e Rz, para
a superfície fresada.
3.0.3 Máquina-Ferramenta
A ferramenta de corte selecionada para o presente estudo é a fresa de topo aço rápido
Vonder DIN 844A 5 mm de diâmetro, com 4 arestas de corte, comprimento total de 56,0 mm e
não possui revestimento. Mais especificações podem ser encontradas no catálogo do fabricante
que está anexo. A Figura 29 contém a imagem da ferramenta.
Figura 29: Fresa de topo aço rápido Vonder DIN 844A 5 mm.
O fluido de corte utilizado para o fresamento foi o BIO100e da marca Biolub. Este é
um fluido solúvel sintético biodegradável para usinagem e tem como principais características
a durabilidade, boa capacidade anti-corrosiva e lubrificante. Na Tabela 3 é possível observar a
concentração e na Tabela 4 as características físico-químicas do mesmo. Vale enfatizar ainda
que pela maquina não possuir bocal, o fluido foi inserido manualmente.
Características Físico-Químicas
Aspecto-Visual Amarelo Esverdeado
Densidade 20/4 C - NBR 7148 1,065 g/cm3
Fator de Refração - MT 29 3,33
PH (3% em Água) - MT 6 9,5
Corrosão ferro fundido GG 25 sol.3% _ DIN 51.3560/2 Sem corrosão
Deve-se considerar que o processo de usinagem que foi utilizado para o acabamento
da peça obtida é o fresamento. Essa ferramenta pode ser utilizada para bons resultados em
acabamentos e contornos (VONDER, 2022). Para o corte inicial e separação da peça de sua
base, procedimento que ocorre antes da usinagem, foi utilizada uma serra fita.
análises na literatura, com foco em artigos, e posteriormente escolheu-se aqueles mais brandos,
uma vez que estes serão valores de partida para o início do processo.
Com base no estudo feito por (GROSSI et al., 2020) sobre a usinagem de peças fabrica-
das aditivamente por deposição a arco elétrico, foram estabelecidos os parâmetros de usinagem.
Nesse estudo, o arame de alimentação foi o ER70S-6, o mesmo utilizado no presente trabalho
e teve como o material de base, o substrato, AISI 1040. Além de considerar o estudo citado,
também foi realizada uma pesquisa complementar visando determinar os parâmetros mais ade-
quados, então considerando as características do material, foram considerados também estudos
sobre os materiais e Aço 1020 e Aço 1040, uma vez que possuem literatura mais extensa.
Figura 30: Fresa de topo aço rápido Vonder DIN 844A 5 mm depois de seu rompimento.
Desta forma, foi necessária uma nova seleção de parâmetros de corte, principalmente a
profundidade de corte e o avanço por dente, já que são os parâmetros com maior influência nas
forças de corte. Nesse sentido, a partir de ensaios preliminares foram determinados valores mais
adequados, que são apresentados na Tabela 6. Com os valores desta tabela foi utilizado o centro
de usinagem vertical TOS KURIM FA3AU para o prosseguimento do estudo, uma vez que o
centro de usinagem vertical VEGA XH7132 estava em manutenção no período deste ensaio.
36
As variáveis de saída aplicadas nesta investigação são: análise superficial, que inclui a
rugosidade (quantitativa) e a verificação da superfície (qualitativa) onde espera-se observar o
surgimento de poros e trincas na superfície usinada. Para garantir que o acabamento superficial
atenda ao exigido, é necessário que se realize um controle destes valores a partir de equipamentos
específicos, sendo uma das possibilidades o microscópio e a outra o rugosímetro, o qual foi uti-
lizado neste estudo devido a sua praticidade. Com o microscópio de medição 3D a laser LEXT
OLS4100 da Olympus foi realizada a verificação de possíveis poros, trincas, partículas deposi-
tadas e entre outras características tanto as típicas de superfícies usinadas quanto as esperadas
em materiais obtidos por manufatura aditiva. Na Figura 31 pode-se observar o microscópio de
medição 3D a laser utilizado.
Vale ressaltar que, como o precedimento de medição de rugosidade ocorre após a usina-
gem da peça, antes de dar inicio à medição, a peça precisa ser devidamente preparada estando
livre de qualquer contaminação na superfície. Antes de fazer as aferições no rugosímetro foi
escolhido o comprimento de amostragem (cut off ) igual 0,8 mm, conforme a norma ABNT NBR
ISO 4288 (ABNT, 2008), com 5 repetições (n=5). Além disso, as medições foram realizadas
em ambiente com temperatura controlada em 20°C ± 1,5°C. Na Figura 32 é possível observar o
Rugosímetro Mitutoyo SJ-201 durante o ensaio laboratorial.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 RESULTADOS
Neste capítulo será possível observar os resultados obtidos a partir do processo de usina-
gem de estudo: o fresamento. Estes foram relacionados aos parâmetros e discutidos com relação
às análises realizadas na superfície da peça. O foco principal destes resultados é que estes pos-
sam ser aplicados aos diversos processos semelhantes contribuindo para o avanço tecnológico e
possíveis melhorias no processo de usinagem utilizado para o material do arame ER70S-6. As
análises seguem como base os objetivos desta pesquisa.
A Figura 33 apresenta a peça que foi separa da base (substrato), como pode ser observado
na Figura 26, para a realização da usinagem. A seta em vermelho apresenta o sentido da
usinagem e as faixas em amarelo representam dois dos canais que foram usinados para as análises.
A dimensão final da peça, após sua divisão, foi de aproximadamente 41,5 mm de altura, e o
comprimento se manteve, sendo de 160 mm. A peça da Figura 26 foi divida em duas partes para
que outros estudos fossem realizados. Estes estudos também visam encontrar os parâmetros de
usinagem mais adequados para a obtenção de um bom acabamento superficial.
38
4.1. RESULTADOS 39
Nesta parte do estudo será possível observar as imagens das superfícies usinadas. Vale
ressaltar que os canais foram observados em sua totalidade e imagens representativas das carac-
terísticas predominantes foram selecionadas e serão apresentadas para auxiliar na discussão.
Cada canal foi feito com diferentes avanços por dente, porém com a velocidade de corte
constante. Também é possível perceber que no centro dos canais existiu uma possível avaria
resultante da geometria da ferramenta utilizada. Na Figura 35 é possível observar esta.
Figura 35: Canal 1 resultante do fresamento seguindo os parâmetros de N = 1000 rpm, Vf=20
mm/min e 0,005 mm/dente.
Figura 36: A) Canal 2 resultante do fresamento com avanço por dente de 0,007 mm/dente,
B) Canal 3 resultante do fresamento com avanço por dente de 0,010 mm/dente, C) Canal 4
resultante do fresamento com avanço por dente de 0,014 mm/dente e D) Canal 5 resultante do
fresamento com o avanço por dente de 0,020 mm/dente.
(a) Parte do canal 1, formado por movimentos discordantes, (b) Parte do canal 1, formado por movimentos concordantes,
com poros visíveis. com poros visíveis.
No canal 1 representado na Figura 37 se destaca na Figura (b) em que o canal foi formado
por movimentos concordantes, é perceptível a presença de alguns possíveis poros.
O canal 2, Figura 38 também apresenta alguns possíveis poros, como pode ser observado
na Figura (b) com o canal formado por movimentos concordantes.
Em relação ao canal 3 Figura 39, tanto a Figura (a) quanto a Figura (b) mostram uma
grande falta de uniformidade da superfície, o que pode ser consequência de arrancamento de
material provocado pela ferramenta de corte.
Já a Figura 40 que apresenta o canal 4, na Figura (b), parte do canal que foi formado por
movimentos concordantes, existe um possível arrancamento de material, o que também possivel-
mente foi provocado pela ferramenta utilizada. Na Figura 41 a parte formada por movimentos
discordantes, Figura (a), percebeu-se um possível arrancamento de material.
Outro fator importante, é que esses poros ou vazios podem também ter sido originados
durante o fresamento, uma vez que a superfícies é submetida a altas tensões e parte do material
que, como mencionado, possui características heterogêneas pode ter se destacado durante o
corte. Além disso, acredita-se que houveram regiões com destacamento de material, este efeito
pode estar relacionado a trincas já existentes na estrutura do material, de acordo com Maskery
et al. (2016) as trincas de podem ser encontradas na zona parcialmente fundida (PMZ) uma
vez que essa zona sofre uma força de tração devido a contração de solidificação e a contração
térmica do depósito. Somado a isso, segundo Maskery et al. (2016), a própria fabricação por
manufatura aditiva pode ocasionar efeitos de delaminação, o que pode ter favorecido a geração
desses destacamentos. As Figura 39 (a) e (b), Figura 40 (b) e Figura 41 (a) mostram essas
regiões com possíveis destacamento de material.
4.1.3 RUGOSIDADE
Para as análises das superfícies dos canais, foram realizadas três medições, para os parâ-
metros Ra, Rq e Rz, na direção do avanço, com o movimento discordante sendo representado por
"Disc."e concordante por "Conc.". Com os valores coletados, expressos na Tabela 7, foi possível
obter a média e o desvio padrão (DP) dos valores de rugosidade medidos para os cinco canais,
estes também são apresentados nesta tabela. Vale enfatizar que a partir da regra empírica para
o desvio padrão, o intervalo de confiança utilizado foi de 95%. Tendo todos esses valores, foram
criados os gráficos que serão apresentados posteriormente no capítulo.
4.1. RESULTADOS 44
Figura 43: Relação entre os cinco canais e a Rugosidade Média Quadrática (Rq).
Neste gráfico observa-se a relação entre os cinco canais e a Rugosidade Média Quadrática,
então é possível observar valores de rugosidade, do parâmetro Rq, para diferentes valores de
avanços por dente. Nesse sentido, conclui-se que que os canais 1 e 4 possuíram os maiores
valores de rugosidade, caso que não ocorrer no canal 5 que obteve os menores valores.
Já neste gráfico observa-se a relação entre os cinco canais e a altura máxima (Rz), então
é possível observar valores de rugosidade, do parâmetro Rq, para diferentes valores de avanços
por dente. Sendo assim, da mesma forma que ocorre para os dois gráficos anteriores, os canais
1 e 4 possuíram os maiores valores de rugosidade, caso que não ocorrer no canal 5 que obteve
os menores valores.
mento semelhante para as repetições nos cinco canais. Os canais 1 e 4, referentes a fz = 0,005
mm/dente e fz = 0,014 mm/dente, respectivamente, apresentaram valores mais elevados de ru-
gosidade, como já citado. A provável causa para estes resultados obtidos são as condições de
corte não-estáveis, em que as vibrações no conjunto máquina/ferramenta acarretam em aumento
da rugosidade com um padrão de textura irregular. Algumas das possíveis causas dessa vibração
são: a rigidez da máquina, centro de usinagem TOS KURIM FA3AU, ou o sistema de fixação
da ferramenta. Além do mais, na Figura 40 (b) é possível observar prováveis marcas de arranca-
mento de material ou até mesmo material que ficou aderido na peça no canal 4, o que demonstra
visualmente as interferências superficiais que ocasionaram os altos valores de rugosidade neste
canal. Vale lembrar que era esperado pela literatura que os menores valores de avanço resultas-
sem em menores valores de rugosidade, independente do parâmetro Ra, Rq ou Rz (TELLES,
2018).
CONCLUSÃO
O presente projeto teve como objetivo analisar a influência do parâmetro de avanço por
dente sobre o acabamento superficial da peça de estudo no processo de fresamento. Dessa forma,
a análise foi feita através das aferições de rugosidade superficial e averiguações das superfícies
dos cinco canais a partir do microscópio.
• Para materiais como o aço 1020 e 1040, com composição semelhante ao material do arame
ER70S-6, os parâmetros para o processo de fresamento destes não foram aplicáveis para
o material utilizado neste estudo, uma vez que o aço 1020 e 1040 demandam valores
de parâmetros de velocidade de corte, avanço por dente e profundidade de corte muito
elevados quando comparados a aqueles adequados para usinar a peça do projeto.
• Os menores valores de rugosidade foram identificados para o maior valor de avanço, apre-
sentando comportamento contrário ao esperado pela literatura, sendo o mais indicado para
o fresamento dessa peça, os mesmos valores superiores, como forma de favorecer a formação
do cavaco.
47
5.1. PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS 48
1. Utilizar a mesma fresa de topo na usinagem dos canais, porém com esta possuindo reves-
timento. Assim, será possível analisar se a peça obteve melhor acabamento superficial.
2. Utilizar Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) e fazer ataque químico para identifi-
car, de forma mais abrangente, as descontinuidades no material. Principalmente as regiões
de baixa fusão que possuem microestrutura distinta comparada a outras regiões.
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ANEXOS
56
A.2. ESPECIFICAÇÕES DA FERRAMENTA DE CORTE 57