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O Planeta Terra

Dinâmica terrestre

Nuno Durães
Sistemas Geodinâmicos Terrestres
O dinamismo da Terra é • Manifesta-se pela tectónica
marcado por diferentes eventos de placas;
com natureza diversa, mas que Geodinâmica • Envolve interações das
se agrupam essencialmente em Interna camadas internas da Terra
dois grandes sistemas: (crosta, manto e núcleo), na
dependência da energia
interna da Terra

• Manifesta-se pela ação


climática;
Geodinâmica • Envolve interações entre a
Externa atmosfera, hidrosfera e
biosfera, na dependência,
principalmente, da energia
solar.
Dinamismo da Terra
Interação entre sistemas

Os ciclos e trocas de matéria e energia entre os diferentes


sistemas que constituem a Terra, designadamente a
litosfera, hidrosfera, atmosfera e biosfera, são acionados
através de duas fontes principais de energia:

✓ A energia solar
✓ A energia interna da Terra

As interações entre estes sistemas determinam a formação


e modificações das rochas, nas condições climáticas, na
morfologia terrestre e afetam os organismos vivos.
Geodinâmica Externa

Apesar de muitos processos de geodinâmica


externa poderem ser marcados pela ação
direta da temperatura (e.g., termoclastia) ou
dos próprios seres vivos, a ação da
temperatura mais relevante é a ativação do
ciclo hidrológico. De facto, a água nos seus
diferentes estados físicos é o principal agente
modelador da superfície terrestre, mas
também um agente de alteração química e de
transporte de matéria entre sistemas, isto
muito baseado na sua capacidade solvente.
Distribuição da
água na Terra
Geodinâmica Interna

Ativada pelo calor interno da Terra


TECTÓNICA DE PLACAS
O calor interno da Terra
As fontes de calor interno da Terra são
essencialmente resultantes de dois processo:

▪ Parte da energia interna pode resultar ainda da


dissipação do calor gerado durante os primeiros Há 4000 Ma, a produção de
calor era 4 a 6 vezes maior
estádios da formação da Terra, durante o período do que na atualidade.
de acreção planetária.

▪ O calor interno da Terra deriva principalmente da


desintegração de isótopos radioativos de longa
vida, em particular 40K, 235U, 238U e 232Th. Como
estes elementos se concentram mais em rochas
graníticas do que em basaltos, é expectável que a
crusta continental apresente um regime térmico
mais pronunciado que a crusta oceânica.
Gradiente geotérmico
✓ O gradiente geotérmico representa a taxa de variação
da temperatura interna da Terra com a profundidade.

✓ Em regra, este valor aumenta 1°C por cada 33 m de


profundidade, sendo que se assume uma valor médio
de 25 °C/km.

✓ Este modelo assume que a Terra é um planeta sólido


em que as temperaturas de fusão dos materiais não
são ultrapassadas;

✓ Contudo, a variação da temperatura não é linear e em


zonas de limites de placas esta taxa é completamente
perturbada.
Transferência de calor no interior da Terra
✓ Na litosfera a transferência de calor dá-se essencialmente por condução. O calor é transmitido
entre átomos, de zonas de mais alta temperatura para zonas de mais baixa temperatura. É,
contudo, um processo pouco eficiente, visto que as rochas são maus condutores térmicos.

✓ No manto e no núcleo, a transferência de calor


dá-se por convecção que é um processo mais
rápido e eficiente, com movimentos de massa.
Embora estes materiais sejam sólidos na escala
do tempo geológico assumem um
comportamento de líquido. Este processo é
muito relevante para explicar o movimento das
placas tectónicas.
Estrutura interna da Terra baseada nas propriedades
físicas das camadas

O aumento da pressão e temperatura


com a profundidade condiciona as
propriedades físicas dos materiais,
sendo então possível estabelecer
uma zonalidade interna da Terra À profundidade de 100-200
km há condições de
baseada nas propriedades físicas das temperatura para haver um
comportamento plástico
rochas. dos materiais
Distribuição das placas litosféricas

São reconhecidas 52
placas tectónicas na
superfície terrestre, sendo
que 14 são de maior
tamanho e as mais
importantes.
Esquema geral da tectónica de placas
O movimento das placas litosféricas é activado pelo calor interno da Terra.
A transferência de calor dá-se através da convecção.

• Segmentos ou placas da litosfera rígida


deslizam umas em relação às outras sobre
a astenosfera;

• A litosfera oceânica forma-se nos limites


divergentes;

• A litosfera oceânica é destruída nas zonas


de subducção, onde uma das placas
mergulha no manto.
Limites das tectónica de placas

• Limites divergentes

• Limites convergentes

• Limites transformantes
Limites transformantes ou conservativos

Nos limites transformantes não ocorre formação nem destruição de crusta.


Tratam-se de limites caraterizados por intensa atividade sísmica, mas sem
expressão visível de vulcanismo.

Falha de Santo André


Limites divergentes ou construtivos

A maior parte dos limites


divergentes localiza-se nas dorsais
oceânicas e tratam-se de limites
onde há formação de nova crusta
oceânica por ascensão de magmas
astnosféricos.
Limites convergentes ou destrutivos

Os limites de convergência de placas são de três tipos, sendo que todos poderão,
numa fase avançada gerar uma cadeia de montanhas pela acreção de terrenos.

Convergência oceano-oceano Convergência oceano-continente Convergência continente-continente


Movimentos verticais - Isostasia
A isostasia permite explicar as compensações, em profundidade, dos relevos
superficiais. Como a astenosfera apresenta-se num estado plástico e tem maior
densidade que as placas litosféricas, estas tendem a “flutuar” sobre a astenosfera. Por
conseguinte, esta compensação isostática depende de dois fatores principais:

➢ Densidade dos materiais – explica porque a placa oceânica se afunda mais que a
continental;

➢ Peso dos blocos crustais (espessamento ou deposição de materiais na sua


superfície) – explica o maior ou menor afundamento dos blocos continentais.
Movimentos verticais - Isostasia
Existem dois modelos principais para explicar os movimentos isostático, embora,
atualmente, seja o modelo de Airy que tem mais aceitação.

Modelo de Pratt Modelo de Airy

Assume que a dilatação exercida nas montanhas provocaria uma Assume uma densidade constante para os blocos continentais,
alteração (diminuição) na densidade dos blocos. Quanto maior fosse a sendo que as diferentes elevações na superfície terrestre são
montanha, maior seria a dilatação e menor seria a densidade, sendo que compensadas por diferentes penetrações em profundidade,
a superfície de compensação apresentaria uma gravidade homogénea. pressupondo a existência de uma superfície de compensação
Movimentos verticais - Isostasia

No nível de compensação, a
pressão deve ser a mesma
Movimentos verticais para recuperar o equilíbrio isostático
Exumação das cadeias de montanhas Glacioisostasia
Erosão e ajustamento isostático Os processos de desglaciação um alivio de carga nos
blocos provocando a sua elevação

Exemplo disto ocorre na


Escandinávia que após a última
glaciação encontra-se numa
taxa de elevação de cerca de 1
cm/ano.

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