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Susanne Langer

Susanne Langer, nascida Susanne Susanne Katerina Knauth


Katherina Knauth (Nova Iorque, 20 de Distinção entre
dezembro de 1895 — Nova Iorque, 17 de Conhecido(a)
sinais e
por
julho de 1985) foi uma filósofa, escritora e símbolos
educadora norte-americana, mais 20 de
conhecida por suas teorias sobre a dezembro de
influência da arte na mente humana. Ela Nascimento 1895
foi uma das primeiras mulheres Manhattan,
Nova Iorque
acadêmicas dos Estados Unidos e a
primeira mulher a ser reconhecida 17 de junho de
Morte 1985 (89 anos)
popularmente como uma autêntica
Connecticut
filósofa norte-americana. Langer é mais
conhecida por seu livro publicado em Norte-
Nacionalidade
americana
1942, intitulado Filosofia em Nova Chave.
Em 1960, Langer foi nomeada "Fellow" da Cidadania Estados Unidos
Academia de Artes e Ciências dos Radcliffe
Estados Unidos.[1] No Brasil, exerceu Alma mater
College
grande influência no movimento Universidade
Harvard
neoconcretista de autores como Ferreira
Gullar.[2] Magnum Filosofia em
opus Nova Chave

Biografia Campo(s)
Filosofia da
mente, Estética
Susanne Katherina Knauth era filha de
Antonio Knauth, um advogado, e de Else M. (Uhlich) Knauth. Seus pais
migraram da Alemanha para morar em Manhattan. Ela se formou em
escolas particulares e tocava muito bem piano e violoncelo. A música irá
ser fundamental em seu sistema filosófico. Graduou-se no Radcliffe
College em 1920, onde estudou com Alfred North Whitehead, recebendo
seu doutorado em 1926 em Harvard. Em 1921 ela casou-se com William L.
Langer, professor de história em Harvard, de quem se divorciou em 1942.
Langer ensinou filosofia em Radcliffe de 1927 a 1942. Ela também ensinou
na University of Delaware, Columbia University (1945) -(1950), New York
University, Northwestern University, Ohio State University, University of
Washington e University of Michigan (Ann Arbor). Em 1954 ela foi indicada
para ensinar filosofia no Connecticut College em New London,
Connecticut.[3]

Obra
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(N • L • A) (Dezembro de 2018)

Como Cassirer, Langer define que o homem é essencialmente um animal


que usa símbolos. O pensamento simbólico é profundamente enraizado
na natureza humana, e o elemento central nas questões da vida e do
conhecimento. Langer define a Arte como sendo a criação de formas
simbólicas do sentimento humano. Distingue entre os símbolos
discursivos da linguagem e os símbolos abertos apresentados ou
"presentacionais" da obra de arte. O símbolo e o objeto simbolizado tem
uma lógica formal comum.

As obras artísticas não expressam diretamente a experiência emocional


do artista, mas uma "ideia" de emoção. A música cria uma aparência de
tempo, um "tempo virtual", na pintura um "espaço virtual" é a primeira
ilusão, poetas criam aparências de acontecimentos, pessoas, reações
emocionais, lugares, etc, "semelhanças poéticas". Langer afirma que as
formas musicais ostentam uma estreita lógica de semelhança com as
formas de sentimentos humanos. A música é um "símbolo apresentado"
do processo psíquico e as suas estruturas tonais ostentam uma lógica
estreita de semelhança com as formas de sentimento ", formas de
crescimento e de atenuação, de fluxo e de arrumação, de conflitos e de
resolução, a rapidez, a detenção, a excitação, a calma". O símbolo e o
objeto simbolizado tem uma forma lógica comum.

Langer também distingue a arte como símbolo - a obra de arte como um


todo indivisível - a partir de símbolos da arte, que são elementos de
trabalho e, muitas vezes, têm um significado literal. A particular utilização
nada convencional do termo "símbolo" por Langer tem sido criticada por
alguns filósofos, como George Dickie, entretanto Monroe C. Beardley, em
seu livro Estética da Grécia Clássica para o Presente (1966), nota que os
conceitos de arte como símbolo e seu desenvolvimento feitos por
Susanne Langer "são realizados com grande sensibilidade e concretude".

Influências posteriores

Um exemplo claro de sua influência no


século XXI pode ser encontrada no quinto
capítulo do livro do neurocientista Howard
Gardner Arte, Mente e Cérebro (Artmed
1999), dedicado exclusivamente a seu
pensamento. A abordagem cognitiva da
criatividade feita pelo neurocientista é
fundamentada no pensamento de Langer.
Como a neurociência começa a distinguir o
funcionamento especializado de zonas
cerebrais, responsáveis por determinadas
áreas de nosso comportamento, a emoção
torna-se essencial como mediação das
distintas áreas ou zonas de conhecimento.
O trabalho de Susan Langer fundado nas artes como produtora de
emoções e conhecimento, evidencia que ela estava à frente de seu
tempo.

Em seu livro mais conhecido, Filosofia em Nova Chave: um estudo no


simbolismo da razão, do rito e da arte (1942), ela procura distinguir os
símbolos não discursivos da arte, daqueles da linguagem científica. Em
Sentimento e Forma (1953) defende que a arte, especialmente a música,
é altamente articulada com as formas de expressão simbólica ou com o
conhecimento intuitivo que a linguagem não consegue expressar. Em seu
Mind: An Essay on Human Feeling (1967, 1972 e 1982), Langer traça um
esboço do desenvolvimento da mente (3 vols.).
Ela foi uma figura chave no pensamento filosófico da metade do século
XX. O foco primário de sua obra principal (Filosofia em Nova Chave,
Sentimento e Forma, Mind) foi estabelecer uma base sistemática para o
entendimento da arte e de sua criação, seu valor para a consciência
humana.

Para Langer a obra de Arte é a criação das formas simbólicas do


sentimento humano ("Art is the creation of forms symbolic of human
feeling"). Ela discernia entre os símbolos presentacionais abertos da Arte
e os símbolos "discursivos" da linguagem, que não consegue expressar o
aspecto subjetivo da experiência humana. Visão próxima à teoria lógica de
Ludwig Wittgenstein desenvolvida em seu Tratado Lógico-Filosófico
(1922), mas quando Wittgenstein parou ao definir o indizível, Languer
acrescentou que a música e as artes articulam o que outras linguagens
não conseguem, mostrar o que não pode ser dito.

O esforço do exame da linguagem simbólica da arte centra-se em um


exame rigoroso de sua estrutura simbólica, comparando sua estrutura
simbólica com as formas discursivas da linguagem e da matemática. Ela
procura examinar as formas simbólicas da arte em relação com as formas
naturais, inclusive aquelas que incorporavam o processo biológico.

Langer, embora tendo formação musical, também se interessou pelo


teatro. Em Sentimento e Forma ela escreve que o teatro é uma especial
forma poética e que o dinamismo da ação dramática não é tanto o
resultado de uma ação visível que espelha a experiência concreta, mas
sua localização na intersecção de dois grandes reinos da imaginação,
passado e futuro. Langer escreve que um elemento-chave do drama é a
criação de uma "história virtual", que é transparente para a audiência, e
que pode ser obliquamente, mas totalmente, apreendida em cada
momento de ação. A ação dramática contém uma "forma latente", que é
sugerida ou desenvolvida em uma peça, e que é entendida plenamente
apenas ao final, quando ele é entendida como o cumprimento do Destino.
Em suma, o drama é processo de uma "história acontecendo", mais que
uma "história em retrospecto", motivação e não causalidade.
No Brasil, Langer influenciou o movimento artístico neoconcretista
desenvolvido por intelectuais como Ferreira Gullar, Amílcar de Castro e
Franz Weissmann.[2]

Embora ela não seja constantemente citada por filósofos profissionais,


sua influência é enorme, principalmente com respeito a atividade
simbólica presentacional, que tornou-se parte do conceito de
inconsciência coletiva de pessoas preocupadas em explicar a produção
da música e a arte na vida humana.

Bibliografia
Português

Filosofia em Nova Chave. Ed. Perspectiva, 2004. Primeira edição


1971.
Sentimento e Forma. Ed. Perspectiva, 1980.
Ensaios Filosóficos (Philosophical Sketches). Ed. Cultrix, 1971.

Espanhol

Introduccion a La Logica Simbolica. Ed. Siglo Veintiuno, 1969.


Los Problemas del Arte: Diez conferencias filosóficas. Ed. Infinito,
1966.

Inglês

The Cruise of the Little Dipper, and Other Fairy Tales (1923) (illus.
Helen Sewall), uma coleção de contos de fada.
The Practice of Philosophy (1930). Prefácio de Alfred North
Whitehead. Ed: H. Holt. 223 pgs.
An Introduction to Symbolic Logic (1937). Ed: H. Holt.
Philosophy in a New Key: A Study in the Symbolism of Reason, Rite,
and Art (1942). Harvard and Oxford University Press. Mentor Books,
1948.
Language and Myth (1946), tradutora, de Sprache und Mythos
(1925) de Ernst Cassirer.
Feeling and Form: A Theory of Art (1953).
Problems of Art: Ten Philosophical Lectures (1957) Richard Field.
Reflections on Art (ed.) (1958).
Philosophical Sketches (1962).
Mind: An Essay on Human Feeling (1967, 1972, 1982) três volumes.

Publicações sobre Langer


Innis, Robert E. Susanne Langer in Focus. Bloomington, IN: Indiana
University Press, 2009 (inglês).
Schultz, William. Cassirer and Langer on Myth: An Introduction
(2000) (inglês).
Martin Seymour-Smith and Andrew C. Kimmens World Authors 1900-
1950, vol.. 2, (1996) (inglês).
G.L. Hagberg. Art as Language: Wittgenstein, Meaning, and Aestehtic
Theory (1995) (inglês).
E. Devine Thinkers of the Twentieth Century: A Biographical,
Bibliographical and Critical Dictionary (1983) (inglês).
R.K. Ghosh Aesthetric Theory and Art: A Study in Susanne K. Langer
(1979) (inglês).
Rita LaPlante Raffman Susanne Langer's Theory of Music as Symbol
of Feeling: A Critique (1978) (inglês).
Richard Jackson Bremer Harmony Through Resolution (1975)
(inglês).
George Dickie Aesthetics: An Introduction (1971) (inglês).
H. Stoddard Famous American Women (1970) (inglês).
Beverly Wayne Shirbroun Music and Human Feeling in Susanne
Langer's Aesthetic Theory (1964) (inglês).
Fred Blum Susanne Langer's Music Aesthetics (1954) (inglês).
Morris Weitz Symbolism and Art in Review of Metaphysics, VII (1954)
(inglês).
Ernst Nagel Philosophy in a New Key in Journal of Philosophy, 40
(1943) (inglês).

Ver também
Ernst Cassirer
Alfred North Whitehead

Referências
1. «Book of Members, 1780–2010: Chapter A» (PDF). American
Academy of Arts and Sciencesnone
2. ↑ Ir para: a b Gullar, Ferreira. Manifesto Neoconcreto. [S.l.: s.n.] “O
neoconcreto, nascido de uma necessidade de exprimir a complexa
realidade do homem moderno dentro da linguagem estrutural da
nova plástica, nega a validez das atitudes cientificistas e positivistas
em arte e repõe o problema da expressão, incorporando as novas
dimensões “verbais” criadas pela arte não-figurativa construtiva. O
racionalismo rouba à arte toda a autonomia e substitui as qualidades
intransferíveis da obra de arte por noções da objetividade científica:
assim os conceitos de forma, espaço, tempo, estrutura - que na
linguagem das artes estão ligados a uma significação existencial,
emotiva, afetiva - são confundidos com a aplicação teórica que deles
faz a ciência. Na verdade, em nome de preconceitos que hoje a
filosofia denuncia (M. Merleau-Ponty, E. Cassirer, S. Langer)”
3. ↑ «Susanne Langer». Books and Writers (kirjasto.sci.fi). Consultado
em 16 de dezembro de 2018. Arquivado do original em 21 de
fevereiro de 2015

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Biografia e obra de Susanne Langer
Ensaios de e sobre Langer em AnthonyFlood.com
Susan Langer - estética do cinema um trecho de Sentimento e Forma
(1953)
Pequena biografia
Innis, Robert E. Susanne Langer in Focus Bloomington, IN: Indiana
University Press, 2009
Lista completa de seus artigos e livros

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