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Diresão : Nonato Silva .


Layout e capa : Armando Abre u e Hermano
Montenegro .
Fotos : M . Fontenelle .
Publicação mensal da Divisão de Divulgação da

b. Novacap .
Redasão : Av . Almirante Barroso, 54 - 18.0 andar.
Fone : 22-2626 - Rio de Janeiro - Brasil .
Número avulso : Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) .
Assinatura anual : Cr$ 100,00 (cem cruzeiros).
NOSSA CAPA - O diretor da Novacap, engenheiro
Bernardo Sayão, que faleceu recentemente, num
acidente, quando trabalhava na abertura da Estrada
Brasília-Belém .
,, ..
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a R o 3 janeiro de 1959 número

25
,.

Brasília inconteste

Manoel Caetano Bandeira de Mello

Uma Revolução das proporções e do alcance de de se temer a transferência do Govêmo para a


Brasília reclama adversários à altura. Apodos que nova sede da República. Ora, não há o que con-
se -lhe joguem hão de ter o calor das invetivas testar a essas brincalhotices feitas em tom de
dos profetas bíblicos. Hão de poder troar os objurgação.
ares com a fé furiosa do rei salmista quando con- Quando o Presidente Juscelino Kubitschek de-
cita até as montanhas a empreenderem saltos clara com a maior tranqüilidade que em abril do
de prazer para louvar também a glória do Senhor. próximo ano dará pleno cumprimento à Lei que
Sem essa fôrça telúrica, tôda a crítica, em no- detemúna a mudança para o planalto central, os
me dos deuses do bom-senso e do equilíbrio, encanecidos adversários de Brasília, ainda hoje
justo numa terra de monstruoso desequilíbrio tão impenitentes, não se apercebem de que já
entre a vibrátil casca litorânea e o mundo iner- andam à beira do rídiculo, mais perigosa e real
te do sertão, tôda a crítica, dizemos, desfavorá- que aquela beira do abismo vaticinado por quan-
vel à marcha da nova Capital, assume um aspec- tos desadoram o Brasil. ,
to anedótico. O Brasil verdadeiro, na realidade, o grande
Porque Brasília, mais do que uma cidade, é o Brasil, comprido e triste e deserto, largo e aban-
"tuming-point" histórico de um continente. Ta- donado, enfêrmo e rico em virtual, será redesco-
manhas são as vagas de progresso que ela desen- berto por Brasília. Só a mudança, nos têrmos
cadeará no continente, através das artérias de imperiais em que ela está se processando, sa-
que se constituirá em fóco irradiante, que, ao cudirá o país ao ponto de levá-lo a conhecer-se a
efetivar-se a mudança, nenhum apêlo candente si mesmo, tanto vale dizer, a conquistar o seu
siquer à imaginação as críticas opostas haverão próprio engrandecimento.
j de produzir.
E' certo que no momento não falta crítica ad-
São fatos em concreto, estradas e edifícios, ca-
sas e barragens, em escala nunca dantes t entada
versa. Mas são umas críticas frágeis que explo- no continente, são fatos, não argumentos, o que
dem no ar em estálidos secos e inócuos. Não es- hoje em seqüências épicas se desenrola na área
tão compatíveis com o ir-~nrl ~ lva y·,;~o
0 de ação da Novacap. Impossível tapá-los com a
Falar-st, s:urn eleito, em têrmos de episódio, e t--.:~eira.
episódio insignificante para tentar desmerecer a Diante de um Presidente que em público de-
maior obra continental do século, ou culpar os clara e prova que só pensou em grande quando
que a empreendem pelo fato, por exemplo, de equacionou os têrmos do progresso nacional, di-
chover muito em ,Goiânia, significa o mesmo que ante, p ara exemplo, de uma estrada Brasília-
lançar-se a uma guerra nuclear com pólvora de -Belém, como invetivá-lo e conseguir anular-lhe
festim. a ação patriótica com discursos pigarrentos e en-
Temos diante dos olhos importante .órgão de sáios rococó, ou artiguetes de humorismo pseu-
imprensa que só falta recri.minar a alta admi- do-chestertoniano que antes deviam de versar
l. nistração da República pela ocorrência, ao prin- sôbre a fragilidade dos cachimbos de barro ?
j' cipiar o ano, de uma tromba d'água na área de Ataquem com aço, se podem ser cridos. Em Ro-
Goiânia. Adverte o jornal que o fato deve servir ma sejam romanos. Vão a Brasília, vejam Brasí-
,} de exemplo aos construtores da Novacap. Não lia, percorram Brasília.
vá um temporal jogar por terra as edificações da Certos opositores, todavia, mais argutos, já ad-
futura Capital. Outro observa, ao comentar re- ,·ertiram os companheiros de campanha inglóri a
cente desastre de automóvel, em que morreram quanto aos riscos que correm de cair no ridícufo
duas pessoas e outra mais ficou ferida, que o antes que o Brasil caia no abismo, o qual, aliás,
pandemônio assassino do trânsito no Rio já se e-orno já se lembrou, dadas as proporções, nfl u
teria tarn bém mudado para Brasília, sendo assim corresponde à sua pont11ação.

1
Precisamente às 19 horas e 30 minutos que talvez a outros parecessem intransponí-
o b and eirante do dia 15 do corrente mes, na localidade veis. Era, enfim, um verdadeiro bandei-
de Açailândia, no Estado do Maranhão, rante no século X,"(",
século xx morreu o engenheiro Bernardo Sayão Car- Ouvimos também outro amigo do enge-
valho Araújo, vítima dum cralho de gigan- nheiro falecido. Trata-se do Dr. Sigismun-
tesca árvore, caído sôbre Afe, na abertura do Melo, que nos deu preciosas informa~
da rodovia Brasília-Belém, no trecho en- ções sôbre a personalidade do extinto :
tre Imperatriz e Guamá.' q infausto se "O Dr. Bernardo Sayão, que foi afastado
deu no local onde, 15 <li~ 'âepois, a pri- de maneira tão trágica do convívio de seus
meiro de fevereiro próximo, encontrar-se- amigos, era um verdadeiro pioneiro, e
• 1 (
-iam as turmas de trabalho do Maranhão entre suas realizações encontram-se as Co-
e do Pará. lônias agrícolas nacionais que foram cria-
O corpo do grande morto foi transportado ção sua. A de Ceres, principalmente, é
para Açailània e daquela cidade para Bra- bem um atestado de sua capacidade e
silia, onde foi sepultado. visão progressista, pois transformou-se no
A imprensa de todo o país se ocupou, por maior centro de abastecimento do Estado
vários dias, do lutuoso acidente. O jornal de Goiás e está classificada atualmente
"O Globo" do Rio de Janeiro, do dia como uma das principais cidades do Es-
17, trouxe as seguintes declarações : A tado. Quando da realização das eleições
primeira pessoa ouvida pela reportagem de 1954, seu nome foi lembrado para a
sôbre o doloroso acontecimento, foi o Vice-Governança, e quase sem campanha
Professor Nonato Silva, Chefe da Divisão eleitoral foi eleito pelos goianos que nêle
,. de Divulgação da Novacap que ainda es- reconheciam a capacidade e o modo bri-
tava transtornado com o lutuoso fato, de- lhante com que se desincumbia dos encar-
clarando : gos. Estêve inclusive na governança du-
"A morte do Dr. Bernardo Sayão nos. en- rante três meses, de janeiro a março de
cheu, a nós da Novacap, de grande pesar 1955, enquanto era julgado um recurso
e só nos resta deplorar a perda de tão interposto contra o governador eleito".
útil elemento, que tantos traoalhos prestou Na Câmara dos Deputados, ocuparam-se
a êste organismo. Seus dotes pessoais fa- do fato, os Deputados Fonseca e Silva,
ziam-no querido de todos os que com êle Gustavo Capanema e Berbert de Castro.
privavam e sua bon_dade e af_abili~ade / O Deputado Gustavo Capanema pediu a
eram de todos conh~~1das. Seu _dm~smo inscrição nos Anais da Câmara dos discur-
empolgava os , op_eranos_ e mwtas vezes, sos pronunciados pelo presidente J usceli-
qu:md? algum . ~eles nao executava co~ no Kubitschek e Dr. Israel Pinheiro ao
a devida perfe1çao uma de suas determ1- _'
nações, êle p~óprio montava no trator e sepultamento do Dr. Bernardo Sayao, o
realizava a tarefa. Suas energias eram des- mesmo fazendo ? depu~ado _Berbert de
pendidas nos trabalhos pioneiros de Bra- Castro com o artigo do 1ornahsta Danton
sília e não recuava diante de dificuldades Jobim, do Diário Carioca.
sponí-
andei-

enge- Dados Bibliognf1fiéos . 1942


smun-
:orma- Bernardo Sayãp, Carvalho Araújo nasceu no Pelo Decreto 9.613, de 9.6., continua lota-
1to: Rio de 'Janeiio, a
18 de julho de ' 1901. do na Secção de Fomento Agrícola em .
astado Fêz os ·curso.s . primário e securldário no Niterói - Estado do Rio.
e seus Çolégio São :Bep.to de São Paulo · e no Co-
iro, e légio Anchieta de Nova Friburgo, no Es- 1943
is Co- tado do Rio. O curso superior foi feito na
1 cria-
Promovido por Decreto de 30.4., por an-
Escola de Agronomia, em Piracicaba, no tiguidade ao cargo da classe "L", da car-
nte, é Estado de São Paulo. Casara-se primeira-
ade e reira de Agrônomo Cafeicultor, D.O. de
men~e com D. Lígia Mendes Pimentel, 27.5.945.
·Se no que lhe deu Laís, hoje espôsa do Embai-
Estado xador do Brasil na Bélgica, Sr. Hugo 1946
linente Gouthier; e Léa, casada com o Sr. Mil-
lo Es- ton Pina. Apostila - por decreto-lei n. 0 5000, de
leições Tendo enviuvado, contraíra matrimônio 27.11.1942, passa a exercer o cargo da
Jara a com D . Hilda Fontenele Cabral. mesma classe e carreira do A.P. em
ipanha Deixou órfãos : Fernando, Bernardo, Lia 11.3.1946.
e nêle e Lília.
lo bri- 1947
encar- Funcionário do Ministério da Agricultura,
exerceu êle várias funções. Em 1954 foi Pelo Decreto 24.015, de 10.11, Adminis-
~a du-
eleito Vice-Governador do Estado de trador da Colônia Agrícola !\acional de
fÇO de
recurso Goiás. Em 26 de setembro de 1956, por Goiás (Comissão).
,". decreto presidencial foi nomeado Diretor
1950
da Novacap.
Por Decreto de 28.11.1950, exonerado do
Funções no Ministério cargo em comissão de Administrador da
1932
~ l "l
Colônia Agrícola Nacional de Goiás, D.O.
30.11.
Contratado como assistente em 8.7.
Serv. T. do Café do Dnpv. Sepultamento
1935 Tôda a população de Brasília acompanhou,
Nomeação como Assistente do .S.T. do profundamente comovida, o entêrro do en-
Café, do Dnpv, . r por Decreto de 2,2., genheiro Bernardo Sayão, tràgicamente fa-
vigorando para todos . os efeitos. ·.a partir lecido na floresta do Pará.
de 1-1-1935. , 1 O presidente Juscelíno Kubitschek chegou
a Brasília precisamente às dez horas, diri-
1936 gindo-se imediatamente, de helicóptero,
Nomeado por •B,ecreto de -2.7., . Assistente- para a Igreja de Nossa Senhora de Fátima,
-Chefe, interino dó . Stc, • no:· Est. do onde se encontrava, em câmara ardente,
Rio, durante o,,. irnpedimento de José Fer- o corpo' do engenheiro Sayão .
. reira Velloso, pô~t~ 1à dispO§ição do Est. Foi rezada missa de corpo presente, pelo
de S. Paulo. ·: · ,; ., 'o • Cura Metrnpolitano de Goiânia, que re-
presentou o arcebispo D. Fernando Gomes.
1937 Milhares de pessoas tomavam as depen-
Por apostila de 5.2., passou· a ,exercer efo- dências da pequena igreja e se espalha-
tivamen~~ .2 cargo de Agrônomo Cafeicul- vam pelas cercanias.
tor, cl. K . ' " O ·cortejo fúnebre saiu às onze e trinta
horas, tendo o esquife sido conduzido, até
1938 à ambulância do E xército, pelo presidente
Designado por Portaria Ministerial n. 0 Juscelino Kubitschek, Drs. Israel Pinhei-
635, de 5.11., para chefiar a Secção do ro, Ernesto Silva, lris Meinberg, embaixa-
Ser. T. do Café no Est. do Rio de Janeiro, dor Hugo Gouthier e pessoas da família
até ulterior deliberação e . sem outras van- do extinto.
t&gens, além dos vencimentos do seu O cortejo seguiu até o local onde serA
cargo. construído o cemitério da futura capital,
onde foi sepultado o grande extinto.
1939 Antes de baixar o corpo à sepultura, fala-
Pela Portaria Ministerial, n. 0 470, de 19.6., ram diversos oradores. Inicialmente, usou
foi designado para cooperar com a Secre- da palavra o presidente da Novacap, Dr.
taria de Ag,iculh1ra Indústria e Comércio Israel Pinheiro, que se despediu do com-
do Estado do füo de Janeiro, na solução panheiro morto. Em seguida, em nome do
do problema que se relaciona com o ba- govêrno do Estado de Goiás e da Assem-
rateamento dos preços dos produtos agrí- bléia Legislativa, falou o deputado Nel-
culas fluminenses, em Niterói e na Capital son Siqueira, que representou o governa-
Federal e bem assim, colaborar na solução dor José Ludovico de Almeida nas ceri-
dos problemas correlatos. mônias fúnebres, exaltando as qualidades
de líder e de realizador do engenheiro
1941 Bernardo Sayão. Em nome de Brasília, fa-
Nomeado Administrador em Comissão. - lou o prefeito eleito de Planaltina, Sr. Os-
Padrão "O", da Colônia-Agrícola Nacional valdo \'az.
de Goiás (sede lJro,·isória em Anápolis), FinaLnente, usou da palavra o presidente
por Decreto de 12.3., de acôrdo com o da República anunciando, com emoção, que
Art. 14, item 11 do Decreto-lei 1713 de a grande estrada, que Bernardo Sayão
28.10 (cargo criado pelo Decreto-lei construía, terá o nome de seu comandante.
3071, D.O. de 14.3.41). Ainda em 1941 Findo o sepultamento do engenheiro Ber-
foi designado pela Portaria n. 0 321 de nardo Sayão, foi sepultado a seu lado, o
21.7.941, para fazer parte da Comissão que seu motorista, José Segundo, que faleceu ,
~· O corpo de Bernardo Sayõo deixa a capelo deverá escolher o local da sede da Colô- YÍtima de enfarto, ao saber da notícia da
ouo Senhora de Fátima rumo ao túmulo. · nia Agrícola !\acional d e Goiás. morte de Sfil chefe.

3
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discurso do ..\qui vim dizer adeus a Bernardo Sayão generoso, o bom comandante estará então
morto no campo de honra, morto na ba- presente como nunca, embora invisível.
talha em favor do novo Brasil. 1fas a gló- Ele não faltará ao encontro marcado. Nós
Presidente da República ria começa exatamente na hora em que também não lhe faltaremos. A estrada,
ele deixa êste mundo. Até então nós to- uma das vias de libertação e da grandeza
dos que com êle lidávamos, sabíamos que de nossa nacionalidade, terá o seu nome.
era um trabalhador exepcional, homem de Todos o amavam, todos o seguiam, todos
fé e de energia fora do comum; sabíamos estão dolorosamente surpreendidos e to-
que não media sacrifícios para tomar mados de consternação neste momento.
maior e mais forte êste país. Hoje, seu Mas Bernardo Sayão não deve ser chora-
nome se inscreve na legenda; é um dos do. Um homem desse porte, morto como
heróis da nacionalidade. Só nos consola foi, de forma tão cruel e ao mesmo tem-
de sua perda essa glória que começa a po tão bela, deve ser exaltado.
iluminar, agora, o vulto que acaba de Quando um homem assim encontra o seu
consumar o seu sacrifício até a mais trá- prêmio, morrendo em plena peleja, na
gica conseqüência. véspera da vitória, o que se impõe é se-
Pode-se dizer que Bernardo Sayão fez a gui-lo além do tempo, redobrar os esfor-
oferenda de sua própria vida ao seu ideal. ços, ser fiel ao que êle desejava, à sua
Era o comandante da batalha que desen- aspiração, ao seu martírio.
cantará a Amazônia de sua prisão, que
virá retirar da pré-história tão grande, tão Nunca terei sido intérprete mais exato da
obscura e tão importante zona de nossa alma brasileira do que ao inclinar-me di-
Pátria. Morre de pé, no meio das últimas ante dos despojos dêste herói, vencedor
resistências da floresta imensa, quando da marcha mais áspera em que se em-
o têrmo dos seus árduos trabalhos estava penha a tenacidade obstinada do nosso
à vista. Quem o feriu foi justamente uma povo, no seu desejo de penetrar a solidão
ínvia.
dessas numerosas árvores que êle teve que
abater_ para que o_ Brasil abrisse o seu A todos os que aqui se acham e a todos
mais difícil caminho. os que me ouvem neste instante, quero
"No dia em que a estrada Belém-Brasília anunciar que, dentro de duas semanas, a
estiver concluída, posso partir para sem- missão que custou a vida a Bernardo
pre. Terei dado o meu melhor esfôrço Sayão estará integralmente cumprida. E
pela nossa causa", disse-me êle mais de que outras missões serão levadas a cabo.
uma vez. Caiu num golpe fatal, vibrado E que o espírito dêste destemido patrí-
por tôda a selva, através de um dos seus cio que a terra de Brasília acolhe agora
gigantes vegetais. Foi uma vingança da para um justo repouso, nos servirá de
1 natureza na pessoa dêsse bandeirante mo- flâmula, de iniciamento e de fonte de
» derno, dêsse desbravador incomparável. ânimo criador.

l
Dentro de quiBze dias, os tratores que Que Deus guarde em sua paz êste ho-
marcham conduzidos pelas tunnas de sol- mem, semente da Pátria de amanhã, que
dados do progresso que partiram de Be- êle ajudou a erguer. (Inscrito nos Anais
lém e de Brasília se encontrarão para da Câmara dos Deputados, a pedido do
consagrar o fim da epopéia. O grande, o Deputado Gustavo Capanema. 21-1-1959).
2
:á então
nvisível.
do. Nós 3
estrada,
irandeza
1 nome.
n, todos
s e to-
,omento.
r chora-
:o como
no tem-

a o seu
:leja, na
ie é se-
>s esfor-
' à sua

:xato da
r-me di-
rencedor
se em-
P nosso
1 solidão

a todos
f' quero
nanas, a
3emardo
rida. E
a cabo.
[o patrí-

l~e!!gºí:
s!e ho-
a, que
s Anais
'do do
1-1959). discurso do Dr. Israel Pinheiro

Aqui estamos nós, os seus cm11aradas da Escolhendo, na grande aventma de Brasí-


Novacap, todos, Bernardo Sayão, para lia a parte mais dura, mais difícil, a cons-
conversar com você a última conversa que trnção da Brasília-Belém, na concretiza-
não tem resposta. ção ela grande obra nacional.
:'ia maneira simples e franea tão do seu E assim, você levou a coragem <la luta até
feitio, que êsse é o feitio dos bons e dos o sacrifício da própria vida. ,
justos.
Conversa que, vivo, voce não toleraria Para morrer como desejaria, se pudesse
porque aflora a vaidade hum,ma. escolher.
Aqui estmnos para dizer que a sua sem- Para morrer da morte gloriosa que só me-
pre sonhada Brasília florescer,t na sua recem os grandes comandantes.
glória, bafejada para sempre pelo impul- No centro da linha de fogo, empunhando
so dinamizante do seu espírito pioneiro. as snas armas prediletas - o trator e o
Os Anhangücras dorn1iram séculos, ;' espe- machado.
rando que a Pátria lhes desse razão nas Sentindo o cheio verde da mata inimiga .
.. entradas" e lhes seguisse o exemplo. sob o verdadeiro céu do Brasil.
i\las você recebe a gratidão da Pát'ria no
momento em que passa para a eternidade. Você, qnc removeu a primeira terra em
Porque o Brasil do lado de cá ouviu a Brasília, tombou vítima da última árvorL·
sua voz de pregador, de profeta. na ligaçiio Brasília-Belém.
Porque o Brasil do lado de cá viu o seu A mata vingou-se de você como a Vu-
esfôrço de anos e anos pela libertação pabuçu azul vingou-se <le Fernão Dias
das solidões interiores, escravizadas pelo Pais Leme.
abandono. Sentiu a fôrça da sua obeessão \ Destino igual de bandeirantcs.
bandeirante que o arrastou definitivamen- }.tas voc[, vai viver conosco aqui, pela
te, jovem ainda, do litoral ameno para a Ci\Btinuidade de presença do seu espírito.
crueldade das selvas. N~ta Brasília que tanto deve à sua tcna-
O Brasil não podia parar nos limitt·s da cid\dc e ao seu imenso amor.
faixa litorànea. Entrego a você o nosso abraço de despl'-
E voeê se embrenhou com o vigor da sua dida, o adeu s silencioso dos seus compa-
mocidade e com o impacto dos seus mú s- nlwiros d e "bandeira".
culo~ na organização da Colônia de Si'io Até sempre, Bernardo Sayão, primeiro a
Patncio. cksbranu estas paragens, primeiro a reec--
2
Sonhando sempre com a transplantaçüo da bt·r o a hra~·o eterno da tcrrn sagrntla de
· I O Presidente Juscelino Kubitschek pronuncia as Capital para êstcs chapadões. Brasília.
r
Po avros de despedida ao grande pioneiro .

~rio
O féretro é conduzido pelo Presidente Jusce.
Kubitschek , Ors . hrael Pinheiro, íris Meinberg,
Trazendo e movimentando a primeira mú-
quina para a eonstrução do Yera Cruz -
(lnserito nos Anais da Câmara dos Depu-
taclos, a pedido do Deputado Gustavo C a-
'1"1h"o Silvo e o embaixador Hugo Gouthier . primeiro aeroporto d e Brasília. pan('ma . 11-1-1959).

) 5
discurso do senador Gilberto Marinho

Sr. Presidente, se a morte escolhesse ati- muito justo e oportuno, do eminente co- lliista Brasileiro acompanha, com emoção,
tudes, poderíamos dizer que, em relação lega, Senador Victorino Freire, tomei co- associa-se às homenagens que V. Exa. pres-
a Bernardo Sayão, porfiara em fixar a que nhecimento do assunto que versa o dis- ta à memória do engeiiheiro Bernardo
melhor traduzisse uma existência inteira- nuso de V. Exa. Permita-me que seja na Sayão. Como V. Exa. reconhece, perde o
mente consagrada à sua incoercível voca- qualidade pessoal, seja como Senador do Brasil um grande técnico e, principalmen-
ç-ão de desbravador dos sertões e criador Pará ou ainda no exercício <la liderança te, um homem que amava a profissão.
de cidades. da .\ laioria, manifeste minha integral soli- Seu falecimento representa uma perda,
A humanidade está forn1ada por duas clas- dariedade à justíssima manifestação de uma lacuna para a engenharia nacional,
ses de homens; os que se resignam em pesar solicitada por V. Exa. em homena- morn1ente pelo esforço que despendeu na
andar entre as coisas que foram criadas gem a Bernardo Sayão Carvalho Araújo. constmção da estrada Sul-Norte do País.
por outros e os que somente se conformam Tive a ventura de conhece-lo pessoalmen- O Sr. Novaes Filho - O partido Liberta-
realizando obras próprias. A êstes perten- te, de perto, bem de perto, e senti todo dor associa-se às homenagens que V. Exa.
cia Bernardo Sayão que desaparece às vés- o calor, o vigor e o entusiasmo de sua rende à memória do saudoso brasileiro
peras precisas da glorificação da sua faça- alma de bandeirante do Século X,"{. Era Bernardo Sayão. Era aquêle ilustre enge-
nha, sem que, fechados para sempre os ele, verdadeiramente, um enamorado, um nheiro uma personalidade marcante por
seus olhos, pudesse ver a materialização apaixonado por Brasília em primeiro lu- sua atuação em diferentes ramos de ativi-
do ideal pelo qual tanto pelejou, a defi- gar e, logo depois, tornou-se apaixonado dade, por sua alta capacidade de tra-
nitiva integração da selva brasileira, pas- e enamorado pela constmção da Estrada balho e, sobretudo, pela sua paixão em
so decisivo para converter o centro <lo Belém-Brasília. A sua morte não represen- ver, em futuro próximo, o Brasil que to-
nosso imenso território em empório de ri- ta so grande perda para a sua família, dos nós j,t conhecemos.
queza e felicidade. mas também para o seu Estado, para o O Sr. Francisco Gallotti - Solidarizando-
Em uma de suas derradeiras fotocrrafias, seu Partido, para a Amazônia e para o -me com as palavras de V. Exa., quero
há poucos dias divulgada, embarcan'ào tra- País. Eu, que fui sempre entusiasta da trazer neste instante, como engenheiro só-
toristas em avião da nossa gloriosa Força constmção da estrada Belém-Brasília, con- cio e membro do Conselho Diretor do
Aérea, para a arrancada final, parecia di- fesso que, agora, começo a ter receios Clube de Engenharia, a solidariedade tam-
zer-lhes : partamos para o bom: combate. que por certo logo se dissiparão - com o bém daquele Clube, pois que seu Presi-
Aqui estou para guiar os batalhadores e desaparecimento ele Bernardo Sayão, o dente manifestou o grande pesar de nossa
alentá-los. Se forças adversas não me pro- maior operário da obra de tão alta signifi- classe pela perda Je um engenheiro no
piciarem assistir ao triunfo decisivo, com cação para a Amazônia e para o Brasil. verdadeiro sentido, engenheiro que ras-
os meus companheiros estarão o meu es- Heceba, pois, V. Exa. apoio integral às gava novas estradas e que construía, sem-
pírito e o meu coração. E' pelo Brasil que manifestações de justo pesar a êsse bra- pre com o pensamento na grandeza do
peço êste sacrifício. Se a sagrada ban- sileiro excepcional do século X,"{. País.
deira que ora empunho me cair das mãos, O Sr. Prisco dos Santos - Associo-me. às O Sr. Gilberto 1Iarinho - Os pronuncia-
que seia sustentada por braços innãos, in- manifestações de pesar com que V. Exa. mentos dos eminentes colegas Victorino
cendiados pelo calor da mesma fé e von- reverencia a memória de um grande bra- Freire, Lameira Bittencourt, Prisco dos
tade precursora, abrindo na floresta as pi- sileiro, não somente em nome do meu Es- Santos, Atílio Vivacqua, 1Iourão Vieira,
cadas que hão de ser as novas sendas do tado, secundando as palavras do nobre '.\Tovaes Filho e Francisco Callotti, em seu
soerguimento econômico da Pátria. Senador Lameira Bittencourt, como tam- nome pessoal e nos das diversas correntes
O Sr. Victorino Freire - V. Exa. me per- bém do meu Partido, a União Democrá- partidárias a que csprestam o brilho da
mite um aparte ? tica Nacional. A morte de Bernardo Sayão sua liderança, transfonnam a homenagem
O Sr. Gilberto 11arinho - Com muita causou profunda mágoa ao País, principal- que ora presto, em u'a manifestação do
honra. mente à Amazônia, por ser ele um idealis- próprio Senado da República.
O Sr. Victorino Freire - O eminente co- ta elo desbravamento do nosso Interior. Sr. Presidente, quem tomba assim, não
lega não interpreta somente o pensamen- O Sr. Attilio Vivacqua - O Senado, atra- morre no coração dos seus compatriotas.
to do nosso Partido, mas, especialmente, vés da comovedora palavra do ilustre re- Os anos de luta bravia e continuada, não
o da região amazônica, <lo qual somos re- presentante da cidade do Rio de Janeiro, arrefeceram, na alma de Bernardo Sayão,
presentantes os nobres Senadores Sebas- Senador Gilberto 1Iarinho, presta uma a flama daquele puro idealismo que é o
tião Archer, Públio de Mello e eu. Fala condigna homenagem ao grande servidor símbolo eterno dos grandes homens.
V. Exa. também em nome da bancada do da pátria, que êle tanto soube amar e es- E como dêstes vivem os povos, pensamos
1laranhão, porque a morte do Dr. Ber- tremecer em contato com o coração do que seu espírito se tenha apagado talvez
nardo Sayão foi um grande golpe para o Brasil, nos nossos longínquos sertões, nas cm meio a felicidade suprema de saber
nosso Estado. Conheci êsse engenheiro : paragens misteriosas das selvas. Bernar- que havia dado ao seu nobre Estado e à
avaliei o seu devotamento para atingir o do Sayão reproduziu, em nosso tempo, a Pátria, como poucos de seus filhos, o dom
ideal da estrada que liga o Estado do Pará arrancada, o pioneirismo, a epopéia das total e desinteressado de uma existência
a Brasília, atravessando o território mara- bandeiras, iluminado por seu patriótico plena e fecunda. Mais feliz do que aquêle
nhense. A região cortada pela rodovia está idealismo. Brasília era o sonho que lhe guerreiro da lenda que anunciava do leito
sendo colonizada, povoada, só com a no- abraçava a alma de se1tanista e de cons- de morte uma ressurreição do seu espírito
tícia da constmção. V. Exa. interpreta o trutor de civilização. Ela terá sido a ima- no brilho de cada espada que se erguesse
sentir e o pesar de tôda a região ama- gem que brilhou, pela última vez, nos ~
p:ira castigar os inimigos da Pátria, o es- !
zônica. olhos do bandeirante sonhador e audaz, pírito de Bernardo Sayão há de reviver,
O Sr. Lameira Bittencourt - Permite V.
Exa. um aparte ?
como símbolo de unidade e de grandeza
da pátria.
em cada . brasileiro que prossi"a batalhan-J
do pelo realização do maravilhoso sonho
t
O Sr. Gilberto Marinho - Com muito A Nação, enlutada e reconhecida, pranteia que se constituiu na razão de ser de sua
prazer. um dos seus mais dignos e beneméritos vida. (1Iuito bem ! J\luito bem ! O orador
O Sr. Lameira Bittencourt - Estou che- filhos. é cumprimentado. Di.'1rio do Congresso
gando ao Plenário e graças ao aparte, aliás O Sr. 1Iourão Vieira - O Partido Traba- Nacional, Seção II, 21-1-19.59).

6
Em plena selva amazomca, esmagado pela rnciro comboio de caminhões com operá-
úrvore que ajudara a derrubar, morreu on- rios e material, encontramos Sayão no ae-
tem o engenheiro Bernardo Sayão Carva- roporto de Goiânia, trepidante de entusias-
lho Araújo. Teve a morte que pediu a mo, .tlegrc como 11ma criança, apressan-
Deus, lutando para abrir na floresta vir- do-se em <lar-nos a notícia pois cruzara
gem a grande rodovia Brasília-Belém do com os transportes nas cercanias de Lu-
Pará, sonho que o empolgava tôdas as siânia. À tarde, quando baixamos de
horas do dia, convertendo-se, por último, teco-teco na pista por êle construída, l:t
na razão de ser de sua vida. estava Sayão no seu jipe, para levar-nos
Sayão era uma espec1e de v1s10m1no prá- à Fazenda do Gama. Contou-nos em por-
tico, com o ardor dos pioneiros. Seduzia-o menores as ocorrências do <lia que êle con-
a conquista do novo e do desconhecido, siderava "um dos mais felizes de sua vi-
bem como a dominação dos obstáculos, da" porque se dera comêço à constmç·ão
mais que a realização do objetivo. Entre- da futura capital, causa por que êle se
tanto, como excelente engenheiro qne era, havia tenazmente batido.
moção, escondido na modéstia de seus hábitos e Logo que viu iniciada e em boa marclw
1. pres- Bernardo Sayão, atitudes, tinha sempre os olhos pregados os trabalhos da capital, Sayão passou a
imardo no objetivo, sabia como planejar as etapas sonhar com a Brasília-Belém e não des-
erde o herói-pioneiro e atingir os fins, sempre grandiosos, a que cansou Sf'não quando, com os recursos da
1almen- se propunha. Mas Sayão, antes de tudo, \'alorizaç·ão da Amazônia, pôs mãos à obra
ofissfo. acreditava no Brasil. Sua morte foi um ciclópica, sempre amparado e encorajado
perda, ato de fé nos destinos deste país, um edi- na realizaç·iio <lo seu sonho pelo presiden-
lcional, l);inton Johim ficante exemplo a ser lançado em rosto te Juscdino Kubitschek. Gra~·as a êstc
!leu na aos derrotistas, que procuram em vão re- nada lhe faltou para que se pudesse dedi-
o País. tardar a marcha da história, vendo no Bra- car integralmente à obra. Sayão ajudam
1iberta- sil uma reserva colonial das nações supc- a abrir as picadas, a pregar os piquêtes, a
r· Exa.
asileiro
rimlnstrializadas do Ocidente. desatolar e desenguiçar os veículos e tra-
Cai o incansável lutador no momento pre- tores. De sorte quf' contagiava com o seu
1 enge- ciso em que se unem as duas pontas da entusiasmo engcn heiros e openirios, dos
te por estrada por êle ideada; cai em plena bata- quais se' tomara um verdadeiro ídolo, im-
r ativi- lha com a "jungle" no ponto em que se pondo-lhes, pela camaradagem e pelo
~ tra- levantará dentro em ponco, o monumen- exemplo, os maiores sacrifícios.
ao em

[;~;:
to aos que fizeram a rndovia por onde se Este o homem que acaba de tombar na
comunicarão o Extremo Norte e o Extre- batalha pelo desenvolvimento nacional, o
mo · Sul do país. Êsse monumento recor- herói modesto e desinteressado, cujo no-
dará o triunfo e a queda do novo bandei- me se deve ensinar às crianças das escolas
rante, ou seja a morte na hora exata em para que aprendam a amar e servir com
o só- que, como Fernão Dias, tinha diante dos paixão ao seu país. (Diário Carioca,
~r do olhos a visão da vitória. 17-1-1959. Inscrito nos Anais da Càmara
tam- No dia em qne se deu rmcw à constrn- elos Deputados a pedido do Deputado
Presi- ç:ão de Brasília quando lá chegava o pri- Berbert de Castro).
nossa

, não
iotas.
, não
ayão,
é o 1

lsamos
talvez
saber
1
oe à
l dom
tência
1quêle
, leito
,pírito
iuesse
o es- !
r
viver,
1lhan-
sonho
r
e sua
rador
~resso 4
Bernardo Soyão, quando ainda vivo, incenti-
;.,c,º~i° tarefa
os trabalhadores paro acompanhá-lo na di-
de abrir a estrada Brasília-Belém .

'j
discurso do Deputado
Gustavo Capane m a
Sr. Presidente, a poucos homens se po-
- derá aplicar o conceito · riue vou cxpen-
dec com relação a Bernardo Sayão, caído
tn\gicamente, faz poucos dias, nas flo-
restas do Planalto Central, q11ando dava
os passos finais do cmprcenclimento maior
de sua vida ele grande bandeirante : a
construção da rodovia Brasília-Belém.
1! omens como Bernardo Sayão pertencem
,\quela família de heróis que, para usar
11111 juízo de Emerson sobre Platão, são,
ao mesmo tempo, glórüt e vergonha da
humanidade.
Eles dilatam ele tal modo os limites do
heroísmo e realizam obra tão imperecível
e de tanta beleza, que ficam, na lembran-
ça cios homens, como providencia e desa-
fio.
No enterramento desse homem extraordi-
núrio, que foi Bernardo Sayão, o Sr. Pre-
sidente da República e o Sr. Israel Pi-
nheiro, presidente da Novacap, pronun-
ciaram discursos que não podem ficar es-
quecidos.
\'enho à tribuna especialmente para dá-los
,\ impressão nos Anais da Càmara elos
Deputados. (Muito bem). (Diário do Con-
gresso, I Seção, 21-1-1959).
s
6

\
S . A multidão
Bernardo Sayão .
que compareceu ao ent êrro da
t+
6 . Bernardo Sayão, confiante no sucesso do em..
preendimento a que não chegou a a u istir o final .
7. Am igos sinceros de Bernardo Sayão dão. lhe o
últ imo adeus .

3
1 ..
.-

d isc urso do D e p u-

tado Fonseca e 5 i IV a

Sr. Presidente, o Brasil acaba de perder lizador, êssc grande engenheiro, homem Isto porque era o homem do trator, o ho-
11111 dos seus maiores pioneiros. ~Jorre em que nunca vestiu um smoking, raramente mem mecânico, o homem do povo. Hoje
pkno trabalho, nas matas do Baixo To- usava ·uma gravata. Aliás não se distin- o Estado de Goiás, na zona da mata, de
cantins, o engenheiro Bernardo Sayão, guia nêle o engenheiro do agrônomo, do São Patrício, de Brasília, do Baixo To-
Vic:l'-Governador do Estado de Goiás, e tratorista, do mecânico ou do motorista, cantins, está enlutada com a morte da-
ntualmente Diretor Executivo da Novacap. uma vez que desempenhava tôdas essas quele homem. tle se misturava com os
Sr. Presidente, não podia faltar, nesta funções com grande eficiência. operários; bebia, comia e dormia entre
liora, uma palavra de conforto, de solida- Morreu no trabalho. Brasília perde um operários. Tinha família em Brasília, com
ricdacle e de compunção por parte da grande batalhador. Tenho certeza de que todo o confôrto que podia dar, mas vi-
r<'prcscntação de Goiás, nesta Casa. Ber- o ilustre presidente da Novacap, Sr. Israel via no meio elos tratores, debaixo das
nardo Sayão não é só o Diretor da Nova- Pinheiro, a esta hora, encontra dificulda- tornas, como um pioneiro.
i:ap; é um pioneiro. Desde 1938 até 1944, des para substituí-lo. Sr. Presiclen.t e, não podia faltar nesta hora
Bernardo Sayão esteve ligado a Goiás. Certa ocasião, quando se construía a gran- uma palavra de confôrto e de compunção
Foi o engenheiro que primeiro penetrou de Colônia de Ceres, no meu município, à sua família, aos seus parentes, aos seus
no norte do Estado. - Jaraguá - dirigia eu, então, um ginásio amigos da representação goiana, sem dis-
Fêz a Estrada Anápolis-Belém, organizou em Anápolis. Interpretando as aspirações tinção ele côr partidária, quer do Psd, a
<' concretizou a Colônia Agrícola de Ce- da Cidade de Uruana, afastada da rodo- que pertenço nesta Casa, quer da Udn.
n·,, hoje município modelar do meu Esta- via Anápolis-Belém, formulei um apêlo ao O Sr. Nicanor Silva - Permita V. Exa.
do. Dirro modelar porque, com seu com- engenheiro Bernardo Sayão, no sentido de que no seu discurso fique consignado o
pa,so cfe engenheiro, dividiu as terras, deu ligar aquela cidade à Estrada Anápolis- voto de pesar também do Partido Social
aos agricultores glebas nunca superiores a -Ceres. Respondeu-me êle : Trindade, vou Progressista pela perda irreparável dêsse
20 alqueires. citar palavras de Augusto Comte : O pos- grande engenheiro que foi Bernardo Sayão,
O Sr. Aarão Steinbruch - Quero também sível está feito; o impossível far-se-á. a quem Goiás eleve inestimáveis serviços,
associar-me, em nome da bancada do Par- Em conseqüência, sem os precalços da bu- não somente como engenheiro da Colônia
tido Trabalhista Brasileiro, às manifesta- rocracia, moveu os tratores e hoje a es- Agrícola Nacional, mas, também como o
~·f><·s de pezar pelo infausto passamento trada está pronta, graças ao seu descor- pioneiro, podemos dizer, da construção
d~ssc ilustre homem público. tínio e ao seu trabalho. de Brasília. A Diretoria da Novacap acha-
O Sr. Fonseca e Silva - Agradeço o seu Considerava êle a burocracia o maior obs- -se de luto e dificilmente será preenchi-
aparte. Quero crer que Bernardo Sayão táculo, no Brasil, para os que desejam do o claro aberto com a morte de Ber-
estaria também ligado ao Estado do Rio trabalhar. nardo Sayão.
pelos seus trabalhos. Por isso, sofreu, enfrentando muitas agru- O Sr. Fonseca e Silva Registro o seu
O Sr. Pereira da Silva - A Comissão de ras. ~forreu pràticamente pobre. Quando aparte.
~ludanc;a da Capital solidariza-se com V. engenheiro fundador de Ceres moveram Termino, Sr. Presidente, transmitindo ao
Exa. e com tôda a bancada aoiana nas contra êle diversos inquéritos, mas a con- povo de Goiás, ao Ministério da Agricul-
";nnifestações ele pesar pelo falecimento clusão sempre revelou tratar-se de um ho- tura, de onde êle era um grande técnico,
clesse grande homem, dêsse grande traba- mem pobre. o nosso voto de pesar pelo passamento de
lhador que foi Bernardo Sayão. Quero f;le podia possuir naquelas beiradas gran- Bernardo Sayão, o modêlo dos engenhei-
também incluir no seu discurso minhas des fazendas. Os seus amigos, os seus ros brasileiros, o pioneiro do Brasil Cen-
sinceras condolências. companheiros hoje estão ricos, proprietá- tral.
O Sr. Fonseca e Silva - ~luito obrigado. rios de muitas terras, Bernardo Sayão se- O infausto acontecimento deixa-nos cheios
IIPpresentante da Bacia Amazônica, V. gundo o resultado dos inquéritos, nada de saudades e de dor. Assim, manifestam
Exa. estaria também interessado no tra- tinha. a representaç-ão de Goiás e esta Casa o
, de balho ele Bernardo Sayão, que morreu jus- Era um homem simples, mas extraordiná- seu pesar e a sua solidariedade à excelen-
• em.
tamc~t~ no Baixo Tocantins, na região rio. Fizemos, há quatro anos, a campa- tíssima espôsa de Bernardo Sayão e a to-
r1mal. ;:mazonica. Di,rigia um trator, empenhado nha do Psd. Foi êle o nosso candidato a dos os seus amigos. (Muito bem, muito
un d~~~ar arvores nessa penetração ex- Vice-Governador. Dizia então : Quero ven- bem. O orador é abraçado).
"· o tÍaordmana que é a Belém-Brasília, quan- cer para provar que um homem pobre (Proferido na Sessão do dia 16-1-1959, pu-
c o _uma frondosa árvore caiu sôbre êle. pode ganhar eleição. E logrou votação blicado no Diário do Congresso Nacional,
Assim, desaparece êsse pioneiro, êsse rea- maior que a do atual Governador de Goiás. em 21-1-1959).

9
8 9·

a marcha da

construção

de Brasília

10

11

8 . Rampa de acesso à grande esplanada do


Congresso Nacional .
9 . Trabalhadores conduzindo um dos milhares de
ferros que são necessários à armação do concreto.
10 . Um dos edifícios do l.o .p.c. iá em fase final
de revestimento.
11 . O apartamento-pilato, já mobilada, da l.a .p.l.
12·. Vista da Câmara dos Deputados, tomada do
alto da cúpula do Senado, em construção .
13 . Armações das colunas do Palácio do Planalto
(Despachas) .
14. Fôrma da base de uma das colunas do mesmo
Palácio .
15 . Vista da conjunta da Palácio da Planalto,
notando-se a fôrma iá pronta da Tribuna Pre,i-
doncial. (Fatos de A . Abreu).
.
l

li
12

13

14 15

do

s de
ereto.
final

.a.p.i.
la da

analto

~esmo

1nalto,
Prtsi•
arquitetura
e urbanismo
Urbanismo - Lúcio Costa

Arquitetura - Oscar Niemeyer

16, 17, 18 . Tris ângulos diferentes da Pra~a dos


Tris Poderes .

12
Para darmos uma v1sao de conjunto aos
nossos leitores, vem a seguir, em resu-
mo, a descrição completa da Praça dos
Três Poderes, com seus edifícios : Con-
gresso Nacional, Palácio do Planalto e Pa-
lácio do Supremo Tribunal, na palavra do
urbanista Lúcio Costa e do arquiteto Os-
car Niemeyer.
Sôbre a pa1te urbanística, assim se expri-
miu o prof. Lúcio Costa no Relatório do
Plano Pilôto :
Destacam-se no conjunto os edifícios des-
tinados aos poderes fundamentais que, sen-
do em número de três e autônomos, en-
contram no triângulo equilátero, vincula-
do à arquitetura da mais remota antigui-
dade, a fomrn elementar apropriada · para
contê-los. Criou-se então um terrapleno
triangular, com arrimo de pedra à vista,
sobrelevado na campina circunvizinha a
que se tem acesso pela própria rampa da
auto-estrada que conduz à residência e ao
aeroporto. Em cada ângulo dessa praça -
Praça dos Três Poderes, poderia chamar-se
- localizou-se uma elas casas, ficando as
do Govêmo e Supremo Tribunal na base
e a do Congresso no vértice, com frente
igualmente para uma ampla esplanada dis-
posta num segundo terrapleno, de fonna
retangular e nível mais alto, de acôrdo
com a topografia local, igualmente arri-
mado de pedras em todo o seu perímetro.
A aplicação em têm10s atuais, dessa técni-
ca oriental milenar dos tcrraplenos, garan-
te a coesão do conjunto e lhe confere uma
ênfase monumental imprevista.
Para a Praça dos Três Poderes, o arquiteto
Oscar Niemeyer projetou três palácios :
Congresso Nacional, Planalto e Supremo
Tribunal Federal.
Do Palácio do Congresso Nacional, o
grande arquiteto brasileiro apresentou o
seguinte estudo :

13
Partido :\dotado Funcionamento Intenção Arquitetónica
O projeto abrange todos os serviços rela- .-\ circulação, rigoros,1111ente classificada, Arquitetónicamente, um prédio como o cio
tivos à Càmarn e ao Senado. O objetivo garantirá completa independência para os Cong~esso Nacional deve ser caracterizado
de reunir as duas casas cio Congresso num congressistas, público, imprensa, convida- pelos seus elementos fundamentais. Os dois
só edifício, visa dar solução mais racional :los, etc. Os primeiros tem acesso pela ga- plen{1rios são no caso êsses elementos, pois
e económica ao problema, sem prejuízo da ragem no subsolo, ou então, nos dias es- nêles é que se resolvem os grandes pro-
indepen<lencia que lhes é indispensável, blemas cio país. Dar-lhes maior ênfase foi
pem1itindo, ainda, adotar para os serviços peciais, pelo grande hall. Os demais, tam- o nosso objetivo plástico, situando-os em
comuns (garagem, restaurante, biblioteca, bém com acesso e circulação independen- monwnental esplanada onde suas formas
salas de estar, etc.) instalações mais per- tes, só manterão contato com os congres- se destacam como verdadeiros símbolos do
feitas e amplas. Por outro lado, estudados sistas nos parlatórios ou quando convida- poder legislativo. Ao fundo, contrariando
num só bloco, Senado e Càmara - cons- dos nas salas de audiências e café. Sob a linha horizontal da esplanada, erguem-se
tituirão um conjunto monumental capaz os plenúrios foram localizadas as salas de os blocos administrativos, que são os mais
de dominar, como desejável, as demais taquigrafia, datilografia, tradutores, arqui- altos de Brasília.
construções da cidade. vos, etc., diretamente ligadas às salas de Com relação aos Pahícios do Planalto e
O projeto compreende tres partes : sessão. Supremo Tribunal, escreveu Oscar Nie-
Plenário, Blocos Administrativos, Televisão. meyer:
O bloco dos plenCirios representa, pela sua Em dois blocos separados de 25 pavimen- O Palácio do Planalto se destina aos des-
complexidade e função, o setor fundamen- tos, ficarão os serviços administrativos, a pachos da Presidencia da República, com-
tal do projeto, exigindo principalmente a biblioteca, restaurante e 600 escritórios preendendo portanto todos os setores ime-
maior ligação e intimidade entre os mes- para os congressistas. Anexo ao conjunto, diatamente ligados ,1 chefia do Executivo.
mos e os serviços anexos. A solução situa Desta fomrn, além dos salões de recep-
os plenários num grande bloco com três foi previsto um salão de televisão onde \;ão e audiência, e das salas do Gabinete
pavimentos de 200 metros por 80, direta- 5.000 pessoas poderão, diàriamente, sem ela Presidencia, abrange as Casas Civil e
mente ligados ao público e imprensa (par- maiores fomialidades, assistir às sessões. :.. lilitar, com todos os serviços suplemen-
latórios), ao bar e café, às salas de au- Os plenários terão capacidade para 1.000 tares.
diencia, estar e recepção, à presidência, Em função desse programa e ela urbani-
viee-presi<lencia, salas de líderes e, no an- pessoas, mais 200 jornalistas e 200 convi- zação da Praça dos Três Poderes - onde
dar inferior, ,\s comissões (40), auditórios dados, além de lugares para 700 depu- se localiza o prédio - foi fixado o projeto,
(10), etc. tados e 100 senadores. prevendo quatro pavimentos, nos quais se
20
situ,un o~ di\'t~rsos setores segundo as ccm-
wnit'ncias funcionais e os organogramas
fornecidos. No pavimento térreo estão os
scrvi~·os de rcc<'p<;ão, portaria, etc.; no
primeiro pavimento, os salões nobres, as
salas de audi<~ncia, salões ele banquete,
etc.; no s<'gunclo pm·imento, acham-se os
~ahinetes ela Pn,sidência; <', no i'.1ltimo, as
Casas Ci\·il <' ~tilitar.
J'làsticamentc, o projeto se subordina :\s
eomTni,~ncias de unidade que a Pra~·a
dos Tn~s PoclC'r<'S rcqu<'r, proéuranclo man-
l<"r o SC'ntido ele pureza e criação predo-
minante em tôdas as conslru~·ões de Brasí-
lia.
O Pal.\eio do Supremo Trihuna! eompre-
C'mle os sr1Ti~·os relativos :\ mais alta côrtc
juclid,1ria do país, os quais estão distribuí-
dos no prédio da seguinte forma : subsolo
- arquivo, garagc1n e c,_1sa de 111[1quinas;
primeiro pavimento - ·'halls", salas de
,·spern e salão de julgamentos; segundo
pavim<'nto - salas pri,·ativas e salão nobre;
t<'reciro pavimento - scrvic;os burocráticos
, · hihlioteca.
A singeleza do projeto e as propor~·ões rcla-
l ivamentt· reduzidas eles te edifício não im-
p<'diram que o partido adotado lhe con-
ferisse as características de dignidade e
uohrC'za reclamada, características essas
que as colunas e galerias externas acen-
/O O do t 11am convenientemente.
/erizado
Os dois 2

eles-
' com-
s ime-
cutivo.
recep-
abinete
Civil e
lemen-

19, 20. Dois aspectos do Congresso Nacional.


21. Palácio do i'lonolto (Despacho).
22 . Palácio do Supremo Tribunal.
Brasília Brasilae Cor.
Brasília
Pe. Pedro Luís.

A rota cio Porvir é Oeste. Aflora


l\o mármore Brasília, esbelta e bela.
na literatura l\eb o grani to, que o buril cinzela,
Contornos de arte ousada atinge agora.

Sol, hinos de aço, aviação sonora,


Trama ele estradas, forja, arado, cela,
Estrondo de mancais - tudo revela
A andada para a Glória, nesta aurora.

E' a Xova Civilização da Raça


:-:o Planalto Central, abrindo à gente
'.\!issão colonizante, que Deus traça.
•t
j

Deixando a faixa - tanga de índio a esmo -


23 O Brasil se reencontra, finalmente,
E ingressa na Grandeza ele si mesmo.
a.

no exterior

no-

Opinião mundial Arquiteto britânico


Desde ciue o govêrno federal iniciou as A convite do :'11inistério das Helações Ex-
obras de Brasília, o interesse dos países teriores do Brasil o arquiteto britânico
estrangeiros pela constrnção da futura ca- :'llax Sock teve oportunidade de compro-
pital brasileira se tem refletido através de var os grandes progressos da nova Ca-
numerosas notícias e artigos publicados pital brasileira, além de assistir a um Con-
cm órgãos da imprensa escrita, ou trans- gresso de Arquitetos, quando se discutiu
mitidos pelo r,ídio. A celebração da pri- a planificação d e novas cidades, especial-
meira missa em Brasília, por exemplo, al- mente de Brasília. Depois do Congresso,
cançou repercussão universal, em farto no- os Delegados visitaram a nova Capital,
ticiúrio ilustrado, com insistência que se onde foram recebidos pelo Presidente Jus-
repetiu quando da inauguração do Palá- celino Kubitschek, no Palácio da Alvorada.
cio da Alvorada, em J"tmho último, e, "'E' um grande trabalho o de levantar uma
agora, com a abertura a estrada de ro- Cidade a quase mil quilômetros da costa"
dagem Belém-Brasília, a futura rodovia disse o Sr. Sock.
Bernardo Sayão. A presidência da Repú- "Espero que a nova Cidade seja um tram-
blica acaba de divulgar a primeira publi- polim para o desenvolvimento subconti-
c·ação de uma série sôbre "Brasília e a nente que se situa mais além. Ilá enom1es
opinião mundial". possibilidades de se utilizar o grande po-
"'Fantastic", o têrmo adequado a Brasília tencial de riqueza dessa vasta zona".
Heferindo-se aos edifícios já terminados,
A jornalista norte-americana Inez Robb, o Palácio da Alvorada e o Brasília Palace
ciuc não faz muito estêve em visita à fu- Hotel, o Sr. Sock considerou-os belo
tura capital do Brasil, iniciou sua série exemplo da linha clássica na arquitetura
de três reportagens sôbre Brasília assim : moderna. Acêrca do Palácio, acrescentou .
"O dicionário \\'ebster tem uma palavra "impressionou-me a simplicidade clássica
para essa cidade que brota do vazio, nas do exterior e a riciucza e sensação de e~-
elevações do Brasil Central. A palavra em- paço infinito do interior. As côres foram
pregada em sentido conservador, é "fan- magnificamente utilizadas, combinando ri-
tastic". queza com simplicidnde absoluta".
A jornalista escreveu que "Brasília, se in-
corporará seguramente à História como Cidade do futuro
um dos mais audaciosos projetos do sé-
culo XX, depois da bomba atômica e do O periódico "Elsevier", uma das princi-
Sputnik", acrescentou que "estar ali, pe- pais publicações da Holanda, em sua edi-
netrar na magnitude do plano, na grande- ção do dia 3 do corrente, publica uma
za do sonho e nas dificuldades da sua ampla reportagem sôbre a futura Capital
concretização, eis aí uma das mais exci- elo Brasil. O magnífico trabalho sôbre Bra-
tantes e estimulantes experiências de uma sília, preparado por um correspondente
Yida". especial, que contou com a colaboração do
"Espero que uma Edna Ferher brasileira Escritório Comercial do Brasil no Bene-
j,í esteja vivendo em Brasília, tomando lux, sediado em Amsterdão, ocupa quase
notas e realizando pesq uisas para uma tres páginas inteiras do prestigioso hebdo-
novela movimentada e borbulhante, do madário e insere numerosos desenhos e
tipo do "Ice Palace" e de "Giant" - diz perspectivas destinados a dar ao leitor
a jornnlista americana nas rcportngens,
holandês uma idéia aproximada elo qu e
frizando que "há um romnnce igualmente será a mais mod erna e fun cional cidade
1-,>randc nessa campanha para em três anos do planêta.
criar uma cidade de 500 mil habitantes,
onde lü dois anos havia apenas selva.
Brasília é um novo "Giant" de Edna Conferência
Fcrber".
Concluindo, afirmou Inez Hubb que º'Bra- ~a Universidade l Iwansei, no Japão. o
sília é mn dos grandes projetos do sPculo Diplomntn Marco Aurélio dos S:mtos
XX. Ela conta com o apôio do Presidente Chaudon, \'i ce-Cônsul do Brasil em Hobc.
J.::ubitschek e com o gênio do arciuiteto pronunciou uma palestra sôbrc Brasíli a, a
Oscar Niemeyer. Agora, só precisa da fôr- que assistiram muitos estudantes. A pa-
23 ça de um Paul Punyan e do pulso de letra foi seguida de debate de temas n·-
· Colunata do Polócio da Alvorada (Foto de
A · Ab re u) . um r.Jiclas". lacionaclos C'Om a Yicla culh1ral brasileira.

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21

o plástico e o episódio em Brasília

miguel crivaro Que se entende por realidade vulgar ?


Assim consideramos as coisas e os aspectos
A obra ele arte sempre foi reconstrução. como tôda gente os vê, na sua ordem na-
A reconstn1ção importa em criar, enquan- tural, na sua disposição espontânea.
to a imitação servil e banal é apenas ha- Reagem diretamente sôbre os nossos sen-
bilidade. tidos.
Das letras às artes pHsticas e à música, Sem nenhuma associação e sem nenhum
o artista não documenta : serve-se elo artifício ou acréscimo, registramos a coi-
mundo natural para recriá-lo à sua fei- sa tomada ele seu aspecto natural.
ção. O jornalista, ao noticiar uma sessão Essa vulgaridade pode ser objeto elo do-
elo Tribunal, ganha mais em fazer segun- cumentário.
do suas impressões do que repetindo as
notas taquigráficas elo julgamento ... Ao arquiteto, porém, não interessa.
O autor teatral colhe à viela · o seu mate- Este procura a realidade plástic.a.
rial, mas nem por isso um diário de con- Que se entenderá por realidade plástica ?
fissões pode ser montado em palco. O resultado de um processo mental, ba-
Em qualquer paisagem, o artista realista seado em ambições estéticas.
seleciona o assunto, enquadra-o a seu gôs- Seu realismo está em que o elemento vem
to, altera e retifica a própria natureza. igualmente daquela realidade vulgar, po-
Até o fotógrafo consegue melhores efei- rém, ordenado de modo diverso, isto é,
tos, utilizando-se de fócos de luz artificial, ordenado mentalmente, em vista de uma
inventando sombras onde normalmente disciplina arquitetônica preconcebida, de-
não existem e realçando partes sôbre o sejando atingir, não à repetição, mas à es-
todo. tn1turação de alguma coisa ortodoxa no
Em música, não existe mais nenhuma de- mundo puramente plástico. Emancipada
pendência entre os ruídos verdadeiros e da realidade vulgar, Brasília nutrecse só
os arranjos musicais. do plástico e sob êsse ponto de vista,
O planejamento brasiliense, com a sua sua linha - artística é cem por cento
magnífica extensão territorial, foge à rea- plasticidade arquitetónica funcional, pin-
lidade vulgar. tura, snavidacle e zero por cento episódico. 24. Palácio da Alvorada (Foto de A , Abreu) .

13
Entrevista Construção de Brasília
O Dr. fris l\lcinbcrg declarou à imprensa
O Dr. Israel Pinheiro, presidente da No-
que 1959 "será o ano da última arrancada
vacap, deu, em São Paulo, uma entrevis- na construção de Brasília", devendo, cm
ta à imprensa. dezembro estarem concluídos ou cm fase
O presidente da Novacap disse que, a 21 final os três grandes palácios (o de Des-
de abril de 1960, quando a capital da Re- pachos, o da Justiça e o do Congresso),
pública será Brasília, aquela cidade con- os serviços básicos, sob a responsabilidade
tará com todos os prédios públicos e ser- da Novacap, de água, luz, esgotos, aveni-
viços necessários à vida de uma cidade de das, ruas e outros, além dos 11 ministé-
250 mil habitantes. Os dois palácios do rios, cujas estruturas metálicas já começa-
govêrno (residencial e para despachos), o ram a subir.
Supremo Tribunal, o Congresso Nacional, O Dr. lris Meinberg em sua entrevista
11 prédios para os Ministérios e todos os disse mais que "Brasília não é mais obra
serviços públicos (água, esgotos, luz, tele- nossa, da Novacap ou daqueles que aqui
fone, etc.) estarão em condições de fun- trabalham, mas é obra de todo o povo bra-
cionamento. sileiro, que vê na mudança da Capital,
Inforn10u ainda a respeito das · cidades sa- para o interior, o caminho de sua reden-
télites, vendas de terrenos e que através ção" e que a 21 de abril de 1960 "lá es-
.de companhias aéreas brasileiras, vão ser tará, cm companhia do Govêrno constituí-
vendidos terrenos de Brasília nos Esta- do, para assistir à mudança dos poderes
dos Unidos, na Europa e nos vários paí- constituídos".
ses da América do Sul. Disse também que
algumas embaixadas, entre elas a norte- Defesa sanitária
-americana, já elaboraram projetos de cons- O Ministério da Saúde, atendendo a soli-
trução em Brasília. citação da Novacap, feita pelo Sr. Ernes-
O hotel ,valdorf Astória, de Nova Yorque, to Silva, diretor administrativo, responsá-
um dos mais luxuosos do mundo, dirigiu-se vel pelo Setor de Saúde em Brasília, já
à Novacap pedindo autorização para abrir instalou, naquela cidade, moderno e com-
uma filial em Brasília. pleto serviço de Raio-X, para atender aos
50 mil habitantes já existentes na futura
Custo de vida capital da República. Até 22 de dezem-
bro último foram feitas 12.220 abreugra-
O Dr. Israel Pinheiro, presidente da No- fias. Na cidade de Taguatlnga foram fei-
vacap, em recentes declarações à Comis- tas 1.608 abreugrafias entre 15 e 20 de
são do Senado encarregada da "Questão dezembro, com a média de 268 diárias.
Brasília", com referência ao custo de vida Estão, também, instalados em Brasília ou-
na futura Capital, fez as seguintes afir- tros serviços de assistência médica dentre
mações: os quais se destacam postos de vacinação
e acha-se em funcionamento o servi~·o de
noticiário "Lá, a carne é produzida no próprio Es-
tado de Goiás, e conseqüentemente não combate às endemias rurais.
é onerada pelo transporte e outros encar-
gos. Também o arroz é uma das melho- Associação Comercial
res fontes de economia goiana e portanto A Associação Comercial de Brasília inau-
de fácil aquisição para os futuros brasi- .gnrou sua sede própria. Trata-se da pri-
leiros. Outro cercai produzido em Goiás meira entidade de classe a se estruturar
e no Triângulo Mineiro, é o feijão, que e construir sede própria na futura Capi-
chegará por preç·o ínfimo na nova Ca- tal Federal.
pital".
Brasília e a colonização
Mudança da Capital
Com a construção de Brasília e das novas
Segundo infonnação do deputado Emival estradas no extremo Oeste e ?\orle <lo
Caiado, um grupo de deputados estaduais País, parece claro que maiores perspecti-
goianos está percorrendo as capitais dos vas se abrem para a imigração dirigida.
diversos Estados do Brasil, para fazer pro- Alguns colonos nacionais e estrangeiros, j:1
paganda da mudança da Capital para Bra- estão sendo fixados nas . imediações da fu-
sília. Para fazer face as despesas, a As- tura Capital. !\las será necessário fazer
sembléia Legislativa de Goiás, votou um esforços redobrados, levando para a hin-
crédito especial. Os deputados Jª 1rncia- terlândia mais agricultores.
ram suas atividades, partindo de Pôrto O ,Nordeste poderá fornecer precioso ma-
Alegre. terial humano, à vista dos seus excedentes
populacionais e das crises climáticas que
periodicamente o assolam. Não podemos,
Telas de fama porém, prescindir da experiência e da
técnica dos imigrantes, que devem ser lo-
O presidente Juscelino :Kubitschek inau- calizados ao lacto dos nacionais, cooperan-
gurou, no salão nobre da Associação Co- do para o incremento da produção agrí-
·mercial do Rio de Janeiro, a eiqxisição
ele quadros qne vão decorar o Palácio da cola.
Essa a grande tarefa que o Ministério da
Alvorada, cm Brasília. Agricultura e o lnic estão no dever de
Os quadros, em sua maioria, foram ofe- realizar no corrente ano.
recidos pelos "Diários Associados", e al-
guns dêles são doações do Srs. Hans Juda, Goiás - Brasília
editor de "The Ambassador - The Bri-
tish Export l\Iagazine", Santos Vahlis e Já estão concluídos 186 quilõm etros de
Antônio Sanchez Galdeano e da delega- Estrada de Ferro Goiás-Brasília.
ção do Brasil à Conferência do Açúcar, Essas obras estão a cargo da !\ovacap e
cm Genebra, chefiada pelo Sr. Gomes dever;w estar concluídas até m eados do
Maranhão. corrente ano.

19
25

Tela de 'Wemer à tese de que Brasília deve constituir um


'.\lunicípio neutro, não político, tendo Go-
O industrial brasileiro '.\[ário Simonsen ad- vernador nomeado pelo Presidente da Re-
quiriu o mais belo quadro do famoso pin- pública, com a concordància do Senado.
tor inglés Theodore \Vemer, cujas obras O '.\linistro Cirilo Júnior manifestou-se,
se acham em exposição atualmente nest:;i também, contrário à redução ela área de
Capital. , Brasília ele 5.800 km' para 1.500 km2.
A tela de \Vemcr foi oferecida ao presi-
dente Jusceüno Kubitschek para a ~ale- Usina Hidrelétrica
ria do Palácio da Alvorada, em Brasília.
Pelo presidente Juscelino Kubitschek, foi 26
Caixa Econômica inaugurada a primeira etapa ela Usina
Hidrelétrica de Cachoeira Dourada.
Estão concluídas as primeiras 74 casas Ela abastecer.í. a futura capital elo País.
do grande conjunto residencial que a Cai- Inicialmente, Cachoeira Dourada fornece-
xa Econômica Federal está construindo rá a Brasília 15 mil HP e no fim elo ano
em Brasília, enquanto que se acha em fase · de 1961, mais 30 mil HP. Na terceira
de acabamento o conjunto de residências etapa, poder:1 fornecer até perto de 200
e lojas comerciais nas proximidades dos HP à fuh1ra capital.
Institutos. A nova usina que aproveitará o potencial
hidrelétrico do Rio Paranaíba, localiza-se
Integração na fronteira dos Estados de :\linas e
Goiás.
Em entrevista concedida em Goiània, D.
Helder Càmara, arcebispo auxiliar do Rio Educação e Saúde
de Janeiro, declarou :
"Brasília, com suas estradas rasgando em O Dr. Ernesto Silva, diretor da Novacap
tõdas as direções do interior do Brasil, divulgou os planos sõbre, Educação e
arranca-nos do litoral e integra-nos, de Saúde para Brasília.
vez, em nossos verdadeiros limites". . De acôrdo com o plano de educação, ela-
borado em connun acôrdo com os técnicos
Agradecimento do 1Hnistério da Educação, serão as se-
guintes as necessidades, nesse setor, em
O Arcebispo de Goülnia, Dom Fernando 1960 : uma escola-classe, na quadra 308;
Gomes telegrafou ao Presidente da Repú- duas escolas-classes nas super-quadras du-
blica comunicando terem sido assinadas plas; dois jardirls de infância na Funda-
as escrituras relativas às áreas destinadas ção da Casa Popular; um Centro de Edu-
às Igrejas e Colégios em Brasília e agra- cação Média, com capacidade para 2.250
decendo em seu nome e no de sua arqui- alunos (cursos normal, comercial, indus-
diocese, a doação dos respectivos terrenos trial, ginasial e pre-universitário); uma
da Nova Capital. biblioteca púbüca com auditório; uma
escola-classe, um jardim de infància para
Parecer as cidades satélites de Taguatinga e So-
bradinho.
O Ministro da Justiça Dr. Cirilo Júnior, O Centro de Educação Média terá sua
compareceu à reunião da Comissão Mista construção iniciada imediatamente, já
Especial incumbida de estudar a organi- tendo sido respectivo projeto aprovado,
zação jurídico-administrativa de Brasília tanto pelo Ministério da Educação, como
e do Estado do Guanabara. pela Novacap. Disse, tamhém que o pla-
1Iostrou-se o titular da Justiça favorável no geral será executado, quast- · el\l sua

20
totalidade, em 1959, e que, em expos1çao Alfabetização
de motivos encaminhada ao ministro da
Educação, acentuou a necessidade de cré- Com a execução de aulas em "long-plays",
ditos especiais, para refôrço dos créditos iniciou-se em Brasília o plano educacional
orçamentários de 1959. de emergência organizado para a futura
Quanto ao plano de saúde, para o qual capital pelo Departamento Nacional de
também foi encarecida a necessidade de Educação.
refôrço de verbas orçamentárias, terá por
cúpula, segundo o Sr. Ernesto Silva, o Í!:sse plano consta da criação de cem clas-
Hospital de Base, que contará com 460 ses noturnas de alfabetização e da realiza-
leitos . e cuja construção já foi começada. ção de programas radiofônicos pela Rádio
Uma dependência dêsse estabelecimento Nacional de Brasília, ensinando, princi-
prestará assistência à infância e, para com- palmente, princípios gerais de higiene e
plementar tal assistência, a Lba montará, alfabetização.
êste ano, dois postos de puericultura.
Vendas de lotes
Educação
Damos, a seguir, a posição das vendas de
O ministro Clóvis Salgado designou o téc- lotes de terreno, em Brasília, dos Escritó-
nico de educação Inezil Pena Marinho rios Regionais da Novacap : Anápolis, até
para exercer as funções de representante 6-1-59, vendeu Cr$ 65.310.000,00; Belo
do Ministério da Educação e Cultura jun-
to à direção da Novacap, no programa de Horizonte, até 24-1-59, Cr$ 116.676.000,00;
construções escolares que ali se acha em Goiânia, até 27-1-59, Cr$ 161.594.800,00;
execução. São Paulo, até 29-1-59, Cr$ 96.640.750,00;
Rio de Janeiro, até 29-1-59, .... .... ... .
Professôres Cr$ 472.729.610,00.
Totaliza Cr$ 912.951.160,00.
De acôrdo com o Plano Educacional de A estas cifras falta o movimento de ven-
Emergência, elaborado pelo Departamen-
to Nacional de Educação, do Ministério das do Escritório Central, que está em
de Educação e Cultura, a ser empregado Brasília. sede da Novacap.
em Brasília, poderá o Serviço de Educa-
ção de Adultos vir a atender, no ano le- Departamento médico
tivo que será iniciado em março vindou-
ro, a cinco mil alunos. Para êsse trabalho, O serviço médico da Novacap, em Brasí-
serão contratados 120 professôres, dos lia, no mês de dezembro próximo passado,
25 . Coniunto de casos construídas pela Novacap.
quais 100 ficarão como efetivos e vinte atendeu a 720 pessoas, e vacinou contra
26 . Fachada da Capela Nossa Senhora de Fátima
(Fotos de A. Abreu). como suplementares. tifo, paratifo e varíola 9.881.
diário de Brasília

Agrônomos de Pelotas

No dia 8, Brasília recebeu a visita da Es-


cola de Agronomia de Pelotas, no Rio
Grande do Sul. Compunham a comitiva
cêrca de trinta hotéis, alguns dos quais
(segundo informações) já cobram Cr$
600,00 de diária. Vários cinemas e 6 Ban-
cos já estão instalados. Comércio variado
e poderoso.
Conselho de Admirustração

No dia 24, para uma reunião, a segunda


ele Brasília, chegaram acompanhados de .
suas famílias, os seguintes membros do
i
22 professôres e alunos. Em companhia Enfim, Brasília é uma grande e deslum- Conselho de Administração da Novacap :
do agrônomo Joaquim Tavares, percorre- brante realização de nossa geração. Ernesto Dorneles, Bayard Lucas de Lima
ram as principais obras, principalmente as O Brasil precisa se preparar para os com- Epílogo de Campos e Adroaldo Junqueir~
Granjas agrícolas e hortícolas da Nova- plexos lances que estão iminentes, e que Aires.
cap. Regressaram todos bem impressiona- decorrerão dessa indisfarçável realidade.
dos. Impõe-se uma preparação, ao mesmo tem- Médicos de 1930
po, cívica, política e psicológica, que per-
Lima Brayner mita ao povo brasileiro compreender que Ainda no dia 24, 120 médicos da turma
encerrou um ciclo de 4 séculos de sua de 1930, diplomados pelo · Faculdade Na-
No dia 10, acompanhado de sua espôsa e história. cional de ~Iedicina da Universidade do
do capitão Dúlio M. Leite, chegou, para Mais do que nunca se imporá o sentido Brasil, procedentes de Manáus, chegaram
uma visita a Brasília, o general Floriano sagrado da unidade nacional, em tôrno a Brasília. Após visitarem as obras da
Lima Brayner chefe do Estado Maior do dêsse luzeiro que se erguerá no Planalto Novacap, plantaram uma palmeira "gua-
Exército Nacional. No aeroporto, o ilustre Central do Brasil, equidistante de tôdas riroba" e colocaram uma placa comemo-
militar foi recebido pelo Diretor Ernesto as riquezas e misérias do panoran1a nacio- rativa em frente ao local onde deverá ser
Silva, Cel. Osmar Soares Dutra e Dr. Car- nal. Nêle não se ouvirá mais o ruido do construído o Hospital de Base, ele Bra-
los Alberto Quadros. mar, o maior amigo e precioso aliado da sílià .. A · p41ca traz a seguinte inscrição :
Ao regressar ao Rio de Janeiro, o bravo unidade pátria. "Inteirando-s~ pelo problema máximo da
militar deu à publicidade, as seguintes Que êle, sempre tão generoso em nos unir, nacionalidade::.. ., a mudança da Capital .Fe-
impressões de Brasília : continue a estreitar os laços que somam deral - visitou êste local, deixando um
"A visita a Brasília que me foi proporcio- do Oiapoque ao Chui. Do resto, Brasília marco ela sua passagem, a sociedade Dou-
nada pelo ilustre Diretor da Novacap, Dr. se encarregará. torandos de 1930 da Faculdade Nacional
Ernesto Silva, foi para mim altamente sig- Ao nosso prezado camarada Dr. Ernesto de Medicina. Janeiro de 1959".
nificativa, porque permitiu se consolidasse Silva, Diretor infatigável que integra a
no meu espírito, a certeza de que a nova Novacap com o espírito generoso e patrió- Penitenciaristas do Brasil
Capital do Brasil é uma realidade, que se tico do Marechal José Pessoa, os nossos
concretiza a passos agigantados. agradecimentos, pelas gentilezas que nos No dia 2,5, 80 membros da 7.ª Reunião
O que já foi levantado em menos de um proporcionou, e as felicitações pelo traba- de Penitenciaristas do Brasil, realizada em
ano, não deixa dúvida sôbre o que se po- lho ingente a que se entrega". Goiània, visitaram Brasília. No banquete
derá fazer até abril de 1960. de encerramento, vários oradores fizeram-
Sem dúvida é uma obra ciclópica, conce- Caravana de Itaúna -se ouvir, mostrando-se todos bem in1-
bida, nos seus aspectos arquitetônicos e pressionados com os trabalhos da Nova-
urbanísticos, pelo cérebro genial de Nie- Em visita a Brasília, no dia 10, estiveram cap. Participaram da Reunião represen-
meyer, que a está construindo de forma 27 pessoas ele Itaúna, chefiadas pelo pre- tantes de muitos países estrangeiros, des-
surpreendente e empolgante. feito Milton de Oliveira Penido e pelo vi- tacando-se o prof. Manuel Lopez Rey y
As constrnções essenciais que abrigarão os gário Pe. José Ferreira Neto. Arrojo, representante do Secretário-Geral
Poderes Constitucionais, já se erguem so- das Nações Unidas.
branceiras. Classes Liberais
Os grandiosos palàcios, do Parlamento e Jornalistas do Norte
da Justiça, estarão concluídos até dezem- No dia 17, provenientes de Santos, chega-
bro do corrente ano. ram a Brasília, para uma visita às obras No dia 30 visitaram Brasília os jornalistas
Os edifícios dos Ministérios se erguem com da Nova Capital, 60 pessoas, entre prefei- do Norte e Nordeste do País. A visita foi
incrível rapidez, o mesmo acontecendo to, juízes, engenheiros, médicos e advo- por iniciativa turística do Lóide Aéreo
com os conjuntos residenciais dos Institu- gados. Nacional. Faziam parte ela comitiva re-
tos de Assistência. presentantes do Amazonas, Parà, Mara-
Trabalha-se febrilmente Deputados e Diretores nhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Per-
Os nordestinos fugitivos do inferno da nambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
sêca, constituem operosa mão-de-obra. O Ainda no dia 17, visitaram Brasília 19 Raul Pena
cenário é simplesmente estimulante e con- deputados membros da Comissão de
fortador, destacando-se, já completamente Transportes da Câmara Federal, e 18 di- Ainda no dia 25, a convite elo Ministro
constrnído o Palácio da Alvorada. Não se retores e altos funcionários elo Instituto Mário Pinotti, visitou Brasília o Dr. Raul
pode louvà-lo suficientemente, nem com- Brasileiro do Café. Recebidos no aeropor- Pena, Ministro da Saúde do Paraguai. O
pará-lo com alguma coisa. Simplesmente to pelo Dr. Israel Pinheiro e diretores, ilustre visitante teve oportunidade de ob-
porque é diferente de tudo, e obedece a percorreran1, em seguida, em companhia servar tôdas as obras de Brasília, inclu-
uma concepção distanciada da nossa ima- dos técnicos da Novacap, as obras cons- sive a do primeiro Hospital Regional, q_ue
ginação nomrnl. truídas e em construção. Mais tarde foram o Ministério da Saúde está construindo.
E', realmente, o limiar de uma época, em recebidos pelo presidente Juscelino Kubi- O Ministro Raul Pena nasceu em Petró-
que se partirá, por outros caminhos, em tschek, com quem almoçaram. polis, em 1904, quando seu pae era em-
busca de um mundo diferente. baixador do Paraguai no Brasil.
Há a preocupação de esquecer tudo que Prefeitos de Minas
se presenciou em matéria de desgaste e Ramirez Arellano
sofrimento de várias gerações. Também no dia 17, visitaram Brasília, vá-
Alvorada ... rios prefeitos mineiros, sob a chefia do No dia 25, a convite do Embaixador As-
Deus permita que assim seja. deputado Pe: Pedro Vidigal. sis Chateaubriand estêve no Brasil e visi-
São os nossos ardentes votos. tou Brasília o Sr. Jorge Ramirez Arellano,
Milhares de peregrinos correm para a Roy Rogers diretor da Rca Victor, nos Estados Unidos.
nova Meca do Coração do Brasil. Cêrca Depois de percorrer as obras da Nova Ca-
de 60.000 habitantes já se aglutinam em Acompanhado dos Srs. James Osborn, pital, declarou o visitante que no Brasil,
tôrno de Brasília. Murray Borman, Rômulo Dantas e Car- a penetração rumo ao Oeste é uma revolu-
A cidade "Bandeirante", complemento da los Kerr, no dia 22, visitou Brasília e suas ção, tanto no plano social como no arqui-
nova Capital, na fase de sua construção, obras, o conhecido ator cinematográfico tetônico e que a construção ele Brasília é
já tem uma vitalidade espantosa. Possui Roy Rogers. um empreendimento ele gigantes.

22
1 ~

\'.r'f
!

Diretoria
boletim
., Presidente :
Dr. Israel Pinheiro da Silva.
lia Diretores:
lle Dr. Bernardo Sayão de Carvalho Araújo.
ffo Dr. Ernesto Silva.
a, Dr. 1ris Meinberg.
a
Conselho de Administração :
Presidente :
- ano III - janeiro de 1959 - n. 25 0 Dr. Israel Pinheiro da Silva.
1
a
Companhia Urbanizadora da Nova Capi- Membros:
tal do Brasil - Novacap (Criada pela Dr. Adroaldo Junqueira Aires.
Lei n. 0 2.874, de 19 de setembro de Dr. Alexandre Barbosa Lima Sobrinho.
1956). Sede : Brasília. Escritório no_ Rio, Dr. Aristóteles Bayard Lucas de Lima.
Av. Almirante Barroso, 54 - 18. 0 andar. Dr. Epílogo de Campos.
General Ernesto Dornelles.
Dr. Tancredo Godofredo Viana Martins.
Dr. Erasmo Martins Pedro, secretário.
Conselho Fiscal :
Membros:
Dr. Herbert Moses.
Dr. Luiz Mendes Ribeiro Gonçalves.
Major Mauro Borges Teixeira.
Dr. Vicente Assunção, suplente.
Dr. Themístocles Barcellos, suplente.

Atos da Diretoria horas, na sala da Diretoria, na sede da nhor Presidente deu por encerrada a sessão
Companhia Urbanizadora da Nova Capi- da qual para constar, lavrei a presente
Ala da centésima terceira reumao da Di- tal do Brasil, situada em Brasília, reuriiu- Ata que, lida e achada conforn1e, assina-
retoria da Companhia Urbanizadora da -se a Diretoria da Companhia, sob a pre- da pelos Membros da Diretoria presentes
:'\ova Capital do Brasil. sidência do Doutor Israel Pinheiro da Sil- e subscrita por mim, Carlos Alberto Qua-
va e com a presença dos Diretores Ernes- dros, que servi como Secretário. Israel
Aos dois dias do mês de dezembro de mil to Silva, fris Meinberg e Bernardo Sayão Pinheiro, Ernesto Silva, 1ris Meinberg,
novecentos e cinqüenta e oito, às dez ho- Carvalho Araújo. Aberta a sessão, a Dire- Bernardo Sayão Carvalho Araújo.
• ras, na sala da Diretoria, na sede da Com-
p:1nhia Urbanizadora da Nova Capital do
Brasil, situada em Brasília, reuniu-se a
toria resolveu : 1) aprovar o laudo da Co-
missão Julgadora da concorrência adminis-
trativa para execução das esquadrias de
Ata da centésima quinta reunião da Di-
retoria da Companhia Urbanizadora da
alumínio do edifício do Congresso Nacio- Nova Capital do Brasil.
Diretoria da Companhia, sob a presidên-
cia do Doutor Israel Pinheiro da Silva e nal, em Brasília, que concluiu pela entrega Aos oito dias do mês de dezembro de
<·om a presença dos Diretores Ernesto Si!- da obra à firma Alumínio Ferro Constru- mil novecentos e cinqüenta e oito, às dez
, :1, lris 11einberg e Bernardo Sayão Car- tora, S/A., pelo preço de dezesseis milhões, horas, na sala da Diretoria, na sede da
v:,ll,o Araújo. Aberta a sessão, a Diretoria trezentos e vinte e sete mil cruzeiros Companhia Urbanizadora da Nova · Ca-
rt·solveu : 1) aprovar o parecer do Depar- (Cr$ - 16.327.000,00); 2) aprovar o laudo pital do Brasil, situada em Brasília, reu-
tamento de Viação e Obras sôbre a con- da Comissão Julgadora da concorrência niu-se a Diretoria da Companlúa, sob a
c·orrência administrativa feita pelo Escri- Administrativa para fornecin1ento e insta- presidência do Doutor Israel Pinheiro da
tório S1~rnino de Brito para a constru- lação de elevadores nos edifícios dos Minis- Silva e com a presença dos Diretores Er-
<;ão da Usina de Tratamento de Esgotos, térios e do Congresso Nacional, em Bra- nesto Silva, !ris Meinberg e Bernardo
110 sentido de entregar-se a execução da sília, de acôrdo com as conclusões do re- Sayão Carvalho Araújo. Aberta a sessão, a
... obra à finna Parson Crosland & Cia. latório competente; 3) subvencionar as Diretoria resolveu : 1) determinar a emis-
Ltda.; 2) encaminhar ao Conselho de Ad- cantinas dos empreiteiros por administra- são de carta-convite para fornecimento,
ministração o pedido para realizar a cons- ção contratada, tendo em vista a alta dos com financiamento das instalações de ar
tru,·ão da Usina de Tratamento e Indus- preços de gêneros e visando a proporcio- condicionado do Edifício do Congresso
trialização do Lixo por administração con- nar uma alimentação mais farta e sadia, Nacional; 2) autorizar seja 0~1vido o
lr:,tnda. Nada mais havendo a tratar o Se- na base de dez cruzeiros (Cr$ - 10,00) Conselho de Administração sôbre a
11!10r Presidente deu por encerrada a ses- por operário-dia; quanto à Construtora aquisição de transformadores para a dis-
~"º da qual para constar, lavrei a presente Planalto Ltda., elevar de quinze cruzeiros tribuição elétrica de Brasília. Nada mais
-~la (]uc, lida e achada conforme, vai as- (Cr$ 15,00) para vinte e dois cruzeiros havendo a tratar, o Senhor Presidente deu
~mada pelos membros da Diretoria pre- e cinqüenta centavos (Cr$ - 22,50) a con- por encerrada a sessão da qual para cons-
~cntcs e subscrita por mim, Carlos Alberto tribuição por operário e de trinta cruzei- tar, lavrei a presente Ata que, lida e acha-
Qundros que servi como Secretário. Is- ros (Cr$ - 30,00) para quarenta e cinco da conforme, vai assinada pelos Membros
Tal·I Pinheiro, Ernesto Silvn, !ris Meinbcrg. cruzeiros (Cr$ 45,00) a contribuição para da Diretoria presentes e subscrita por
Bernardo Sayão Carvalho Araújo. funcionários, criando ainda uma 2. ª ca- mim, Carlos Alberto Quadros, que sen•i
tegoria de contribuição no valor de trinta como Secretário. Israel Pinheiro, Ernesto
Ata cln centésima quarta reunião da Di- e sete cruzeiros e cinqüenta centavos Silva, fris Meinberg, Bernardo Sayão Car-
~tona da Companhia Urbanizadora dn (Cr$ - 37,50); 4) aumentar de trinta cru- valho Araújo.
· ova Capital do Brasil. zeiros (Cr$ - 30,00) para quarenta e cin-
co cruzeiros (Cr$ - 45,00) a contribuição Ata da centésima sexta reunião da Direto-
Aos qllatro dias do mês de dezembro de para alimentação destinada ao Paranoá ria da Companhia Urbanizadora da No,·a
lllil novecentos e cinqüenta e oito, às dez Club. Nada mais havendo a tratar, o Se- Capital do Brasil.

23
,...
Aos dez dias do mês de dezembro de mil Senhor Presidente encerrou a sessão, da
novecentos e cinciüenta e oito, às dez ho- qual, para constar, eu, José Pereira de
ras, na sala da Diretoria, na sede da Faria, Secretário "acl hoc", lavrei a presen-
Companhia Urbanizadora da Nova Capital te ata, que vai por mim assinada e en-
do Brasil, situada em Brasília, reuniu-se cerrada pelo Senhor Presidente. Israel Pi-
a Diretoria da Companhia, sob a presidên- nheiro, Bayard Lucas de Lima, Ernesto
cia do Doutor Israel Pinheiro da Silva e Dornelles, A . . Junqueira Aires.
com a presença dos Diretores Ernesto Sil-
va, 1ris Meinberg e Bernardo Sayão Car- Ata da septuagésima primeira reunião do
valho Araújo. Aberta a sessão, a Diretoria Conselho de Administração da Compa-
resolveu : 1) encaminhar ao Conselho o nhia Urbanizadora da Nova Capital do
pedido de autorização para emissão de Brasil, sob a presidência do Diretor Israel
Obrigações Brasília no total de três bi- Pinheiro da Sílva.
lhões de cruzeiros (Cr$ - ........... .
3.000.000.000,00); 2) encaminhar ao Con- . Aos dezenove dias do mês de dezembro
selho o pedido de autorização para reali- do ano de mil novecentos e cinqüenta e
zar um empréstimo na importância de dois oito, nesta cidade do Rio de Janeiro, na
bilhões e seiscentos milhões de cruzeiros Avenida Almirante Barroso, cinqüenta e
(Cr$ - 2.600.000.000,00), dando como ga- quatro, décimo oitavo andar, às dez ho-
rantia as Obrigações Brasília acima cita- ras, reuniu-se o Conselho de Administra-
das. Nada mais havendo a tratar o Senhor ção da Companhia Urbanizadora da Nova
Presidente deu por encerrada a sessão da Capital do Brasil, sob a presidência do
qual para constar, lavrei a presente Ata Doutor Israel Pinheiro da Silva, e com a
que, lida e achada conforme, vai assina- presença dos Conselheiros abaixo assinados.
da pelos membros da Diretoria presentes Lida e aprovada a ata da sessão anterior,
e subscrita por mim, Carlos Alberto Qua- o Senhor Presidente submeteu ao Conse-
dros, que servi como Secretário. Israel Pi- lho a proposta da Diretoria no sentido de
nheiro, Ernesto Silva, fris Meinberg, Ber- ser autorizada a emissão de .......... . .
nardo Sayão Carvalho Araújo. Cr$ 3.000.000.000,00 (três bilhões de cru-
zeiros de " Obrigações Brasília", nas
Atos do Conselho mesmas condições das emissões ante-
riores, a fim de ser realizada operação de
Ata da septuagésima reurnao do Conse- crédito destinada , ao financiamento da
lho de Administração da Companhia Ur- complementação das obras de Brasília. O
banizadora da Nova Capital do Brasil, sob Conselho, usando de competência priva-
a presidência do Doutor Israel Pinheiro tiva que lhe atribui o artigo doze, pará-
da Silva. grafo oitavo, da Lei dois mil oitocentos
e setenta· e quatro, de dezenove de setem-
Aos dez dias do mês de dezembro do ano bro de mil novecentos e cinqüenta e seis,
de mil novecentos e cinqüenta e oito, nes- aprovou a proposta, autorizando a emis-
ta cidade do Rio de Janeiro, na Avenida são. Em seguida, o Conselho autorizou a
Almirante Barroso, cinqüenta e quatro, Diretoria a realizar operação de crédito
décimo oitavo andar, às dez horas, reu- até o valor de Cr$ 2.600.000.000,00 (dois
niu-se o Conselho de Administração da bilhões e seiscentos milhões de cruzeiros),
Companhia Urbanizadora da Nova Capital sob gar.antia de "Obrigações Brasília",
do Brasil, sob a presidência do Doutor Is- nas condições e prazos da operação
rael Pinheiro da Silva, e com a presença anterior autorizada em sessão de dez de
dos Conselheiros abaixo assinados. Lida e julho dêste ano.
aprovada a ata da sessão anterior, o Se- Prosseguindo em seus trabalhos o Conse-
nnor Presidente submeteu __ao Conselho a lho, após ouvir circunstanciada expos1çao
proposta da Diretoria no se,ntido de · sér ,r_ do ~en or Presidente, autprizgu _a Direto- .,
autorizada concorrência administrativa • 'ria a realizar operação de crédito · -_c;Pfl o
para a aquisição de esquadrias de alumí- Banco de Desenvolvimento Econômico, '
.
nio destinadas ao edifíciq do Congresso até o limite máximo de Cr$ 600.000.000,00
Nacional, em Brasília. O Conselho apro- (seiscentos milhões de cruzeiros), nas con-
vou a proposta devendo ser a concorrên- dições e dentro das normas com que opera
eia realizada com um mínimo de quatro o referido Banco, e destinada ao finan-
firmas idôneas e cspecialJzadas. Em segui- ciamento da Hidrelétrica do Paranoá. Pas-
da, o Conselho autorizou a venda das qua- sou, então, a ser apreciado o pedido da ,;
dras II, III e IV da Zona' Norte, em Bra- Cvb - Companhia de . Vidros Brasil, no
sília, nas mesmas condições de preço e sentido ele adquirir 16 (dezesseis) lotes
prazo ele pagamento da ~quadra I, desde de terreno no Ser-Norte de Brasília,
que as respectivas cons.truções sejam ini- pelo mesmo preço da proposta anterior-
ciadas dentro do prazo de 30 (trinta) mente feita para aquisição de . idênticos lo-
dias. Prosseguindo os seus trabalhos o Con- tes no Ser-Sul. O Conselho, tendo em
selho, depois de examinar a proposta da vista as razões expostas, atendeu ao pedi-
Diretoria no sentido de ser realizada con- do. Finalmente, o Conselho aprovou a pro-
corrência administrativa' para a instalação posta da Diretoria no sentido de ser efe-
e montagem da usina de tratamento ·e in- tuado o levantamento topográfico da zona
dustrialização do lixo, e'!!! Brasília, autori- rural de Brasília por ·administração contra-
zou a concorrência, devendo a mesma ser tada, dadas as condições do serviço a ser
realizada entre firmas idôneas e especiali- executado. Nada mais havendo que tra-
zadas. Finalmente, o Senhor Presidente tar, o Senhor Presidente encerrou a ses-
comunicou ao Conselho qúe o ilustre ·con- são, da qual, para constar, eu, José Pe-
seiheiro Alexandre Barbosa Lima Sobri- reira · de Faria, Secretário "ad hoc", la-
nho, por haver sido diplomado Deputado vrei a presente ata, que vai por mim as-
Federal pelo Tribunal Regional Eleitoral sinada e encerrada pelo Senhor Presidente,
de Pernambuco, a 30 de novembro último, Israel Pinheiro, Bayard Lucas de Lima, A.
solicitou licença elo mandato neste CoO:- Junqueira Aires, Ernesto Dornelles, Tan- 27. Foto d e um &ngulo da cruz da Capela N.
selho. Nada mais havendo que tratar, o credo Martins. S ,· de Fóti ma (Foto d e A , Ab reu),

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