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Para compreendermos melhor o nosso Planeta, é preciso que consigamos estudar o interior

da Geosfera. Para o fazer podemos usar métodos diretos e indiretos.

Métodos diretos: Baseiam-se no estudo de amostras de materiais rochosos da crusta e do


manto superior (camadas superficiais do planeta).
• Estudo das paisagens geológicas e dos afloramentos rochosos (rochas expostas à
superfície)
O estudo dos afloramentos rochosos permite deduzir as condições de pressão e temperatura
a que as rochas estiveram sujeitas quando se formaram.
• Estudo dos materiais expelidos pelos vulcões.
Fornecem dados sobre a composição das rochas e a temperatura da Terra até cerca de 150 km
de profundidade.
• Exploração de minas
Permite o acesso direto a rochas situadas até 4 km de profundidade.
• Sondagens geológicas
Permitem retirar colunas de rochas para análise (tarolos ou carotes).
Fornecem dados precisos sobre a composição das rochas, a pressão e a temperatura, entre
outros parâmetros.
Métodos indiretos: Baseiam-se no estudo de materiais que constituem a crusta inferior, o
manto e o núcleo (camadas mais profundas do planeta).
Estes métodos dependem de dados obtidos de forma indireta.
• Sismologia
Para o estudo do interior do planeta faz-se uso das ondas P e S produzidas pelos terramotos,
uma vez que estas se deslocam de forma diferente nos vários tipos de material.
✓ As ondas P deslocam-se a grande velocidade em meios sólidos, sofrendo uma grande
redução de velocidade em meios líquidos.
✓ As ondas S não se deslocam em meios líquidos. Propagam-se mais rapidamente em
materiais frios, rígidos e densos.
O comportamento destas ondas (velocidade e trajetória) varia com os materiais que elas
atravessam, permitindo deduzir características como a densidade, a rigidez e o estado físico
dos materiais do interior da Terra.
• Geotermia: Estudo da energia calorífica proveniente do interior da Terra, que tem a
sua principal origem no decaimento radioativo de isótopos instáveis.
Além disso, pode resultar do bombardeamento primitivo, da contração gravitacional.

• Gradiente geotérmico: Variação da temperatura com a profundidade.


• A temperatura aumenta com a profundidade.
• O gradiente geotérmico diminui com a profundidade.
• Verifica-se que, até determinada profundidade, a temperatura é relativamente
constante, designando-se esta faixa por zona de temperatura constante.
• Possui valores mais altos nas zonas de rifte e mais baixos no interior de
grandes placas tectónicas.

• Fluxo térmico: Quantidade de calor libertada pela Terra por unidade de


superfície e por unidade de tempo.
• O interior da Terra está mais quente do que a superfície, desta forma gera-se
uma transferência de calor do interior para o exterior, gerando-se um fluxo
térmico.
• O fluxo térmico é continuo mas não uniforme.
• Possui valores mais altos nas zonas de rifte (devido às correntes de
convecção) e mais baixos no interior de grandes placas tectónicas.
• Em Portugal, a zona de temperatura constante tem cerca de 20 m de
profundidade, sendo a sua temperatura da ordem dos 18 °C.

• Grau Geotérmico: É a profundidade que é necessário descer para que a


temperatura suba 1ºC.
• O valor não é constante para toda a superfície (média 33m).
• Possui valores mais baixos nas zonas de rifte e mais altos no interior de
grandes placas tectónicas.

São dois os processos que intervêm na transferência de calor interno da Terra para a
superfície: a condução litosférica e a convecção.
Convecção - ocorre quando um fluido quente se dilata, reduz a densidade e ascende por ser
menos denso que o meio envolvente.

→ Este processo ocorre no manto e no núcleo e dele resulta uma transferência mais
efetiva de calor do interior para a superfície da Terra.
→ A temperaturas mais altas, a convecção é o mecanismo utilizado para a transmissão de
calor e o responsável pela dinâmica tectónica.
→ A convecção é o principal processo responsável pelo arrefecimento do interior da Terra.

Nas zonas de vulcanismo:

→ Gradiente geotérmico mais elevado (maior temperatura, logo maior profundidade)


→ Fluxo térmico mais elevado (liberta-se maior quantidade de calor)
→ Grau geotérmico mais baixo (é necessário aprofundar muito menos para que a
temperatura aumente 1ºC)
1.1

1.2 Ocorre aumento da temperatura com a profundidade, mas esse aumento tende a ser
menor com o aumento da profundidade, isto é, próximo da superfície a temperatura aumenta
mais rapidamente do que nas camadas mais internas da Terra. A análise do declive das linhas
também permite chegar a esta conclusão.
1.3 A afirmação está correta, pois a temperatura na litosfera oceânica aumenta de uma forma
mais intensa do que na litosfera continental. Para uma mesma profundidade, a temperatura é
superior na litosfera oceânica, implicando um gradiente geotérmico maior.
1.4 Entre os 200 e os 400 km de profundidade a temperatura passa dos 1350 para os 1500 ºC. Assim,
200000 m/150°C = 1333 m/ºC.
• Geomagnetismo
A Terra é cercada por um campo magnético, resultante de uma corrente elétrica gerada
entre o núcleo interno e externo.
Os minerais ricos em ferro de certas rochas magmáticas, magnetizam instantaneamente
durante o arrefecimento do magma ficando orientados de acordo com a polaridade do campo
magnético terrestre vigente no momento em que se dá o arrefecimento.
Assim, certas rochas magmáticas conservam a memória do campo magnético terrestre no
momento em que se formaram. A magnetização é permanente, formando-se assim um
“registo fóssil” do campo magnético vigente no momento da sua génese - campo
paleomagnético
O campo magnético sofre mudanças de polaridade (inversão do campo magnético
terrestre).

→ Polaridade normal: O norte magnético coincide com o norte geográfico


→ Polaridade inversa: O norte magnético não coincide com o norte geográfico.
Uma anomalia magnética é a diferença entre o campo magnético esperado e o valor
efetivamente medido.

→ Anomalia positiva: Quando a intensidade do campo é superior ao esperado.


→ Anomalia negativa: Quando a intensidade do campo é inferior ao esperado.
Se a polaridade for normal, a anomalia é positiva. Se a polaridade for inversa, a anomalia é
negativa.
O estudo do fundo oceânico revelou que as suas rochas constituintes tinham registado o
campo magnético existente no momento da sua formação. Analisando o registo desse campo
magnético, verificou-se que este apresentava simetria em relação ao rifte, o que
demonstrava a existência de uma expansão dos fundos oceânicos. A expansão dos fundos
oceânicos e o magnetismo das rochas foram os novos argumentos utilizados para validar a
teoria da tectónica de placas.

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