UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

INDICADORES DE
SUSTENTABILIDADE NOS
SISTEMAS DE PRODUÇÃO
ANIMAL

Disciplina: Produção animal sustentável sucupirafs@ufc.br

Profª. Drª. Francislene Silveira Sucupira
OBJETIVOS

• Compreender o que são indicadores de sustentabilidade ambiental;

• Conhecer os indicadores desenvolvidos para sustentabilidade no

campo;

• Compreender como devem ser gerados os indicadores de

sustentabilidade.
INTRODUÇÃO

• Indicadores – auxiliar nas avalições de sustentabilidade ambiental;

• Décadas de 70 e 80 – governos e organizações internacionais – 1ºs
Relatórios sobre o estado do ambiente;
• 1º Documento oficial – Rio-92 – Agenda 21;
• Parâmetro - descrever um estado ou uma resposta dos fenômenos
que ocorrem no meio;
• Ferramentas para monitorar o desenvolvimento sustentável;
• Fornecer informações sobre o estado das diversas dimensões –
ambientais, socioeconômicas, culturais, institucionais – compõem o
desenvolvimento sustentável da sociedade.
INTRODUÇÃO

• Sistema

- Multidimensionais;

- Fenômenos complexos em cada dimensão → interação entre si e com

o meio;

- Interação dos fenômenos com outras dimensões;

- Interação entre as dimensões.

DEFINIÇÃO

• Indicador:
Pirâmide de informações:
- Ferramenta desenvolvida para
reunir e quantificar
informações referentes a uma
dada realidade;

- Capacidade de sintetizar
conjunto complexo de
informações – significado
essencial dos aspectos
analisados.

Hammond et al. (1999)

 DEFINIÇÃO

• “Os indicadores mais desejados são aqueles que resumam ou simplifiquem

as informações relevantes, façam com que certos fenômenos que ocorrem
na realidade se tornem mais aparentes”;

• Coleta de informações: parâmetros, variáveis, dados qualitativos ou

quantitativos que possam:

Mensurar Monitorar Avaliar

 DEFINIÇÃO

“Sendo considerados o principal componente da avaliação do progresso em

relação a um desenvolvimento dito sustentável, os indicadores podem ser
um instrumento adequado para compatibilizar o crescimento econômico
com a preservação ambiental e justiça social, principalmente porque nestes
sistemas de indicadores estão contidas todas as informações pertinentes à
situação econômica, social, e ambiental de um espaço geográfico em um
determinado período” (LIRA, 2008).
DEFINIÇÃO

• Funções dos indicadores:

- Avaliar condições e tendências;

- Efetuar a comparação entre lugares e situações;

- Avaliar condições e tendências em relação às metas e objetivos;

- Prover informações de advertência;

- Antecipar futuras tendências.

 DEFINIÇÃO

Relação entre Padrão de resposta Previsão de

indicadores dos sistemas condições futuras

Indicador → Apenas uma medida, constatam uma dada situação;

Não são instrumentos de previsão;

Uso dos indicadores dentro de uma realidade + Relação entre diferentes

indicadores + Análise da situação → Causas, consequências ou previsões que
podem ser feitas.
 DEFINIÇÃO

• Indicadores não são definidos → Objetivo – O que se entende por

sustentabilidade;

• Definição clara sobre os objetivos a serem alcançados;

• Objetivos diferentes → preocupações diferentes → Considerar aspectos

específicos que são característicos de uma situação ou local.

Quais indicadores Quais os métodos Como efetuar a

são relevantes para mais efetivos de leitura dos
um problemática determinação? indicadores?
DEFINIÇÃO

• Aplicações dos indicadores:

- Monitoramento das distintas dimensões de um sistema;

- Diagnosticar a saúde do ecossistema;

- Ferramentas para medir e avaliar consequências das atividades

antrópicas no sistema biológico, e decidir as ações sobre questões sócio-
ambientais;

- Servir de apoio aos tomadores de decisão;

- Norteadores - mantenha o foco no desenvolvimento sustentável.

DEFINIÇÃO
• Índice de sustentabilidade:
- “Uma forma de sintetizar, matematicamente, uma série de informações
quantitativas e semi-quantitativas, associadas à sustentabilidade do
desenvolvimento”;

- “Cada índice, ao final, vai gerar um valor numérico, que será o resultado de
operações matemáticas com as informações que utiliza, e, que quando
comparado a uma escala padrão, avaliará a sustentabilidade”.
DEFINIÇÃO
• Índice de sustentabilidade:
- “Não são e nem devem ser vistos como soluções para todas as dificuldades que
envolvem a sustentabilidade” seja na sua avaliação ou na sua
operacionalização”;

- “Os indicadores e índices simplesmente indicam os caminhos para avaliação,

para a discussão e a percepção da sustentabilidade, cabendo a quem os utiliza
realizar as demais etapas”.
DEFINIÇÃO
• ONU:
- “Não devem servir apenas aos interesses do poder público, para avaliar a
eficiência e eficácia das políticas adotadas, mas devem servir também aos
interesses dos cidadãos, tornando-se instrumento de cidadania, pois eles
podem informar o estado do meio ambiente e da qualidade de vida”.
DESAFIOS
• Elaboração de metodologias adequadas;

• Permitam avaliar a sustentabilidade de realidades regionais;

• Existência de diferentes características e peculiaridades – aspectos

sociais, ambientais, culturais e institucionais;

• Retrato da situação de sustentabilidade de maneira simples;

• Planejamento – definição de indicadores - Reduzir o número de

parâmetros e medidas sobre o meio;

• Definição clara dos objetivos que devem ser alcançados pelo programa.
DESAFIOS
• Atingir a excelência do indicador:

- Validade: capacidade de se medir o que se pretende;

- Confiabilidade: capacidade de reproduzir os mesmos resultados quando

aplicado em condições similares;

- Sensibilidade: capacidade de medir as alterações do fenômeno;

- Especificidade: capacidade de medir somente o fenômeno analisado.

DESAFIOS
• Um bom indicador:

- Deve fornecer resposta imediata às mudanças efetuadas ou ocorridas

em um dado sistema;

- Ser de fácil aplicação – custo e tempo adequados para se realizar a

medida;

- Permitir enfoque integrado;

- Relacionar-se com outros indicadores e permitir análise das relações

 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DA
APLICAÇÃO DE INDICADORES DE DS
Vantagens
- Avaliação dos níveis de desenvolvimento
sustentável;
- Capacidade de sintetizar a informação de
caráter técnico e científico;
- Identificação das variáveis- chave no
sistema;
- Facilidade de transmitir a informação;
- Bom instrumento de apoio à decisão e aos
processos de gestão ambiental;
- Sublinhar a existência de tendências;
- Possibilidade de comparação com padrões
ou metas pré-definidas.
Limitações
- Inexistência de informação base;
-Dificuldade na definições de expressões matemáticas
que melhor traduzam os parâmetros selecionados;
- Perda de informação nos processos de agregação de
dados;
- Diferentes critérios na definição dos limites de
variação do índice em relação às imposições
estabelecidas;
- Ausência de critérios robustos para a seleção de
alguns indicadores;
- Dificuldades na aplicação em determinadas áreas
como o ordenamento do território e a paisagem.
DGA (2000)
METODOLOGIAS
• Métodos voltados para avaliação da dimensão ambientais:

- Organização para a Cooperação e Desenvolvimento econômico →

Pressão- Estado- Resposta (PER);

- Adaptação para efeitos antrópicos → Pressão – Efeito – Impactos –

Resposta (PEIR);

- Avaliação de Impactos Ambientais (AIA).

METODOLOGIAS

Maranhão (2007)
METODOLOGIAS
METODOLOGIAS

• Avaliação de impactos ambientais (AIA) (Bisset, 1987):

- Prevenção de danos causados ao meio ambiente por atividades antrópicas;
- Brasil – estabelecidas como requerimento para toda atividade modificadora do
meio ambiente (Resolução 001/86 CONAMA);
- Subsídios técnicos para planejamento regional e instrumento no processo de
licenciamento – engenharia;
- Vários métodos descritos com diferentes propósitos e situações;
- Diversas situações passíveis de serem submetidas a avaliação.
METODOLOGIAS
• Indicadores de desempenho – nem sempre avaliam todos os aspectos
relacionados às propriedades rurais:
- Objetivos de prosperidade das famílias;
- Satisfação de múltiplos interesses dos produtores, suas famílias e
comunidade;
- Gestão ambiental das propriedades rurais.
METODOLOGIAS
• Indicadores de desenvolvimento rural sustentável:

- Morin (1999);

- AIA de inovações tecnológica da agropecuária;

- APOIA-NOVO RURAL (EMBRAPA);

- Oliveira (2007) – Produção agrícola.

MORIN
• Grupo 1 – Indicadores de capacidade produtiva ou econômica
- Uso de toda terra que possui;
- Forma como trabalha na propriedade;
- Produtividade;
- Sanidade da lavoura;
- Insumos externos e custos de produção;
- Diversidade na produção animal/vegetal;
- Capacidade de produzir receita;
- Comercialização dos produtos.
MORIN
• Grupo 2 – Indicadores de integridade ecológica
- Separa o lixo;
- Cuidado com as aguadas;
- Preservação da lavoura;
- Preservação do mato nativo;
- Preservação do campo.
MORIN
• Grupo 3 – Indicadores de saúde social ou qualidade de vida
- Educação;
- Saúde;
- Estradas;
- Transporte coletivo;
- Emergia elétrica;
• Grupo 4 – Indicadores de
- Assistência técnica;
identidade cultural
- Sistema de crédito;
- Aceitabilidade cultural;
- Organização comunitária;
- Aceitabilidade de novas
- Origem da propriedade; tecnologias.
- Condições de qualidade de vida.
MORIN

Classificação e identificação dos indicadores

DISTRIBUIÇÃO DA
ATRIBUTO IDENTIFICAÇÃO
FREQUÊNCIA
Forte 3 Acima de 60%
Médio 2 De 60 a 40%
Fraco 1 Abaixo de 40%

Albé (2002)
 AIA de inovação tecnológica agropecuária
• AIA da inovação tecnológica agropecuária (EMBRAPA):
- Fundamentos e introdução à metodologia para avaliação de impactos das
atividades agropecuárias (Rodrigues, 1999);
- Identificação das consequências ambientais de projetos, planos, programas e
políticas, além de tecnologias, buscando selecionar a melhor alternativa para
desenvolvimento;
- Dimensões de conceitos de desenvolvimento sustentável (econômico, social e
ecológico) – indicadores específicos;
- Traduzir a realidade complexa na qual as múltiplas variáveis do ambiente se
inter-relacionam,
- Direcionar as ações com base no menor impacto e melhor retorno ao produtor.
AIA de inovação tecnológica agropecuária
• Formulação de sistema AIA de inovação tecnológica da agropecuária:
- Seleção de indicadores;
- Organização em plataforma operacional;
- Sete passos (Girardin et al., 1999):
a) Definição de objetivo: estabelece-se, de acordo com a aplicação tecnológica (ou
projeto avaliado) e o interesse dos usuários, o objetivo de desenvolvimento a ser
atingido;
b) Definição de interessados: compatibilizar localmente os níveis adequados de resposta
dos indicadores (julgamento conforme objetivo definido e aderência à norma
estabelecida), e de equilíbrio entre objetivos ecológicos, econômicos e sócio-culturais,
condiciona que o usuário/adotante da tecnologia em avaliação deva ter participação
ativa e decisória no processo, como forma de incorporar seu conhecimento e experiência.
 AIA de inovação tecnológica agropecuária

• Formulação de sistema AIA de inovação tecnológica da agropecuária:

c) Construção de indicadores: a construção dos indicadores envolve consideração
simultânea dos requerimentos dos usuários, da disponibilidade de informações, do
esforço de coleta, e do estado de conhecimento disponível sobre o tema. Ademais, deve-
se compatibilizar conflitos de interesses sociais, econômicos e ecológicos, e as diferenças
de medida características dos indicadores dessas dimensões;

d) Determinação da norma: o estabelecimento da norma de cumprimento do objetivo:

que no presente caso pode ser expressa como “melhoria da performance ambiental da
atividade à qual a tecnologia se aplica” – depende da interação entre a tecnologia, o
ambiente, e o sistema de produção ao qual a tecnologia é inserida.
 AIA de inovação tecnológica agropecuária

• Formulação de sistema AIA de inovação tecnológica da agropecuária:

e) Teste de sensibilidade: definir o significado da alteração e o grau de
importância. Assim é possível julgar se a alteração é aceitável ou não, e o grau de
importância determina a extensão que a tecnologia contribui para alcançar os
objetivos ;
f) Teste de utilidade: avaliam a aplicabilidade dos indicadores para a avaliação
proposta.
 AMBITEC - AGRO
• AMBITEC - AGRO:
- Estrutura hierárquica simples: parte da propriedade e atinge os sistemas
ecológicos do entorno;
- Envolve três etapas:
a) Levantamento e coleta de dados gerais sobre a tecnologia a ser aplicada;
b) Aplicação de questionários e entrevistas individuais com os produtores
selecionados e inserção de dados sobre os indicadores nas planilhas do sistema;
c) Interpretação de índices e indicação de alternativas de manejo que permitam
minimizar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos.
- Planilhas eletrônicas do Excel com 4 aspectos: Alcance, Eficiência, Conversação e
Recuperação ambiental.
AMBITEC - AGRO
AMBITEC - AGRO
SISTEMA APOIA-NOVO RURAL
• Aplicado para a gestão ambiental territorial – propriedades rurais:
- Programas de desenvolvimento rural;
- Setores produtivos;
- Cadeias produtivas agrícolas;
- Sistemas de produção;
- Entorno de unidades de proteção ambiental.
 SISTEMA APOIA-NOVO RURAL
• Modelo pressão-estado-resposta;

• Avaliações configuradas conforme a situação específica dos sistemas

produtivos – socioeconômica, físico, química e de escala de produção.

PRESSÃO ESTADO RESPOSTA

Adequação do
Análise instrumental –
manejo e conversão
Contexto local das levantamento de dados
tecnológica, visando
atividades rurais objetivos quantitativos
correção de impactos
realizadas. de campo e cálculo de
negativos e promoção
índices de impacto.
dos positivos.
SISTEMA APOIA-NOVO RURAL
• Princípios:
- permitir a avaliação das mais diversas atividades rurais, em variadas
regiões e situações ambientais, na escala específica do
estabelecimento rural (na qual se faz a tomada de decisão para
gestão ambiental);
- incluir indicadores relativos aos aspectos ecológicos, econômicos,
socioculturais e de manejo implicados com o desenvolvimento local
sustentável;
- facilitar a detecção de pontos críticos para correção de manejo.
SISTEMA APOIA-NOVO RURAL
• Princípios:
- expressar os resultados em uma forma simples e direta para
agricultores e empresários rurais, tomadores de decisão e o público
em geral;
- ser informatizado e fornecer uma medida final integrada do impacto
ambiental (e da sustentabilidade) das atividades rurais estudadas,
contribuindo para a gestão ambiental e a ecocertificação, em
atendimento à demanda de produtores e de suas organizações.
SISTEMA APOIA-NOVO RURAL
• Conjunto de indicadores ambientais: construídos em matrizes
escalares de ponderação, formuladas para avaliação sistêmica de
atividades rurais;

• Cinco dimensões da sustentabilidade:

- Ecologia da paisagem;
- Qualidade ambiental (atmosfera, água e solo);
- Valores socioculturais;
- Valores econômicos;
- Gestão e administração.
SISTEMA APOIA-NOVO RURAL
SISTEMA APOIA-NOVO RURAL
SISTEMA APOIA-NOVO RURAL
 ACV NA AGROPECUÁRIA
• Importância relevante - produção agropecuária a nível nacional e global;
• Área de interesse para os estudos de ACV;
• Maioria dos estudos - produção agrícola europeia;
• Estudos brasileiros apresentam uma tendência crescente desde o ano de 2010.
• Brasil:
- produção de frango (DA SILVA et al., 2014);
- produção de grãos para alimentação de frangos de corte (ALVARENGA et al., 2012);
- produção de soja (DA SILVA et al., 2010);
- produção de suínos (CHERUBINI et al., 2015);
- produção de leite (DE LÉIS et al., 2015);
- produção de bovinos de corte (WILLERS et al., 2016; RUVIARO et al. 2015; DICK et
al., 2015a; DICK et al., 2015b).
(XAVIER, 2013)
ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

• Comparação de impactos ambientais de duas fazendas de produção de leite

na Suécia (2000) – sistema convencional x sistema orgânico.

• Definição das categorias de impacto:

a) Recursos: energia, materiais e uso da terra;
b) Saúde humana: uso de pesticidas;
c) Efeitos ecológicos: aquecimento global, acidificação, eutrofização, formação de
foto oxidantes, redução da camada de ozônio.

(CEDERBERG e MATTSSON , 2000)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

• Ciclo de vida da produção de leite

de fazendas convencionais e
orgânicas na Suécia.

• Apenas as fazendas
convencionais usam fertilizantes e
pesticidas nas suas lavouras e nos
coprodutos oriundos da indústria
açucareira.

(CEDERBERG e MATTSSON , 2000)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

• Comparação de impactos ambientais de duas fazendas de produção de leite

na Suécia (2000) – sistema convencional x sistema orgânico.

- Observou-se que sistemas agrícolas de baixas entradas apresentam benefícios

ambientais;
- Redução considerável de pesticidas e fertilizantes (P);
- Para redução de impacto em outras categorias faz-se necessário adotar medidas
de mitigação – (aquecimento global, acidificação e eutrofização.)

(CEDERBERG e MATTSSON , 2000)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

• Estudo na região de Allgäu – Alemanha com o objetivo de comparar os

impactos ambientais relevantes de fazendas de pecuária (Sistemas de
produção (em 3 níveis tecnológicos – intensivo, sistema orgânico e
extensivo).

• Definição das categorias de impacto:

- Consumo de recursos;
- Potencial de aquecimento global;
- Esgotamento dos solos;
- Qualidade da água;
- Biodiversidade;
- Efeitos estéticos na paisagem;
(HASS, WETTERICJ E KÖPKE, 2001)
- Bem estar dos animais.
ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS
Categorias de impacto e indicadores selecionados na aplicação de ACV na
região de Allgäu – Alemanha.

Categoria de impacto Indicador ambiental

Consumo de recursos
Energia Uso de energia primária.
Minerais Uso de fertilizantes fosfatados e potássicos.
Potencial de aquecimento global Emissões de CO2, CH4, N2O (equivalentes CO2).
Esgotamento dos solos Acumulação de metais pesados.
Pastagens Emissões de NH3, NOx, SO2, excedente de N e P
Outros ecossistemas (em equivalentes de SO2 e PO4 ).
Qualidade da água
Lençol freático (conteúdo de nitrato). Fertilização nitrogenada, balanço de N do
sistema e lixiviação de nitrato.
Água de superfície (eutrofização com Fertilização fosfatada, balanço de P e
P). porcentagem de área drenada.

(HASS, WETTERICJ E KÖPKE, 2001)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

Categorias de impacto e indicadores selecionados na aplicação de ACV na

região de Allgäu – Alemanha.

Categoria de impacto Indicador ambiental

Biodiversidade
Efeitos estéticos na paisagem
Bem estar dos animais
Pastagens (nº de espécies, data do 1º corte),
limites (cercas vivas) e margens de campos
(densidade, diversidade, estado/cuidados,
cercas).
Pastagens, limites (cercas vivas) e margens de
campos, manejo dos animais (período,
alimentação, local de confinamento do rebanho),
layout da fazenda (tipo regional, construções,
jardins, árvores, pomar).
Sistema de confinamento e suas condições,
manejo do rebanho (luminosidade, espaço,
período de pastejo, manejo dos animais, etc).

(HASS, WETTERICJ E KÖPKE, 2001)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

Perfil ambiental e categorias

selecionadas de impactos
ambientais de três tipos de
sistema de produção na região de
Allgäu – Alemanha.

Valores maiores nos eixos significam

impactos mais positivos, enquanto
valores menores significam impactos
mais negativos.

(HASS, WETTERICJ E KÖPKE, 2001)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

Avaliação do ciclo de vida aplicado a pecuária bubalina de leite – propriedade

orgânica.

• Definição das categorias de impacto:

- Mudanças climáticas;
- Depleção de ozônio;
- Acidificação terrestre;
- Eutrofização de água doce;
- Ocupação de terra agrícola;
- Depleção de água;
- Depleção fóssil;

• Após a conclusão do inventário:

- Proposição de cenários alternativos – formas de alimentação.
- Comparação com cenário base.
(HASS, WETTERICJ E KÖPKE, 2001)
ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

Avaliação do ciclo de vida aplicado a pecuária bubalina de leite –

propriedade orgânica.
Categoria de impacto
Mudanças climáticas
Depleção de ozônio
Acidificação terrestre
Indicador ambiental
Efeito marginal da emissão de CO2 e outros
gases de efeito estufa, que em determinados
níveis, podem interferir sobre a temperatura dos
oceanos e da camada de ar próxima à superfície
da Terra.
Definida como uma medida relativa de
capacidade de destruição da camada de ozônio,
resultado da utilização de produtos químicos
recalcitrantes, especialmente os
clorofluorocarbonetos (CFCs), que contêm
elementos químicos conhecidos como halógenos.
Alteração na acidez no solo devido à deposição
atmosférica de substâncias inorgânicas, tais
como sulfatos, nitratos e fosfatos. (SOARES, 2001)
ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

Avaliação do ciclo de vida aplicado a pecuária bubalina de leite –

propriedade orgânica.
Categoria de impacto
Eutrofização de água doce
Ocupação de terra agrícola
Depleção de água
Depleção fóssil
Indicador ambiental
Enriquecimento em nutrientes do meio aquático,
normalmente fósforo e nitrogênio, como resultado das
atividades humanas industriais e agrícolas. O excesso
de nutrientes pode levar a um aumento do
crescimento de fitoplâncton causando uma cadeia de
efeitos ecológicos adversos.
Reflete os danos aos ecossistemas devido à
ocupação de determinada quantidade de área
agrícola.
Expressa o montante total de água utilizada ou
consumida em determinada atividade
Esgotamento de combustíveis fósseis, relativo ao
grupo de recursos que contêm hidrocarbonetos. Tem
como medida absoluta o conteúdo (SOARES,
energético do
2001)
ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

Avaliação do ciclo de vida aplicado a pecuária bubalina de leite – propriedade

orgânica.

• A criação dos animais foi a etapa da produção que apresentou maiores

interferências para as categorias: mudanças climáticas e depleção de água;
• A etapa de ordenha e resfriamento do leite incidiu sobre as categorias: depleção de
ozônio, acidificação terrestre, eutrofização de água e depleção fóssil;
• A unidade de processo cultivo de pastagem incidiu sobre a categoria ocupação de
terras agrícolas;
• Os demais estágios do ciclo de vida da produção de leite de búfala apresentaram
menores contribuições para as categorias avaliadas

(HASS, WETTERICJ E KÖPKE, 2001)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

Avaliação do ciclo de vida aplicado a pecuária bubalina de leite – propriedade

orgânica.

• A emissão de metano entérico e óxidos de nitrogênio, a partir da deposição de

excretas, apresentaram contribuições expressivas sobre as categorias mudanças
climáticas;
• Consumo de produtos de higienização e energia elétrica foram os principais inputs
responsáveis por alterações nas categorias depleção de ozônio, eutrofização de
água, acidificação terrestre e depleção fóssil.

(HASS, WETTERICJ E KÖPKE, 2001)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS

Avaliação do ciclo de vida aplicado a pecuária bubalina de leite – propriedade

orgânica.

• Embora o aumento da produção seja acompanhado pela redução dos impactos

em algumas categorias avaliadas, nem sempre representa um ganho para todo o
sistema de produção, tendo em vista que o aumento de produção requer maiores
entradas de insumos para o sistema;
• Nesse sentido, é necessário equacionar o nível de produção ótimo que,
paralelamente, seja capaz de gerar menores encargos ambientais para o meio.

(HASS, WETTERICJ E KÖPKE, 2001)

ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS
Environmental impacts of French and Brazilian broiler chicken production
scenarios: An LCA approach.

• Comparação de sistemas de produção intensiva e semi-intensiva no Brasil e na

França.

(SILVA, 2014)
ACV NA AGROPECUÁRIA
– ESTUDOS BRASILEIROS

Environmental
impacts of
French and
Brazilian broiler
chicken
production
scenarios: An
LCA approach.

(SILVA, 2014)
ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS
Environmental impacts of French and Brazilian broiler chicken production
scenarios: An LCA approach.

• O estágio de produção da grãos é que mais contribuiu para os impactos

ambientais gerais ao longo cadeia produtiva da carne de frango;
• Produção de grãos + Conversão alimentar dos sistemas + Rendimento de
carcaça dos sistemas → Fatores determinantes no impactos da produção de
frango;
• Sistema Label Rouge → Maior impacto por tonelada de carne produzida;
• Quanto mais intensivo for o sistema de produção → menor será o impacto ambiental
da cadeia produtiva por tonelada de carne de frango produzida (eficiência da
conversão alimentar).
(SILVA, 2014)
ACV NA AGROPECUÁRIA – ESTUDOS EUROPEUS
Environmental impacts of French and Brazilian broiler chicken production
scenarios: An LCA approach.

• Sistema BR-CW (Centro – Oeste brasileiro) - 19% das emissões de GEE veio do
desmatamento (frango resfriado e embalado);
• Cadeias produtivas que utilizam grãos – incluir desmatamento – aumento
substancial nos impactos;
• Regiões brasileiras apresentam diferentes níveis de desmatamento - estudos
futuros de ACV devem considerar explicitamente a região de produção de grãos
que são utilizados na alimentação.

(SILVA, 2014)
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Os indicadores devem ser gerados com base em:
- Localidade específica;
- Equipe multidisciplinar;
- Objetivos determinados com representantes da sociedade
relacionados a área.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Metodologia variável;
• Coleta de dados a campo:
- Entrevistas aos produtores;
- Levantamento de informações sobre tipos de produção;
- Imagens com base em GPS para identificar o estado presente de
degradação;
- Uso de planilhas para gerar valores quantitativos que representem os
dados coletados;
- Testes de sensibilidade.
OBRIGADA