Sistema de Produção Animal - Avestruz

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA AMAZÔNIA


CURSO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

Adriano Pereira de Barros


Daniel da Silva Parente
Jean Paulo Dias Paiva
Jeffety Vaz da Silva
João Marcos Santos Coelho
Lucas Moreira da Silva
Robson José Lopes Abreu

SISTEMA DE PRODUÇÃO ANIMAL

Tomé-Açu / PA
2024
Adriano Pereira de Barros
Daniel da Silva Parente
Jean Paulo Dias Paiva
Jeffety Vaz da Silva
João Marcos Santos Coelho
Lucas Moreira da Silva
Robson José Lopes Abreu

SISTEMA DE PRODUÇÃO DE AVESTRUZ

Trabalho Acadêmico apresentado a(s) disciplina(s) de


Sistemas de Produção Animal, (e Metodologia
Científica), do Curso de Bacharelado em Engenharia
Agrícola da Universidade Federal Rural da Amazônia,
como requisito parcial de avaliação, ministradas pelo(s)
professor Dr. Adriano Bicioni Pacheco.

Tomé-Açu / PA
2024
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
2 CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
2.1 CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA
2.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
3 CONTEXTO HISTÓRICO DA CRIAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL
4 PRINCIPAIS ESPÉCIES
5 LEGISLAÇÃO E NORMATIVAS
5.1 IMPORTAÇÃO
5.2 INCUBATÓRIOS
5.3 REPRODUÇÃO
5.4 CRIA
5.5 RECRIA
5.6 ENGORDA
5.7 CICLO COMPLETO
5.8 CICLO PARCIAL
6 SISTEMA DE PRODUÇÃO
7 ASPECTOS SANITÁRIOS DA PRODUÇÃO
7.1 PRINCIPAIS DOENÇAS
8 FONTES ALIMENTARES
8.1 RAÇÃO

9 INSTALAÇÕES NECESSÁRIAS
9.1 NORMA QUE REGULAMENTA AS INTALAÇÕES NECESSÁRIAS PARA
CRIAÇÃO DE RATITAS (AVESTRUZ)
9.2 INSTALAÇÕES PARA CRIAÇÃO DE AVESTRUZES ADULTOS
9.3 INSTALAÇÕES PARA AVESTRUZES EM FASE DE MATERNIDADE,
BERÇÁRIO, CRECHE E RECRIA
10 AMBIÊNCIA E BEM-ESTAR
10.1 TEMPERATURA, CONTROLE AMBIENTAL E ESTRATÉGIAS DE BEM-
ESTAR POR FASE DE DESENVOLVIMENTO
10.2 CINCO LIBERDADES
11 RENTABILIDADE
11.1 LUCRO
12 CURIOSIDADES
12.1 CORRIDA DE AVESTRUZ
12.2 POSSUEM TRÊS ESTÔMAGOS
12.3 OVO DE AVESTRUZ
14 CONSIDERAÇÕES FINAIS
14 REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
A pouco tempo a avestruz era considerada uma ave exótica, no entanto a criação da
ave é praticamente em todo o território nacional, sendo nomeada como estrutiocultura a
criação de avestruz (SUZAN; CAMEIRO, 2007). O Strutio camelus é originário da África
e pertence à família das Ratitas - aves não voadoras. No Brasil a criação de avestruzes se
deu por meados da década de 90, quando ocorreram as primeiras importações de aves
(VILELA, 2024).
Com a reestruturação do mercado agroalimentar, desencadeou mudanças nos hábitos
de consumo da população, com crescente procura por produtos de alta qualidade
nutricional e de maior valor agregado (CARRER; KORNFELD, 1999), o avestruz se
posicionou como um ótimo produto no mercado mundial, segundo Silva, Brandalise e
Peres (2012).
A comercialização dos principais produtos da avestruz para o comércio são: a carne,
o couro e as plumas. A carne de avestruz é vermelha e similar, em aparência, à carne de
boi, bastante saborosa (SILVA; BRANDALISE; PERES, 2012).
De acordo com Silva, Brandalise e Peres (2012) existem outras vantagens com a
criação de avestruz em seus subprodutos: os ossos do animal podem ser utilizados na
composição de rações; o óleo extraído da sua gordura é utilizado na indústria de
cosméticos; o bico e as unhas são utilizados na fabricação de joias e bijuterias.
No entanto, a estrutiocultura é um empreendimento na qual requer cuidados que
abrangem todos os segmentos da produção, desde a localização do sistema produtivo,
aquisição das aves, procedimentos sanitários e de manejo, para a obtenção de bons níveis
de produtividade nos rebanhos (SILVA; BRANDALISE; PERES, 2012).
Apesar de seu plantel ter iniciado a partir da década de 90, a criação já apresenta uma
expansão admirável (BIANCO, 2006), as perspectivas demonstram que o Brasil tenha um
rebanho de aproximadamente 154 mil cabeças de avestruz. Contudo, a primeira
associação criada no Brasil foi a Associação dos Criadores de Avestruz do Brasil -
ACAB, fundada no final de 1996 (PRIANO; FERRAREZI JUNIOR, 2022).

2. CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS


2.1 CLASSIFICAÇÃO ZOOLÓGICA
Nome Científico: Struthio camelus
Classe: Aves
Ordem: Struthioniformes
Família: Struthionidae
Habitat: Áreas Montanhosas, savanas e planícies arenosas desérticas.
Hábitos: diurnos
Distribuição Geográfica: África
Nome Comum: Avestruz
2.2 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA AVESTRUZ
A avestruz é considerada a maior das aves. Mede até 2,4 metros e pesa cerca de 150
kg. Seu corpo tem aspecto desengonçado, com pernas e pescoço longos e cabeça pequena,
e ainda, dois grandes dedos em cada pata. A avestruz não possui a capacidade de voar
que é compensada por sua habilidade de correr, podendo atingir uma velocidade de 45
km/h e passos com mais de 3,5 metros (FIOCRUZ).
As avestruzes apresentam dimorfismo sexual, com machos maiores, pretos e com a
ponta das asas branca e fêmeas menores e de coloração acinzentada. São animais onívoros
que se alimentam de plantas e pequenos animais, como insetos e lagartixas. Essas aves
botam cerca de 60 ovos por ano, e o período de incubação é de 42 dias (BIOLOGIA
NET).
As fêmeas tornam-se sexualmente maduras por volta de 2 anos, põem cerca de 60
ovos por ano e desses nascem, em média, 20 filhotes. Os ovos pesam de 1 a 2 quilos e
medem em torno de 15 a 20 centímetros de altura. O período de incubação é de 42 dias e
os filhotes pesam por volta de 1 quilo ao nascerem. Os animais criados para corte são
abatidos aos 15 meses, mas, na natureza, a ave vive em média 65 anos. (FAPESP, 2004).
3. CONTEXTO HISTÓRICO DA CRIAÇÃO NO MUNDO E NO BRASIL
No passado, as avestruzes foram muito caçadas com o objetivo de obtenção de pele e
penas. Atualmente, no entanto, essa caça reduziu-se consideravelmente, uma vez que a
espécie foi domesticada e há criação desse animal em várias partes do planeta. Elas que
surgiram na África, um dos países que tem mais avestruzes é na África do Sul e nas
regiões secas e arenosas da África Central e Austral.
O histórico do negócio de avestruzes no mundo pode ser dividido em dois períodos:
antes e depois do advento da indústria do couro. A África do Sul é o país onde toda a
atividade se desenvolveu e originou o mercado que atualmente é explorado por outros
países, mas em escala bem inferior (FAEC).
Estrutiocultura ou criação de avestruz (Struthio camelus), vem sendo desenvolvida,
no Brasil, desde o ano de 1995, quando foram importadas as primeiras aves.
A criação de avestruzes vem sendo amplamente divulgada e disseminada pelo Brasil,
principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste do país, onde se encontram os maiores
criatórios e há mais investidores na atividade (FAEC).

4. PRINCIPAIS ESPÉCIES E/OU RAÇAS


Black Neck: raça de avestruz que também é conhecida como African Black. Sendo
considerada a raça mais dócil, é também a mais utilizada a nível comercial. Resultado do
cruzamento entre subespécies ao longo dos últimos 150 anos, a Black Neck é a ave mais
baixa de todas as raças de avestruz. Sua característica principal é a qualidade de suas
penas, portanto, a raça possui a preferência dos fornecedores de plumas (ZOOTECNIA
BRASIL).
RedNeck: raça de avestruz de maior porte, possui a pele em tom vermelho. Essa
subespécie habita principalmente o Quênia e parte da Tanzânia, e é a mais agressiva e
competitiva de todas, podendo chegar a atacar pessoas. Sendo assim, é um animal
perigoso para o contato humano e até mesmo com outros avestruzes. (ZOOTECNIA
BRASIL).
Blue Neck: raça de porte médio. Ela apresenta a pele com tom cinzento azulado, e
habita o Nordeste africano. Essa ave é menos agressiva e territorialista que a RedNeck,
porém, também oferece risco aos homens e a outras raças de avestruzes (ZOOTECNIA
BRASIL).
Blue Black: com o interesse maior pela carne de avestruz, foi criada, através de
cruzamentos, a raça Blue Black, que apresenta maior fertilidade, precocidade, docilidade
e alta densidade de plumas, em relação às outras raças (ZOOTECNIA BRASIL).
Sendo assim, a estrutiocultura vem mostrando um crescimento dentro do país, devido
a versatilidade destas aves, criar avestruzes é um negócio promissor e muito lucrativo
para criadores de todo o Brasil. A busca pela carne diferenciada, o ovo de tamanho
surpreendente e a funcionalidade no uso de plumas faz com que criar avestruzes seja um
negócio muito lucrativo para produtores do país (ZOOTECNIA BRASIL).
Uma a das duas únicas espécies vivas da família Struthionidae, do gênero Struthio e
da ordem das Struthioniformes, juntamente com o avestruz-somali (Struthio
molybdophanes), reconhecido como uma espécie separada em 2014 (BIODIVERSITY).
5. LEGISLAÇÃO E NORMATIVAS PARA INCUBAÇÃO, CRIAÇÃO,
REPRODUÇÃO, CRIA, RECRIA, ENGORDA, CICLO
COMPLETO/PARCIAL E IMPORTAÇÃO.

A criação desta ave para fins de mercado possui algumas Instruções Normativas que
dão as diretrizes para pessoas que queiram investir nesta linha de mercado. Como já bem
foi falado aqui, o avestruz era tido como uma ave exótica, porém o IBAMA (Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) a reclassificou como ave
de produção zootécnica influenciando na edição de uma Portaria, a de N°36/2003.
Segundo Suzan e Gameiro (2017) a reclassificação do avestruz; regulamentação da
atividade junto ao MAPA; filiação junto à UBA; desenvolvimento do Projeto de
Melhoramento Genético do avestruz (PROGESTRUZ); inclusão da estrutiocultura junto
aos membros da PNSA; organização e realização do XIII World Ostrich Congress em
São Paulo no ano de 2006 são algumas das conquistas que a ACAB vem conseguindo
com o passar dos anos.
A ACAB segundo Suzan e Gameiro (2017) estaria naquele presente ano
focada na edição de uma Normativa Específica para abate de avestruz e também a
inserção do avestruz no PNCR, no que se refere à exportação de carne de avestruz.
O MAPA no uso das atribuições que lhe conferem cria a Instrução Normativa n°44,
de 24 de julho de 2002, dando a diretriz no que se refere à:

5.1 IMPORTAÇÃO
Art. 1° As importações de avestruzes de um dia serão permitidas somente de países
habilitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (MAPA)
e de estabelecimentos criadores e incubatórios habilitados pelo Serviço Veterinário
Oficial do país exportador e reconhecidos pelo MAPA.

§ 1º Avestruzes de um dia são aves que, após o seu nascimento, não foram alimentadas
e nem beberam água.

Art. 2º A importação de avestruzes de um dia será autorizada somente para


proprietários de Estabelecimentos criadores registrados no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, e que disponham de capacidade suficiente para alojar as aves
após a Liberação da quarentena.
Parágrafo único. Para registro de estabelecimento criador, deverá ser observada a
legislação Pertinente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Art. 4º As avestruzes de um dia importadas virão, obrigatoriamente, acompanhadas


de Certificado Zoossanitário, atendendo às exigências sanitárias do MAPA.

Art. 7º Por ocasião do ingresso no Brasil, as avestruzes de um dia importadas serão


submetidas a provas de diagnóstico para a doença de Newcastle, influenza aviária,
Salmonelose (Salmonella Pullorum, Salmonella Gallinarum, Salmonella Enteritidis e
Salmonella Typhimurium) e micoplasmose (Mycoplasmagallisepticum e M. synoviae).

O MAPA mais uma vez no uso das atribuições que lhe conferem cria a Instrução
Normativa Conjunta n° 02 de 21 de Fevereiro de 2003. Esta vem com o intuito de aprovar
o regulamento técnico para registro, fiscalização e controle sanitário dos estabelecimentos
de incubação, criação e alojamento de ratitas, vem também complementar a Instrução
Normativa Ministerial n°04, de 30 de dezembro de 1998.
Segundo o MAPA por meio desta norma classifica os estabelecimentos comerciais
que matem ratitas em: incubatórios, reprodução, cria e recria, engorda, ciclo completo e
ciclo parcial.
Dentre os principais pontos que a norma abrange acerca de cada destes
estabelecimentos são:
5.2 INCUBATÓRIOS
Estabelecimentos destinados à incubação de ovos férteis para a produção de ratitas;
Estes estabelecimentos de reprodução e produção de ratitas deverão estar cadastrado
na unidade veterinária local do órgão responsável pela política de defesa sanitária animal
do estado e servirá de base para o registro;
Entre os incubatórios de ratitas de mesma espécie e os piquetes de criação dentro do
estabelecimento: 50 m (com adoção de medidas de biossegurança e de isolamento físico
das instalações);
Para os incubatórios é obrigatória a vistoria do serviço oficial ao estabelecimento,
visando a sua biossegurança e a garantia de saúde das ratitas nascidas, sendo observada,
nesta avaliação, a existência de muros de alvenaria, cercas vivas ou cercas teladas de
isolamento para a separação física das áreas de produção e de incubação, acesso único,
através de porta com pedilúvio e banheiro na entrada para banhos antes do ingresso na
área limpa;
As dependências do incubatórios deverão ser divididas em áreas distintas de trabalho
(escritórios e dependências técnicas), separadas fisicamente e, sempre que possível, com
ventilação individual, constituindo-se de: sala para recepção e higienização de ovos
férteis; câmara para fumigação de ovos férteis (opcional); sala para armazenamento de
ovos; sala para incubação; sala para eclosão; sala para maternidade;
Sistema adequado de descarte de resíduos de incubatório e de águas servidas;
Todos os materiais e equipamentos utilizados no incubatório serão mantidos limpos e
desinfetados com produtos apropriados, devidamente registrados no MAPA,
As ratitas de um dia serão expedidas diretamente do incubatório ao local do destino,
devidamente acompanhadas de GTA (Guia de Trânsito Animal), quando houver trânsito
entre os estabelecimentos.

5.3 REPRODUÇÃO
Animal de produção: são todos aqueles silvestres, exóticos e domésticos destinados à
reprodução e produção de produtos e subprodutos;
Todo estabelecimento de reprodução e produção de ratitas deverá estar cadastrado na
unidade veterinária local do órgão responsável pela política de defesa sanitária animal do
estado e servirá de base para o registro;
Quando se tratar de estabelecimento de reprodução e produção comercial de ratitas
será realizado pelos seguintes órgãos: Avestruz – MAPA;
Será realizado no MAPA, para as avestruzes, com base no cadastramento inicial, para
aqueles que mantêm avestruzes alojadas, independentemente do número de aves,
iniciando-se o processo na DFA do estado em que se localiza, e realizado em conjunto
entre os setores de fiscalização e fomento da produção animal e de defesa sanitária animal,
respeitando as normas sanitárias e a legislação ambiental vigente;
As ações de vigilância e erradicação da doença de Newcastle e da influenza aviária
serão executadas de acordo com o estabelecido nas normas e atos legais específicos do
DDA – CPS/PNSA e CLA;
Ratitas de reprodução serão monitoradas para salmoneloses (Salmonella Gallinarum,
S. Pullorum, S. Enteritidis e S. Typhimurium) e micoplasmoses (Mycoplas
magallisepticum e M. synoviae).
5.4 CRIA
Estabelecimentos de cria: estabelecimento destinado à seleção genética e reprodução,
produzindo ovos férteis e/ou filhotes;
Responsável Técnico: é o médico veterinário responsável pelo controle higiênico-
sanitário dos plantéis do estabelecimento de criação de ratitas, registrado na DFA onde
se localiza o estabelecimento;
Licença de transporte: documento expedido pelo IBAMA que autoriza o transporte
de animais silvestres entre estabelecimentos de cria, recria, engorda e a movimentação do
plantel;
Nos piquetes de cria e recria (idade de 4 a 24 meses) usar cercas de arame liso com
no mínimo cinco fios e 1,70 m de altura ou tela com 50 cm de altura ao redor dos piquetes
a partir do chão e fios de arame liso nos intervalos superiores, recomendando-se uma área
de 100 m² por ave (avestruz);
O espaçamento para avestruzes adultas pode variar de 165 a 500 m² por ave, ou seja,
20 a 60 aves por hectare;
Biossegurança: são medidas de ordem sanitária, de limpeza, de desinfecção, de
controle de trânsito, de pessoas, de animais e de veículos, de descartes e de controle de
segurança das instalações físicas dos estabelecimentos destinados à incubação e a
criações de ratitas que visam a garantir o status sanitário e a saúde das ratitas alojadas,
reduzindo o risco de introdução e de disseminação de doenças;

O monitoramento sanitário permanente será realizado nos estabelecimentos de


criação, alojamento e incubação, em atendimento às normas estabelecidas no
Regulamento de Defesa Sanitária Animal e no PN-AS/DDA/DAS/MAPA.
5.5 RECRIA
Estabelecimento de recria: destinado à produção de matrizes, reprodutores e ratitas
para abate;
Nos piquetes de cria e recria (idade de 4 a 24 meses) usar cercas de arame liso com
no mínimo cinco fios e 1,70 m de altura ou tela com 50 cm de altura ao redor dos piquetes
a partir do chão e fios de arame liso nos intervalos superiores, recomendando-se uma área
de 100 m² por ave (avestruz);
Dos criadouros de ciclo completo, parcial de cria, recria, ou de engorda, à estrada
pavimentada de acesso principal ao estabelecimento: 50 m. Entre categorias de avestruzes
de diferentes idades: 100 m;
Licença de transporte: documento expedido pelo IBAMA que autoriza o transporte
de animais silvestres entre estabelecimentos de cria, recria, engorda e a movimentação do
plantel.
5.6 ENGORDA
Estabelecimento de engorda: destinado à terminação de ratitas de produção comercial
para o abate;
Licença de transporte: documento expedido pelo IBAMA que autoriza o transporte
de animais silvestres entre estabelecimentos de cria, recria, engorda e a movimentação do
plantel;
Registro: realizado pelo MAPA por meio das DFA’s (Delegacia Federal de
Agricultura), e pelo IBAMA por meio de suas gerências executivas, nos estabelecimentos
de cria, recria, engorda e de incubação de ratitas, sendo exigido para sua execução
documentos específicos e vistoria prévia do serviço oficial.
Dos criadouros de ciclo completo, parcial de cria, recria, ou de engorda, à estrada
pavimentada de acesso principal ao estabelecimento: 50 m. Entre categorias de avestruzes
de diferentes idades: 100 m.
5.7 CICLO COMPLETO
Estabelecimento de ciclo completo: contempla todas as destinações anteriores:
Dos criadouros de ciclo completo, parcial de cria, recria, ou de engorda, à estrada
pavimentada de acesso principal ao estabelecimento: 50 m. Entre categorias de avestruzes
de diferentes idades: 100 m;
Todo estabelecimento de reprodução e produção de ratitas deverá estar cadastrado na
unidade veterinária local do órgão responsável pela política de defesa sanitária animal do
estado e servirá de base para o registro.
5.8 CICLO PARCIAL
Estabelecimento de ciclo parcial: contempla duas ou mais etapas do ciclo produtivo;
Dos criadouros de ciclo completo, parcial de cria, recria, ou de engorda, à estrada
pavimentada de acesso principal ao estabelecimento: 50 m. Entre categorias de avestruzes
de diferentes idades: 100 m.
Estão são algumas normas que norteiam a tudo que se refere à criação e até mesmo
importação e exportação de ratitas, em especial no presente trabalho o avestruz.

6. SISTEMAS DE PRODUÇÃO
A produção das aves no modelo extensivo se dá em grandes áreas de pastagens para
os animais, tendo os cuidados necessários com o monitoramento do rebanho, garantido
que os animais estejam sadios e seguros (Embrapa, 2005).

Figura 01: Avestruzes em grande área de pastagem.


Fonte: Hotel Fazenda Parque dos Sonhos.

No sistema semi-extensivo os cuidados devem ser maiores com os avestruzes jovens,


com menos de um ano de idade, pois são sensíveis as intempéries e situações estressantes,
o que facilita a o acometimento de doenças, especialmente bacteremias e parasitoses
(Embrapa, 2005).
Figura 02: Animais em confinamento.

https://blog.mfrural.com.br/criacao-de-avestruz
Fonte: shutterstock.com

7. ASPECTOS SANITÁRIOS DA PRODUÇÃO


Condições inapropriadas de manejo, instalação e alimentação corroboram para o
aparecimento de agentes oportunistas, favorecidos por fatores como estresse e queda da
resistência imunológica das aves. (Embrapa, 2005)

7.1 PRINCIPAIS DOENÇAS


Um levantamento realizado no Laboratório Ecolvet juntamente com a Embrapa
Suínos e Aves foram analisados 30 casos clínicos em avestruzes. Constatou-se
prevalência de infecções bacterianas, das quais a COLIBACILOSE (doença que ocorre
devido a cepas patogênicas de Escherichia coli)foi a mais encontrada. (Embrapa, 2005)
Os problemas parasitários concentraram-se em coccidiose, principalmente em aves
com menos de 40 dias. Observou-se que avestruzes mais jovens eram suscetíveis a
doenças bactérias e parasitários, em grande parte devido a aspectos sanitários e de higiene
que não atendiam as regras de segurança (Embrapa, 2005).
8. FONTES ALIMENTARES E BALANCEAMENTO DA DIETA
O avestruz é um animal onívoro, dentre os alimentos que podem fazer parte da sua
dieta, podemos citar raízes, flores, talos, sementes, graminhas, arbustos, pequenos
animais, como lagartixas e insetos (Mundo Educação).
Na natureza esses ao se alimentar de graminhas e arbustos, acabam ingerindo areia.
As aves também costumam comer pedras, o que ajuda em sua digestão, e de fezes, que
promove a formação da flora bacteriana no trato digestivo (Mundo Educação).
Como a estrutiocultura, é uma atividade relativamente recente em comparação com a
criação de outras aves domesticadas. Devido a essa relativa novidade, as pesquisas e
informações científicas sobre as necessidades nutricionais específicas dos avestruzes
podem ser escassas e incompletas (Carlos Pena, 2015).
A fibra é uma fonte essencial de energia para as avestruzes devido ao
desenvolvimento do seu intestino grosso e à presença de uma flora celulítica. Isso permite
que eles quebrem moléculas de celulose, hemicelulose e peptinas, produzindo ácidos
graxos voláteis usados como energia. Esta capacidade única de aproveitamento da energia
das forragens mostra que os valores de energia metabolizável podem ser subestimados
em comparação com outras aves (Carlos Pena, 2015).

Quanto à alimentação dos avestruzes, é importante considerar o consumo de pedras


ou pedregulhos, que são ingeridos pelas aves e armazenados no ventrículo para auxiliar
na digestão dos alimentos. Geralmente, é recomendado que as aves consumam de 1,5 a
2,0 kg de pedras, as quais podem se desgastar naturalmente e precisar ser repostas
periodicamente (Carlos Pena, 2015).

A dieta básica dos avestruzes consiste principalmente de pasto, composto por


gramíneas e leguminosas, juntamente com ração balanceada. Em relação às pastagens:
As avestruzes tendem a pastar com eficiência, privilegiando pastos baixos, e
consomem proporcionalmente mais pasto do que o gado, adotando um hábito de pastejo
semelhante ao das ovelhas.

Diversas gramíneas e leguminosas são bem aceitas, e quanto mais nutritiva for a
pastagem, menor será o consumo de ração.

Na falta de pasto, é recomendado fornecer capim elefante ou Cameron picado como


alternativa (Carlos Pena, 2015).

8.1 RAÇÃO

A ração peletizada é preferível, pois oferece um melhor aproveitamento, reduz o


desperdício e proporciona maior homogeneidade dos nutrientes e vitaminas.

Devido às mudanças nas necessidades nutricionais conforme a idade, é necessário


utilizar diferentes composições de ração para atender a essas variações.

Existem no mercado rações específicas formuladas para avestruzes.

Tabela 01- Consumo médio de ração

https://criacaodeanimais.blogspot.com/2008/12/alimentao-para-avestruzes.html

Segue um exemplo de composição de ração comercial americana para ratitas


(avestruz, emu e ema) de 0 a 6 meses, com recomendação do fabricante para iniciar a
administração da mesma de 3 a 4 vezes ao dia, em quantidade que os filhotes consumam
em 30 minutos. É enfatizada a importância de proporcionar condições de instalação que
permitam o pleno exercício dos filhotes. Se os animais estiverem ganhando peso em
excesso, recomenda-se substituir por uma formulação similar, mas com apenas 18% de
proteína (a formulação padrão contém 22% de proteína) para evitar problemas como o
entortamento das pernas.
- Proteína bruta: não menos que 22%;

- Gorduras: mínimo de 4%;

- Fibra bruta: máximo de 8,9%;

- Cinzas: máximo de 12,9%;

- Cálcio: máximo de 1,8%;

- Cálcio: mínimo de 1,3%;

- Fósforo: mínimo de 1,0%;

- Cloreto de Sódio: máximo de 0,6%;

- Cloreto de Sódio: mínimo de 0,1%;

- Magnésio: mínimo de 0,15%;

- Zinco: mínimo de 220 ppm;

- Manganês: mínimo de 250 ppm;

- Cobre: mínimo de 60 ppm;

- Selênio: mínimo de 0,5 ppm;

- Vitamina A: mínimo de 13.200 UI/kg;

- Vitamina D3: mínimo de 5.200 UI/kg;

- Vitamina E: mínimo de 220 UI/kg;

- Menadiona (Vit. K3): mínimo de 6,6 mg/kg;

- Colina: mínimo de 2.640 mg/kg;

- Ácido d-Pantotênico: mínimo de 35,2 mg/kg;

- Niacina: mínimo de 132 mg/kg;

- Tiamina: mínimo de 26,4 mg/kg;

- Riboflavina (vit. B2): mínimo de 26,4 mg/kg;

- Vitamina B6: mínimo de 24,2 mg/kg;


- Ácido fólico: mínimo de 6,6 mg/kg;

- Biotina: mínimo de 0,66 mg/kg;

- Vitamina B12: mínimo de 55 mcg/kg;

- Ácido Linoleico: não menos que 1,2%.(Carlos Pena, 2015)

9. INSTALAÇÕES NECESSÁRIAS
9.1 NORMA QUE REGULAMENTA AS INSTALAÇÕES NECESSÁRIAS PARA
CRIAÇÃO DE RATITAS (AVESTRUZ)
A Instrução Normativa Conjunta nº 2, de 21 de fevereiro de 2003 regulamenta o
registro, fiscalização e controle sanitário dos estabelecimentos de incubação, de
criação e alojamento de ratitas.
No que tange as instalações necessárias para a criação de ratitas (avestruzes), o
Capítulo XI da instrução normativa define parâmetros de segurança para os
estabelecimentos criadouros de ratitas. Alguns desses parâmetros, são:

1. Ter localização geográfica adequada, devendo ser respeitadas as seguintes


distâncias mínimas entre os estabelecimentos de ratitas, entre si e entre
estabelecimentos de ratitas e estabelecimentos avícolas com objetivos de
produção diferentes:

1.1. Dos estabelecimentos de ratitas ao matadouro de aves: 5 km.


1.2. Dos estabelecimentos de ratitas à fábrica de rações: 3 km.
1.3. De outros estabelecimentos de criação de aves aos quarentenários de
ratitas importadas: 11 km.
1.4. Da estrada pavimentada ao acesso principal do estabelecimento
quarentenário de ratitas importadas: 4 km.
1.5. De um estabelecimento de ratitas a outro de produção ou alojamento de
aves:
1.5.1. De estabelecimentos de ratitas de espécies iguais ou diferentes entre si:
500 m.
1.5.2. De estabelecimentos de ratitas de diferentes espécies dentro de uma
mesma propriedade: 100 m (com adoção de medidas de biossegurança e de
isolamento físico das instalações).
1.5.3. De estabelecimentos de criação de ratitas a estabelecimentos de
avicultura industrial, de terminação de frango de corte, de postura comercial
ou de criação de perus, codornas, perdizes etc.: 4 km.
1.5.4. De outros estabelecimentos de criação de aves de diferentes espécies
exóticas ou silvestres, com objetivo de produção de aves vivas
para atendimento ao mercado de aves de estimação ou produção de matrizes:
4 km.
1.5.5. De estabelecimentos de criação de ratitas a estabelecimentos de
avicultura industrial, de reprodução (linhas puras, bisavozeiros, avozeiros,
matrizeiros, SPF e incubatórios das linhas de reprodução): 11 km.
1.6. Do criadouro aos limites periféricos da propriedade: 25 m, com acréscimo
de cerca viva ou muro.
1.7. Dos criadouros de ciclo completo, parcial de cria, recria, ou de engorda,
à estrada pavimentada de acesso principal ao estabelecimento: 50 m.
1.8. Entre categorias de avestruzes de diferentes idades: 100 m.
1.9. Entre o incubatório de ratitas de mesma espécie e os piquetes de criação
dentro do estabelecimento: 50 m (com adoção de medidas de biossegurança
e de isolamento físico das instalações).
1.10. Entre estabelecimentos de produção comercial de emas e avestruzes e
populações silvestres de emas em vida livre: 25 m (com adoção de medidas de
biossegurança e de isolamento físico das instalações).
9.2 INSTALAÇÕES PARA CRIAÇÃO DE AVESTRUZES ADULTOS
De acordo com Almeida e Barros (2007), o avestruz é uma espécie rústica que se
adapta com facilidade em diversas condições naturais, sendo viável para a criação,
pois tem uma ótima adaptação a ambientes secos ou úmidos, solos férteis ou não,
muita água, pouca água etc. O avestruz se adapta mais facilmente as condições
naturais e ambientais. A adaptação desta ave é melhor que a de praticamente todas as
culturas provenientes no local de criação.
Conforme Betel (1999), os avestruzes adultos são cercados por piquetes que
podem conter algum tipo de tela ou arames lisos, sendo que só os jovens filhotes que
tenham até 3 meses precisam de cuidados especiais e instalações com cobertura.
Dependendo da finalidade da criação, pode-se criar 20 casais para fins de reprodução
ou cerca de 200 animais para a engorda, que pode ser sucedido pelo corte.
Dependendo da idade, estes animais irão precisar de instalações relativamente
pequenas para a produção, onde pode-se ter até 15 aves em uma área de 1000 m².
Devido a existências de propriedades de médio e grande porte que não tenham
quaisquer atividades produtivas ou alta rentabilidade, essa atividade acaba se tornando
atraente.

Figura 03- Criação de avestruzes.


Fonte: zootecnia.hi7.com

Para a criação de avestruzes adultos, são necessárias 150 cabeças por alqueire
(24.000 m²). O que irá determinar a área desta de criação desta ave não será a
quantidade de pasto que o solo tem disponível, mas sim o espaço necessário para sua
atividade física. Na fase de postura deste animal, as recomendações são piquetes que
variam de 800 a 1000 m² por casal. (Betel, 1999).
De acordo com Mathias (2013), é essencial formar um pequeno grupo dessas aves,
adquirindo de criadores que sejam referência e que tenham experiencia nessa área e
nessa atividade. É necessário observar como as aves estão se comportando, avaliando
aspectos importantes. Mathias (2013) recomenda que a estrutura para a proteção dos
avestruzes seja um abrigo rústico, que impeça a exposição desses animais a sol, chuva
e ventos fortes.
Um galpão, com pelo menos 20 metros quadrados, pode ser construído na
propriedade. Essa galpão deve ter cobertura e espaço, podendo ser adaptado. A
instalação pode conter chão de cimento, que pode facilitar a movimentação dos
animais, além de contribuir para os cuidados sanitários.
Também é necessário um pasto que seja resistente ao pisoteio, que tenha um
formato retangular e contando com cantos de 45º, e que seja cercado com arame ou
tela do tipo liso, com 1,5 de altura, isso para um melhor manejo dos animais. O
bebedouro pode ser construído ou adaptado e o comedouro pode ser algum tipo de
pneu ou galão.
9.3 INSTALAÇÕES PARA AVESTRUZES EM FASE DE MATERNIDADE,
BERÇÁRIO, CRECHE E RECRIA
Segundo Costa (2004), citado por Almeida e Barros (2007), o período de cria do
avestruz se estende do nascimento até os 90 dias do filhote. Dessa forma, esse período
compreende 4 importantes etapas: Maternidade, Berçário, Creche e Recria.
9.3.1 Maternidade: esse período compreende o espaço de tempo de 48 horas e é o
primeiro estágio, já que após a eclosão dos ovos, os pintinhos serão destinados ao
berçário.

Segundo Costa (2004), a temperatura do ambiente deve ser controlada com luz
infravermelha, pois o sistema de regulação de temperatura dos pintinhos ainda não está
desenvolvido completamente. Os pintinhos permanecem na maternidade por 48 horas,
para que as medidas de controle sanitário e identificação sejam feitas.

9.3.2 Berçário: esse é o segundo período e compreende de 3 a 30 dias. Conforme Costa


(2004), citado por Almeida e Barros (2007), esse é o período de maior
vulnerabilidade, já que os filhotes estão mais susceptíveis a doenças respiratórias.
Nesta etapa, os cuidadores devem ter cuidado redobrado, pois a falta de cuidados
adequados pode levar a morte do animal.
As instalações devem ter um certo espaçamento, e acomodar pelo menos um
avestruz por m², contando com cuidados sanitários decentes, ventilação adequada e piso
de cimento, visando a limpeza e desinfecção.

9.3.3 Creche: esse é o terceiro período e varia de 30 a 90 dias. Ainda conforme o autor
citado, neste período, se encerra a fase de cria que, das 4 etapas, é o mais crítico.
A partir deste ponto, as instalações irão aumentar para 30 m² e 50 m² por
indivíduo. O consumo de ração do avestruz também aumenta, e ao final desta
etapa, a ave deverá estar pesando aproximadamente 20 kg e medindo 1 metro de
altura.
9.3.4 Recria: esta é a última etapa e se inicia após a ave completar 4 meses. Costa (2004)
explica que a mortalidade nesse período é quase nula, o que irá requerer uma
estrutura mais básica e instalações mais simples, pois o período mais crítico (cria)
já se encerrou. Nesta fase, a mão-de-obra também será menos intensiva. A
alimentação desta ave será a base de ração para crescimento.
Quando se inicia o período de recria, o animal deve ser transferido para outro piquete.
Nesta área, os machos e fêmeas podem ficar no juntos no mesmo local, e recomenda-se
que tenha 100 m² por ave dentro de um piquete. Nesta última fase, o avestruz pode comer,
por dia, ração equivalente a 1% de seu peso corporal. (Costa, 2004).
10 AMBIÊNCIA E BEM-ESTAR
A garantia do bem-estar e ambiência adequada é essencial para a criação de qualquer
tipo de espécie, tendo em vista que a falha em algum desses parâmetros pode levar a perda
de produtividade, seja ela por doenças, ambiente impróprio, regulação térmica
inadequada, entre outros. Para a criação do avestruz, cumprir esses parâmetros de forma
ideal é essencial, já que esta é uma espécie que gradualmente desperta o interesse
comercial. A ambiência e bem-estar para a criação do avestruz pode ser classificado em
duas diretrizes principais, considerando a aplicação das cinco liberdades. Estas, são:

● Temperatura, controle ambiental e estratégias de bem-estar por fase de


desenvolvimento
● Cinco liberdades

10.1 TEMPERATURA, CONTROLE AMBIENTAL E ESTRATÉGIAS DE BEM-


ESTAR POR FASE DE DESENVOLVIMENTO
Junior, Pinzan e Ayuso (2000) classificam 4 fases principais do avestruz: Incubação,
Cria e Recria. As divisões “Berçário”, “Maternidade” e “Creche” são subclasses de
“Cria”, portanto, não entram como parâmetros avaliativos individuais.
10.1.1 INCUBAÇÃO
Segundo Junior, Pinzan e Ayuso (2000), a incubação é um dos processos de maior
delicadeza e complexidade de todo o processo de produção de avestruz, pois esta etapa
demanda experiência e a utilização dos equipamentos adequados. Esta fase dura
aproximadamente 42 dias, e deve contar com uma temperatura de 36 ºC a 37º e uma
umidade relativa do ar entre 20 e 60%.
10.1.2 CRIA
Na fase de cria, as instalações já demandam de uma estrutura adequada para a
permanência dos animais. Nesta fase, as instalações devem conter piso de cimento grosso,
para evitar o pisoteio e o deslizamento das aves.
A estrutura deve os proteger os avestruzes contra as intempéries, como chuva, frio,
ventos fortes, etc. Esta deve ser equipada com dispositivos de aquecimento, e pode-se
usar campânulas a gás, caso a temperatura seja inferior aos 20 ºC. As instalações devem
contar uma ventilação adequada, que permita cuidados sanitários e seja de fácil acesso
entre o abrigo e o pasto. O espaço interno é de 1 m² por filhote e, por piquete ao ar livre,
4 m² por filhote. (JUNIOR; PINZAN; AYUSO, 2000).

10.1.3 RECRIA
Esta fase é a última do processo, e é sucedida pelo individuo adulto. Conforme os
autores citados anteriormente, nesta fase, os piquetes deverão ser mais longos e estreitos,
pois as aves demandam de espaço para realizar suas atividades físicas e crescerem
saudáveis, além disso, as instalações precisam de um pasto resistente, tendo em vista que
os animais pastam o dia inteiro. No que tange as necessidades nutricionais, os autores
explicam que estas aves devem consumir ração que contenha de 14 a 16% de proteína,
em quantidade de 1 a 2Kg, além de consumir fibra fresca e beber, em média, 10 litros de
água por dia.
10.1.4 ADULTOS
Junior, Pinzan e Ayuso (2000) explicam que durante a época que os animais estão
fora do período de reprodução, os machos e fêmeas são mantidos separados em piquetes.
Com a chegada da primavera, são formadas as famílias de reprodutores, cuidadosamente
organizadas para otimizar a produção de ovos fecundados. Os piquetes têm cerca de 1500
m² por trio, em terrenos bem drenados. Recomenda-se instalar áreas cobertas para
comedouros, bebedouros e abrigo, com ninhos de 0,5 m de profundidade. As aves
recebem ração com 18% de proteínas e suplementação de cálcio. É importante manter
uma distância mínima de dois metros entre os piquetes para evitar confrontos entre
machos.
10.2 CINCO LIBERDADES
● Liberdade de Fome e Sede: Se deve garantir água e comida as aves, garantindo que
os animais não passem fome nem sede, além de fornecer uma dieta rica e proteínas e
água limpa. Dessa forma, os avestruzes crescerão fortes e saudáveis.
● Liberdade de Desconforto: Se deve garantir um abrigo ou instalações adequadas
para os animais, evitando que estes sejam alvos de intempéries como frio, chuvas
fortes, ventania, etc. Garantir o conforto térmico e proteção desses animais contra
predadores.
● Liberdade de Dor, Lesão ou Doença: Se deve fazer o monitoramento das aves,
verificar ferimentos, lesões ou o surgimento de doenças. Avaliar, periodicamente,
como está a saúde das aves, além de tratar de lesões e doenças que os animais tenham.
● Liberdade de Medo e Estresse: Se deve proporcionar um ambiente de tranquilidade
e repouso, evitando expor os animais a situações de estresse e medo, além de
monitorar o ambiente onde as aves estão, evitando qualquer tipo de briga entre
indivíduos e, principalmente, a ação de predadores.
● Liberdade de Expressar Comportamento Natural: Se deve permitir e fornecer
estrutura para que os animais expressem seu comportamento natural, como pastar,
correr, explorar, etc.
11 RENTABILIDADE

No Brasil, o mercado de carne de avestruz vem crescendo devido à iniciativa de um


número cada vez maior de produtores que têm direcionado suas criações para venda de
animais para abate, aliado à crescente preocupação da população brasileira em relação a
uma alimentação saudável. Nos últimos tempos, a carne de avestruz tem consolidado um
nicho no mercado de carnes brasileiro, a exemplo do que já ocorre a alguns anos em todo
o mundo. Com isso, inúmeros abatedouros têm distribuído seus produtos em diversos
restaurantes e supermercados. Alguns iniciando processos de exportação (ACAB, 2006).

Os avestruzes são abatidos aproximadamente aos 14 meses, idade em que ele


apresenta as melhores condições zootécnicas para oferecer uma melhor qualidade de
couro e carne (SWART, 1981).

O avestruz possui um rendimento de carcaça em torno de 30 a 35%, porém,


respeitando técnicas de processamento e biossanitárias adequadas ao avestruz, consegue-
se aumentar este índice para 35 a 42%, ou seja, uma melhora de performance de 20% na
rentabilização dos produtos cárneos (MUNIZ, 2004).

Devido ao fato do avestruz ser uma ave corredora, ele não possui o músculo peitoral
desenvolvido e as asas são atrofiadas. Logo, a parte mais apreciada por possuir uma maior
quantidade de carne são as pernas. Mas outras partes da ave também são aproveitadas,
mesmo em pedaços menores.

A caracterização do rendimento de carcaça é muito importante por fornecer subsídios


para um melhor aproveitamento tecnológico da espécie e de seus subprodutos. De modo
geral, no que diz respeito à relação carne x ossos x gordura, a composição da carcaça
depende de características genéticas, da idade, da subespécie, da alimentação e do
manejo, bem como das condições ambientais (PARDI, 2001).

Sales e Mellet (1995) observaram que o declínio do pH post-mortem pode variar entre
os diferentes músculos. Enquanto músculos como o Gastrocnemius pars interna,
Femorotibialis, Iliotibialis lateralis e Iliofemoralis apresentam declínio normal, o
músculo Ambiens e o Iliofibularis apresentam declínio mais acelerado nas primeiras 2
horas post-mortem, e depois ocorre um ligeiro aumento desse pH.

A cor das carnes é um importante atributo de qualidade, pois é um dos primeiros


aspectos a serem avaliados pelos consumidores nas gôndolas dos supermercados. A sua
avaliação é um indício do seu frescor e influencia diretamente o consumidor na decisão
final de sua aquisição (FLETCHER; QIAO; SMITH, 2000). Embora seja carne de ave,
sua cor é fortemente avermelhada, podendo assumir colorações mais arroxeadas,
dependendo da alimentação e do procedimento de abate. O fato da carne de avestruz
possuir uma tonalidade vermelha mais acentuada se deve ao fato da mesma possuir um
teor elevado de ferro em sua composição, mais até que a carne bovina (MUNIZ, 2004).

O maior atrativo da carne de avestruz está em seu baixo teor de gordura em


comparação às outras carnes, com a vantagem de possuir um alto teor de ferro, diferente
das carnes de outras aves que apresentam pouco ferro em sua composição, se encaixando
perfeitamente no cardápio de dietas para anêmicos ou mesmo de emagrecimento. Além
disso, os avestruzes não necessitam do uso de hormônios e aditivos devido a sua
precocidade natural, o que torna a carne mais saudável e segura em relação a resíduos.

Na verdade, a característica de carne magra se deve à distribuição da gordura no corpo


do avestruz, que se concentra em volta do estômago e abaixo da pele, possibilitando a
separação desse volume. A carne de avestruz é extremamente magra, possuindo baixo
conteúdo de gordura (2,8% em média), sendo que a maior parte desta, aproximadamente
2/3 do total, é de gordura insaturada de fácil digestão (SALES, 1996).
A carne de avestruz, além de possuir baixos índices de gordura, é rica em proteínas e
minerais, e tem sido bastante estimulada por profissionais da área de saúde por
proporcionar uma alternativa de dieta balanceada.

Existem variações no valor nutricional das carnes em relação aos cortes cárneos,
idade, alimentação, sexo e raça do animal, embora não sejam significativas.

11.1 LUCRO
Em 180 dias, o preço de recompra do animel passa para R$ 1.801,89 (aumento de
24%) e, em 360 dias, R$ 2.325,02 – rentabilidade de 47% em um ano. O preço da carne
dela, que varia de R$ 30 a R$ 70 o quilo, permanece como um empecilho para que ela se
torne mais popular. Uma das vantagens da carne de avestruz é que, mesmo sendo tão
vermelha quanto a de boi, possui as mesmas características das carnes brancas, que são
bem mais saudáveis.

Tabela 02: Comparativo dos valores nutricionais.

12 CURIOSIDADES
12.1 CORRIDA DE AVESTRUZ
A origem deste esporte remonta à África, onde nasceu como um passatempo popular
praticado entre as pessoas. Por conseguinte, não se limita apenas à África do Sul, mas é
praticado em várias regiões do continente africano. Esta tradição logo se espalhou para
solo americano, ganhando popularidade já na década de 1890, quando o parque temático
de Jacksonville, na Flórida, começou a oferecer passeios de avestruz aos visitantes. Desta
forma, da África para os Estados Unidos, surgiram as primeiras corridas
internacionais de avestruzes.
Figura 03: Corrida de avestruz.

Fonte: https://esportecerto.com/corrida-de-avestruz/

12.2 POSSUEM TRÊS ESTÔMAGOS


Os avestruzes apresentam várias peculiaridades únicas em comparação com outras
aves. Entre elas, destaca-se o fato de possuírem três estômagos com funções distintas: o
estômago glandular, que desempenha o papel análogo à vesícula biliar; o estômago
musculoso, também conhecido como ventrículo, onde ocorre a trituração de alimentos
com a ajuda de pedras e seixos; por fim, a comida é encaminhada para o intestino longo.
Além disso, as avestruzes segregam urina e fezes de forma separada.

12.3 OVO DE AVESTRUZ


Ovo de avestruz é o maior ovo do mundo. Um ovo de avestruz mede 15 centímetros
ou 5,9 polegadas de comprimento e pesa 1,5 kg. É o maior ovo do mundo. A casca do
ovo é tão dura que a mãe avestruz precisa ajudar os filhotes a quebrá-la. Uma pessoa
também pode pisar nele sem quebrá-lo.

13 CONSIDERAÇÕES FINAIS
De modo geral, a avestruz é considerada a maior ave do mundo mas sem a capacidade
de voar. A avestruz teve sua origem no continente africano, tem a denominação de
estrutiocultura para a criação da mesma. O Brasil começou a criação na década de 90 e
vem crescendo nos últimos anos.
Para a criação, recria, reprodução, engorda e entre outros, existem legislação que
determinam cada situação envolvendo a ave.
Contudo, a criação de avestruzes é um mercado promissor que vem crescendo cada
vez mais nos últimos anos.
14 REFERÊNCIAS

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tecnologia no processo produtivo de estrutiocultura no Nordeste brasileiro: o caso
da fazenda de avestruz no sertão alagoano. Rios Eletrônica – Revista Científica da
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Aprovar o REGULAMENTO TÉCNICO PARA REGISTRO, FISCALIZAÇÃO E
CONTROLE SANITÁRIO DOS ESTABELECIMENTOS DE INCUBAÇÃO, DE
CRIAÇÃO E ALOJAMENTO DE RATITAS, complementares à Instrução Normativa
Ministerial nº 04, de 30 de dezembro de 1998.. . Brasília, DF, 24 fev. 2003.

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