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27/12/2021 15:23 Como acontece uma conversão?

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Texto da aula Aulas do curso

Engenharia da Santidade

Como acontece uma conversão?


A biografia de Santo Agostinho é um modelo luminoso de como qualquer pecador, mesmo o mais terrível, pode,
depois de pedir insistentemente o dom da fé, abandonar a vida de pecado e finalmente viver na graça de Deus.

Saiba nesta pregação como a experiência deste grande santo pode e deve se repetir também em nossas vidas.

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Nosso caminho até agora serviu para esclarecer as dúvidas no tocante à santidade e reafirmar
a fé católica a seu respeito. Como vimos, a perfeição cristã é o fruto mais nobre do hábito da fé,
essa virtude teologal que, se exercida constantemente na oração, age como uma força dentro
do homem, motivando-o a buscar a comunhão com Deus. Por isso São Paulo afirmava que “o
justo vive pela fé” (Rm 1, 17). Quem pratica a sua fé, torna-se mais santo.

A história da conversão de Santo Agostinho mostra isso claramente. Como qualquer pecador,
Agostinho teve de enfrentar muitas hesitações e dificuldades até finalmente abandonar a vida
de pecado e assumir a vida da graça. Foi somente após um grande ato de fé que ele, enfim,
conseguiu desvencilhar-se da escravidão da carne.

Quando tinha 19 anos, o jovem Agostinho encantou-se pela obra Hortêncio, um livro do qual
não se tem mais notícia, escrito pelo famoso filósofo Cícero. Nessa obra, Agostinho entendeu
que precisava buscar a verdade acima de todas as coisas, caso desejasse ser um bom filósofo;
por isso, decidiu estudar a filosofia dos maniqueus, mas foi mesmo nas homilias de Santo
Ambrósio que o futuro bispo de Hipona pôde vislumbrar, pela primeira vez, a verdade divina. A
pregação de Santo Ambrósio foi como que o verbo exterior, que fez com que Agostinho se
voltasse para a escuta do verbo interior. Agostinho, assim, fez uma experiência de fé e, desde
então, procurou unir-se ao Amado.

Acontece que o recém convertido ainda não se sentia capaz de abandonar a vida antiga.
Agostinho queria estar com Deus, mas ainda sentia o apelo do mundo na sua carne, tal como
narra nas Confissões (VIII, V):

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O inimigo dominava meu querer, e dele forjava uma corrente com a qual me mantinha
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cativo. Da vontade perversa nasce a paixão, e desta satisfeita procede o hábito, e do
hábito não contrariado provém a necessidade, e com estes anéis enlaçados entre si —
por isso lhes chamei corrente — me mantinha preso em dura servidão. A nova vontade,
que despontava em mim, de te servir sem interesse, de me alegrar em ti, ó meu Deus,
única alegria verdadeira, ainda não era capaz de vencer a vontade antiga e inveterada.
Deste modo minhas duas vontades, a velha e a nova, a carnal e a espiritual, lutavam
entre si e, nessa luta, dilaceravam-me a alma.

Agostinho viveu o drama que muitos de nós vivemos: a luta entre as duas vontades, a vontade
de Deus e a vontade da carne. Nessa briga, ele percebeu que não podia lutar sozinho, com as
suas próprias forças. Para vencer o pecado, Agostinho recorreu à graça de Deus, recusando-se
a compactuar com as ideias de Pelágio. Ao contrário deste, Agostinho via que a santidade era
algo muito mais sério que um conhecimento intelectual, e que para alcançá-la, todo homem
deveria recorrer a uma força extraordinária: as graças de Deus, as quais Jesus obteve para nós
na cruz. E assim, após um evento místico num jardim, onde escutou a voz de uma criança
dizendo-lhe para ler as Escrituras, viu toda a sua dúvida se dissipar ao meditar a Epístola de
São Paulo aos Romanos, que fala contra as obras da carne e exalta as obras do Espírito.

Esse testemunho do grande Santo Agostinho ilustra o quanto Deus, por seu verbo interior,
procura a nossa conversão. Depois de tanto pedir o dom da castidade perfeita, de tanto
exercitar a sua fé — até entre lágrimas —, Agostinho conseguiu livrar-se das obras da carne. A
sua experiência, por assim dizer, deve se repetir também em nossas vidas, se nos deixarmos
guiar pelas graças atuais que o Espírito Santo derrama em nossos corações diariamente. Os
padres, sobretudo, precisam ter o coração largo para viver a vida de Cristo e não acabar como
os fariseus que, diante do grande milagre da ressurreição de Lázaro, preferiram o caminho das
trevas. Essa é uma tentação constante na vida sacerdotal — a dureza de coração —, e só pode
ser vencida mediante a oração e a busca de um coração paternal.

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