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INTEGRAÇÃO DE OFERTAS PARA ATENDIMENTO

DA PRIMEIRA INFÂNCIA – PAIF, SCFV E PCF

RELATÓRIO DE
DIAGNÓSTICO

REALIZAÇÃO: APOIO: APOIO TÉCNICO:

1
SUMÁRIO

01 CONTEXTUALIZAÇÃO 3

02 RETRATO DOS MUNICÍPIOS 19

03 BENCHMARKING 28

04 PERSONAS 29

05 JORNADAS 31

06 MAPA DE DESAFIOS 33

07 INSIGHTS GERAIS (ANÁLISES E CONSIDERAÇÕES) 37


01 CONTEXTUALIZAÇÃO

1.1 ESCOPO DO PROJETO


2015 A Fundação fez parceria com a Secretaria Nacional da
Assistência Social - SNAS para o projeto Vínculos. O objetivo foi de
O presente projeto tem como objetivo identificar estratégias e ferramentas conhecer mais a fundo o cenário da primeira infância brasileira em
para a promoção da integração entre o Programa Criança Feliz - PCF, contextos de risco e vulnerabilidade social, especialmente na relação
o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos - SCFV e o Serviço com a assistência social no Serviço de Convivência e Fortalecimento
de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF. de Vínculos para crianças até 6 anos.

A parceria entre o Ministério da Cidadania e a Fundação Maria Cecília


Souto Vidigal • FMCSV e o Instituto Tellus visa atualmente a Revisão do
Caderno SUAS e Programa Criança Feliz - Atuação Integrada, a construção
de um Caderno Complementar e o recebimento de orientações técnicas
2018 O Ministério da Cidadania aprimorou a concepção acerca
para curso online em plataforma EAD. Para chegar até o momento atual, da integralidade da proteção à criança e sua família a partir dos
considerou-se ser importante retomar as ações anteriores que culminaram diferentes serviços socioassistenciais para promover a proteção
no presente propósito. integral. Um dos resultados dessa parceria é o documento, “SUAS”
Programa Criança Feliz – Atuação Integrada”, lançado em 2018.

2007 A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal elegeu a Primeira 2021 2022 Com apoio técnico do Instituto Tellus, as iniciativas
Infância como uma de suas causas de atuação e estabeleceu diversas são em prol da Revisão do Caderno “SUAS” e Programa Criança
parcerias contínuas, por exemplo, com órgãos públicos da Assistência Feliz- Atuação Integrada” e da construção de um Caderno
Social em todos os níveis da federação, para apoio às estratégias de Complementar, além da busca por orientações técnicas para curso
políticas públicas socioassistenciais. online em plataforma EAD.

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Surge, a partir de então, a pergunta motivadora deste projeto:

COMO PODEMOS FORTALECER A INTEGRAÇÃO DE


OFERTAS PARA ATENDIMENTO DA PRIMEIRA INFÂNCIA –
PAIF, SCFV e PCF, A PARTIR DO DIAGNÓSTICO DA OFERTA
DESSES SERVIÇOS E DA COCRIAÇÃO DE ESTRATÉGIAS
E FERRAMENTAS ESPECÍFICAS PARA ESTE FIM?

Para tanto, o Instituto Tellus foi convidado para realizar a parte técnica do
projeto. O Instituto Tellus é uma organização sem fins lucrativos, fundada
em 2010, com o propósito de contribuir para a formação de um ecossistema
de inovação em serviços públicos no Brasil. A organização acredita na
capacidade que o Estado tem de gerar impacto social em escala.

A missão do Tellus é atuar com o design e implementação de serviços


públicos que melhorem a vida do cidadão, bem como contribuir para uma
cultura de inovação no setor público. Em 10 anos de atuação, já foram
impactados mais de 3.8 milhões de cidadãos e foram capacitados mais de
4 mil gestores públicos. A organização conduziu cursos para gestores e
servidores nas esferas federal, estadual e municipal, além de ter realizado
180 projetos em 27 estados e 165 cidades por todo o Brasil nas áreas
da saúde, educação, turismo, desenvolvimento social, juventude, cultura,
empreendedorismo, mobilidade urbana, gestão, segurança, lazer, com
premiações da Organização das Nações Unidas, Brazil Design Award,
Ministério da Saúde, entre outros. O público-alvo dos projetos são todos
os usuários de serviços públicos de todos os estados do Brasil, da primeira
infância à + 60, sobretudo de grupos em alta vulnerabilidade social.

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Para isso, o Instituto utiliza a abordagem do Design Thinking com as


etapas de Diagnóstico, Exploração, Co-Criação e Implementação, a partir
da configuração do tripé do Design que inclui empatia, colaboração
e experimentação.

DIAGNÓSTICO EXPLORAÇÃO CO-CRIAÇÃO IMPLEMENTAÇÃO

conceituar

replicar
validar

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O projeto inclui premissas como:

Identificação das experiências Mapeamento da oferta dos Diagnóstico da oferta de proteção


de integração e articulação das serviços socioassistenciais em social integrada às famílias
ofertas do PAIF, SCFV e PCF estados e municípios do Brasil com crianças na Primeira Infância

Além disso, o projeto também abre oportunidades para:

Criação de uma rede e articulação com vários interessados


para fortalecer para fortalecer a complementariedade Oportunidade de conhecer boas práticas
entre as ofertas socioassistenciais para famílias com de integração nos territórios.
crianças na Primeira Infância.

Oportunidade de atualizar informações de cada


Oportunidade de fortalecer o monitoramento
oferta, indicando os materiais e normativas vigentes
de indicadores das ofertas.
mais recentes.

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1.2 DESK RESEARCH As equipes não entendem a diferença de atendimento do PAIF


e do PCF, por isso, quando uma oferta atende uma família, a outra entende
que não precisa atender. Técnica PAIF
Como ponto de partida para condução do estudo, foi desenvolvido um
mapa de pessoas interessadas ou stakeholders a fim de identificar o
principal público alvo do projeto e quem são as pessoas e/ou organizações Temos dificuldade de pensar em propostas de oficinas para a faixa etária
que estão no espectro de apoio e influência do tema e dos objetivos de 0 a 6 anos, acabamos fazendo as mesmas coisas, por exemplo oficina
elencados para o projeto. A partir desse mapeamento, objetiva-se realizar de desenho. Seria bom termos mais formações ou materiais para nos guiar.
ações mais estratégicas no decorrer do projeto relacionadas com estes Orientadora social SCFV
grupos de interesse.

Temos muita dificuldade de chegar até as famílias, por conta da


falta de transporte. A situação é mais difícil quando se trata das famílias
das zonas rurais. Esse fato é muito ruim, pois normalmente essas famílias
já não acessam as ofertas por morarem longe e a visita domiciliar
Mapa de atores e redes seria uma forma de incluí-las. Supervisora PCF

Foram feitas +60 entrevistas em profundidade, por meio de roteiros


semiestruturados, com atores importantes da Secretaria Nacional de Não há continuidade no acompanhamento das crianças atendidas
Assistência Social e da Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância quando elas completam 3 anos de idade. Há mais de um caso em que
do Ministério da Cidadania, profissionais das secretarias e ofertas atendemos a criança durante os 36 meses e atualmente que a criança tem
socioassistenciais dos estados e municípios selecionados, e famílias 4, 5 anos, a vemos nas ruas, sem cuidados. Visitadora PCF
usuárias dos serviços e programas trabalhados neste projeto. As conversas
foram pautadas seguindo temáticas principais para gerar insights e
Falta maior visibilidade dos desafios que enfrentamos no dia-a-dia!
reflexões de diagnóstico, que serão apresentadas ao longo deste relatório,
Somos muito cobrados, mas ninguém pára para nos ouvir, quais são
como os desafios enfrentados, as boas práticas aplicadas no serviço e,
referentes à integração, o monitoramento, a comunicação, o conhecimento os nossos desafios? Falta reconhecimento, e também faltam recursos!
de materiais complementares para auxílio no trabalho, a formação das Coordenadora CRAS
equipes e implementação dos serviços e programa.

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Também aconteceram 2 oficinas nesta etapa do projeto:


Como o SUAS é um sistema descentralizado e participativo, as
responsabilidades pelo seu funcionamento, cofinanciamento, monitoramento
Oficina com os municípios para apresentação da pesquisa e etapas, e avaliação são compartilhadas pelos governos: federal, dos estados, do
onde aconteceu um momento de brainstorming dividindo Distrito Federal e dos municípios. No âmbito federal, o Ministério da Cidadania
todos os municípios em 4 grupos, com duas perguntas norteadoras. (MC) por intermédio da Secretaria Nacional de Assistência Social - SNAS é o
órgão responsável por asseguraro funcionamento do SUAS nos estados, no
Oficina com o Ministério da Cidadania - que se dividiu em DF e nos municípios; já no âmbito estadual e no municipal cabe a cada ente
dois momentos - o primeiro para apresentação dos Desafios federado organizar a assistência social por meio SUAS, de acordo com sua
e sistematização em núcleos de prioridade, e o segundo para competência, em consonância com Constituição Federal e as normas gerais
validação de cards com mapeamento de desafios. da União, de forma a otimizar os recursos materiais e humanos, além de
possibilitar a prestação dos serviços, benefícios, programas e projetos da
assistência social com melhor qualidade à população.
EXPLORANDO O CONTEXTO
Segundo a Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004), a proteção
A Assistência Social foi estruturada no país, considerando os artigos 203 social deve garantir as seguintes seguranças: segurança de sobrevivência
e 204 da Constituição Federal de 1988, que a define como política pública - garantia de que todos tenham uma forma monetária de garantir sua
integrante da Seguridade1 Social brasileira, destinada à proteção social de sobrevivência, independentemente de suas limitações para o trabalho ou
famílias e indivíduos que dela necessitarem por meio do acesso gratuito e do desemprego, operada por meio de auxílios financeiros e de benefícios
sem discriminação ao seu conjunto de serviços, benefícios, programas e eventuais e continuados; segurança de acolhida, provida por meio de escuta
projetos socioassistencias, nos seus níveis de proteção social básica (PSB) profissional qualificada, respeito as diferenças humanas, sem discriminação,
e de proteção social especial (PSE) de média e alta complexidade. informação clara e acessível, referência de apoio quando necessitar-se
de acolhimento e cuidado; segurança de convívio ou vivência familiar e
A organização da política de Assistência Social em todo país se dá através comunitária, por meio de ações que favoreçam a construção, a restauração
do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, instituído pela Política e o fortalecimento de vínculos geracionais, intergeracionais, familiares, de
Nacional de Assistência Social (PNAS) em 2004 e criado pela Lei nº 12.435 vizinhança e de interesses comuns e societários. Essa orientação vale para
de 06 de julho de 2011. todos os níveis de proteção do SUAS - PSB e PSE.

1
A seguridade social brasileira destina-se à garantia dos direitos à Saúde, à Previdência Social e à Assistência Social (art. 194 da CF/1988).
2
Considera-se rede socioassistencial o conjunto integrado da oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social mediante articulação entre todas as unidades de provisão do SUAS
NOB/SUAS/2012, §2º O SUAS, parágrafo único.
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NÍVEIS DE PROTEÇÃO SOCIAL DO SUAS PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA (PSB)3

Estruturada nos territórios (bairros e comunidades) a partir do


Para atender às diversas demandas e necessidades da população que
Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Atualmente são
busca atendimento nos serviços, benefícios, programas e projetos ofertados
8.536 CRAS no Brasil, incluindo os não cofinanciados4. São unidades
pela rede socioassistencial2, o SUAS organiza a gestão da política, articula
implantadas pelos municípios e pelo Distrito Federal com o apoio do
e integra as ofertas em dois níveis de proteção social:
governo federal e dos estados. A PSB compõe-se de vários serviços,
programas, projetos e benefícios socioassistenciais, destinados a
PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL (PSE) públicos diversos (em todos nos ciclos de vida) e ao atendimento de
vulnerabilidades sociais diversas. O foco de atuação é na perspectiva
Este nível de proteção se compõe de um conjunto de serviços e
preventiva, protetiva e proativa, ou seja, voltados à superação e à
programas, uns localizados na PSE de média complexidade e outros
prevenção de situações de vulnerabilidades, proteção dos direitos
na PSE de alta complexidade. São ofertas de natureza especializada
sociais já assegurados e em uma atuação de busca ativa que
para o atendimento de famílias e indivíduos, inclusive gestantes e
se antecipa aos agravos das situações vivenciadas pelas famílias
crianças na Primeira Infância, que vivenciam situações de risco pessoal
e seus membros.
e social, violência física, violência psicológica, negligência, abandono,
violência sexual (abuso e exploração), ou outras violações de direitos
humanos que requerem intervenções mais complexas, especializadas e,
geralmente, mais integradas com os órgãos de Defesa de Direitos,
SUAS
a exemplo, da Justiça da Infância e Juventude e dos Conselhos Tutelares.

O CRAS é o lugar mais próximo das famílias, pois geralmente, está localizado em áreas com maior demanda da população pelas ofertas
CRAS da Assistência Social e de mais fácil localização e deslocamento das pessoas. É o ponto de apoio e referência para as famílias e seus
membros receberem informações sobre o funcionamento do SUAS no município, região, bairro ou na comunidade e, sobretudo,
para o atendimento das suas demandas relacionadas à proteção social básica. Também existem os casos que necessitam de atendimento
diferenciado e são encaminhados para a Proteção Social Especial, geralmente, para o Centro de Referência Especializado de Assistência
Social – CREAS, ou mesmo para outras políticas públicas com quem o CRAS se articula no território.

3
A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistencias (2009) apresenta todos os serviços ofertados pela PSB e PSE de Média e de Alta Complexidade e ainda indica a unidade
de oferta e o trabalho social essencial a cada serviço. Disponível aqui.
4
Dados do CadSUAS, obtidos em 23 de maio, disponível aqui. 9
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ATENÇÃO À PRIMEIRA INFÂNCIA organizar ofertas de atenção às famílias e a suas crianças que fortaleçam
os cuidados e os vínculos parentais protetivos e, sobretudo, evitem a
ocorrência de situações que possam fragilizar a convivência intrafamiliar
A Primeira Infância é uma etapa significativa no desenvolvimento infantil, e, e levar ao afastamentos das crianças e de suas famílias.
também dependente de muitos cuidados em termos biológicos, de crescimento
físico, mas também em questões intelectuais, vínculos emocionais e sociais, A Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (2009) define a lista
observando-se que esses cuidados incluem o período da gestação. dos serviços que orientam a estruturação das ofertas do SUAS, tanto na
PSB quanto na PSE, indicando ainda, o público a ser atendido, o propósito
A importância da atuação da Assistência Social no campo da Primeira de cada serviço, os conteúdos e provisões de cada um. Considerando a
Infância foi definida na própria Constituição Federal de 1988 ao prever, entre abrangência desses serviços, a atenção às famílias, gestantes e crianças
os objetivos da Assistência Social, a proteção à família, à maternidade e à na Primeira Infância vem ocorrendo nas diversas ofertas da Proteção
infância. Seguindo a Constituição, a LOAS reitera esse objetivo a partir da Social Básica (PSB) e da Proteção Social Especial (PSE) de acordo com as
visão de garantia da vida e da prevenção de riscos, violência e violação de necessidades apresentadas e as etapas do desenvolvimento (MDS, SUAS
direitos dos usuários e usuárias da Assistência Social. e PCF, 2018). Em consonância com o entendimento de proteção integral
e da incompletude das ações diante da pluralidade de demandas sociais,
O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Lei 8.069/90) consagrou a toda orientação da Assistência Social, passa pela integração entre suas
proteção integral à criança e ao adolescente, determinando o seu atendimento ofertas e destas com as demais políticas públicas.5
com absoluta prioridade em todas as políticas públicas. Ao tratar da política
de atendimento aos direitos de crianças e adolescentes, o ECA em seu artigo A partir do Marco Legal da Primeira Infância, Lei Nº 13.257/2016,
87, reafirma que os serviços, programas, projetos e benefícios de Assistência que dispõe sobre as políticas públicas para a Primeira Infância, o governo
Social são importantes para a garantia de proteção social às crianças e federal criou o Programa Criança Feliz (PCF) instituído pelo Decreto nº
para a prevenção e redução de violações de direitos, assim como de seus 8.869, de 05 de outubro de 2016 e consolidado pelo Decreto 9.579 de 22
agravamentos ou reincidências. de novembro de 2018. Além disso, também foi criada a Secretaria Nacional
de Atenção à Primeira Infância - SNAPI, para ser uma instância nacional
Também, o ECA e a LOAS, ao tratarem do direito à convivência familiar que se coloca neste cenário para articular, mobilizar e coordenar as ações
e comunitária, reforçam a premissa de que as políticas públicas devem federais para este público.

5
“São princípios organizativos do SUAS: III - integralidade da proteção social: oferta das provisões em sua completude, por meio de conjunto articulado de serviços, programas, projetos
e benefícios socioassistenciais; IV - intersetorialidade: integração e articulação da rede socioassistencial com as demais políticas e órgãos setoriais; (Art. 3º da NOB/SUAS/2012)”

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PROGRAMA CRIANÇA FELIZ e, dessa forma, expandir as possibilidades de inclusão social das famílias.
A visita domiciliar do PCF é, nesse contexto, uma ação que potencializa a
Programa com características intersetoriais, coordenado pela SNAPI integração do programa com o SUAS. Integração que tem como principal
e operacionalizado pela Assistência Social. Um importanteinstrumento referência nos territórios, o Centro de Referência de Assistência Social - CRAS,
de governança é a instituição de Comitês intersetoriais em cada que pela sua proximidade com as famílias e pela função de referenciar as
unidade federada, a partir da articulação das políticas de Assistência famílias da sua área de abrangência, se constitui na unidade potencializadora
Social, Saúde, Educação, Cultura, Direitos Humanos e Direitos das dessa integração.
Crianças e dos Adolescentes, entre outras, com a finalidade de articular
e integrar ações e serviços de atenção às crianças na Primeira Infância
e suas famílias e aumentar os seus impactos no desenvolvimento Nesta direção, integrar não supõe subordinar-se ao outro, muito
integral das mesmas. pelo contrário, significa importar-se um com o outro, valorizar a
complementariedade de atuação, a trajetória do saber construído por
O PCF tem como dois pilares centrais a intersetorialidade e a visita ambos e colocar-se aberto e em convergência para atuar em conjunto
domiciliar, entre outros componentes explicitados na PORTARIA MC (MDS, p.8 ,SUAS e PCF,2018)
Nº 664, DE 2 DE SETEMBRO DE 2021.

Ainda sobre a integração SUAS e PCF, o Conselho Nacional de Assistência


Social por meio da Resolução - CNAS Nº 19, de 24 de novembro de 2016,
indica alguns objetivos, entre os quais se destacam:

O propósito da visita domiciliar no Programa Criança Feliz está relacionado


POTENCIALIZAR FORTALECER
ao fortalecimento das habilidades básicas de cuidados parentais, com
vistas ao fortalecimento das relações de vínculo e apego e ao estímulo ao A perspectiva da A articulação intersetorial com
desenvolvimento infantil, com método e metodologia próprios.. Esses fatores complementariedade e da vistas ao desenvolvimento
têm total convergência com as funções preventiva, protetiva e proativa da integração entre serviços, integral das crianças na
Proteção Social Básica - PSB, além de se constituir como oportunidades de programas e benefícios primeira infância e o apoio
maior conhecimento das famílias e de identificação de demandas familiares
socioassistenciais a gestantes e suas famílias.
que podem ser atendidas pelas ofertas do SUAS e de outras políticas públicas

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PROGRAMA CRIANÇA FELIZ - PCF Sobre os objetivos do Programa, a mesma portaria estabelece:
• Promover o desenvolvimento humano a partir do apoio e do
A Primeira Infância é um tema transversal que diz respeito às famílias, acompanhamento do desenvolvimento infantil integral na Primeira Infância;
principais mediadoras da relação da criança com o próprio contexto • Apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e nos
intrafamiliar, rede familiar e social de apoio, e meio comunitário onde vivem, cuidados perinatais;
e também às diversas políticas públicas ligadas à saúde, educação, cultura, • Colaborar no exercício da parentalidade, fortalecendo os vínculos e o papel
assistência social, direitos humanos, etc, que asseguram direitos e operam das famílias para o desempenho da função de cuidado, proteção e educação
serviços e ações nos territórios. de crianças na primeira infância;
• Mediar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e das suas
Como já pontuado anteriormente, o PCF nasce em 2016, principalmente famílias a políticas e serviços públicos de que necessitem; e
a partir do escopo do Marco Legal da Primeira Infância e considerando o • Integrar, ampliar e fortalecer ações de políticas públicas voltadas para
Primeiro Plano Nacional pela Primeira Infância (2010). O objetivo do programa as gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.
é ter um formato intersetorial e como tal buscar a integração com outras
políticas públicas e organizações da sociedade civil. Segundo a  Portaria 664 Este público, considerando seus contextos sociais, é também
de 2021, que consolida os atos normativos que regulamentam o Programa usuário dos serviços e benefícios socioassistenciais, demandando
Criança Feliz/Primeira Infância no Sistema Único de Assistência Social - uma atuação integrada dos serviços SUAS e PCF, como forma
SUAS, é importante priorizar: de expandir as possibilidades de inclusão social das famílias.

Gestantes e crianças de até 36 (trinta e seis) meses inseridas no O caderno SUAS e PCF, atuação integrada (2018) indica algumas
Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico; possibilidades de integração que passam pelo conhecimento conjunto das
famílias, pela primeira acolhida das famílias para inclusão no programa, pelo
Crianças de até 72 (setenta e dois) meses e suas famílias beneficiárias
trabalho em equipe dos profissionais, pela organização das informações
do Benefício de Prestação Continuada;
sobre a rede existente no território e pelo reconhecimento e valorização do
Crianças de até 72 (setenta e dois) meses afastadas do convívio familiar papel do CRAS como unidade responsável pela articulação dos fluxos entre
em razão da aplicação de medida de proteção prevista no art. 101, caput,
o PCF e as ofertas da rede socioassistencial e intersetorial nos territórios.
incisos VII e VIII, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, e suas famílias; e
No ponto Cadernos e Desafios deste relatório, se discorre a respeito da
Crianças de até 72 (setenta e dois) meses inseridas no Cadastro Único para relação entre os materiais e os desafios ligados à integração que foram
Programas Sociais do Governo Federal - CadÚnico, que perderam ao menos encontrados. Ao final do relatório, também são pontuados insights que são
um de seus responsáveis familiares, independente da causa de morte, durante
o período Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) um pontapé inicial para a construção de soluções para integração que será
decorrente da Covid-19. feita na etapa de cocriação.

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SERVIÇO DE PROTEÇÃO E ATENDIMENTO


INTEGRAL À FAMÍLIA – PAIF

O PAIF é uma oferta estatal e obrigatória dos CRAS e se apresenta como


um pilar central, visto seus objetivos. É o serviço que, ao manter um olhar
mais amplo e intersetorial sobre as necessidades apresentadas pelas
famílias e seus membros, pode conjuntamente - profissionais e famílias -
buscar a resolução de suas demandas pelo próprio PAIF, por meio de outras
ofertas complementares da PSB ou da PSE ou por meio de outras políticas
públicas. Dessa maneira, o trabalho social com famílias realizado pelo
PAIF além de mobilizar os esforços, as habilidades e as competências das
famílias, faz a mediação do acesso dessas a direitos e serviços públicos
facilitando a concretização da integralidade do atendimento e a extensão
da proteção social6 às famílias pela rede socioassistencial e intersetorial.

O PAIF organiza o trabalho social com famílias a partir do contexto dos


territórios (bairros e comunidades) onde elas vivem. No campo da Primeira
Infância, o PAIF busca conhecimento acerca das famílias com crianças na
PI, seu contexto de vida, de cuidado e de proteção social. O território é uma
base importante na definição e na implementação das ações do PAIF, pois
ajuda na compreensão das razões que possam estar por trás ou associadas
às dificuldades no enfrentamento de vulnerabilidades sociais que
fragilizam o desenvolvimento integral das crianças.

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A proteção social supõe, antes de tudo, tomar a defesa e impedir a destruição de algo. Di Giovanni
(1998, apud PNAS) entende por proteção social “as formas institucionalizadas que as sociedades
constituem para proteger parte ou o conjunto de seus membros. Tais sistemas decorrem de certas
vicissitudes da vida natural ou social, tais como a velhice, a doença, o infortúnio, as privações”.

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O PAIF, conta com dois cadernos de Orientações Técnicas - PAIF segundo do Trabalho Social com Famílias para a prevenção de vulnerabilidades
a Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais (2012) e Trabalho e violações de direitos, além de detalhar a operacionalização de suas
Social com Famílias do PAIF (2012) - que trazem a descrição detalhada ações (MDS, 2018).

De acordo com as orientações técnicas – Trabalho Social com Famílias do PAIF (2012), as ações desse serviço, incluem abordagens
individuais e coletivas articuladas entre si, a saber:

ACOLHIDA • Na maioria das vezes é a escuta inicial das necessidades das famílias, inclui a oferta de informações
sobre o PAIF e dos demais serviços da rede, podendo ser individual ou coletiva.

OFICINAS COM FAMÍLIAS • encontros planejados e previamente organizados com um conjunto de famílias visando
discutir e refletir sobre situações, informações e temas de interesse comum.

AÇÕES PARTICULARIZADAS • Atendimento a uma pessoa ou a uma família de modo individualizado. Pode ser realizado
por indicação dos profissionais, a pedido da família ou indivíduo, pois algumas famílias podem sentir-se mais confortáveis
em falar de suas necessidades, expectativas e dinâmicas de forma mais privativa e particular.

AÇÕES COMUNITÁRIAS • Mobilizam um número maior de pessoas e/ou famílias e/ou grupos do território.
Geralmente consistem em eventos comunitários, palestras, campanhas

ENCAMINHAMENTOS • Os encaminhamentos são estratégias para viabilizar o acesso de famílias, ou algum de seus
membros para os serviços e ações da rede socioassistencial ou intersetorial. São encaminhamentos monitorados para verificar
se o atendimento ocorreu, especialmente, nos casos de acompanhamento familiar.

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Segundo o caderno SUAS e PCF - Atuação Integrada (MDS,2018): e das relações entre pais e/ou cuidadores(as) e crianças, tanto durante
a gestação quanto nas primeiras etapas desse ciclo vital da criança.
Sobre os direitos das crianças na Primeira Infância ressalta-se o direito
Os profissionais do PAIF organizam a atenção às famílias em duas
ao enxoval ao nascer, a amamentação, a um nome, ao registro civil de
modalidades: Atendimento: voltado à atenção das famílias cuja situação
nascimento, ao sono, à alimentação adequada, de ter oportunidades de
não apresenta a iminência de agravos em relação a riscos sociais,
brincar e aprender, de crescer, sempre que possível, sob a proteção dos
violência intrafamiliar ou violação de direitos, e; Acompanhamento
pais em ambiente afetuoso e sem violência.
familiar: voltado às famílias que vivenciam condições particulares
de vulnerabilidade sociais, propensas ou na iminência de desencadear
O PAIF pode ainda contribuir com ações que favoreçam a ampliação
situações de riscos, violação de direitos ou agravos que comprometam
do universo informacional das famílias sobre questões relativas às
a qualidade de suas relações ou de vida de seus membros.
vulnerabilidades próprias da fase de gestação, dos ciclos de vida, inclusive
O acompanhamento familiar pressupõe um Plano de Acompanhamento
das crianças com deficiências, por meio de espaços coletivos para troca
Familiar combinado com a família.
de experiências e fortalecimento das relações familiares e das redes
sociais de apoio.

Dessa maneira, o PAIF ao avaliar as condições concretas das famílias,


pode atender suas demandas imediatas, inseri-las em alguma atividade do Em relação à integração do PAIF com o Programa Criança Feliz:
seu interesse, mantê-las referenciadas para quaisquer outras demandas;
ou nas situações familiares mais complexas, com riscos de agravos e o É recomendável que as visitas domiciliares sejam associadas à inclusão
desencadeamento de violências ou outras violações de direitos, implementar das gestantes e famílias com criança na primeira infância, em ações
um plano de acompanhamento familiar, combinado com a famílias e seus coletivas (oficinas, rodas de conversas/diálogos, grupos de discussão,
membros, com atendimentos mais sistemáticos, contínuos e por períodos campanhas, eventos comunitários ou ações particularizadas) que
mais prolongados, a depender dos desafios e avanços. favoreçam aquisições relacionadas ao conhecimento e ao exercício de
direitos pelas famílias (pais, rede familiar). Além disso, é importante o
Em relação ao trabalho do PAIF com as famílias com gestantes7 e com estabelecimento de diálogos e fluxos entre as equipes do PCF e do PAIF.
crianças na Primeira Infância, é importante considerar que o acesso das Sugere-se a adoção de reuniões periódicas e sistemáticas para a
famílias a informações sobre cuidados, desenvolvimento infantil, direito discussão de casos e os encaminhamentos necessários.” (MDS, p.18.2018).
das crianças, etc, pode ser determinante na qualidade da convivência

7
Uma abordagem cuidadosa sobre as mudanças geradas pela gestação e sobre as expectativas da chegada de um novo ser dependente de cuidados pode ajudar a família a se
preparar para o fortalecimento do vínculo: família-bebê.
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SERVIÇO DE CONVIVÊNCIA E FORTALECIMENTO


DE VÍNCULOS – SCFV

Este é um Serviço da Proteção Social Básica do SUAS, que desenvolve Uma outra característica do Serviço é a utilização de eixos norteadores
atividades coletivas por meio de grupos de convivências, organizados por para orientar a organização, o planejamento e a metodologia das atividades.
ciclos de vida: Para a faixa etária de 0 a 6 anos, são eles:

EU COMIGO • Reforça a importância de trabalhar as relações


interpessoais, a partir das vivências e contexto social das crianças.

Crianças Crianças e Adolescentes


até 6 anos adolescentes de de 15 a 17 anos
6 a 15 anos
EU COM QUEM CUIDA DE MIM • Identifica e trabalha as habilidades
e competências dos(as) cuidadores(as) para que, a partir do seu olhar,
ação, cuidado e exemplo, ajude as crianças a desenvolverem habilidades
e competências pessoais, colaborativas e relacionais positivas.
Jovens de adultos de 30 a 59 Idosas a partir
18 a 29 anos de 60 anos
EU COM OS OUTROS • Foca nas competências relacionais ligadas
à comunicação, empatia, cooperação, respeito e sociabilidade, para
As atividades desenvolvidas pelos grupos, são voltadas para possibilitar a além da relação criança-cuidador(a) e do convívio criança-família,
todos(as) experiências colaborativas, vivências e oportunidades de escuta, expandindo-se para uma rede maior de apoio e referência,
de expressão de opinião, de ampliação do universo informacional e cultural, como vizinhança, etc.

de desenvolvimento da autoestima, da autonomia, das habilidades de


relacionar-se e conviver, de reconhecer diferenças humanas e respeitá-las, EU COM A CIDADE • Orienta as atividades para o desenvolvimento de
e, sobretudo, de participação social, de acesso a direitos e de fortalecimento competências e habilidades que expanda as vivências sociais e a noção
de direitos e deveres firmando visão, comportamentos, competências
dos vínculos familiares e comunitário protetivos.
e habilidades pessoais e interpessoais como cidadãos(ãs).

16
01

A organização dos grupos de convivência se baseia no principio da não Em relação à Primeira Infância, as atividades dos grupos de convivência
discriminação alguma, ou seja, seus grupos de convivência são inclusivos; para crianças de 0 a 6 anos procuram estimular as interações sociais entre
participam pessoas com deficiência, pessoas que vivenciam vulnerabilidades a criança, a sua família e a comunidade. Nesse sentido, buscam assegurar
sociais das mais diversas, que passam por situações de violências e outras a participação, no grupo de convivência, de uma pessoa adulta da família,
violações de direitos, pertencem a grupos culturais específicos, a exemplo a mãe, o pai, a avó/avô, ou outras pessoas que sejam referência familiar
de povos e comunidades tradicionais, migrantes internacionais, etc. de cuidado e proteção da criança. Assim, em cada encontro do grupo de
O atendimento a públicos diversos, integrados a outras ofertas do SUAS, crianças, nessa faixa etária, há a previsão da presença de um(a) cuidador(a)
o funcionamento de grupos com encontros sistemáticos, continuados, familiar com vínculo protetivo com a criança. A presença dessa pessoa é
por períodos longos, sob a condução de orientadores(as) sociais tem uma diretriz do serviço para esse ciclo de vida, especialmente para a faixa
ampliado a potência do serviço na rede socioassistencial. etária de até 3 anos, mais dependente de cuidados, e tem o objetivo de
possibilitar atividades lúdicas, troca de experiências, escuta, manifestação
Considerando que o PAIF é o serviço que estrutura o trabalho social com de afeto e carinho e de vivências coletivas favorecedoras dos laços e dos
famílias na Proteção Social, o SCFV funciona articulado ao PAIF e tem cuidados diários.
como uma de suas funções, complementar o trabalho com as famílias, pois
possibilita o atendimento dos membros da família, a partir dos ciclos de vida Veja o que diz o Caderno de Atividades do Serviço de Convivência e
e das especificidades das suas necessidades e demandas. Diferentemente Fortalecimento de Vínculos para crianças de 0 a 6 anos (2018):
do PAIF que só pode ser ofertado diretamente pelo CRAS, vez que é um
serviço estatal, o SCFV pode ser oferecido diretamente pelo CRAS, quando
o espaço e a infraestrutura do equipamento reúnem as condições para o “Uma especificidade do SCFV executado junto às crianças de 0 a 6 anos é
funcionamento dos Grupos de Convivência, mas também, por Centros de que a criança sempre estará acompanhada de seu(sua) cuidador(a), que é,
Convivência - os quais já totalizam mais oito mil no país. As organizações em geral, um(a) familiar. Durante os encontros do grupo, são desenvolvidas
que ofertam esse Serviço, obrigatoriamente, estarão inscritas no Conselho de atividades que potencializam o desenvolvimento mental, de linguagem,
Assistência Social do Distrito Federal ou do município, sede de sua atuação. socioemocional e físico das crianças e estimulam as interações sociais
entre ela, o(a) seu(sua) cuidador(a) e os demais participantes”.
O acesso ao SCFV pode ocorrer por procura espontânea dos usuários, busca
ativa de públicos socialmente excluídos, encaminhamento dos serviços
ofertados pelo CRAS e/ou outros serviços e ações da rede socioassistencial
e também por encaminhamento de outras políticas públicas.

17
01

Segundo o caderno SUAS e PCF, atuação integrada, 2018, as atividades


desenvolvidas nos grupos para esse ciclo de vida seguem algumas diretrizes:

LUDICIDADE • A brincadeira como meio para estimular o afeto,


a comunicação e o vínculo entre a criança e o(a) cuidador(a).

PARENTALIDADE • O reforço do vínculo entre o(a) cuidador(a) e


a criança para a provisão de cuidados, segurança e afetividade, que
são elementos fundamentais para o seu desenvolvimento integral.

TROCA DE EXPERIÊNCIAS • A promoção de momentos de


compartilhamento de saberes e vivências entre os(as) cuidadores(as),
a fim de melhorar a relação entre criança e familiar, e a ampliação
de sua rede de apoio na comunidade.

Em relação à integração do SCFV com o Programa Criança Feliz, inicialmente


cabe afirmar que as famílias e suas crianças que recebem as visitas
domiciliares do PCF, podem participar de todos os serviços e ações do SUAS
à medida que necessitarem. Esse é um direito de todos(as). A participação em
uma ação não substitui ou anula a participação em outra, muito pelo contrário,
amplia as oportunidades de proteção social pela rede.

Assim, respeitada a participação voluntária das famílias no SCFV, essa pode ser
estimulada pelos profissionais do PCF e do CRAS e seus serviços, sempre que
se vislumbram os benefícios de proteção para elas. Em relação às necessidades
familiares identificadas pelo(a) visitador(a) do PCF, compreendendo inclusive
outros ciclos de vida, recomenda-se que o(a) supervisor(a) do programa
comunique à equipe que atua no CRAS para que seja avaliada a situação
e providenciada à inserção dos(as) usuários(as) no SCFV (MDS, 2018).

18
02 RETRATO DOS MUNICÍPIOS
Sendo assim, os municípios selecionados foram:
2.1 DESK RESEARCH

Careiro • Amazonas
Os municípios participantes do projeto foram escolhidos pelas equipes São Luis • Maranhão
do Departamento de Proteção Social Básica/SNAS e do Departamento de
Atenção à Primeira Infância/SNAPI, a partir de alguns critérios: Pacatuba • Ceará

• Municípios com as 3 ofertas: PAIF, SCFV e PCF; Penaforte • Ceará

• Municípios que realizam o Serviço no Domicílio;

• Municípios com registro de atendimento a Povos e Comunidades


Tradicionais (ao menos dois obrigatórios, sendo 1 na região norte);

• Municípios que representam as 5 regiões político-administrativas; Frutuoso Gomes


Ariquemes • Rondônia
Rio Grande do Norte
• Municípios a partir do porte populacional – privilegiando municípios
Acreúna • Goiás
de pequeno porte I e II;
Salinas • Minas Gerais
• Municípios com maior tempo de adesão e fase de execução avançada Ponta Porã
quanto ao Programa Criança Feliz; Mato Grosso do Sul
São José dos Campos
• Municípios avaliados no “Aprimoramento das Políticas Públicas São Paulo
Cristal
para a Primeira Infância”.
Rio Grande do Sul

19
02

Foram analisados dados gerais sobre cada município e dados relacionados Os dados gerais e índices foram importantes para a construção do retrato
aos programas e serviços que constam neste projeto como objetos de dos municípios e análise comparativa entre os mesmos, a fim de gerar
análise da integração. Esse registro foi feito por meio de cards estruturados insumos para mapeamento dos desafios comuns e particulares de cada lugar,
da seguinte forma: assim como, as boas práticas que podem ser estruturadas como exemplos
de situações que ocorrem no dia a dia dos serviços e programa e podem
aparecer como pontapés para soluções replicáveis. É relevante ressaltar que a
construção das boas práticas e dos desafios dos municípios relacionadas/os
ao processo de integração foi resultado da sistematização das mais
de 60 entrevistas de profundidade feitas na primeira etapa do diagnóstico.
A categorização e sistematização das boas práticas será feita na próxima
etapa do projeto - a cocriação - com maior aprofundamento.

Cards de retrato dos municípios

20
02

2.2 ANÁLISE COMPARATIVA


ENTRE OS MUNICÍPIOS

A partir do retrato de cada município, do Censo SUAS CRAS/2020, RMA/


dezembro de 2021 e dados do SISC, foi feita uma análise comparativa entre
os municípios sobre o atendimento à primeira infância e com ligação à
integração, com foco em algumas categorias:

• Público Atendido;
• Integração do PCF com o CRAS e o PAIF;
• Integração do PAIF com o SCFV;
• Integração geral do PAIF com a rede socioassistencial e rede intersetorial.

Atendimento à Primeira Infância

O atendimento à Primeira Infância, no âmbito da PSB ou articulado a ela,


está previsto: no PAIF a partir do olhar sobre a família; no PCF por meio Após análise de dados dos municípios e relacionando-os com as entrevistas
de visitas domiciliares; no SCFV por meio de grupos com crianças de em profundidade feitas neste processo, foi possível verificar que há
0 a 6 anos e seus(suas) cuidadores(as), e também através dos Benefícios disparidades entre o que aparece quantitativamente, relatado nos instrumentos
eventuais, através de auxílio natalidade e Benefício de Prestação Continuada oficiais de monitoramento e acompanhamento, e o que realmente acontece nos
- BPC para crianças com deficiência e no Programa Auxílio Brasil – PAB. municípios no cotidiano dos serviços e programa. Essa análise é relevante para
não tomar os números como única fonte de informação, sem compará-los com
A previsão da integração dessas ofertas visa potencializar os impactos
outros registros que podem auxiliar na superação de desafios e disseminação
na superação de vulnerabilidades e na melhoria da qualidade de vida.
de boas práticas. A hipótese sobre o que motiva essa diferença está no
possível enviesamento dos dados que pode ocorrer nos registros dos índices,
visto que os(as) profissionais podem não querer se comprometer com
defasagens que ocorrem em seus municípios.

21
02

Dados do Relatório de Atendimento Mensal – RMA, mês de dezembro,


2021 apresentam o seguinte retrato:

Famílias Total de auxílios- Crianças de 0 a 6 anos


Total de famílias em Famílias em Famílias Famílias Visitas
beneficiárias do natalidade concedidos em Serviços
UF MUNICÍPIO acompanhamento situação de
Programa Bolsa
encaminhadas encaminhadas domiciliares
/entregues durante de Convivência e
pelo PAIF extrema pobreza para o CREAS para o CREAS realizadas
Família o mês de referência Fortalecimento de Vínculos

Média Soma Soma Soma Soma Soma Soma Soma

RO Ariquemes 63 28 64 6 13 974 141 345

AM Careiro 27 7 6 0 24 110 126 918

MA São Luís 200 733 819 217 126 6358 642 1559

CE Pacatuba 275 0 0 0 16 645 197 1260

CE Penaforte 180 1 34 12 5 203 68 73


Frutuoso
RN 19 40 40 7 0 136 52 1980
Gomes
MG Salinas 167 8 34 11 22 1552 61 20
São José
SP 125 499 25 53 126 3602 1340 0
Dos Campos
RS Cristal 20 2 4 3 0 107 0 0

MS Ponta Porã 52 47 64 1 39 11663 53 260

GO Acreúna 110 29 78 37 16 2330 85 67

TOTAL 1246 1394 1168 347 387 27680 2675 6482

22
02

Reunião da Periodicidade que PAIF encaminha Orientação e


Reuniões de
Reunião do equipe do PCF a Equipe do PCF família com apoio pelo PAIF Oferta pelo PAIF
CRAS tem sala CRAS planejamento -
Total de supervisor com a equipe encaminha as famílias gestantes a famílias aten- de Benefício
MUNICÍPIO exclusiva Executa PCF equipe do PCF
CRAS com visitador do PAIF para para os serviços e criança na didas Eventual
para o PCF? com equipe? e coordenação
DO PCF discussão socioassistenciais primeira infância pelo Programa (nascimento)
do CRAS
de casos deste CRAS para o PCF Criança Feliz.

Ariquemes Sim
1 CRAS 1 CRAS Semanal Semanal Semanal Eventual SIM SIM SIM
(RO) (exclusiva)
1 sim
Careiro 1 semanal 1 eventual 1 eventual 1 semanal
2 CRAS 1 CRAS (exclusiva) 2 SIM 2 SIM 2 SIM 1 NR
(AM) 1 NR 1 NR 1 NR 1 NR
1 NR
17 semanal 17 semanal
São Luís 20 sim 14 semanal 9 semanal
20 CRAS 12 CRAS 2 quinzenal 2 diário 20 SIM 20 SIM 19 SIM 1 NR
(MA) (exclusiva) 6 mensal 11 mensal
1 mensal 1 mensal
1 semanal 1 semanal 1 semanal
Pacatuba 3 sim
3 CRAS 3 CRAS 1 quinzenal 1 mensal 1 mensal 3 diário 3 SIM 3 SIM 3 SIM
(CE) (exclusiva)
1 mensal 1 diário 1 diário
Pena Forte Sim
1 CRAS 1 CRAS Semanal Semanal Semanal Diário SIM SIM SIM
(CE) (exclusiva)
Frutuoso Sim
1 CRAS 1 CRAS Quinzenal Mensal Mensal Mensal SIM SIM SIM
Gomes (RN) (exclusiva)
2 Sim
Salinas (MG) 2 CRAS 1 CRAS 2 Semanal 2 Mensal 2 Mensal 2 Semanal 2 SIM 2 SIM 2 SIM
(exclusiva)
4 semanal 3 eventual
São José Dos 9 sim 1 quinzenal 7 eventual 4 nunca 8 eventual 8 SIM
9 CRAS 5 CRAS 9 SIM 9 SIM
Campos( SP) (exclusiva) 2 bimestral 2 mensal 1 semanal 1 mensal 1 NÃO
2 NR 1 mensal
Sim
Cristal (RS) 1 CRAS 1 CRAS Semanal Semanal Semanal Semanal SIM SIM NÃO
(exclusiva)
2 eventual
Ponta Porã 4 sim 2 semanal 3 semanal
4 CRAS 3 CRAS 4 semanal 1 semanal 4 SIM 4 SIM 4 SIM
(MS) (exclusiva) 2 eventual 1 diário
1 mensal

23
02

Categorias de Análises B Integração do Programa Criança Feliz com o CRAS e PAIF


Sobre a integração do PCF com o CRAS e com o PAIF conforme tabela
A Público atendido acima, fonte Censo SUAS CRAS/2020, temos a seguinte análise:
Considerando o público usuário prioritário do PCF, verifica-se que o PAIF
de 9 municípios têm inserido em acompanhamento familiar beneficiários a. Dos 45 CRAS dos 11 municípios participantes do projeto, 66,7%
do PAB e do BPC, o que supõe atendimento comum desse público pelo PCF dos CRAS têm salas exclusivas para o PCF. Isso pode revelar que o CRAS,
e PAIF. Especificamente sobre a Primeira Infância, sobressai a concessão nesses 11 municípios, constitui-se referência para o funcionamento do
de auxílio por nascimento em 10 municípios (Cristal não informou) Programa. Ao mesmo tempo é possível considerar que estando a equipe
e o atendimento em grupo, pelo SCFV, de crianças de 0 a 6 anos, em (supervisores/as e visitadores/as) do PCF vinculadas ao CRAS ampliam-se
9 municípios (Cristal e São José dos Campos não informaram). Porém as possibilidades de aproximação e contatos frequentes entre as equipes,
é preciso ressaltar que estes dados são provenientes do RMA, e quando particularmente, do PAIF e do PCF.
são comparados ao que está no Sistema de Informações do Serviço de
Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SISC, há uma disparidade b. Sobre a execução do PCF vinculada ao CRAS verifica-se que 44 CRAS
considerável, com um número de atendimentos à faixa etária de 0 a 6 anos executam o PCF com equipe exclusiva - somente um CRAS do município
muito menor do que o que foi declarado no RMA. Os dados do SISC estão de Careiro não respondeu. Ter equipe exclusiva pode revelar capacidade
mais próximos ao que foi relatado pelos municípios durante as entrevistas de cumprir as atividades do Programa sem prejudicar os trabalhos da
em relação ao atendimento pelo SCFV de crianças nessa faixa etária. equipe do PAIF e ao mesmo tempo reunir as condições técnicas para fazer
Observa-se ainda, que a realização de visita domiciliar constitui-se as articulações previstas nas orientações técnicas do PCF e PSB.
em uma metodologia bastante utilizada pelos CRAS dos 11 municípios.
É possível presumir que todos os serviços ofertados pelos CRAS c. Quanto à periodicidade de reuniões entre supervisores/as e visitadores/
realizam, em alguma medida, visitas domiciliares (fonte, MC/SNAS/RMA / as do PCF, verifica-se que em 73,33% dos casos a frequência é semanal.
dezembro/2021). Os demais respondentes informaram que realizam as reuniões
quinzenalmente (8,88%), mensalmente (4,44%), bimestralmente (4,44%),
e 6,66% não responderam. Todavia a predominância de reuniões semanais
pode indicar uma boa relação com a qualidade das atividades do Programa
e por outro lado, maior possibilidade de encaminhamento de demandas
familiares às outras ofertas do CRAS;

24
02

d. 73,33 % das equipes do PCF informaram que se reúnem semanal ou e. Sobre a relação mais específica do PAIF com o PCF, o Censo ainda mostra
mensalmente com a coordenação do CRAS. Também, 78,6% informam os seguintes dados: em 75,55% dos CRAS, a equipe do PCF e a equipe do
que o PCF encaminha famílias para a rede socioassistencial nas PAIF se reúnem para discussão de casos, nas periodicidade semanal e mensal;
periodicidades: semanal, diária e mensal. Esses índices podem indicar 97,8 % declaram que o PAIF encaminha famílias com gestantes e crianças na
que o funcionamento do PCF no CRAS se dá integrado à gestão territorial primeira infância para o PCF e 100% dos CRAS informam que o PAIF orienta
da rede socioassistencial pelo CRAS. Por outro lado, 22,22% informam famílias atendidas pelo PCF. Todavia, ainda chama atenção que 22,22%
que a equipe do PCF se reúne com a coordenação do CRAS dos CRAS declaram que o PAIF e PCF se reúnem eventualmente ou nunca.
eventualmente. Sobre o encaminhamento de famílias pelo PCF para
a rede socioassistencial, 20% encaminham eventualmente. C Integração do PAIF com o SCFV

CRAS Executa CRAS realiza Oferta Este CRAS tem rede Rede referenciada ao CRAS O Paif Acompanha famílias
MUNICÍPIO Total de CRAS
diretamente o SCFV direta para 0 a 6 anos referenciada para o SCFV oferta para 0 a 6 anos da rede referenciada
Ariquemes (RO) 1 CRAS 0 0 CRAS Não Não SIM - maioria

Careiro (AM) 2 CRAS 2 CRAS 1 CRAS 1 (não) 1 (NR) 2 (NR) 1 sim (maioria) 1 NR

São Luís ( MA) 20 CRAS 12 CRAS 4 CRAS 10 (sim) 10 (não) 10 (Sim) 10 (Não) 12 – (sim todas) 8-(maioria)

Pacatuba (CE) 3 CRAS 3 CRAS 3 CRAS 3 (NR) 3 (NR) NR

Pena Forte (CE) 1 CRAS 1 CRAS 1 CRAS NR NR NR

Frutuoso Gomes (RN) 1 CRAS 1 CRAS 1 CRAS NR NR NR

Salinas (MG) 2 CRAS 2 CRAS 0 CRAS 1 (Não) 1 (NR) 1(NR) 1(Não) 1 (sim, maioria) 1 NR

São José Dos Campos (SP) 9 CRAS 0 0 CRAS 8 (Não) 1 ( SIM) 1 ( Sim) 8 ( Não) 7 (só atendimento) 2(todas)

Cristal (RS) 1 CRAS 1 CRAS 1 CRAS Sim Sim Sim ( maioria)

Ponta Porã (MS) 4 CRAS 4 CRAS 0 CRAS 4 (NR) NR NR

Acreúna (GO) 1 CRAS 1 CRAS 1 CRAS 1 (NR) NR NR


14 (todas) 12 (maioria)
Total de CRAS 45 CRAS 30 CRAS 12 CRAS 12 CRAS 12 CRAS
7 ( atendimento) 12( NR)

25
02

Os dados do censo SUAS/CRAS/2021, conforme tabela, revelam as D Integração geral do PAIF com a rede socioassistencial
seguintes perspectivas de integração: e rede intersetorial

• Verifica-se que, 66,66% dos CRAS ofertam diretamente o SCFV e 26,66% a. O censo SUAS CRAS 2020 aponta que 100% dos CRAS/PAIF realizam
informam ter rede referenciada para também ofertar o SCFV. Quando se encaminhamento de famílias ou indivíduos para a rede socioassistencial
trata do atendimento do Público de 0 a 6 anos há uma coincidência, 26,26% e 97,77% encaminham famílias ou indivíduos para outras políticas públicas
(12 CRAS) informam atender diretamente crianças de 0 a 6 anos; 26,66% (educação, habitação, trabalho etc.). Informam ainda que 95,55% (43 CRAS)
(12 CRAS) informam ter rede referenciada para ofertar o SCFV e também 26,66% acompanham os encaminhamentos realizados. Também 95,55% (43 CRAS)
(12 CRAS) informam que a rede referenciada atende crianças de 0 a 6 anos. indicaram que compartilham informações com a rede por meio de relatórios
conforme as orientações técnicas do PAIF. Os índices apontam para a
• Sobre o acompanhamento do PAIF com as famílias do SCFV atendidas existência da integração do PAIF com a rede intra e intersetorial.
pela rede, temos a seguinte situação: 31,11% informam que acompanham
todas as famílias atendidas pela rede referenciada, 26,66% informam que b. Sobre a busca de famílias para a inserção ou adesão ao acompanhamento
acompanham a maioria das famílias, 15,55% só realizam atendimento e familiar 97,77% (44 CRAS) informaram que realizam essa atividade.
26,66% não responderam. Se forem tomados como referência os CRAS que Em relação ao Plano de Acompanhamento Familiar, 95, 55% (43 CRAS)
informaram o acompanhamento de todas e a maioria das famílias, 58,35% informaram que elaboram o plano. Além disso, 97,77% (44 CRAS) informaram
dos CRAS indicam que realizam o acompanhamento das famílias atendidas que registram os atendimentos das famílias em prontuário eletrônico SUAS.
pelo SCFV . Caso a referência sejam os CRAS que acompanham e os que São índices que apontam uma prática importante de acompanhamento
atendem teremos 73,33% dos CRAS realizando acompanhamento familiar familiar que se relacionada com os índices de articulação da rede, pode-se
OU atendimento às famílias. Partindo do princípio de que nem todas as deduzir que o acompanhamento familiar supõe um trabalho em rede.
famílias demandam acompanhamento familiar esse índice pode revelar que
os dois Serviços - PAIF e SCFV - estão trabalhando com índices importantes
de complementaridade e integração. Os 26,26% restantes são municípios
que não informaram ter rede referenciada.

26
02

Análise geral a partir do que foi visto no retrato dos municípios

SÃO LUIS • MA FRUTUOSO GOMES • RN


Apesar de ser uma metrópole com 20 CRAS, apenas 1 deles oferta SCFV para Município de pequeno porte I, com 01 CRAS e com as as três ofertas disponíveis para
1a infância, e nas entrevistas não apareceram Boas Práticas em relação à Integração a 1a infância. Foram identificadas Boas Práticas relevantes no campo da participação social
entre as ofertas. e adesão das famílias, e relatos de boas experiências de integração.

PENAFORTE • CE PACATUBA • CE
Município de pequeno porte I, com 01 CRAS e com boa experiência de integração entre Município de médio porte, com 4 CRAS que traz diversos exemplos (7) de Boas Práticas
ofertas através do uso efetivo do dispositivo do Comitê da Primeira Infância. relacionadas à Integração entre as 3 ofertas.

ARIQUEMES • RO
CAREIRO • AM Município de médio porte, com 1 CRAS que enfrenta uma escassez de profissionais. Chama
Município de pequeno porte II, com 02 CRAS, no qual se destacam diferentes percepções a atenção o número de profissionais e quantidade de pessoas atendidas por oferta (1 CRAS
sobre a integração que parece ter sido consideravelmente impactada negativamente com 22 profissionais e 62 famílias em acompanhamento, 3 SCFV com 17 profissionais com
pela pandemia. Alguns interlocutores dizem que não há integração entre ofertas, porém 702 usuários, e 1 equipe PCF com 10 profissionais atendendo 379 crianças e 26 gestantes).
outros relataram rotinas de integração que aconteciam antes da pandemia. Apesar desta escassez de profissionais, o município demonstra um bom uso dos recursos
de forma integrada entre ofertas e com outros programas.

PONTA PORÃ - MS ACREÚNA - GO


Município de médio porte, com 4 CRAS. Gestão estadual do MS é bastante presente, Município de pequeno porte II, com 01 CRAS que identifica como um de seus maiores
com diversas ações formativas visando a 1a infância e a integração das ofertas. desafios a falta de recursos humanos para todas as ofertas, que afeta tanto na falta de
O município relata diversas dificuldades relacionadas ao fato de ser fronteiriço, atendimento à demanda e também na integração devido
e apesar disso relata diversas Boas Práticas relacionadas à integração entre as ofertas. à grande sobrecarga.

SALINAS - MG
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP
Município de pequeno porte II, com 02 CRAS, e com proposta de atuação do SCFV
Município de grande porte com 9 CRAS, com um grande número de famílias de referência
com a primeira infância. Porém, após a crise vivenciada devido à pandemia, o município
(13 mil famílias para 1 CRAS), porém não há oferta de SCFV para 1a infância e como
sofreu com uma grande enchente, o que sobrecarregou os serviços com demandas
exemplo de integração trouxeram um exemplo pontual relacionado ao contexto pandêmico.
emergenciais e impediu a retomada do planejamento e de algumas ações das ofertas.
Têm rotinas compartilhadas entre PAIF, SCFV e PCF.

CRISTAL - RS
Município de pequeno porte I, com 01 CRAS. Profissionais são os mesmos para PCF, SCFV e PAIF. Equipe PCF composta por profissionais das redes de educação, saúde, e SUAS.
Arranjo permite integração entre PCF e SUAS, e educação e saúde.No município tinham previamente o Programa Infância Melhor (PIM), programa que serviu de inspiração para o PCF.
Atualmente, funcionam de forma integrada, o primeiro focado na área da saúde, e o segundo na Assistência Social.

27
03 BENCHMARKING

ENTREVISTAS

Foram feitas entrevistas em profundidade com os(as) principais


interessados(as) no tema do projeto, nas quais houve uma busca
pela identificação de referências de boas práticas no que concerne
a integração entre ofertas socioassistenciais nos territórios.

Os principais achados nas entrevistas foram sistematizados nos


Cards dos Municípios, e também em sistematizações de entrevistas
realizadas com gestores(as) do Ministério da Cidadania e serão melhor
detalhadas na próxima fase do projeto - Co-Criação, quando serão
sistematizadas, exploradas e priorizadas para serem referência nas
soluções do presente projeto.

28
04 PERSONAS
Persona é um termo que define um tipo de usuário(a) fictício(a) que sintetiza
comportamentos padrão ou comportamentos extremos do público, percebido
em determinado território ou contexto. As personas são construídas a partir da
união de características, hábitos e interesses frequentes detectados a partir de
escutas, entrevistas, observações, dados secundários e entre outros métodos.

As personas servem como base para balizar entendimentos — a partir delas,


pode-se entender melhor, com mais sutileza e empatia, os sentimentos,
comportamentos, desafios e as oportunidades dos principais envolvidos
em uma questão, bem como ajudar a criar soluções inovadoras e que atendam
suas necessidades.

A partir das entrevistas realizadas, foram definidas e desenhadas 10 personas


que representam os principais atores no processo de implementação
e integração das ofertas socioassistenciais estudadas neste projeto.

Coordenadora Estadual Visitadora PCF

Coordenadora CRAS Técnica de Referência SCFV

Técnica PAIF Orientador Social SCFV

Supervisora PCF Famílias (3)

29
04

Essas personas balizam o aprofundamento do estudo estratégico acerca A partir da análise das personas, foram elencados alguns insights gerais:
do perfil das pessoas envolvidas no projeto, quais os seus comportamentos,
os desafios que elas enfrentam e quais são os seus desejos. • No geral, os(as) profissionais sentem falta/necessidade de momentos
de troca de experiências;

• Formação e materiais de apoio mais ligados à prática são temas


abordados frequentemente como necessidades dos(as) profissionais;

• As famílias muitas vezes não entendem/sabem os reais benefícios dos


serviços que estão sendo ofertados e os(as) profissionais têm dificuldade
de explicar serviços em que não estão alocados.

• Os(as) profissionais se sentem inseguros no trabalho com a


primeira infância por falta de conhecimentos específicos sobre o tema;

• A sobrecarga de trabalho incide no engajamento em relação


à integração, que muitas vezes quando acontece é por meio de uma
comunicação informal.

Cards de personas

30
05 JORNADAS

A partir de documentos oficiais e das entrevistas de profundidade, as ações previstas, os objetivos com o público de 0 a 6 anos, o público
foram desenhadas Jornadas de Serviço e Programa para o SCFV, PAIF e PCF, prioritário até os 6 anos, o fluxo de atuação desde a pré-acolhida e, por fim,
e Jornadas de Usuário(a). o fluxo de integração considerando pontos como planejamento, atendimento
As Jornadas de Serviço e Programa apontam caminhos relacionados ao fluxo e encaminhamento, comunicação, continuidade e formação. Elas foram
de implementação, integração e oferta do PCF, PAIF e SCFV, contemplando: organizadas da seguinte maneira:

Jornada serviços
e programas

31
05

As Jornadas de Usuário(a) abordam perfis familiares diversos e trazem Essa ferramenta, por compreender todas as fases de interação do(a)
o fluxo de contato com os serviços e programa desde a chegada/ usuário(a) com os serviços e programa e entre os serviços e programa,
entrada do(a) usuário(a) no sistema, passando pela acolhida, atendimento é essencial para entender as interações estrategicamente, além de
e continuidade/acompanhamento. Estas foram desenhadas do possibilitar a identificação de focos de desafios e a análise de estratégias
seguinte modo: para aproximação da realidade com as jornadas desenhadas e planejadas.

Jornada de usuária(o)

32
06 MAPA DE DESAFIOS

Após as +60 entrevistas realizadas e aprofundamento utilizando as


Jornadas e Personas, foram mapeados 46 desafios relativos à integração
entre o SCFV, o PCF e o PAIF. Esses desafios foram sistematizados em
cards como o que vem a seguir:

33
06

Os desafios apontam os possíveis pontos de atrito dentro das Jornadas reais, Foi possível depreender que a categoria formação é a que mais chama
estando categorizados por tipo de desafio, quando e onde apareceram segundo atenção quando se discorre sobre desafios para integração. 16 dos
as entrevistas realizadas, tema, etapa da jornada na qual estão localizados 46 desafios mapeados foram relacionados a esta temática. No capítulo
e quais personas são impactadas por ele. É importante ressaltar que cada de Insights Gerais deste relatório são feitas considerações relevantes
desafio abre oportunidades e soluções que serão trabalhadas e aprofundadas relacionadas a esse ponto. Além disso, na próxima etapa do projeto,
na próxima etapa de cocriação. de cocriação, serão exploradas e aprofundadas soluções tangíveis que
tragam resoluções práticas para o que foi encontrado neste diagnóstico.

6.1 DESAFIOS E JORNADA

Foi feita uma análise crítica a partir do mapeamento de desafios,


espelhando-os nas jornadas. Como o nosso objetivo principal neste
momento é a integração entre os serviços e programa, a seguir está Cards de desafios
esquematizado dentro da jornada de integração onde cada desafio
se encontra entre as etapas de planejamento, atendimento
e encaminhamento, comunicação, formação e continuidade: 6.2 DESAFIOS E CADERNOS

Com o objetivo de elaborar propostas para atualização do caderno SUAS


e Programa Criança Feliz – Atuação Integrada e para desenvolvimento do
caderno complementar com diretrizes para a integração das ofertas, foi feita
Planejamento Atendimento e Comunicação Formação Continuidade
encaminhamento
uma primeira análise aprofundada do caderno “SUAS e Programa Criança
Feliz – Atuação Integrada” objetivando fazer um comparativo
01 02 08 01 05 06 01 02 07 03 04 05 09 12 13
com os desafios mapeados para o projeto.
14 19 21 11 15 16 08 09 10 17 23 24

33 35 37 36 39 40 18 19 20 25 26 27 Nessa análise os cards de desafios foram sistematizados considerando três


38 43 41 44 45 22 24 28 29 30 categorias:
• Não contempla
46 31 32 34
• Contempla Parcialmente
42 • Contempla

34
06

Essas categorias estão relacionadas aos desafios que podem ser resolvidos Há outra classificação dentro dos cards apenas para indicar alguns
com o conteúdo que o caderno aborda (contempla), àqueles que estão desafios que estão categorizados como Atuação Indireta, o que significa
presentes, mas sem tanto aprofundamento quando se pensa em resolução que o caderno só poderia atuar de maneira indireta para a resolução desse
(contempla parcialmente) e, por fim, os desafios que não são resolvidos desafio, sem necessariamente ter um conteúdo teórico que pudesse
com conteúdo presente no caderno (não contempla). Nos cards há também resolver diretamente a situação. Os cards de comparação entre desafios
algumas primeiras indicações sobre temas de desafios que podem ser e caderno “SUAS e Programa Criança Feliz – Atuação Integrada” estão
trazidos e trabalhados no Caderno Complementar. estruturados assim:

Cards desafios X Cadernos

35
06

As Versões Preliminares e Finais do Caderno “SUAS e Programa Criança


Feliz - Atuação Integrada” atualizado, do Caderno Complementar e
de Indicadores e ferramentas de monitoramento dos resultados serão
desenvolvidas e trabalhadas com aprofundamento durante as próximas
etapas do projeto, de cocriação e implementação.

A partir da análise dos desafios trazidos pelas pessoas entrevistadas


e posteriormente, a partir da análise do Caderno, nota-se que, apesar
do Caderno trazer muitos conteúdos de qualidade, traz poucos
direcionamentos práticos para o cotidiano dos profissionais. O PCF, apesar
de atualmente ter muito valor para as equipes e grande impacto na vida das
famílias, chegou de forma repentina e, em muitos casos, não foi integrado às
outras ofertas, atuando paralelamente. Notou-se nas entrevistas que muitas
equipes não tinham em seu radar a importância de se pensar a articulação
entre as ofertas, como forma de potencializar a qualidade e impacto do
atendimento e acompanhamento das famílias. Diante disso, entende-se que
o Caderno, junto de uma formação EAD, pode trazer à tona a importância
do trabalho conjunto com mais exemplos práticos, entre eles, um fluxo de
atendimento, exemplos de como realizar um planejamento, exemplos de
fluxos e instrumentos para uma comunicação eficaz, entre outros.

36
07 INSIGHTS GERAIS

Com o objetivo de responder a pergunta motivadora deste estudo - como Primeiramente, ainda há várias brechas quando se fala sobre o trabalho
podemos fortalecer a integração de ofertas para atendimento da primeira com crianças de 0 a 6 anos, sendo constatado em vários municípios que
infância – PAIF, SCFV e PCF, a partir do diagnóstico da oferta desses serviços existe uma grande necessidade de fortalecimento da cultura de atenção
e da cocriação de estratégias e ferramentas específicas para este fim? e cuidado à Primeira Infância. O desconhecimento acerca dos temas que
permeiam essa faixa etária é significativo e geram uma grande insegurança
Foram feitos até aqui: para muitos(as) profissionais. É relevante que os(as) profissionais estejam
preparados(as) para explicitar para os(as) cidadãos(as) os reais benefícios
dos serviços ofertados e disponibilizados para eles(as).

No geral, foi possível perceber que os municípios menores que


compartilham profissionais entre serviços conseguem garantir maior
Mapa de atores +60 entrevistas 2 oficinas 11 retratos dos integração e, por consequência, maior integralidade na atenção às famílias.
municípios
Um insight que surge, portanto, é o da promoção de encontros entre
profissionais com o objetivo de facilitar a integração por meio de
trocas de experiências.

Profissionais desmotivados(as) são menos empenhados(as) em buscar a
10 personas 6 jornadas 46 cards de integração das ofertas. O distanciamento da gestão do cotidiano dos(as)
desafios
profissionais incide na desmotivação destes(as), que se sentem não
vistos(as) e não ouvidos(as) quanto às suas dificuldades. Frente a isso,
A partir destes insumos, é possível fazer análises comparativas e surge a compreensão da necessidade, para além das já citadas trocas de
considerações que representam um diagnóstico da oferta de proteção social experiências, de uma maior proximidade da gestão e do contato dos(as)
integrada às famílias com crianças na Primeira Infância. profissionais com uma educação continuada. Essa possibilidade é vista

37
07

pelos(as) mesmos(as) de maneira positiva e parece estar ligada a uma maior Ainda em relação à integração nas diferentes esferas de governança,
integração entre as esferas de governo municipal-estadual-federal. Além foi possível depreender que a não integração no governo federal impacta
disso, torna os(as) profissionais mais aptos(as) a lidarem com as possíveis estados e municípios, enquanto a não integração no governo estadual
situações que venham a aparecer em seu trabalho. As formações permitem incide na não integração das ofertas nos municípios. Esse cascateamento
que os(as) profissionais se sintam mais seguros(as) e com repertório para sugere que a integração entre as esferas municipal-estadual-federal e a
suas atuações, além de permitir espaços de aprendizado, relatos, estudos participação ativa da gestão são pontos essenciais para o fortalecimento
de caso, compartilhamento de experiências e solucionar dúvidas. da integração entre os serviços e programa na ponta.

Além disso, para além de estruturas e materiais teóricos, os(as) profissionais Na estrutura organizacional de cada uma das ofertas, há figuras que têm
sentem grande necessidade de suporte no que tange à materiais mais como função a articulação com outras ofertas, serviços e áreas, tais como os
ligados à prática do dia a dia, a fim de se sentirem mais preparados para técnicos de referência, e os supervisores do PCF. Municípios que têm estes
lidar com as diversas situações com as quais se deparam. profissionais atuando de forma efetiva, relatam uma melhor integração.

No que concerne à integração, mas ainda em relação à educação continuada, Além disso, foi constatada uma grande comunicação informal dentro dos
ficou bastante evidente o desconhecimento dos(as) profissionais a respeito próprios serviços e programa e entre eles. A comunicação informal apresenta
do funcionamento dos serviços e programa e seus fluxos. No geral, devido, suas vantagens, como maior rapidez e facilidade de contato, e aparece de
entre outros motivos, à sobrecarga de trabalho, muitas vezes não são gerados forma mais acentuada em municípios menores, onde a maioria das pessoas
espaços e momentos que permitam que os(as) profissionais conheçam se conhecem.Todavia, ficou evidente que a falta de documentação e de
as ofertas do SUAS e outras políticas públicas para os(as) cidadãos(as). comunicação formal muitas vezes faz com que haja desconhecimento do que
Isso incide diretamente na falta de acesso da população a serviços e está disponível para as famílias, qual o fluxo que as mesmas estão seguindo
programas que podem estar disponíveis no território. Portanto, é importante dentro do sistema, por quem estão sendo atendidas, etc, acarretando em falta
que existam momentos que incentivem a integração a partir do conhecimento de visibilidade para os profissionais e podendo incidir em sobreposição ou
do trabalho uns dos outros e das ofertas disponíveis. falta de serviços para os(as) usuários(as).

38
07

A partir da análise dos 46 desafios, notamos que alguns tiveram • 10 dos 11 municípios entrevistados relataram o impacto da pandemia no
destaque significativo: rompimento de vínculos com os usuários e na dificuldade de retomada das
atividades presenciais, principalmente quando se fala das oficinas do SCFV.
• 7 dos 11 municípios entrevistados relatam que sentem falta de materiais Apesar de ser uma situação atípica, é importante ressaltar e endereçar
e diretrizes que orientem de forma mais precisa qual é a jornada e os fluxos o impacto que os últimos dois anos tiveram na qualidade das ofertas.
sugeridos para integração entre os serviços. Relatam que dentro de um
mesmo município não há padronização no fluxo e troca de informações, • 8 dos 11 municípios relataram as dificuldades de acesso das famílias ao
comunicação ou encaminhamento. O caderno, por sua vez, é visto pelas CRAS, o que impacta no atendimento e acompanhamento daquelas pessoas
equipes como um material que traz poucos exemplos práticos de integração que estão em maior vulnerabilidade social. Nesse sentido, visitas domiciliares,
e processos que possam auxiliar no cotidiano dos profissionais. Sendo sejam elas do PAIF ou do PCF, acabam por ser uma saída para inclusão
assim, percebe-se que há incômodo por parte das equipes com a falta de desses cidadãos nas políticas socioassistenciais.
integração entre as ofertas, porém sentem-se perdidos de como resolver de
forma prática essa situação no seu dia–a-dia. • Ainda falando das famílias, 8 dos 11 municípios relatam que as famílias têm
a percepção de que o CRAS é um equipamento que oferece benefícios apenas,
• 7 dos 11 municípios entrevistados relatam que as equipes não têm ocasionando dificuldade no engajamento e presença nas oficinas ofertadas.
compreensão da divisão de papéis e responsabilidades e dos escopos
de trabalho de cada oferta, gerando sobreposição e resistência entre os
serviços e o programa. A equipe PAIF tem, muitas vezes, a impressão que o Nas próximas etapas do projeto, de cocriação e implementação, serão
PCF faz o mesmo trabalho que eles. Sendo assim, percebe-se que há uma aprofundadas as boas práticas no suporte à construção de soluções
questão formativa envolvida nesse processo, de aprofundamento teórico para fortalecimento da integração entre o PCF, o PAIF e o SCFV,
dos profissionais em relação a cada oferta. Há também a falta de momentos as quais continuarão acontecendo com a presença da SNAS, SNAPI,
de uma capacitação conjunta para as 3 equipes (PAIF, SCFV e PCF). municípios, estados e famílias. Também haverá um aprimoramento
das orientações técnicas, juntamente com apontamento de indicadores
• A maioria dos municípios não ofertam SCFV para 0 a 6 anos, e briefing de monitoramento para chegar até a disseminação dos
o que impacta diretamente na possibilidade de integração das ofertas materiais e conteúdos desenvolvidos.
e continuidade do atendimento à primeira infância.

39
Se mudarmos o começo Referência Bibliográficas
da história, mudamos
a história toda. BRASIL. Portaria MC Nº 664, DE 2 DE SETEMBRO DE 2021 – Consolida os atos
normativos que regulamentam o Programa Criança Feliz/Primeira Infância no Sistema
Raffi Cavoukain Único de Assistência Social - SUAS.
Fundador do Child Honouring
BRASIL. Decreto 9.579 de 22 de novembro de 2018 - Consolida atos normativos editados
pelo Poder Executivo federal que dispõem sobre a temática do lactente, da criança
e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e
do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas
federais da criança e do adolescente, e dá outras providências.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990.

BRASIL. Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Brasília, 1993, alterada pela lei
12.435/2011).

BRASIL. Lei nº 13.257/2016, Marco Legal da Primeira Infância, 2016:

BRASIL. Decreto nº 8.869/2016 – Programa Criança Feliz BRASIL.

Conselho Nacional de Assistência Social - Resoluções nº 19 e nº20/2016, que dispõem


sobre a participação do SUAS no Programa Criança Feliz, 2016, Brasilia.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional


de Assistência Social. Orientações Técnicas Sobre o PAIF: Trabalho Social com Famílias
do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF – Vol. 2-Brasília, 2012.

Ministério de Desenvolvimento Social. Programa Criança Feliz e a intersetorialidade


na Visita Domiciliar. Brasília, 2017 Brasil.

Brasil, Ministério de desenvolvimento Social / Secretaria Nacional de Assistência Social


Perguntas frequentes do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos ,2017.

Brasil, MDS/ SNAS. Caderno de Atividades do Serviço de Convivência e Fortalecimento


de Vínculos para crianças de 0 a 6 anos (2018).

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