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orgAnIzAção revIsão
Aide Cançado Almeida Aidê Cançado Almeida
maria do Socorro Fernandes Tabosa mota Denise Colin
Keli Rodrigues de Andrade maria José de Freitas
Priscilla maia de Andrade Simone Albuquerque
Cristiana Gonçalves de Oliveira
Simone Albuquerque colABorAção
JoYce Camargo Rodrigues
elABorAção
Lidia Cristina Silva Barbosa
Bruna DʼAvila de Andrade Luis Otavio Pires Farias
Clara Carolina de Sa monica Aparecida Rodrigues
Cristiana Gonçalves de Oliveira Thaísa Alves Rodrigues
Dulcelena Alves Vaz martins Thiago Silvino Rocha Oliveira
ElYria Bonetti Yoshida Credidio
José Ferreira da Crus
Karoline Aires Ferreira
Keli Rodrigues de Andrade
maria do Socorro Fernandes Tabosa mota
Priscilla maia de Andrade
Rosario de maria Costa Ferreira
Selaide Rowe Camargo
Introdução 8
Acompanhamento particularizado 23
Esclarecimentos finais 65
Dimensão Horário de Funcionamento 66
Dados Gerais 66
Anexo 1 82
Referências Bibliográficas 90
apresentação
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Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
(SAGI), contribuiu para a avaliação para os próximos quatro anos. Neste
da evolução do indicador, nesta sé- contexto, contar com CRAS de quali-
rie histórica, o que culminou com a dade é condição necessária, embora
definição de metas de desenvolvi- não suficiente, para que a assistên-
mento dos CRAS, escalonadas para cia social protagonize um lugar cen-
os próximos anos, com o objetivo de tral no Plano Brasil sem Miséria. Por
induzir os processos de planejamen- meio da busca ativa, da organização
to por parte dos entes federados, de de sua estrutura de gestão do SUAS
forma a assegurar a oferta do Serviço (na Secretaria, no CRAS e CREAS), da
de Proteção e Atendimento Integral oferta de serviços socioassistenciais
à Família (PAIF) segundo os padrões para as famílias mais vulneráveis e
normativos do SUAS. pobres e do encaminhamento para
outros serviços, trata-se de colocar
Neste sentido, o documento que ora em rota um projeto ambicioso, que
apresentamos é bastante pertinente desafia as políticas setoriais a se
e tem o intuito de colaborar para a articularem nos municípios e nos
qualificação do PAIF, além de reforçar territórios, fazendo chegar serviços
a compreensão de que a oferta de a milhões de brasileiros que deles
serviços depende de planejamento, necessitam. Uma tarefa de tal enver-
organização e gestão. Nesta esteira, gadura apresenta desafios grandes
chama-se atenção para a principal para uma área que se encontra em
ferramenta do SUAS, os recursos hu- processo de constituição.
manos, que precisam ser alocados
nas funções segundo seu perfil, de Aos trabalhadores do SUAS, conse-
forma a assegurar que sejam valo- lheiros e membros das comissões
rizados, capacitados e orientados. de pactuação, dedicamos este docu-
Esta publicação favorece, portanto, mento, que pretende ser o primeiro
uma melhor apreensão das metas de de uma série “O CRAS que temos, o
desenvolvimento dos CRAS que, por CRAS que queremos”, inaugurada
sua vez, contribuem para a evolução com esta temática tão importante e
do Índice de Desenvolvimento dos oportuna, das Metas de Desenvolvi-
CRAS em todo o Brasil. mento dos CRAS.
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
introdução
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
O amadurecimento do processo de principal serviço de proteção básica,
acompanhamento dos CRAS por corroborando para a evolução do Ín-
meio dos dados obtidos no Cen- dice de Desenvolvimento dos CRAS,
so SUAS/CRAS, assim como o bom na medida em que impulsionam o
resultado do processo de acompa- planejamento dos entes federados
nhamento, realizado por Estados e para o desenvolvimento das ações
União, das situações consideradas de acompanhamento e assessoria
insatisfatórias para o desenvolvi- técnica dos estados aos municípios;
mento de CRAS, revelou a importân- do Ministério do Desenvolvimento
cia do estabelecimento de compro- Social e Combate à Fome (MDS) ao
missos pactuados nacionalmente DF e aos Estados; e dos municípios à
para a melhoria contínua dos CRAS, sua rede, culminando com o cumpri-
visando sua adequação gradativa mento das normativas para a oferta
aos padrões normativos do SUAS. do Serviço de Proteção e Atendimen-
to Integral às Famílias (PAIF) e organi-
Desta forma, no ano de 2010, por zação dos outros serviços de prote-
meio de pactuação nacional (Re- ção básica nos territórios dos CRAS.
solução CIT n° 5/2010), instituiu- Portanto, ao instituir as metas de for-
-se as “Metas de Desenvolvimento ma pactuada, todos os entes se com-
dos CRAS por Período Anual”. Para prometem com o seu cumprimento,
o cumprimento das metas, que o que torna seu alcance responsabi-
são cumulativas, progressivas e or- lidade de todos. O SUAS ganha as-
ganizadas por dimensões2, foram sim qualidade e se consolida como
definidos cinco períodos anuais: direito de milhões de brasileiros que
2008/2009, 2009/2010, 2010/ necessitam dos seus serviços.
2011, 2011/2012, e 2012/2013.
Cada período se inicia no primeiro Os fluxos, procedimentos e responsa-
dia após o encerramento do Censo bilidades de cada ente, em decorrên-
SUAS/CRAS de um ano e finaliza no cia dos cenários encontrados após a
último dia de preenchimento do re- verificação do alcance ou não das me-
ferido Censo do ano subsequente. tas anuais, bem como do processo de
acompanhamento e apoio técnico (e
As Metas de Desenvolvimento con- financeiro quando couber), pelos en-
solidam o processo de melhoria do tes federados, para a gestão e oferta
2 As dimensões são as mesmas do ID CRAS:
dos serviços do SUAS nos municípios
Recursos Humanos, Estrutura Física, Atividades brasileiros (também prevista no Pac-
Realizadas e Horário de Funcionamento. No to de Aprimoramento da Gestão dos
caso da dimensão recursos humanos, elas são
ainda instituídas por porte de município, visando
Estados), foram definidos na Resolu-
cumprir o disposto na NOB-RH do SUAS. ção CIT nº 08/2010. O conhecimento,
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
domínio e aplicação da referida Re- tas previstas para um determinado
solução, por parte de todos os atores período pode ter resolução simples,
envolvidos, torna-se imprescindível. como, por exemplo, nos casos em
que é necessário instalar placa de
Tendo como uma de suas premissas identificação do CRAS; ou definir um
a prevenção de situações inadequadas coordenador para o CRAS, ou ainda
que venham a prejudicar e/ou inviabi- nas situações em que a principal ne-
lizar a oferta dos serviços, programas, cessidade é organização da gestão
ações e benefícios de assistência so- e capacitação (para viabilização do
cial, torna-se premente o protago- PAIF, da busca ativa e articulação dos
nismo dos Estados no apoio técnico serviços de proteção básica no terri-
aos municípios, responsáveis pela tório do CRAS).
oferta dos serviços. Entende-se des-
ta forma que, ao preconizar ações de Resumidamente, segundo as orien-
acompanhamento preventivo e pro- tações da Resolução CIT n° 08/2010,
ativo, a Resolução CIT nº 08/2010 caso as metas de desenvolvimento
refere-se ao apoio técnico tanto para do período anual que se encerrou
melhoria da gestão municipal, quan- não sejam alcançadas para um ou
to para capacitação dos profissionais mais CRAS, o município deverá, no
que executam o serviço, o que exi- ano vigente, elaborar um Plano de
ge grandes esforços no sentido de Providências, definindo ações para
analisar dados, organizar e planejar superação das dificuldades encon-
ações, devendo as equipes estaduais tradas, indicando responsáveis e pra-
dispor de tempo para realização de zos para seu cumprimento. Nestes
estudos, e sendo necessário investir casos caberá aos Estados (e ao MDS
na sua formação técnica. no que tange ao Distrito Federal) a
elaboração de Plano de Apoio, que
Uma das formas de viabilizar a orga- consiste em instrumento de plane-
nização do processo de acompanha- jamento do apoio técnico e, quando
mento aos municípios reside na uti- for o caso, de apoio financeiro, para
lização dos dados disponibilizados a superação das dificuldades muni-
em aplicativos do MDS, disponíveis cipais (e do DF) de gestão e execu-
no site, tal como o link: Monitora- ção dos serviços socioassistenciais,
mento SUAS – Censo Suas – ferramen- consideradas as ações previstas (ou
tas – Indicadores do SUAS. Ter um a serem previstas) no(s) Plano(s) de
panorama claro de quais metas esti- Providências. A efetividade do Plano
puladas para um determinado perío- de Apoio, elaborado pelos Estados
do não foram alcançadas é de suma (e MDS), em decorrência da elabo-
importância, pois este “resultado” ração de Plano de Providências por
pode ser determinado por diferentes parte dos municípios (e do DF), ou da
variáveis que compõem as metas. identificação de necessidades dos
10 Em muitos casos o alcance das me- municípios, depende de um bom
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
diagnóstico do porque do não cum- os municípios (e DF) na elaboração,
primento das metas de desenvolvi- análise dos planos de providências
mento dos CRAS. e elaboração do(s) plano(s) de apoio.
Nisto reside um dos desafios do
A análise do Censo CRAS 2010 indi- SUAS, prioritário neste momento, de
cou um número significativo de CRAS fortalecer o apoio técnico e financei-
que não atingiram as metas estipu- ro, dos Estados aos municípios (e do
ladas para o período 2009/2010, MDS ao DF e Estados).
que se encerrou em 24 de outubro
de 2010. Nestes casos, cada municí- A tarefa estratégica de acompanhar
pio (ou DF) deverá elaborar Plano de o cumprimento das normativas do
Providências, incluindo nele todos SUAS e das metas nacionalmente
os CRAS cujas metas pactuadas não pactuadas, de forma a assegurar a
tenham sido cumpridas até o mo- qualidade dos serviços prestados é
mento. Contudo, é importante com- atribuída ao controle social, em cada
preender que tão importante quanto nível de governo. Assim, sempre que
elaborar Planos de Providência é de- necessário, a elaboração de Plano
senvolver estratégias para o cumpri- de Providencias (municípios e DF) e
mento, até o último dia do preenchi- Plano de Apoio (Estados e MDS), bem
mento do Censo SUAS/CRAS 2011, como seu desenvolvimento e análise
das metas estipuladas para o perío- para concessão de prazos adicionais
do 2010/2011. Isto implicará na re- e cumprimento configura importan-
dução do quantitativo de Planos de te tarefa dos Conselhos Municipais,
Providências a serem elaborados no Distritais e Estaduais de Assistência
ano de 2012, após a análise do Cen- Social e para as instâncias de pactu-
so CRAS 2011. ação (Comissões Intergestoras Bipar-
tite – CIB; e Tripartite – CIT).
Fica claro desta forma, quão impor-
tante é o desenvolvimento de ações Com o presente documento, o MDS
proativas pelos estados (e MDS), pretende apoiar tecnicamente os
contribuindo para a antecipação de gestores e técnicos dos estados, para
problemas, para a identificação e que possam exercer seu papel no
divulgação de boas experiências e apoio aos municípios, bem como, os
soluções que deram certo, auxilian- gestores e técnicos do DF e municí-
do os municípios a alcançarem as pios para assessorar as equipes dos
metas dentro dos períodos estipula- CRAS, visando o alcance das Metas
dos pela Resolução CIT n°05/2010. de Desenvolvimento dos CRAS pre-
Em resumo, o não cumprimento das vistas até 2011. Destina-se também
metas no período estipulado reper- aos Conselhos de Assistência Social,
cute também em maior volume de que cumprem o importante papel
trabalho para os estados (e MDS), de controle social, contribuindo com
que deverão se organizar para apoiar subsídios técnicos para acompa-
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
nhamento da implantação e conso- apontam para a necessidade de o
lidação dos CRAS, bem como para CRAS funcionar por, no mínimo, 40
aprovação e acompanhamento do horas semanais conforme previsto
desenvolvimento, sempre que cou- em orientações e para a qual tam-
ber, de plano de providências (para bém será observada a influência do
municípios e DF), e plano de apoio quantitativo de profissionais de nível
(no caso dos Estados e MDS). superior no não alcance das metas.
Serão detalhadas cada uma das di- Na sequência, será abordada a di-
mensões para as quais foram defini- mensão Recursos Humanos, central
das Metas de Desenvolvimento do para a oferta do principal serviço
CRAS, esclarecendo sua importância de proteção básica (PAIF) e para a
para a oferta com qualidade do PAIF, gestão do território do CRAS. Trata-
para a gestão articulada entre bene- -se de orientações acerca das nor-
fícios e serviços e para a articulação mativas do SUAS, que pretendem
dos serviços de proteção básica nos contribuir para o planejamento de
territórios dos CRAS. Dadas as par- ações e cumprimento das metas pre-
ticularidades de cada dimensão, a vistas para o período anual em curso
abordagem de cada uma delas será (2010/2011).
diferenciada.
Finalmente, e em consonância com
Entendendo que as atividades de- as atividades a serem realizadas,
senvolvidas constituem a essência apresenta-se a dimensão Estrutura
dos CRAS, optou-se por iniciar este Física, que será composta por três tó-
documento pela análise da dimen- picos: a) metas de desenvolvimento
são Atividades Realizadas. Para tanto, dos CRAS; b) espaços passíveis de
serão apresentadas orientações ge- compartilhamento e c) aplicação dos
rais, tendo por base as normativas do recursos do cofinanciamento federal
SUAS, além de algumas análises com para o PAIF.
base em cruzamento de variáveis
(recursos humanos e espaço físico, Espera-se desta forma contribuir
por exemplo) do Censo SUAS 2010, para a organização do processo de
com o intuito de identificar sua in- gestão da informação sobre alcan-
fluência no não alcance das metas, ce ou não das metas previstas para
e ainda algumas sugestões de ações o período 2009/2010 e desafios
emergenciais, para garantia da oferta identificados para 2010/2011, para
dos serviços durante o período de o acompanhamento dos estados aos
execução do plano de providências. Municípios e do MDS ao DF, bem
como subsidiar os conselhos na tare-
Em seguida, será apresentada a di- fa de assegurar a qualidade dos ser-
mensão Horário de Funcionamento, viços. Tenham todos uma boa leitura
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
dimensão atividades realizadas
Coordenação-Geral de Serviços Socioassistenciais a Famílias
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Com base nos resultados encontrados, talhamento se encontra, respectiva-
serão acrescidas algumas orientações mente nas metas 8 e 7.
no sentido de auxiliar os municípios
na superação das dificuldades identi- Da mesma forma que para as demais
ficadas e apresentadas sugestões de dimensões, as metas da dimensão
ações de caráter emergencial, durante Atividades Realizadas foram escalo-
a vigência de Planos de Providência nadas ao longo dos anos, de forma
(quando couber), para garantia de re- cumulativa5 e constituem importan-
alização de atividades fundamentais tes desafios, conforme se verá adian-
ao PAIF, evitando assim privar a popu- te. Ao instituir estas metas, busca-se
lação de atendimentos necessários. As dar concretude às atividades essen-
orientações pretendem ainda contri- ciais ao PAIF e à gestão do território.
buir com as equipes estaduais, para o
A ordem de apresentação das me-
cumprimento de sua responsabilidade
tas relativas às atividades obedece
de apoio técnico aos municípios para
a uma lógica mais didática do que
alcance das metas nacionalmente pac-
temporal (data de cumprimento da
tuadas, e que garantem a qualidade
meta). Pretende-se, assim, reafirmar
dos serviços prestados aos usuários
a matricialidade sociofamiliar, pre-
da assistência social.
conizada pela Política Nacional de
As atividades constituem a essên- Assistência Social (PNAS), na prote-
cia do CRAS, pois materializam suas ção básica, evidenciando a centrali-
principais funções, quais sejam: dade do acompanhamento familiar
gestão do território e oferta do PAIF, no PAIF. Em seguida abordamos uma
principal serviço de Proteção Social ação coletiva (oficina com famílias),
Básica, que deve ser ofertado obriga- que pode ser combinada com o
toriamente no CRAS. acompanhamento, mas que se cons-
titui em atendimento do PAIF, que
As atividades devem ser regulares, reforça o caráter de prevenção da
com periodicidade definida de acor- proteção básica e de informação/dis-
do com planejamento prévio das cussão sobre os direitos sociais. Na
ações do PAIF, de modo a responder sequência, apresenta-se a meta de
às especificidades dos territórios, realização de visita domiciliar, o que
com foco no cumprimento da atua- exige uma organização do processo
ção protetiva, proativa e preventiva de trabalho e a busca das famílias em
próprias deste serviço. Para tanto, situação de maior vulnerabilidade,
destaca-se como ações fundamen- incluindo aquelas que necessitam
tais a realização da busca ativa e a ser inseridas no acompanhamento
inserção de famílias e indivíduos no ou em algum atendimento.
Cadastro Único de Programas So-
ciais, que são determinantes para
14 alcance das demais metas e cujo de- 5 Como se pode constatar no Anexo 1.
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Após, portanto, compreendermos a em que deve ser cumprida ou deve-
essência do trabalho social com as ria ter sido cumprida. As metas que
famílias, apresenta-se duas metas re- se referem ao período 2008/2009
lacionadas à prioridade de acesso às coincidem com as situações conside-
famílias em situação de maior vulne- radas insatisfatórias, definidas na Re-
rabilidade social, dentre as quais se in- solução CIT nº 06/2008, que deram
cluem famílias beneficiárias de trans- origem às Metas de Desenvolvimento
ferência de renda em risco de perder dos CRAS. Como a resolução que ins-
o direito à renda (descumprimento de tituiu as metas é de 2010 e elas são
condicionalidades do PBF), as famílias cumulativas, aquelas previstas para
de beneficiários do Benefício de Pres- o período 2008/2009deveriam ter
tação Continuada (BPC) e do benefício sido cumpridas, juntamente com as
eventual. Duas outras metas de de- metas do período 2009/2010, até
senvolvimento dos CRAS só se viabi- 24 de outubro de 2010.
lizam se forem estabelecidos fluxos,
responsabilidades e procedimentos, Os cruzamentos de dados, com vis-
por parte da Secretaria de cada mu- tas a identificar possíveis variáveis
nicípio ou DF, que garantam encami- que possam dificultar cumprimento
nhamento para acesso de indivíduos e de uma meta, sempre que se refere a
famílias dentro dos critérios, aos bene- recursos humanos baseou-se no pa-
fícios e transferência de renda. râmetro estabelecido para o período
anual vigente (2010/2011), que ain-
Em seguida, serão apresentadas duas da não equivale à exigência da Nor-
metas de gestão do CRAS, cujo cum- ma Operacional Básica de Recursos
primento é necessário para que a pro- Humanos do SUAS (NOB RH)6.
teção integral às famílias seja assegu-
rada. Há ainda duas considerações Mais do que constituir única refe-
finais, que buscam abordar elemen- rência, os cruzamentos de dados do
tos essenciais do papel CRAS para o Censo SUAS 2010 aqui propostos
funcionamento do Sistema, não ins- pretendem estimular os municípios,
tituídos por meio de metas. Em resu- DF e, sobretudo os Estados a prati-
mo, a organização dada a esta parte carem metodologias análogas que
do documento pretende evidenciar qualifiquem a leitura das informações
que as metas não poderão ser cum- disponíveis, incluindo outras variá-
pridas isoladamente. À medida que veis relacionadas ao não cumprimen-
são cumpridas, de forma planejada to de uma meta, de forma a dispor de
e regular, dão consistência ao PAIF, à um diagnóstico realista, que possa
matricialidade sociofamiliar e à terri- qualificar o apoio técnico aos muni-
torialização, fundamentos do SUAS.
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anual, ver Anexo a este documento: “Metas de
meta será indicado o período anual Desenvolvimento dos CRAS por período anual”.
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
cípios e DF para alcance das metas, o cumprimento das metas previstas
qualificação dos serviços e organiza- para o período anual em curso está
ção da proteção básica do SuAS. diretamente relacionado à capacida-
de de gestão, à clareza de objetivos
do PAIF e à inserção da pessoa com
Dados Gerais da Dimensão deficiência nos serviços de proteção
Atividades Realizadas básica do SUAS.
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Volume 1
Orientações Técnicas, metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Atividades (Metas de Destaca-se que o acompanhamento
Desenvolvimento dos familiar é um processo intrinseca-
mente ligado tanto às especificida-
CRAS)
des da família, quanto do território -
1. Realizar acompanhamento de os territórios expressam as formas de
famílias (2008/2009) relacionamento social predominan-
tes, que por sua vez são diretamente
O acompanhamento familiar no influenciados pelos contextos social,
âmbito do SUAS é definido como o cultural e econômico do território. É
“conjunto de intervenções desenvol- no território que se evidenciam as
vidas em serviços continuados, com contradições da realidade: os confli-
objetivos estabelecidos, que possibi- tos e desigualdades que perpassam
litam à família acesso a um espaço e re-significam as relações familiares
onde possa refletir sobre sua realida- e comunitárias. Desse modo, o pro-
de, construir novos projetos de vida fissional responsável pelo acompa-
e transformar suas relações – sejam nhamento familiar deve fazer uma
elas familiares ou comunitárias”7. leitura do território de vivência da
família a ser acompanhada (inclusi-
Trata-se de um processo de caráter
ve a partir dos dados da vigilância
continuado e planejado, por período
social do município), buscando com-
de tempo determinado, no qual há,
preender quais as características, ris-
a partir de vulnerabilidades, deman-
cos, vulnerabilidades e potencialida-
das e potencialidades apresentadas
des presentes no território impactam
pelas famílias, a definição dos obje-
(ou podem impactar) na vida familiar,
tivos a serem alcançados, realizada
e cotejar com a leitura das próprias
de forma conjunta entre os profissio-
famílias, sobre o território.
nais e famílias. Tem como finalidade
enfrentar as situações de vulnerabi- O acompanhamento familiar é um
lidade social, prevenir a ocorrência processo tecnicamente qualificado,
de riscos e, ou violações de direitos, executado por profissionais de nível
identificar e estimular as potencia- superior, com base em pressupostos
lidades das famílias e territórios, éticos, diretrizes teórico-metodoló-
afiançar as seguranças de assistência gicas8, conhecimento do território
social e promover o acesso das famí- e das famílias que ali residem e, no
lias e seus membros a direitos. PAIF, pode ser: a) particularizado, se
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
referência do CRAS, responsável pela interesse de cada família, a periodi-
oferta do PAIF, a fim de ter garanti- cidade das mediações com os pro-
das as seguranças afiançadas pela fissionais que as acompanham e, no
política de assistência social, o aces- decorrer do acompanhamento, o gra-
so a outras ações do PAIF, a serviços dual cumprimento dos objetivos es-
socioassistenciais e, ou a outros ser- tabelecidos, as respostas dadas pelo
viços setoriais. Este profissional tem poder público, as adequações que o
necessariamente, no mínimo nível processo de acompanhamento pode
superior completo. requerer, a efetividade da interven-
ção, as aquisições alcançadas, etc.
O acompanhamento familiar ini-
cia-se após decisão conjunta da(s) As mediações são momentos privile-
família(s) e do(s)profissional(is) so- giados para os profissionais, em con-
bre necessidade, desde que a família junto com a(s) família(s), avaliarem
esteja de acordo e esclarecida sobre se as ofertas de serviços de assistên-
compromissos que ambas as partes cia social têm tido o efeito desejado
assumem. Após esta escolha, é reali- e se atendem às expectativas das
zado um estudo social da família, no famílias, bem como se as respostas
qual esta define (junto com profis- aos encaminhamentos realizados
sional), e a partir de suas demandas, para os serviços setoriais foram efe-
vulnerabilidades e potencialidades, tivas, ou ainda se o acesso à docu-
bem como de sua disponibilidade e mentação civil ou acesso à renda foi
preferência, o modo de acompanha- garantido (para os que apresentam
mento a ser utilizado: se em grupo critérios de acesso ao PBF, BPC, be-
ou particularizado; bem como os nefícios eventuais ou outros progra-
objetivos que se quer atingir com o mas de transferência de renda mu-
acompanhamento. nicipais/estaduais). As informações
sistematizadas após as mediações
O acompanhamento familiar de- devem ser discutidas no CRAS, com o
manda a construção de um Plano de coordenador, e encaminhadas para o
Acompanhamento Familiar, no qual nível central, que coordena e faz ges-
consta um planejamento detalhado tão do acompanhamento do acesso
do processo de acompanhamento a a serviços (e direitos). Sendo assim,
ser realizado, tendo em vista os ob- em última instância, o acesso a ser-
jetivos a serem alcançados. No Plano viços não é de responsabilidade do
são registrados os encontros (quan- CRAS, mas do nível central.
tos, duração, horário); o percurso
proposto; as intervenções a serem O processo de acompanhamento fami-
realizadas com as famílias reunidas liar requer a realização de intervenções
em grupo (para o acompanhamento com as famílias reunidas em grupo (no
familiar em grupo), as ações (coleti- caso de acompanhamento familiar em
vas ou particularizadas do PAIF) de grupo) e, sempre que identificada ne-
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
cessidade ou interesse, inserção das fa- O acompanhamento familiar exige,
mílias em “combinações” de ações do portanto, um olhar singular para as
PAIF que, por sua vez, podem ser par- composições bastante heterogêneas
ticularizadas ou coletivas, dependendo de famílias, uma abordagem adequada
da disponibilidade dos membros das e não preconceituosa dos novos arran-
famílias e suas demandas. jos, bem como reconhecerem o papel
do Estado no fortalecimento destas fa-
O acompanhamento não é um pro- mílias e na oferta de serviços que am-
cesso que visa avaliar a(s) família(s), pliem sua capacidade protetiva.
sua organização interna, seus modos
de vida, sua dinâmica de funciona- O diagrama que segue detalha as
mento. Ao contrário, é uma atuação duas formas de inserção de famílias
do serviço socioassistencial com no PAIF (atendimento e acompa-
foco na garantia das seguranças nhamento), de maneira a esclarecer
afiançadas pela política de assistên- a diferença entre elas e subsidiar a
cia social e na promoção do acesso identificação das famílias que neces-
das famílias aos seus direitos, com sitam de acompanhamento ou aque-
vistas ao fortalecimento da capaci- las para as quais o atendimento é su-
dade protetiva da família, a partir das ficiente. Considera-se atendimento a
respostas do Estado para sua prote- ação imediata de prestação ou oferta
ção social. de atenção às famílias pelo PAIF, por
Acompanhamento
Atendimentos Atendimentos Acompanhamento
Familiar
Particularizados Coletivos Familiar em Grupos
Particularizado
Acolhida
Ações Particularizadas
Encaminhamentos: -- Acolhida em Foco em um
-- CadÚnico (atualização, grupo. grupo de famílias
cadastramento no
CadÚnico e acesso
-- Oficinas com Foco em somente uma que vivenciam
Famílias família vulnerabilidades
ao PBF)
-- Serviços da PSB e PAEFI -- Ações ou têm demandas
similares
(CREAS) Comunitárias
-- Serviços de outros
Setores
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Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
meio da acolhida, ação particulari- setoriais (ver item 1 do esclarecimen-
zada, ação comunitária, oficina com to final), benefícios assistenciais (en-
famílias e encaminhamento. Sendo caminhamento para BPC, ver meta 6) e
o atendimento necessariamente a in- programas de transferência de renda
(ver meta 7) e para inserção ou atua-
clusão no serviço, é a partir dele que
lização do Cadastro Único. Tem por
há identificação da necessidade de
objetivo a promoção do acesso aos di-
iniciar o processo de acompanhamen-
reitos e a conquista da cidadania.
to familiar. São atendidos todos os
indivíduos ou famílias que participam -- Oficina com famílias: ver meta 2.
de alguma ação do PAIF.
-- Ação Comunitária: consiste no de-
senvolvimento de atividades de cará-
Considera-se que:
ter coletivo, voltado para a dinami-
-- Ação Particularizada: refere-se ao zação das relações no território. Tem
atendimento prestado pela equipe téc- por objetivos promover a comunica-
nica do CRAS às famílias – algum(ns) ção comunitária, a mobilização social
membro(s) ou todo o grupo familiar, e o protagonismo da comunidade; bem
após a acolhida, de modo individuali- como fortalecer os vínculos entre as
zado. Esse tipo de atendimento deve diversas famílias do território, desen-
ser realizado em casos extraordiná- volver a sociabilidade, o sentimento
rios e objetiva conhecer a dinâmica de coletividade e a organização co-
familiar de modo aprofundado e pres- munitária – por meio, principalmente,
tar um atendimento mais específico às do estimulo à participação cidadã. As
famílias, como nos casos de suspeita palestras, campanhas socioeducativas
de situações de violação de direitos, e eventos comunitários são os exem-
conhecimento e enfrentamento das plos mais comuns de ações comunitá-
causas de descumprimentos reitera- rias do PAIF.
dos de condicionalidades do PBF, be-
A seguir detalham-se as situações de
neficiários do BPC de 0 a 18 anos fora
vulnerabilidade e as características
da escola em situação de isolamento e
do acompanhamento familiar em grupo
demais situações que pressupõem sigi-
e do acompanhamento familiar parti-
lo de informações e que podem gerar
cularizado, de forma a subsidiar a re-
encaminhamento para a Proteção So-
flexão das equipes sobre as diferentes
cial Especial ou para o Sistema de Ga-
situações que ensejam a opção por uma
rantia de Direitos. O técnico também
ou outra forma de acompanhamento
pode optar pela ação particularizada,
familiar no âmbito do Sistema Único de
a pedido da família.
Assistência Social (SUAS).
-- Encaminhamento: consiste no pro-
cesso de orientação e direcionamento Acompanhamento familiar em
das famílias ou algum de seus mem- grupo
bros para inserção em serviços socio-
O processo de acompanhamento fa-
assistenciais (ver meta 9 e item 2 do es-
miliar em grupo é indicado para res-
21
clarecimento final), acesso a serviços
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
ponder situações de vulnerabilida- Acredita-se que o acompanhamen-
des vivenciadas pelas famílias com to familiar em grupo contribui para
forte incidência no território. Neste resultados mais efetivos, pois, ao
sentido, faz-se necessário realizar mobilizar um grupo de famílias,
um bom diagnóstico socioterritorial propicia-se a troca de vivências que
– conhecer suas vulnerabilidades tornam esse acompanhamento uma
e potencialidades e sua incidência, experiência de empoderamento das
de modo a constituir grupos de fa- famílias e, consequentemente, do
mílias com afinidades, necessidades território, pois promove o aumento
e características similares, de forma da capacidade das famílias de voca-
a efetivar seu acompanhamento, lizar suas demandas, produzir con-
tornando-o um processo de compar- sensos, de aceitar a diferença e de
tilhamento de experiências entre os negociar conflitos de modo não vio-
participantes, de reflexão sobre a re- lento, a identificação e consolidação
alidade, de acesso à informação so- de redes de apoio social, a constru-
bre direitos e construção de projetos ção de projetos comunitários, pro-
de vida que possibilitem ampliação duzindo processos de protagonis-
dos direitos sociais. mo e autonomia da população e de
responsabilização do poder público
Essa forma de acompanhamento fa- por uma rede de proteção social e
miliar prevê: a) o desenvolvimento garantia de direitos.
de encontros com as famílias reuni-
das em grupo, por meio de um ou Para se efetivar o acompanhamento
mais representantes, sob a coorde- em grupo, os profissionais devem
nação de um técnico de nível su- voltar seu olhar para as famílias e
perior da equipe de referência do os indivíduos. Portanto, tanto as
CRAS; b) a elaboração de um Plano dimensões individuais (de cada
de Acompanhamento Familiar, no família) quanto as do grupo (que
qual constarão os objetivos comuns constituem identidades coletivas)
e específicos a serem alcançados devem ser consideradas e trabalha-
pelos participantes, bem como o das. O grupo não deve ter relevância
desenvolvimento do processo de maior ou menor do que as pessoas
acompanhamento; c) a realização de que o compõem. Ou seja, é preci-
mediações periódicas com os téc- so relacionar o objetivo do trabalho
nicos, para monitoramento e ava- em grupo com as necessidades dos
liação do processo de acompanha- seus participantes.
mento, efetividade da intervenção,
ampliação da capacidade protetiva Sugestões de situações de vulnera-
e estabelecimento de novos com- bilidades que requerem a proteção
promissos, quando for o caso; d) in- de assistência social para garantia
serção em ações do PAIF, conforme de seus direitos, nas quais deve ser
22 necessidades. priorizado o acompanhamento fami-
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
liar em grupo, conforme decisão do -- criança e/ou adolescente retirado
profissional e famílias9: do trabalho infantil ou com integrante
egresso de situações análogas a traba-
• Dentre as famílias beneficiárias de lho escravo;
programa de transferência de ren-
-- criança/adolescente egresso de abri-
da e dos benefícios assistenciais:
go, casa-lar ou família acolhedora; e
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Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Sugestões de situações de vulnera- de medidas aplicadas em decorrência
bilidades que requerem a proteção destes episódios (violência doméstica;
de assistência social para garantia abuso e exploração sexual, violência
de seus direitos nas quais deve ser física ou psicológica contra criança/
adolescente; violência contra a mu-
priorizado o acompanhamento parti-
lher; tráfico de seres humanos; etc.);
cularizado, conforme decisão do pro-
fissional e famílias12: -- Integrante com história de uso abu-
sivo de álcool e outras drogas.
• Dentre as famílias beneficiá-
• Famílias com algum membro que
rias de programa de transfe-
vive em isolamento;
rência de renda e dos benefí-
cios assistenciais: • Família com denúncia de negli-
-- Famílias em situação de descumpri- gência a algum de seus membros.
mento de condicionalidades do PBF,
em “suspensão do benefício por dois Ressalta-se que o acompanhamen-
meses” 13, cujos motivos ensejem acom- to familiar realiza uma intervenção
panhamento do PAIF (ver meta 4); técnica qualificada com objetivos
determinados, cuja efetividade de-
-- Famílias com membros de 0 a 18 anos
pende diretamente do compromis-
fora da escola, cujo programa BPC na
so do profissional responsável pelo
Escola identificou barreiras ao acesso
acompanhamento familiar, do coor-
a escola que demandam acompanha-
denador do CRAS, do gestor munici-
mento do PAIF (ver meta 5)14.
pal de assistência e do prefeito, na
• Famílias contrarreferenciadas ao garantia dos direitos das famílias.
CRAS, pelo CREAS após desliga- Isto é, é preciso que o prefeito defina,
mento do PAEFI (ou, onde não hou- junto com as secretarias setoriais dos
ver, pela Proteção Especial) com: municípios, as articulações capazes
de assegurar o acesso das famílias a
-- Adolescente egresso de medida de
serviços setoriais; que o gestor mu-
internação ou de medida socioeduca-
nicipal de assistência social reforce o
tiva em meio aberto;
serviço de vigilância social; assegure
-- Episódio pregresso de uma ou múl- que as informações disponíveis sobre
tiplas formas de violência ou egresso as famílias cheguem com regulari-
dade e de forma territorializada aos
12 Idem nota 4.
CRAS (assegurando a integração en-
13 Conforme parágrafo 1º do Art. 19 e parágrafo
único do Artigo 20, do Protocolo de Gestão tre benefícios, transferências de ren-
Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências da e serviços) e comprometa-se em
de Renda no âmbito do SUAS.
qualificar continuamente a oferta dos
14 São barreiras de acesso à escola
que ensejam acompanhamento familiar serviços socioassistencias; o coorde-
particularizado da Proteção Básica: a) ausência de nador realize a gestão territorial da
acompanhamento para levar o beneficiário até a
25
escola, e b) ausência de cuidadores familiares.
rede socioassistencial e assegure que
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
a equipe de referência do CRAS tenha nos uma com capacidade superior a
uma atitude proativa na identificação 15 pessoas), entendendo que tanto
das famílias que serão inseridas no no acompanhamento particularizado
acompanhamento das famílias; e que quanto no acompanhamento em gru-
o profissional de nível superior do po, há que se contar com estes espa-
CRAS utilize seu arcabouço teórico- ços, embora a existência de pelo me-
-metodológico e técnico-político de nos uma destas salas permita que a
modo a propiciar às famílias um aten- atividade seja exercida, mesmo que
dimento efetivo e de qualidade15. parcialmente, até que a solução de-
finitiva seja alcançada. A existência
Nessa direção, pode-se afirmar que da sala menor é importante porque
somente se realiza o acompanha- garante a realização do acompanha-
mento familiar quando as famílias e mento particularizado, do estudo
os profissionais definem conjunta- social e entrevistas individuais, sem-
mente os objetivos a serem atingidos, pre que necessário, ou mesmo dos
as aquisições a serem alcançadas e o atendimentos particularizados (que
percurso a ser trilhado para acesso a venham a ser necessários ao longo
direitos e superação de situações de
do processo de acompanhamento).
vulnerabilidade vivenciadas, cons-
Já as salas coletivas são fundamen-
truindo um Plano de Acompanha-
tais para que o acompanhamento em
mento Familiar, realizando media-
grupo ganhe centralidade no CRAS.
ções periódicas com profissionais e
com inserção planejada em ações do Fica claro, assim, que para o exercí-
PAIF, se verificada a necessidade. cio pleno desta atividade são neces-
sários profissionais de nível superior
bem preparados, capacitados e em
Buscou-se, no caso do não cumpri-
quantitativo suficiente, e que o CRAS
mento da variável “acompanhamen-
disponha de espaços apropriados.
to de famílias”, identificar possíveis
interferências do número de profis-
Observa-se, conforme tabela 01, a
sionais de nível superior; a existência
seguir, que 116 CRAS não realizam o
de coordenador e também da estru-
acompanhamento de famílias, ativi-
tura física (duas salas, sendo pelo me-
dade fundamental e central do PAIF.
15 Destaca-se que o Incentivo de Gestão Dentre os 116 CRAS que não reali-
Descentralizada Municipal (IGDM) será destinado
ao aprimoramento da gestão do SUAS, bem
zam acompanhamento de famílias,
como ao aprimoramento da gestão dos serviços um quantitativo elevado (71,6%)
socioassistenciais. Para o cálculo do IGDM
não possui coordenador, profissio-
será considerado a evolução do o IDCRAS,
além de outros indicadores. Quanto melhor os nal com funções de organização da
resultados dos indicadores analisados, maior o gestão do serviço como, por exem-
percentual de IGD será repassado ao município.
plo, análise de dados e informações
Assim, quanto mais o município alcançar as metas
de desenvolvimento do CRAS, melhor será seu ID sobre as famílias residentes no terri-
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Tabela 01 – CRAS que não realizam acompanhamento de famílias
Situação Número de CRAS Percentual
Possui 2 salas, sendo pelo menos 1 com capacidade superior a 15 pessoas 90 77,6
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
laços comunitários, o acesso a direi- individualizadas, possibilita o enten-
tos, o protagonismo e a participação dimento de que os problemas viven-
social. Também constitui importante ciados particularmente ou por uma
atividade complementar ao acompa- família são problemas que atingem
nhamento familiar. outros indivíduos e outras famílias;
contextualiza situações de vulnera-
2. Realizar oficinas/grupos bilidade e risco; e assegura a reflexão
de convivência com famílias sobre direitos sociais, possibilitando
uma nova compreensão e interação
(2009/2010)
com a realidade vivida, negando-se
A presente meta faz referência à re- a condição de passividade, favore-
alização de oficinas/grupos de convi- cendo processos de mudança e de
vência com famílias. De modo a auxi- desenvolvimento do protagonismo e
liar na compreensão dessa ação, será da autonomia e prevenindo a ocor-
utilizada somente a denominação rência de situações de risco social.
“oficina”, evitando assim causar en-
tendimento equivocado dessa ação, As oficinas constituem, assim, uma
evitando confundi-la com o acompa- ação socioeducativa, na medida em
nhamento familiar em grupo (meta 1). que contribuem para a construção de
novos conhecimentos; favorecem o
Oficinas com famílias são compreen- diálogo e o convívio com as diferen-
didas como encontros previamente ças; problematizam as incidências de
organizados, com objetivos de curto risco e vulnerabilidade no território,
prazo a serem atingidos, com um con- estimulam a capacidade de parti-
junto de famílias, por meio de seus cipação, comunicação, negociação,
responsáveis ou outros representan- tomada de decisões, estabelecem
tes, sob a condução de técnicos de espaços de difusão de informação e
nível superior do CRAS, com o intui- reconhecem o papel de transforma-
to de suscitar uma reflexão sobre um ção social dos sujeitos.
tema de interesse das famílias, sobre
vulnerabilidades e riscos ou poten- Destaca-se também que a realização
cialidades identificados no território, de oficinas constitui importante instru-
contribuindo para o alcance de aqui- mento de conhecimento das vulnerabi-
sições, em especial o fortalecimento lidades e potencialidades do território,
dos laços comunitários, o acesso a di- pois incentiva a expressão de saberes e
reitos, o protagonismo, a participação percepções da população sobre seu lo-
social e para a prevenção a riscos. cal de vivência, subsidiando o processo
de vigilância social do território. Assim,
As oficinas com famílias favorecem ao mesmo passo que possibilita ao
o processo de problematização e Serviço aprofundar seu conhecimento
reflexão crítica de questões muitas sobre o território, também propicia às
vezes cristalizadas, naturalizadas e famílias a reflexão sobre o mesmo.
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Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
São sugestões de temas a serem desenvolvidos em oficinas com famílias:
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Os desafios da vida em família
1) Os direitos das famílias, sua função protetiva e deveres do estado e das
famílias, as formas de comunicação, as formas de resolução de conflitos, os
papéis desempenhados pelos membros e a democratização do ambiente familiar
(divisão de tarefas, responsabilidades, etc).
2) As especificidades do ciclo vital dos membros das famílias, as formas de
convívio intergeracional – construção dos vínculos protetivos e resolução
de conflitos intergeracionais, as ofertas existentes no território que garan-
tem a proteção dos membros mais vulneráveis das famílias.
3) Cuidar de quem cuida: proporcionar a troca de experiências, expectativas
e receios vivenciados pelos familiares cuidadores de pessoas com deficiência,
pessoas idosas ou pessoas com doenças crônicas dependentes, a importância
da inclusão social dessas pessoas, as redes sociais existentes e avaliação da
necessidade de serviços no domicílio, planejamento de ações no território
que promovam inclusão social.
4) O uso de álcool e, ou outras drogas na família: como prevenir, estratégias
de enfrentamento do vício, serviços disponíveis no território e no município,
alternativas de convívio no território para a juventude, crianças e adoles-
centes, a importância da ampliação dos espaços de circulação dos jovens, etc.
OBS.: Dentre os 488 CRAS que não realizam oficinas e atingem uma das metas da dimensão
estrutura física (possuir 2 salas, sendo pelo menos 1 com capacidade superior a 15 pessoas),
58,2% (284) realizam outro(s) Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos.
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
meta, que o estado esclareça o ges- Fica ainda evidenciado que o não al-
tor municipal sobre a necessidade da cance dessa meta não está fortemente
indicação imediata de um dos técni- relacionado à ausência de espaço físi-
cos de nível superior, que atenda aos co, já que 74,7% dos CRAS possuem no
critérios de vínculos estabelecidos mínimo duas salas, sendo pelo menos
para este período anual e com perfil uma delas com capacidade superior a
compatível, para a função de coor- 15 pessoas. No entanto, para aqueles
denador desta unidade pública. Do CRAS em que a atividade não é reali-
contrário, cabe a elaboração de Pla- zada por falta de sala para mais de 15
no de Providências. pessoas, há que se prever solução para
que a meta seja cumprida.
Por outro lado, conforme observação
constante da tabela 02, 58,2% dos O local para o desenvolvimento das
CRAS também ofertam, em suas de- oficinas é de grande relevância, visto
pendências, serviço(s) de convivên- que ele passa a ser referência para
cia e fortalecimento de vínculos, dos as famílias, o “ponto de encontro”. O
quais266 (54,5%) possuem apenas espaço físico precisa ser adequado,
uma sala com capacidade superior a refletindo um ambiente acolhedor e
15 pessoas, o que pode estar criando favorável às trocas, interação e con-
demanda concorrente pelo espaço fí- vivência de seus participantes. Suge-
sico. É importante que o estado esteja re-se, entretanto que, caso o motivo
atento ao fato de que os CRAS podem do não cumprimento desta meta seja
ofertar outros serviços de proteção a não existência de sala com capa-
básica, mas apenas quando esteja ga- cidade para 15 ou mais pessoas no
rantida a oferta com qualidade do PAIF, CRAS, seja temporariamente identifi-
conforme estabelecido nas normativas cado espaço próximo, em outra uni-
do SUAS. Nos casos em que houver dade pública do território, ou encon-
compartilhamento de salas entre PAIF tradas alternativas mais adequadas
e outros serviços de proteção básica, o a cada realidade, de forma que esta
estado deverá orientar o gestor e o co- ação seja garantida aos usuários do
ordenador do CRAS para organizar cro- SUAS.
nogramas de atividades, garantindo es-
paço para oferta dos serviços sem que Ressalta-se, porém, que a utilização
haja qualquer tipo de prejuízo ao PAIF. de espaços fora do CRAS devem ser
Dependendo das variáveis envolvidas uma alternativa emergencial, pois a
no cumprimento desta meta, será ne- utilização prolongada abre margem
cessário elaborar Plano de Providências para descontinuidade das ativida-
que garanta o ajuste da oferta do PAIF des. Portanto, essa utilização deverá
e dos serviços de convivência, mesmo ser prevista como emergencial no
Plano de Providências, sendo obri-
que estes últimos tenham de ser deslo-
gatório também prever prazos para
cados para outro espaço físico, no terri-
tório do CRAS.
a solução definitiva.
33
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Verifica-se que 76,7% dos CRAS que cias, sempre que não for possível
não realizam oficinas têm o quan- cumprir imediatamente a meta.
titativo de técnicos de nível supe-
rior conforme estabelecido para o Finalmente, constata-se que 49,3%
período vigente. Porém, o estado dos CRAS que não realizam esta ação
deve alertar os gestores municipais não possuem materiais pedagógicos,
para o fato de que os CRAS têm de culturais e esportivos. Este pode ser
funcionar com as equipes técnicas um dos fatores que também limitam
completas, por 40 horas semanais. o desenvolvimento desta ação cole-
Além disso, as equipes podem estar tiva de atendimento às famílias. Vale
sobrecarregadas, executando outras ressaltar a necessidade de o estado
atividades que não estejam direta- orientar o gestor municipal e o coor-
mente relacionadas às suas funções. denador do CRAS, sobre que mate-
Se isto estiver ocorrendo, certamen- riais são adequados a esta atividade
te haverá prejuízo para a realização e informar quais recursos podem
das atividades do PAIF, o que pode ser utilizados para essa finalidade,
estar impactando na não realização consideradas as fontes de finan-
das oficinas. Neste caso, faz-se ne- ciamento de cada CRAS. Os saldos
cessário orientar o gestor municipal em conta de recursos destinados
(e do DF) sobre a garantia imediata aos serviços de proteção básica, na
da oferta do atendimento às famí- forma dos pisos de proteção básica
lias pelo PAIF; bem como avaliação (cofinanciamento do MDS), também
da necessidade de um quantitativo poderão ser utilizados para esse fim,
maior de técnicos de forma a garantir excetuando-se os saldos do Projo-
a oferta dos serviços de convivência vem Adolescente, que só podem ser
(sempre que os técnicos de nível su- aplicados no próprio serviço. Infor-
perior estiverem sendo desviados de mações referentes à utilização de
sua função para ofertar serviços de recursos do cofinanciamento federal
convivência no CRAS ou fora dele) e/ poderão ser obtidas na Nota Técnica
ou de outras atividades que os técni- “Orientações referentes à aplicação
cos estejam assumindo (atualização e reprogramação dos recursos finan-
cadastral, por exemplo). ceiros repassados pelo Fundo Nacio-
nal de Assistência Social”, disponível
Nos CRAS nos quais esta meta não no site do MDS: http://www.mds.gov.
vem sendo cumprida por falta de re- br/assistenciasocial.
cursos humanos, é necessário que o
estado discuta essa prioridade com Sugere-se ainda que o estado orien-
o gestor municipal, esclarecendo te as equipes dos CRAS quanto à im-
sobre a importância do cumprimen- portância e complexidade do desen-
to desta meta de desenvolvimento volvimento de oficinas com famílias.
dos CRAS, bem como necessidade Como a preparação das oficinas de-
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
mas, pesquisa das técnicas a serem os profissionais e a família e o agen-
utilizadas, articulação com outros damento da visita domiciliar.
profissionais que possam contribuir
para qualificar os conteúdos a serem É utilizada para o atendimento às
desenvolvidos, a capacitação e for- famílias em sua unidade domiciliar,
mação continuada dos técnicos de em situações específicas, nas quais
nível superior e coordenadores do a família, em especial o responsável
CRAS devem ser asseguradas, com familiar, apresente dificuldades em
todo o suporte técnico necessário comparecer ao CRAS, por vulnerabi-
para que esta seja uma construção lidades diversas. Tem, portanto, im-
coletiva. portância grande, na medida em que
a equipe de referência do CRAS des-
A meta seguinte, que se refere à re- loca-se para chegar até um possível
alização de visitas domiciliares, é es- usuário, identificado pela equipe por
tratégica para localização de famílias algum motivo, significando, em vá-
em situação de maior vulnerabilida- rios casos, a possibilidade de a famí-
de social, ou que tenham dificulda- lia acessar os serviços do SUAS e ter
des de acessar o CRAS. É elemento seus direitos garantidos. As visitas
importante para o trabalho social domiciliares podem ainda ser utiliza-
com famílias referenciadas ao CRAS, das como estratégia de aprofunda-
para o acesso a serviços e benefícios, mento de intervenções que não são
e conaduna-se com a concepção de possíveis em grupo, de vinculação
que a equipe do CRAS deve se deslo- da família ao PAIF e para mobilizar
car até os usuários mais vulneráveis. redes sociais de apoio à família.
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
o período 2010/2011, de técnicos miciliares, seja nas ações de acompa-
de nível superior. Esta é uma situa- nhamento familiar, de atendimento
ção que exige que o estado oriente das famílias, ou de busca ativa. Dos
o gestor para a alcance das metas CRAS que informaram não realizar
de recursos humanos, ou para a ela- essa meta, 63,5% não possuem co-
boração de Plano de Providências, ordenador. Portanto, para seu cum-
onde o município deverá prever um primento, é necessário que o estado
prazo para compor a equipe técnica, oriente o gestor, para que designe e
de acordo com as metas previstas na capacite, o mais rápido possível, um
Resolução CIT nº 05/10. dos técnicos de nível superior para
exercer a função de coordenador.
Cerca de 60% de CRAS que não re-
alizam visita domiciliar atendem o Qualquer que seja o motivo do não
quantitativo exigido de RH. Nestes cumprimento desta meta de desen-
casos, há que se verificar se o CRAS volvimento do CRAS parece perti-
tem coordenador. Caso sim, cabe nente que o estado invista em ca-
questionar se a equipe está ocupa- pacitação, formação continuada e
da com outras funções que a des- orientação técnica para superação
viam desta tarefa; se não dispõe de do descumprimento de normativa.
informações (e dados) estratégicos No caso dos CRAS que não recebem
para realizar as visitas; ou não com- regularmente informações que auxi-
preende a necessidade de realização liem nas decisões relativas à realiza-
destas visitas. Muitos CRAS ainda ção das visitas domiciliares, é impor-
trabalham de modo reativo, ou seja, tante capacitar os gestores, diretores
em reação à busca das famílias pelo e equipes das Secretarias Municipais
serviço. Um dos desafios da prote- para que organizem a disponibiliza-
ção básica é fazer compreender aos ção de informações estratégicas para
coordenadores e equipes de CRAS, que as equipes dos CRAS possam
bem como gestores municipais, so- planejar esta atividade, sempre que
bre a importância das visitas domici- necessário.
liares como instrumento de inclusão
da população vulnerável potencial- As duas próximas metas (números 4
mente usuária da Assistência Social. e 5) referem-se a públicos que de-
vem ser prioritariamente inseridos
Uma variável relevante, que parece no acompanhamento de famílias,
impactar muito na não realização de sempre que identificada necessida-
visitas domiciliares, é a inexistência de ou interesse. Como são públicos
do coordenador. Afinal, dentre suas prioritários, é importante que se dis-
funções está a de gerir as informa- ponha de informações sistemáticas
ções do território, definindo e pro- no CRAS, sobre estas famílias, que
gramando, junto com a equipe, quais deverão ser contatadas pela equipe
famílias deverão receber visitas do- técnica de nível superior do CRAS,
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
sempre que necessário, por meio da sem Miséria,) necessárias para pla-
busca ativa (ver meta 8), que pode se nejar a priorização de atendimento,
materializar inclusive por meio de vi- acompanhamento e de busca ativa.
sita domiciliar. Para tanto, será neces- Deve, ainda, orientar acerca da ne-
sário que as Secretarias Municipais (e cessidade de ações de busca ativa e
do DF) garantam, sob sua coordena- coletar informações junto aos CRAS
ção, a gestão articulada de serviços, e, quando for o caso, inseri-las nos
benefícios e transferência de renda, sistemas de informação necessários
de forma a viabilizar a localização da- (por exemplo, o Sistema de Condi-
quelas famílias que se encontram em cionalidades - SICON), de forma a
situação de vulnerabilidade ou risco observar e analisar as ofertas e ações
social, para que lhes sejam garantidos das unidades, vis-a-vis as necessida-
os direitos sociais e de forma a con- des do território.
tribuir para organizar o trabalho das
equipes dos CRAS.
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
tificação de riscos e vulnerabilidades Programa de Erradicação do Trabalho
que dificultam o seu acesso aos servi- Infantil/PETI), o que foi cumprido por
ços sociais a que têm direito. meio do SICON e outros sistemas da
RedeSUAS.
A atividade de acompanhar as famí-
lias em descumprimento de condicio- De acordo com o protocolo, cabe ao
nalidades, por meio do PAIF, não deve Estado analisar e sistematizar infor-
ser imposta, mas sim construída em mações recebidas e outros dados dis-
conjunto com a família, com vistas à poníveis, e apoiar os municípios no
superação dos fatores que geraram desenvolvimento de estratégias para
o descumprimento de condicionali- prevenção e enfrentamento de situa-
dades. Algumas famílias requererão ções de vulnerabilidade e risco social.
acompanhamento particularizado,
outras acompanhamento em grupo, Os municípios e DF devem, por sua
já outras demandarão atendimento vez, garantir que as informações ter-
(ver meta 1). ritorializadas cheguem aos CRAS (ou
CREAS), com a regularidade necessá-
O acompanhamento familiar vol- ria, de forma a enriquecer o conhe-
tado a esse público deve seguir as cimento do território de abrangência
orientações gerais que tratam do do CRAS e possibilitar a localização
acompanhamento familiar no âmbi- destas famílias (por busca ativa ou
to do SUAS. O Protocolo de Gestão visita domiciliar).
Integrada (Art 20, § único) afirma que
o acompanhamento “às famílias do Todo processo de acompanhamento
PBF e PETI que estão em “suspensão familiar deverá ser registrado, pelo
do benefício por dois meses” deverão técnico, no Prontuário da Família.
ter caráter mais particularizado, ten- Sempre que se tratar de famílias em
do seu acesso garantido por meio de descumprimento de condicionali-
busca ativa, de modo a assegurar o dades em “suspensão do benefício
direito das crianças, adolescentes e jo- por dois meses”, cujos motivos en-
vens, bem como a segurança de renda sejem acompanhamento pelo PAIF,
da família. As demais famílias deverão e o técnico responsável pelo acom-
ser acompanhadas por meio de ativi- panhamento considerar pertinente
dades de caráter mais coletivo.” a interrupção temporária dos efeitos
do descumprimento de condicionali-
Com o intuito de apoiar os municí- dades do PBF, deve-se assegurar que
pios, DF e estados nesse processo, o este registro (posicionamento favo-
Protocolo de Gestão Integrada pre- rável do técnico à interrupção) seja
vê que o MDS deverá disponibilizar inserido no Módulo de Acompanha-
informações sobre as famílias em mento Familiar do SICON. A inserção
descumprimento de condicionalida- da informação no sistema pode ser
des (do Programa Bolsa Família e do realizada pelo gestor do PBF, (que se-
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
rão registradas em formulário, a mão referência do CRAS, após receber as
e depois registradas no Sistema); ou informações territorializadas, deve
diretamente pelo profissional que fazer um estudo social e verificar
realiza o acompanhamento familiar, se o descumprimento de condicio-
desde que tenha acesso ao sistema nalidades materializa a ocorrência
para inserção de dados18. No caso de situações de vulnerabilidade e
dos CRAS que não acessam o SICON risco social, traçando estratégias de
e que a inserção da informação será atendimento condizentes com as se-
feita por outro profissional que não guranças afiançadas pela política de
o técnico responsável pelo acompa- assistência social (Protocolo de Ges-
nhamento da família, é muito impor- tão Integrada Art 21, §1°), bem como
tante que seja garantido o sigilo das de encaminhamento para outros
informações prestadas pela família setores, ou para Proteção Especial,
ao profissional do PAIF. Estas infor- sempre que necessário. Devem ser
mações estarão registradas, a mão, atendidas ou acompanhadas pela
em formulário e deverão chegar, de Proteção Social Básica as famílias
forma sigilosa, até o profissional que cujo motivo de descumprimento de
as lançará no Sistema. condicionalidades, de pelo menos
um de seus membros, seja “gravidez
O SICON permite que o município na adolescência” e, “negligência dos
ou DF, no nível central, visualize to- pais ou responsáveis em relação à
das as famílias em descumprimen- criança ou ao adolescente”.
to, para as quais houve interrupção
temporária dos efeitos do descum- O Protocolo ainda enfatiza que nos
primento, que estão em acompa- casos de descumprimento de condi-
nhamento. Desde que atendida ou cionalidades sem motivo informado
acompanhada pelo PAIF ou PAEFI, pela educação, tão logo as causas do
essa ferramenta permite ainda que a descumprimento sejam identifica-
família tenha sua segurança de ren- das, a equipe do CRAS deve informar
da afiançada, mesmo que esteja em ao órgão gestor da Assistência Social,
descumprimento de condicionalida- para registro no SICON19, para que
des, contribuindo para a superação tome as providências cabíveis, por
das dificuldades que a impedem de nível de proteção social adequado
cumprir as condicionalidades. (Protocolo de Gestão Integrada Art.
21, § 2°). Se o motivo do descumpri-
Explicando melhor, nos casos atinen-
tes à Proteção Básica, a equipe de 19 Na maior parte dos municípios, em que o
Cadastro Único e a gestão do Bolsa Família estão
informação no SICON deverá ser tomada pelo Social, o Secretário Municipal ou do DF (ou quem
gestor municipal, que deverá garantir a estrutura ele designar) definirá o responsável por fazer o
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definição de fluxos e procedimentos.
técnicos (ou outro profissional) do CRAS.
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
mento se referir a outras políticas se- ser mantido no CRAS, para todas as
toriais, a equipe do CRAS, na pessoa famílias acompanhadas; nem a cons-
do coordenador, deverá comunicar o trução do Plano de Acompanhamen-
órgão gestor da área específica (Art. to Familiar (ver meta 1). A Interrupção
24, § único). Temporária dos Efeitos do Descum-
primento de Condicionalidades, que
Concluindo, o(s) profissional(is) res- motiva o preenchimento do SICON,
ponsá-vel(is) pelo acompanhamento constitui-se numa medida que os
das famílias em descumprimento de técnicos devem lançar mão sempre
condicionalidades, deverão registrar que a considerarem importante, no
no SICON (ou encaminhar informa- processo de acompanhamento, para
ção para registro) todas as famílias a garantia dos direitos das famílias.
para as quais se fez opção pela in-
terrupção temporária dos efeitos do Caso os técnicos do CRAS não aces-
descumprimento de condicionalida- sem o SICON, será necessário que
des sobre o benefício (Art. 11, IX). A encaminhem com regularidade a
interrupção visa conceder o tempo ser definida pela Secretaria Muni-
necessário para que as situações de cipal ou do DF, informações que,
vulnerabilidade e risco sociais, que após encaminhadas ao órgão cen-
impedem ou dificultam o acesso das tral, deverão ser registradas no SI-
CON, por profissional designado
famílias aos direitos de educação,
para esta função, com cuidado para
saúde e assistência social, previstos
não perder prazos importantes,
pela Constituição Federal, sejam su-
que possam representar prejuí-
peradas, num esforço conjunto entre
zos para as famílias beneficiárias
poder público e família. de transferência de renda do PBF.
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
município ou DF, territorializadas, possível interferência do “uso de lis-
sobre as famílias em descumpri- tagens de beneficiários do Programa
mento de condicionalidades, moti- Bolsa Família”; “acesso ao SICON”;
vos, e se em advertência, bloqueio, “acesso a computador com internet
1ª suspensão ou 2ª suspensão. no CRAS”; “existência de coordena-
dor”; e quantitativo de Recursos Hu-
A senha de acesso ao SICON deve
manos, por meio da variável “número
ser fornecida pelo gestor municipal
de profissionais de nível superior”.
do PBF, tanto para técnicos da Secre-
taria de Assistência Social, quanto
Conforme se observa na Tabela 04 a
para o coordenador e técnicos do
CRAS, se for o caso. A definição de seguir, dos 1.541 CRAS que não rea-
quem deve ter acesso é do Secretá- lizam o acompanhamento prioritário
rio Municipal de Assistência Social, das famílias em descumprimento de
ou quem ele designar. condicionalidades do PBF, 1.167 (cerca
de 76%) possuem o quantitativo de
A disponibilização de informações aos técnicos de nível superior previsto para
CRAS (e CREAS), pela Secretaria, bem o período anual 2010/2011. No caso
como análise do retorno de informa- dos 374 CRAS que não dispõem do
ções das unidades de proteção básica quantitativo de técnicos exigido, faz-se
(e especial), coloca o desafio, para os necessário adequar o quanto antes, de
gestores, de incrementar a vigilância forma a garantir condições básicas para
social do município ou DF, de forma o cumprimento dessa meta.
a possibilitar a identificação das famí-
lias que deverão ser acompanhadas Por outro lado, constata-se que
(ou atendidas) pela proteção básica; 65,8% dos CRAS que não cumprem
o conhecimento das necessidades esta meta não possuem coordenador.
de serviços nos territórios dos CRAS Essa situação é preocupante, haja
e da ocorrência de vulnerabilidades vista a relevância do coordenador do
e riscos em âmbito municipal ou Dis- CRAS no processo de gestão articu-
trital. Faz-se ainda necessário esta- lada entre transferência de renda e
belecer diretrizes que fortaleçam a serviços. Na orientação inicial sobre
articulação em rede no(s) território(s) esta meta fica clara a importância
e garantir a capacitação das equipes do papel de gestão, tanto das Se-
para que incluam as famílias que ne- cretarias quanto dos CRAS, para seu
cessitam, nos serviços do SUAS, con- cumprimento. Neste sentido, nos ca-
tribuindo para a consolidação de uma sos em que não há coordenador de-
rede de proteção social. signado, é importante que o gestor
municipal (ou do DF) seja orientado
No caso da variável relativa ao acom- a designar um coordenador; definir
panhamento prioritário das famílias fluxos para que a gestão articulada
em descumprimento de condicio- entre serviços e transferência de
42 nalidades do PBF foi investigada a renda funcione; e que o coordenador
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Tabela 04 – CRAS que não realizam acompanhamento prioritário das
famílias em descumprimento de condicionalidades do PBF
Número de
Situação Percentual
CRAS
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
setoriais, de modo a proporcionar o constantes do Protocolo de Gestão
fortalecimento dos laços familiares e Integrada e da Meta 1.
comunitários, bem como o acesso das
famílias a outros direitos. Particular atenção deve ser dada às
famílias das crianças e adolescen-
O acompanhamento das famílias com tes beneficiários do BPC que estão
beneficiários do BPC pressupõe reco- fora da escola. A fim de promover o
nhecê-los como segmentos popula- acesso à escola, ao convívio familiar
cionais com graus de risco e vulnera- e comunitário e aos demais direitos
bilidade social variados, considerando desse segmento populacional, foi
as características do ciclo de vida do criado o Programa BPC na Escola21
idoso, da deficiência e do grau de in- com o objetivo de promover a eleva-
capacidade da pessoa com deficiên- ção da qualidade de vida e dignida-
cia, bem como as características das de de crianças e adolescentes com
famílias e da região onde vivem. deficiência e beneficiários do BPC. O
programa é voltado prioritariamente
No caso das famílias com pessoas para os beneficiários de 0 a 18 anos,
com deficiência beneficiárias do BPC, garantindo-lhes o acesso e a perma-
o acompanhamento familiar do PAIF nência na escola, bem como acesso a
constitui, em muitos casos, a possibi- outros direitos, o que, em muitos ca-
lidade de se trabalhar e superar bar- sos, depende do trabalho inicial do
reiras e preconceitos (com a família e PAIF com as famílias ou da ação do
comunidades); e de assegurar a inclu- coordenador do CRAS, na integração
são social e inserção das pessoas em com serviços de outros setores.
situação de isolamento nos serviços
do SUAS e de outras políticas públi- O Programa BPC na Escola, envol-
cas. Nestes casos, a busca ativa (ver ve as políticas de assistência social,
meta 8) e a visita domiciliar (ver meta educação, saúde e direitos huma-
3) constituem o primeiro contato nos, de modo a criar condições para
qualificado com essas famílias, o que, o desenvolvimento da autonomia,
após elaboração do estudo social, participação social e emancipação
decorre uma avaliação, junto com a da pessoa com deficiência. Uma de
família, sobre sua inserção em acom- suas principais ações é a identifica-
panhamento (coletivo ou particulari- ção de barreiras que impedem ou di-
zado) ou nos atendimentos do PAIF. ficultam o acesso à educação regular
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Nos casos em que houver violação se público, de modo a conhecer suas
de direitos, as famílias devem ser vulnerabilidades e planejar ações
referenciadas, pelo CRAS, ao CREAS, para seu atendimento/acompanha-
e serem acompanhadas pelo PAEFI. mento. A busca ativa nem sempre se
traduz em visita domiciliar23. Diver-
A relação de beneficiários do BPC, sas estratégias devem ser utilizadas
disponibilizada pela Secretaria Na- para se atingir o objetivo de alcançar
cional de Assistência Social – SNAS, estas famílias, como por exemplo, di-
no sítio do MDS, constitui um instru- vulgação dos serviços ofertados nos
mento de planejamento estratégico CRAS utilizando variadas mídias; en-
do Distrito Federal e dos Municípios vio de correspondências às famílias,
para a oferta de serviços socioas- convidando-as para uma primeira
sistenciais, visando o acompanha- acolhida no CRAS; divulgação de lis-
mento dos beneficiários do BPC e tas em locais estratégicos, ou ainda
de suas famílias. Para auxiliar nesse contando com apoio de outras uni-
processo, o SUASWEB disponibiliza dades e políticas públicas.
o acesso, por parte dos gestores, ao
cadastro dos beneficiários do BPC Ressalta-se que para muitos pro-
por município/DF de três formas: fissionais dos CRAS o atendimento/
por espécie (pessoa com deficiência acompanhamento dos beneficiários
ou idoso), por concessão e por faixa com deficiência do BPC é novo e de-
etária. (link:http://aplicacoes.mds. safiador. Portanto antes do início da
gov.br/suasnob/pesquisarBpcFaixa. busca ativa será necessário que a
action). equipe seja organizada e preparada
para desenvolver este trabalho, rea-
A Secretaria de Assistência Social (ou lizando estudos, leituras, discussões,
congênere), por meio de sua equipe oficinas sobre o tema da deficiência,
de Vigilância Social ou de gestão do considerando sua transversalidade
SUAS, deverá acessar e organizar es- em todas as ações e serviços no âm-
sas informações de forma territoria- bito do CRAS. Há necessidade de se
lizada e enviar para cada CRAS (ou conhecer e avaliar a especificidade
CREAS) a listagem dos beneficiários de questões que envolvem o aten-
do BPC de sua área de abrangência dimento à diversidade de demandas
(a partir do CEP dos bairros que com- das pessoas com deficiência, desta-
põem os territórios), conforme artigo cando o trabalho em rede e articula-
26 do Protocolo de Gestão Integrada ção com as demais políticas setoriais
e, sempre que possível, por barreira para garantir a segurança de renda,
identificada. o convívio familiar e comunitário, e
com vistas a agregar condições e va-
Com esses dados em mãos, a equipe
de referência do CRAS deve organi- 23 Para mais informações sobre busca ativa, ver
zar um processo de busca ativa des- Meta 8.
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
lores necessários à autonomia des- tante por parte da Secretaria de As-
ses indivíduos, conforme preconiza a sistência, de verificar quais benefi-
PNAS e a NOB/SUAS. ciários já estão ou não inseridos no
CadÚnico. Sempre que listagens de
O gestor municipal ou do DF deve- beneficiários do BPC (por barreiras
rá ainda envidar esforços para in- identificadas) forem encaminhadas
serir todos os beneficiários do BPC para CRAS ou CREAS, a informação
no Cadastro Único (CadÚnico), con- sobre inserção no CadÚnico deve
forme previsto na Portaria MDS nº ser fornecida. Desta forma, as
706/2010. Estratégias mais amplas equipes responsáveis pelo acom-
que garantam o cadastramento po- panhamento familiar podem reali-
dem ser organizadas, pelas Secreta- zar o encaminhamento, a partir do
rias Municipais e do DF, por meio do primeiro contato estabelecido com
cruzamento de informações (o que a família. A Secretaria, por meio do
pode contar com apoio do Estado), serviço de Vigilância Social poderá
que devem chegar ao CRAS, de for- definir um cronograma para garan-
ma a assegurar que sempre que a tir que todos os beneficiários do
equipe do PAIF atender ou acompa- BPC sejam inseridos no CadÚnico,
nhar uma família com beneficiário do e devem monitorar e avaliar o pro-
BPC que não esteja no Cadastro, seja cesso. A própria Secretaria pode es-
com ela marcada agenda para cadas- tabelecer processos de busca ativa
tramento. Este registro possibilitará desses beneficiários, de forma a as-
um conhecimento mais aprofundado segurar o cumprimento da referida
do beneficiário e de seus familiares; Portaria. Os CRAS e CREAS deverão
a realização de diagnóstico das si- ser envolvidos no processo, por
tuações de risco e vulnerabilidade meio de seus coordenadores.
social; a inclusão na rede de serviços
socioassistenciais e de outras políti- No que se refere aos benefícios
cas sociais; além de servir como base eventuais24, salienta-se que inte-
de dados para o processo de revisão
bienal do benefício. Assim, o CRAS, 24 Conforme Decreto nº 6307de 14 de dezembro
sempre que fizer acolhimento de de /2007, cabe aos municípios e DF, segundo
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
gram organicamente as garantias buindo, desta forma, com o forta-
do SUAS, com fundamentação nos lecimento das potencialidades de
princípios de cidadania e dos di- indivíduos e familiares, dos vínculos
reitos sociais e humanos. Para que familiares e da convivência e partici-
os benefícios eventuais sejam efe- pação comunitária.
tivados como direito social devem
ser prestados e integrados à rede Operacionalizar, no âmbito da Prote-
de serviços socioassistenciais com ção Básica, o acompanhamento prio-
agilidade e presteza, primando-se ritário às famílias com beneficiários
pela qualidade independentemente do BPC (conforme barreiras identifi-
da situação financeira do usuário. cadas) e as que recebem benefícios
Nessa direção a Secretaria de As- eventuais pressupõe a gestão arti-
sistência Social do município ou DF culada entre serviços e benefícios,
deverá encaminhar, periodicamente o que é uma atribuição da Secretaria
aos CRAS, listagens de beneficiários Municipal (ou do DF) de Assistência
dos benefícios eventuais, de modo Social, conforme normatizado no
que as equipes dos CRAS possam Protocolo de Gestão Integrada – que
desenvolver ações que possibilitem estabelece responsabilidades e pro-
a essas famílias acesso à rede de cedimentos, padrão de organização
proteção social do território, sem- e repasse de informação sobre as fa-
pre que couber. mílias referenciadas aos CRAS e CRE-
AS (art. 14) e já descrito na Meta 4.
No caso de municípios e DF que fize-
ram opção pela oferta de benefícios O acompanhamento prioritário das
eventuais no CRAS, a concessão de- famílias com beneficiários do BPC e
verá se orientar pelas diretrizes ema- que recebem (ou receberam) bene-
nadas da Secretaria Municipal (ou do fícios eventuais somente compõe o
DF), que deve ter critérios de acesso rol de atividades do PAIF se há uma
transparentes e que possam ser ex- intencionalidade por parte da equipe
plicitados para qualquer usuário do de referência do CRAS em atender tal
CRAS. Neste caso, há que se prever, público com precedência – por meio
para essa finalidade, profissional(ais) de busca ativa e planejamento das
para além da equipe técnica de re- ações de acompanhamento, de acor-
ferência do CRAS e espaço físico es- do com a situação vivenciada pela fa-
pecífico, de forma a não prejudicar a mília. Também é condição para esta
oferta do PAIF no CRAS. ação, que a Secretaria Municipal (ou
do DF) tenha organizado os fluxos,
procedimentos e definido responsa-
Neste sentido, os benefícios even-
bilidades sobre a disponibilização de
tuais podem configurar-se como
informações para os CRAS e recep-
elementos potencializadores da
ção de informações sobre acompa-
proteção ofertada pelos serviços de nhamento e encaminhamentos rea-
natureza básica ou especial, contri- lizados, de forma regular; bem como 49
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
definido as ofertas acessíveis, espe- maior vulnerabilidade, em serviços
cialmente às pessoas com deficiência do SUAS, prevenindo seu isolamento
e idosas. Sem isso, a equipe do CRAS e encaminhando para outros setores,
não tem como fazer os encaminha- sempre que necessário. Do total de
mentos para a rede socioassistencial CRAS que não cumprem esta meta,
ou de outros setores. 43,6% informaram não possuir a lis-
ta dos beneficiários do BPC de seu
Com relação ao não alcance desta território e 61,2% informaram não
variável investigou-se a possível in- possuir coordenador, duas variáveis
terferência do número de profissio- fundamentais para seu cumprimento.
nais de nível superior; a existência de
coordenador; e o uso de listagens de No caso dos CRAS que não cumprem
beneficiários. Os dados são apresen- a meta por não disporem da lista ter-
tados na Tabela 05. ritorializada, com informações sobre
os beneficiários do BPC e de benefí-
Observa-se que 3.772 CRAS não re- cios eventuais, cabe uma orientação
alizam acompanhamento prioritário ao gestor municipal ou do DF, por par-
a famílias com beneficiários BPC e te da equipe do Estado, e apoio técni-
de benefícios eventuais. Como esta co para que a Secretaria organize as
meta deverá ser cumprida até o últi- informações disponíveis e defina flu-
mo dia do preenchimento do Censo xos, responsabilidades e procedimen-
SUAS/CRAS 2011, os municípios e tos que garantam seu cumprimento;
DF que ainda não cumprem deverão bem como definição de como será a
se organizar para garantir o acompa- ação de acompanhamento deste pú-
nhamento dessas famílias no âmbito blico (desde a acolhida até inserção
da proteção básica, promovendo a no acompanhamento); a coordenação
inclusão de membros em situação de deste processo no CRAS e na Secreta-
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
ria; a elaboração do Plano de Acom- com perfil e qualificado para essa
panhamento das Famílias; registro no ação, dificilmente se garante seu
Prontuário da Família; definição dos cumprimento.
serviços que complementam o traba-
lho com famílias e inserem membros Finalmente, ressaltamos que 20,4%
mais vulneráveis; definição de fluxos dos CRAS que não cumprem esta meta
de encaminhamento; capacitação dos não dispõem do quantitativo exigido
profissionais para garantir a acessibi- de técnicos de nível superior. Os mu-
lidade; aquisição de materiais e de nicípios e DF que se encontram nesta
equipamentos; e adequações de es- situação, precisam fazer adequação o
paço físico, necessários para a inclu- quanto antes (e prever em Plano de
são destes usuários. Em última ins- Providências, caso não tenham ainda
tância, trata-se de criar as condições solucionado a questão do RH exigido
para a efetiva implantação do Proto- para o período 2009/2010), de forma
colo de Gestão Integrada entre servi- a garantir que o acompanhamento a
ços e benefícios, no âmbito do SUAS. essas famílias se efetive. Os municí-
pios e DF deverão se organizar para
Neste sentido, o estado deve orien- garantir, no caso destes últimos CRAS,
tar o gestor quanto ao papel primor- que a equipe seja composta, de for-
dial da gestão municipal (e do DF) na ma a garantir que esta atividade seja
garantia do acesso dos beneficiários realizada até o último dia do preen-
do BPC e suas famílias ao PAIF, con- chimento do Censo SUAS/CRAS 2011.
siderando seus perfis e a situação de Os Estados e MDS deverão dar o apoio
vulnerabilidade e risco social em que necessário para que seja cumprido no
se encontram. Deve ainda ser ressal- prazo pactuado nacionalmente.
tada a importância do planejamento
das medidas necessárias para garan- Sugere-se ainda que o gestor pro-
tir o acesso, estabelecendo fluxos, mova articulação com os conselhos
procedimentos e responsabilidades de políticas, conselhos de direitos e
entre a Secretaria de Assistência So- Ministério Público para que o contro-
cial e os CRAS, como forma de garan- le e a defesa dos direitos dos bene-
tir que cheguem, às unidades, infor- ficiários do BPC e de seus familiares
mações territorializadas, permitindo sejam assegurados.
o planejamento de ações do PAIF.
As duas metas (números 6 e 7),
No caso dos CRAS que não cumprem apresentadas a seguir, referem-se à
esta meta e para os quais ainda não atribuição da equipe de referência
foi designado um coordenador, será dos CRAS de realizar encaminha-
necessário orientar os gestores mu- mento ou orientação das famílias
nicipais (e do DF), para a necessida- para acesso a benefícios e trans-
de de se cumprir, o mais rápido pos- ferência de renda, sempre que es-
sível, esta meta. Sem coordenador tiverem nos critérios. A gestão ar-
51
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
ticulada entre serviços, benefícios e a conquista da cidadania destes
e transferência de renda compre- membros e suas famílias.
ende, conforme normatiza o Proto-
colo de Gestão Integrada, além do A participação do Distrito Federal e
acompanhamento prioritário das dos Municípios no processo de habi-
famílias beneficiárias (e dos bene- litação ao BPC consiste na oferta de
ficiários, no caso dos benefícios e informações e orientações quanto
BPC), a identificação e encaminha- aos seus critérios, objetivos e dinâ-
mento para acesso à renda, daque- mica, na disposição de serviços que
les que têm direito. Essa é uma facilitem o acesso a documentos e
atribuição dos técnicos do PAIF, no formulários necessários ao seu re-
desenvolvimento do trabalho so- querimento e na garantia do acesso
cial com as famílias referenciadas aos trâmites institucionais do seu
ao CRAS, mas também do coorde- requerimento junto ao Instituto Na-
nador, que é responsável por asse- cional do Seguro Social (INSS). Para
gurar a implantação do Protocolo tal, faz-se necessária uma boa articu-
de Gestão Integrada, no território lação com o INSS, para obtenção de
de abrangência do CRAS. Como se maior qualidade na operacionaliza-
poderá observar, o cumprimento ção do BPC, oferecendo segurança e
destas duas metas depende, so- conforto para os requerentes.
bretudo, da organização e coorde-
A efetividade desse processo depen-
nação da gestão articulada, o que
de de um investimento do gestor de
é de responsabilidade do gestor
assistência social (ou congênere) no
municipal ou do DF.
estabelecimento de fluxos de en-
caminhamentos e informações no
âmbito do SUAS com as agências do
Instituto Nacional do Seguro Social
6. Orientação/
(INSS), o que deve ser assegurado
acompanhamento para
no nível central, com participação da
inserção no BPC (2009/2010)
Vigilância Social. Faz-se necessário
Consiste no processo de orientação definir o fluxo de encaminhamento
ao usuário (e sua família), visando para INSS, bem como de retorno da
o direcionamento para as agências informação do INSS para Secretaria;
do Instituto Nacional do Seguro So- e da freqüência com que a Secretaria
cial (INSS) e acompanhamento das irá informar o CRAS sobre acesso do
famílias que possuem algum de referido usuário ao benefício. O co-
seus membros que atendem o per- ordenador do CRAS será responsável
fil de inserção no BPC, com priori- por fazer cumprir o fluxo, no âmbito
dade para as famílias do Plano do território, assegurando que os
Brasil sem Miséria, com o objetivo técnicos estejam bem informados e
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
ramento. O retorno da informação cumprimento desta meta, buscou-se
sobre inserção no benefício, para a averiguar a possível interferência do
equipe do CRAS, responsável pelo número de profissionais de nível su-
acompanhamento (ou atendimento) perior e existência de coordenador no
da família, é de fundamental impor- CRAS, sobre o não cumprimento. Um
tância. total de 338 CRAS não cumpre esta
meta, como se observa na Tabela 06.
Nem toda família encaminha- Com relação aos CRAS que não rea-
da para acesso ao benefício será
lizam orientação/acompanhamento
acompanhada. Deverão ser acom-
para inserção de famílias no BPC,
panhadas, com prioridade, as que
mais uma vez é possível observar a
apresentem situações indicadas na
relação entre a inexistência de co-
Meta 5. Para mais informações so-
bre acompanhamento, ver Meta 1. ordenador e o não cumprimento da
meta, afinal, dos 338 CRAS nesta si-
Somente é possível afirmar que há tuação 67,2% não possuem coorde-
um processo de orientação/acompa- nador, ator estratégico para a gestão
nhamento para inserção de famílias do território, articulação e coordena-
no BPC, se já houve o estabeleci- ção de processos para acesso a di-
mento de fluxos entre a Secretaria reitos, e interlocutor privilegiado do
de Assistência Social (ou congênere) CRAS com a Secretaria Municipal (ou
e as agências do INSS; se o coorde- do DF). Neste sentido, os municípios
nador do CRAS conhece e alimenta ou DF que ainda não designaram co-
esse fluxo; e, ainda, se o serviço de
ordenador de CRAS deverão fazê-lo
Vigilância Social garante que essa
o quanto antes, ou prever esta desig-
meta seja cumprida, avaliando a re-
nação em Plano de Providências.
lação entre encaminhamentos feitos
ao INSS e benefícios gerados, repas- O quantitativo de técnicos parece
sando tal informação ao CRAS. não ter influência na realização da
atividade uma vez que a maioria dos
Dada a centralidade da gestão arti- CRAS (74,6%) cumpre a exigência
culada benefícios e serviços, para do período anual vigente. No entan-
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Como em 97% dos municípios bra- Nos casos em que o Cadastro Único é
sileiros o Cadastro Único é operado operado no CRAS, ou mesmo quando
pela Secretaria de Assistência Social, as atualizações cadastrais são feitas
o cumprimento desta meta depende no CRAS, torna-se necessário dispor
de um investimento do gestor muni- de espaço físico e de recursos hu-
cipal de assistência social (ou congê- manos suficientes, específicos para
nere) no estabelecimento de fluxos essa finalidade. Os técnicos de nível
de encaminhamentos entre o CRAS e superior da equipe de referência do
as unidades (ou locais) responsáveis CRAS não podem assumir essa atri-
pelo cadastramento, no município buição, sob pena de deixarem de re-
(ou DF). Também é preciso que se- alizar as atividades fundamentais do
jam previstos retorno das informa- PAIF, conforme já explicitado.
ções ao CRAS, de forma organizada,
No entanto, é bastante interessante
sobre o acesso das famílias à renda,
que os técnicos tenham acesso às
ou inclusão no CadÚnico (neste caso
informações do CadÚnico. Desta for-
com indicação do NIS, para que seja
ma, eles, que são responsáveis pelo
registrado no prontuário da família),
acompanhamento e atendimento do
o que pode ser feito definindo-se
PAIF, podem sempre se certificar das
quais informações devem retornar
famílias que precisam fazer atualiza-
ao CRAS, com que periodicidade e
ção cadastral, devem ser cadastradas
quem será responsável por encami-
(quando ainda não o foram), ou enca-
nhar a informação, o que pode variar
minhadas para acesso à renda. Além
em cada município (ou DF), a depen-
disso, várias informações disponíveis
der de sua estrutura administrativa.
no cadastro servem como elemen-
tos importantes para conhecimento
Somente é possível afirmar que há da família por parte do técnico. Se
um processo de encaminhamen-
o técnico não acessa informações do
to para inserção no CadÚnico, se já
CadÚnico, há que se verificar a pos-
houve o estabelecimento de fluxos
sibilidade destas informações serem
entre o CRAS e instâncias responsá-
encaminhadas ao CRAS e anexadas
veis pelo cadastramento e pela or-
ganização estratégica de dados (que aos prontuários, de forma a evitar
devem chegar aos CRAS e retornar duplicidade de informações a serem
ao nível central), sob coordenação prestadas pelas famílias e racionalizar
da Secretaria Municipal ou do DF, e o tempo dedicado ao atendimento.
se o coordenador do CRAS avalia,
No caso dos CRAS que não reali-
com regularidade, esse processo,
zam encaminhamento para inserção
contribuindo para seu aprimora-
de famílias no CadÚnico, propõe-
mento, junto ao órgão central. Trata-
-se analisar, com base nos dados
se, portanto, da implantação, na sua
totalidade, do Protocolo de Gestão da Tabela 07, a possível interfe-
Integrada entre serviços e transfe- rência do quantitativo de Recursos
rência de renda. Humanos(número de profissionais de 55
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Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Tabela 07 – CRAS que não realizam encaminhamento para inserção de
Famílias no CadÚnico
Número de
Situação Percentual
CRAS
*Observação: Dentre os 178 CRAS que não realizam encaminhamento para inserção de famílias no
CadÚnico e possuem acesso ao sistema para inserção de dados ou para consulta/pesquisa, 70,2% (125) CRAS
realizam cadastramento ou atualização cadastral do CadÚnico.
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
ao cumprimento desta meta, seja no CadÚnico, racionalizar as ofertas
assegurada. e traduzir o referenciamento dos
serviços ao CRAS em ação concreta,
Embora apenas 20% dos CRAS que
tornando a principal unidade pública
não cumprem esta meta não tenham
de proteção básica, uma referência
o número exigido de profissionais de
para a população local.
nível superior, nestes casos há que
se orientar o gestor para a necessi- A busca ativa é uma atividade estra-
dade de compor a equipe, de forma tégica do SUAS. Deve, portanto, ser
a garantir que esta atividade seja in- coordenada pela Secretaria Munici-
corporada como rotina, nos CRAS, o pal (ou do DF) e ser tratada em reu-
que deve ser objeto de orientação niões regulares com participação dos
por parte do estado e de busca de coordenadores de CRAS, conforme se
soluções urgentes, por parte destes verá adiante. No âmbito do Plano Bra-
municípios (ou DF), cabendo elabo- sil sem Miséria, a atividade de busca
ração de Plano de Providências e de ativa será potencializada por meio de
Plano de Apoio, para cumprimento parcerias com outras políticas seto-
da meta. riais e apoio da sociedade civil. Para
tal, a Prefeitura Municipal ou Gover-
As duas próximas metas (números
no do DF deverá conferir ao gestor
8 e 9) referem-se a atividades de
da política de assistência social a
gestão do CRAS e, portanto, são
coordenação da busca ativa, definir
altamente dependentes da exis-
fluxos intersetoriais e procedimentos
tência do coordenador do CRAS, e
de tratamento das informações, com-
também da definição clara de dire-
petências e responsabilidades dos
trizes, responsabilidades, fluxos e
atores envolvidos, bem como equipar
procedimentos por parte da Secre-
o órgão gestor de Assistência Social
taria Municipal ou do DF, o que tem
(responsável pela coordenação) com
incidência direta sobre a gestão da
recursos humanos e materiais para
proteção básica do SUAS.
execução exitosa de tal tarefa.
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
a Vigilância alimenta as equipes dos dor; do uso de listagens de famílias
CRAS, estabelecendo relação com o inscritas no Cadastro Único de seu
departamento (setor ou coordena- território de atuação; e da existência
ção) de proteção básica que, por sua de veículo para locomoção da equipe,
vez, é responsável pela coordenação conforme dados da Tabela 08.
dos CRAS. A busca ativa é, portanto,
componente fundamental ao desen- Dentre as prováveis variáveis que
volvimento do PAIF. contribuem para prejudicar a reali-
zação de busca ativa, mais uma vez
A realização de busca ativa somen- chama atenção a inexistência de
te é efetiva se ocorre de modo pla- coordenador responsável pela ges-
nejado e regular, sob a responsabi- tão do território, visto que 62,4%
lidade do coordenador do CRAS. É dos CRAS que não cumprem essa
ainda uma atividade importante da meta não designaram coordenador
Vigilância Social do município, DF e e 20,4% dos CRAS não possuem o
Estados. Não deve ser considerada quantitativo exigido de técnicos de
uma atividade se ocorre esporadi- nível superior.
camente ou como resposta a uma
demanda pontual da Secretaria Adicionalmente, 40% dos CRAS que
Municipal de Assistência Social ou não cumprem esta meta não possuem
congênere. a listagem de famílias cadastradas no
CadÚnico, o que prejudica a realiza-
Com relação ao não alcance da meta ção da busca ativa como atividade es-
“realizar busca ativa”, o que foi identi- tratégica nos territórios. Assim como
ficado em apenas 157 CRAS, buscou- para outras metas já apresentadas,
se averiguar a possível interferência o cumprimento desta depende de
do quantitativo de Recursos Huma- informações que sejam encaminha-
nos, (número de profissionais de nível das com regularidade para os CRAS,
superior); da existência de coordena- deve ser coordenada pela Secretaria
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
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Tabela 09 - CRAS que não realiza busca ativa, segundo existência ou não de
veículo, por porte de município
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
serviços e discutir as ausências mais tencial do território, pela Secretaria
frequentes, com o orientador social Municipal ou do DF; se há reuniões
(responsável pelos diversos serviços periódicas do coordenador do CRAS
de convivência e fortalecimento de com coordenadores das demais uni-
vínculos), de forma a identificar fa- dades de proteção básica; inserção
de pessoas que mais necessitam nos
mílias que necessitem do apoio do
serviços de proteção básica, a par-
estado e do acompanhamento pelo
tir do trabalho social com famílias;
PAIF. Ou seja, visa-se assegurar o
acompanhamento, pelos técnicos de
compartilhamento entre os técnicos
nível superior, por meio de contatos
(do PAIF e dos serviços), de informa- com os orientadores sociais, da fre-
ções estratégicas para a proteção à qüência aos serviços, com identifi-
família e garantia dos direitos dos cação de vulnerabilidades e riscos;
seus membros. Amplia-se, assim, a bem como realização regular e pla-
capacidade protetiva das famílias, nejada de busca ativa.
por meio da responsabilização do
estado e do trabalho articulado entre No caso dos 4.138 CRAS que afirma-
instituições responsáveis pela oferta ram ter serviços de proteção básica,
dos serviços de proteção básica. mas não realizar atividades de gestão
do território, articulando a rede de
Trata-se, portanto, de atividade es-
proteção social básica, investiga-se a
sencial à gestão do território, que dá
possível a interferência da existência
sustentabilidade à premissa de que
ou não de um técnico de nível supe-
os serviços de proteção básica são
rior ocupando função de coordenador
complementares ao trabalho social
do CRAS, o quantitativo de recursos
com famílias, visto que a inserção
humanos de nível superior; e alguma
de membros mais vulneráveis nos
articulação com unidades públicas e
mesmos é garantida a todos que
conveniadas de proteção social bási-
deles necessitam. Expressa ainda
ca, a partir dos dados apresentados
a centralidade do CRAS, e uma das
na Tabela 10, a seguir.
funções primordiais, de gestão da
principal unidade pública da prote- Primeiramente, cabe mostrar o tama-
ção social básica, para a efetivação nho do desafio relacionado à gestão
da proteção às famílias, prevista articulada dos serviços de proteção
pelo PAIF, e para a organização do básica, nos território dos CRAS, vis-
SUAS como Sistema. to que municípios (e DF), com apoio
dos Estados e do MDS, têm até o úl-
Somente é possível afirmar que se timo dia do preenchimento do Cen-
realiza atividades de gestão do ter- so SUAS/CRAS 2011, para fazer com
ritório, articulando a rede de PSB, se que 4.138 CRAS cumpram esta meta.
já houve a institucionalização dos
fluxos de usuários e de informações Com relação ao total de CRAS que
entre o CRAS e a rede socioassis- não realiza a articulação de servi- 63
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Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
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Tabela 10 – CRAS que não executam atividades de gestão do território
64
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
10. Esclarecimentos finais a integralidade do atendimento aos seg-
mentos sociais em situação de vulnera-
1) Embora a articulação intersetorial
bilidade e risco social.
componha as ações de gestão do territó-
rio, no processo de pactuação nacional 2) A referência e contrarreferência
não foi prevista como meta de desen- dos usuários no SUAS também não
volvimento dos CRAS, por não estar sob está prevista em metas. É, no entan-
a governabilidade exclusiva da política to, condição para a garantia do direito
de Assistência Social. Para que seja ga- de acesso e permanência dos usuários
rantida, é necessário um papel ativo do nos serviços e benefícios de assistên-
poder executivo municipal ou do DF, cia social. Efetiva-se por meio da defi-
como articulador político entre as diver- nição de fluxos e procedimentos entre
sas secretarias que atuam nos territórios CRAS e CREAS e, portanto, é altamente
dos CRAS, de forma a priorizar, estimular dependente da existência de coorde-
e criar condições para a articulação in- nador nestas unidades. No entanto,
tersetorial local (no território). O gestor depende também da articulação entre
de assistência social pode, no entanto, proteção básica e especial, nas secre-
influir para que seja definida a priorida- tarias municipais e do DF que dispo-
de de articulação das ações no território nham de CRAS e CREAS; e entre muni-
de abrangência do CRAS. A articulação cípios, ou destes com estados, sempre
intersetorial deve envolver escolas, pos- que o CREAS for regional. Para que o
tos de saúde, unidades de formação referenciamento dos usuários ao SUAS
profissional, representantes da área de seja efetivo, será necessário garantir,
infra-estrutura, habitação, esporte, lazer no processo de consolidação do SUAS,
e cultura, dentre outros e é essencial à que todo CRAS possa se reportar a um
garantia da proteção integral às famílias. CREAS e um CREAS possa se reportar a
A intersetorialidade se materializa por um ou mais CRAS, de forma a garantir
meio da criação de espaços de comu- que cada usuário (família) esteja refe-
nicação, do aumento da capacidade de renciado a um CRAS ou a um CREAS
negociação e da disponibilidade em se (no caso de violação de direitos ou si-
trabalhar com conflitos. Sua efetividade tuação de risco social). Neste segundo
depende de um investimento dos muni- caso, transitoriamente a responsabili-
cípios e DF, na promoção da intersetoria- dade pela proteção a essa família (ou
lidade local, bem como da capacidade indivíduo, enquanto não se identifica
em estabelecer e coordenar fluxos de a família) é do CREAS, até que a família
demandas e informações entre as orga- seja contrarreferenciada ao CRAS.
nizações e atores sociais envolvidos. A
promoção da articulação intersetorial, A seguir serão apresentadas as metas
no território de abrangência do CRAS, é de desenvolvimento dos CRAS da di-
uma ação coletiva, compartilhada e in- mensão “horário de funcionamento”, e
tegrada a objetivos e possibilidades de que são fundamentais para a garantia
65
outras áreas, tendo por escopo garantir da oferta do PAIF para a população re-
ferenciada ao CRAS.
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Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
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Dimensão Horário de Funcionamento
Coordenação-Geral de Serviços Socioassistenciais a Famílias
66
de profissionais de nível superior, em
(CIT) pactuou duas metas para a di-
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
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Gráfico 01- Resultado Geral da Dimensão Horário de funcionamento
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Assistência Social (CRAS), a NOB-RH prevê, para todos os portes de muni-
cípios, um coordenador com nível superior, concursado ou comissionado.
Além deste, a equipe de referência deve dispor de servidores efetivos
conforme quadro a seguir:
Famílias Capacidade de
Municípios Equipe de Referência Coordenador
referenciadas atendimento anual
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
II - a investidura em cargo ou em- -- Art. 36. Os recursos repassados para o
prego público depende de aprova- custeio do Projovem Adolescente - Ser-
ção prévia em concurso público de viço Socioeducativo, por meio do Piso
provas ou de provas e títulos, de
Básico Variável, poderão ser destinados
acordo com a natureza e a complexi-
dade do cargo ou emprego, na forma à remuneração dos servidores públicos
prevista em lei, ressalvadas as nome- de nível médio ou superior que consti-
ações para cargo em comissão decla- tuem a equipe de referência necessária
rado em lei de livre nomeação e exo- à execução do serviço socioeducativo.
neração; (Redação dada pela Emenda Parágrafo único. Para os fins do dispos-
Constitucional nº 19, de 1998).
to no caput, considera- se:
IX - a lei estabelecerá os casos
de contratação por tempo de- -- I - remuneração: o total de paga-
terminado para atender a ne- mentos devidos ao servidor público,
cessidade temporária de ex- em decorrência do efetivo exercício
cepcional interesse público. em cargo, emprego ou função, in-
tegrantes da estrutura, quadro ou
tabela de servidores do Distrito Fe-
O mencionado inciso IX do art. 37 da deral ou município, conforme o caso,
Constituição Federal estabelece a ex- inclusive os encargos sociais;
ceção pela qual pode haver contrata-
ção por prazo determinado, mas, para -- II - efetivo exercício: atuação efe-
tiva no desempenho das atividades
tanto, exige que se encontrem pre-
relacionadas à execução do serviço
sentes dois requisitos: a) a previsão
socioeducativo, associada à sua re-
expressa em lei; e, b) a real existência
gular vinculação contratual, tem-
de “necessidade temporária de ex-
porária ou estatutária, com o ente
cepcional interesse público”. Obser-
governamental que o remunera, não
vado esses requisitos, o município sendo descaracterizado por even-
deve tomar todas as medidas legais tuais afastamentos temporários
cabíveis para a publicação de edital previstos em lei, com ônus para o
de seleção pública simplificada para empregador, que não impliquem rom-
contratação por tempo determinado. pimento da relação jurídica existente.
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Esta visão atende à premissa de paços ficam condicionadas à rela-
que o CRAS é o locus no qual os ção entre famílias referenciadas ao
direitos socioassistenciais são CRAS e a sua capacidade de aten-
assegurados, ou seja, deve ser dimento anual31.
passível de fácil identificação e
reconhecimento, pela popula- A seguir apresentamos os espaços
ção, enquanto unidade pública que todo CRAS deve dispor, confor-
que possibilita acesso a direi- me definido nas publicações citadas
tos. Por este motivo salienta-se, no parágrafo anterior, associando-os
como uma das metas de desen- às metas de desenvolvimento dos
volvimento do CRAS, do período CRAS, contidas na Resolução CIT
2008/2009, a instalação de placa nº05/2010 (Anexo 1):
de identificação, em modelo pa-
-- Recepção: é o local destinado ao
drão, que pode ser acessada no
acolhimento e informação das fa-
site do MDS30. mílias que chegam ao CRAS, ou seja,
não é apenas o local destinado à es-
Além das atividades de gestão
pera. Esta é uma meta de desenvolvi-
territorial, todo gestor deverá mento do CRAS, relativa ao período
zelar para garantir um ambiente 2009/2010.
agradável e adequado para re-
alização das atividades do PAIF -- Sala de atendimento: espaço desti-
e outros serviços ofertados no nado ao acompanhamento ou atendi-
mento particularizado de famílias (e
CRAS. Ou seja, todos os ambien-
indivíduos). Esta sala, independente-
tes devem ser limpos, iluminados,
mente do tamanho, deve assegurar o
ventilados, conservados e devem
sigilo das informações trocadas, en-
garantir privacidade a profissio-
tre técnicos e usuários.
nais e usuários.
-- Sala de uso coletivo: destinada
Os documentos “Orientações Téc-
nicas para o Centro de Referência 31 “A Melhoria da Estrutura Física para o
73
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
à realização de atividades coleti- ceito contemporâneo de ‘acessibilida-
vas, que permite uso múltiplo e oti- de’ (que) transcende o favorecimento
mizado, para atividades em grupo à autonomia de acesso a pessoas
do PAIF (acompanhamento), ofici- com deficiência, abrangendo, mais
nas com famílias, palestras, reuni-
amplamente, todas as pessoas que fo-
ões, exposições, apresentações, etc.
gem ao arquétipo de homem/mulher
Estas duas salas constituem uma meta
adulto(a). Isto significa, por exemplo,
de desenvolvimento dos CRAS, do pe- que as “criança” ou “idosos”, públicos
ríodo 2008/2009, traduzida como “pos- freqüentes nos CRAS, também de-
suir duas salas, sendo pelo menos uma mandam condições de acessibilidade
com capacidade superior a 15 pessoas”. próprias”, o que implica na garantia
Juntas, são essenciais para garantir o de um espaço de uso “equitativo,
acompanhamento e atendimento pró- versátil, natural, intuitivo e seguro,
prios do PAIF. (propiciando a) redução do esforço fí-
sico e da informação perceptível para
-- Banheiros: a meta de “ter banheiro” todos”32.
no CRAS foi estipulada para o período
2008/2009. Segundo as orientações Não obstante a adoção deste ‘dese-
técnicas, é recomendável a existência
nho universal’, os CRAS devem estar
de dois banheiros (feminino e mascu-
adequados às normativas relacio-
lino), garantindo a acessibilidade para
nadas à garantia de acessibilidade.
pessoas com deficiência.
Dentre os principais instrumentos
-- Sala administrativa (meta 2011/2012, reguladores destacam-se: Decreto
portanto, do próximo período): desti- nº 5.296/04, que regulamenta as leis
nada ao coordenador e profissionais nº 10.048/200 e nº10.098/2000 e a
do CRAS, para atividades de registro norma técnica ABNT NBR 9050: 2004.
de informações, produção de dados,
arquivo de documentos, alimentação Visando criar condições para que os
de sistemas de informação, reuniões municípios e DF adequem gradativa-
de equipe, etc. mente os espaços físicos dos CRAS,
-- Copa (não incluída nas metas, mas para garantir acessibilidade, no perí-
constante das orientações): destinada odo anual vigente (2010/2011), to-
ao preparo de lanches oferecidos aos dos deverão “possuir rota acessível
usuários, bem como para o uso da equi- para pessoas idosas e com deficiên-
pe de referência do CRAS. cia, aos principais acessos do CRAS:
recepção, sala de atendimento e sala
É imprescindível que os espaços
de uso coletivo”, no ano de 2011.
que compõem os CRAS garantam
acessibilidade aos seus usuários. O
documento “A Melhoria da Estrutu- 32 BRASIL. Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome. A Melhoria da Estrutura
ra Física para o Aprimoramento dos
Física para o Aprimoramento dos Serviços”. 1 ed.
Serviços”, propõe a adoção do “con-
74 Brasília: MDS, 2009; Página 40.
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
O não cumprimento dos requisi- tanto, deve-se observar o disposto
tos estabelecidos para os períodos na Tipificação Nacional dos Serviços
anuais anteriores, relativamente à Socioassistenciais e normativa(s)
dimensão estrutura física implica na específica(s) de cada serviço, sobre
necessidade de elaboração de Plano espaços necessários.
de Providências por municípios e DF
e de Plano de Apoio por estados (ou Há que se chamar atenção também
MDS). Os prazos para tal, são defini- para a meta 2010/2011, de que to-
dos no artigo 10 da Resolução CIT dos os CRAS “possuam computador”.
nº08/2010, exceto nos casos em Para compreensão da importância
que o município tenha superado, o dos computadores nos CRAS, reco-
que deverá ser informado ao Estado, menda-se leitura da dimensão “ativi-
acompanhado de comprovação. Vá- dades realizadas”.
rios estados têm apoiado municípios,
por meio do financiamento de cons- Conforme disposto na resolução CIT
trução e reforma. Sugere-se que as nº 06, de 01 de julho de 2008,e nas
“Orientações Técnicas - Centro de Re-
metas de desenvolvimento dos CRAS,
ferência da Assistencia Social” não é
na dimensão estrutura física, sejam
permitido que os CRAS compartilhem
traduzidas em critérios a serem ado-
seu espaço físico com ONGs/Entidade,
tados para financiamento de constru-
Associação Comunitária e ainda com
ção e reformas, por parte dos Estados outras estruturas administrativas, tais
(e MDS), visto que seu cumprimento como secretarias municipais, esta-
é responsabilidade de todos os entes. duais, prefeituras, entre outras. Isso
quer dizer que os CRAS não podem
Os CRAS que ainda não possuem rota funcionar nestes espaços e, quando
acessível aos principais espaços exi- funcionam, não podem ser conside-
gidos nos períodos anuais anteriores, rados CRAS. Duas metas (em desta-
devem ser objeto de todo esforço por que) foram estipuladas para o período
parte dos gestores municipais, do DF 2008/2009 e desde 2010 o MDS não
e estaduais, no sentido do alcance cofinancia CRAS que compartilhem
das metas previstas até o último dia espaços em prédios que o descaracte-
de preenchimento do Censo CRAS rizem como unidade pública.
2011, não sendo necessária a elabo-
ração de Plano de Providências. Su- Conforme disposto na Tipificação
gere-se, ainda, leitura do último item Nacional dos Serviços Socioassisten-
desta dimensão, sobre utilização de ciais, a oferta do PAIF cabe ao CRAS e,
recursos de pisos, para reformas. exclusivamente à esfera estatal. Nes-
te sentido, é vetado que o CRAS fun-
cione em imóvel compartilhado com
Garantidos os recursos humanos e os
espaços exigidos para oferta do PAIF, associações comunitárias ou ONG’s,
os CRAS podem ofertar outros servi- sob pena do não cumprimento da
ços de Proteção Social Básica. Para premissa de oferta estatal do PAIF.
75
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Além disso, em consonância com o ra – Plano de Aceleração do Cresci-
previsto nas Orientações Técnicas mento II - PAC II). Embora não sejam
do Centro de Referência de Assistên- contempladas nas metas de desen-
cia Social – CRAS, as funções desta volvimento do CRAS, considerou-se
unidade pública local não devem ser oportuno abordá-las neste docu-
confundidas com as do órgão ges- mento, por seu caráter complemen-
tor da política de assistência social tar às orientações relativas a esta
(ou outro qualquer). Ao CRAS cabe dimensão.
a oferta do PAIF e a organização,
articulação e coordenação da rede B) Espaços passíveis de
socioassistencial de seu território. compartilhamento
Ou seja, o CRAS materializa a des-
Coordenação-Geral de Serviços Socioassisten-
centralização dos serviços, prevista
ciaisa Famílias
em Lei (LOAS) e na PNAS. Por sua
vez, ao órgão gestor cabe a organi- Embora o CRAS seja um equipamen-
zação e gestão do SUAS no âmbito to estatal, os espaços físicos nem
do município. O funcionamento do sempre são de propriedade das pre-
CRAS em estruturas administrativas, feituras municipais. Muito embora a
ainda que relativas à assistência so- propriedade seja um elemento im-
cial, induz a equívocos quanto às portante para a execução dos servi-
responsabilidades específicas das ços, é possível que a implantação de
equipes de referência, ao possibili- CRAS se dê em imóveis cedidos ou
tar que essas assumam tarefas que alugados.
não lhe são próprias, prejudicando
a garantia da oferta dos serviços e Diante das dificuldades, dos muni-
o referenciamento dos usuários, cípios e DF, de disponibilidade ou
descumprindo o princípio da des- aquisição de imóveis para implan-
centralização e territorialização dos tação do CRAS, muitos gestores op-
serviços. tam por implantar CRAS em imóvel
compartilhado. Considerando tal
Excetuado o funcionamento de realidade, e garantidas as restrições
CRAS em prédios que o descarac- previstas em Resolução da CIT, des-
terizam como unidade pública, ou o tacadas no item anterior, considera-
confundem com unidades adminis- -se que determinados espaços nas
trativas da(s) Secretaria(s), o tópico edificações onde funcionam os
seguinte apresenta esclarecimentos CRAS sejam passíveis de comparti-
adicionais sobre as condições em lhamento, desde que resguardadas
que se admite compartilhamento as seguintes premissas:
de espaços, quando o CRAS funcio-
na no mesmo prédio, junto com um
-- primazia da oferta do PAIF. Ou seja,
a identidade do equipamento enquan-
ou mais serviços públicos (a exem-
76 plo da Praça dos Esportes e Cultu-
to lócus da execução do principal
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
serviço da proteção básica deve ser refere ao CRAS, preferencialmente
preservada, observando a exclusivi- em armários com chave33.
dade de uso dos seguintes espaços: D) Copa, desde que haja capacidade
recepção, sala de atendimento indi- de suporte às atividades realizadas
vidual (garantindo sigilo no atendi- no CRAS. Segundo o documento já
mento), sala da coordenação e sala citado, uma copa de 5m² destina-se
multiuso (ou sala para atendimento exclusivamente às atividades do
PAIF. Se o CRAS compartilha edifi-
das famílias em grupo e para reali-
cação com serviços de outras polí-
zação de oficinas, palestras, dentre ticas públicas, poderá compartilhar
outros); a copa, desde que seu espaço físico
seja proporcional ao quantitativo
-- garantia de identificação do equi- de pessoas atendidas em todos os
pamento, ou seja, a identidade do serviços.
CRAS deve ser garantida por meio
E) Salas de multiuso e auditórios,
de placa padrão e sinalização estra-
desde que seja estabelecida agenda
tegicamente posicionadas nas áreas compartilhada para a utilização do
externas do imóvel, nos locais de espaço, ou seja, resguardando-se a
fácil visualização para a população primazia da oferta do PAIF.
usuária.
F) Áreas externas, desde que o trân-
sito de públicos distintos não preju-
São passíveis de compartilhamento
dique o desenvolvimento das ações
os seguintes espaços, sempre que do PAIF e de gestão do CRAS.
o CRAS funcionar junto com outros
equipamentos (ou serviços) públi- A seguir e como último item desta
cos, em uma mesma edificação: dimensão, apresenta-se orientações
técnicas sobre utilização de recursos
A) Entrada, desde que resguardada
transferidos pelo Fundo Nacional de
a existência de recepção exclusiva
para o CRAS (adequado, sobretudo Assistência Social, aos fundos muni-
para edifícios com diferentes servi- cipais e do DF, para oferta de servi-
ços em diferentes andares ou para ços, no que tange a dimensão estru-
CRAS instalados em construções de
tura física.
grandes dimensões).
77
Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
C) Aplicação dos recursos obedecidas as prioridades estabele-
cidas no parágrafo único do art. 23
do cofinanciamento federal,
da Lei nº 8.742, de 1993;
repassados pelo Fundo
Nacional de Assistência Social III - para atender, em conjunto com
os Estados, o Distrito Federal e os
– FNAS aos fundos municipais, Municípios as ações assistenciais de
do DF e estaduais de assistência caráter de emergência;
social, quanto à Dimensão IV - na capacitação de recursos
Estrutura Física humanos e no desenvolvimento de
estudos e pesquisas relativos à área
Fundo Nacional de Assistência Social
de assistência social.
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
A Norma Operacional Básica do Siste- a) Serviço de Proteção e Atendimen-
ma Único de Assistência Social – NO- to Integral à Família – PAIF;
80 de situações de vulnerabilidade e
risco social, qual seja: a inexistência
mana”. Da mesma forma, em seu art.
244, dispõe que:
Volume 1
Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Art. 244. A lei disporá sobre a adap- restrição a todos que necessitam se
tação dos logradouros, dos edifí- faz necessário.
cios de uso público e dos veículos
de transporte coletivo atualmente
Assim, não se tem dúvidas, que a aces-
existentes a fim de garantir acesso
adequado às pessoas portadoras de sibilidade é indispensável nos equipa-
deficiência, conforme o disposto no mentos públicos da assistência social,
artigo 227, § 2º”. contudo a utilização dos recursos do
cofinanciamento federal na adapta-
A Lei nº 10.098, de 19 de Dezembro de
ção destes imóveis às normas técnicas
2000, estabelece normas gerais e crité-
da ABNT limita-se ao enquadramento
rios básicos para a promoção da acessi-
como despesa de custeio classificada
bilidade das pessoas portadoras de de-
pela Lei nº 4.320, de 17 de março de
ficiência ou com mobilidade reduzida,
1964, em seu art. 12, §1º, como ”as
mediante a supressão de barreiras e de
dotações para manutenção de serviços
obstáculos nas vias e espaços públicos,
anteriormente criados, inclusive as des-
no mobiliário urbano, na construção
tinadas a atender a obras de conserva-
e reforma de edifícios, nos meios de
ção e adaptação de bens imóveis”.
transporte e de comunicação.
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Considerando a necessidade de contribuir para o planejamento, por parte de
todos os entes federados, de ações para enfrentamento das dificuldades de-
tectadas pelos municípios e DF, na implantação dos CRAS,
resolve:
Parágrafo 3º São cinco os períodos anuais a que se refere o caput deste artigo:
2008/2009, 2009/2010, 2010/2011, 2011/2012 e 2012/2013.
I - Relação dos CRAS, por município, que tem desafios para atingir as metas
estipuladas para o período anual que se inicia;
II - Relação dos CRAS, por município, que alcançaram as metas previstas para o
período anual que se encerrou;
III - Relação dos CRAS, por município, que não alcançaram as metas previstas
para o período anual que se encerrou.
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
ANEXO (da Resolução nº 5/2010)
Metas de desenvolvimento para os CRAS, por período anual
Pequeno Porte I:
a) possuir, no mínimo, 1 técnico de nível superior compondo a equipe de referência
RECURSOS HUMANOS
b) Possuir banheiro
ESTRUTURA
FISICA
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Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Período Anual 2009/2010
Pequeno Porte I:
a) Possuir 2 técnicos de nível superior, sendo 1 assistente social. E possuir 1
técnico com, no mínimo, nível médio;
b) Dentre os 2 técnicos de nível superior designar 1 (um) para função de
coordenador (estatutário, comissionado, CLT ou contrato temporário). Ou possuir
um terceiro técnico de nível superior com função exclusiva de coordenador
(estatutário, comissionado, CLT ou contrato temporário).
RECURSOS HUMANOS
a) Possuir 2 Salas, sendo pelo menos uma com capacidade superior a 15 pessoas
ESTRUTURA FISICA
b) Possuir banheiro
c) Possuir recepção
d) Espaço Físico não Compartilhado com ONGs/Entidade
e) Espaço Físico não Compartilhado com Associação Comunitária
f) Possuir Placa de identificação em modelo padrão
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Período Anual 2010/2011
Pequeno Porte I:
a) Possuir 2 técnicos de nível superior, sendo 1 assistente social e,
preferencialmente, 1 psicólogo. E possuir 2 técnicos com, no mínimo, nível médio;
(Quantidade e Perfil NOB-RH)
b) Dentre os 2 técnicos de nível superior, designar 1 (um) para a função de
coordenador (estatutário ou comissionado). Ou possuir um terceiro técnico
de nível superior com função exclusiva de coordenador (estatutário ou
comissionado)
RECURSOS HUMANOS
a) Possuir 2 Salas, sendo pelo menos uma com capacidade superior a 15 pessoas
b) Possuir banheiro
ESTRUTURA FISICA
c) Possuir recepção
d)Possuir rota acessível para pessoas idosas e com deficiência aos principais
acessos do CRAS: recepção, sala de atendimento e sala de uso coletivo
e) Espaço Físico não Compartilhado com ONGs/Entidade
f) Espaço Físico não Compartilhado com Associação Comunitária
g) Possuir Placa de identificação em modelo padrão
h) Possuir computador
OBS: Os tópicos que aparecem em destaque neste período são metas agregadas, em 2010/2011, às demais
metas já estipuladas para os períodos anteriores. Visam tornar mais fácil para o município, DF e Esta-
dos, identificar quais se agregam neste período anual vigente.
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Volume 1
Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Período Anual 2011/2012
Pequeno Porte I:
a) Possuir 2 técnicos de nível superior, sendo 1 assistente social e outro
preferencialmente psicólogo. E possuir 2 técnicos com, no mínimo, nível médio
(Quantidade e Perfil NOB-RH);
b) Dentre os 2 técnicos de nível superior, designar 1 (um) para a função de
coordenador (estatutário ou comissionado). Ou possuir um terceiro técnico
de nível superior com função exclusiva de coordenador (estatutário ou
comissionado).
RECURSOS HUMANOS
d) Possuir rota acessível para pessoas idosas e com deficiência aos principais
acessos do CRAS: recepção, sala de atendimento, sala de uso coletivo e banheiros
e) Possuir sala administrativa
f) Espaço Físico não Compartilhado com ONGs/Entidade
g) Espaço Físico não Compartilhado com Associação Comunitária
h) Possuir Placa de identificação em modelo padrão
i) Possuir computador
condicionalidades do PBF
f) Realizar oficinas/grupos de convivência com famílias
g) Acompanhamento prioritário a famílias com beneficiários do BPC e benefícios
eventuais
h) Realizar Atividades de gestão do Território, articulando a rede de proteção
social básica
i) Orientação/acompanhamento para inserção no BPC
j) Encaminhamento para inserção de famílias no CadÚnico
g) Realizar busca ativa
h) Orientação/acompanhamento para inserção de famílias no BPC
i) Encaminhamento para inserção de famílias no CadÚnico
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Período Anual 2012/2013
Pequeno Porte I:
a) Possuir 2 técnicos de nível superior, sendo 1 assistente social e outro
preferencialmente psicólogo; E possuir 2 técnicos com, no mínimo, nível médio
(Quantidade e Perfil NOB-RH + 01 profissional);
b) Possuir 01 (um) coordenador de nível superior em função exclusiva, (estatutário
RECURSOS HUMANOS
ou comissionado).
Pequeno Porte II:
a) Possuir 3 técnicos de nível superior, sendo 2 assistentes sociais e outro
preferencialmente psicólogo; E possuir 3 técnicos com, no mínimo, nível médio.
(Quantidade e Perfil NOB-RH + 01 profissional);
b) Possuir 01 (um) coordenador em função exclusiva, (estatutário ou comissionado).
Portes Médios, Grande, Metrópole:
a) Possuir 4 técnicos de nível superior, sendo 2 assistentes sociais, 1 psicólogo
e 1 profissional que compõe o SUAS; e 4 técnicos com, no mínimo, nível médio.
(Quantidade e Perfil NOB-RH+ 01 profissional);
b) Possuir 01 (um) coordenador em função exclusiva, (estatutário ou comissionado).
d) Possuir rota acessível para pessoas idosas e com deficiência aos principais acessos
do CRAS: recepção, sala de atendimento, sala de uso coletivo e banheiros
e) Possuir sala administrativa
f) Espaço Físico não Compartilhado com ONGs/Entidade
g) Espaço Físico não Compartilhado com Associação Comunitária
i) Possuir Placa de identificação em modelo padrão
j) Estar informatizado com computadores e acesso a internet
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Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
Referências Bibliográficas
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Orientações Técnicas, Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
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Orientações Técnicas , Metas de Desenvolvimento dos CRAS
Período 2010/2011
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