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DESENVOLVIMENTO

Conceito do Aço
O Aço carbono é resultado da combinação de dois elementos, ferro e carbono, que juntos
compõem uma liga metálica amplamente empregada na indústria e na construção civil.

Essa constituição de liga confere ao aço o seu nível de resistência mecânica, dispondo de 0,008% a
2,11% de concentração de carbono em sua composição. Neste contexto o ferro gusa, produto imediato
da redução do minério de ferro pelo coque ou carvão e calcário em altas temperaturas, é a base utilizada
para criar diversos tipos de aço.

Existem diversos elementos que garantem ao ferro a dureza necessária. O carbono é o principal
elemento endurecedor. Manganês, silício e o fósforo também regulam o nível de resistência do aço.
Todavia, a quantidade de carbono define a classificação do aço de carbono em tês categorias: baixo,
médio e alto, cada um com características e aplicações próprias, sendo que:

· Baixo carbono (até 0,30% de carbono) – este tipo de aço-carbono possui baixa resistência e alta
tenacidade e ductilidade, porém, é usinável e soldável.

· Médio carbono (de 0,30% a 0,60%) – possui maior resistência para tratamento térmico, além de
dureza e menor tenacidade e ductilidade em relação ao baixo carbono. O médio carbono possui
uma boa temperabilidade em água.

· Alto carbono (acima de 0,60%) – tipo de maior resistência ao desgaste e dureza. No entanto,
possui menor ductilidade quando comparado aos demais. Geralmente, é utilizado temperado ou
revenido, com boas propriedades de manutenção de um bom fio de corte.

Como acontece com a maioria dos compostos metálicos, o aço fabricado em carbono também
sofre com as influências do tempo, sendo a mais famosa delas, a oxidação causando ferrugem. Isso
ocorre, essencialmente, porque existe uma interação natural, e inevitável, entre os átomos presentes na
superfície de metal, quando em contato com o oxigênio. Sendo que esse processo de oxiação se origina
de duas reacções químicas fundamentais que são:

1. oxidação, que é a retirada dos elétrons livres de um átomo;

2. redução, que é quando um átomo adquire elétrons livres para sua composição.

No entato, o aço carbono é um material tão resistente e está presente em diversos projetos da
construção civil e ao nível industrial - produção de tubos de aço, rodas e equipamentos ferroviários,
engrenagens para peças de máquinas que necessitam de alta resistência mecânica, matéria-prima para
obras arquitetônicas e de arte contemporânea, equipamentos de ginástica, brinquedos, elementos de
arquitetura como corrimões de escada, guarda-corpo, estruturas para teto, etc, utilização na indústria
automotiva para veículos leves e pesados, na fabricação de itens para equipamentos e veículos agrícolas,
estruturas metálicas, estandes, usinagens e serralheri; equipamentos hospitalares, entre outros - sendo
que a sua exigência por cuidado e manutenção, devido as influências das intempéries do tempo, visa
garantir a longevidade do item e manter a sua eficiência.

É importante destacar, também, que, quando em comparação ao aço inoxidável, o aço carbono
possui menor resistência à corrosão. No entanto, a depender da concentração de carbono, a resistência
à oxidação se eleva; esse tipo de característica vai variar conforme a fabricação e destinação do aço
carbono em questão.

Aço no Mundo
Embora a utilização do aço seja mais significativa na infraestrutura, é curioso saber que esse metal
pode ser transformado em vários outros materiais, inclusive utensílios domésticos e enlatados. Além
disso, o material é reciclável, possui tratamento térmico, conta com diferentes graus de resistência,
possui boa soldabilidade, sendo ideal para projetos de soldagem , portanto, sustentável. Nesse contexto,
os 10 maiores produtores de aço do mundo, cuja economia é bastante influenciada por essa prática são:

3. China - é o país que mais produz aço no mundo. A China é o maior produtor de aço do mundo
há muitos anos, representando mais de um terço da produção mundial. Em 2023, a China
produziu 1,025 bilhão de toneladas de aço.

4. Índia - é o segundo maior produtor de aço do mundo, com uma produção de 120,7 milhões de
toneladas em 2023. A Índia registrou um crescimento de 6,3% em sua produção de aço em
2023.

5. Japão - é o terceiro maior produtor de aço do mundo, com uma produção de 99,3 milhões de
toneladas em 2023. O Japão registrou um crescimento de 1,7% em sua produção de aço em
2023.

6. Estados Unidos - ainda continuam como um dos maiores produtores de aço do mundo,
ocupando o 4º lugar, sendo o quarto maior produtor de aço do mundo, com uma produção de
87,8 milhões de toneladas em 2023. Os Estados Unidos registraram um crescimento de 3,6% em
sua produção de aço em 2023.

7. Rússia - é o quinto maior produtor de aço do mundo, com uma produção de 72,8 milhões de
toneladas em 2023. A Rússia registrou um declínio de 2,5% em sua produção de aço em 2023,
devido às sanções econômicas impostas pelo Ocidente.

8. Coreia do Sul - é o sexto maior produtor de aço do mundo, com uma produção de 69,1 milhões
de toneladas em 2023. A Coreia do Sul registrou um crescimento de 4,7% em sua produção de
aço em 2023.
9. Turquia - com uma produção de mais de 40 milhões de toneladas de aço em 2021, a Turquia
possui um sistema de substituição de importações implementado em 1980 que contribuiu para
o aumento nas exportações do país. Desse modo, o aço representa aproximadamente 10% do
valor total das exportações da indústria, o que equivale a 18,53 milhões de toneladas métricas
de aço, fazendo com que a Turquia ocupe o sexto lugar entre os 10 maiores produtores de aço
do mundo.

10. Alemanha - a produção de aço é um importante pilar na economia alemã. O país, maior da
União Europeia, produziu 40 milhões de toneladas de aço somente em 2021. A Alemanha possui
grandes clientes, sobretudo nos setores automotivos e de construção. Ademais, o país é também
o quinto exportador de aço mundial.

11. Brasil - ocupa o nono lugar entre os 10 maiores produtores de aço do mundo. Desde 2010, o
Brasil produziu mais de 30 milhões de toneladas de aço anualmente e, em 2021, a produção
local de 36,2 milhões de toneladas foi a maior em um único ano. O feito mostra que o setor tem
um grande potencial de crescimento. Mas não é só isso, o Brasil também é um exportador
importante de aço, com 11 milhões de toneladas exportadas para mais de 100 países em 2021.

12. Irão - produzindo mais de 28 milhões de toneladas métricas de aço em 2021, o Irã é um país
que conseguiu desenvolver sua infraestrutura siderúrgica e hoje ocupa a última posição entre os
maiores produtores de aço do mundo. Embora exista uma inconstância na produção, o país
exporta para mais de 100 países e conseguiu se estabilizar perto do final do ano [2022].

Matéria Prima na Fabricação e Processo de Fabricação


O aço é produzido, basicamente, a partir de minério de ferro, principalmente a hematita, carvão e
cal.

A fabricação do aço é complexo e envolve diversas etapas, desde a extração do minério de ferro,
até a produção do produto final. Neste contexto o processo de fabrico do aço pode ser dividida em
quatro etapas, nomeadamente: preparação, redução, refino e laminação. Contanto que se siga
detalhadamente os segunites processos:

· Extração do minério de ferro - o minério de ferro é uma rocha que contém óxidos de ferro,
como hematita, magnetita e limonita. Ele é encontrado em jazidas em diferentes partes do
mundo. A extração pode ser feita por meio de mineração a céu aberto ou subterrânea.

· Preparação do minério de ferro: após a extração, o minério de ferro passa por um processo de
preparação. Nessa etapa, o minério é britado e moído para reduzir seu tamanho e facilitar a
separação dos minerais indesejados. Em seguida, ocorre a concentração do minério, onde são
aplicados processos físico-químicos para separar os minerais de ferro dos demais componentes.

· Produção do ferro gusa: o próximo passo é a produção do ferro gusa, que é obtido a partir do
minério de ferro concentrado. O minério é colocado em um alto-forno juntamente com carvão e
calcário. O carvão é responsável pela redução do minério, ou seja, pela remoção do oxigênio
presente nos óxidos de ferro. O calcário atua como fundente, auxiliando na formação da escória.
O altoforno é aquecido a altas temperaturas, em torno de 1500°C, e o ferro líquido resultante é
chamado de ferro gusa.

· Refinamento do ferro gusa para obtenção do aço: o ferro gusa contém impurezas indesejadas,
como carbono, silício, fósforo e enxofre, que conferem características frágeis ao material.
Portanto, é necessário refinar o ferro gusa para obter o aço. Existem diferentes métodos de
refino, sendo os mais comuns o processo de oxidação e o processo de conversão.

· Processo de oxidação (Processo Bessemer): nesse método, o ferro gusa é colocado em um


conversor e o oxigênio é insuflado por meio de jatos de ar. O oxigênio reage com as impurezas
presentes no ferro gusa, formando óxidos que são removidos na forma de escória. O processo
de oxidação remove o excesso de carbono e outras impurezas, transformando o ferro gusa em
aço.

· Processo de conversão (Processo LD): nesse método, o ferro gusa é colocado em um forno de
panela e é adicionado oxigênio puro e cal para remover as impurezas. O oxigênio reage com o
carbono, convertendo-o em dióxido de carbono e eliminando-o do aço. Esse processo é
realizado em atmosfera controlada e permite uma maior precisão no controle das impurezas
removidas.

· Tratamento térmico e produção do produto final: após o refino, o aço pode ser submetido a
tratamentos térmicos para ajustar suas propriedades mecânicas. Esses tratamentos incluem o
recozimento, o têmpera e a têmpera e revenimento, que visam aumentar a dureza, a resistência
ou a ductilidade do material, dependendo das aplicações desejadas.

· Por fim, o aço é moldado em diferentes formas, como barras, chapas, tubos, fios, entre outros,
por meio de processos de laminação, forjamento, extrusão ou estampagem, de acordo com a
finalidade de uso.

Como vimos, o aço passa por várias fases para ser produzido, como a preparação do minério de
ferro, o alto forno para fundir a matéria prima, e o refino para a retirada de impurezas. Mas o aço
destinado para a construção civil segue o mesmo processo de produção?

Não. O processo de produção do aço para construção civil apresenta algumas etapas diferentes da
produção do aço utilizado no nosso dia a dia. Basicamente, sua fabricação se dá a partir de dois
processos diferentes: o EAF e o BOF, cada um com uma finalidade.

No primeiro, são utilizados fornos elétricos a arco para derreter a sucata utilizada na produção. Em
seguida, com o aço em seu estado líquido, as impurezas são retiradas e ele é colocado em um tipo de
fôrma de viga de aço para ser moldado. As peças são reaquecidas e passam por rolos que determinam
sua forma geométrica.

Já no processo BOF, utilizado principalmente para fazer placas ou chapas de aço, o minério de ferro
e coque são fundidos e transferidos para uma concha. O ferro fundido recebe um tratamento químico e
é misturado com sucata de aço em uma fornalha de oxigênio básica. A mistura é fundida e o oxigênio é
introduzido por uma lança refrigerada.

É válido ressaltar que existem diferenças entre a produção do aço para construção civil e o aço
mecânico industrial. Uma das principais diz respeito às suas propriedades: elas são diferentes quanto à
aplicação e composição, ou seja, cada peça possui propriedades específicas para cada finalidade.

Outra diferença extremamente importante é que o aço mecânico industrial, apesar de apresentar
um alto índice de resistência e ser utilizado para produzir peças robustas como eixos, engrenagens, etc,
apresenta um baixo teor de liga. Já o aço para construção civil, formado por aço carbono, apresenta uma
quantidade proporcionalmente maior de elementos de liga, garantindo maior segurança. Nas obras, é
bastante comum ver o aço sendo utilizado juntamente com o concreto armado, oferecendo resistência,
tração e alta durabilidade.

De forma geral, o aço mecânico industrial é usado para fabricar bens de consumo, enquanto o aço
para construção civil é projetado para que a obra seja mais segura, resistente e menos pesada, sendo
bastante usado na construção de casas, edifícios, pontes e demais construções de grande porte.

Propriedades do Aço
O aço tem diversas propriedades, por isso, é um dos materiais mais importantes para os segmentos
profissionais, especialmente à construção civil e indústrias. Em outras palavras, o aço é um metal que se
destaca pelas suas grandes propriedades mecânicas, resistindo às pressões, cargas e tensões elevadas —
além da capacidade de transmitir esforços sem sofrer alterações severas na estrutura. Por essa razão, ele
é um elemento indispensável em todos os segmentos, principalmente na construção civil, fabricação de
utensílios e no automobilístico.

Dentre as diversas propriedades do aço as principais são:

· Densidade

É uma propriedade da matéria que relaciona a massa e o volume de um corpo. A concentração de


aço em uma peça determinará qual a densidade, ou seja, é um fator que varia conforme a quantidade de
aço presente na liga. Assim, diferentes graus de aço podem ter densidades distintas, que variam entre
7,75 g/cm³ e 8,05 g/cm³.

· Ductilidade
É a capacidade que têm os corpos de se reduzirem a fios sem se romperem. Uma peça de aço que
pode ser dobrada e torcida sem sofrer fraturas é mais dúctil, em relação a materiais quebradiços.
Portanto, a ductilidade é uma propriedade diretamente relacionada à resistência à tração, sendo
essencial ter elementos com essa característica.

· Ponto de Fusão

É o limite de temperatura em que o aço se funde, e esse fator pode acontecer de formas
diferentes. O aço carbono atinge a fusão em uma temperatura média de 1.540 °C, por outro lado, o aço
inoxidável tem o ponto de fusão em torno de 1.510 °C.

· Condutibilidade Eléctrica

É uma propriedade que possibilita que materiais sejam percorridos por corrente elétrica sem
dificuldades quando conectados a uma tensão elétrica. Embora seja uma propriedade pouco conhecida,
a condutividade elétrica é muito importante. Os produtos metálicos têm grande capacidade de
condução elétrica, por isso, é preciso ter atenção com o uso próximo a redes de energia elétrica.

· Condutibilidade Térmica

É a propriedade física que mensura o quanto um corpo pode conduzir calor.

· Resistência à Corrosão e Força

Um dos pontos que mais devem ser avaliados é a resistência à corrosão, principalmente se o item
foi usado exposto ao tempo. Por outro lado, a força é uma propriedade que demonstra a capacidade do
aço em resistir a deformações mecânicas.

Dessa forma, a força é avaliada nas seguintes formas:

13. resistência à compressão no aço;

14. resistência à tração, ou seja, forças que tentam separar o aço;

15. resistência ao cisalhamento, ou seja, forças que tentam cortar o aço;

16. força de torção, ou seja, resistência a forças que atuam em sentidos opostos.
· Maleabilidade

É uma propriedade dos materiais que descreve a capacidade de um material ser deformado, sem
quebrar ou se romper, quando submetido à aplicação de uma força externa. A maleabilidade é uma das
características mais importantes do aço e tem total influência no seu objetivo de uso. Quando exposto a
altas temperaturas, o aço pode ser moldado em diversos formatos, fator essencial para produção de
diversos itens, como correntes e móveis.

· Resistência à Abrasão

A resistência à abrasão é uma propriedade de um corpo em se opor à variação de aspecto e/ou


dimensão de sua superfície no tempo, pela ação de atrito provocada por um outro corpo. O que significa
que o aço de carbono é capaz de suportar a remoção de material através de atrito.

· Capacidade de endurecimento

Ele pode ser endurecido através de processos térmicos, como têmpera e revenimento, ou por meio
de processos mecânicos, como carga de compressão. Isso permite que o aço carbono seja adaptado para
uma variedade de aplicações, incluindo a fabricação de componentes de máquinas e peças de
automóveis.

Aplicação do Aço no Betão Armado


Na construção civil o Aço tem bastante aplicabilidade devido às propriedades de resistência que
apresenta. É um material que tem a capacidade de vencer grandes vãos, tendo peças de menor
dimensão e peso. Ele pode ser empregado de duas formas principais: como o corpo estrutural de uma
edificação formada por diversos componentes metálicos (vigas, pilares, treliças etc.) ou como as
armaduras que complementam o concreto armado, que auxiliam na resistência a tração da estrutura.

O concreto é composto basicamente por cimento, água, areia e um agregado graúdo (pedra ou
brita), podendo conter outros aditivos que possuem o objetivo de melhorar suas propriedades. É a partir
da sua junção com armaduras de aço previamente fixadas dentro do molde que são construídas as
estruturas de concreto armado (Figura 1).
FIgura 1

Nesse sentido, a forma é preenchida com concreto fresco, que acaba cobrindo as armaduras,
dando origem a estruturas essenciais para os mais diversos tipos de construções, como pavimentos,
pontes, pisos industriais, obras portuárias, edifícios, reservatórios, entre outras.

Por sua alta resistência à compressão, o uso do concreto é excelente para elementos estruturais.
Assim, o aço é acrescentado para aperfeiçoar esse material, principalmente para aumentar sua
resistência às tensões de tração e da própria compressão (Figura 2).

Figura 2

No geral, o concreto armado reúne as qualidades do concreto com as qualidades do aço,


resultando em elementos de alta durabilidade, resistência à compressão e tração, boa ductilidade, entre
outras qualidades.

Aderência do Aço ao Betão


A utilização de armaduras como meio de resistir aos esforços de tração no concreto armado só é
possível devido a aderência entre o aço e o concreto, permitindo que os dois materiais trabalhem juntos
e com a mesma deformação. Sem aderência, as barras não seriam solicitadas à tração e o concreto
armado perde o propósito.

Segundo Leonhardt & Mönnning, o fenômeno de aderência ocorre por meio de três parcelas:

· ADERÊNCIA POR ADESÃO

Existe uma ação de colagem entre a nata de cimento e o aço que provém da adesão ou de forças
capilares. Esse efeito de colagem depende da condição em que se apresenta a superfície das armaduras,
a rugosidade e limpeza influenciam diretamente.

Figura 3

A aderência por adesão, no entanto, é uma ligação frágil que pode ser desfeita no caso de
pequenos deslocamentos. A adesão pode ser verificada pela resistência apresentada ao tentar separar
um elemento concretado diretamente sobre uma placa de aço, de acordo com a (Figura 3).

· ADERÊNCIA POR ATRITO

A aderência por atrito ocorre na superfície de contato entre o aço e o concreto, e é solicitada
quando há tendência de deslocamento relativo entre os dois elementos.
Para verificar a sua atuação, é realizado o ensaio de arrancamento conforme apresentado na
(Figura 4). A força R_{b2} aplicada para arrancar a barra de aço parcialmente mergulhada no elemento
de concreto é significativamente superior ao valor previsto a partir da resistência R_{b1} do ensaio de
Aderência por Adesão, apresentado anteriormente.

Figura 4

Esse acréscimo de aderência, como sugerem os ensaios, ocorre devido ao atrito existente entre o
aço e o concreto. Quanto mais rugosa e irregular é a barra, maior o atrito gerado.

Além disso, a existência de pressão transversal exercida pelo concreto sobre a barra de aço
favorece o acréscimo de aderência por atrito. A pressão transversal pode ocorrer, por exemplo, por:

17. Retração do concreto;

18. Tensões de compressão em região de apoio (Figura 5).


Figura 5

· ADERÊNCIA MECÂNICA (ENGRENAMENTO)

A aderência mecânica é decorrente das saliências presentes nas barras, que funcionam como peças
de apoio. Quando as barras são tracionadas, as mossas e saliências aplicam forças de compressão no
concreto que tende a impedir o deslocamento relativo.
Figura 6

Entre as nervuras/saliências das barras, formam-se “consolos de concreto”. A região sofre tensões
de compressão e tração, conforme visto na Figura 7, onde a superfície de ruptura se forma quando o
concreto atinge sua capacidade limite.

Portanto, a aderência mecânica contribui significativamente para a aderência total das barras,
aproveitando ao máximo as resistência elevadas do aço.
Figura 7

Sistemas de Classificação e Designação dos Aços


Dada a grande variedade de tipos de aços, foram criados sistemas para sua classificação, os quais
periodicamente são submetidos a revisões.

Os aços podem ser classificados em grupos, em base de propriedades comuns:

19. a- composição, como aços-carbono e aços-liga

20. b- processo de acabamento, com aços laminados a quente ou aços laminados a frio

21. c- forma do produto acabado, como barras, chapas grossas, chapas finas, tiras, tubos ou prefis
estruturais.

Há ulteriores subdivisões desses grupos, como aços-carbono de baixo, médio ou alto teor de
carbono. Os aços-liga são freqüentemente classificados de acordo com o principal ou principais
elementos de liga presentes.

Uma das classificações mais generalizadas é a que considera a composição química dos aços e,
dentre os sistemas conhecidos, são muito usados os da "American Iron and Steel Institute -AISI" - e da
"Society of Automotive Engineers - SAE".

A Tabela 20, adaptada do DATABOOK - 1980, editado pela American Society for Metals (101)
mostra a designação adotada pela AISI e SAE que coincidem e a do "Unifield Numbering System - UNS",
devido à "American Society for Testing Materials - ASTM" e SAE.

Tabela 20 - Sistemas SAE, AISI e UNS de classificação dos aços

Designação Tipos de Aço

AISI-SAE UNS

10XX G10XXX Aços-carbono comuns

11XX G11XXX Aços de usinagem fácil, com alto S

12XX G12XXX Aços de usinagem fácil, com alto P e S

15XX G15XXX Aços-Mn com manganês acima de 1%

13XX G13XXX Aços-Mn com 1,75% de Mn médio

40XX G40XXX Aços-Mo com 0,25% de Mo médio

41XX G41XXX Aços-Cr-Mo com 0,4 a 1,1% de Cr e 0,08 a 0,35% de Mo

43XX G43XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 1,65 a 2 de Ni, 0,4 a 0,9% de Cr e 0,2 a 0,3% de Mo

46XX G46XXX Aços-Ni-Mo com 0,7 a 2% de Ni e 0,15 a 0,3% de Mo

47XX G47XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 1,05% de Ni, 0,45% de Cr e 0,2% de Mo

48XX G48XXX Aços-Ni-Mo com 3,25 a 3,75% de Ni e 0,2 a 0,3% de Mo

51XX G51XXX Aços-Cr com 0,7 a 1,1% de Cr

E51100 G51986 Aços-cromo (forno elétrico) com 1% de Cr

E52100 G52986 Aços-cromo (forno elétrico) com 1,45% de Cr

61XX G61XXX Aços-Cr-V com 0,6 ou 0,95% de Cr e 0,1 ou 0,15% de V mín.


86XX G86XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,2% de Mo

87XX G87XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,25% de Mo

88XX G88XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,3 a 0,4 de Mo

9260 G92XXX Aços-Si com 1,8% a 2,2% de Si

50BXX G50XXX Aços-Cr com 0,2 a 0,6% de Cr e 0,0005 a 0,003% de boro

51B60 G51601 Aços-Cr com 0,8% de Cr e 0,0005 a 0,003 de boro

81B45 G81451 Aços-Ni-Cr-Mo com 0,3% de Ni, 0,45% de Cr, 0,12% Mo e 0,0005 a 0,003% de boro

94BXX G94XXX Aços-Ni-Cr-Mo com 0,45% de Ni, 0,4% de Cr, 0,12% Mo e 0,0005 a 0,003% de boro

Nesse sistema, as letras XX ou XXX correspondem a cifras indicadoras dos teores de carbono.
Assim, por exemplo, nas designações AISI-SAE, a classe 1023 significa aço-carbono com 0,23% de
carbono em média e na designação UNS, a classe G10230, significa o mesmo teor de carbono.

Por outro lado, os dois primeiros algarismos diferenciam os vários tipos de aços entre si, pela
presença ou somente de carbono como principal elemento de liga (além, é claro, das impurezas normais
silício, manganês, fósforo e enxofre), ou de outros elementos de liga, como níquel, cromo, etc., além do
carbono.

Assim, quando os dois primeiros algarismos são 10, os aços são simplesmente ao carbono; quando
são 11, os aços são de usinagem fácil com alto enxofre; quando são 40, os aços são ao molibdênio, com
0,25% de molibdênio em média e assim em seguida.

Tipos de Aço
Quanto a sua composição

Os dois principais tipos de aço de acordo com sua composição são:

· Aço carbono

Como o próprio nome indica, o aço carbono contém em sua composição principalmente os
elementos ferro e carbono – este último na proporção de até 1,7%. Isso não significa que não haja
outros metais na composição, mas estes se encontram em quantidades mínimas, incapazes de alterar as
propriedades físicas e mecânicas do aço.

O aço carbono pode ser subdividido em outras 3 categorias: baixo, médio e alto carbono.
· Aço liga

O aço liga também possui carbono em sua composição, porém, a presença de outros elementos
alteram as propriedades do material. Encontra-se também nas propriedades do aço liga materiais como
manganês, cromo, silício, níquel, molibdênio, vanádio, alumínio e nióbio.

Esses materiais são adicionados ao aço para aumentar sua durabilidade e resistência química e
mecânica, de acordo com a finalidade do uso.

Assim como no caso do aço carbono, o aço liga é subdividido em 3 categorias de acordo com a soma dos
elementos inseridos em sua composição:

22. Aço baixa liga: até 5%.

23. Aço média liga: entre 5% e 12%.

24. Aço alta liga: até 12%.

Quanto a aplicação

· Aços estruturais

Esse tipo de aço é bastante utilizado na construção civil devido a suas propriedades específicas.
Apresentam alta resistência mecânica e são capazes de suportar grandes cargas, além de outras
características como elevada tensão de escoamento, elevada tenacidade e boa soldabilidade.

Os aços estruturais são subdivididos em 3 grupos principais de acordo com seu limite de
escoamento mínimo (Mpa). Veja abaixo:

25. Aço estrutural de baixo carbono e média resistência – 195 a 259 Mpa

26. Aço estrutural de alta resistência e baixa liga – 290 a 345 Mpa

27. Aços estruturais ligados tratados termicamente – 630 a 700 Mpa

Dentre os aços estruturais, os mais comuns são aços carbono com pequenas quantidades de outros
elementos, como o aço ASTM 36, utilizado em larga escala na construção civil. Também são bastante
utilizados os aços CA-50 e o CA-60.

· Aço para molas

Bastante utilizados na indústria automobilística, os aços para molas possuem boa elasticidade,
sendo capazes de suportar forças e tensões sem apresentar uma deformação permanente. Neste grupo,
incluem-se principalmente os aços carbono.

· Aço para fundição

Manuseado na forma líquida, é utilizado na produção de peças em aço fundido. Esse processo
consiste em despejar o aço líquido em altíssima temperatura em moldes específicos, para que o
material, quando resfriado, adquira a forma da cavidade em que foi despejado. Nessa aplicação podem
ser utilizados tanto o aço carbono quanto o aço liga, é preciso apenas que o material tenha boa
resistência.

· Aço para construções mecânicas

Nessa classificação encontram-se principalmente os aços carbono e com baixo teor de liga. São
muito utilizados na fabricação de peças e engrenagens que se destinam aos mais diversos setores, desde
os agrícolas aos automobilísticos.

Podem ser divididos em 2 subgrupos: aços para beneficiamento e aços para cementação. O
primeiro grupo contempla um tipo de aço com teor de carbono superior a 0,25% e o segundo possui um
teor de carbono de até 0,25%. Os principais são o SAE 1335, 4037, 4130, 4140, 4340, 4615, 5120, 5140,
8620, 8640.

Quanto a geometria

· Aço semiacabado

Como o próprio nome indica, esse aço é manuseado antes do acabamento final, na etapa
conhecida como lingotamento. Nessa fase, o aço líquido é distribuído em moldes dentro dos quais se
solidifica, dando origem a produtos como blocos, tarugos e placas.

· Produtos planos

Os produtos planos são fabricados a partir do aço semiacabado que é submetido à compressão de
dois cilindros até atingir o seu formato específico. Possuem uma forma plana, de placa, que pode se
tornar uma chapa ou bobina de aço.

Tensão de Rutura do Aço


Tensão de Rutura é a tensão máxima que o material suporta, ou seja, acima deste valor a peça vai
quebrar, ou a estrutura vai ruir, não importa a idade do componente. Se o material de uma peça suporta
400Mpa de tensão e você exceder este valor, sai de baixo, RUN FOR YOUR LIFE!!!

Em geral, a tensão admissível do aço depende do coeficiente de segurança do projeto. No entanto,


os aços com baixo teor de carbono têm menor resistência à tração, porém são mais dúcteis. As
resistências à ruptura por tração ou compressão dos aços utilizados em estruturas são iguais, variando
entre 300 Mpa até 1200 Mpa.

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