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Redes sociais e os seus efeitos na interação social fora da virtualidade.

No livro “Geração Superficial” o escritor estadunidense, Nicholas Carr, destaca o papel do uso
negligente da “internet” e o prejuízo que tal desiquilíbrio promove à vida cotidiana do usuário,
tornando-o um ser inerte e alienado. Em linha à obra literária, faz-se necessário o debate
urgente acerca dos efeitos das redes sociais na interação fora da virtualidade na sociedade
brasileira. Em vista disso, cabe apontar a execrável assistência governamental prestada e a
indevida promoção midiática sobre a mazela como partes complementares à construção desse
revés.

De modo precípuo, convém analisar como o descaso político atua sobre o óbice. Isso posto, a
virtualidade em primeiro plano entre a população é um fruto de um imediatismo instaurado na
prontidão de interações instantâneas. Paralelamente, na teoria “liquidez moderna” do
sociólogo, Zygmunt Bauman, a fugacidade social torna-se um problema à medida que se impõe
uma espécie de validade aos relacionamentos interpessoais. À luz da lógica, a artificialização de
um importante recurso humano, como a comunicação, influi desiquilíbrios, a exemplo: a
intolerância e a apatia. À vista disso, o maquinário público se faz omisso à progressão do
entrave, pois, na condição de administrador federal, tem o dever de desestruturar um mal que
corrói a humanidade de seus cidadãos. Assim, enquanto a displicência for a lógica, o equilíbrio
será a exceção.

Ademais, as mídias têm um imprescindível papel na consolidação dessa realidade. Em face


disso, é válido apontar a indevida normalização apelativa promovida pelas propagandas digitais
— presente nas redes — que evidencia um total descompromisso com a saúde e bem-estar de
seus usuários, tornando-os mercadoria massificada em um universo virtual, por meio da
glamourização e capitalização do cotidiano on-line. Frente a isso, insta rememorar o conceito
filosófico “sociedade do espetáculo” proposto por Guy Debord, que destaca o processo de
coisificação humana apregoado por um mercado consumista de idealizações de uma vida
perfeita. Sob esse prisma, constitui-se na sociedade uma grave realidade a ser combatida. Por
conseguinte, a fragmentação desse cenário se faz emergencial.

Depreende-se, portanto, diligências providenciais à causa. Logo, é dever do Estado —


mediador maior de instâncias sociais — promulgar um plano progressivo de educação
sociocultural acerca do uso responsável de meios tecnológicos, como a “internet”, em
ambientes diversos, a exemplo: escolas, pontos turísticos e lugares públicos, por meio da
criação de programas que visem a interação pessoal, como campanhas coletivas e interações
interpessoais, com o fito de atenuar a “virtualização” e o efeito da superficialidade das
emoções, comportamentos e, em consequência, a humanidade da sociedade. Assim sendo,
consolidar-se-á na nação brasileira um vislumbre contrário ao apresentado em “Geração
Superficial”.

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