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HIDROLOGIA

Noções de transporte de sedimentos IV

NOÇÕES DE TRANSPORTE DE SEDIMENTOS IV


Medição da descarga sólida em suspensão

Medição predominante, uma vez que, via de regra, o rio tende a transportar maior
quantidade de sedimentos em suspensão.
Principais grandezas: Concentração e Descarga Líquida.
Faz-se necessário realizar uma medição de vazão conjuntamente com a medição da
concentração de sedimentos em suspensão, a fim de possibilitar a obtenção da descarga
sólida em suspensão.
A importância das técnicas de medição de sedimento reside na possibilidade de
exploração dessas técnicas pela banca avaliadora. Em casos de avaliações discursivas,
pode ser necessário explicar o procedimento de medição da concentração de sedimen-
tos em suspensão ou da descarga sólida em suspensão. Portanto, é imperativo que se
tenha conhecimento e capacidade de listar esses equipamentos, compreendendo seus
princípios básicos de funcionamento.
Qss = Q x Css
Em que:

• Qss = Descarga sólida em suspensão;


• Q = Descarga líquida;
• Css = Concentração de sedimentos em suspensão.

Exemplos de equipamentos:

• Medidor nuclear - media diretamente a concentração;


• Medidor a laser - determinar diretamente a concentração e a granulometria,
podendo também medir a velocidade de queda das partículas;
• Amostradores de bombeamento pelo sistema de separação da água e sedimento;
• Medidor fotoelétrico – mede a turbidez da água;
• Garrafa Delft – determina volume de sedimento diretamente pela colocação da
amostra em proveta graduada;
• Medidor Doppler – mede concentração e velocidade do sedimento, usando a fre-
quência e a intensidade dos sinais que são refletidos pelo sedimento;
• Sensoriamento remoto – relação da coloração da água com a quantidade de
sedimentos.

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Medição da descarga sólida de arraste

Há a necessidade premente de abordar não apenas a descarga sólida em suspen-


são, mas também a descarga sólida de arraste, a qual ocorre no leito do rio, no fundo do
corpo hídrico. Esta última apresenta uma velocidade de corrente geralmente inferior à
do restante do corpo hídrico, devido à sua posição na interface com a margem e o leito,
resultando em uma velocidade mais reduzida. Além disso, a descarga sólida de arraste é
caracterizada por sedimentos de maior granulometria.
Sedimento de arraste não se move com a mesma velocidade da corrente.
Depende: granulometria do material, declividade do leito, força de atrito entre par-
tículas, profundidade, entre outros.
Quando se objetiva medir essa forma específica de descarga sólida, torna-se impe-
rativo considerar não apenas a vazão, mas também a granulometria do material, a decli-
vidade, o leito, a força de atrito entre as partículas e a profundidade, entre outros fato-
res relevantes. É essencial compreender que, ao contrário do transporte de sedimentos
em suspensão, onde a dependência básica recai sobre a descarga líquida, a medição da
descarga sólida de arraste demanda uma abordagem mais abrangente.
Na medição direta, é possível utilizar amostras portáteis ou removíveis, como cestas,
para capturar sedimentos ao longo de um período determinado, resultando em uma
unidade de massa por tempo. Alternativamente, estruturas fixas na seção transversal
podem ser empregadas para capturar sedimentos em suspensão, enquanto caçadores
permitem determinar a velocidade média de propagação desses sedimentos do leito. O
acompanhamento desses traçados proporciona informações teoricamente próximas às
características dos sedimentos presentes no fundo do rio. Vale ressaltar que, na prática,
a medição indireta é mais comum, exigindo uma atenção específica.
5m
Medição direta:

• Amostradores portáteis ou removíveis colocados no leito;


• Uso de estruturas fixas na seção transversal.
• Emprego de traçadores para determinar a velocidade média de propagação dos
sedimentos do leito

Medição indireta:

• Subtraindo-se da descarga sólida total a descarga sólida em suspensão;

Qsa = Qst - Qss


Em que:

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• Qss = Descarga sólida em suspensão;


• Qst = Descarga sólida total;
• Qsa = Descarga sólida de arraste.
• Amostradores em forma de cunha;
• Amostradores providos de retentores de sedimentos;
• Uso de métodos de estimativa: Meyer-Peter, Yang, Einstein, Ackers e White.
• Método de deslocamento de dunas, com o uso de ecobatímetro de boa resolução.

Fonte: Desconhecido
Os Amostradores providos de retentores de sedimentos efetuam uma modali-
dade de medição, exigindo a manipulação do equipamento por alguém dentro do
corpo hídrico. O direcionamento desse equipamento contra o fluxo resulta na reten-
ção dos sedimentos presentes no fundo em uma sacola específica, filtrando deter-
minadas granulometrias. Por exemplo, os finos não são retidos, pois o retentor atua
como um filtro. Equações que relacionam o tempo, a largura do rio e a quantidade
de sedimentos retidos em quilogramas são utilizadas para estimar a descarga sólida
de arraste.

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A equação apresentada exemplifica o método de estimativa de Meyer-Peter. A


utilização desse método implica na dependência de diversos coeficientes, os quais
estão relacionados ao diâmetro das partículas, ao raio hidráulico, à declividade da
linha d’água, ao peso específico aparente e ao diâmetro médio de partículas, assim
como à massa específica. Observa-se que não se justifica a exploração detalhada de
métodos de estimativa neste contexto, uma vez que tais métodos demandam uma
pluralidade de dados e informações distintas.
10m
O fundamental a ser compreendido é a existência de métodos de estimativas, os
quais são empregados para estimar a descarga sólida de arraste.

13. (CESPE/CEBRASPE/2021/CODEVASF/Analista em Desenvolvimento Regional/


Engenharia Civil)

Acerca do transporte de sedimentos em cursos d’água, julgue o item a seguir.


A garrafa Delft é um equipamento para medição da descarga sólida de arrasto em rios.

A Garrafa Delft é empregada para coletar sedimentos em suspensão, sendo utilizada na


proveta para mensurar a quantidade e concentração desses sedimentos.

14. (FGV/2018/MPE-AL/Engenheiro Civil)

A figura a seguir mostra as curvas de distribuição vertical média de vários tipos de sedimentos
que podem ser transportados em suspensão em um curso d’água (Subcommittee on
Sedimentation, 1963). Com relação ao transporte de sedimentos em suspensão nos corpos
d’água, assinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.
( ) As partículas em suspensão estão sujeitas à ação da velocidade da corrente na direção
horizontal e à influência do próprio peso.
( ) As partículas finas, como silte e argila, têm, na vertical, uma distribuição aproximadamente
uniforme.

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( ) As partículas mais grossas do sedimento em suspensão, geralmente apresentam uma


variação crescente da superfície para o leito.
Na sequência apresentada, as afirmativas são, respectivamente,
a. F – V – F.
b. F – V – V.
c. V – F – F.
d. V – V – V.
e. F – F – V.

A ausência da figura foi intencionalmente realizada para evidenciar que a compreensão


da distribuição de sedimentos não necessita da referida ilustração, desde que sejam
recordadas as informações apresentadas no bloco anterior.
Ao abordar a distribuição de sedimentos, observa-se que para Siltes e argilas, que
constituem sedimentos mais finos, ocorre uma distribuição homogênea ao longo da
coluna d’água. Em contrapartida, sedimentos de maior granulometria, como areias e
pedregulhos, apresentam uma distribuição crescente da superfície ao fundo, evidenciando
um aumento de concentração desses sedimentos nas camadas mais profundas.
15m
As partículas em suspensão estão sujeitas à ação da velocidade da corrente na direção
horizontal e à influência do próprio peso.
As partículas finas, como silte e argila, têm, na vertical, uma distribuição aproximadamente
uniforme.
As partículas mais grossas do sedimento em suspensão, geralmente apresentam uma
variação crescente da superfície para o leito. Na superfície há uma menor concentração de
sedimentos mais pesados e no fundo uma maior concentração desses sedimentos.

15. (CESPE/CEBRASPE/2023/PO-AL/Perito Criminal)

Acerca dos processos erosivos e de assoreamento, julgue o item a seguir.


Sedimentação é o processo de desprendimento das partículas pelo efeito de reações
químicas, temperatura, ações mecânicas e impactos das gotas de chuva no solo.

Quando se aborda o desprendimento de partículas, refere-se, na verdade, à desagregação, um


processo pelo qual as partículas se separam. Ao discutir sedimentação, está-se essencialmente
tratando de decantação, sendo ambos os termos considerados sinônimos pelos autores.
Decantação é o processo pelo qual as partículas tendem a descer devido ao seu peso,
seguindo em direção ao fundo.

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GABARITO
13. E

14. d

15. E

��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Bruno Bernardo dos Santos.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.

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