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UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO

FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

Trabalho de Materiais de Construção

ESTUDO DO AÇO DE CARBONO

Ano: 3º

Sala: 408

Período: Tarde

Docente

-----------------------------------

Engº. Prof. ANTÓNIO DAVID MESQUITA

LUANDA, 2024

UNIVERSIDADE AGOSTINHO NETO


FACULDADE DE ENGENHARIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Estudo do Aço de Carbónico

Integrantes do grupo 3º:

 Cintia Manuel

 Próspero Mulaza

 Sebastião António

LUANDA, 2024
Índice

1. Introdução ----------------------------------------------------------------------- -------4

2. Objectivo ----------------------------------------------------------------------------------5

3. Conceito do Aço -----------------------------------------------------------------------5-6

4. Aço no Mundo -------------------------------------------------------------------------6-7

5. Matéria-prima na Fabricação ------------------------------------------------------8-10

6. Processo de Fabricação --------------------------------------------------------------10-12

7. Propriedades do Aço ----------------------------------------------------------------12-14

8. Aplicação do Aço no Betão Armado --------------------------------------------14-15

9. Aderência do Aço ao Betão -------------------------------------------------------15-20

10. Sistemas de Classificação e Designação dos Aços ----------------------------20-22

11. Tipos de Aço -------------------------------------------------------------------------23-26

12. Tensão de Ruptura do Aço -----------------------------------------------------------26

13. Configuração Geométrica do Aço -----------------------------------------------26-27

14. Emenda do Aço na Aplicação do Betão ----------------------------------------27-30

15. Aço Com Outros Elementos (Protecção do Aço) -------------------------------- 31

16. Conclusão --------------------------------------------------------------------------------32


1. Introdução

A indústria da construção civil está em constante busca por materiais e técnicas mais
eficientes para atender os desafios que surgem no mercado da engenharia. Dentro desse
contexto, profissionais da área encontraram no aço propriedades com potencial de
revolucionar a construção civil.

Este material surgiu da descoberta do ferro, em cerca de 4.500 anos. Alguns estudos,
sobre a origem do aço, mostram que as tribos nômades nos desertos da Ásia Menor
(extremo oeste da Ásia) recolhiam o ferro metálico encontrado em meteoritos. Também
existem registros de que foram encontrados na região da Groenlândia.

Segundo o Centro de Estudos de Estruturas de Aço e Mistas de Aço e Concreto da


UFMG – CEAM (2009), a utilização do aço deu início no século XII, na forma de tirantes e
pendurais de ferro fundido, que funcionava apenas como elementos que auxiliavam as
estruturas de madeira. No século XVI, surgiram os telhados em ferro fundido. Porém, todas
essas aplicações eram pouco racionais, visto que o estudo sobre a funcionalidade do aço
ainda estava em andamento.

A utilização do aço como elemento estrutural iniciou-se efetivamente no século XVIII


na Inglaterra, com a construção de uma ponte em metal sobre o Rio Severn. Apesar do alto
custo do material, a resistência encontrada nele permitiu a construção de uma estrutura de
maior extensão (STEELGROUP, 2019).

Assim, nascia um marco na história da engenharia, mas foi apenas no século XIX que o
aço se disseminou na construção civil devido ao surgimento do concreto armado. Dessa
forma, foi descoberto um material para resistir a altas cargas, com boa resistência a
compressão encontrada no concreto e a tração característica encontrada no aço. Com essa
junção, foi possível erguer edifícios mais altos como o Edifício Ingalls em Ohio,
considerado o primeiro arranha-céu do mundo.

Atualmente, no século XXI, o aço busca cada vez mais o seu espaço na construção
civil, sendo que o seu uso está bem consolidado na composição do concreto armado,
porém, em relação a estruturas metálicas ainda notam-se limitações.

Portanto, apesar da grande expansão do aço no decorrer dos séculos e das grandes
vantagens encontradas no material, existem fatores a serem considerados que poderão
ajudar-nos a fazer boa escolha quanto ao seu uso e aplicação na construção civil e na
indústria.
2. Objectivo

 Objetivo Geral

Analisar o conceito e a relevância do uso do aço na construção civil com ênfase


em estruturas de concreto e metálicas.

 Objetivo Específico

Analisar as propriedades do aço;

Descrever a aplicação do aço e a proteção do mesmo.

3. Conceito do Aço
O Aço carbono é resultado da combinação de dois elementos, ferro e carbono, que
juntos compõem uma liga metálica amplamente empregada na indústria e na construção
civil.

Essa constituição de liga confere ao aço o seu nível de resistência mecânica, dispondo
de 0,008% a 2,11% de concentração de carbono em sua composição. Neste contexto o
ferro gusa, produto imediato da redução do minério de ferro pelo coque ou carvão e
calcário em altas temperaturas, é a base utilizada para criar diversos tipos de aço.

Existem diversos elementos que garantem ao ferro a dureza necessária. O carbono é o


principal elemento endurecedor. Manganês, silício e o fósforo também regulam o nível de
resistência do aço. Todavia, a quantidade de carbono define a classificação do aço de
carbono em tês categorias: baixo, médio e alto, cada um com características e aplicações
próprias, sendo que:

 Baixo carbono (até 0,30% de carbono) – este tipo de aço-carbono possui baixa
resistência e alta tenacidade e ductilidade, porém, é usinável e soldável.

 Médio carbono (de 0,30% a 0,60%) – possui maior resistência para tratamento
térmico, além de dureza e menor tenacidade e ductilidade em relação ao baixo
carbono. O médio carbono possui uma boa temperabilidade em água.

 Alto carbono (acima de 0,60%) – tipo de maior resistência ao desgaste e dureza.


No entanto, possui menor ductilidade quando comparado aos demais. Geralmente, é
utilizado temperado ou revenido, com boas propriedades de manutenção de um bom
fio de corte.
Como acontece com a maioria dos compostos metálicos, o aço fabricado em carbono
também sofre com as influências do tempo, sendo a mais famosa delas, a oxidação
causando ferrugem. Isso ocorre, essencialmente, porque existe uma interação natural, e
inevitável, entre os átomos presentes na superfície de metal, quando em contato com o
oxigênio. Sendo que esse processo de oxiação se origina de duas reacções químicas
fundamentais que são:

1. oxidação, que é a retirada dos elétrons livres de um átomo;

2. redução, que é quando um átomo adquire elétrons livres para sua composição.

No entato, o aço carbono é um material tão resistente e está presente em diversos


projetos da construção civil e ao nível industrial - produção de tubos de aço, rodas e
equipamentos ferroviários, engrenagens para peças de máquinas que necessitam de alta
resistência mecânica, matéria-prima para obras arquitetônicas e de arte contemporânea,
equipamentos de ginástica, brinquedos, elementos de arquitetura como corrimões de
escada, guarda-corpo, estruturas para teto, etc, utilização na indústria automotiva para
veículos leves e pesados, na fabricação de itens para equipamentos e veículos agrícolas,
estruturas metálicas, estandes, usinagens e serralheri; equipamentos hospitalares, entre
outros - sendo que a sua exigência por cuidado e manutenção, devido as influências das
intempéries do tempo, visa garantir a longevidade do item e manter a sua eficiência.

É importante destacar, também, que, quando em comparação ao aço inoxidável, o aço


carbono possui menor ão do aço carbono em questão.

4. Aço no Mundo
Embora a utilização do aço seja mais significativa na infraestrutura, é curioso saber que
esse metal pode ser transformado em vários outros materiais, inclusive utensílios
domésticos e enlataresistência à corrosão. No entanto, a depender da concentração de
carbono, a resistência à oxidação se eleva; esse tipo de característica vai variar conforme a
fabricação e destinaçdos. Além disso, o material é reciclável, possui tratamento térmico,
conta com diferentes graus de resistência, possui boa soldabilidade, sendo ideal para
projetos de soldagem , portanto, sustentável. Nesse contexto, os 10 maiores produtores de
aço do mundo, cuja economia é bastante influenciada por essa prática são:

1. China - é o país que mais produz aço no mundo. A China é o maior produtor de
aço do mundo há muitos anos, representando mais de um terço da produção
mundial. Em 2023, a China produziu 1,025 bilhão de toneladas de aço.
2. Índia - é o segundo maior produtor de aço do mundo, com uma produção de 120,7
milhões de toneladas em 2023. A Índia registrou um crescimento de 6,3% em sua
produção de aço em 2023.

3. Japão - é o terceiro maior produtor de aço do mundo, com uma produção de 99,3
milhões de toneladas em 2023. O Japão registrou um crescimento de 1,7% em sua
produção de aço em 2023.

4. Estados Unidos - ainda continuam como um dos maiores produtores de aço do


mundo, ocupando o 4º lugar, sendo o quarto maior produtor de aço do mundo, com
uma produção de 87,8 milhões de toneladas em 2023. Os Estados Unidos
registraram um crescimento de 3,6% em sua produção de aço em 2023.

5. Rússia - é o quinto maior produtor de aço do mundo, com uma produção de 72,8
milhões de toneladas em 2023. A Rússia registrou um declínio de 2,5% em sua
produção de aço em 2023, devido às sanções econômicas impostas pelo Ocidente.

6. Coreia do Sul - é o sexto maior produtor de aço do mundo, com uma produção de
69,1 milhões de toneladas em 2023. A Coreia do Sul registrou um crescimento de
4,7% em sua produção de aço em 2023.

7. Turquia - com uma produção de mais de 40 milhões de toneladas de aço em 2021,


a Turquia possui um sistema de substituição de importações implementado em 1980
que contribuiu para o aumento nas exportações do país. Desse modo, o aço
representa aproximadamente 10% do valor total das exportações da indústria, o que
equivale a 18,53 milhões de toneladas métricas de aço, fazendo com que a Turquia
ocupe o sexto lugar entre os 10 maiores produtores de aço do mundo.

8. Alemanha - a produção de aço é um importante pilar na economia alemã. O país,


maior da União Europeia, produziu 40 milhões de toneladas de aço somente em
2021. A Alemanha possui grandes clientes, sobretudo nos setores automotivos e de
construção. Ademais, o país é também o quinto exportador de aço mundial.

9. Brasil - ocupa o nono lugar entre os 10 maiores produtores de aço do mundo. Desde
2010, o Brasil produziu mais de 30 milhões de toneladas de aço anualmente e, em
2021, a produção local de 36,2 milhões de toneladas foi a maior em um único ano.
O feito mostra que o setor tem um grande potencial de crescimento. Mas não é só
isso, o Brasil também é um exportador importante de aço, com 11 milhões de
toneladas exportadas para mais de 100 países em 2021.

10. Irão - produzindo mais de 28 milhões de toneladas métricas de aço em 2021, o Irã
é um país que conseguiu desenvolver sua infraestrutura siderúrgica e hoje ocupa a
última posição entre os maiores produtores de aço do mundo. Embora exista uma
inconstância na produção, o país exporta para mais de 100 países e conseguiu se
estabilizar perto do final do ano [2022].

5. Matéria Prima na Fabricação


O aço é produzido, basicamente, a partir de minério de ferro, principalmente a hematita,
carvão e cal.

Os outros elementos químicos mais adicionados em ligas de aço são: níquel, cromo,
molibdênio, vanádio, tungstênio, silício, manganês, enxofre e fósforo. Abaixo você confere
de que forma cada um desses elementos de liga influenciam as propriedades do aço.

1 – Níquel (Ni)

Além de seu efeito favorável na resistência à corrosão do aço, Ni é adicionado aos


aços para aumentar a temperabilidade. O níquel aumenta o comportamento do material em
baixas temperaturas, melhorando a tenacidade à fratura. A soldabilidade do aço não é
diminuída pela presença deste elemento. O níquel aumenta drasticamente a tenacidade de
entalhe do aço.

É frequentemente usado em combinação com outros elementos de liga,


especialmente cromo e molibdênio. É um componente chave nos aços inoxidáveis, que
contêm entre 8% e 14% de níquel.

2 – Cromo (Cr)

O cromo é um poderoso elemento de liga do aço. O Cr está presente, em pequenas


quantidades, em certos aços estruturais. É usado principalmente para aumentar a
temperabilidade do aço e a resistência à corrosão, bem como a resistência ao escoamento
do material de aço.

Por esse motivo, muitas vezes ocorre em combinação com o níquel e o cobre. Os
aços inoxidáveis podem conter mais de 12% de cromo. O conhecido aço inoxidável “18-8”
contém 8 por cento de níquel e 18 por cento de cromo.

Quando a porcentagem de cromo no aço excede 1,1%, se forma uma camada


superficial no metal que ajuda a proteger o aço contra a oxidação!

3 – Molibdênio (Mo)

O molibdênio tem efeitos semelhantes ao manganês e ao vanádio, e costuma ser


usado em combinação com um ou outro. Este elemento é um forte formador de carboneto e
geralmente está presente em aços-liga em quantidades inferiores a 1%.
Ele aumenta a temperabilidade e a resistência à temperatura elevada e também
melhora a resistência à corrosão. É adicionado aos aços inoxidáveis para aumentar sua
resistência à corrosão e também é usado em aços para ferramentas de alta velocidade.

4 – Vanádio (V)

Quando usado com outros elementos de liga, ele restringe o crescimento do grão,
refina o tamanho do grão, aumenta a temperabilidade, a tenacidade à fratura e a resistência
a cargas de choque. O amolecimento em altas temperaturas e a resistência ao desgaste são
aprimorados.

Acima de 0,05%, pode haver uma tendência para o aço se tornar fragilizado durante
os tratamentos de alívio de tensão térmica. O vanádio é usado na nitretação, resistência ao
calor, ferramentas e aços para molas, juntamente com outros elementos de liga.

5 – Tungstênio (W)

É usado com cromo, vanádio, molibdênio ou manganês para produzir aço rápido
usado em ferramentas de corte. O aço de tungstênio é conhecido por ser duro o suficiente
para cortar depois que se torna incandescente. Após o tratamento térmico, o aço mantém
sua dureza em alta temperatura, o que o torna adequado para ferramentas de corte.

6 – Silício (Si)

É adicionado aos aços carbono para ajudar a desoxidá-los. O silício ajuda a remover
bolhas de oxigênio do aço fundido. Também é útil para aumentar a resistência e a dureza,
mas é menos eficaz do que o manganês.

Negativamente, para muitos usos, também aumenta o tamanho do grão, portanto,


geralmente há um limite superior de adição.

7 – Manganês (Mn)

É provavelmente o segundo elemento de liga mais importante depois do carbono no


aço. Como o carbono, tem um grande impacto na resistência, ductilidade e temperabilidade.

O manganês ajuda a reduzir os óxidos e também a neutralizar a presença de sulfeto


de ferro. No entanto, as siderúrgicas devem ter cuidado para que o nível de carbono e
manganês não fique muito alto ou o aço se torna muito frágil e de soldabilidade reduzida.

8 – Enxofre (S)

O enxofre é geralmente uma impureza indesejável no aço, em vez de um elemento


de liga. Em quantidades superiores a 0,05%, tende a causar fragilidade e reduzir a
soldabilidade.
Entretanto, adições de liga de enxofre em quantidades de 0,10% a 0,30% tendem a
melhorar a usinabilidade de um aço. Esses tipos podem ser referidos como “ressulfurados”
ou “usinagem livre”. Ligas de usinagem livre não se destinam ao uso onde a soldagem é
necessária.

9 – Fósforo (P)

O fósforo, assim como o enxofre, também é considerado uma impureza indesejável


nos aços. É normalmente encontrado em quantidades de até 0,04% na maioria dos aços
carbono.

Em aços endurecidos, pode causar fragilização. Em aços de baixa liga de alta


resistência, o fósforo pode ser adicionado em quantidades de até 0,10% para melhorar a
resistência e a resistência à corrosão!

As ligas de aço recebem elementos químicos que aprimoram seu desempenho.

6. Processo de Fabricação
A fabricação do aço é complexo e envolve diversas etapas, desde a extração do minério
de ferro, até a produção do produto final. Neste contexto o processo de fabrico do aço pode
ser dividida em quatro etapas, nomeadamente: preparação, redução, refino e laminação.
Contanto que se siga detalhadamente os segunites processos:

 Extração do minério de ferro - o minério de ferro é uma rocha que contém óxidos
de ferro, como hematita, magnetita e limonita. Ele é encontrado em jazidas em
diferentes partes do mundo. A extração pode ser feita por meio de mineração a céu
aberto ou subterrânea.

 Preparação do minério de ferro: após a extração, o minério de ferro passa por um


processo de preparação. Nessa etapa, o minério é britado e moído para reduzir seu
tamanho e facilitar a separação dos minerais indesejados. Em seguida, ocorre a
concentração do minério, onde são aplicados processos físico-químicos para separar
os minerais de ferro dos demais componentes.

 Produção do ferro gusa: o próximo passo é a produção do ferro gusa, que é obtido
a partir do minério de ferro concentrado. O minério é colocado em um alto-forno
juntamente com carvão e calcário. O carvão é responsável pela redução do minério,
ou seja, pela remoção do oxigênio presente nos óxidos de ferro. O calcário atua
como fundente, auxiliando na formação da escória. O altoforno é aquecido a altas
temperaturas, em torno de 1500°C, e o ferro líquido resultante é chamado de ferro
gusa.
 Refinamento do ferro gusa para obtenção do aço: o ferro gusa contém impurezas
indesejadas, como carbono, silício, fósforo e enxofre, que conferem características
frágeis ao material. Portanto, é necessário refinar o ferro gusa para obter o aço.
Existem diferentes métodos de refino, sendo os mais comuns o processo de
oxidação e o processo de conversão.

 Processo de oxidação (Processo Bessemer): nesse método, o ferro gusa é colocado


em um conversor e o oxigênio é insuflado por meio de jatos de ar. O oxigênio reage
com as impurezas presentes no ferro gusa, formando óxidos que são removidos na
forma de escória. O processo de oxidação remove o excesso de carbono e outras
impurezas, transformando o ferro gusa em aço.

 Processo de conversão (Processo LD): nesse método, o ferro gusa é colocado em


um forno de panela e é adicionado oxigênio puro e cal para remover as impurezas.
O oxigênio reage com o carbono, convertendo-o em dióxido de carbono e
eliminando-o do aço. Esse processo é realizado em atmosfera controlada e permite
uma maior precisão no controle das impurezas removidas.

 Tratamento térmico e produção do produto final: após o refino, o aço pode ser
submetido a tratamentos térmicos para ajustar suas propriedades mecânicas. Esses
tratamentos incluem o recozimento, o têmpera e a têmpera e revenimento, que
visam aumentar a dureza, a resistência ou a ductilidade do material, dependendo das
aplicações desejadas.

 Por fim, o aço é moldado em diferentes formas, como barras, chapas, tubos, fios,
entre outros, por meio de processos de laminação, forjamento, extrusão ou
estampagem, de acordo com a finalidade de uso.

Como vimos, o aço passa por várias fases para ser produzido, como a preparação do
minério de ferro, o alto forno para fundir a matéria prima, e o refino para a retirada de
impurezas. Mas o aço destinado para a construção civil segue o mesmo processo de
produção?

Não. O processo de produção do aço para construção civil apresenta algumas etapas
diferentes da produção do aço utilizado no nosso dia a dia. Basicamente, sua fabricação se
dá a partir de dois processos diferentes: o EAF e o BOF, cada um com uma finalidade.

No primeiro, são utilizados fornos elétricos a arco para derreter a sucata utilizada na
produção. Em seguida, com o aço em seu estado líquido, as impurezas são retiradas e ele é
colocado em um tipo de fôrma de viga de aço para ser moldado. As peças são reaquecidas e
passam por rolos que determinam sua forma geométrica.
Já no processo BOF, utilizado principalmente para fazer placas ou chapas de aço, o
minério de ferro e coque são fundidos e transferidos para uma concha. O ferro fundido
recebe um tratamento químico e é misturado com sucata de aço em uma fornalha de
oxigênio básica. A mistura é fundida e o oxigênio é introduzido por uma lança refrigerada.

É válido ressaltar que existem diferenças entre a produção do aço para construção civil
e o aço mecânico industrial. Uma das principais diz respeito às suas propriedades: elas são
diferentes quanto à aplicação e composição, ou seja, cada peça possui propriedades
específicas para cada finalidade.

Outra diferença extremamente importante é que o aço mecânico industrial, apesar de


apresentar um alto índice de resistência e ser utilizado para produzir peças robustas como
eixos, engrenagens, etc, apresenta um baixo teor de liga. Já o aço para construção civil,
formado por aço carbono, apresenta uma quantidade proporcionalmente maior de
elementos de liga, garantindo maior segurança. Nas obras, é bastante comum ver o aço
sendo utilizado juntamente com o concreto armado, oferecendo resistência, tração e alta
durabilidade.

De forma geral, o aço mecânico industrial é usado para fabricar bens de consumo,
enquanto o aço para construção civil é projetado para que a obra seja mais segura, resistente
e menos pesada, sendo bastante usado na construção de casas, edifícios, pontes e demais
construções de grande porte.

7. Propriedades do Aço
O aço tem diversas propriedades, por isso, é um dos materiais mais importantes para os
segmentos profissionais, especialmente à construção civil e indústrias. Em outras palavras,
o aço é um metal que se destaca pelas suas grandes propriedades mecânicas, resistindo às
pressões, cargas e tensões elevadas — além da capacidade de transmitir esforços sem sofrer
alterações severas na estrutura. Por essa razão, ele é um elemento indispensável em todos
os segmentos, principalmente na construção civil, fabricação de utensílios e no
automobilístico.

Dentre as diversas propriedades do aço as principais são:

 Densidade

É uma propriedade da matéria que relaciona a massa e o volume de um corpo. A


concentração de aço em uma peça determinará qual a densidade, ou seja, é um fator que
varia conforme a quantidade de aço presente na liga. Assim, diferentes graus de aço podem
ter densidades distintas, que variam entre 7,75 g/cm³ e 8,05 g/cm³.
 Ductilidade

É a capacidade que têm os corpos de se reduzirem a fios sem se romperem. Uma peça
de aço que pode ser dobrada e torcida sem sofrer fraturas é mais dúctil, em relação a
materiais quebradiços. Portanto, a ductilidade é uma propriedade diretamente relacionada à
resistência à tração, sendo essencial ter elementos com essa característica.

 Ponto de Fusão

É o limite de temperatura em que o aço se funde, e esse fator pode acontecer de formas
diferentes. O aço carbono atinge a fusão em uma temperatura média de 1.540 °C, por outro
lado, o aço inoxidável tem o ponto de fusão em torno de 1.510 °C.

 Condutibilidade Eléctrica

É uma propriedade que possibilita que materiais sejam percorridos por corrente elétrica
sem dificuldades quando conectados a uma tensão elétrica. Embora seja uma propriedade
pouco conhecida, a condutividade elétrica é muito importante. Os produtos metálicos têm
grande capacidade de condução elétrica, por isso, é preciso ter atenção com o uso próximo
a redes de energia elétrica.

 Condutibilidade Térmica

É a propriedade física que mensura o quanto um corpo pode conduzir calor.

 Resistência à Corrosão e Força

Um dos pontos que mais devem ser avaliados é a resistência à corrosão, principalmente
se o item foi usado exposto ao tempo. Por outro lado, a força é uma propriedade que
demonstra a capacidade do aço em resistir a deformações mecânicas.

Dessa forma, a força é avaliada nas seguintes formas:

1. resistência à compressão no aço;

2. resistência à tração, ou seja, forças que tentam separar o aço;

3. resistência ao cisalhamento, ou seja, forças que tentam cortar o aço;

4. força de torção, ou seja, resistência a forças que atuam em sentidos opostos.

 Maleabilidade

É uma propriedade dos materiais que descreve a capacidade de um material ser


deformado, sem quebrar ou se romper, quando submetido à aplicação de uma força externa.
A maleabilidade é uma das características mais importantes do aço e tem total influência no
seu objetivo de uso. Quando exposto a altas temperaturas, o aço pode ser moldado em
diversos formatos, fator essencial para produção de diversos itens, como correntes e
móveis.

 Resistência à Abrasão

A resistência à abrasão é uma propriedade de um corpo em se opor à variação de


aspecto e/ou dimensão de sua superfície no tempo, pela ação de atrito provocada por um
outro corpo. O que significa que o aço de carbono é capaz de suportar a remoção de
material através de atrito.

 Capacidade de endurecimento

Ele pode ser endurecido através de processos térmicos, como têmpera e revenimento,
ou por meio de processos mecânicos, como carga de compressão. Isso permite que o aço
carbono seja adaptado para uma variedade de aplicações, incluindo a fabricação de
componentes de máquinas e peças de automóveis.

8. Aplicação do Aço no Betão Armado


Na construção civil o Aço tem bastante aplicabilidade devido às propriedades de
resistência que apresenta. É um material que tem a capacidade de vencer grandes vãos,
tendo peças de menor dimensão e peso. Ele pode ser empregado de duas formas principais:
como o corpo estrutural de uma edificação formada por diversos componentes metálicos
(vigas, pilares, treliças etc.) ou como as armaduras que complementam o concreto armado,
que auxiliam na resistência a tração da estrutura.

O concreto é composto basicamente por cimento, água, areia e um agregado graúdo


(pedra ou brita), podendo conter outros aditivos que possuem o objetivo de melhorar suas
propriedades. É a partir da sua junção com armaduras de aço previamente fixadas dentro do
molde que são construídas as estruturas de concreto armado (Figura 1).
Figura 1

Nesse sentido, a forma é preenchida com concreto fresco, que acaba cobrindo as
armaduras, dando origem a estruturas essenciais para os mais diversos tipos de construções,
como pavimentos, pontes, pisos industriais, obras portuárias, edifícios, reservatórios, entre
outras.

Por sua alta resistência à compressão, o uso do concreto é excelente para elementos
estruturais. Assim, o aço é acrescentado para aperfeiçoar esse material, principalmente para
aumentar sua resistência às tensões de tração e da própria compressão (Figura 2).

Figura 2

No geral, o concreto armado reúne as qualidades do concreto com as qualidades do aço,


resultando em elementos de alta durabilidade, resistência à compressão e tração, boa
ductilidade, entre outras qualidades.

9. Aderência do Aço ao Betão


A utilização de armaduras como meio de resistir aos esforços de tração no concreto
armado só é possível devido a aderência entre o aço e o concreto, permitindo que os dois
materiais trabalhem juntos e com a mesma deformação. Sem aderência, as barras não
seriam solicitadas à tração e o concreto armado perde o propósito.

Segundo Leonhardt & Mönnning, o fenômeno de aderência ocorre por meio de três
parcelas:

 ADERÊNCIA POR ADESÃO

Existe uma ação de colagem entre a nata de cimento e o aço que provém da adesão ou
de forças capilares. Esse efeito de colagem depende da condição em que se apresenta a
superfície das armaduras, a rugosidade e limpeza influenciam diretamente.

Figura 3

A aderência por adesão, no entanto, é uma ligação frágil que pode ser desfeita no caso
de pequenos deslocamentos. A adesão pode ser verificada pela resistência apresentada ao
tentar separar um elemento concretado diretamente sobre uma placa de aço, de acordo com
a (Figura 3).

 ADERÊNCIA POR ATRITO

A aderência por atrito ocorre na superfície de contato entre o aço e o concreto, e é


solicitada quando há tendência de deslocamento relativo entre os dois elementos.

Para verificar a sua atuação, é realizado o ensaio de arrancamento conforme


apresentado na (Figura 4). A força R_{b2} aplicada para arrancar a barra de aço
parcialmente mergulhada no elemento de concreto é significativamente superior ao valor
previsto a partir da resistência R_{b1} do ensaio de Aderência por Adesão, apresentado
anteriormente.
Figu
ra 4

Esse acréscimo de aderência, como sugerem os ensaios, ocorre devido ao atrito


existente entre o aço e o concreto. Quanto mais rugosa e irregular é a barra, maior o atrito
gerado.

Além disso, a existência de pressão transversal exercida pelo concreto sobre a barra de
aço favorece o acréscimo de aderência por atrito. A pressão transversal pode ocorrer, por
exemplo, por:

1. Retração do concreto;

2. Tensões de compressão em região de apoio (Figura 5).


Figura 5

 ADERÊNCIA MECÂNICA (ENGRENAMENTO)

A aderência mecânica é decorrente das saliências presentes nas barras, que funcionam
como peças de apoio. Quando as barras são tracionadas, as mossas e saliências aplicam
forças de compressão no concreto que tende a impedir o deslocamento relativo.
Figura 6

Entre as nervuras/saliências das barras, formam-se “consolos de concreto”. A região


sofre tensões de compressão e tração, conforme visto na Figura 7, onde a superfície de
ruptura se forma quando o concreto atinge sua capacidade limite.

Portanto, a aderência mecânica contribui significativamente para a aderência total


das barras, aproveitando ao máximo as resistência elevadas do aço.
Figura 7

10. Sistemas de Classificação e Designação dos Aços


Dada a grande variedade de tipos de aços, foram criados sistemas para sua
classificação, os quais periodicamente são submetidos a revisões.

Os aços podem ser classificados em grupos, em base de propriedades comuns:

1. composição, como aços-carbono e aços-liga

2. processo de acabamento, com aços laminados a quente ou aços laminados a frio

3. forma do produto acabado, como barras, chapas grossas, chapas finas, tiras, tubos
ou prefis estruturais.

Há ulteriores subdivisões desses grupos, como aços-carbono de baixo, médio ou alto


teor de carbono. Os aços-liga são freqüentemente classificados de acordo com o principal
ou principais elementos de liga presentes.

Uma das classificações mais generalizadas é a que considera a composição química dos
aços e, dentre os sistemas conhecidos, são muito usados os da "American Iron and Steel
Institute -AISI" - e da "Society of Automotive Engineers - SAE".

A Tabela 20, adaptada do DATABOOK - 1980, editado pela American Society for
Metals (101) mostra a designação adotada pela AISI e SAE que coincidem e a do "Unifield
Numbering System - UNS", devido à "American Society for Testing Materials - ASTM" e
SAE.

Tabela 20 - Sistemas SAE, AISI e UNS de classificação dos aços

Designação Tipos de Aço

AISI-SAE UNS

10XX G10XXX Aços-carbono comuns

11XX G11XXX Aços de usinagem fácil, com alto S

12XX G12XXX Aços de usinagem fácil, com alto P e S

15XX G15XXX Aços-Mn com manganês acima de 1%

13XX G13XXX Aços-Mn com 1,75% de Mn médio

40XX G40XXX Aços-Mo com 0,25% de Mo médio

41XX G41XXX Aços-Cr-Mo com 0,4 a 1,1% de Cr e 0,08 a 0,35% de Mo

43XX G43XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 1,65 a 2 de Ni, 0,4 a 0,9% de Cr e 0,2 a 0,3%
de Mo

46XX G46XXX Aços-Ni-Mo com 0,7 a 2% de Ni e 0,15 a 0,3% de Mo

47XX G47XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 1,05% de Ni, 0,45% de Cr e 0,2% de Mo

48XX G48XXX Aços-Ni-Mo com 3,25 a 3,75% de Ni e 0,2 a 0,3% de Mo

51XX G51XXX Aços-Cr com 0,7 a 1,1% de Cr

E51100 G51986 Aços-cromo (forno elétrico) com 1% de Cr


E52100 G52986 Aços-cromo (forno elétrico) com 1,45% de Cr

61XX G61XXX Aços-Cr-V com 0,6 ou 0,95% de Cr e 0,1 ou 0,15% de V mín.

86XX G86XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,2% de Mo

87XX G87XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,25% de Mo

88XX G88XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,3 a 0,4 de Mo

9260 G92XXX Aços-Si com 1,8% a 2,2% de Si

50BXX G50XXX Aços-Cr com 0,2 a 0,6% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro

51B60 G51601 Aços-Cr com 0,8% de Cr e 0,0005 a 0,003 de boro

81B45 G81451 Aços-Ni-Cr-Mo com 0,3% de Ni, 0,45% de Cr, 0,12% Mo e 0,0005
a 0,003% de boro

94BXX G94XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,45% de Ni, 0,4% de Cr, 0,12% Mo e


0,0005 a 0,003% de boro

Nesse sistema, as letras XX ou XXX correspondem a cifras indicadoras dos teores


de carbono. Assim, por exemplo, nas designações AISI-SAE, a classe 1023 significa aço-
carbono com 0,23% de carbono em média e na designação UNS, a classe G10230, significa
o mesmo teor de carbono.

Por outro lado, os dois primeiros algarismos diferenciam os vários tipos de aços
entre si, pela presença ou somente de carbono como principal elemento de liga (além, é
claro, das impurezas normais silício, manganês, fósforo e enxofre), ou de outros elementos
de liga, como níquel, cromo, etc., além do carbono.

Assim, quando os dois primeiros algarismos são 10, os aços são simplesmente ao
carbono; quando são 11, os aços são de usinagem fácil com alto enxofre; quando são 40, os
aços são ao molibdênio, com 0,25% de molibdênio em média e assim em seguida.
11. Tipos de Aço

 Quanto a sua composição

Os dois principais tipos de aço de acordo com sua composição são:

 Aço carbono

Como o próprio nome indica, o aço carbono contém em sua composição principalmente
os elementos ferro e carbono – este último na proporção de até 1,7%. Isso não significa que
não haja outros metais na composição, mas estes se encontram em quantidades mínimas,
incapazes de alterar as propriedades físicas e mecânicas do aço.

O aço carbono pode ser subdividido em outras 3 categorias: baixo, médio e alto
carbono.

 Aço liga

O aço liga também possui carbono em sua composição, porém, a presença de outros
elementos alteram as propriedades do material. Encontra-se também nas propriedades do
aço liga materiais como manganês, cromo, silício, níquel, molibdênio, vanádio, alumínio e
nióbio.

Esses materiais são adicionados ao aço para aumentar sua durabilidade e resistência
química e mecânica, de acordo com a finalidade do uso.

Assim como no caso do aço carbono, o aço liga é subdividido em 3 categorias de


acordo com a soma dos elementos inseridos em sua composição:

1. Aço baixa liga: até 5%.

2. Aço média liga: entre 5% e 12%.

3. Aço alta liga: até 12%.

 Quanto a aplicação

 Aços estruturais

Esse tipo de aço é bastante utilizado na construção civil devido a suas propriedades
específicas. Apresentam alta resistência mecânica e são capazes de suportar grandes cargas,
além de outras características como elevada tensão de escoamento, elevada tenacidade e
boa soldabilidade.
Os aços estruturais são subdivididos em 3 grupos principais de acordo com seu limite
de escoamento mínimo (Mpa). Veja abaixo:

1. Aço estrutural de baixo carbono e média resistência – 195 a 259 Mpa

2. Aço estrutural de alta resistência e baixa liga – 290 a 345 Mpa

3. Aços estruturais ligados tratados termicamente – 630 a 700 Mpa

Dentre os aços estruturais, os mais comuns são aços carbono com pequenas quantidades
de outros elementos, como o aço ASTM 36, utilizado em larga escala na construção civil.
Também são bastante utilizados os aços CA-50 e o CA-60.

 Aço para molas

Bastante utilizados na indústria automobilística, os aços para molas possuem boa


elasticidade, sendo capazes de suportar forças e tensões sem apresentar uma deformação
permanente. Neste grupo, incluem-se principalmente os aços carbono.

 Aço para fundição

Manuseado na forma líquida, é utilizado na produção de peças em aço fundido. Esse


processo consiste em despejar o aço líquido em altíssima temperatura em moldes
específicos, para que o material, quando resfriado, adquira a forma da cavidade em que foi
despejado. Nessa aplicação podem ser utilizados tanto o aço carbono quanto o aço liga, é
preciso apenas que o material tenha boa resistência.

 Aço para construções mecânicas

Nessa classificação encontram-se principalmente os aços carbono e com baixo teor de


liga. São muito utilizados na fabricação de peças e engrenagens que se destinam aos mais
diversos setores, desde os agrícolas aos automobilísticos.

Podem ser divididos em 2 subgrupos: aços para beneficiamento e aços para


cementação. O primeiro grupo contempla um tipo de aço com teor de carbono superior a
0,25% e o segundo possui um teor de carbono de até 0,25%. Os principais são o SAE 1335,
4037, 4130, 4140, 4340, 4615, 5120, 5140, 8620, 8640.

 Quanto a geometria

 Aço semiacabado

Como o próprio nome indica, esse aço é manuseado antes do acabamento final, na etapa
conhecida como lingotamento. Nessa fase, o aço líquido é distribuído em moldes dentro
dos quais se solidifica, dando origem a produtos como blocos, tarugos e placas.

 Produtos planos

Os produtos planos são fabricados a partir do aço semiacabado que é submetido à


compressão de dois cilindros até atingir o seu formato específico. Possuem uma forma
plana, de placa, que pode se tornar uma chapa ou bobina de aço.

 Aços mais produzidos pela indústria

Até aqui falamos sobre a origem do aço e seus diferentes tipos de acordo com fatores
como composição, aplicação e geometria. Agora, falaremos também sobre os aços mais
produzidos pela indústria de acordo com sua forma de produção.

 Aço galvanizado

A galvanização do aço consiste na aplicação de uma camada de zinco fundido que


oferece maior resistência à corrosão e oxidação a este material. O aço galvanizado é
bastante utilizado na construção civil na fabricação canos vigas e estruturas de apoio.

 Aço galvalume

Além de uma camada de zinco, este aço também possui em sua composição elementos
como silício e alumínio. Assim como o aço galvanizado, ele também apresenta uma
resistência formidável à corrosão, porém, devido à adição dos outros elementos, apresenta
uma vida útil quatro vezes maior que o galvanizado. Por isso mesmo, é o mais utilizado na
indústria e na marinha, devido a sua alta resistência a atmosferas de grande pressão. Vale
destacar que esse aço possui uma beleza estética maior, sendo, portanto, muito utilizado
também para cobertura metálica.

 Aço inox

Este tipo de aço possui Cromo e Níquel em sua composição e é feito em alto forno a
partir do ferro-gusa. Além de bastante resistente à corrosão por agentes atmosféricos, esse
aço também é resistente à ação de produtos químicos, sendo, por isso mesmo, muito
utilizado na fabricação de equipamentos e na construção civil. Outra característica desse
aço é que ele mantém o brilho por mais tempo, sendo muito utilizado também por seus fins
estéticos.

 Aço laminado a quente a frio


Por fim, as chapas de aço também podem ser laminadas a quente ou a frio. Chapas
laminadas a quente são fabricadas em altíssimas temperaturas, superiores a 900 ºC,
resultado em bobinas laminadas a quente. Essas bobinas passam posteriormente pelo
processo de desbobinamento, no qual são cortadas transversalmente até ficarem prontas.

12. Tensão de Ruptura do Aço


Tensão de Rutura é a tensão máxima que o material suporta, ou seja, acima deste valor a
peça vai quebrar, ou a estrutura vai ruir, não importa a idade do componente. Se o material
de uma peça suporta 400Mpa de tensão e você exceder este valor, sai de baixo, RUN FOR
YOUR LIFE!!!

Em geral, a tensão admissível do aço depende do coeficiente de segurança do projeto.


No entanto, os aços com baixo teor de carbono têm menor resistência à tração, porém são
mais dúcteis. As resistências à ruptura por tração ou compressão dos aços utilizados em
estruturas são iguais, variando entre 300 Mpa até 1200 Mpa.

13. Configuração Geométrica do Aço


O aço de carbono apresenta uma configuração, ou seja, estruturas geométricas
tridimensionais, que juntas formam cristais irregulares chamados grãos, que quando
aquecidos e resfriados, durante o processo de solidificação, as células unitárias vão se
multiplicando, lado a lado, e formam uma rede cristalina modificada, podendo deste modo
ficarem mais duros ou mais maleáveis.

Ao processo que consiste em aquecer e resfriar uma peça de aço para que ela atinja
propriedades físicas específicas como dureza, elasticidade, ductilidade e resistência à
tracção, sem que se modifique o estado físico do metal designa-se por tratamento térmico.
Este mesmo tratamento causa mudanças nas propriedades mecânicas do aço.
Figura 8

14. Emenda do Aço na Aplicação do Betão


As emendas de barras de aço surgem por ordem prática, devido as dimensões das
peças de concreto, e do comprimento usual das barras de aço. Não é viável
economicamente produzir barras de aços maiores, nem possível transporte para a obra de
barras de aço com dimensões superiores as existentes.

A finalidade da emendas é dar continuidade na transmissão dos esforços nas


armaduras, dando-se desta forma, condições de considerar a estrutura como monolítica.

Quais os tipos de emendas?

Há vários tipos de emendas em barras de aço para concreto armado, os cuidados


maiores são tomados sobre as emendas de barras que serão submetidas à tração. A NBR
6118 e a NBR 14.931 estabelecem os tipos de emendas que podem ser utilizados e os
respectivos procedimentos, como as restrições de acordo com as condições projetadas e
características de cada uma das emendas.

 Emenda por transpasse (Justaposição)

É o tipo mais comum em obras, atualmente. Com esse tipo de emenda os esforços nas
barras são transmitidos por aderência. Preve-se, então, um determinado comprimento da
barra de modo que a mesma que ancorada no concreto. A Figura 8 ilustra uma emenda por
justaposição.

Figura 9

Situação como apresenta na Figura 9, deve ser uma situação evitada, pois uma
distância muito grande entre as barras poderá ocasionar uma fissura na peça.

Figura 10

A NBR 6118/03 (item 9.5.2) estabelece que a emenda por transpasse só é permitida
para barras de diâmetro até 32 mm. Tirantes e pendurais também não admitem a emenda
por transpasse. Vale lembrar que sempre deve ser feita a consulta das normas vigentes, e se
atualizar, acompanhando novas tecnologias.

A transferência da força de uma barra para outra numa emenda por transpasse
ocorre por meio de bielas inclinadas de compressão, como indicadas na Figura 10. Ao
mesmo tempo surgem também tensões transversais de tração, que requerem uma armadura
transversal na região da emenda.
Figura 11

O arame utilizado é apenas para que a barra de aço não assuma uma distância que
poderá ocorrer durante a concretagem, esse procedimento diminui o risco.

Os outros tipos são soldados, que requerem aço de característica diferente. O tipo de
emenda através de solda é possível de quatro formas distintas, que são descritas a seguir.
Solda de topo por caldeamento não exige metal para a união, pois os vergalhões se fudem
quando o aço é aquecido por uma corrente elétrica próxima à temperatura de fusão, e ao
serem pressionadas uma contra a outra (topo a topo), ocorre a união.

 Solda de topo por eletrodo

Com transpasse com solda e as justaposta utilizam metais de adição, porém, o tipo de
arame utilizado na ligação irá variar de acordo com a resistência requerida da barra,
seguindo recomendações da NBR 14931, quanto a forma de soldagem de cada elemento
(Figura 11).
Figura 12

 Solda com utilização de luvas

Executada através de luvas rosqueáveis ou prensadas, sendo que a escolha dependerá da


condição de aplicação da armadura, definida em projeto (Figura 12).
Figura 13

15. Aço Com Outros Elementos (Proteção do Aço)


Para minimizar o problema da corrosão, pode-se adotar alguns procedimentos:

 Revestimentos não metálicos inorgânicos: Anodização, cromatização e fosfatização;

 Tintas e polímeros;

 Revestimentos metálicos: Cladização, imersão a quente, metalização,


eletrodisposição, cementação e outros.

Dentre os três principais grupos, pode-se referir ao grupo de revestimento metálico o


mais comum de ser usado para proteções corrosivas. Dentro deste grupo, o processo de
imersão a quente é o mais utilizado, o qual consiste em aplicar um tipo de revestimento
sobre a superfície do aço. Estes revestimentos podem variar desde a aluminização,
estanhagem, galvanização e zincagem, sendo que a galvanização é o método mais comum
de ser aplicado, pois confere ao material o revestimento necessário contra a corrosão,
aumentando a sua vida útil.
16. Conclusão
Diante do que foi apresentado, observa-se que os aços utilizados em estruturas
metálicas, de modo geral, são conduzidos por normativas nacionais e internacionais.
Alguns, desde sua fabricação são pensados para que suas propriedades mecânicas e
químicas estejam de acordo com as necessidades do mercado. Porém, a utilização de aços
que não possuem propriedades que evitem a corrosão e serão usados em ambientes ao qual
estarão expostos a este tipo de intempere, deve-se obrigatoriamente empregar algum
método de proteção contra corrosão.

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