Você está na página 1de 14

Universidade Federal da Paraíba

Centro de Comunicação, Turismo e Artes


Departamento de Arte Visuais
Crítica de arte I

Psicanálise e arte: uma articulação a


partir da não relação em Louise
Bourgeois: o retorno do desejo
proibido.
Giselle Falbo Kosovski
Docente:
● Sabrina Fernandes Melo
Discentes:
● Atena Pontes de Miranda
● Lohanna L. S. Oliveira
A autora Giselle Falbo Kosovski

É graduada em Psicologia, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1985), tem


Especialização em Psicologia Clínica pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1987), mestrado
em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e doutorado em Teoria
Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003). Trabalhou como Recém-Doutor,
através de fomento do CNPq, na Universidade Federal Fluminense de 10/2003 à 10/2005, e como
Professor-Visitante na UFRJ, no Programa de Pós-Graduação em Teoria Psicanalítica da UFRJ, de
10/2006 à 10/2008, no qual desenvolveu a pesquisa “Psicanálise, arte e excesso pulsional”. De
março de 2017 à março de 2018, desenvolveu a pesquisa de pós-doutorado, no PPGTP/UFRJ,
“Psicanálise, gênero e transgênero”. Integra, desde 2009, o quadro de professores permanentes do
Departamento de Psicologia da Universidade Federal Fluminense. Atualmente leciona no curso de
Psicologia e no Programa de Pós-Graduação em Psicologia/ UFF, no qual orienta dissertações de
mestrado e teses de doutorado e desenvolve pesquisas na interface da psicanálise com a arte. Tem
experiência na área de Psicologia Clínica, com ênfase em Psicanálise, atuando principalmente nos
seguintes temas: Freud e Lacan; Psicanálise e Arte; Corpo, Psicanálise e Arte Contemporânea;
Clínica com crianças e Clínica com adolescentes; Psicanálise, corpo e gênero.
Introdução

Apresenta as intenções do texto:

• Fornecer balizas para a psicanálise e arte (Quais balizas?)


• Tensões e convergências entre Psicanálise e arte a partir das teorizações de Freud
e de Lacan.
• Arte e psicanálise em Desejo proibido (Bourgeois) com curadoria de Larratt-Smith.
PSICANÁLISE E ARTE: A INTERSEÇÃO COMO
CORTE QUE ENGENDRA ARTICULAÇÕES

• Freud ou Lacan não apresentam teorias da arte, mas servem-se dela para
pensar a psicanálise.
• Para Lacan, a arte se organiza em torno do vazio, ele traça um eixo para se
pensar a produção artística.
• Importante observar que o destinatário dos escritos de Lacan não é o artista,
arte ou instituições, mas aos psicanalistas.
• A arte se apresenta para Lacan como meio para se pensar sobre o vazio, real ×
simbólico.
CRÍTICA DE ARTE E PSICANÁLISE
De que modo o psicanalista se serve da arte e de que maneira o campo das artes se apropria das
laborações teóricas construídas a partir da práxis psicanalítica?

• Na visão da psicanálise (lacaniana) o interesse está nos avanços proporcionados pela arte para
questões cruciais para a psicanálise e não o saber/erudição sobre arte.

Fascinação
Psicanalista Obra
Angústia

Analista Analisante

“De modo sucinto podemos dizer que o crítico é aquele que, dentre outras atribuições, está investido no papel de
tentar estabelecer uma ponte entre o público e a obra de arte como portadora da marca do objeto inqualificável. E
se - de modo independente do gosto ou do desgosto, como marca Leo Steinberg (1986) - o público de uma obra é
todo aquele que por ela é afetado, tendo em vista uma porção considerável da produção artística contemporânea,
a tarefa do crítico hoje não é nada simples” (Kosovski, 2016, p.447)
BREVE (BREVÍSSIMO) HISTÓRICO DA CRÍTICA DE ARTE

1511-1574
Giorgio Vasari – Biografia dos artistas

1713-1784 Denis Diderot – Salões de arte


“(...)a ausência de critérios para avaliá-
las - sobretudo no caso das produções
de artistas que esgarçam as fronteiras 1717-1768 Joachim Johann Winckelmann – Linguagem
entre a arte e a vida.” (Kosovski, 2016, artística (categoria de estilos)
p.447)
1864-1945 Heirich Wölfflin – Clássico e anticlássico

Nesse sentido, os críticos buscam a


subjetividade do artista, e adentram nas 1909-1994 Clement Greenberg – Formalista
questões psicanalíticas.

????? Psicanálise e critica de arte


EFEITOS DE UM ENQUADRAMENTO

“a história que estou contando na mostra é a relação de Bourgeois com a


psicanálise e, em particular, como seu afastamento do mundo da arte e imersão
na análise, nos anos 1950, resultaram em um completo novo corpo de trabalho,
que ela apresentou no início dos anos 1960. O retorno invencível do desejo
reprimido e de traumas passados em obras ficcionais e formas inesperadas
fornecem a chave para a compreensão de sua produção tão heterogênea. Sua
escultura é o conteúdo manifesto ou sintoma neurótico do incurável trauma
subjacente.” (LARRATT-SMITH, 2011)
EFEITOS DE UM ENQUADRAMENTO

Todas as obras foram selecionadas com a finalidade de destacar a persistente


presença da psicanálise como força inspiradora e espaço de exploração na vida e
na obra da artista.
O enquadramento que o curador propôs nesta mostra é, portanto, uma versão
possível que encontra apoio na biografia da artista, em seus escritos, diários
íntimos, declarações e testemunhos.
EFEITOS DE UM ENQUADRAMENTO

“O coração da mostra são os escritos descobertos em dois momentos (2004 e


2010) por Jerry Gorovoy, assistente de Bourgeois por muito tempo. Esses escritos,
realizados enquanto ela estava passando por sua mais intensa fase de análise, de
1952 a 1967, consistem em sonhos recordados, notas e relatos. Esses escritos vão
recalibrar radicalmente nossa compreensão da obra de Bourgeois e da
importância da psicanálise mantida por ela como um campo de exploração para
sua arte e vida.” (LARRATT-SMITH, 2011)
EFEITOS DE UM ENQUADRAMENTO

Personagens
1945-1955

A artista mudou-se para Nova York


em 1938 com seu marido, Robert
Goldwater, um historiador de arte
americano. Ela realizou em 1945
sua primeira exposição de
escultura, uma instalação de
figuras altas e parecidas com
postes que ela pretendia como
retratos abstratos de familiares e
amigos.

Imagem: Suzanne DeChillo/The New York Times.


EFEITOS DE UM ENQUADRAMENTO
Imagens: Mariana Shirai/ Revista Época.
EFEITOS DE UM ENQUADRAMENTO
Imagens: Mariana Shirai/ Revista Época.
CONCLUSÃO

“Eu gostaria de tornar meu particular mais público e, nesse ato, perdê-lo”
(BOURGEOIS, 1982/2000, p.151)
BIBLIOGRAFIA

BOURGEOIS, L. (2000) Louise Bourgeois: destruição do pai, reconstrução do pai (entrevistas e escritos). São
Paulo: Cosac Naify.

LARRATT-SMITH, P. (04/07/2011) Entrevista para a Folha Ilustrada, Folha de São Paulo.

KOSOVSK, G. F. (2016) Psicanálise e arte: uma articulação a partir da não relação em Louise Bourgeois: o
retorno do desejo proibido. in.: Ágora: Estudos em Teoria Psicanalítica [online]. 2016, v. 19, n. 3 [Acessado 24
Outubro 2022] , pp. 441-455. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1516-14982016003006>. ISSN 1809-
4414. https://doi.org/10.1590/S1516-14982016003006.

Você também pode gostar