CITROËN AIRCROSS x CHEVROLET SPIN

O C3 Aircross estreou como alternativa entre os

modelos de sete lugares. Mas a Spin se preparou
para recepcionar o rival. Resultado:
o tempo fechou na pista de testes

RENAULT
KARDIAN
Sofisticado em construção, estilo,
motorização e equipamentos,
SUV compacto estreia um novo
posicionamento (mais elevado)
da marca Renault no Brasil

LANÇAMENTOS Não será por falta de novidades que voc

ê deixará de trocar de carro

NOVA FIAT
ANO 63 EDIÇÃO 780 ABRIL 2024 R$ 28,00
WWW . Q UAT R O R O DAS . C O M . B R

TITANO
Tão esperada pelos fãs da
marca, a picape média da Fiat
finalmente chegou. Mas será
que vai repetir o sucesso das
menores Strada e Toro?

ESPECIAL FORD RANGER x FASTBACK PRÊMIO MELHOR

FINANCIAMENTO RAM RAMPAGE ABARTH
Vai financiar? Saiba
se este é o melhor
Duas picapes com
atrativos muito
Um ajuste aqui,
outro ali e o carro
REVENDA 2024
Veja quais modelos
depreciaram menos
MELHOR
momento e quais diferentes, mas com ficou bem mais no último ano, em 23
opções você tem o mesmo preço divertido de dirigir categorias de mercado 2024
SEDÃ COMPACTO
INÊS 249
INÊS 249
 INÊS 249

SUMÁRIO
Edição 780 | Abril 2024 | www.quatrorodas.com.br

CHEVROLET SPIN x
CITROËN AIRCROSS
20 Após anos sem rivais, a
Chevrolet Spin 2025 já chega
enfrentando o Citroën Aircross

FIAT TITANO
20 26 A Fiat completa sua bem-
-sucedida linha de picapes com
SPIN x AIRCROSS a Titano, que é média em tudo

RENAULT KARDIAN
30 Com plataforma, motor e
câmbio novos, SUV inicia fase de
renovação na Renault no Brasil

26 30 FASTBACK ABARTH
FIAT TITANO RENAULT KARDIAN 36 Versão esportiva do SUV cupê
prometia ser mais rápida, mas é
apenas mais visceral ao volante
36 FASTBACK ABARTH
FORD RANGER x
RAM RAMPAGE
40 Picapes 2.0 turbo diesel
custam o mesmo, mas as
diferenças entre elas podem
surpreender

HONDA CR-V
40 RANGER x RAMPAGE 46 Nova geração do SUV grande
ficou mais bonita, equipada e
recebeu motorização híbrida 4x4

MELHOR REVENDA
50 Premiamos, por categorias os
carros com a menor
desvalorização ao longo do último
ano

ESPECIAL FINANCIAMENTO
MELHOR 61 Buscamos tudo o que você
precisa saber antes de financiar,
alugar ou entrar em um consórcio

46 HONDA CR-V 2024

MELHOR REVENDA 50
SEÇÕES
05 Carta ao Leitor | 08 Viva-Voz | 10 Via Expressa | 19 Testes | 74 Clássicos
76 Longa Duração | 80 Auto-Serviço | 92 Tabela | 96 Opinião | 98 Top Ten
4 QUATRO RODAS ABRIL

CARTA AO LEITOR
RESUMO DO MÊS
E
screver é sempre motivo de sa-
tisfação. Mas escrever esta Carta
é uma ocupação que me dá mui-
to prazer. É um espaço autoral, onde
tenho mais liberdade para abordar os
diferentes assuntos – em quase todo o
restante da revista, nos sentimos
obrigados a noticiar o que é essen-
cialmente importante para o leitor
(sempre temos mais assunto do que
espaço). Além disso, é uma pausa
para um papo com os leitores. E é
também uma oportunidade de pres-
tigiar a equipe de QUATRO RODAS,
que merece muito.
Nem sempre, porém, encontro te-
mas interessantes. Muitas vezes, esta
Carta é escrita aos 48 minutos do se-
gundo tempo, do fechamento. Por
falta de tempo, ideias, inspiração. E
porque resisto a fazer comentários
sobre o conteúdo da edição – o que
seria perfeitamente normal, porque
uma das funções da Carta é convidar
à leitura –, pois penso que esse é o
caminho mais simples, que vem
pronto, e a Carta merece mais dedi-
cação, exclusividade.
Este mês foi fácil. E, contrariando
o foco na produtividade, escrevi três
cartas, incluindo esta. Tive várias
Com dois especiais
(Melhor Revenda
e Financiamento),
mais o conteúdo
habitual, esta
edição traz vários
bons motivos
para ser lida
ideias boas. Talvez seja o efeito dos 15
dias de férias que tirei. O curioso é
que o conteúdo desta Carta é justa-
mente um resumo da edição. A von-
tade de falar sobre ele foi surgindo à
medida que as reportagens chega-
vam à minha mesa.
Tenho vontade de comentar algo
sobre cada uma das matérias, todas
dignas de nota. Mas vou me ater aos
fatos que me motivaram a escolher
este tema de Carta. Um dos destaques
que quero registrar é a participação
de dois colaboradores: Cleide Silva,
que fez duas reportagens do Especial
Financiamento (páginas 62 e 66), e
Luiz Alberto Pandini, que produziu o
texto sobre a Stock Car (página 70). A
Cleide é jornalista premiadíssima. E o
Panda, um especialista em competi-
ções que acabou de lançar o livro A
Obra-Prima de Senna e Outras His-
tórias de um Repórter nas Pistas.
Outra razão desta Carta é um
evento que ilustra o engajamento da
redação em conseguir o melhor con-
teúdo sempre e resultou no compara-
tivo Chevrolet Spin x Citroën C3
Aircross. Quando o Aircross chegou à
redação, sabíamos que a Spin seria
apresentada em breve, mas ainda
INÊS 249
sem data definida. Com essas infor-
mações, o editor Henrique Rodri-
guez, a repórter Isadora Carvalho e o
fotógrafo Fernando Pires, separada-
mente, mas em sintonia, logo pensa-
ram na mesma coisa: juntar os dois
carros. “O Fê chegou e disse: agora
corre atrás da Spin”, contou a Isa-
dora, que aceitou a missão com de-
terminação. O resultado você vê na
página 20.
Outro destaque é o trabalho de fô-
lego do repórter Guilherme Fontana
para escrever com propriedade os
textos do Prêmio Melhor Revenda,
baseado nos dados levantados pela
nossa parceira KBB Brasil.
Por último, só porque preciso fi-
nalizar, menciono a coluna Opinião,
escrita pelo repórter Eduardo Passos,
que toca em um tema sensível sobre
os desafios da descarbonização.
Confira do que se trata na página 96.
Se para nós foi bom escrever esta
edição, imagino que você terá uma
boa leitura.
Paulo Campo Grande
Redator-chefe
pcg@abril.com.br
ABRIL QUATRO RODAS 5
INÊS 249
INÊS 249

VIVA-VOZ
BYD DOLPHIN MINI
Sabe aqueles carrinhos que têm
no shopping para crianças? Eles
são inspirados em Mustang, Hilux
etc. A sensação que eu tenho,
ao ver esse Mini Dolphin, é que
ele seria um carrinho elétrico
inspirado em um Lamborghini.
@dcl009
via YouTube
Na minha opinião, ainda não
temos estrutura para termos
carros elétricos. Existe limitação
de pontos para carregamento
dos veículos, tempo elevado
para o procedimento e em
grandes cidades, onde muitas
pessoas moram em prédios de
apartamentos, esses locais não
estão preparados para se instalar
um carregador por unidade
habitacional, e essa instalação
INÊS 249
LONGA DURAÇÃO
Nunca esqueço quando tentaram
descarbonizar o motor do Cobalt
da amiga da minha mãe na
primeira revisão do carro [...]. Isso
mesmo, falaram pra ela que era
importante descarbonizar o motor
a cada 10.000 quilômetros e
tentaram empurrar isso pra ela já
na primeira revisão. Ela me ligou,
pois ficou assustada com o valor
do serviço (foi achando que era só
uma troca de óleo), e eu a orientei
a negar tudo que oferecessem.
Pedisse que fizessem o básico
para manter a garantia e só.
rafaelcalegarideoliveira2077,
via YouTube
VW TIGUAN
Para quem teve o R-Line 2021,
esse carro é a maior decepção.
Além do que, proporcionalmente,

“ Excelente para
pressionar até
exige investimentos que talvez
alguns moradores não tenham
interesse em arcar.
@almeidaorson1886,
ficou muito mais caro. Ninguém
presta atenção nos detalhes:
a VW tirou até o auto-hold do
carro. Junto foram embora o
mesmo a baixa via YouTube som assinado, o subwoofer, os
pneus 255, as mesinhas atrás
dos valores BYD U8 dos bancos, o botão de regular a
O troféu “Absurdo automotivo do tampa do porta-malas, os modos
dos hatches a ano” vai para o BYD U8, um motor de condução, além da potência, do

”
a gasolina para alimentar quatro 4Motion e do DSG. O 0 a 100 desse
combustão. motores elétricos? É isso mesmo? carro (9,7 s) é superior ao do Taos
Não faz nenhum sentido! e do T-Cross! Manco!
@rodmgomes,
Luiz Henrique Penchiari, @RicardoVasconcellos-rd9oj,
via YouTube
Vinhedo (SP) via YouTube

FEZ O FLAGRANTE? MANDE PARA A GENTE

Carros bizarros, placas estranhas ou gambiarras engraçadas... Vale de tudo! – 4RODAS.ABRIL@ATLEITOR.COM.BR

ASSIM É SE LHE PARECE GRAMA SINTÉTICA ECONOMIA CIRCULAR

Pode ser manifestação artística e ecológica, Foi uma boa forma de chamar a atenção. O carro continua a emitir gases (do
desrespeito ao patrimônio automotivo, Mas será que precisou alterar a cor churrasquinho). Mas não foi descartado e
simples sucata ou sabe-se lá o que mais. do carro no documento? evitou a construção de uma churrasqueira.
Rosi Melo, São Paulo (SP) Sílvio Machado Jr., Curitiba (PR) Luquinha Mendonça, Jacarezinho (PR)

8 QUATRO RODAS ABRIL


QR NA WEB
Estes foram os conteúdos mais vistos em nossas redes sociais no último mês
QUATRORODAS.COM.BR
/quatrorodas @quatro_rodas
Reta final: beirando os 90.000 km, já podemos
fazer um balanço da jornada do Jeep Compass.
Nova versão: Hilux SRX Plus traz melhorias
na dinâmica, mas o preço subiu R$ 10.000.
/quatrorodas
Recarga doméstica
Uma das matérias mais lidas é sobre quanto
custa para carregar um carro elétrico em
casa. Pode partir de R$ 45 a recarga completa.
FOTOS FERNANDO PIRES E DIVULGAÇÃO
/quatrorodas
ÚNICO KADETT HÍBRIDO DO MUNDO: hatch
recebeu a mecânica do Toyota Corolla Hybrid
e o dono promete fazer até 32 km/l, chegando
a 1.100 km de autonomia. Não paga IPVA.
INÊS 249
/quatro_rodas @quatrorodas @quatro_rodas
Afinal, o novato supera o irmão? O BYD Dolphin Mini enfim está à venda
no Brasil. Custa R$ 115.800 e tem R$ 10.000 de desconto para os que
manifestaram intenção de compra antecipadamente. Já fizemos seu
teste completo, mas também aproveitamos a ocasião para compará-lo
ao irmão maior, o Dolphin. Confira em nosso canal com 500.000 inscritos!
/quatrorodas
Ganhou uma Titano
Parece que a Fiat gostou do buzz O @DhioneJhon decifrou mais
gerado quando deu uma Toro rápido o enigma, que seria formar
no então Twitter, há pouco mais “TITANO” com as iniciais de alguns
de um ano. Na noite do dia 3 de emojis. De Linhares (ES), o usuário
março criou um enigma para seus se tornou o primeiro a ganhar uma
seguidores no X, mas só para Fiat Titano no Brasil. A picape re-
quem respondesse um post com cém-lançada traz motor 2.2 diesel
apenas um emoji de telefone. de 180 cv e parte de R$ 219.990.
ABRIL QUATRO RODAS 9
 INÊS 249

VIA EXPRESSA
SEGREDOS, NOTÍCIAS, DICAS E CURIOSIDADES

Dianteira
do Onix
concentrará
as mudanças

CHEVROLET DE CARA NOVA

Depois de Spin e S10, é a vez de Onix, Onix Plus e Tracker ganharem
reestilizações. Mudança virá acompanhada por incrementos tecnológicos
POR EDUARDO PASSOS, GUILHERME FONTANA E HENRIQUE RODRIGUEZ
riar uma nova geração de um car- no Brasil: Onix, Onix Plus e Tracker. Unidos e novos carros elétricos.

C ro requer investimentos altíssi-

mos, que facilmente excedem os
bilhões de reais. É por isso que se leva
mais de meia década para que um veí-
A atual geração de Onix e Onix Plus
foi apresentada em 2019, com recep-
ção muito mais positiva, em termos de
design, do que seus maiores concor-
Chama mais atenção, principal-
mente, a nova grade “infinita”, cuja
abertura vai até o final do para-cho-
que e se alarga no caminho, tomando
PROJEÇÃO RENATO ASPROMONTE / FOTO DIVULGAÇÃO

culo ganhe seu sucessor, dando tempo
de o investimento se pagar. Mas alguns
aspectos do carro envelhecem mais
rápido do que esse prazo, e reestiliza-
ções são um meio-termo interessante.
No caso da Chevrolet, é um recurso
fundamental: a nova Spin já teve seu
facelift divulgado e a nova S10 será
apresentada este mês. Na virada de
2024 para 2025, será a hora de atuali-
zar os protagonistas da General Motors
rentes Hyundai HB20 e HB20S. A du-
pla da Hyundai, entretanto, recebeu
o banho de loja em 2022, e já está na
hora de uma resposta que virá junto de
outros incrementos.
Segundo apuramos, o estilo do
Chevrolet Onix 2025 será mais um
submetido às diretrizes globais da
marca, com elementos semelhantes
até aos de modelos bem mais caros
como os SUVs full-size dos Estados
forma trapezoidal. A gravata do em-
blema segue no topo, sobre uma fina
régua, mas o gosto dos brasileiros por
tons em preto brilhante deve tirar es-
paço dos frisos cromados de antes.
Outra moda adotada será nos fa-
róis, que se tornarão mais afilados e
esticados. Além de menos curvas, as
peças destacarão nova assinatura lu-
minosa e terão lâmpadas de leds com
fachos mais uniformes, tornando as

10 QUATRO RODAS ABRIL


Tracker
será quase
um SUV
do Onix
NOTÍCIAS, DICAS E CURIOSIDADES
Painel segue
a proposta
apresentada
na Spin
peças em si mais discretas em busca
de aparência moderna.
Na traseira, o espaço para mudan-
ças é menor, limitando-as à nova assi-
natura visual nas lanternas e retoques
nos difusores. Outra diferença entre
os modelos estará no para-choque
frontal, onde a reestilização brasileira
incluirá extensões da carroceria em
forma de L, que envolverão a nova
peça inferior e trocarão os faróis auxi-
liares de lugar com as DRLs, que irão
para cima. Ao contrário da linha atual,
o conjunto óptico deverá ser full-led
ao menos nas versões mais caras.
No caso do Tracker, uma referência
é o SUV médio Trax, vendido tanto na
China quanto nos EUA. Na dianteira,
a grade terá formato de trapézio bem
parecido com o da linha Onix e, claro,
com o do Trax, mais uma vez se esten-
dendo ao fim do para-choque.
O nicho de faróis auxiliares, entre-
tanto, terá desenho próprio, com sali-
ências laterais que simulam entradas
de ar, DRL em forma de régua vertical
e espaço para lâmpadas logo abaixo.
Na traseira, as mudanças serão bem
discretas, devendo se limitar ao inte-
rior das lanternas. Onix e Onix Plus
podem ganhar novo para-choque
traseiro, mas o Tracker não.
As novidades internas devem se-
guir quase tudo aplicado na Spin:
quadro de instrumentos digital e
central multimídia flutuantes, tota-
lizando cerca de 20” em telas unidas
sob a mesma moldura. A qualidade de
imagem tende a ser bem superior, com
funções de conectividade que incluem
apps de streaming que rodam nativa-
mente (dispensando uso de Android
Auto e Apple CarPlay) e aproveitam o
4G embarcado e Amazon Alexa.
MECÂNICA REVIGORADA A mudança
estética é chamariz para a publicidade,
em movimento amplo que inclui de
INÊS 249
novos comerciais na mídia à própria
atenção roubada das pessoas, que no-
tam um carro diferente nas ruas. Essa
é a isca que será completada quando
o possível comprador descobrir que,
além de tudo, os novos Chevrolet na-
cionais estão mais potentes.
Tal possibilidade decorre da mu-
dança radical da GM, que optara por
transição aguda entre seus modelos
atuais para os carros elétricos, dispen-
sando híbridos, mas voltou atrás. Os
executivos perceberam que isso cau-
saria queda brutal nas vendas em pa-
íses emergentes, onde a Chevrolet po-
deria deixar de ser uma generalista até
que os EVs se tornassem dominantes
– algo com chances de ser irreversível
dada a invasão chinesa em mercados
como o nosso, onde 327.686 unidades
da GM foram emplacadas em 2023.
No Brasil, o esforço de eletrificação
(agora gradual) começará adaptan-
do os motores existentes às normas
de emissão mais rígidas, que valem a
partir do ano que vem. É, finalmente,
a chegada da injeção direta aos moto-
res 1.0 turbo e 1.2 turbo, cuja ausência
em 2019 foi justificada por encarecer a
manutenção.
Além de poluir menos, o 1.0 turbo
do Onix tem boas chances de se tornar
o mais potente do país nessa cilindra-
da. Hoje são 116 cv e 16,3 kgfm, mas na
China a injeção direta já existia e leva-
va-o aos 125 cv e 18,3 kgfm.
Isso com gasolina, que também
gera 125 cv no Fiat Pulse, por exem-
plo. Com etanol, o SUV de Betim (MG)
rende 130 cv e, portanto, o combus-
tível brasileiro pode ser o tira-teima
que renderá mais um trunfo de vendas
para a General Motors.
No caso do 1.2 turbo, a injeção di-
reta e os novos ajustes têm chances de
levá-lo aos 137 cv e 22,4 kgfm, frente
aos 133 cv e 21,5 kgfm atuais.
ABRIL QUATRO RODAS 11
 INÊS 249

WR-V: o tempo ARQUIVO

de patinho
feio ficou
para trás
PRIVADO
FOTO DIVULGAÇÃO

NOVO CRETA
Novo Honda WR-V EM TESTES
Se o HB20 já
mudou em 2022, a
nacional a caminho Hyundai promete
uma resposta
SUV compacto deve voltar a ser fabricado em Itirapina à Chevrolet ao
menos entre os
(SP), mas agora em sua nova geração SUVs compactos.

A
s mudanças profundas que a Honda
fez em seu plano de vendas no Brasil
incluiu a chegada de carros híbridos
e a aposentadoria de versões nacionais de
Civic e WR-V. Neste último, porém, have-
rá volta, pois o SUV compacto retornará à
linha de montagem no interior paulista. E
será bem diferente do que era antes.
Apresentado como Honda Elevate em
meados de 2023, o utilitário cumprirá o pa-
pel de SUV da linha City, inclusive compar-
tilhando plataforma e outros componentes
com hatch e sedã. O seu novo batismo, por
outro lado, deve ser preterido a exemplo do
que ocorreu no Japão, onde o nome WR-V
também foi escolhido para lançá-lo.
Por fora, o visual que era rejeitado por
boa parcela dos brasileiros dará lugar ao
MANDE SEU SEGREDO
novo estilo da Honda: faróis afilados, capô É a reestilização
mais quadrado e lanternas em forma de L, do Creta, que
possivelmente ligadas por régua horizon- buscará vender
tal. Por dentro, espere quase uma repetição mais com visual
do que a linha City oferece hoje. menos polêmico
Outro “copia e cola” deve constar no e interior
conjunto mecânico, com motor 1.5 aspi- modernizado e
rado de 126 cv e 15,8 kgfm e câmbio CVT. mais confortável.
Lá fora, há versões híbridas, mas tanto elas
quanto o motor 1.5 turbo do HR-V (177
cv/24,5 kgfm) devem ficar de fora.
Um motivo é o tamanho parecido dos
dois utilitários, sendo o HR-V 2 cm maior e
de mesma largura do WR-V. Para que o fu-
turo nacional fique abaixo dos R$ 150.000
dos quais partem o irmão maior, a saída é
ofertar pacote de equipamentos e desem-
QUADRADÃO
penho mais modestos.
O visual do novo
Creta nacional já
EDUARDO.PASSOS@ABRIL.COM.BR

55 31 99381-8920
apareceu na Índia.
Fotografou um segredo? Mande seu flagra para nós A inspiração vem
de videogames
NOVIDADE NO NIVUS antigos, como
A leitora Julie Bande Arzak voltava
de Campos do Jordão (SP), quando o Atari, e
o novo Volkswagen Nivus surgiu seus gráficos
à sua frente, realizando testes que quadradões.
aproveitam a altitude da região. Pode
se tratar da versão básica com motor Também se espera
FOTO JULIE BANDE ARZAK

1.0 turbo 170 TSI, a atualização do a troca do motor

que era usado no Up! e estreou no 2.0 aspirado pelo
Virtus em 2023. Mudanças nos
para-choques completam o facelift 1.6 turbo e versões
previsto para estrear ainda este ano. híbridas flex.

12 QUATRO RODAS ABRIL

INÊS 249

VIA EXPRESSA
MORRE O PILOTO
WILSON FITTIPALDI JR.
Aos 80 anos, Wilsinho viveu dedicado ao automobilismo e, junto do irmão,
Emerson, foi o criador da primeira equipe brasileira de Fórmula 1
O
Brasil perdeu um dos maiores
nomes do automobilismo:
Wilson Fittipaldi Jr. Seu feito
mais notório foi a criação da primeira
e única equipe brasileira de Fórmula
1, da história. Mas lembrar somente
dessa realização não faz justiça a sua
importância para o esporte.
Nascido em 25 de dezembro de
1943, Wilsinho era o filho mais velho
de uma família inteira interessada em
corridas. Ele começou a acompanhar
as competições ainda na infância, na
companhia do pai, Wilson Fittipaldi,
radialista especializado em automo-
bilismo que também teve sua própria
carreira de piloto; da mãe, Józefa
Wojciechowska, que participou de
14 QUATRO RODAS ABRIL
competições para mulheres, e do ir-
mão mais novo, Emerson Fittipaldi.
Suas primeiras experiências nas
pistas foram pilotando motocicletas
(segundo o livro Os Grandes Pilotos de
Todos os Tempos, publicado pela Abril,
em 1972). Em 1958, quando tinha 15
anos, foi convidado a pilotar um kart
e, em pouco tempo, se tornou um
grande vencedor, consagrando-se
campeão nacional dessa categoria nos
anos de 1959, 1906 e 1961. Em 1962,
passou a correr com automóveis e
chegou a integrar a famosa equipe
Willys, ao lado de corredores como
Bird Clemente e Luiz Pereira Bueno.
Wilsinho estreou na Fórmula 3 em
1970, após breves testes alguns anos
INÊS 249
Wilson a bordo do F1
brasileiro que projetou
com o engenheiro
Ricardo Divila
FOTO MARCO DE BARI
antes. Em sua primeira temporada,
competiu contra James Hunt e Niki
Lauda. A estreia na Fórmula 1 foi em
1971, a bordo de uma Lotus 49, no
Grande Prêmio da Argentina. Um
problema no motor impediu que ele
concluísse a prova. No ano seguinte,
foi a vez de estrear como piloto de F1,
no Brasil. Foi em Interlagos e dispu-
tando pela equipe inglesa Brabham.
Durante todo o ano de 1974, junto
com o irmão, Emerson, Wilson traba-
lhou na criação da Fittipaldi Auto-
motive. A estreia da equipe patrocina-
da pela Copersucar ocorreu em 1975,
no GP da Argentina, tendo Wilson ao
volante de um dos carros e o piloto ita-
liano Arturo Merzario no outro.
 INÊS 249

Patrocinada
pela Copersucar,
equipe estreou
em 1975
FOTO ACERVO QUATRO RODAS

No ano seguinte, a equipe desistiu

da ousada ideia de manter base em Wilson, pai,
entre Emerson
São Paulo, mudando suas operações (de macacão) e
para a Inglaterra. Ao mesmo tempo, Wilsinho
Emerson, já bicampeão de F1 (1972 e
1974), assumiu o volante e Wilson se
dedicou somente à gestão. Até 1982,
foram 103 largadas, três pódios e 44
pontos da equipe, que também teve
patrocínio da Skol e correu sob o
FOTO ACERVO QUATRO RODAS

nome dos próprios irmãos. Ao volan-

te, a equipe teve pilotos como Keke
Rosberg, Ingo Hoffmann e Chico
Serra. As dificuldades de gestão e re-
sultados não muito impressionantes,
porém, fizeram com que não houves- Fusca bimotor Wilson pilotando o
se dinheiro para a temporada de 1983, desenvolvido Copersucar-Fittipaldi
quando o sonho foi interrompido. pelos irmãos FD01, que foi
em 1967 restaurado em 2004
Nos anos 1980, Wilson correu na
Stock Car. Na década seguinte, ga-
nhou as Mil Milhas de Interlagos e fez
mais corridas na Stock, antes de parti-
cipar da Copa Truck europeia, em
2000. Ao mesmo tempo, acompanhou
de perto a carreira do filho, Christian,
FOTO MORIO / WIKIMEDIA

FOTO RICARDO ROLLO

que esteve na F1 entre 1992 e 1994.

Wilsinho faleceu dia 23, em São
Paulo (SP), vítima de uma parada car-
díaca, aos 80 anos.

ABRIL QUATRO RODAS 15


VIA EXPRESSA
MOVER VAI INCENTIVAR
A PESQUISA NO PAÍS
Programa Mover vai injetar quase R$ 20 bilhões em créditos fiscais para
fomentar o desenvolvimento da indústria automotiva – POR ISADORA CARVALHO
F
oram quase R$ 100 bilhões
anunciados em investimento
no Brasil até 2030. É um nú-
mero recorde e o programa
Mobilidade Verde e Inovação, tam-
bém conhecido como Mover, tem
uma contribuição importante para a
realização desses anúncios.
O objetivo do programa é fomen-
tar os investimentos em eficiência
energética, impor metas de recicla-
bilidade dos veículos e cobrar menos
imposto de quem polui menos.
16 QUATRO RODAS ABRIL
A regulamentação detalhada do
Mover deve ser publicada em breve e
a Medida Provisória (MP) anunciada
em dezembro de 2023 foi transforma-
da em projeto de lei (PL) e enviada ao
Congresso Nacional.
Para incentivar as empresas a in-
vestirem em descarbonização e se
enquadrarem nos requisitos obri-
gatórios do programa, o governo vai
destinar uma verba bilionária para as
fabricantes, exatos R$ 19,3 bilhões em
incentivos. O crédito fiscal será de R$
INÊS 249
Laboratório
de crash test
da GM, no
interior de SP
3,5 bilhões em 2024, R$ 3,8 bilhões
em 2025, R$ 3,9 bilhões em 2026, R$
4 bilhões em 2027 e R$ 4,1 bilhões
em 2028. No programa anterior, Rota
FOTOS MARCO DE BARI E DIVULGAÇÃO
2030, o incentivo médio anual, até
2022, foi de R$ 1,7 bilhão.
O CEO Global da Stellantis, Carlos
Tavares, durante o anúncio do in-
vestimento de exatos R$ 30 bilhões,
salientou que o Mover é uma política
pública inteligente, incentiva a in-
dústria automotiva e foi decisiva para
a definição dos investimentos.

Setor de estamparia
da VW na fábrica
de São Bernardo
do Campo (SP)
Afinal, é um programa que
distribuirá um volume impor-
tante de incentivos (mais que o
dobro por ano, no Rota 2030) e
eles serão condicionados a inves-
timentos na indústria local e em
Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
ESTRATÉGIA MADURA Desta for-
ma, empresas que fizerem apor-
tes entre 0,3 e 0,6% das receitas
líquidas poderão receber de volta
créditos financeiros que variam de
R$ 0,50 a R$ 3,20 para cada real
investido. Segundo o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio (MDIC), esses créditos
poderão ser usados para abatimento
de quaisquer tributos administra-
dos pela Receita Federal do Brasil.
Anteriormente, cada real investido
em programas de desenvolvimento
oferecia abatimento de até R$ 0,12
no IRPJ (Imposto de Renda de Pessoa
Jurídica) ou na CSLL (Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido).
“É o maior incentivo que já ti-
vemos na indústria, mas vale dizer
que a empresa precisa se habilitar
para receber esses créditos fiscais e
isso pode ser feito desde fevereiro de
2024”, afirma Diogo Wakizaka, vi-
ce-presidente da Becomex, empresa
especializada na área tributária.
O executivo diz que para alcançar
o mínimo do crédito (R$ 0,50 por real
investido) basta ter alguma infraes-
trutura que permita o fomento em
P&D, como laboratórios e centros de
testes físicos e/ou virtuais.
“Para atingir o máximo (R$ 3,20
para cada real investido) será neces-
sário que a empresa desenvolva em
solo brasileiro sistemas de propulsão
avançados, como motores elétri-
cos ou mesmo uma nova tecnolo-
INÊS 249
Fábricas da Fiat e Renault:
duas marcas que possuem centros
de desenvolvimento no Brasil
gia de baterias, por exemplo”, diz
Alfonso Abrami, sócio da Pieracciani
Desenvolvimento de Empresas. Ele
acrescenta ainda que os créditos têm
um limite, que é de até 13% da receita
bruta da empresa.
O diretor técnico da Anfavea (as-
sociação dos fabricantes de automó-
veis), Henry Joseph Junior, acredita
que esse investimento na área de
desenvolvimento trará um conheci-
mento único e colocará o Brasil em
uma posição estratégica no cenário
global. “O Mover é o amadureci-
mento das políticas automotivas que
foram aplicadas até então e ele tem
capacidade de transformar o país
em um polo de desenvolvimento de
novas tecnologias tanto para uso no
Brasil como fora dele”, afirma Henry.
Ele destaca que é importante que se-
jam definidas as regras para auditar
as empresas habilitadas aos créditos.
ABRIL QUATRO RODAS 17

VIA EXPRESSA | MARCHA A RÉ
Os destaques de
QUATRO RODAS em Abril de...
1964
FISCALIZAÇÃO IMPLACÁVEL
O coronel Américo Fontenelle
recebeu a missão de organizar
o trânsito do Rio de Janeiro.
Em uma manhã, ele e sua
equipe esvaziaram os pneus de
mais de 300 carros, incluindo
o automóvel do embaixador
de Gana no Brasil, como
medida educativa para os que
estacionavam em local proibido.
1974 1984
Flagramos a Chevrolet Testamos o VW Gol GT 1.8
Caravan, perua baseada que brigava com o Ford
no Opala que seria lançada Escort XR3, dois modelos
em 1975. Testamos o comparados aos europeus
recém-lançado Alfa Romeo da época. Os conversíveis
2300 e o fora de série MP fora de série nacionais
Lafer com mecânica VW. também foram destaque.
18 QUATRO RODAS ABRIL
INÊS 249
2004
PORSCHE E BUGATTI NA PISTA
Viajamos até o autódromo
de Adria, na Itália, para dirigir
o Porsche Carrera GT.
Equipado com motor
V10, som de F1 e câmbio
manual de seis marchas, o
superesportivo se tornou uma
lenda sobre rodas. Enquanto
isso, outra equipe nossa foi
à Argentina para conhecer as
réplicas do Bugatti Type 35
feitas pela Pur Sang.
1994 2014
Os carros populares 1.0 se A 11a geração do Toyota
enfrentaram em um teste Corolla enfrentou todos os
comparativo. O Chevrolet rivais: Citroën C4 THP foi o
Corsa levou a melhor, grande vencedor, seguido
seguido por Fiat Uno Mille, por Nissan Sentra, o próprio
Ford Escort e por último Corolla, Honda Civic e
Volkswagen Gol. Chevrolet Cruze.
 INÊS 249

RANKING DE TESTES
AUTO-SERVIÇO | TESTES QUATRO RODAS

MELHOR CONSUMO MELHOR ACELERAÇÃO MELHOR FRENAGEM

HATCHES COMPACTOS HATCHES COMPACTOS HATCHES COMPACTOS
1 CITROËN C3 FEEL 1.0 MT 14,1 1 VW POLO GTS 8,9 1 HYUNDAI HB20 COMFORT 1.0 MT 55,2
2 VW POLO TRACK 1.0 MT 14,1 2 PEUGEOT 208 STYLE T200 9,6 2 HYUNDAI HB20 PLATINUM PLUS TGDI 55,2
3 CHEVROLET ONIX LT 1.O MT 13,9 3 HYUNDAI HB20 PLATINUM PLUS TGDI 10,0 3 VW POLO MPI 56,3

SEDÃS COMPACTOS SEDÃS COMPACTOS SEDÃS COMPACTOS

1 FIAT CRONOS DRIVE 1.0 13,1 1 VW VIRTUS EXCLUSIVE 250 TSI 9,4 1 HYUNDAI HB20S PLATINUM PLUS TGDI 53,7
2 FIAT CRONOS DRIVE 1.3 CVT 13,0 2 HYUNDAI HB20S PLATINUM PLUS TGDI 10,3 2 VW VIRTUS EXCLUSIVE 250 TSI 55,2
3 TOYOTA YARIS SEDÃ XLS 12,9 3 VW VIRTUS HIGHLINE 200 TSI 10,8 3 VW VIRTUS HIGHLINE 200 TSI 56,8

SEDÃS MÉDIOS SEDÃS MÉDIOS SEDÃS MÉDIOS

1 TOYOTA COROLLA GLI 2.0 12,2 1 VW JETTA GLI 350 TSI 6,7 1 TOYOTA COROLLA XEI 54,1
2 TOYOTA COROLLA GR SPORT 2.0 12,0 2 BMW 320I M SPORT GP FLEX 7,4 2 VW JETTA GLI 350 TSI 54,5
3 TOYOTA COROLLA XEI 2.0 11,9 3 AUDI A3 PERFORMANCE S-LINE 7,4 3 BMW 320I M SPORT GP FLEX 54,8

SUVS COMPACTOS SUVS COMPACTOS SUVS COMPACTOS

1 FIAT PULSE DRIVE 1.3 CVT 13,0 1 FORD BRONCO SPORT WILDTRAK 7,8 1 FIAT PULSE 1.3 MT 50,4
2 FIAT PULSE 1.3 MT 12,8 2 AUDI Q3 SPORTBACK S-LINE 7,9 2 FIAT PULSE DRIVE 1.3 CVT 50,5
3 HONDA HR-V EXL 1.5 CVT 12,7 3 FIAT PULSE ABARTH T270 8,1 3 VW NIVUS HIGHLINE 200TSI 50,7

SUVS MÉDIOS SUVS MÉDIOS SUVS MÉDIOS

1 TOYOTA COROLLA CROSS XRE 12,0 1 CAOA CHERY TIGGO 7 PRO TURBO GDI 8,8 1 VW TAOS HIGHLINE 250 TSI 54,5
2 VW TAOS HIGHLINE 250 TSI 11,4 2 MITSUBISHI ECLIPSE CROSS HPE-S AWD 9,9 2 MITSUBISHI ECLIPSE CROSS HPE-S AWD 56,6
3 JEEP COMPASS LONGITUDE T350 11,3 3 VW TAOS HIGHLINE 250 TSI 10,1 3 FORD TERRITORY TITANIUM 58,1

SUVS GRANDES SUVS GRANDES SUVS GRANDES

1 CAOA CHERY TIGGO 8 TURBO GDI 11,0 1 CAOA CHERY TIGGO 8 TURBO GDI 8,7 1 JEEP COMMANDER OVERLAND TD380 58,6
2 JEEP COMMANDER OVERLAND TD380 11,0 2 JEEP COMMANDER OVERLAND T270 10,4 2 CAOA CHERY TIGGO 8 TURBO GDI 58,9
3 JEEP COMMANDER OVERLAND T270 9,2 3 JEEP COMMANDER OVERLAND TD380 12,7 3 JEEP COMMANDER OVERLAND T270 59,2

PICAPES MÉDIAS PICAPES MÉDIAS PICAPES MÉDIAS

1 RAM RAMPAGE LARAMIE TD 11,1 1 RAM RAMPAGE R/T GASOLINA 7,1 1 VW AMAROK EXTREME V6 TD 56,6
2 TOYOTA HILUX GR-SPORT 2.8 TD 4X4 10,0 2 VW AMAROK EXTREME V6 TD 8,0 2 RAM RAMPAGE R/T GASOLINA 59,1
3 NISSAN FRONTIER S 2.3 MT 4X4 TD 9,7 3 FORD RANGER LIMITED V6 TD 9,4 3 NISSAN FRONTIER S 2.3 MT 4X4 TD 59,8

ESPORTIVOS ESPORTIVOS ESPORTIVOS

1 HONDA CIVIC TYPE R 9,6 1 BMW M8 GRAN COUPÉ COMPETITION 3,3 1 BMW M3 COMPETITION TRACK 45,4
2 MERCEDES-BENZ CLASSE A AMG 45S 9,6 2 PORSCHE 911 CARRERA S CABRIOLET 3,4 2 BMW M2 COUPÉ TRACK 47,6
3 TOYOTA GR COROLLA 9,0 3 AUDI R8 COUPÉ PERFORMANCE V10 3,5 3 AUDI RS Q8 48,1

HÍBRIDOS HÍBRIDOS HÍBRIDOS

1 HYUNDAI IONIQ HYBRID 23,2 1 HONDA CIVIC TOURING HYBRID 7,1 1 KIA NIRO PRESTIGE HEV 54,2
2 HONDA CIVIC TOURING HYBRID 22,5 2 TOYOTA RAV4 SX HYBRID 8,7 2 HONDA CIVIC TOURING HYBRID 55,9
3 KIA NIRO PRESTIGE HEV 21,7 3 HONDA CR-V TOURING HYBRID 8,7 3 HONDA CR-V TOURING HYBRID 56,5

COMPACTOS ELÉTRICOS COMPACTOS ELÉTRICOS COMPACTOS ELÉTRICOS

1 BYD MINI DOLPHIN EV 12,0 1 BYD DOLPHIN PLUS EV 7,3 1 CHEVROLET BOLT EV PREMIER 58,3
2 RENAULT KWID E-TECH INTENSE 9,5 2 MINI COOPER S E TOP 7,4 2 BYD DOLPHIN EV 58,3
3 BYD DOLPHIN GS EV 8,4 3 GWM ORA 03 GT 8,1 3 MINI COOPER S E TOP 58,4

SUVS ELÉTRICOS SUVS ELÉTRICOS SUVS ELÉTRICOS

1 PEUGEOT E2008 GT 6,8 1 SERES 5 EV 4,8 1 VOLVO XC40 RECHARGE PLUS 53,2
2 VOLVO XC40 RECHARGE PLUS 6,2 2 BMW IX1 XDRIVE30 M SPORT 5,4 2 CHEVROLET BOLT EUV PREMIER 53,8
3 BYD YUAN PLUS EV 6,2 3 BMW IX3 M SPORT 6,6 3 BMW IX3 M SPORT 54,8

ESPORTIVOS ELÉTRICOS ESPORTIVOS ELÉTRICOS ESPORTIVOS ELÉTRICOS

1 FORD MUSTANG MACH-E GT 5,2 1 TESLA MODEL S PLAID 2,5 1 FORD MUSTANG MACH-E GT 49,7
2 MERCEDES-BENZ EQS AMG 53 5,0 2 PORSCHE TAYCAN TURBO S 2,9 2 PORSCHE TAYCAN TURBO S 51,4
3 AUDI E-TRON GT RS 4,3 3 AUDI E-TRON GT RS 3,3 3 MERCEDES-BENZ EQS AMG 53 4MATIC+ 51,7

** Consumo urbano (em km/l) *** km/kWh **** 0 a 100 km/h (em segundos) * Frenagem de 120 a 0 km/h (em metros)

Aceleração: no 0 a 100 km/h, fazemos seis passagens (três em cada sentido da pista), descartamos a melhor e a pior e publicamos a média dos quatro tempos válidos. Nos esportivos
com controle de largada, realizamos todas as medições com o dispositivo ativado. Frenagem: simula situação de pânico, pressionando o pedal com força total. Consumo: há dois
ciclos que simulam a condição de rodagem em cidade e estrada. No rodoviário, a velocidade é constante a 100 km/h. No urbano, o carro percorre um circuito com trocas de marcha e
velocidades controladas em cada trecho. Há até paradas e saídas para simular um semáforo. Os ciclos são exclusivos da QUATRO RODAS, mas criados com base na norma NBR-7024.

ABRIL QUATRO RODAS 19

 INÊS 249
COMPARATIVO | CHEVROLET SPIN PREMIER x CITROËN AIRCROSS 7 SHINE

O entre-eixos do
Aircross é maior, mas
espaço interno é mais
generoso na Spin

FAMÍLIA
A BORDO
Recém-lançados, novo Citroën C3 Aircross e a reestilizada
Chevrolet Spin se enfrentam na pista de testes
POR ISADORA CARVALHO | FOTOS FERNANDO PIRES

A
Chevrolet Spin está prestes a
completar 12 anos à venda no
Brasil e em mais de uma dé-
cada ela já passou por diversas
fases de mercado. Quando foi lançada
era apenas uma entre outras tantas
minivans, como Fiat Idea, Nissan
Livina e C3 Picasso, mas nos últimos
anos se viu sozinha nesse segmento
e durante um bom tempo carregou a
bandeira de carro sete lugares mais
barato do Brasil. A categoria minivan
ficou tão desprestigiada que nem a
própria Chevrolet a categoriza como
tal, e sim como um crossover, uma
mistura de minivan com SUV.
A bandeira de sete lugares mais
barato foi perdida no fim de fevereiro,
quando a Citroën lançou o C3 Aircross
na versão sete lugares por a partir de
R$ 117.990. A General Motors tratou de
lançar a reestilização profunda que fez
na Spin um mês depois e agora ganha
o título de sete lugares mais equipado,
além de ter ficado bem atraente tanto
por fora quanto por dentro.
Aproveitamos que os dois foram
lançados em datas tão próximas e ali-
nhamos as versões topo de linha da
Spin e do Aircross para descobrirmos

20 QUATRO RODAS ABRIL


Spin tem rodas
de liga leve de 16”,
enquanto Aircross
traz rodas aro 17”
qual dos dois modelos sete lugares tem
o melhor custo/benefício e quais são
as qualidades e defeitos de cada um.
MUDANÇA SIGNIFICATIVA É importante
pontuar que a origem dos dois é dis-
tinta. Enquanto a Chevrolet Spin nas-
ceu com uma plataforma idealizada
para ser uma minivan, o C3 AirCross
é derivado de um hatch, o Citroën C3.
A nova Spin mudou de forma sig-
nificativa. E, ao conhecê-la, definiti-
vamente o design agrada e a dianteira
é mais atrativa. Ela segue o estilo da
Montana e tem faróis com DLRs fi-
nos na parte superior e interligados
aos faróis principais abaixo. Eles são
full-led, item inédito em um modelo
mais acessível da marca. Segundo a
Chevrolet, esse conjunto óptico ofe-
rece três vezes mais luminosidade do
que o modelo anterior com aumento
de 145% de alcance. Também tem no-
vas entradas de ar nas extremidades
do para-choque e capô mais elevado
para conferir status de SUV. A grade é
nova e os apliques mudam de cor con-
forme a configuração. Outro elemento
que difere de acordo com a versão é o
friso que interliga as lanternas, que
agora são de led. A tampa do porta-
-malas é inteiramente nova, assim
como o para-choque com refletores
instalados na vertical, bem nas extre-
midades, que ajudam a evidenciar o
alargamento das bitolas.
Em estilo o Aircross também não
faz feio e apresenta o mesmo conjun-
to óptico do C3 com DRLs de led que
acompanham a grade e emolduram
os faróis halógenos – eles agradam e
ajudam a trazer mais sofisticação. As
lanternas são em formato de C e inva-
dem a lateral e são interligadas por um
friso (preto brilhante na versão Shine).
Em relação às dimensões, o C3
Aircross sofreu uma alteração com-
pleta ao compará-lo com o C3, do qual
INÊS 249
deriva, ganhou 11,5 cm no entre-eixos
(267 cm) e 34 cm no comprimento
(432 cm). Porém, nesse quesito, a Spin
sai ganhando, ela é maior em todas as
dimensões, exceto no entre-eixos.
É a Spin que apresenta a cabine
mais espaçosa (ela é maior na maioria
das dimensões) e, nesse segmento,
esse quesito ganha um peso extra,
considerando o espaço para pernas.
Enquanto a Spin oferece 96 cm na ter-
ceira fileira, o Aircross tem 71 cm.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES Segundo a
Chevrolet, foi por meio de clínicas
com proprietários de Spin que toma-
ram a decisão de continuar equipando
o modelo com o antigo motor 1.8 as-
pirado (derivado da Família 1, que re-
mete aos Chevrolet dos anos de 1990),
de 111 cv e 17,7 kgfm, combinado com
a transmissão automática de seis mar-
chas. Na Spin, esse motor recebeu um
novo módulo de gerenciamento ele-
ABRIL QUATRO RODAS 21

COMPARATIVO | SPIN x AIRCROSS
trônico, com o dobro da capacidade de
processamento (incluindo o controle
de partida a frio); que é o mesmo do
Tracker, mas com uma nova calibra-
ção, trouxe uma redução de até 11%
no consumo de combustível, segundo
a marca. Outro benefício: atender a
nova fase PL8 do programa de controle
de emissões, Proconve, que entrará
em vigor em 2025.
Não tivemos a oportunidade de
avaliar o consumo da Spin em nosso
ciclo QUATRO RODAS porque tes-
tamos o carro no campo de provas
da GM, em Indaiatuba (SP). Mas, ao
compararmos os números dos testes
realizados pelo Inmetro (PBEV), houve
melhora na média urbana do mode-
lo anterior para o novo, de 9,8 km/l
para 10,5 km/l (com gasolina). E, na
estrada, o ganho foi de 12,3 km/l para
13,4 km/l. Ainda segundo o Inmetro,
a Spin foi mais econômica que o rival
na estrada, já que o Aircross cravou 12
km/l no ciclo rodoviário e empatou na
cidade, com o Citroën ficando com a
média de 10,6 km/l.
Como não existe almoço grátis,
ficar mais econômico e emitir me-
nos tem seu preço: nos testes de de-
sempenho, a nova Spin foi mais lenta
que a versão anterior. Fez de 0 a 100
22 QUATRO RODAS ABRIL
INÊS 249
No GM, há novas
molduras para
as caixas de
roda e soleira
km/h em 14,2 segundos, enquanto a
anterior acelerou em 12,5 segundos.
VIDA COMO ELA É Na chamada pista
D1, do campo de provas – que simu-
la trechos de serra, estradas planas e
também com diversos tipos de piso
em bom e mau estado de conservação
– não senti diferença de desempenho
na Spin, com acelerações progressivas,
Assentos são novos e mais confortáveis
graças à chegada do torque máximo
aos 2.600 rpm. Mas esse perde e ga-
nha verificado pelos números mostra
como o motor Chevrolet se tornou
um cobertor curto. Principalmente,
quando se alinha a Spin ao Aircross, o
qual é equipado com o motor 1.0 turbo
GSE, de três cilindros (herdado do Fiat
Pulse), que rende 130 cv de potência
e 20,4 kgfm de torque, acoplado ao
câmbio CVT de sete marchas simula-
Banco traseiro está sobre trilhos
das. São 19 cv e 2,7 kgfm a mais.
O Citroën consumiu mais na estra-
da, mas sem dar vexame, e empatou
na cidade, atendendo os mesmos pa-
drões de emissões, e ainda apresentou
melhor desempenho em pista.
Em nosso teste, a versão topo de
linha (Shine) do Aircross fez em 11,8
segundos o 0 a 100 km/h. E suas
retomadas de velocidade também
foram melhores que as da Spin. Só o lado direito concede acesso

Banco apoia bem o corpo do motorista
Há ainda um bom espaço para pernas
Bancos extras podem ser retirados
DINÂMICA VEICULAR O que mais im-
pressionou positivamente na Spin foi
a melhora conseguida na estabilidade
da carroceria e no comportamento
dinâmico, como um todo. E atribuo
esse benefício à recalibração dos
amortecedores e ao alargamento das
bitolas (3,4 cm mais largas). No tre-
cho com o asfalto remendado da D1,
em Indaiatuba, pude sentir o sistema
de suspensão trabalhar para filtrar
as imperfeições, mesmo nos buracos
maiores, por onde as rodas passavam
sem que houvesse batidas secas. No
contorno de curvas sucessivas, a 70
km/h de velocidade, a carroceria pra-
ticamente não rolava, apesar de a Spin
ter ficado 1,6 cm mais alta.
Outro ponto que merece destaque,
a bordo da Chevrolet, é o conforto dos
bancos, que são novos e trazem espu-
mas de múltipla densidade que favo-
recem a ergonomia.
O Aircross, por sua vez, também
tem bom comportamento dinâmico e
é igualmente elogiável pelo conjunto
de suspensão, que prioriza o confor-
to filtrando as emendas do asfalto e
sustentando o peso da carroceria, de
modo que o motorista pode contor-
nar as curvas com boa estabilidade e
sensação de segurança.
INÊS 249
Lanternas em
formato de C
são exclusivas.
Vidro vigia
é reduzido
Falando de vida a bordo, as estra-
tégias em termos de conteúdo são di-
ferentes nas duas marcas. Enquanto a
Chevrolet quer modernizar o seu car-
ro, que já sentia o peso da idade, com
design atraente e tecnologia embar-
cada, a Citroën, que tem um projeto
mais novo, foca no que acredita que
é essencial oferecer nessa categoria:
muito espaço interno, além do rendi-
mento do motor e do bom comporta-
mento dinâmico.
Quando se fala de conteúdo, po-
rém, pesa na balança quem tem mais
para entregar. Neste comparativo: a
Spin. Na versão topo de linha, a Spin
traz frenagem autônoma de emergên-
cia, alerta de saída de faixa, de ponto
cego e de colisão e até indicador de
distância do carro da frente em segun-
dos, item inédito.
A novidade também são os seis
airbags, incluindo os de cortina que
protegem até mesmo os passageiros
da terceira fileira. E estreia na Spin
a nova geração da central multimí-
dia MyLink, que traz tela de 11” com
operação intuitiva e há uma interação
com o quadro de instrumentos digital
de 8”. Ao volante, parece que as duas
telas são uma só e isso traz sofisticação
para a cabine, além de melhorar a er-
ABRIL QUATRO RODAS 23
 INÊS 249
COMPARATIVO | SPIN x AIRCROSS

gonomia, pois ambas ficam localiza-

das no campo de visão do motorista. O
acabamento é esmerado, com adoção
CHEVROLET SPIN
de partes emborrachadas.
Já no Aircross, mesmo na versão
mais cara, não há tecnologias de auxí- Nas traseiras,
o destaque são
lio à condução e há só quatro airbags. os aerofólios
É elogiável que o modelo traga quadro e as saídas de
de instrumentos digital de 7” e cen- escapamento
tral multimídia de 10”, mas o interior,
herdado do C3, é bem simples, com
excesso de plástico rígido. Ao compa-
rarmos as duas cabines, é fácil chegar
à conclusão de que a Spin pertence até
a uma categoria superior.
Para não dizer que não existem
Interior ganhou um banho de loja com nova multimídia MyLink com integração com o qua-
equipamentos exclusivos no Aircross,
dro de instrumentos digital; as informações podem ser transmitidas para a tela da central.
há uma espécie de ventilador de teto
A operação é intuitiva, os grafismos modernos, há conexão Wi-Fi e pareamento sem fio.
para ajudar a climatizar melhor a ca-
bine, mas ele é mais barulhento do
que devia, e os dois bancos extras são
removíveis com o foco em versatilida-
de e espaço do porta-malas. Contudo,
não é a solução mais conveniente, e
sim mais barata. A Spin continua com
o rebatimento tradicional da terceira
fileira por meio de duas alças e com
ela rebatida tem 553 litros de porta-
-malas, enquanto o Aircross, sem a CITROËN C3 AIRCROSS
presença dos dois bancos, traz uma
capacidade menor, com 493 litros.
Com os sete assentos montados, so-
bram 50 litros no Citroën e 162 litros
na Chevrolet – mais que o triplo.
O preço da nova Spin não foi con-
firmado até o fechamento desta edi-
ção, mas o valor estimado da versão
Premier é de R$ 146.560 – quase R$
10.000 mais cara que a versão Shine
do Aircross, que custa R$ 136.590.
Porém, mesmo sendo mais cara, é
a Spin que vence o comparativo pelo
conjunto da obra: é mais bem equi- A cabine é mais simples, com muitos elementos do C3, o que evidencia o foco em ser um
pada, tem mais espaço interno e traz carro barato. São bem-vindos a central multimídia de 10” com conexão sem fio com smart-
uma vida a bordo superior graças phones e o quadro de instrumentos digital com grafismos modernos.
ao acabamento melhorado, Wi-Fi
embarcado e central multimídia de
última geração. Ela perde em desem-
penho para o rival e era desejável que
tivesse um motor mais moderno, mas
o bom e velho aspirado recebeu me-
lhorias e ainda dá conta do recado.

24 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

TESTE QUATRO RODAS

ACELERAÇÃO SPIN AIRCROSS
0 a 100 km/h 14,2 s 11,8 s
0 a 1.000 m 35,6 s - 144,2 km/h 33,7 s - 154,3 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA n/d n/d
RETOMADAS
D 40 a 80 km/h 6,5 s 5s
D 60 a 100 km/h 8,4 s 6,5 s
D 80 a 120 km/h 11,6 s 8,8 s
FRENAGENS
60/80/120 km/h a 0 15,4/27,7/61,9 m 14,4/26,7/60 m
CONSUMO
Urbano* 10,5 km/l 10,6 km/l
Rodoviário* 13,4 km/l 12 km/l
RUÍDO INTERNO
Neutro/RPM máx. 43,6/74,1 dBA 45,3/72,4 dBA
80/120 km/h 61,3/73,2 dBA 60,9/73,2 dBA
AFERIÇÃO
Velocidade real a 100 km/h 97 km/h 94 km/h
Rotação do motor 2.000 rpm 2.000 rpm
a 100 km/h em 5a marcha
Rebatimento é Volante 2,7 voltas 2,7 voltas
fácil e realizado SEU BOLSO
por duas alças. Preço R$ 146.560** R$ 136.590
Volume do Concessionárias 600 182
porta-malas é Garantia 3 anos 3 anos
maior com sete e CONDIÇÕES DE TESTE: alt. 624/660 m; temp., 34/36,5 °C; umid. relat., 54 /50%; press., 765/757 mmHg
cinco ocupantes. *Números de consumo do Inmetro (PBEV). **Preço estimado
Motor é o mesmo
1.8 aspirado
FICHA TÉCNICA
SPIN – Motor: flex, diant., transv., 4 cil. em linha, 1.796 cm³; 8V,
111/106 cv a 5.200 rpm, 17,7/16,8 kgfm a 2.600/2.800 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira Direção: elétrica Sus-
pensão: McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) Freios: disco
ventilado (diant.) e tambor (tras.) Pneus: 205/60 R16 Peso: 1.292 kg
Dimensões: compr., 442 cm; larg., 195,3 cm; alt., 169,8 cm; entre-
-eixos, 262 cm; porta-malas, 553 litros, tanque, 53 litros
AIRCROSS – Motor: flex, dianteiro, transversal, três cilindros, turbo,
999 cm3, 12V, turbo, 130/125 cv a 5.750 rpm, 20,4 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: CVT, 7 marchas, tração dianteira Direção: elétrica Suspen-
são: McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira) Freios: disco
ventilado (diant.) e tambor (tras.) Pneus: 215/60 R17 Peso: 1.272 kg
Dimensões: compr., 432 cm; larg., 179,6 cm; alt., 165,5 cm; entre-
-eixos, 267,5 cm; porta-malas, 493 litros; tanque, 47 litros

ERGONOMIA
A

B B B
C C C

Spin – A: 155 cm (d.) / 150 cm (t.) B: 101,5 cm (d.) / 85 cm (t.) C: 94 cm (d.) / 91 cm (t.)
As bolsas que Aircross – A: 148 cm (d.) / 145 cm (t.) B: 97 cm (d.) / 99 cm (t.) C: 97 cm (d.) / 91 cm (t.)
acomodam cada
um dos bancos
são acessórios. VEREDICTO
Sobram 50 A recém-lançada Spin mudou para melhor e ficou
litros com sete mais atrante, melhorou a dinâmica e é rica em
ocupantes. equipamentos, desbancando o rival Aircross.
Motor é o Turbo
200 de 130 cv SPIN HHHH AIRCROSS HHH

ABRIL QUATRO RODAS 25

 INÊS 249
IMPRESSÕES AO DIRIGIR | FIAT TITANO RANCH

Baseada na Peugeot
Landtrek, a Titano
herda quase todo
o visual da parente

ESTREIA F
inalmente a Fiat tem uma pi-
cape média para chamar de
sua no Brasil. Após anos de
sucesso de Strada e Toro, a marca
quer agora pegar carona nas boas
vendas dos modelos menores, para

DISCRETA
De origem chinesa, a primeira picape
média da Fiat estreia como a opção mais
barata da categoria: um posicionamento
despretensioso no segmento
POR GUILHERME FONTANA | FOTOS DIVULGAÇÃO
apostar em um dos segmentos mais
movimentados do mercado. Porém,
vale um contexto: a Titano não é tão
Fiat assim, já que sua origem vem
da Changan Kaicene F70. De uma
parceria entre a chinesa e a extinta
PSA, nasceu a Peugeot Landtrek,
que chegou a ser cogitada para o
Brasil. Na Stellantis, porém, a marca
Fiat fala mais alto por aqui entre as
picapes e, assim, veio a Titano. Ela
estreia em três versões: Endurance,
(R$ 219.990), Volcano (R$ 239.990)
e Ranch (R$ 259.990) – com a qual
tivemos um primeiro contato.

26 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

As rodas são de 18 polegadas na versão Ranch, contra 17 na Volcano e na Endurance;

na traseira, as lanternas são de led também, apenas na versão mais cara da linha

A picape promete boa performance no off-road, com ângulos de 29° na entrada

e 27° na saída, além da capacidade de imersão em água de até 600 mm

Além da genética, a Titano é pro-
duzida fora das fábricas da Stellantis,
no Brasil. Ela sai das linhas da Nordex
(uma montadora terceirizada), no
Uruguai. Na aparência, a picape é
bastante genérica, culpa de um pro-
jeto que nasceu compartilhado entre
diferentes marcas. Não há nenhuma
relação de estilo com os demais Fiat,
a não ser os logos e a bandeira da Itália
na grade dianteira. As rodas também
são exclusivas. No mais, tudo é exa-
tamente como na Landtrek: faróis e
lanternas, maçanetas, para-choques.
Por dentro, apenas o logotipo do
volante é substituído pelo da Fiat.
Todo o restante é exatamente igual ao
da Landtrek, com linhas claramente
vindas de um Peugeot, como os bo-
tões centrais, que imitam teclas de
piano – solução da francesa. No geral,
é um desenho limpo e bonito, mas há
pontos de alerta, como a alavanca de
câmbio, os botões dos retrovisores e
os comandos do ar-condicionado,
que são antiquados. O quadro de ins-
trumentos também deixa a desejar:
há uma pequena tela central colori-
da de 4,2”, rodeada por elementos
analógicos. Já a multimídia tem 10”,
Android Auto e Apple CarPlay (via
cabo) e um HD interno de 10 Gb para
arquivos diversos. No caso da central,
o funcionamento é lento e o layout de-
nuncia a origem chinesa da Titano.
Entre os equipamentos, a picape
média da Fiat oferece, desde a versão
Endurance, piloto automático com
limitador de velocidade, controle de
descida, assistente de reboque, assis-
tente de partida em rampa e volante
multifuncional com ajustes de altura
e profundidade. Na versão Ranch, há
a multimídia já citada, faróis e lan-
ternas de led, sensores de estaciona-
mento dianteiros e traseiros, câmera
360o, faróis automáticos, sensores de
chuva, ar-condicionado digital bi-
zona, monitoramento de pressão dos
pneus e alerta de saída de faixa. Não
há nenhum sistema de auxílio à con-
dução (ADAS), como ACC, frenagem
automática, correção em saídas de
faixa, faróis altos automáticos ou aler-
ta de tráfego cruzado traseiro. Nada
disso. Também não há carregador de
celulares por indução, que é oferecido
só como um acessório para a Titano.
Há conforto para até cinco pessoas,
já que o túnel central traseiro é baixo.
Atrás há também saídas de ar-condi-
cionado e porta USB do tipo A. Para
bagagens, a Titano promete o maior

ABRIL QUATRO RODAS 27

 INÊS 249

Painel exatamente
igual ao da Peugeot
Landtrek e seu
acabamento é fraco

espaço de caçamba entre a concor-
rência: 1.314 litros. Porém, o volume
é apenas para a versão Endurance,
que não tem o protetor. Nas demais
configurações, equipadas com ele,
o espaço cai para 1.109 litros – ainda
bom e na média da concorrência. A
capacidade de carga também não
foge das demais picapes médias, com
1.020 kg. A capacidade de reboque é
de 3,5 toneladas.
A Titano é equipada com motor 2.2
turbo diesel, já utilizado no comercial
leve Ducato, com 180 cv e 40,8 kgfm
– isso nas versões Volcano e Ranch,
com câmbio automático de seis mar-
chas. Na Endurance, que tem câmbio
manual de seis marchas, o torque cai
para 37,7 kgfm. Um ponto de atenção
é que a picape tem potência abaixo
da média do mercado. Só é maior
que das versões de entrada de Ford
Ranger (170 cv) e Nissan Frontier (163
cv), mas , repetindo, que têm potên-
cia reduzida apenas nas versões mais
12,4 segundos, tempo que sobe para A concorrência conta com catálogos
14,7 segundos com câmbio manual. mais robustos e preços que partem da
O consumo, também segundo a mar- faixa de preço onde a Titano chega,
ca, é de 8,5 km/l na cidade e 9,2 km/l com apenas três versões. A Frontier,
na estrada, nas automáticas, e de 9,6 por exemplo, tem seis versões, com
km/l em ambos os ciclos na manual. preços de tabela entre R$ 244.450 e
Embora os números pareçam sa- R$ 321.950. A Titano tem esse posicio-
tisfatórios na ficha técnica, em mo- namento, mas é uma picape que ainda
vimento a Titano mostra que sente pode amadurecer para brigar com as
falta de potência e torque. Em saídas outras em condição de igualdade.
ou retomadas, há um grande esforço
para ganho de velocidade, mas pou- FICHA TÉCNICA
co resultado real, isso apesar do bom Preço: R$ 259.990 533 cm; largura,
trabalho do câmbio, que tem trocas Motor: diesel, 222,1 cm; altura,
satisfatórias e sem trancos. O pedal turbo, long., 4 cil., 189,7 cm; entre-
2.179 cm3, 16V, -eixos, 318 cm;
do freio, por sua vez, poderia ser um 180 cv a 3.750 peso, 2.150 kg;
pouco mais sensível, enquanto a di- rpm, 40,8 kgfm tanque, 80 l;
reção, que é hidráulica, poderia ser a 2.000 rpm caçamba, 1.109 l;
Câmbio: capac. de carga,
mais direta e pesada. automático, 1.020 kg; capac. de
O ponto crítico é a suspensão, que 6 marchas, reboque, 3.500 kg
faz a picape pular e trepidar em ex- tração 4x4 Desempenho*: 0 a
Suspensão: duplo 100 km/h, 12,4 s
cesso, além de um insistente balanço A (diant.), feixe de *Dado de fábrica
lateral, seja no asfalto ou na terra. Em molas (tras.)
velocidades mais altas na terra, a sus- Freios: disco
ventilado (diant.) VEREDICTO
pensão mostra o curso curto e dá pan- e tambor (tras.) Ela é mais barata,
FOTOS DIVULGAÇÃO

baratas. Em todas as Titano a tração cadas secas em valetas ou elevações. Direção: hidráulica, mas tem motivos
pode ser 4x2 traseira, 4x4 ou 4x4 com A Fiat faz uma estreia discreta 14 m (diâm. para isso. Deve em
de giro) tecnologia, motor
reduzida. De acordo com a Fiat, as no segmento. A Titano custa menos Pneus: 265/60 R18 e acabamento.
automáticas vão de 0 a 100 km/h em que suas rivais, mas oferece menos. Dimensões: compr., HHH
28 QUATRO RODAS ABRIL
 INÊS 249

Capacidade de
carga é a maior
da categoria, mas
apenas na versão
Endurance

Quadro de instrumentos tem uma pequena tela

de 4,2” central e mostradores analógicos

Câmera 360° ajuda em manobras e no

off-road, mas os gráficos deixam a desejar

Passageiros viajam com conforto e espaço; atrás, há saídas de ar e porta USB

Comandos no console remetem aos Peugeot.

Alavanca do câmbio tem visual antiquado Banco traseiro pode ser rebatido ou erguido, quando revela dois porta-objetos

Faróis de led
são exclusivos
da versão topo
de linha, Ranch

ABRIL QUATRO RODAS 29

 INÊS 249
IMPRESSÕES AO DIRIGIR | RENAULT KARDIAN PREMIERE EDITION

Faróis full-led
divididos e capô
alto reforçam o
aspecto de SUV

COMO ERA
PARA SER
Com o Kardian, a Renault quer apagar o passado de carros de baixo
custo com nova plataforma, motor 1.0 turbo, câmbio de dupla
embreagem, bom acabamento e rodar de SUVs compactos maiores.
Tudo isso custando praticamente o mesmo que um Fiat Pulse
POR HENRIQUE RODRIGUEZ | FOTOS FERNANDO PIRES

30 QUATRO RODAS ABRIL


ara uma geração inteira de bra-
P sileiros, os Renault nacionais são
carros de baixo custo. Depois do
Megane, lançado em 2006, a marca
francesa passou os últimos 18 anos fa-
bricando no Brasil apenas carros sim-
ples e baratos. Sandero, Logan, Duster
e Oroch vieram da estreita relação
com a Dacia, da Romênia, e a Renault
aproveitou tudo o que aprendeu para
lançar o Kwid, seu maior expoente
na contenção de custos de produção.
Agora estão voltando atrás.
O Renault Kardian é o primeiro
carro de uma nova linha de produtos
(que ainda contemplará, pelo menos,
um SUV cupê médio e uma picape
com o porte da Toro, ambos híbridos)
que buscará agregar valor aos carros
da marca. Por sinal, é a primeira vez
que a Renault lança um carro global
no Brasil antes dos outros mercados:
o Kardian também será fabricado no
Marrocos e a partir dali chegará a ou-
tros países da África, ao Oriente Médio
e à Turquia. Global, em termos.
Não foi fácil, tiveram que mudar
tudo. Da plataforma ao motor, passan-
do pelas metas de padrões de qualida-
de do acabamento e da dinâmica do
INÊS 249
carro, e até a fábrica de São José dos
Pinhais (PR). Foi quase um recomeço.
A plataforma é a CMF-B, agora
chamada de RGMP (de Renault Group
Modular Platform), uma versão atu-
alizada da base do Renault Clio e
do novo Sandero (olha a Dacia aí de
novo). Ela servirá desde o Kardian,
com 2,60 m de entre-eixos, até a pi-
cape, com os quase 3 m, e terá outras
três variações da seção traseira, tam-
bém para acomodar uma bateria ali.
Será comum a todos os carros que
chegarão até o ano de 2028.
Os mais atentos notarão que as
ABRIL QUATRO RODAS 31

IMPRESSÕES AO DIRIGIR | KARDIAN PREMIERE EDITION
portas têm o mesmo formato das que
equipam o novo Dacia Sandero – que
foi usado nos testes do Kardian. Mas
a Renault defende que muitos siste-
mas são exclusivos do SUV brasileiro,
como os sistemas de freio de estacio-
namento eletrônico, de direção com
peso variável, de suspensão e a arqui-
tetura eletroeletrônica, que suporta
equipamentos de segurança mais
avançados, como frenagem autôno-
ma de emergência e piloto automá-
tico adaptativo – mas só com radar e
sem câmera para identificar faixas e
pedestres. Uma maior preocupação
com segurança implicou em longari-
nas dianteiras mais robustas, berço da
suspensão com deformação progra-
mada, assoalho de alta resistência, e
no fato de o Kardian ter seis airbags de
série em todas as versões.
Na mecânica, decidiram que o
motor 1.6 16V de origem Nissan será
restrito à exportação. No Brasil, apos-
taram no três-cilindros 1.0 TCe, com
injeção direta flex (da mesma família
32 QUATRO RODAS ABRIL
do 1.3 TCe do Duster) que é montado
no Brasil e terá seu índice de naciona-
lização aumentado dos atuais 20%. Na
configuração brasileira, gera 120/125
cv e 20,4/22,4 kgfm com gasolina e
etanol, respectivamente. A diferença
de 2 kgfm vem do melhor aproveita-
mento da maior resistência à detona-
ção com o combustível vegetal. O tur-
bo, por sua vez, trabalha a até 1,5 bar.
Um câmbio manual de seis mar-
chas surgirá no segundo semestre. Por
enquanto, todas as três versões terão o
mesmo câmbio automatizado de du-
pla embreagem úmidas com seis mar-
chas utilizado na Europa. É o câmbio
DW23 fabricado pela Magna na China,
mas que a Renault prefere chamar de
EDC (de Efficient Dual Clutch). Custa
menos que o antigo câmbio CVT com-
partilhado com a Nissan e promete
otimizar a eficiência do carro.
ESFORÇO GERAL A engenharia traba-
lhou, mas os designers não tiveram
descanso. Se esforçaram para colocar
INÊS 249
a marca bem em evidência. O Kardian
é o primero nacional com o novo logo-
tipo da Renault, com linhas cromadas,
mas o losango também é reproduzido
na trama da grade frontal. O capô ele-
vado cria o aspecto de SUV que a fábri-
ca busca e dá espaço para os faróis full-
-led serem divididos em duas peças.
Os para-choques estão conectados
pelas molduras plásticas nas caixas
das rodas e na base das laterais, va-
lorizando a suspensão tão elevada (o
vão livre é de 21 cm). As rodas aro 17
das duas versões mais caras, Tecno e
Premiere Edition, têm o mesmo dese-
nho, mas fundo diamantado diferente.
A traseira reforça a altura com a enor-
me parte sem pintura no para-choque
que envolve a placa. É bem arredonda-
da e tem lanternas em forma de C com
leds nas luzes de posição.
O porta-malas é até maior que o do
Sandero, que era uma referência entre
os compactos. São 358 litros contra
320 litros no padrão VDA, medido
com blocos padrão de 1 litro – a capa-

cidade líquida absoluta é de 410 litros.
A estrutura básica do painel é a
mesma do Sandero romeno. Até en-
contramos, à esquerda da central
multimídia, a presilha para o suporte
de celular que oferecem por lá. Mas
decoraram bem: o console elevado
com freio de estacionamento eletrô-
nico e a faixa imitando couro no pai-
nel estão presentes a partir da versão
intermediária. As luzes ambiente nas
portas é exclusividade da versão mais
cara, mas todas têm ar-condicionado
automático e quadro de instrumentos
digital de 7 polegadas.
A evolução na ergonomia é muito
clara. Os bancos dianteiros são con-
fortáveis e envolventes, com grandes
abas laterais, e a amplitude do ajus-
te de altura dá uma aula aos outros
SUVs: você não é obrigado a dirigir
no alto, pode ficar rente ao piso se
quiser. Aí vem a importância da di-
reção também com amplo ajuste de
altura e profundidade. Até capricha-
ram no vinil que esconde a coluna de
INÊS 249
Seta fica na parte superior do farol assina
Premiere Edition marca o lançamento
Versão Premiere
Edition sempre
tem teto pintado
de preto
Rodas aro 17 estão em duas versões
direção pelo vão que se forma.
Atrás, o pecado é não ter saída de
ar dedicada: o local virou um por-
ta-objetos, acima das duas portas
USB. O espaço para um adulto de
1,80 m é bom, com sobra para per-
nas e cabeça. E como os assentos
laterais são bem espaçados, cabe
um terceiro ocupante no meio sem
o mesmo aperto de outros carros.
Câmera de ré está escondida no logo
BOAS SURPRESAS Aciono o botão de
partida e o três-cilindros turbo acorda
sem muito alarde. O bom isolamento
da vibração é um ponto forte, mas o
isolamento acústico ainda permite
que o ronco atravesse a parede corta-
-fogo em rotações mais altas. A sorte é
que a gestão do câmbio é conservado-
ra e dificulta que isso aconteça.
O dupla embreagem é rápida ao Grade reproduz o losango do logo
arrancar, patina menos que os CVT.
As trocas são feitas quase sem sentir
e não se escuta o barulho da embrea-
gem como em outros sistemas seme-
lhantes. Mas não é tão responsivo às
MAIO QUATRO RODAS 33

trocas manuais por meio das borbole-
tas no volante: demora para executar,
ainda que sinalize no painel que já
foi feita, e não aceita reduções se for
implicar em rotações muito acima de
4.000 rpm, talvez para se poupar. No
modo Eco, a estratégia é aproveitar
todo o torque em baixas rotações, o
MySense (equivalente a um Normal)
deixa o uso mais conveniente e o
Sport estica mais as marchas e ante-
cipa as reduções. Para entrar no modo
manual, não há comando no seletor
joystick: é preciso apertar a borboleta
direita por 3 segundos.
Outras boas surpresas estão no
comportamento da direção, que ga-
nha bastante peso no modo Sport e
conforme a velocidade aumenta, e
no comportamento da suspensão. O
conjunto permite uma boa tocada,
controlando bem a carroceria e sem
ter batidas secas. É até firme, mas o
suficiente para não tornar descon-
fortável um passeio por uma estrada
de terra ou por um lugar que tenha
paralelepípedos. Pode ser mérito do
subchassi da suspensão dianteira com
amarração também pela frente, como
em SUVs maiores como o Chevrolet
34 QUATRO RODAS ABRIL
INÊS 249
Console elevado
e instrumentos
digitais dão bom
aspecto à cabine
Tracker. E o melhor: nessa condição, são elevada. É um carro que precisa
não há barulho de acabamento ou de ser, no mínimo, dirigido. Ainda mais
plásticos ocos vibrando na cabine. tendo em vista seus preços. O Kardian
Eles conseguiram! custa entre R$ 112.790 e R$ 132.790,
Se fizer o teste de DNA, certamen- estrategicamente posicionado na
te vai acusar que o Kardian nasceu faixa de preço de Fiat Pulse Drive 1.3
como um hatch promovido a SUV CVT (R$ 111.990) e Volkswagen Nivus
compacto, mas a boa surpresa é que é Comfortline 1.0 turbo automático (R$
notável o esforço para tirar a sensação 132.390). A Renault parece mesmo
de ser um mero hatch com suspen- disposta a mudar tudo.
O CONTEÚDO DAS VERSÕES
EVOLUTION TECNO PREMIERE
R$ 112.790 R$ 122.990 R$ 132.790
SÉRIE: barras no teto SÉRIE: acrescenta freio de SÉRIE: soma piloto auto-
modulares pretas, rodas estacionamento eletrônico, mático adaptativo, alerta
de aço aro 16 com calotas, console elevado com apoio de distância, alerta de pon-
seis airbags, sensor de de braço, painel com faixa tos cegos, câmeras 360°,
estacionamento traseiro, de revestimento macio, sensor de estacionamento
câmera de ré, quadro de barras no teto modulares frontal, faróis automáti-
instrumentos digital, multi- prateadas, rodas de 17 po- cos, iluminação ambiente,
mídia 8” com Android Auto legadas diamantadas, mas carregador sem fio para
e Apple CarPlay sem fio e com acabamento exclusivo, smartphones, teto preto,
ar-condicionado digital. frenagem autônoma de antena shark e faróis de
Freio de estacionamento emergência e alerta neblina. Não traz sensor de
é por alavanca. de colisão frontal. chuva ou banco de couro.
 INÊS 249

Carroceria está a 21 cm do solo. Câmbio tem seletor do tipo joystick e há três modos de condução: Eco, Sport e MySense

Bancos confortáveis e bom espaço na cabine são pontos positivos. O porta-malas tem 358 litros de capacidade (VDA)

Barras no teto suportam 80 kg e giram

FICHA TÉCNICA
Preço: R$ 132.790 411,9 cm; largura,
Motor: flex, 202,5 cm; altura,
dianteiro, 159,5 cm; entre-
transversal, 3 -eixos, 260,4 cm;
cilindros, 12V, 999 porta-malas, 358 l;
cm³, 120/125 cv a vão livre, 21 cm
5.750 rpm (etanol), Consumo*:
20,4/22,4 kgfm Urbano: 13,1 km/l
entre 2.000 e 4.000 Rodov.: 13,9 km/l
Chave-cartão e comandos satélite para o som são tradição. Motor tem start-stop rpm Câmbio: dupla *Inmetro, com gasolina
embreagem, 6 m., VEREDICTO
tração dianteira
Direção: elétrica Talvez o passado
Suspensão: ind. da Renault tenha
McPherson (diant.), diminuído a
eixo de expectativa pelo
torção (tras.) Kardian, mas
Freios: disco conseguiram fazer
ventilado (diant.), um carro correto.
tambor (tras.) Anda bem, tem
Pneus: 205/55 R17 bom acabamento
Dimensões: e marca presença.
Kardian pode ter carregador wireless ventilado e câmeras de visão de 360° comprimento, HHHH
ABRIL QUATRO RODAS 35

TESTE | FASTBACK ABARTH
alvez não exista, hoje, um carro
T que resuma tão bem o gosto pe-
culiar do consumidor brasileiro
quanto o Fiat Fastback. As linhas de
SUV cupê, os faróis e as lanternas de
led estreitinho, as telas na cabine e o
porta-malas enorme (são 516 litros)
foram os principais argumentos para
ter conseguido emplacar 40.408 uni-
dades em 2023.
O design, principalmente, ajudou
a contornar o espaço traseiro redu-
zido pelo entre-eixos de 2,53 m e a
36 QUATRO RODAS ABRIL
origem menos nobre do projeto. Há
algo de genial no fato de a Fiat, a par-
tir do Cronos (que teve 50.760 uni-
dades emplacadas em 2023) ter feito
seu SUV cupê graças às suspensões
e direção específicas, e à liberdade
para criar uma carroceria inédita.
O Fastback é algo como um Cronos
turbo (que não existe) bem estiloso e
mais equipado, e parte dos R$ 117.990
contra os R$ 92.990 do Cronos 1.0.
Se deu tão certo, por que não in-
crementar o Fiat Fastback a fim de
INÊS 249
destacar seu visual esportivo? O
Fastback Abarth faz isso muito bem:
combina uma série de adereços visu-
ais do Pulse Abarth com suspensão
específica, elementos de estilo e ron-
co de escapamento encorpado e hip-
notizante para sugerir um desempe-
nho muito melhor – que, na prática,
esse carro não conseguiu demonstrar
em nossa pista de testes.
ARREDONDAMENTO FAVORÁVEL O
Fastback Abarth mantém o 1.3 turbo
 INÊS 249

Estímulos
esportivos SUV cupê esportivo
empolga o motorista com
mudanças eletrônicas e no
comportamento dinâmico
POR HENRIQUE RODRIGUEZ I FOTOS FERNANDO PIRES

No Abarth, as
molduras das
caixas de roda
são pintadas

de 185 cv e 27,6 kgfm, com câmbio
automático de seis marchas, exata-
mente o mesmo conjunto da versão
Fastback Limited by Abarth, que
passou a ter visual mais conservador
na linha 2024 para se distanciar do
Abarth legítimo.
Nas retas, porém, as duas versões
1.3 turbo andam juntas. O Fastback
Abarth foi apenas 0,06 s mais rápi-
do que o Limited, mas arredondando
fica 8,5 s contra 8,6 s na aceleração
com gasolina no tanque. A melhora
nas retomadas também fica na casa
dos decimais: a maior diferença foi
de 80 a 120 km/h, em que o Abarth
precisou de 5,94 s e o Limited foi mais
rápido, com 5,68 s. Dá para dizer que
as duas versões andam igual e conso-
mem igual: empataram nos 10,9 km/l
no ciclo urbano e o Abarth melhorou
o consumo rodoviário de 14,8 para
15,2 km/l. Mas o Limited não faz o
que o Abarth faz.
Um carro esportivo não é defini-
do só pela potência e muitos carros
elétricos poderiam ilustrar isso: são
extremamente velozes nas retas, mas
não têm “chão”, são ruins de curva.
O escorpião da Abarth no lugar
do logo da Fiat significa uma mu-
dança notável no comportamento
do Fastback. É curioso saber que esta
versão tem calibração de amortece-
dores e molas específica, mais rígida,
porque o Pulse Abarth (R$ 149.990)
usa exatamente a mesma calibração
dos Fastback civis. Ajustes na geo-
metria ainda deixaram o Fastback

ABRIL QUATRO RODAS 37


TESTE | FASTBACK ABARTH
Abarth 0,5 cm mais baixo, o que
muda a atitude do carro nas curvas
e deixa a direção com sensação mais
direta. Por fim, as rodas de aro 18” até
simulam um parafuso central, que
não é a única referência aos carros de
competição, porque os pneus 215/45
dessa versão são os Goodyear Eagle
F1 Asymmetric 6, que prometem
mais aderência que os Continental
Premium Contact de mesma medida
que calçam o Limited.
O que realmente pode explicar o
aumento da velocidade máxima em
10 km/h, para 220 km/h, são os novos
aerofólio traseiro e difusor de ar.
Também existe o lado emocional
da preparação. O escapamento duplo
exclusivo começa a mostrar sua ra-
zão de existir pelo ronco grave logo na
partida e invade mais, de propósito, a
cabine. Para quem gosta de mexer no
escape do carro, esse já vem pronti-
nho de fábrica. Mas quem não gosta
terá de se acostumar – ou economi-
zar R$ 5.000 e comprar o Fastback
Limited, por R$ 155.990.
Outra exclusividade importante é
o modo Poison, o modo esportivo de
funcionamento do conjunto mecâni-
co que é ativado pelo botão vermelho
Aerofólio melhora
a aerodinâmica
em alta velocidade
38 QUATRO RODAS ABRIL
no volante. Com o “veneno” ativado,
o acelerador fica bem mais sensível, a
ponto de a metade do curso já garantir
100% do torque e, em algumas condi-
ções, não tem filtro para a resposta do
motor. O câmbio também passa a fi-
car mais bruto, com trocas feitas mais
rápidas e em rotações 30% mais altas.
As reduções automáticas acontecem
mais cedo para deixar o motor sempre
cheio, mas recorrer à borboleta es-
querda atrás do volante poderá brin-
dar o motorista com um pipoco no es-
cape, fruto de um backfire proposital
que os engenheiros conseguiram co-
locar no mapa do motor sem compro-
meter as emissões.
Por fim, o modo Poison retira par-
te da assistência da direção elétrica e
deixa os controles de tração e esta-
bilidade menos invasivos, ao mesmo
tempo que a vetorização dinâmica de
torque atua para melhorar o contorno
de curvas.
Boa parte da esportividade do
Fastback Abarth vem de linhas de có-
digo perfeitamente escritas para dei-
xar o carro mais visceral e responsivo.
Há um efeito quase hipnótico, porque
as respostas são melhores, o carro pas-
sa a sensação de ter mais estabilidade
INÊS 249
em curvas (especialmente em trechos
sinuosos) e a suspensão é claramen-
te mais firme. Talvez firme até demais
para andar com conforto onde o asfal-
to é ruim. Mas quem gosta de suspen-
são fixa não vai reclamar.
O mérito do Fastback Abarth é
lembrar que um esportivo também
tem que mexer com as sensações,
mesmo que seja para enganar seus
sentidos. Esse esforço de engenharia
pode ser mais efetivo do que um mero
incremento nos números de potência
e torque disponíveis.
O ambiente na cabine faz par-
te do esforço. É igual ao de um Pulse
Abarth: bancos com gomos horizon-
tais, costuras vermelhas, faixa verme-
lha interligando as saídas de ar e uma
faixa de vinil com textura de fibra de
carbono, além do volante Abarth e das
pedaleiras de alumínio.
Em termos de equipamentos, tem
tudo que um Fastback completo pode
ter, desde o quadro de instrumentos
digital de 7 polegadas com estilo ex-
clusivo, central de 10 polegadas, fre-
nagem de emergência, assistente de
faixa, mas apenas quatro airbags. Mas
custa R$ 160.990 – um preço que o
Fiat Cronos jamais terá.
Plaqueta fica no painel
Pedaleiras esportivas
Escorpião estampa bancos
 INÊS 249

TESTE QUATRO RODAS

ACELERAÇÃO
0 a 100 km/h 8,5 s
0 a 1.000 m 29,57 s - 177,6 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA 220 km/h*
RETOMADAS
D 40 a 80 km/h 3,8 s
D 60 a 100 km/h 4,8 s
D 80 a 120 km/h 5,9 s
FRENAGENS
60/80/120 km/h a 0 14,6/25,8/58,1 m
CONSUMO
Urbano 10,9 km/l
Rodoviário 15,2 km/l
RUÍDO INTERNO
Painel é Neutro/RPM máx. 47,9/71,5 dBA
idêntico ao do 80/120 km/h 72,6/75,3 dBA
Pulse Abarth AFERIÇÃO
2024 Velocidade real a 100 km/h 96 km/h
Rotação do motor 2.000 rpm
a 100 km/H
Volante 2,5 voltas
SEU BOLSO
Preço básico R$ 160.990
Garantia 3 anos
*Dado de fábrica
CONDIÇÕES DE TESTE: alt. 660 m; temp., 32,5 °C; umid.
relat., 59%; press., 759 mmHg

Telas têm cores, mostradores e páginas exclusivas para a versão Abarth
Bancos com gomos horizontais são estilosos e mais envolventes
FICHA TÉCNICA
Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil.,
16V, 1.332 cm³, 185/180 cv a 5.750 rpm,
27,5 kgfm a 1.750 rpm Câmbio: automático,
6 marchas, tração dianteira Direção: elétri-
ca, 10,9 m (diâmetro de giro) Suspensão:
McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor
(tras.) Pneus: 215/45 R18 Dimensões:
comprimento, 442 cm; largura, 178 cm;
altura, 154,4 cm; entre-eixos, 253,2 cm;
peso, 1.299 kg; porta-malas, 516 litros;
tanque, 47 litros

ERGONOMIA
A

Rodas raiadas com bordas vermelhas e calotinha central são exclusivas

B B
C C

A: 148 cm (diant.) / 146,5 cm (tras.) B: 97,5 cm (diant.) /

91 cm (tras.) C: 100,5 cm (diant.) / 89 cm (tras.)

VEREDICTO
Sem ser mais rápido, o Fastback Abarth
se garante na diversão e cobra R$ 5.000
pelas mudanças. Mas ainda é bem caro.
O motor 1.3 turbo não muda, mas ronca alto de propósito graças ao escape HHHH

ABRIL QUATRO RODAS 39

 INÊS 249
COMPARATIVO | FORD RANGER XLS 4X4 x RAM RAMPAGE LARAMIE DIESEL

DOIS PESOS, DUAS

MEDIDAS
Ford Ranger XLS e Ram Rampage têm preços semelhantes,
motores 2.0 turbo diesel e tração 4x4, mas diferem muito em
suas propostas. Veja aqui, qual é a dona do melhor conjunto
POR HENRIQUE RODRIGUEZ | FOTOS FERNANDO PIRES

E
ste pode ser o melhor momen-
to para comprar uma picape
no Brasil. A maioria dos fa-
bricantes está apostando em
descontos generosos para manter,
na medida do possível, as vendas
em um patamar aceitável. Ao mes-
mo tempo, a nova concorrência está
maior e mais preparada. Enquanto
a Fiat Titano estreia apostando tudo
no preço (veja na pág. 26), a Ford
Ranger tem o chassi mais avançado
da atualidade e a Ram Rampage ele-
vou o patamar de conteúdo, mesmo
sendo uma picape intermediária.
Ambas são muito diferentes e, ao
mesmo tempo, muito parecidas. De
um lado, uma picape média conven-
cional, com chassi de longarinas: a
Ford Ranger XLS é uma versão de en-
trada até bastante completa. Do outro
lado, uma picape intermediária e
monobloco: a Ram Rampage Laramie
não tem o mesmo porte, mas traz
muitos equipamentos e, por dentro,
está bem mais próxima dos SUVs.
As duas picapes usam motores
2.0 turbo diesel de 170 cv e tração
nas quatro rodas – 4x4 na Ranger
e 4x4 permanente na Rampage. Os
preços são equivalentes, porque a
tração 4x4 faz a Ranger XLS pas-
sar dos R$ 234.990 (4x2) para R$
259.990, ainda mais barata que os R$
262.990 da Rampage Laramie diesel
(a versão a gasolina, com 272 cv, cus-
ta R$ 272.990).
Cada uma apresenta vantagens e
desvantagens. A questão do tamanho
menor, por exemplo, pode até pesar
a favor da Rampage. É do tamanho
de uma Fiat Toro (mesma base), mas
com direção que esterça mais: são 11,9
m de diâmetro de giro contra os 12,4
INÊS 249
m da irmã Fiat e 12,8 m da Ranger. É
o suficiente para evitar uma manobra
a mais saindo de uma vaga. Nesse as-
pecto, o fato de a Ranger ser uma das
maiores picapes médias à venda no
Brasil não ajuda. A vantagem de 28
cm no entre-eixos melhora, porém, o
espaço interno da picape Ford.
Antes de mais nada, são picapes
e precisam ser analisadas como tal.
A Ranger tem caçamba bem maior
(1.250 l contra 980 l) e mais ampla,
enquanto a Rampage tem laterais
mais altas. Mas a capacidade de carga
das duas é muito próxima: 1.037 kg na
Ford, 22 kg a mais que os 1.015 kg da
Ram. A Rampage vai lidar bem com
cargas mais densas, mas a Ranger
será mais funcional em transportes
cotidianos ou até em uma mudança.
A Rampage Laramie tem abertura
elétrica da tampa pela chave e ilumi-
Rampage chama
a atenção pelos
cromados, mas a
Ranger tem porte
 INÊS 249
COMPARATIVO | RANGER XLS 4X4 x RAMPAGE LARAMIE DIESEL

A Ram peca por

ter caçamba alta
e nenhum degrau
de acesso

nação interna, além de trava elétrica da tampa e pro-

tetor de caçamba. A Ranger também conta com uma
mola para aliviar o peso da tampa, mas esta precisa ser
destrancada com a chave e dentro da sua caçamba só
há uma tomada 12 V. O protetor plástico custa mais R$
2.000, em média, nas concessionárias. Duas vantagens
da Ranger são os degraus laterais entre as rodas trasei-
ras e o para-choque de aço, e a preparação para engate
de fábrica – com direito a modo de tração específico
para reboque. O engate presente na Rampage das fotos
é acessório de R$ 2.957 e a capota rígida de abertura
elétrica custa R$ 12.192.

CARRO DE TRABALHO A vocação da Ranger XLS ainda é

o trabalho e isso está claro por dentro e por fora, mes-
mo sendo muito bem equipada. Tem rodas de liga leve
aro 17 e faróis de led com acendimento automático,
mas não tem nenhum cromado, estribos laterais ou
lanternas de led, que começam a aparecer na versão
XLT V6 (R$ 289.990). Por dentro, tem quadro de ins-
trumentos digital de 8 polegadas, central multimídia
SYNC 4 com tela de 10 polegadas e conexão sem fio
com Android Auto e Apple CarPlay, saída de ar-condi-
cionado traseira junto com duas portas USB, câmera
de ré, sensores de estacionamento traseiros e carrega-
Acabamento da
dor sem fio para smartphones, mas o acabamento é Rampage dá aula a
simplório. Bancos são de tecido, aro do volante sem qualquer outra picape,
revestimento de couro e as partes macias do painel fo- com painel macio e
couro natural. Mas
ram eliminadas por contenção de custos. o espaço interno é
Da Ranger para a Rampage Laramie, há um abismo acanhado frente ao
em termos de percepção de valor. Esta é a versão inter- das médias. A caçamba
também é menor, mas
mediária, mas a mais vistosa. Tem grade, retrovisores, sai da fábrica com
para-choques, maçanetas e até as molduras das jane- o protetor plástico

42 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

las cromados. Bancos e volante são de couro, que tam-

bém dá as caras no meio do painel. O painel, por sinal,
tem a parte superior emborrachada – é a mesma peça
dos Jeep Compass e Commander. As telas também são
maiores, com 10,3 polegadas para o quadro de instru-
mentos e 12,3 polegadas para a central multimídia. E
há ar-condicionado automático bizona.
A Rampage ainda tem banco do motorista elétrico,
um luxo que só as Ranger Limited (R$ 319.990) trazem,
mas a Ram oferece ajuste elétrico para o carona como
opcional: custa R$ 6.000, junto com som com subwoo-
fer Harmann Kardon e luzes ambiente de led. Nada
disso contorna o fato de o espaço traseiro da Rampage
ser bem mais apertado para os ombros e as pernas que
o da Ranger, que pode levar cinco pessoas com algum
conforto, mesmo que seu túnel central seja elevado.
Quanto aos equipamentos de segurança, ambas as
picapes têm sete airbags, mas só a Rampage exibe sis-
temas mais avançados, como frenagem de emergên-
cia, piloto automático adaptativo, monitor de pontos
cegos e alerta de saída de faixa. A maior parte desses
itens só está na Ranger Limited com pacote opcional
de tecnologia, que custa R$ 349.990 e também é a úni-
ca com quadro de instrumentos digital de 12,4 polega-
das e câmeras de visão 360o.
O banco de tecido
da Ranger quebra
o clímax mais que CONTRA A LÓGICA Um dos argumentos das picapes mo-
os plásticos simples. nobloco é o peso mais baixo comparado às picapes com
E o corte de custos carroceria montada sobre o chassi de longarinas, como
continua com a falta
de protetor de a Ranger, que é 241 kg mais pesada que a Rampage. A
caçamba. Mas a cabine picape da Ram ainda tem tração integral e câmbio au-
é muito mais ampla tomático de nove marchas: os 38,8 kgfm chegando às
para qualquer um
dos cinco ocupantes rodas multiplicado pelas primeiras relações de marcha

Ranger XLS tem visual

simplório e fica devendo
leds nas lanternas
 INÊS 249
COMPARATIVO | RANGER XLS 4X4 x RAMPAGE LARAMIE DIESEL

mais curtas, teoricamente, favorece-

riam seu desempenho frente à
Ranger, que tem 41,3 kgfm, câmbio
RAMPAGE
automático de seis marchas e usa tra-
ção 4x2 no asfalto. Mas a Ranger foi
mais rápida. Com seu 2.0, acelerou de Nas traseiras,
o destaque são
0 a 100 km/h em 11,7 segundos, tem- os aerofólios
po 1,2 segundo mais rápido que o da e as saídas de
Rampage. Em todas as outras medi- escapamento
ções de aceleração a picape Ford foi
melhor, fazendo menos barulho.
Na verdade, o teste de pista só
comprovou uma má impressão que
a Rampage diesel havia deixado no
uso do dia a dia, devendo fôlego em
acelerações e retomadas, e demo-
A Rampage exibe telas grandes com mais funções e mais configurações. O bom acabamen-
rando para reagir ao pedal do acele-
to e o console elevado aumentam a percepção de qualidade e a sensação de que este está
rador. Parece muito mais pesada do
mais para um SUV com caçamba. E, de fato, é bem isso mesmo.
que realmente é. Não vivemos isso
com a Fiat Toro, que usa o mesmo 2.0
turbo diesel com menos torque: 35,7
kgfm. Pode ser efeito da adaptação ao
Proconve L7 e ao Arla 32, pois o con-
sumo surpreende de tão bom: fez 11
km/l na cidade e 16,2 km/l na estrada.
A Ford Ranger não faz passar
raiva. Responde rápido e tem fôlego
quando o motor é convocado. É até
interessante observar que as antigas RANGER
versões 3.2 de 200 cv eram apenas 0,2
s mais rápidas no 0 a 100. E, embora
não tenha o nível de conforto de roda-
gem e de um SUV como a Rampage,
filtra tudo do asfalto muito bem, sem
balançar muito ou quicar, como pica-
pes médias gostam de fazer. Mas gasta
mais diesel: fez 9,6 km/l na cidade e
13,5 km/l na estrada.
Pelo preço da Rampage é possí-
vel comprar uma boa picape média,
como a Ranger, que é a picape mais
avançada hoje no Brasil. Apesar de
ser menor, a Rampage compensa Fosse no passado, uma Ranger XLS como esta nem sequer teria central multimídia. Está
com níveis de conforto e de equipa- bem equipada, mas o fato de se posicionar na base da linha explica o acabamento interno
mentos raros até mesmo nas versões mais simplório. Bancos de couro já fariam uma boa diferença.
mais caras da Ranger. A Rampage
Laramie vence o comparativo por
entregar mais podendo fazer o mes-
mo no dia a dia que uma Ranger. É
um baita mérito. Mesmo que, difi-
cilmente, isso convença o tradicional
comprador de picapes médias.

44 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

TESTE QUATRO RODAS

ACELERAÇÃO RAMPAGE DIESEL RANGER XLS 4X4
0 a 100 km/h 12,9 s 11,7 s
0 a 1.000 m 34,2 s - 154,7 km/h 33,4 s - 154,4 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA 186 km/h* 164 km/h*
RETOMADAS
D 40 a 80 km/h 5,2 s 5,1 s
D 60 a 100 km/h 7s 6,6 s
D 80 a 120 km/h 9,1 s 8,9 s
FRENAGENS
60/80/120 km/h a 0 14,6/26,6/62,8 m 16,4/29,6/65 m
CONSUMO
Urbano 11 km/l 9,6 km/l
Rodoviário 16,2 km/l 13,5 km/l
RUÍDO INTERNO
Neutro/RPM máx. 47,7/71,5 dBA 41,2/73,4 dBA
80/120 km/h 61,2/72,4 dBA 58,4/72,2 dBA
AFERIÇÃO
Velocidade real a 100 km/h 96 km/h 97 km/h
Rotação do motor 1.850 rpm 1.800 rpm
a 100 km/h em 5a marcha
Seletor de Volante 2,7 voltas 2,7 voltas
marcha giratório SEU BOLSO
e rodas aro 18 Preço R$ 262.990 R$ 259.990
diamantadas dão Concessionárias 123 110
boa impressão. Garantia 3 anos 5 anos
Mas motor 2.0
diesel está bem CONDIÇÕES DE TESTE: alt. 660 m; temp., 30/25,5 °C; umid. relat.., 63/74%; press., 759/758 mmHg
limitado na
entrega de força
FICHA TÉCNICA
Rampage – Motor: diesel, dianteiro, transversal, 4 cil., 1.956 cm³,
16V, 170 cv a 3.750 rpm, 38,8 kgfm a 1.750 rpm Câmbio: automático,
9 marchas, tração integral Direção: elétrica Suspensão: McPherson
(dianteira) e multilink (traseira) Freios: disco ventilado (diant. e tras.)
Pneus: 235/60 R18 Peso: 1.942 kg Dimensões: comprimento 502,8
cm; largura, 188,6 cm; altura, 178 cm; entre-eixos, 299,4 cm; tanque
de combustível, 90 l; caçamba, 980 l; carga útil, 1.015 kg
Ranger – Motor: diesel, dianteiro, longitudinal, 4 cil., 1.995 cm³, 16V,
170 cv a 3.500 rpm, 41,3 kgfm a 2.000 rpm Câmbio: automático, 6 mar-
chas, tração 4x4 Direção: elétrica Suspensão: McPherson (diant.), eixo
rígido com molas semielípticas (tras.) Freios: disco ventilado (diant.) e
tambor (tras.) Pneus: 255/70 R17 Peso: 2.183 kg Dimensões: compri-
mento 537 cm; largura, 220,8 cm; altura, 188,4 cm; entre-eixos, 327
cm; tanque de combustível, 80 l; caçamba, 1.250 l; carga útil, 1.037 kg

ERGONOMIA
A

B B
C C

RAMPAGE – A: 154 cm (d.) / 150 cm (t.) B: 96 cm (d.) / 94 cm (t.) C: 99 cm (d.) / 90 cm (t.)

RANGER – A: 157 cm (d.) / 156 cm (t.) B: 100 cm (d.) / 96 cm (t.) C: 94 cm (d.) / 96 cm (t.)
Carregador por
indução é luxo
para uma XLS.
Mas bom mesmo VEREDICTO
é a resposta do A Ranger é uma ótima picape básica. A Rampage é o
motor 2.0, quase melhor SUV com caçamba, e tão bem equipada que
equivalente ao uma Ranger equivalente custa mais R$ 70.000.
antigo 3.2 de
cinco cilindros Rampage HHHH Ranger HHHH
ABRIL QUATRO RODAS 45

TESTE | HONDA CR-V HYBRID
OSTENTAÇÃO
À JAPONESA
Honda CR-V volta eletrificado e ganha requinte, de olho nos clientes
fiéis e, por que não, nos que podem ser conquistados
POR EDUARDO PASSOS | FOTOS FERNANDO PIRES
Honda prometeu que, até este
A ano, teria três carros híbridos
à venda no país. Quem fecha o
compromisso é o novo Honda
CR-V Hybrid, a sexta geração do SUV
que, além do visual renovado, traz a
mecânica e:HEV de Civic e Accord
com ligeiras modificações.
Novamente, são dois motores elé-
tricos (um que traciona o carro e ou-
tro que age como gerador) e um 2.0
aspirado a gasolina, que cumpre am-
bas as funções. A tração, porém, ago-
ra é integral e o câmbio e-CVT tem
duas marchas, permitindo ao propul-
46 QUATRO RODAS ABRIL
sor térmico atuar em mais cenários.
O Honda CR-V Hybrid estreia por
R$ 352.900. Posicionamento estra-
tégico pouco mais caro que o Toyota
RAV4 (R$ 349.290) e na lacuna entre
Jeep Commander e Toyota SW4.
CABE DE TUDO Um grande trunfo do
Honda frente a outras opções é o es-
paço interno, afinal de contas seus 4,7
m fazem-no só um pouco menor que
o Commander, ao passo que aqui só
há espaço para cinco ocupantes.
Espaço farto, diga-se. A segunda
fileira vem com bancos que se incli-
INÊS 249
nam e chegam para a frente ou para
trás, permitindo ajustar os 581 litros
(VDA) do porta-malas. É fácil aco-
modar adultos sem que ombros se
esbarrem, e os joelhos nunca precisa-
rão se esfregar no banco da frente. A
suspensão é independente e seu ajus-
te, exemplar, fazendo a rodagem bem
suave junto à carroceria mais rígida.
Projeto global em que o Brasil pas-
sa longe de ser prioridade (por conta
do baixo volume relativo), o CR-V é
pouco adaptado ao estilo que nos-
so consumidor prefere. Isso resulta
na oferta de um acabamento pouco

menos comum, como os bancos de
couro claro (também há opção de
revestimento escuro dependendo da
cor da carroceria) e frisos de madeira
(imitação, mas convincente).
O painel basicamente reproduz o
padrão de Civic e Accord, com as sa-
ídas de ar disfarçadas por uma malha
em colmeia. A central multimídia de
9” não é um espetáculo mas é útil e,
principalmente, melhor do que as
conterrâneas da Honda costumam
adotar. O quadro de instrumentos
de 12”, por sua vez, merece elogios
pela qualidade de imagem e interface
elegante que dá muita utilidade aos
comandos do volante multifuncional.
VISUAL RENOVADO Por definição, o
SUV do Civic no Brasil é o ZR-V. Mas
frequentemente é o CR-V quem se
associa ao sedã, e podemos dizer que
isso vale para a estética.
Ao contrário do Z, neste utilitário
maior que traz os faróis com formas
afiadas, que lembram a espada de
um Samurai ou algo assim, eles são
full-led, com a única luz auxiliar dis-
cretamente posicionada na base do
para-choque.
INÊS 249
Dianteira é quase
uma releitura
do Civic em
carroceria de SUV
Os cromados da geração anterior
sumiram, e a grade não apenas cres-
ceu como ganhou malha hexagonal
em preto brilhante – tal como o friso
que contorna a frente do capô.
Na traseira, a tampa com cai-
mento bem reto remete um pouco
às minivans dos EUA, onde o CR-V é
querido. As lanternas verticais foram
redesenhadas, mas mantêm o estilo
de antes, enquanto o para-choque
um pouco mais empinado até lembra
os Volvo XC. O escape é duplo, mas a
saída da direita é apenas decorativa.
Ao fim, por toda a carroceria,
ABRIL QUATRO RODAS 47

TESTE | CR-V HYBRID
Traseira
mantém
lanternas
em L
formas mais acaixotadas e vincos
salientes contribuem para realçar o
estilo do carro, que discretamente
mostra seu requinte e não faz ques-
tão de ser muito chamativo como os
irmãos de marca.
EXPECTATIVAS ELEVADAS Em seu ápi-
ce, o conjunto híbrido do CR-V rende
207 cv e 34,2 kgfm. Somados à tração
integral, são números que permitem
desempenho com certa esportivida-
de, mas esse não é o foco.
A bateria do carro, situada abaixo
do banco traseiro esquerdo, é bem
pequena, servindo apenas para evitar
que o fluxo energético dos três moto-
res seja interrompido. Desse modo,
não há gás para o coice típico de carros
elétricos; mesmo assim, o CR-V foi de
0 a 100 km/h em 8,8 s no nosso teste.
Em baixas velocidades, a propulsão
vem do motor elétrico, mas a marcha
extra do câmbio permite que o 2.0
com injeção direta atue em arran-
cadas de velocidades moderadas, a
exemplo daquela acelerada que damos
em vias urbanas um pouco mais rápi-
das, como quando vamos ultrapassar
outro carro e tomar uma saída com
segurança, por exemplo.
48 QUATRO RODAS ABRIL
Em uma rodovia veloz, como as
paulistas, o motor térmico assume os
trabalhos, mas o elétrico fica de pron-
tidão para as retomadas. A estratégia
cai bem, e o carro se desenvolve com
bastante linearidade, à moda de um
EV mesmo. Chega-se aos 120 km/h
sem esforço, mas o consumo de 13,1
km/l na estrada é decepcionante.
Na cidade, tem-se 14,8 km/l, que
também frustra quando lembramos
do Civic e seus 22,5 km/l nas mes-
mas condições. Segundo a Honda, a
piora na eficiência tem a ver com as
dimensões do SUV, seu peso extra,
pneus mais largos e tração integral.
Independentemente do motivo, é algo
que quebra a expectativa de rendi-
mento do híbrido frente ao SUV a die-
sel, com números parecidos.
RUÍDO NA MENSAGEM Outro ponto de
atenção é o ruído interno: a Honda
instalou mantas acústicas sob o capô,
assoalho e caixas de rodas do CR-V.
Entretanto, o ronco do motor a gaso-
lina invade de forma intensa a cabine,
com o timbre incômodo da injeção
direta e da marcha constante. Nem o
sistema Hi-Fi da Bose, com cancela-
mento ativo de ruído, dá conta.
INÊS 249
Após uma centena de quilômetros,
a persistência do ruído parece real-
çá-lo. Em contraponto, o motorista
pode diminuir sua carga de trabalho
com o controle de cruzeiro adapta-
tivo e assistente de permanência em
faixa bem calibrados.
O sistema de automação Honda
Sensing também atua na frenagem
automática de emergência e outros
recursos preventivos, além dos 11
airbags que rodeiam a cabine. Itens
valiosos para o público racional que
se atrai pelo CR-V.
Também ajudam os bancos anti-
fadiga, com reforço no assento e ajuste
elétrico em todas as posições, que fa-
vorecem a ergonomia dos ocupantes.
Sem aliviar no preço, a Honda é
realista ao estimar em torno de 100 e
200 unidades do utilitário sendo ven-
didas por mês, em versão única. Mas
essa é uma fabricante com alta fideli-
dade, cujos clientes têm motivos para
crer que o CR-V entregará aquilo ao
que desde sempre se propõe.
Com exceção do consumo, todas
as expectativas são atendidas e há
uma sensação de investimento ho-
nestamente honrado. O CR-V é para
poucos, mas lida bem com isso.
 INÊS 249

TESTE QUATRO RODAS

ACELERAÇÃO
0 a 100 km/h 8,8 s
0 a 1.000 m 31,1 s / 160,0 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA n/d
RETOMADAS
D 40 a 80 km/h 4,3 s
D 60 a 100 km/h 6,0 s
D 80 a 120 km/h 6,9 s
FRENAGENS
60/80/120 km/h a 0 13,7/24,5/56,6 m
CONSUMO
Painel discreto, Urbano 14,8 km/l
mas com Rodoviário 13,1 km/l
esmero de RUÍDO INTERNO
marcas de luxo Neutro/RPM máx. 43,4/- dBA
80/120 km/h 58,4/72,5 dBA
AFERIÇÃO
Velocidade real a 100 km/h 97 km/h
Rotação do motor n/d
a 100 km/h
Volante 2,5 voltas
SEU BOLSO
Preço básico R$ 352.900
Garantia 3 anos

CONDIÇÕES DE TESTE: alt. 660 m; temp., 26 °C; umid. relat.,

59%; press., 1.012,5 kPa. Realizado no ZF Campo de Provas
*Dado de fábrica

FICHA TÉCNICA
Motor: gas., diant., 4 cil., 16V, 1.993 cm³,
147 cv, 19,4 kgfm; elétrico: 184 cv, 34,2
kgfm; potência combinada, 207 cv Câmbio:
e-CVT, 2 marchas, tração integral Direção:
elétrica, 10,4 m (diam. de giro) Suspensão:
ind. McPherson (dianteira) / ind. multilink
(traseira) Freios: disco ventilado Pneus:
Quadro de instrumentos é mais útil e caprichado do que a central multimídia 235/55 R19 Dimensões: compr., 470,6 cm;
largura, 186,6 cm; altura, 169,1 cm; entre-
-eixos, 270 cm; peso, 1.819 kg; porta–ma-
las, 581 l; tanque de combustível, 53 l

ERGONOMIA
A

Dimensionado para os EUA, é natural que o CR-V tenha espaço interno de sobra
B B
C C

A: 159 cm (diant.) / 157,5 cm (tras.) B: 94 cm (diant.) /

96 cm (tras.) C: 98,5 cm (diant.) / 100 cm (tras.)

VEREDICTO
Quem busca espaço farto e qualidade
sem extravagância gostará do CR-V.
O consumo, porém, quase invalida seu
chamariz de eletrificação.
Com bancos rebatidos, tem-se 2.166 litros de porta-malas. Motor 2.0 é barulhento HHHH
ABRIL QUATRO RODAS 49

MELHOR REVENDA
BONS
DE LOJA
Com 67 modelos vencedores em 23 categorias,
indicamos quais deles menos desvalorizaram
no mercado durante o último ano - POR GUILHERME FONTANA
E
m sua quinta edição, o Prêmio
Melhor Revenda é referência em
apontar os modelos menos desva-
lorizados do mercado, para ajudar
o leitor a fazer o melhor negócio quando
for trocar ou comprar um veículo. Fruto
de uma parceria entre QUATRO RODAS
e a Kelley Blue Book (KBB), empresa es-
pecializada na avaliação e pesquisa de
preços de veículos, o Melhor Revenda
premia os automóveis e comerciais leves
com menor desvalorização no período de
12 meses. Para o resultado, os especialis-
tas da KBB registraram os preços iniciais
de cada versão dos modelos vendidos
zero-km em janeiro de 2023 (excluindo
versões eletrificadas, que têm cotações
próprias) que, agora, foram comparados
com o Preço de Troca KBB, em janeiro de
2024. Esse índice da empresa calcula os
valores médios das negociações do veícu-
lo particular para um lojista. Assim, che-
ga-se aos índices de desvalorização que
você conhecerá nas próximas páginas.
QUEM PODE PARTICIPAR? Para serem
elegíveis ao Prêmio Melhor Revenda, os
modelos de automóveis e comerciais leves
precisavam custar, em janeiro de 2023,
menos de R$ 750.000. Os mesmos mode-
los deveriam permanecer à venda como
zero-km em janeiro de 2024. São exclu-
ídos da premiação modelos que foram
lançados, tiveram troca de gerações ou
passaram por reestilizações ou mudanças
marcantes durante o período considera-
50 QUATRO RODAS ABRIL
INÊS 249
do. Categorias com dois ou menos repre-
sentantes também são excluídas, mas,
em acordo entre QUATRO RODAS e KBB,
para o Melhor Revenda 2024 houve duas
exceções: as categorias Elétrico Supera-
cesso e Hatch Subcompacto de Acesso,
pela relevância dos segmentos e dos mo-
delos ao mercado. Ao todo, foram 115 mo-
delos elegíveis entre as categorias válidas.
DANÇA DAS CADEIRAS Por conta das re-
gras, alguns modelos importantes de
2024 não puderam participar da pre-
miação, como a Ford Ranger e a leva de
modelos eletrificados lançados no últi-
mo ano, incluindo os chineses de BYD
e GWM. Mesmo assim, os eletrificados
aumentaram sua participação e, por isso,
ganharam mais espaço no prêmio com
novas divisões para híbridos e elétricos,
adequando-os de acordo com seus po-
sicionamentos no mercado – incluindo
furgões elétricos, até então dominados
pela Stellantis. Foi possível notar ainda o
encolhimento ou sumiço de alguns seg-
mentos, como o de sedãs compactos de
acesso, sedãs médios e hatches premium,
além de um aumento na desvalorização
em todas as categorias contra os núme-
ros de 2023. A desvalorização média do
mercado passou de 15,7% para 29,8%.
Por outro lado, modelos que ficaram de
fora no ano passado reaparecem agora.
Entre os estreantes estão Honda HR-V,
Jeep Compass, VW Polo, Nissan Frontier,
Citroën C4 e Fiat Fastback.
 INÊS 249

ABRIL QUATRO RODAS 51

 INÊS 249
MELHOR REVENDA

HATCH SUBCOMPACTO DE ACESSO

Fiat Mobi
-27,8%
MELHOR
2024
HATCH SUBCOMPACTO
DE ACESSO
Além de disputarem o posto de carro mais barato do Brasil, Fiat Mobi e Renault Kwid agora 2º Renault Kwid
também se alternam como a Melhor Revenda dos subcompactos – categoria que só reúne os -28,2%
dois modelos. Se em 2023 o Kwid venceu por uma depreciação 0,2% menor, em 2024 foi a vez
do Mobi, único carro com motor 1.0 de quatro cilindros do país levar o título. SEGMENTO: Fiat Mobi, Renault Kwid

HATCH COMPACTO DE ACESSO

Citroën C3
-27,1%
2º Hyundai HB20 -27,6%

MELHOR
2024
HATCH COMPACTO
DE ACESSO
Em sua estreia como candidato ao Melhor Revenda, o Citroën C3 já se consagra como
o campeão de sua categoria, tomando o posto do parente Fiat Argo, vencedor em 2023. 3º Fiat Argo -28,3%
O compacto foi lançado em 2022 com uma vasta gama de versões e motores 1.0 e 1.6. SEGMENTO: Citroën C3, Fiat Argo,
Pesa a favor do modelo sua pequena variação de preços desde o lançamento. Hyundai HB20

HATCH COMPACTO DE REFERÊNCIA

Volkswagen Polo
-19,4%
2º Honda City Hatch -22%

MELHOR
2024
HATCH COMPACTO
DE REFERÊNCIA

A estratégia de reposicionar o Polo deu certo. Apesar de sofrer baixas em mecânica 3º Toyota Yaris -26,6%
e equipamentos, o modelo atualizado reduziu os preços e incluiu a versão Track na conta. SEGMENTO: Chevrolet Onix; Honda City
Assim, suas vendas cresceram mais de 1.200% de 2022 para 2023, afetando direta e Hatch, Peugeot 208, Renault Stepway, Toyota
positivamente sua imagem no mercado. O City Hatch estreia no prêmio já na vice-liderança. Yaris, Volkswagen Polo

52 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

SEDÃ COMPACTO DE REFERÊNCIA

Honda City
-18,6% 2º Toyota Yaris -25,5%

MELHOR
2024
SEDÃ COMPACTO
DE REFERÊNCIA 3º Chevrolet Onix Plus
Com mecânica robusta, espaço generoso e equipamentos de segurança (ADAS) acima da -27,6%
média na categoria, o Honda City não apenas leva o prêmio em seu segmento como também SEGMENTO: Chevrolet Onix Plus, Honda City,
é o modelo com menor desvalorização em toda a pesquisa deste ano. O sedã ganhou novas Toyota Yaris, Hyundai HB20S
versões de entrada em janeiro, mas que ainda não foram consideradas por aqui.

SEDÃ PREMIUM
BMW Série 3
-20,5%
2º Mercedes-AMG CLA 45 -25,4%

MELHOR
2024
SEDÃ PREMIUM

Carro premium mais vendido do Brasil em 2023, o BMW Série 3 se beneficia não apenas do 3º BMW Série 2 -34,2%
volume de vendas, mas também da produção nacional. O sedã é produzido em Araquari (SC) SEGMENTO: BMW Série 2, BMW Série 3,
e está alinhado ao europeu. Também pesa a favor a categoria esvaziada, já que seus rivais Mercedes-AMG CLA 45
diretos passam a figurar entre os híbridos. O 320i nacional é puramente a combustão.

SUV COMPACTO DE ACESSO

Volkswagen Nivus
-25,3%
2º Renault Duster -31,5%

MELHOR
2024
SUV COMPACTO
DE ACESSO

O Volkswagen Nivus conquista o tricampeonato no Melhor Revenda, e com folga diante dos 3º Peugeot 2008 -33,7%
demais competidores na categoria. Mais moderno e bem equipado entre os concorrentes, SEGMENTO: Caoa Chery Tiggo 5X, Citroën
o SUV cupê carrega para o mercado outros bons atributos como o amplo espaço no porta- C4 Cactus, Renault Duster, Peugeot 2008,
-malas e o elogiado motor TSI. Ele mantém duas versões e pode ser reestilizado este ano. Volkswagen Nivus

ABRIL QUATRO RODAS 53

 INÊS 249
MELHOR REVENDA

SUV COMPACTO DE REFERÊNCIA

Honda HR-V
-19% 2º Volkswagen T-Cross -26,1%

MELHOR
2024
SUV COMPACTO
DE REFERÊNCIA
3º Fiat Pulse -26,3%
Ausente da premiação no ano passado por ter sido lançado fora do prazo estipulado nas
SEGMENTO: Chevrolet Tracker, Fiat Pulse, Fiat
regras, o Honda HR-V estreia já como campeão e com a segunda menor desvalorização entre Fastback, Honda HR-V, Hyundai Creta, Jeep
todos os modelos desta edição. Com motores robustos e econômicos, o SUV também vai bem Renegade, Nissan Kicks, Suzuki Jimny Sierra,
pelo espaço interno acima da média da categoria, comparável ao de SUVs médios. Volkswagen T-Cross

SUV COMPACTO PREMIUM

Audi Q3
-20,4%
2º Jaguar E-Pace -22,2%

MELHOR
2024
SUV COMPACTO
PREMIUM
3º Mercedes-AMG GLA 35
Bicampeão na categoria, o Audi Q3 ganha pontos por ser montado nacionalmente em sistema
SKD, mais especificamente em São José dos Pinhais (Paraná). Ele é oferecido em três versões
-29,9%
SEGMENTO: Audi Q3, Jaguar E-Pace,
diferentes, sendo uma na carroceria comum e duas na cupê, que ficaram mais equipadas com Mercedes-AMG GLA 35
o passar do tempo e o fim da crise de componentes. A mecânica é a mesma para todos.

SUV MÉDIO
Toyota Corolla
Cross -29%
2º Jeep Compass -30,1%

MELHOR
2024
SUV MÉDIO

A boa reputação da Toyota no mercado de novos e usados garante mais uma vitória ao Corolla 3º Peugeot 3008
Cross em sua categoria, mesmo que o SUV esteja sem mudanças significativas desde o -33,9%
seu lançamento no Brasil, em 2021. A mecânica sem relatos de problemas, ao contrário do SEGMENTO: Caoa Chery Tiggo 7, Jeep Com-
Compass, e a oferta de versões híbridas, também colaboram para a vitória do modelo. pass (flex/diesel), Mitsubishi Eclipse Cross,
Peugeot 3008, Toyota Corolla Cross

54 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

SUV MÉDIO PREMIUM

BMW X4
-26,8%
2º Mercedes-Benz GLC -30%

MELHOR
2024
SUV MÉDIO PREMIUM

O BMW X4 segue como o carro mais potente feito no Brasil e líder da sua categoria no Melhor 3º Range Rover Evoque
Revenda, conquistando o tricampeonato. Feito em Araquari (SC), ao lado de Série 3, X1 e X3, -31,9%
o modelo tem até 387 cv na versão mais cara. No segmento, a Mercedes-Benz segue como
vice, mas agora com o GLC, e a JLR se mantém em terceiro, com o Range Rover Evoque. SEGMENTO: BMW X3, BMW X4, Mercedes-Benz
GLC, Range Rover Evoque, Porsche Macan

SUV GRANDE
Caoa Chery Tiggo 8
-33,9% 2º Jeep Commander -35,8%

MELHOR
2024
SUV GRANDE
3º Mitsubishi Pajero -38,3%
O Caoa Chery Tiggo 8 toma a liderança do Mitsubishi Pajero (que passa a terceiro colocado),
SEGMENTO: Caoa Chery Tiggo 8, Chevrolet
apesar dos descontos promovidos em 2023, o que pode prejudicar o mercado de usados. Por Trailblazer, Jeep Commander (flex/diesel),
outro lado, ele ganhou, no final de 2022, a atual e única versão Max Drive, que adiciona pacote Mitsubishi Pajero Sport
de ADAS, como frenagem automática de emergência, ACC e alerta de saída de faixa.

HÍBRIDO DE ACESSO
Kia Sportage
-20,5%
2º Toyota Corolla -27%

MELHOR
2024
HÍBRIDO DE ACESSO

De terceiro lugar dos SUVs médios em 2023, o Kia Sportage passa a campeão entre 3º Toyota Corolla Cross
os híbridos de acesso, à frente dos Toyota Corolla e Corolla Cross – e com uma vantagem -31,6%
significativa para os japoneses. Apesar de seu conjunto mecânico ser diferente: ele tem SEGMENTO: Caoa Chery Arrizo 6, Caoa
um híbrido leve, com sistema elétrico de 48 volts, menos eficiente que nos Toyota. Chery Tiggo 7 Pro e Tiggo 8 Pro, Kia Sporta-
ge, Toyota Corolla, Toyota Corolla Cross

ABRIL QUATRO RODAS 55

 INÊS 249
MELHOR REVENDA

HÍBRIDO DE REFERÊNCIA
BMW X3
-25,6%
2º Volvo XC60 -25,6%

MELHOR
2024
HÍBRIDO
DE REFERÊNCIA
No segundo ano desta categoria, o campeão se repete: o BMW X3 é o híbrido de referência
com Melhor Revenda de 2024. Do tipo plug-in, que necessita de recargas em redes elétricas, 3º BYD Song Plus -31,7%
ele combina um motor a gasolina e um elétrico, com 292 cv totais. Em terceiro lugar, a BYD SEGMENTO: BMW X4, BMW X3, BYD Song
faz sua estreia no ranking do Melhor Revenda com o SUV híbrido plug-in Song Plus. Plus, Volvo XC60

HÍBRIDO PREMIUM
Audi A5
-22,7%
2º Discovery Sport -23,1%

MELHOR
2024
HÍBRIDO PREMIUM

Em uma das categorias mais concorridas deste ano, a Audi faz uma dobradinha em primeiro
e terceiro lugares, com A5 e A4, respectivamente. Ambos os sedãs têm motorização híbrida 3º Audi A4 -26%
leve, combinando um motor 2.0 turbo a gasolina e um sistema elétrico primário de 12 volts, SEGMENTO: Audi A4/A5/Q5/Q8, BMW Série 5,
o mais simples e barato deste tipo. São 204 cv de potência e 32,6 kgfm de torque. BMW X5, Discovery Sport, Range Rover Velar,
Mercedes-Benz C 200, Porsche Panamera

ELÉTRICO DE SUPERACESSO
Renault Kwid E-Tech
-33,3%
MELHOR
2024
ELÉTRICO DE
SUPERACESSO

Primeiro degrau dos elétricos no Brasil, a nova categoria de Superacesso tem, por enquanto,
dois concorrentes – o que foge às regras da premiação. Dada a importância do segmento, que
2º Caoa Chery iCar -39%
em 2025 terá vários outros participantes, foi aberta uma exceção. Com isso, o Kwid E-Tech leva SEGMENTO: Caoa Chery iCar, Renault
o prêmio por ter uma rede mais robusta, além de maior espaço interno e quatro portas. Kwid E-Tech

56 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

ELÉTRICO DE ACESSO
Peugeot e-208 GT 2º Mini Cooper S E
-23,8% -34,5%

MELHOR
2024
ELÉTRICO DE ACESSO
3º Nissan Leaf
Alguns fatores contribuem para que o Peugeot e-208 GT, configuração elétrica do hatch, faça
sua estreia já com título de campeão: design atraente, acabamento caprichado, boa lista de
-44,9%
itens tecnológicos e uma autonomia superior à dos concorrentes. O Mini tem bom conjunto, SEGMENTO: Mini Cooper S E, Nissan Leaf,
mas pouco alcance e duas portas. Já o Leaf perde por ser um projeto já defasado. Peugeot e-208 GT

ELÉTRICO DE REFERÊNCIA
Volvo XC40
-31,8%
2º Volvo C40 -32,4%

MELHOR
2024
ELÉTRICO DE
REFERÊNCIA
3º BMW iX3 -33,4%
Todos os oponentes deste segmento ficaram muito próximos na depreciação, mas a Volvo
levou a dobradinha dos lugares mais altos. Na liderança, o XC40 (que passará a se chamar EX40 SEGMENTO: BMW iX3, Volvo C40, Volvo XC40
em breve) se beneficia por já ter sido o elétrico mais vendido no país (posto tomado pelo BYD
Dolphin) e por ter ganhado versões mais baratas com motor único.

ELÉTRICO PREMIUM
Jaguar I-Pace
-30,8% 2º BMW iX -32,6%

MELHOR
2024
ELÉTRICO PREMIUM

3º Porsche Taycan -33,1%

No topo do mercado de elétricos, o Jaguar I-Pace surpreende à frente. Parte da primeira leva de
SEGMENTO: Audi e-tron, BMW iX, BYD Tan,
elétricos, o modelo teve menor depreciação que os concorrentes mais modernos, como BMW
Jaguar I-Pace, Porsche Taycan
iX e Porsche Taycan. Ele é equipado com motores que somam 400 cv e pode ir de 0 a 100 km/h,
segundo a Jaguar, em 4,8 segundos. Sua autonomia é de 362 km, no ciclo do Inmetro.

ABRIL QUATRO RODAS 57

 INÊS 249
MELHOR REVENDA

PICAPE COMPACTA OU LEVE

Volkswagen Saveiro
-26% 2º Fiat Strada -29,7%

MELHOR
2024
PICAPE COMPACTA
OU LEVE
Carro mais vendido do Brasil há três anos seguidos, a Fiat Strada perdeu a liderança do
Melhor Revenda para a Saveiro. A principal justificativa pode ser dada pelos menores preços
3º Fiat Toro -31%
e pela menor variação deles, já que a Saveiro não varia mecânica e tem poucas versões. A SEGMENTO: Fiat Strada, Volkswagen
picape passou recentemente por uma leve reestilização, ainda não considerada no prêmio. Saveiro, Fiat Toro flex, Renault Oroch

PICAPE MÉDIA OU DIESEL

Chevrolet S10
-35,2%
2º Mitsubishi L200 -35,3%

MELHOR
2024
PICAPE MÉDIA
OU DIESEL
Prestes a ganhar uma profunda reestilização, a picape da GM se despede do modelo atual
vencendo o Melhor Revenda em sua categoria. O volume de vendas aliado aos preços pouco 3º Nissan Frontier -36,4%
menores que o das rivais pode ajudar entre os usados. Bom lembrar que o mercado de carros SEGMENTO: Chevrolet S10, Mitsubishi L200,
a diesel tem passado por quedas abruptas e pode causar mudanças de resultados anteriores. Nissan Frontier, Volkswagen Amarok

VAN COMERCIAL
Iveco Daily Minibus
-26,5%
2º Citroën Jumpy -29,3%
MELHOR
2024
VAN COMERCIAL

Fora da categoria no ano passado, o Iveco Daily Minibus aparece em 2024 já com o título em 3º Iveco Daily Vetrato
mãos – e faz dobradinha com o Daily Vetrato, que leva o terceiro lugar. O Minibus é oferecido -31%
em duas configurações diferentes: com 160 cv e capacidade de 15+1 passageiros, e 190 cv SEGMENTO: Citroën Jumpy, Fiat Scudo, Iveco
com capacidade para 20+1 passageiros e rodado duplo. Daily Minibus, Iveco Daily Vetrato, Renault Master,
Renault Master Minibus Executive

58 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

FURGÃO COMERCIAL
Ford Transit
-28,4% 2º Peugeot Partner Rapid
-28,7%

MELHOR
2024
FURGÃO COMERCIAL

Bicampeão, o Ford Transit se destaca no segmento pela variedade de configurações e pelos 3º Fiat Scudo -30,1%
preços atraentes frente aos concorrentes. Os serviços de modificações e de conectividade SEGMENTO: Fiat Fiorino/Scudo, Ford
oferecidos pela Ford Pro (dedicada aos veículos comerciais) também se destacam. O modelo Transit, Iveco Daily, Mercedes Sprinter
314/315, Peugeot Expert/Partner Rapid,
ganhou, recentemente, uma versão elétrica – inelegível para o prêmio deste ano. Renault Master

FURGÃO COMERCIAL ELÉTRICO

Peugeot e-Expert
-28,7%
2º Citroën e-Jumpy -31%

MELHOR
2024
FURGÃO COMERCIAL
ELÉTRICO
O trio da Stellantis reina sozinho no segmento de furgões comerciais elétricos, até que
o Transit elétrico esteja elegível para o Melhor Revenda. Entre a tríade, porém, quem leva
3º Fiat e-Scudo -33,5%
a melhor é o Peugeot e-Expert, com uma considerável diferença para os “primos quase SEGMENTO: Citroën e-Jumpy; Fiat e-Scudo;
idênticos”, que compartilham o motor de 136 cv, emprestado pelo hatch e-208 GT. Peugeot e-Expert

NÚMEROS E CURIOSIDADES MÉDIAS DAS CATEGORIAS

HATCH SUBCOMPACTO DE ACESSO - 28,0 %
O PLACAR DAS CAOA CHERY, CHEVROLET, HATCH COMPACTO DE ACESSO - 27,5 %
AUDI, HONDA, HATCH COMPACTO DE REFERÊNCIA - 27,6 %
MARCAS QUE
TIVERAM OS BMW, VW PEUGEOT
CITROËN, FIAT, FORD, IVECO,
JAGUAR, KIA, RENAULT, SEDÃ COMPACTO DE REFERÊNCIA - 26,7 %
MELHORES 3 PRÊMIOS TOYOTA, VOLVO
2 PRÊMIOS 1 PRÊMIO
SEDÃ PREMIUM - 26,8 %
RESULTADOS:
SUV COMPACTO DE ACESSO - 33,2 %
SUV COMPACTO DE REFERÊNCIA - 27,9 %
SUV COMPACTO PREMIUM - 22,6 %
DESVALORIZARAM MENOS:
SUV COMPACTO PREMIUM 115 MODELOS EM SUV MÉDIO
SUV MÉDIO PREMIUM
- 32,7 %
- 32,0 %

23 CATEGORIAS
SUV GRANDE - 37,2 %
PICAPE COMPACTA OU LEVE - 29,2 %
HÍBRIDO DE REFERÊNCIA PICAPE MÉDIA OU DIESEL - 36,0 %
HÍBRIDO DE ACESSO - 33,0 %
HÍBRIDO DE REFERÊNCIA - 25,3 %

DESVALORIZARAM MAIS: DESVALORIZAÇÃO MÉDIA HÍBRIDO PREMIUM

ELÉTRICO SUPERACESSO
- 31,3 %
- 36,2 %

ELÉTRICO SUPERACESSO DO MERCADO FOI DE: ELÉTRICO DE ACESSO

ELÉTRICO DE REFERÊNCIA
- 35,2 %
- 32,5 %

-29,8%
ELÉTRICO PREMIUM - 34,7 %
VAN COMERCIAL - 29,7 %
PICAPE MÉDIA OU DIESEL FURGÃO COMERCIAL - 32,3 %
FURGÃO COMERCIAL ELÉTRICO - 31,1 %

ABRIL QUATRO RODAS 59

INÊS 249
 INÊS 249
ESPECIAL
FINANCIAMENTO
UM PANORAMA DAS OPORTUNIDADES PARA VOCÊ COMPRAR SEU CARRO

HORA DE FAZER CONTAS

Saiba se financiar é uma boa oportunidade neste momento.
Financiar ou alugar? Veja como decidir.
O que é e para que serve o seguro prestamista.
Consórcio: já pensou nessa modalidade de compra?
ILUSTRAÇÃO FABIO BLACK/MIDJOURNEY

ABRIL QUATRO RODAS 61

 INÊS 249
ESPECIAL FINANCIAMENTO | TAXAS, PRAZOS E PLANOS

Pensa em financiar?
Com a queda dos juros, o mercado está aquecido, mas quem se planejar pode
conseguir condições melhores para a compra do carro – POR CLEIDE SILVA
movimento de corte da taxa desempenho à melhora do cenário Pesquisa (Insper).

O básica de juros iniciado pelo

Banco Central (BC) em agosto
reaqueceu a procura por crédito para
compra de carros novos e usados.
Segundo a bolsa de valores B3, no
ano passado foram financiados um
total de 6 milhões de veículos, 10% a
mais em relação a 2022.
econômico, com queda das taxas de
juros e estabilização da inadimplên-
cia. Apesar dessa retomada e da fle-
xibilidade maior dos bancos em
aprovar crédito, a sugestão de espe-
cialistas é que o consumidor ainda
espere um pouco mais antes de fazer
uma dívida de longo prazo.
MUITA CALMA NESSA HORA Ela lembra
que, até junho, ocorrerão três reuni-
ões do Copom – órgão que define a
taxa básica de juros, a Selic –, e o
mercado aposta em queda de 0,5
ponto em cada uma delas. Assim, o
juro oficial deve fechar o semestre
ILUSTRAÇÃO FABIO BLACK/MIDJOURNEY

Em janeiro e fevereiro foram feitos,
respectivamente, 565.000 e 525.000
contratos de financiamentos, núme-
ros que são 28,8% superiores ao de
igual bimestre de 2023. O gerente de
planejamento de mercado da B3,
Gustavo de Oliveira Ferro, credita o
O juro médio para veículos caiu
de 29%, em janeiro de 2023, para
26%, em igual mês deste ano, dado
mais atualizado disponível no Banco
Central (BC). “Ainda é uma taxa
alta”, diz Juliana Inhasz, professora
de economia do Instituto de Ensino e
em 9,75% ao ano. Os cortes serão re-
passados aos juros reais, que são bem
maiores que o da Selic.
“O ideal seria aguardar até o iní-
cio de 2025, quando a Selic deve es-
tar entre 8 e 9%”, sugere Juliana. Em
conta feita com base na taxa média

62 QUATRO RODAS ABRIL


atual de 26% para veículos, um mo-
delo de R$ 150.000, com entrada de
R$ 50.000 e financiamento em 48
meses, custaria ao final R$ 254.000.
Na lista divulgada pelo BC, os juros
oferecidos por 44 instituições finan-
ceiras variam de 10,39 a 58,60% ao
ano. Miguel de Oliveira, da Asso-
ciação Nacional dos Executivos de
Finanças (Anefac), sugere esperar
pelo menos até o início do segundo
semestre. Ele lembra que quem fe-
char negócio agora arca com a taxa
atual ao longo do período contrata-
do, ainda que ocorram vários cortes
nesse intervalo. Outro fator que vai
influenciar os juros é o Marco Legal
das Garantias. Com a nova lei, o ban-
co poderá retomar o bem em caso de
inadimplência sem ter de ir à Justiça.
Hoje, ações judiciais costumam du-
FOTO DIVULGAÇÃO
rar mais de um ano.
Nas contas de Márcio de Lima
Leite, presidente da Associação
INÊS 249
À VISTA x FINANCIADO
Simulação feita pelo banco Santander
com a melhor oferta de sua carteira,
que leva em conta um perfil tomador de
empréstimo considerado bom pelo sistema
financeiro.
Modelo: MOBI DRIVE 1.0 0-KM
Preço público: R$ 85.000
* Valor à vista cobrado em março nas revendas Fiat.
Desconto à vista: R$ 82.300*
Entrada de 50%: R$ 42.500
Valor a ser financiado: R$ 42.500
Prazo: 48 MESES
Valor do seguro (SPF): R$ 1.800
IOF: R$ 1.400
Total financiado: R$ 45.700
Prestação mensal: R$ 1.255,37
Total pago ao final: R$ 102.800
Diferença tabela/preço à vista:
R$ 20.500 / R$ 17.800
Nacional dos Fabricantes de Veículos Para ela, o melhor seria comprar à
Automotores (Anfavea), a medida vista e barganhar um desconto com
deve resultar em queda de 15% nos a revenda. Ela também reforça que
juros. Ele acredita que a nova regra “juro zero não existe”, embora seja
entre em vigor no segundo semestre. um marketing adotado por muitas
Leite avalia que a retomada do fi- financeiras. Segundo Claudia, os
nanciamento, que no passado che- custos de outras taxas embutidas se-
gou a participar de 70% das vendas rão cobrados. O consumidor deve
de carros, ainda é lenta. Dados da sempre verificar qual é a CET (Custo
Associação das Empresas Finan- Efetivo Total), que inclui encargos e
ceiras das Montadoras (Anef) indi- impostos cobrados na operação que
cam que, antes da pandemia, 53% pode ser ainda maior do que os juros
das compras foram financiadas. Ano isoladamente.
passado foram 40%, depois de ter Como pagar um carro à vista é in-
despencado para 32% em 2022. viável para muitos consumidores,
outra opção é a assinatura, espécie
ATENÇÃO AOS PRAZOS Quanto mais de aluguel de longo prazo. Em rela-
longo o período do contrato, maior é ção ao financiamento, o custo é me-
o juro. Uma opção é fazer uma reser- nor levando-se em conta o valor
va para dar um bom valor de entrada mensal da locação e serviços incluí-
e financiar o restante pelo menor dos como seguro, IPVA e manuten-
prazo possível, diz a coordenadora ção, pondera Juliana, do Insper. Para
do Centro de Estudos em Finanças da conhecer melhor essa alternativa,
FGV, Claudia Yoshinaga. veja a reportagem na página 64.
ABRIL QUATRO RODAS 63
 INÊS 249
ESPECIAL FINANCIAMENTO | LEIA ANTES DE ASSINAR

Ter ou não ter, eis a questão

Na dúvida entre financiamento de veículo e o carro por assinatura? Veja qual
perfil de cliente é mais adequado a cada um – POR FERNANDO MIRAGAYA
mercado de automóveis tem al- “Não existe um perfil para um ou TEMPO E MODO DE USO DO CARRO O

O guns embates intermináveis ao

melhor estilo O Senhor dos
Anéis, principalmente no Brasil, que
preços, regras e condições mudam
constantemente. Um deles é entre fi-
nanciamento ou carro por assinatura.
Inclusive, o nobre leitor já deve ter se
deparado com essa encruzilhada.
outro. Existe somente a possibilidade
da pessoa que está optando entre os
dois poder analisar da melhor forma.
E isso não tem outra maneira que não
seja por cálculo financeiro”, salienta
Antonio Jorge Martins, professor dos
MBAs da FGV-RJ.
A reportagem de QUATRO RODAS
primeiro ponto a se observar neste
duelo entre financiamento e assina-
tura de veículos é que ele faz mais
sentido para pessoas que não têm di-
nheiro para adquirir de forma direta o
carro. Ou seja: não tem como com-
prá-lo à vista e se livrar dos custos dos
juros – e das despesas da conveniên-
ILUSTRAÇÃO FABIO BLACK/MIDJOURNEY

Mas, afinal, existe um perfil para
cada uma dessas opções de ter sem-
pre um automóvel novo na garagem?
Sim e não. Isso porque as variáveis
não são só financeiras como também
chegam a hábitos e desejos pessoais
de cada consumidor.
foi atrás de especialistas com visões
diferentes e/ou de ramos de negócios
que se contrapõem neste embate.
Justamente para elucidar para o lei-
tor em qual perfil ele se encaixa me-
lhor e assim optar por financiar o
veículo ou assiná-lo.
cia, se for o caso.
Mas uma das principais questões
que devem ser observadas é quanto
ao tempo de uso do veículo em ques-
tão. “Para quem tem o costume de
trocar de carro a cada um, dois anos,
no máximo três, a assinatura tem suas

64 QUATRO RODAS ABRIL


vantagens”, observa o consultor
David Wong, diretor sênior de mobi-
lity na Alvarez & Marsal.
Mas isso também recai sobre o tipo
de uso. Para quem roda muito com o
veículo, no mínimo 500 quilômetros
por mês, o carro por assinatura tam-
bém pode ser interessante pela con-
veniência e, ainda, pelos custos.
“Esses custos de manutenção, que
estariam diluídos para um cliente
normal, são maiores para um heavy
used, que na assinatura tem a conve-
niência de não se preocupar com re-
visões, de ter que levar o carro na
concessionária para os serviços. Essa
conveniência acaba pesando muito”,
diz Wong.
Essa praticidade é o principal atra-
tivo do carro por assinatura. Em geral,
os contratos incluem, além de revi-
sões, licenciamento, IPVA e contrata-
ção e custo do seguro. Fora a assistên-
cia 24 horas e o serviço de leva e traz
para as concessionárias na hora da
revisão – muitas empresas ainda ofe-
recem carro reserva para estes casos.
COMO CAMINHA O MERCADO? Isso ex-
plica o crescimento da modalidade no
Brasil. Segundo levantamento de no-
vembro do ano passado da Associação
Brasileira de Locadoras de Auto-
móveis (Abla), em 12 meses o número
de carros contratados por assinatura
cresceu 31,2%. Além disso, dobrou no
espaço de três anos: de 80.000, em
2020, para 160.000, em 2023.
“O carro sempre foi um aspiracio-
nal, mas isso vem mudando. Para
quem faz uso intenso do veículo, seja
profissional autônomo ou por aplica-
tivo, a assinatura é uma opção. O ele-
mento da conveniência é algo que
pesa bastante. As pessoas preferem
pagar por uma assinatura e não se
preocupar com nada”, defende
Stefano Mazzaferro, diretor de ven-
das da Kovi, startup de carros por
assinatura.
Mesmo assim, a participação dos
carros por assinatura no Brasil hoje
não chega a dois dígitos. Em outros
mercados, como Estados Unidos e
Europa, a modalidade já representa
de 20 a 30% das transações de veícu-
los zero-km.
Um dos motivos é que, na ponta do
lápis, o consumidor ainda não enxer-
ga vantagens financeiras no carro por
assinatura. Mesmo se a sua modalida-
de de compra for o financiamento
tradicional.
“Na formação de preço da assina-
tura, um dos itens que entram é a
questão do custo. Tem o custo do pra-
zo que está fazendo a assinatura ver-
sus o custo do empréstimo do finan-
ciamento. O retorno tem de estar
muito próximo daquilo que os bancos
emprestam”, explica Martins.
PARA NÃO ESQUENTAR A CABEÇA Ainda
tem a questão da revenda do automó-
vel. No fim do contrato, a assinatura
INÊS 249
oferece a praticidade de não se preo-
cupar em passar o carro adiante, de
negociar, se preocupar com desvalo-
rização ou em anunciá-lo.
Porém, mesmo para quem financia
o carro, na hora de trocar há aquele
retorno do investimento que foi feito.
Seja na venda simples ou na hora de
dar entrada em outro veículo, é uma
quantia que tem de ser considerada.
“É preciso pesar se interessa ao
consumidor lá na frente ter esse carro
e revender. Ele vai ter a volta do di-
nheiro financiado. Na assinatura, não
tem retorno algum neste sentido”,
ressalta o professor da FGV.
Ao mesmo tempo, a questão da re-
venda pode ser vantajosa para assi-
natura de modelos de carros e marcas
que depreciam mais. Isso porque são
veículos que, além da desvalorização,
geralmente demoram mais para girar
no mercado.
PEGUE A CALCULADORA De qualquer
forma, segundo os especialistas, na
hora de fazer as contas, as duas mo-
dalidades ficam bem equiparadas. Do
lado do financiamento, é fundamen-
tal considerar custos do próprio fi-
nanciamento (juros e outras taxas) e
as despesas eventuais com seguro,
impostos, documentação e revisão.
Do lado da assinatura, ter em
mente que aquele dinheiro que você
paga todo mês não volta para você. E
também ficar atento às letras miúdas
do contrato. Mesmo na assinatura há
questões como a parte que cabe ao
assinante na franquia do seguro. E o
modelo geralmente não inclui ques-
tões como troca de pneus e mau uso
do veículo. “A maioria das locadoras
descreve o que está incluso e o que
não está. Mas é preciso lembrar que
as coberturas de seguro têm um de-
sembolso de coparticipação, por
exemplo. Outro detalhe bem impor-
tante está relacionado a pagamentos:
dias de cobrança, o que ocorre em
caso de atrasos etc.”, orienta Stefano
Mazzaferro, da Kovi.
ABRIL QUATRO RODAS 65
 INÊS 249
ESPECIAL FINANCIAMENTO | SEGURO PRESTAMISTA

Prestação garantida
Seguro de proteção financeira não é obrigatório fazer, mas pode garantir
o sono tranquilo, em caso de contratempos – POR CLEIDE SILVA
m queda desde maio do ano cional “recomendado por questão vem caindo desde maio de 2023,

E passado, a taxa de inadimplên-

cia nos financiamentos de veí-
culos ainda preocupa as financeiras.
A alternativa adotada pelos bancos
de segurança maior em caso de ne-
cessidade”, explica o diretor da
Santander Financiamentos, Cezar
Janikian. O valor do seguro não é
quando estava em 5,7%, mas ainda é
fator que pesa na formação das taxas
de juros e na decisão da financeira
em liberar ou não o crédito.
ILUSTRAÇÃO FABIO BLACK/MIDJOURNEY

tem sido a de convencer o tomador determinado – por exemplo, um

de crédito a contratar também o
Seguro de Proteção Financeira (SPF)
alegando proteção a eventuais pro-
blemas financeiros durante a vigên-
cia do plano.
O SPF, ou seguro prestamista, não
é obrigatório, mas um serviço adi-
porcentual sobre o valor do emprés-
timo. “Varia de caso a caso”, diz.
Dados do Banco Central divulga-
dos em março mostram que a ina-
dimplência em financiamentos de
veículos atinge 5,2% dos contratos,
ante 3% no final de 2020. O índice
TRÊS PARCELAS GARANTIDAS Com o
SPF, se o cliente atrasar o pagamento
por desemprego, dificuldades finan-
ceiras em razão de problemas de
saúde ou outros imprevistos, o ban-
co normalmente assume três presta-
ções. Em caso de morte, a dívida

66 QUATRO RODAS ABRIL


restante do financiamento poderá
ser quitada de acordo com o limite
da indenização contratada.
As três parcelas assumidas coin-
cidem com o prazo para que a finan-
ciadora possa retomar o veículo.
Com o Marco Legal das Garantias,
que entrará em vigor no segundo se-
mestre, a reintegração do veículo
será feita sem ação judicial, como é
atualmente.
FAÇA AS CONTAS O diretor executivo
da Associação Nacional dos Exe-
cutivos de Finanças (Anefac),
Miguel de Oliveira, diz que o seguro
FOTO DIVULGAÇÃO
só é vantajoso se a taxa de juros for
reduzida, pois o risco de inadim-
plência para o banco também será
menor.
Para precificar o seguro, os ban-
cos levam em consideração o valor
financiado e as condições do toma-
dor de crédito. “Se a pessoa tiver um
emprego estável, como, por exem-
plo, ser funcionário público, ou tiver
uma carreira sólida, o valor pode ser
menor”, diz a professora de econo-
mia do Instituto de Ensino e Pes-
quisa (Insper), Juliana Inhasz.
EMPREGO SÓLIDO, JURO MENOR De
qualquer forma, diz ela, “só vale a
pena fazer se for muito barato”.
Para quem tem emprego sólido ou
consegue guardar uma reserva para
eventuais dificuldades financeiras,
não é vantagem. Mesmo que o valor
dividido em parcelas seja irrisório, é
preciso avaliar muito bem se o custo
INÊS 249
SIMULAÇÃO DE FINANCIA-
MENTO COM SEGURO
Valores cotados pela Santander Financeira
para um carro seminovo
Modelo: HYUNDAI HB20 VISION
Valor de mercado: R$ 76.500
Entrada: R$ 38.250 (50%)
Valor financiado: R$ 38.250
Prazo: 48 MESES
Seguro (SPF): R$ 2.364
Prestação mensal sem o seguro:
R$ 1.091,42
Prestação mensal com seguro:
R$ 1.159,87
extra é necessário, afirma Juliana.
SONO TRANQUILO Na opinião de
Claudia Yoshinaga, coordenadora do
Centro de Estudos em Finanças da
FGV, fazer ou não o seguro depende
do valor e do próprio tomador do
empréstimo avaliar sua exposição ao
risco. “Se o seguro deixar a pessoa
mais tranquila, talvez seja interes-
sante fazer.”
Janikian, do Santander – com
21% dos financiamentos de automó-
veis no país –, ressalta que o cenário
atualmente é de retomada de crédi-
to. “O cenário negativo começou a se
desmontar em meados do ano pas-
sado e nós conseguimos encerrar
2023 com recorde de contratos e va-
mos superar os números neste ano.”
ABRIL QUATRO RODAS 67

ESPECIAL FINANCIAMENTO | CONSÓRCIO VEICULAR
Consórcio é
para você?
Essa modalidade de financiamento,
praticamente sem juros, não tem
o mesmo rigor das financeiras
para aprovação, mas
o crédito não é imediato
POR ISADORA CARVALHO
consórcio é uma modalidade de
O crédito que já tem 63 anos de
existência. O primeiro grupo de
consórcio nasceu em Brasília (DF),
em 1961, e o objetivo era a compra do
VW Fusca. Esse tipo de financiamen-
to cresceu e são as vantagens que o
tornaram um modelo ainda muito
procurado atualmente. Devido à alta
taxa de juros existente no Brasil, ban-
cos e financeiras praticam juros ele-
vados nos contratos de financiamento
de veículos. Em março de 2024, a taxa
básica de juros brasileira (Selic) fe-
chou em 11,24%, mesmo em queda,
uma das mais altas do mundo.
Já o consórcio não trabalha com
juros e as administradoras cobram
68 QUATRO RODAS ABRIL
uma taxa de administração, que é de
cerca de 15% durante toda a dura-
ção do consórcio. A média de tempo
é de 80 meses (seis anos e meio),
segundo a Associação Brasileira
de Administradoras de Consórcios
(Abac), portanto a taxa média ao mês
do consórcio é de 0,19%, enquanto
um financiamento tradicional de
veículo tem taxa média de juros de
2,17%, segundo o Banco Central. “É
uma diferença enorme e acredito que
muitos consorciados preferiram tro-
car o imediatismo pelo planejamento
financeiro”, diz o presidente da Abac,
Paulo Roberto Rossi.
Atualmente, é possível fazer um
consórcio tanto de um modelo espe-
INÊS 249
cífico quanto por um valor exato de
carta de crédito e permite a aquisição
tanto de modelos zero-km quanto
seminovos, com até três anos de uso.
Em 2023, houve um crescimen-
to de 13,3% no volume de cotas de
consórcios de veículos leves. Foram
vendidas 1,7 milhão de cotas ante
1,5 milhão do acumulado de 2022.
AS CARTAS DE CRÉDITO O total de
ILUSTRAÇÃO FABIO BLACK/MIDJOURNEY
créditos disponibilizados no ano
passado foi de R$ 38,84 bilhões, com
636.002 contemplações. Ao analisar-
mos o volume de vendas de automó-
veis em 2023 (1.720.834), segundo a
Fenabrave, é possível chegar à con-
clusão de que 37% das vendas de car-

ros no Brasil podem ter sido por carta
de crédito. É um número expressivo,
mas é uma suposição, pois também
há um volume importante de carta de
crédito que é utilizado na compra de
modelos seminovos.
“O setor também foi impulsiona-
do pela taxa de juros elevada e pelo
aumento do rigor para a aprovação de
crédito. As administradoras de con-
sórcio são menos rigorosas na apro-
vação de um novo consorciado e isso
sempre foi um atrativo para novos
clientes”, diz Rossi.
O grupo Disal, um dos principais
grupos de consórcio de automóveis,
credita o crescimento desse merca-
do à digitalização. “Investimos em
tecnologia para digitalizar nossos
processos e reduzir os prazos de
atendimento aos clientes e atraímos
clientes de diversas faixas etárias e
poderes aquisitivos”, afirma o CEO,
Fabio Augusto de Souza. O grupo
Disal comercializou R$ 4,5 bilhões
em venda de créditos de consórcio
somente de automóveis.
“O cliente pode gerenciar o seu
grupo de consórcio por aplicativo no
smartphone, onde pode ofertar lan-
ces, acompanhar assembleias, obter
código de barras para boletos e dar
início ao processo de contemplação
para faturar o bem em alguns cliques,
obtendo expressiva redução dos pra-
zos de aprovação de crédito e fatura-
mento do automóvel”, afirma Souza.
É PARA TODOS? É válido ressaltar que
o consórcio para aquisição de um au-
tomóvel só é recomendado caso o
consumidor não tenha necessidade
de adquirir o bem de forma imediata.
Portanto, quem optar por um con-
sórcio não pode ter pressa na con-
quista do carro novo. “Os grupos de
consórcio são em maioria de longa
duração, cerca de 80 meses, e o clien-
te deve estar ciente de que pode ser
contemplado no primeiro mês, no
fim do contrato ou por meio de um
lance”, explica Rossi. A Abac orienta
que o cliente só confie em adminis-
tradoras de consórcio devidamente
registradas e reguladas pelo Banco
Central e destaca que no site oficial
do banco há a relação de todas as em-
presas autorizadas a operar grupos de
consorciados no Brasil.
Caso você não tenha pressa para
adquirir o seu carro novo, o consór-
cio pode ser uma boa opção. “É uma
alternativa viável para todos os perfis
de clientes, desde aqueles que não ti-
veram o financiamento aprovado até
aqueles que pretendem trocar de car-
ro, mas não têm urgência para isso”,
diz o CEO da Disal.
O executivo salienta ainda que o
fato de o consorciado poder ofertar
INÊS 249
lances para adquirir a carta de crédito
é mais uma vantagem do consórcio.
“No caso daqueles que querem tro-
car de carro, eles podem oferecer o
carro usado como lance e conseguir a
contemplação. Isso é uma prática co-
mum na Disal por trabalharmos com
mais de 400 concessionárias parcei-
ras que cuidam da revenda desses
veículos”, afirma Souza.
Outra possibilidade de contem-
plação é por meio do sorteio que é
realizado mensalmente pela extração
da loteria federal, para garantir a ido-
neidade de todos os premiados.
A Abac ainda ressalta que após a
contemplação o cliente pode utilizar
10% do valor da carta de crédito para
quitar as despesas inerentes à aquisi-
ção do novo carro como seguro, taxa
de transferência e licenciamento.
CASO QUEIRA DESISTIR? Caso o con-
sorciado tenha dificuldade de honrar
com os pagamentos das parcelas, há
algumas alternativas. A primeira é
tentar diminuir o valor da carta de
crédito para que a parcela também
reduza e assim possa se encaixar em
seu orçamento. E, caso essa alternati-
va não seja viável, a indicação da Abac
é que o consorciado transfira o con-
trato para outra pessoa, que deve pa-
gar os valores já pagos para o cliente
que pretende sair do grupo.
Se a única alternativa é a desis-
tência, o cliente é excluído do grupo,
mas continua participando dos sor-
teios para receber os valores devidos
e dependendo do contrato assinado
com a administradora pode ter de
pagar uma multa rescisória.
O melhor é só entrar em um con-
sórcio se pretende concluir o paga-
mento de todas as parcelas. Os es-
pecialistas aconselham ainda que o
ideal é se planejar antes de entrar em
um grupo para dar lances, os quais
dobram a chance de ser contemplado
mais cedo e “poder usufruir do novo
carro pagando uma espécie de finan-
ciamento sem juros”.
ABRIL QUATRO RODAS 69
 INÊS 249
REPORTAGEM | STOCK CAR 2025

NAVE NOVA
A Stock Car, principal categoria do Turismo Nacional, terá novo
carro em 2025 e, com ele, mudanças que devem agradar a todos:
pilotos, público e patrocinadores – POR LUIZ ALBERTO PANDINI | FOTOS DIVULGAÇÃO

C
riada há 45 anos, a Stock
Car, principal categoria de
Turismo Nacional, teve altos e
baixos ao longo do caminho.
Em alguns momentos mais difíceis,
esteve ameaçada de acabar, quando
a GM, idealizadora e patrocinadora,
cogitou abandonar as competições.
Atualmente, a categoria vive uma
fase de renovação e de euforia, que
deve deixá-la ainda mais interes-
sante para pilotos, público e patro-
cinadores. E as mudanças têm como
principal pilar o carro que estreia na
temporada do ano que vem.
O novo carro-base, denominado
Audace SNG01 foi projetado para
receber tecnologias inéditas no au-
tomobilismo brasileiro e proporcio-
nar alta conectividade (algo que será
percebido também pelo público). O

70 QUATRO RODAS ABRIL


Audace proporcionará também um
ganho de desempenho, mais segu-
rança, maior facilidade e rapidez de
manutenção, tudo programado para
evitar que a evolução provoque uma
escalada de custos.
Um dos diferenciais do Audace
SNG01 é ter chassi construído em aço
desenvolvido especialmente para
competição, denominado DP980R
e fornecido pela ArcelorMittal. “O
objetivo foi obter peso, resistência e
rigidez que proporcionassem o me-
lhor desempenho e segurança possí-
vel”, afirma Enzo Bortoleto, CEO da
Audace Tech, fabricante do modelo.
O projeto contou com a participa-
ção do IPT (Instituto de Pesquisas
Tecnológicas), responsável pelo
estabelecimento de procedimentos
padronizados e simulação compu-
tacional, e dos diversos fornecedores
participantes do projeto.
Bortoleto explica que o carro será
conectado a uma rede privativa de
5G, permitindo uma alta taxa de en-
vio e recebimento de dados, com as
câmeras dos veículos sendo conec-
tadas em tempo real. Informações
como velocidade, marcha usada
e rotação do motor, entre outras,
poderão ser mostradas ao público,
também em tempo real.
“O objetivo final é ter mais infor-
mações para o público acompanhar
e torcer por sua equipe e pilotos fa-
voritos”, explica. “Teremos três câ-
meras: uma dianteira, uma traseira
e uma 360 interna. O público terá
acesso a essas câmeras para acom-
INÊS 249
Os SUVs Corolla Cross
e Tracker emprestam
seus estilos para o
novo carro da Stock
panhar a corrida como preferir.”
A estreia do Audace SNG01 trará
também uma mudança drástica na
aparência dos carros: saem os sedãs
(silhueta-padrão desde a entrada
do Omega) e entram os SUVs, com
adaptações na largura e na altura
em relação ao solo, além de equali-
zações aerodinâmicas entre os es-
tilos das duas carrocerias. Segundo
Fernando Julianelli, CEO da Vicar,
promotora da categoria, a mudan-
ça foi aprovada após a realização de
pesquisas de mercado e de consultas
feitas às fábricas. Até março, esta-
vam confirmados para 2025 o Toyota
Corolla Cross e o Chevrolet Tracker.
Pelo menos outras duas marcas se-
rão anunciadas ainda em 2024, bem
como os modelos nos quais serão
ABRIL QUATRO RODAS 71
 INÊS 249
REPORTAGEM | STOCK CAR 2025

Estrutura tubular de aço foi desenvolvida com o objetivo de favorecer o desempenho e garantir segurança

inspiradas as suas carenagens. Outra suficiente para atrair o público, mas tal competitividade e aliar novas
mudança significativa: pela primei- o equilíbrio das disputas, com 20 perspectivas tecnológicas pode ser
ra vez os carros da Stock terão DRS a 25 carros estabelecendo tempos a receita para manter a Stock Car
(Drag Reducing System, a “asa mó- dentro do mesmo segundo nas ses- como principal categoria do auto-
vel” adotada na Fórmula 1). sões de qualificação, torna as corri- mobilismo nacional por mais algu-
Muda o chassi, mudam as care- das ainda mais interessantes. Manter mas décadas.
nagens, mudam também os moto-
res. O V8 de 5,7 litros usado desde
2001 (quando substituiu o seis-cilin- TUDO COMEÇOU COM O OPALA
dros em linha de 4,1 litros herdado
do Opala) dará lugar a um motor
turbo de quatro cilindros em linha
com 2,1 litros. O combustível conti-
nuará sendo o etanol. Denominado
Audace Tech, receberá na tampa do
cabeçote a marca correspondente
à do modelo da carroceria. O câm-
bio será um XTrac de seis marchas
sequencial e semiautomático (as
trocas são acionadas pelo piloto por
meio de borboletas no volante, mas
o mecanismo gerencia o engate).
Desde a época dos Opalas, a
Stock Car brasileira se notabilizou
por atrair a participação de pilotos
Nascida em 1979 como categoria monomarca aberta exclusivamente ao Chevrolet Opala
com passagem pela Fórmula 1 – cupê (um modelo que já tinha dez anos de existência e continuou sendo usado até 1993,
Ingo Hoffmann, Wilsinho Fittipaldi cinco anos depois de o último Opala cupê ter saído da linha de produção), a Stock passou
e Chico Serra foram os pioneiros. pelo Omega (1994 a 1999). A partir de 2000, adotou chassis especiais de corrida
padronizados e “vestidos” com bolhas de linhas semelhantes às de modelos de rua. Isso
Vários outros passaram pela catego- abriu caminho para a adoção de carrocerias multimarca a partir de 2005. O chassi utilizado
ria e, nos últimos anos, contou com atualmente (JL-G09) estreou em 2009. Ao longo desses 15 anos, as maiores mudanças da
Rubens Barrichello, Ricardo Zonta, Stock se concentraram nas carenagens, alteradas de maneira a se parecerem com o
modelo de rua mais conveniente para cada uma das fábricas participantes. As atuais, por
Felipe Massa e Nelsinho Piquet. A exemplo, reproduzem as linhas do Chevrolet Cruze e do Toyota Corolla.
presença de grandes nomes já seria

72 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

Carroceria feita de compósitos, com

fibra de carbono no aerofólio

FICHA TÉCNICA

Novo volante permite ao piloto controlar diferentes funções, bem como Audace SNG01 material compósito
acompanhar as informações sobre o funcionamento do carro Motor: Audace (incluindo fibra de
Tech Chevrolet ou carbono, fibra de
Audace Tech vidro, aramida e
Toyota, etanol, Kevlar), simulações
quatro cilindros, e testes.
2,1 litros, Fabricação: Rallc;
turboalimentado, estrutura tubular
16 válvulas e de aço DP980R
injeção eletrônica, ArcelorMittal,
500 cv (7.600 rpm) proteção
Torque: 580 Nm (de antichama por
4.000 a 6.800 paredes corta-fogo
rpm). RPM máximo: com chapas de
7.600 alumínio e
Peso: 1.100 kg revestimento
(2 kg por cv) resistente ao calor,
Câmbio: XTrac estruturas do tipo
P1529, sequencial crash box na
Velocidade, marcha, rotação do motor, ativação do RDS e outras informações e semiautomático, dianteira e traseira
poderão ser compartilhadas com o público em tempo real seis marchas, é de alumínio para
acionado pelo absorção de
piloto, mas o impacto. Banco
mecanismo do piloto projetado
gerencia o engate. e fabricado nos
Trocas acionadas EUA com
por borboletas no certificação FIA
volante. Tração Chassi: tubos
traseira DP980R da família
Direção: sistema de Aços Avançados
pinhão/ de Alta Resistência.
cremalheira, Entre-eixos: 2.750
acionamento mm. Rodas:
elétrico Mangels, liga leve,
Suspensão: medidas 11,5 x 18
triângulos polegadas
sobrepostos (diâmetro x
(“duplo A”). largura)
Sistema pushrod. Pneus: Hankook
Amortecedores medidas
reguláveis de 300/680 R18
competição
Freios: disco
ventilado, nas
quatro rodas, com
pastilhas Fras-le
e pinças de
competição AP
Novo motor Racing. Seis
2.1 turbo tem pistões na dianteira
4 cilindros e quatro na traseira
em linha Carroceria:
Chevrolet e Toyota,

ABRIL QUATRO RODAS 73


CLÁSSICOS | DANKAR SQUALO
Predador natural
Pouco conhecido do público, o esportivo carioca reuniu técnica e requinte para
se destacar diante da numerosa concorrência – POR FELIPE BITU | FOTOS FERNANDO PIRES
imples e eficiente, a plataforma
S Volkswagen com motor de qua-
tro cilindros opostos refrigerado
a ar foi a base para a maioria dos fabri-
cantes nacionais que surgiram com a
proibição das importações em 1976.
Mas nem todos permaneceram nela:
o mercado também abriu espaço para
projetos mais sofisticados como o do
Dankar Squalo.
Sediada no Rio de Janeiro, a Dankar
Indústria e Comércio de Veículos Ltda.
foi a sucessora da Squalo Indústria e
Comércio de Veículos, que em 1979 foi
mais uma a desenvolver um esportivo
sobre o chassi da perua Brasilia, o pre-
ferido entre os VW devido às bitolas
mais largas. Assim surgiu o Squalo
(tubarão em italiano), cujo estilo e
porte lembravam muito o Puma GTE.
A carroceria de plástico reforçado
com fibra de vidro também adotava
elementos de estilo comuns a espor-
tivos europeus contemporâneos: a
linha do teto em queda suave já havia
sido adotada pelo Matra Bagheera e a
dianteira em cunha com faróis esca-
74 QUATRO RODAS ABRIL
moteáveis (do Fiat 147) era bem ori-
ginal, com estrias em alto-relevo na
parte inferior.
Havia notória preocupação com a
aerodinâmica. Bem inclinado, o pa-
ra-brisa degradê já era do tipo lami-
nado e seus limpadores permaneciam
ocultos por uma cobertura ranhurada
quando desligados. Entradas de ar
falsas ocupavam o lugar das janelas
laterais traseiras e as lanternas trasei-
ras em meia-lua aludiam vagamente
ao Lamborghini Miura.
Uma nova concepção mecânica foi
apresentada em 1980: o motor deixa-
va de ser o boxer VW traseiro em favor
do quatro-cilindros em linha de 1,6
litro e 96 cv do Passat TS, agora insta-
lado entre os eixos. Do Passat também
eram herdadas a transmissão manu-
al de quatro marchas e a suspensão
McPherson, que abandonava o inade-
quado eixo oscilante.
Para acomodar o novo conjunto
mecânico, a Dankar precisou desen-
volver um chassi tubular próprio: a
rigidez da estrutura era garantida por
INÊS 249
Estrias em relevo,
na parte inferior,
disfarçam a abertura
do radiador
um túnel central formado a partir de
duas peças sobrepostas em forma de
U. A suspensão dianteira, com barras
de torção e braços arrastados sobre-
postos, permaneceu igual.
O sistema de freios manteve os
componentes originais Volkswagen:
discos dianteiros de 278 mm e trasei-
ros de 239 mm, do tipo sólido e com
o mesmo acionamento assistido a vá-
cuo do Passat. A caixa de direção era a
mesma da perua Brasilia, com preci-
são limitada pelo arcaico mecanismo
de setor e rosca sem fim.
Pesando 930 kg, o Squalo acele-
rava de 0 a 100 km/h em menos de
12 segundos, com máxima em torno
dos 175 km/h. O motor entre os eixos
garantia a distribuição de peso apro-
ximada de 55% para o eixo traseiro e
45% para o dianteiro: sua dirigibilida-
de era neutra, favorecida pelos pneus
Goodyear Grand Prix S 185/70 mon-
tados em rodas de 13x7 polegadas.
Além do comportamento dinâ-
mico previsível, o Squalo também se
destacava em conforto: os dois ocu-
 INÊS 249

pantes se acomodavam em bancos

reclináveis Procar, com apoio lombar
e revestimento de couro. Cintos de
segurança retráteis de três pontos,
vidros com acionamento elétrico e
ar-condicionado eram comodidades
raras mesmo entre os fora de série.
Revestido de madeira, o painel
contava com nada menos que dez
instrumentos: amperímetro, reló-
gio, manômetro de pressão de óleo,
termômetro de óleo, voltímetro,
indicador do nível de combustível,
termômetro de água, vacuômetro,
velocímetro com hodômetro e con-
ta-giros. O volante de raio único deu Volante com aro de madeira e excelente qualidade de construção. Foi um dos
poucos esportivos da época a contar com ar-condicionado
lugar a outro convencional no início
da produção.
O acesso ao motor era realizado
pela porta traseira e por uma cober-
tura logo atrás dos bancos, dotada de
um bom isolamento térmico e acústi-
co. Boa parte do silêncio a bordo vinha
da refrigeração líquida: o radiador era
posicionado na dianteira do cupê,
Bancos revestidos de couro têm apoios de cabeça integrados. Instrumentação
abaixo do tanque de combustível de completa exibia um capricho raro
55 litros. Em 1981, as entradas de ar
laterais passaram a ser funcionais e
sempre pintadas na cor da carroceria.
Estima-se que foram produzidas
pouco mais de 40 unidades do cupê:
além do Puma GTI, era preciso con-
correr com Adamo GTL, Miura MTS,
L’Automobile Ventura, Corona Dardo,
Farus ML 929 e outros fora de série,
situação que torna o Squalo um dos Acesso ao motor se dava pela tampa traseira e pelo interior do veículo. Atrás do
modelos nacionais mais raros e dis- motor havia um pequeno compartimento para bagagens
putados pelos antigomobilistas.

FICHA TÉCNICA

Dankar Squalo Dimensões:

1980 comprimento, 388
Motor: longitudinal, cm; largura, 181
4 cilindros em linha, cm; altura, 116 cm;
1.588 cm3, alimen- entre-eixos, 221
tado por carburador cm; peso: 930 kg
de corpo duplo Pneus: 185/70
Potência: 96 cv SR 13
(SAE) a 6.100 rpm Preço:
Torque: 13,2 kgfm Cr$ 464.000
a 3.600 rpm (fevereiro de 1980)
Câmbio: manual de R$ 142.512,41
4 marchas, tração (IPCA - IBGE) Estilo truncado
traseira R$ 133.370,98 da traseira foi
Carroceria: (INPC) muito comum na
fechada, 2 portas, década de 1970
2 lugares

ABRIL QUATRO RODAS 75


LONGA DURAÇÃO | BYD DOLPHIN
AMACIADINHO
Surpresa! Parece que o amaciamento recomendado pelo manual do BYD Dolphin
surtiu efeito: nosso carro foi mais rápido que o da fábrica, testado no lançamento
A cabou! Passado o amaciamento
de 2.000 km recomendado pela
BYD, nosso Dolphin foi subme-
tido ao seu primeiro teste de desem-
penho, o que encerra os ritos iniciais
do teste de 100.000 km. Finalmente
pudemos usar o carro no modo Sport.
Nosso carro entrou na pista de
testes de Limeira com 2.184 km no
odômetro e os resultados dos testes
foram até melhores do que os obtidos
com o carro fornecido pela fábrica
no lançamento. O mais gritante foi o
0 a 100 km/h, cumprido em 11,4 se-
gundos, quase 1 segundo mais rápido
que o carro da fábrica – que fez 12,3 s.
Nosso carro cumpriu os 1.000 metros
em 33,1 s, chegando a 156,8 km/h,
76 QUATRO RODAS ABRIL
QR_780_LONGA DURAÇÃO_BYD DOLPHIn.indd 76
POR HENRIQUE RODRIGUEZ
quando o outro precisou de 34,4 s e
não passou dos 148,3 km/h.
Desempenho nas retomadas
também foi melhor no nosso carro,
Como o carro veio sem carregador
portátil, compramos um. É um Intelbras
de 3 kW compatível com tomadas
domésticas de 110 V e 220 V
INÊS 249
Elétrico surpreendeu pela
melhora no desempenho
e pelo ruído a 80 km/h em
seu teste inicial
conforme a tabela ao lado. A maior
diferença foi na passagem de 80 a 120
km/h: demorou 8,5 s no nosso carro e
10,3 s no carro da fábrica.
Números de consumo se repeti-
ram, foram exatamente iguais nos
FOTOS FERNANDO PIRES E HENRIQUE RODRIGUEZ
dois carros. Mas nosso Dolphin foi
mais silencioso aos 80 km/h (60,3
contra 61,5 dBa) e bem mais ruidoso a
120 km/h (72,6 contra 68,8 dBa).
Não dá para afirmar nada, mas o
período de amaciamento poderia ex-
plicar o desempenho melhor. O carro
da fábrica foi emprestado para teste
ainda aos 1.150 km. E, embora mo-
tores elétricos tenham apenas uma
parte móvel (o rotor), o amaciamento
seria justificado por algum assenta-
 INÊS 249

O Dolphin tem seu próprio

cronômetro. Mas deu
diferença de 0,2 s para
nosso instrumento aferido

mento das engrenagens do diferen- Isso na teoria. Na prática, o Zoe nem TESTE
cial dianteiro – que é o responsável aceita a recarga com esse padrão da DOLPHIN DOLPHIN
FÁBRICA QR
por entregar os 95 cv e 18,4 kgfm às rede elétrica (fase+fase+terra), que
0 a 100 km/h (s) 12,3 11,4
rodas dianteiras. existe em poucas cidades no Brasil.
Muitos carregadores portáteis à 0 a 1.000 m (s) 34,4 33,1

RECARGA EM QUALQUER LUGAR O
convívio com o carro elétrico muda
nossa rotina. É a paradinha para re-
carga obrigatória para voltar da pista
de testes (e tem que ter sorte para não
estar em uso), é a ida a um shopping
onde os carregadores são menos mo-
vimentados ou, no meu caso, a ida a
um supermercado diferente onde há
carregadores rápidos. Até já fiz ami-
zade com alguns motoristas de apli-
cativo, que deram uma dica impor-
tante: nem todo carregador portátil é
igual e compatível com o 220 V, mais
facilmente encontrado no Brasil.
Quem deu a letra foi um motorista
de Renault Zoe: o carregador portátil
do modelo não aceita o 220 V, mais co-
mum no Brasil, que é fase+fase+terra,
apenas o esquema fase+neutro+terra.
O problema é que o carregador só re-
conhece uma fase de 110 V e entrega,
no máximo 1,2 kW, em vez de 3,5 kW.
venda no Brasil seguem esse padrão D 40 a 80 km/h (s) 4,9 4,5
ou, no mínimo, não esclarecem as D 60 a 100 km/h (s) 7 6,4
redes elétricas com as quais são com- D 80 a 120 km/h (s) 10,3 8,5
patíveis. Vale observar se há a indica-
Cons. urbano (km/l) 8,4 8,4
ção “F+N+T ou 2F+T” nas especifica-
Cons. rodoviário (km/l) 7,6 7,6
ções do produto.
Os modelos de carregadores por-
táteis que se enquadram nessa espe- BYD DOLPHIN 2.443 KM
cificação são um pouco mais caros FICHA TÉCNICA
e, dentre as opções, escolhemos o Versão: GS 180 EV
Intelbras CVE 3000P, que segue pa- Motor: elétrico, diant., transversal, síncrono,
drões europeus de segurança, tem 4 95 cv, 18,4 kgfm
Câmbio: automát., 1 marcha, tração diant.
m de cabo, pesa cerca de 1,5 kg e veio
com uma bolsa de transporte. Esse REVISÕES
carregador entrega até 3 kW a 220 V, a Até 100.000 km: grátis
uma corrente de até 13 A, o que poderá SEGURO
evitar sobrecargas em tomadas des- R$ 1.570
conhecidas e tem o diferencial de ter CONSUMO
dois anos de garantia. Não foi dos mais No mês: 7,6 kW/100 km, com 52,4% de
baratos: custou R$ 2.655 no site greenv. rodagem na cidade
com.br. Ainda assim, mais em conta Desde jan/24: 7,6 kW/100 km, com 61,5%
de rodagem na cidade
que o carregador portátil vendido nas Carregamento: 215,8 kW, 19h13 min,
concessionárias BYD a R$ 3.900. R$ 436,03

ABRIL QUATRO RODAS 77

QR_780_LONGA DURAÇÃO_BYD DOLPHIn.indd 77

 INÊS 249
LONGA DURAÇÃO | CITROËN C3 E JEEP COMPASS

Stellantis: a loja
da rede Peugeot
também vende
carros Citroën

FIM DA CROCÂNCIA
Nosso Citroën C3 precisou visitar a oficina antes da hora. Os motivos: trepidação
no motor e, novamente, barulhos ao girar o volante. E a culpa era da suspensão...

A concessionária até tentou resol-
ver os barulhos e trepidações ao
girar a direção durante a revisão
dos 30.000 km do nosso Citroën C3.
Reapertaram os sitemas, mas os ba-
rulhos voltaram três dias depois e fo-
ram agravando. Achamos melhor não
esperar a revisão seguinte para tentar
solucionar isso e marcamos uma visi-
ta a outra concessionária só para isso.
Tentamos marcar na Green do
Morumbi, em São Paulo, mas por
falta de agenda (o que estamos no-
tando ser comum na rede Citroën)
nos direcionaram para a Peugeot
Nações Unidas, que curiosamente
duas outras verificações a serem fei- O fato é que o reaperto teve efeito.
tas no carro: uma na fixação do para- Na noite do mesmo dia ouvimos um
-sol do motorista e outra no resistor discreto barulho na direção ao ma-
do ventilador do ar-condicionado. nobrar o carro, mas não se repetiu
Deixamos o C3 na concessio- nas semanas seguintes. E o três-ci-
nária três dias depois, pela manhã. lindros 1.0 está mais sereno.
Anotaram as observações e, por sinal,
a reclamação sobre a trepidação do CITROËN C3 39.245 km
motor entrou em um relatório à parte. FICHA TÉCNICA CONSUMO
Pediram apenas para que o veículo fi- Versão: First No mês: 12,5 km/l
casse até o dia seguinte, se fosse pos- Edition 1.0 com 34,3% de
sível. Concordamos. Motor: 3 cil., diant., rodagem na cidade
transv., 999 cm3, 6V, Desde abril/23:
O carro ficou pronto por volta aspirado, 75/71 cv a 13,5 km/l com
das 14 horas. As peças, as quais a 6.000 rpm, 10,7/10 31,4% de rodagem
fábrica solicitou a verificação, não kgfm a 3.250 rpm na cidade
Câmbio: manual, Combustível:
precisaram ser trocadas e fizeram
*PERFIL QUATRO RODAS

5 marchas, tração flex (gasolina)

também vende (e atende) carros da um reaperto geral na seção diantei- dianteira
GASTOS NO MÊS
marca Citroën. O atendimento foi ra do carro, o que teria solucionado
FOTO LEONARDO BARBOZA

REVISÕES
Combustível:
pelo WhatsApp. Falamos da direção não apenas os barulhos ao esterçar a Até 100.000 km R$ 1.243
e também de uma trepidação inco- direção, mas também a vibração do R$ 7.518
mum no motor e ali mesmo o aten- motor. E pediram para retornar caso SEGURO
dente também sinalizou que havia os problemas voltassem a acontecer. R$ 1.824

78 QUATRO RODAS ABRIL

QR_780_LONGA DURAÇÃO Compass e C3.indd 78 22/03/24 13:33


Barulho
no motor
aguarda
parecer
SINAL DE ATENÇÃO
Jeep Compass chegou bem aos 90.000 km, mas um barulho metálico
na parte de baixo do motor nos causa preocupação
O Jeep Compass entrou na reta
final do teste de Longa Duração,
mas, aparentemente, ainda há
muitas emoções pela frente. Assim
que completou 90.000 km, gravamos
um vídeo fazendo um balanço sobre
sua jornada e as ocorrências durante
o teste. Você pode conferir em nosso
canal do YouTube (youtube.com/@
quatrorodas).
Foi a tempo de relatar uma das úl-
timas panes. “Peguei o carro na Abril
e, 3 km depois, o alerta de pneu va-
zio apitou: o direito traseiro com 29
psi e o esquerdo com 30 psi. Parei no
primeiro posto e calibrei, mas con-
tinuou. Só voltou ao normal à noite,
após mais de 60 km desde que foi
FOTO FERNANDO PIRES
calibrado e algumas horas parado”,
relata o repórter Guilherme Fontana.
Depois da gravação do vídeo,
o Compass 1.3 turbo seguiu para
QR_780_LONGA DURAÇÃO Compass e C3.indd 79
INÊS 249
Itapira, no interior de São Paulo, sim da parte de baixo do motor. Como
para passar uma temporada com a esse motor teve o problema de con-
oficina Car 13, nossa parceira que faz sumo de óleo no passado, acendemos
o acompanhamento dos carros do a luz amarela. Esperamos ter um pa-
Longa Duração. A intenção era veri- recer sobre isso na próxima edição.
ficar a situação do carro a essa altura
do teste e ouvir um “tec-tec” no mo- JEEP COMPASS 91.000 km
tor ao dar a partida com o motor frio. FICHA TÉCNICA CONSUMO
Era sábado de manhã quando Versão: Longitude No mês: 7,5 km/l
chegou o áudio de três minutos pelo 80 anos 1.3 Turbo com 43,8% de
WhatsApp. “Fui com o Compass Motor: 4 cil., diant., rodagem na cidade
transv., 1.332 cm3, Desde agosto/21:
para casa, dei partida de manhã e 16V, turbo, inj. dir., 9,5 km/l com
assim que liguei realmente escutei 185/180 cv a 5.750 34,2% de rodagem
*PERFIL QUATRO RODAS
um barulho bem feio de batida, mas rpm, 27,5 kgfm na cidade
a 1.750 rpm Combustível:
que depois para”, contou o mecânico Câmbio: automá- flex (gasolina)
Willian Artigiani, responsável pela tico, 6 marchas,
oficina. “Mas você vê que algum pon- tração dianteira SEGURO
to do motor pode estar ficando sem GASTOS NO MÊS R$ 3.268*
lubrificação”, completou. Combustível: REVISÕES
De acordo com ele, o barulho não R$ 1.547
Até 96.000 km
vem de tuchos de válvulas descar- R$ 7.803
regados, como imaginávamos, mas
ABRIL QUATRO RODAS 79
22/03/24 13:33

AUTO-SERVIÇO | REPORTAGEM
ATÉ ONDE VAI A RETÍFICA?
Veja quando vale a pena consertar o motor ou trocar por um novo
POR FERNANDO MIRAGAYA
V
ocê está tranquilão em uma
grande loja de autopeças e da-
qui a pouco se depara com um
bloco inteiro de um conheci-
díssimo Fiat Fire novinho em folha
– ou melhor, em ferro. Na frente, um
cartaz amarelo do tipo de supermer-
cado com o preço de R$ 5.999,99. E
aí você se pergunta: por que raios al-
guém vai comprar um motor novo já
que existe retífica?
Quando o motor quebra, a primei-
ra coisa que vem à mente do dono
do veículo é a retífica, nome popular
para indicar reparos diversos e trocas
de itens que recuperem o pleno fun-
cionamento do conjunto mecânico.
Sem dúvida é o caminho mais natural
80 QUATRO RODAS ABRIL
do que partir para um propulsor in-
teiramente novo.
“Se o problema está perto do ca-
tastrófico e o carro ainda tem certo
valor de revenda, vale fazer a retífi-
ca. As peças em si não costumam ser
muito caras, a mão de obra que é. Tem
de tirar o motor, abrir, inspecionar,
montar de novo…”, observa o enge-
nheiro Eduardo Tomanik, da comis-
são técnica de motores da SAE Brasil.
NA PONTA DO LÁPIS Em motores po-
pulares, a retífica geralmente também
é indicada por ser viável financeira-
mente falando. Ainda mais quando se
fala de um carro com oito anos de uso
ou mais. Nestes casos, é preciso pôr na
INÊS 249
ponta do lápis o custo/benefício.
Vamos ao exemplo do motor Fire
que abriu esta reportagem. Uma re-
tífica do motor de 1 litro custa, em
média, entre R$ 2.500 e R$ 3.800 em
oficinas de São Paulo e Rio de Janeiro,
já com a mão de obra. Mesmo se for
um Uno ano 2014, por exemplo, que
custa entre R$ 25.000 e R$ 30.000 nos
principais sites de compra e venda de
veículos, o conserto vale a pena.
Para carros que venderam pouco,
de marcas com volumes baixos ou de
nichos de mercado, a retífica pode ser
não só a melhor como a única solução.
Muitas vezes tais modelos têm com-
ponentes difíceis de achar ou exigem
mão de obra mais específica.

“Retífica é mais fácil, mas tudo
parte de verificar o dano. O ideal é
fazer comparação de preços entre
motor novo e serviços feitos com qua-
lidade, e com peças de qualidade”,
sugere o engenheiro mecânico espe-
cialista em motores Renato Passos.
É importante lembrar que a pró-
pria retífica tem suas variáveis. Um
recondicionamento geral prevê a tro-
ca de componentes como bronzinas,
anéis e pistões, além da “usinagem”
de peças como virabrequim, bielas,
cabeçote, válvulas de admissão e es-
cape, entre outros.
Porém, muitos projetos de moto-
res permitem consertos parciais. Ou
seja, compra-se um kit de peças para
serem substituídas. “Alguns motores
já previam isso no passado, inclusive.
O Ford CHT é um exemplo: tinha jogo
de camisas, anéis, pistões e bronzi-
nas”, ressalta Passos.
FOTO DIVULGAÇÃO
QUANDO É MELHOR UM NOVO? É preci-
Retificar exige mão
de obra competente
e peças de boa
qualidade
so ponderar também que os motores
podem ter limites para tais recondi-
cionamentos. Especialistas e mecâni-
cos dizem que, em alguns propulso-
res, por exemplo, não é possível fazer
mais de uma retífica do cabeçote.
Além disso, tem a questão do blo-
co do motor. Em caso de rachadu-
ra, o ideal é partir para um novo, já
que sua recuperação é muito difícil.
Mesmo que seja possível o conserto,
a vida útil do conjunto tende a ficar
comprometida.
Tem ainda aqueles motores muito
tecnológicos e cujo projeto é comple-
xo. Muitas vezes, o próprio mercado
de reparação ainda carece de dados
técnicos e equipamentos, ou mesmo
não existe disponibilidade de todos
os componentes específicos para a
montagem.
DÁ PARA CONFIAR EM RETÍFICA?
Segundo os especialistas, a retífica
correta e feita com peças de quali-
INÊS 249
dade garante praticamente a mesma
vida útil do motor novo previsto pela
montadora. Contudo, é preciso se-
guir algumas regras básicas.
A primeira é fazer o serviço em
uma oficina mecânica de confiança
e com boa reputação no mercado. E
que use componentes de qualidade
– a ABNT impôs normas para peças
de retífica, sobretudo as importadas,
que devem ter um selo de autorização
para comercialização e uso no país.
“Uma retífica bem feita deixa o
motor muito próximo a um novo. Mas
é preciso estar atento às falsificações.
Peças ruins podem fazer o carro dar
problema uma semana depois. O
ideal é ir a uma oficina de confiança,
que emita nota fiscal, que tenha equi-
pamento e maquinário bom e que dê
garantia”, orienta Tomanik , da SAE.
“Interessante ter um mecânico
orientando. Se é um motor com retí-
fica complicada e alguém vende uma
retífica milagrosa, pode ter certeza
de que você vai ficar pelo meio do ca-
minho”, completa Passos.
JÁ QUEM VAI PÔR UM MOTOR NOVO
Quem vai trocar o motor deve ter em
mente que não é só colocar o blocão
no carrinho de compras e pronto.
É preciso levar em consideração o
custo da mão de obra e também bus-
car oficinas mecânicas especializa-
das e capacitadas com ferramental
adequado.
Ainda tem a parte burocrática.
Com a nota fiscal do motor novo, o
dono do veículo tem de ir ao Detran.
O procedimento-padrão consiste em
preencher um formulário (geralmen-
te digital), pagar a taxa correspon-
dente (que varia conforme o estado)
e dar entrada na solicitação de troca.
O mesmo procedimento vale se
você for comprar um motor já recon-
dicionado e pronto em um modelo
de negócio em que o proprietário do
veículo dá seu motor “fundido” ou
“quebrado” para a loja – muitas em-
presas já fazem esse serviço.
ABRIL QUATRO RODAS 81

AUTO-SERVIÇO | USADO DO MÊS
A PARTIR DE R$ 77.878 (2020)
VW T-CROSS
Eficiência e nível de equipamentos superior são as maiores virtudes do SUV
mais querido do Brasil – POR FELIPE BITU
O T-Cross é um fenômeno de ven-
das, mesmo para os padrões da
popularíssima VW. Apresentado
em 2019, o SUV conquistou o público
em razão de motores eficientes e de
um nível de equipamentos só visto
em categorias superiores.
Se o bolso permitir, vá direto para a
versão topo de linha Highline, a única
com o motor 250 TSI, 1.4 turbo flex de
150 cv. O destaque está no torque de
25,5 kgfm a 1.500 rpm, perfeitamente
casado ao câmbio automático
AQ250-6F de seis velocidades. Se no
Jetta e no Tiguan o motor 250 TSI era
apenas adequado, no T-Cross ele dá
um show de eficiência: percorre 12,3
km/l na cidade e 15 km/l na estrada. E
tudo isso mantendo a agilidade: seus
1.292 kg vão de 0 a 100 km/h em 9,7 s.
A Highline também se destaca
pelo visual externo, com cromados e
frisos nas janelas. Também conta com
detalhes exclusivos no painel e já vem
82 QUATRO RODAS ABRIL
de série com bancos revestidos com
imitação de couro, chave presencial e
botão de partida.
O pacote Tech & Beats conta com
faróis full-led, park assist e sistema
de som Beats com subwoofer. Os mais
completos contam com teto solar Sky
View e painel digital. Sensação, o
Active Info Display tornou-se item de
série em 2020 a partir da versão
Comfortline, junto com a multimídia
com tela de 8”. Intermediária, a
Comfortline perde bancos revestidos
de “couro”, rodas aro 17 e o motor 250
TSI. Em seu lugar surge o 200 TSI, um
três-cilindros 1.0 turbo flex que tam-
bém pertence à família EA-211. São
115/128 cv e bons 20,4 kgfm entre
2.000 e 3.500 rpm, com câmbio auto-
mático de seis marchas. Acelera de 0 a
100 km/h em 11,2 s e faz 11,7 km/l na
cidade e 16,9 km/l na estrada.
A versão de entrada 200 TSI traz
seis airbags, piloto automático, freios
INÊS 249
Atenção a
quilometragens
acima da média
a disco nas quatro rodas, controles de
tração e estabilidade, assistente de sa-
ída em rampas, luzes diurnas de led,
faróis de neblina com luz de curva
(cornering light) e saídas de ar-con-
dicionado para o banco traseiro.
Nem todos sabem, mas o T-Cross
teve uma versão de entrada com câm-
bio manual de seis marchas nos mo-
delos 2020 e 2021: vai de 0 a 100 km/h
em 10,5 segundos e faz 13,8 km/l na
cidade e 17,1 km/l na estrada. Pode até
não ter mercado, mas os engates e o
escalonamento do câmbio MQ200-
6F arrancam sorrisos de qualquer um
que goste de trocar marchas.
Virtudes não faltaram ao T-Cross
para conquistar o mercado: o entre-
-eixos longo, de 2,65 metros, oferece
espaço de sobra para quatro adultos e
sua mecânica não é novidade para
reparadores independentes. Um de
seus únicos pontos fracos é o porta-
-malas, com apenas 373 litros.
 INÊS 249

ONDE O BICHO PEGA

CABEÇOTE 1 Nos dois a correia dentada

e seu tensor devem ser trocados após
120.000 km ou quatro anos e meio. Apesar
de simples, o procedimento é trabalhoso
e não sai por menos de R$ 2.000. Porta-malas
FOTOS FERNANDO PIRES

pequeno é
BOMBA D’ÁGUA Tanto no 200 TSI quanto no um ponto fraco
250 TSI pode ocorrer uma falha na junta de do SUV
vedação. Aproveite para verificar o estado
da correia Poli-V que a aciona.

REMAPEAMENTO Os motores TSI são

famosos pelos ganhos de rendimento com
alterações no gerenciamento eletrônico. O PREÇO MÉDIO DOS USADOS* (TABELA KBB BRASIL)
problema é que quase sempre isso encurta MODELO 2020 2021 2022 2023
a vida útil do motor e da transmissão. 200 TSI MT6 77.878 80.868 - -

SUSPENSÃO Na suspensão dianteira, 200 TSI AT6 83.864 91.062 98.258 105.509
verifique o estado geral de buchas, SENSE 200 TSI AT6 84.847 87.823 89.222 96.199
batentes e das bieletas que ligam a barra COMFORTLINE 200 TSI AT6 93.890 98.118 107.219 124.100
estabilizadora às bandejas. Na suspensão
traseira, confira a integridade do eixo. HIGHLINE 250 TSI AT6 99.184 110.045 111.972 135.281

* VALORES EM REAIS CALCULADOS PELA KBB BRASIL PARA A COMPRA PELO PARTICULAR
TETO SOLAR Não é comum infiltrações.
Verifique o funcionamento do sistema, que PREÇO DAS PEÇAS
deve ser sem estalos ou ruídos. PREÇO DAS PEÇAS ORIGINAL PARALELO
FAROL (JOGO DE) 10.528 2.597
FREIO São comuns as queixas de pedal
duro, causadas por falha no sistema de AMORTECEDORES 3.631 2.700
assistência a vácuo. O problema pode estar PAR DE DISCOS DIANTEIRO 949 790
no sensor do hidrovácuo, na bomba de JOGO DE PASTILHAS DIANTEIRO 378 359
vácuo, na mangueira que liga a bomba ao
hidrovácuo ou em um fusível queimado. PARA-CHOQUE DIANTEIRO 1.525 521

A VOZ DO DONO NÓS DISSEMOS PENSE TAMBÉM EM UM...

NOME: Rafael Caldeira
IDADE: 43 anos
PROFISSÃO: funcionário público
CIDADE: Limeira (SP)

O QUE O QUE
EU ADORO EU ODEIO
“O rendimento do “O nível de
conjunto mecânico ruído é elevado.
é excelente: sempre O problema é ABRIL DE 2019 “O T-Cross acelerou de 0 HYUNDAI CRETA É o mais indicado. Priorize
acima de 10 km/l o excesso de a 100 km/h em 9,7 segundos e [...] nas os modelos 2022 em diante, já com o
na cidade e quase plásticos rígidos nossas medições de consumo, o T-Cross estilo polêmico e motor Kappa II, um três-
15 km/l na estrada. no interior e das também terminou com os melhores -cilindros 1.0 turbo flex com injeção direta.
O nível de conforto suspensões, números: 12,3 km/l na cidade e 15 km/l Só não espere o mesmo rendimento: são
também agrada: que apresentam na estrada. A explicação para isso está no 17,5 kgfm a 1.500 rpm e 120 cv a 6.000
é bem equipado e rangidos fato de que, apesar de pequeno, o motor rpm para impulsionar 1.270 kg. Isso resulta
espaçoso mesmo incompatíveis com do T-Cross tem recursos que os motores em 0 a 100 km/h em 11,2 segundos, mas
para pessoas a qualidade do dos concorrentes não têm, como turbo e as médias de consumo são de 11,5 km/l na
grandes.” projeto.” injeção direta de combustível [...].” cidade e 14,4 km/l na estrada.

ABRIL QUATRO RODAS 83

 INÊS 249
AUTO-SERVIÇO | NOVAS TECNOLOGIAS

CAPA
PROTETORA
BRIGADA ANTIFOGO
Diferentes fatores contribuem para as chances de
incêndios em carros elétricos. Como o resultado é
quase sempre catastrófico, a prevenção do fogo
se torna ainda mais importante

Carros elétricos estão sujeitos a

incêndios dificílimos de se conter.
Mas a prevenção é engenhosa, TROCA FÁCIL
simples e já chegou ao Brasil O Corachar, depois de
exposto ao fogo, tem
POR EDUARDO PASSOS possibilidade de ser

E
trocado. Inclusive apenas
m geral, veículos elétricos trazem recursos de nas células incendiadas.
condução autônoma que, de maneira ativa,
evitam vários acidentes. A falta de combustí-
vel líquido também diminui as chances de incên-
dio, mostram dados dos EUA e da Austrália, mas,
quando pegam fogo, os EVs dão imenso trabalho
aos bombeiros.
Culpa da avalanche (ou fuga) térmica: é o pro-
cesso no qual as células das baterias liberam calor e
geram uma química que produz mais calor e au-
menta a reação num processo descontrolado.
Brigadistas chegam a utilizar 170.000 litros
d’água para socorrer um carro elétrico (até 90 vezes
mais do que seria gasto num equivalente a gasoli-
na), e já há protocolos para que simplesmente dei-
xem o veículo queimar e cuidem de proteger as ime-
diações. É algo que ajuda a explicar tantos incêndios
catastróficos de EVs que vemos na internet.
Para evitar que se chegue a esse ponto, a norte-
-americana PPG desenvolveu um produto, batiza-
do de Corachar SE 4000B, que já vem sendo ofere-
cido para montadoras no Brasil. Ele consiste numa
resina epóxi que é colocada logo acima do compar-
timento de baterias do carro. Seu papel é conter a
avalanche térmica, de modo que o fogo até danifi-
que as células, mas não destrua o veículo.
Pensado no ritmo de uma fábrica, o Corachar PERIGO IMINENTE
pode ser aplicado por robôs, que o borrifam em Conheça os principais fatores de risco de incêndio num EV
spray sobre a peça. O revestimento tem apenas 0,06
cm de espessura e pesa menos de 1 kg, mas promete
FOTOS DIVULGAÇÃO / ILUSTRAÇÃO FABIO BLACK/MIDJOURNEY

aguentar até 1.200 oC por 30 minutos, permitindo ÁGUA: a água salgada ou com
impurezas conduz bem a
uma resposta segura dos ocupantes e socorristas. eletricidade e é suspeita de ter
Além da fórmula química da PPG, o truque está favorecido incêndios em navios que
na propriedade intumescente do material, que se levavam carros elétricos. Há relatos
de EVs que pegaram fogo enquanto
expande quando aquecido e, assim, melhora seu submersos em enchentes nos EUA.
isolamento térmico. Há compatibilidade com dife-
rentes tipos de baterias e até um efeito colateral
positivo: a maior estabilidade da temperatura per-
mite carregamento mais rápido.

84 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

APLIQUE RÁPIDO
Montadoras precisam
só de um aplicador-robô
para, em segundos,
instalar o Corachar em
seus carros elétricos.

BATIDAS: choques mecânicos CONEXÃO: baterias de baixa

podem causar vazamentos nas
células e, assim, permitir uma
reação em cadeia. Motivo para
os engenheiros reforçarem
as estruturas que protegem
a bateria, nos projetos.
qualidade e falhas no sistema de
gerenciamento térmico são fatores
de risco. Foi o que aconteceu com
o Chevrolet Bolt EV, cuja ocorrência
de incêndios motivou recall de
140.000 unidades.

ABRIL QUATRO RODAS 85

 INÊS 249
AUTO-SERVIÇO | CORREIO TÉCNICO - POR LEONARDO BARBOZA
Tem alguma dúvida? Mande sua pergunta para: 4rodas.abril@atleitor.com.br

Películas
requerem
aplicação
criteriosa

VIDRO BLINDADO?
Posso colocar PPF no para-brisa para evitar trinca
de pequenas pedras? – BIANCA DESGAPERI, SÃO PAULO (SP)
uvimos o aplicador de películas “A película ClearPlex possui ca- adverte o especialista.
O Thiago Gonçalves, que é especia-
lista no assunto. Segundo ele, existe
racterísticas que a PPF não tem,
como proteção contra impactos,
Devido a todos esses detalhes, a
instalação de PPF no para-brisa não
uma película própria para essa fina- bloqueio dos raios UVs, antirrisco – é recomendada porque, sem essas
lidade, para aplicação específica em que não risca com o atrito da palheta características, as palhetas podem
para-brisas, que se chama Clear- do limpador de para-brisa – e repe- enroscar quando acionadas e a visão
Plex, e foi desenvolvida para aplica- lência – que não prejudica a visão do do motorista pode ficar distorcida,
ção pelo lado de fora do vidro. motorista em situações de chuva”, prejudicando assim a segurança.

Por que os catalisadores de hoje em dia não Catalisadores

têm o mesmo cheiro forte dos primeiros reduzem as
emissões dos
equipamentos antipoluição? – CARLOS CINCOETTI, CONTAGEM (MG) motores

e acordo com o engenheiro Everton Silva, da SAE Brasil, ao longo dos anos e
D também devido à legislação de emissões, houve grande evolução dos mate-
riais empregados na produção dos catalisadores, os quais se tornaram muito
mais eficientes do que eram 25 anos atrás. Mas o principal fator que provocava
o cheiro estranho, no passado, não era necessariamente por culpa dos catalisa-
dores, e sim pelo alto índice de enxofre que havia na gasolina brasileira. “O
FOTOS DIVULGAÇÃO

enxofre, quando ele é convertido, acaba formando o que nós chamamos de di-
óxido de enxofre (SO2), que possui um odor muito forte, chamando a atenção
das pessoas na época”, afirma o engenheiro.

86 QUATRO RODAS ABRIL


Ao manobrar o meu
veículo na garagem,
escuto pequenos
estalos no volante.
O que pode estar
acontecendo?
GUSTAVO NORONHA, SANTO ANDRÉ (SP)
e acordo com a especialista em
D mecânica de automóveis Luciana
Félix, o sistema de direção do veícu-
lo não opera isoladamente, mas sim
em conjunto com outros como os de
suspensão e de freios, por exemplo.
Portanto, problemas na direção po-
dem ter diferentes origens. Como
você descreve pequenos estalos no
volante, a suspeita é de que eles ve-
nham das chamadas juntas homo-
Tenho um VW Virtus
Highline 2019 com
medidas de pneus
Pirelli 205/50 R17.
Gostaria de saber se
é possível trocar por
pneus 205/55 R17
e o que acarretaria
no funcionamento
do veículo?
PAULO ROGÉRIO GONÇALVES, SÃO PAULO (SP)
onsultamos a Volkswagen e a
C Pirelli e ambas se limitaram a di-
zer que não recomendam a troca
porque os pneus são desenvolvidos
FOTOS DIVULGAÇÃO E CHRISTIAN CASTANHO
com características específicas para
o bom funcionamento do carro. De
modo geral, porém, é possível subs-
tituir as medidas dos pneus originais
se a mudança for por outro jogo
também homologado pelo fabrican-
A direção
depende de
outros sistemas
do carro
cinéticas – peças responsáveis por
transmitir a força do motor para as
rodas, permitindo que elas girem
enquanto o motorista vira o volante.
“Quando existe um desgaste dessa
peça, podem ocorrer estalos, espe-
cialmente ao manobrar em baixa
velocidade, ou até mesmo a sua
quebra, o que pode colocar em risco
a segurança do motorista e demais
condutores”, diz Luciana Félix, que
Pneus são especificados de acordo com as características dos veículos
te para o mesmo veículo. “É muito
fácil saber quais as dimensões ho-
mologadas: em geral, elas estão in-
dicadas em um adesivo na porta do
motorista ou no Manual do Pro-
prietário, mas também podem
aparecer na tampa do tanque de
combustível”, informa a Michelin.
Segundo a fabricante, recomenda-
-se respeitar os tamanhos homolo-
INÊS 249
aponta também outros componen-
tes que podem estar relacionados
aos estalos como a barra de direção,
que sofreu desgaste. E os amortece-
dores. “Embora menos comum, o
desgaste dos amortecedores pode
resultar em estalos ao girar o volan-
te. Porque isso pode permitir que as
peças do sistema de direção se mo-
vam irregularmente, causando es-
talos”, explica.
gados para não comprometer a se-
gurança. Ao escolher um tamanho
que não foi aprovado, você poderia
colocar pneus muito largos, com o
risco de ser maior que a largura do
veículo (o que é considerada uma
infração de trânsito). Ou incorrer
em erros como usar pneus com ín-
dice de carga insuficiente para a
necessidade do veículo.
ABRIL QUATRO RODAS 87

AUTO-SERVIÇO | AUTODEFESA
A deformação,
quase
imperceptível,
fica nesta
região
ERRO DE PROCEDIMENTO
Donos do BYD Song reclamam dos amassados ao fechar o capô (da maneira
que é recomendada no Manual do Proprietário) – POR WALDEZ CARMO AMORIM
T odo motorista deveria saber que,
para fechar o capô do carro, o
correto é soltar a tampa, a alguns
centímetros de altura, de modo que
ela feche com o impacto. Nem todo
motorista sabe disso, no entanto, e faz
errado, pressionando a lataria até ou-
vir o click da trava, podendo assim
amassar o capô. O erro pode aconte-
cer por desconhecimento, excesso de
zelo, mas também por falta de orien-
tação das concessionárias, quando o
cliente retira o carro zero-km.
No caso do BYD Song Plus há um
agravante porque seu Manual do
Proprietário recomenda pressionar a
lataria. Não é possível afirmar que o
manual seja o responsável pelos capôs
de Song Plus amassados, porque pou-
cos motoristas leem o manuais. Mas
dá para reclamar da falta de orienta-
ção por parte das concessionárias. E
também do fato de esse SUV ter tan-
tos problemas desse tipo, como rela-
tam os proprietários.
O engenheiro Marcelo Carraro, de
Porto Alegre (RS), dono de um Song
88 QUATRO RODAS ABRIL
Imagem do manual
sinaliza região do
capô que deve ser
Plus 2023, diz que notou um amassado
15 dias depois de comprar o carro.
“Pensei que havia sido eu, mas, ao ob-
servar uma foto tirada no dia da entre-
ga do carro, percebi que já estava des-
sa forma”, conta. O problema teria
acontecido antes, quando o carro ain-
da estava no pátio da concessionária.
É comum os proprietários perce-
berem depois de um tempo que estão
com o carro, como conta o empresá-
rio e dono de um canal no YouTube
sobre o Song, Cristiano Meditsch, de
Porto Alegre (RS), proprietário de um
Song Plus 2022. “Achei que era nor-
mal, mas, ao colocar o meu carro ao
lado de um modelo semelhante, per-
cebi a diferença de uns 2 centímetros
no centro e acima do final do capô.
Hoje, só fecho soltando a peça, tenho
receio de fazer como manda o manu-
al, apertando”, afirma Cristiano.
O manual fala: “Puxe o capô para
baixo para fazer com que o anel de tra-
va do capô entre em contato com a
trava do capô. Coloque as duas mãos
na área mostrada na figura, em frente
INÊS 249
pressionada
FOTOS REPRODUÇÃO E ACERVO PESSOAL
ao capô, e pressione com força para
travar completamente o capô”.
Ouvimos as concessionárias e des-
cobrimos que cada uma trata o pro-
blema de modo diferente. Em uma, o
funcionário colocou a culpa no pro-
prietário. “Ocorre por mau uso e não
tem garantia”, disse. Em outra, o pro-
fissional foi mais consciente: “Como já
atendemos 26 casos, estávamos exata-
mente nesse momento em uma reu-
nião onde decidimos fazer uma plani-
lha com os casos que recebemos e
enviaremos para a fábrica, que não
está pagando (o conserto)”.
Consultada, a BYD contradisse o
manual do carro. Segundo ela, “a
maioria dos usuários procede de for-
ma errada, pois baixa o capô (até en-
contrar a trava) e força o fechamen-
to”. A empresa afirma que a parte
superior do capô não tem e não neces-
sita de resistência ou qualquer estru-
tura especial em relação à carroceria.
“O procedimento correto é baixar o
capô até aproximadamente 20 cm do
trinco e soltar a peça”, concluiu.
 INÊS 249

FALE COM
A GENTE
Fundada em 1950
REDAÇÃO
VICTOR CIVITA
(Dúvidas, sugestões, elogios, mensagens
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e flagrantes para a seção Viva-Voz e
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QUATRO RODAS 778 (ISSN 0033-5908), ano 63, é uma publicação mensal da Editora Abril. Edições anteriores: venda exclusiva em bancas, pelo preço REPRINT EDITORIAL
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 INÊS 249
AUTO-SERVIÇO | MERCADO

Novo Santa Fe é RANKING DE FEVEREIRO

um dos modelos já Os automóveis e comerciais
confirmados para leves mais vendidos do mês
chegar ao Brasil
COLOCAÇÃO UNIDADES VARIAÇÃO
1 FIAT STRADA 8.568 =
2 VW POLO 8.063 +1
3 FIAT ARGO 6.507 +4
4 FIAT MOBI 6.288 +4
5 RENAULT KWID 6.046 +12
6 HYUNDAI HB20 5.287 -4
7 HYUNDAI CRETA 4.385 -2
8 CHEVROLET ONIX 4.299 -2
9 VW SAVEIRO 4.127 =

10 JEEP COMPASS 4.074 =

FOTO DIVULGAÇÃO
11 VW T-CROSS 4.039 +2
12 NISSAN KICKS 3.907 -4
13 CHEVROLET TRACKER 3.674 -6
14 JEEP RENEGADE 3.502 +5

UMA SÓ HYUNDAI 15 TOYOTA HILUX

16 CHEV. ONIX PLUS
3.436
3.259
=
-5

Hyundai e Caoa revisam acordo comercial e acabam 17 VW NIVUS 3.250 -5

com a confusão das linhas separadas – POR GUILHERME FONTANA 18 HONDA HR-V 3.221 +4

19 FIAT TORO 3.044 -3

eguindo a onda de investimen- A partir de agora, com o novo

S tos na indústria automobilísti-

ca brasileira, a Hyundai anun-
ciou um aporte equivalente a R$ 5,4
acordo, as concessionárias serão
unificadas e venderão todos os
Hyundai disponíveis no país. Mais
20 TOY. COROLLA CROSS
21 FIAT PULSE
22 VW VIRTUS
23 TOYOTA COROLLA
2.878
2.652
2.538
2.501
-2

+1
+1
=

bilhões pelos próximos oito anos no
Brasil. Entre os destaques estão os
elétricos e a produção nacional de
hidrogênio. Mas, mais do que isso,
outro anúncio da Hyundai chamou
a atenção: o acordo entre a marca e
a Caoa foi renovado e revisado, com
um novo esquema que deverá bene-
ficiar o mercado brasileiro.
Até então, o contrato entre as
empresas previa que a Caoa podia
importar e produzir modelos da
Hyundai em Anápolis (GO), ao lado
dos carros da Caoa Chery. Isso gerava
uma confusão para o público, já que
eram duas Hyundai diferentes: uma,
a Hyundai Motor Brasil (HMB), que
produz HB20 e Creta e tem operação
própria; outra, a Hyundai Caoa, que
importa Ioniq e Kona e produz HR
e Tucson, além de atuar como im-
portadora. A duplicidade inclui até
as concessionárias, separadas para
cada uma das linhas.
do que isso, a HMB também passa
a decidir quais carros serão impor-
tados ou produzidos pela Caoa, que
seguirá apenas com os trâmites.
Na prática, isso permitirá que o
mercado brasileiro receba mais mo-
delos da marca e mais atualizados. O
atual Tucson, produzido pela Caoa,
saiu de linha nos EUA há quatro
anos, por exemplo. Sua nova gera-
ção, lançada há mais de três anos, já
passou por uma reestilização e ainda
não chegou por aqui.
O cenário tanto mudará que a
Hyundai já iniciou os anúncios: o
elétrico Ioniq 5 chegará já este ano,
assim como o novo Santa Fe. O
Kona, que chegou em 2023 atrasado
em relação ao mercado internacio-
nal, será atualizado até o início de
2025 por aqui. Conte ainda, enfim,
com o novo Tucson, e com o gran-
dalhão Palisade, ambos com estreia
prevista para acontecer em 2025.
+9
24 HYUNDAI HB20S 2.205
*
25 RAM RAMPAGE 2.101
+2 Posições em relação ao mês anterior
-2 Posições em relação ao mês anterior
= Mesma posição em relação ao mês anterior
* Primeira vez a aparecer no ranking
Pesquisa: Fenabrave
QUEM CHEGA
BMW I5 A oitava geração do Série 5 chega
ao Brasil sem cerimônias: direto com a
versão elétrica, batizada de i5. O modelo,
que traz cristais e fibra de carbono no
interior, é equipado com dois motores
elétricos que somam 601 cv e 83,6 kgfm, e
são capazes de uma aceleração de 0 a 100
km/h em 3,8 segundos, segundo a BMW. A
autonomia é de 391 no ciclo do Inmetro e o
modelo, na versão M60, sai por R$ 759.950.

90 QUATRO RODAS ABRIL

 INÊS 249

RAIO X: BMW 320I M SPORT R$ 363.950

PARA-CHOQUE DIANT. FAROL ESQUERDO PARA-BRISA RETROVISOR ESQUERDO
n/d R$ 23.062 R$ 6.863 R$ 8.426
VALORES DE PEÇAS FORNECIDOS PELA BYD

AMORTECEDORES DIANT. PASTILHAS DE FREIO LANTERNA TRASEIRA DIREITA

R$ 7.853 R$ 2.665 R$ 4.665

M odelo de luxo mais vendido de 2023 no Brasil, o BMW Série 3 é pro-

duzido no Brasil – especificamente em Araquari (SC). Porém, ele
não deixa de ser premium e de cobrar alto por seguro e peças – o para-
QUANTO CUSTA PARA MANTER?
REVISÕES ATÉ 60.000 KM N/D
SEGURO R$ 8.340
-choque dianteiro não tem preço divulgado pela rede. Nas revisões, a
FOTOS DIVULGAÇÃO

REDE DE CONCESSIONÁRIAS 51
BMW não tem valores definidos, já que segue um esquema diferente: o
próprio veículo informa quando algo precisa ser revisado. Na mecânica, DESVALORIZAÇÃO -

ele segue com motor 2.0 turbo flex de 184 cv e tração traseira.

CITROËN C3 AIRCROSS 7 Rival declarado da
Chevrolet Spin, o modelo estreia como o
carro de sete lugares mais barato do país, a
partir de R$ 117.990, na versão Feel. Os dois
bancos extras pesam 8,4 kg cada um e
podem ser removidos. Além disso, há um
sistema de ventilação para as fileiras de
trás, inexistente nas versões para cinco
passageiros. O motor é o mesmo 1.0 turbo
de 130 cv com câmbio automático CVT.
FORD E-TRANSIT A Transit é o primeiro
modelo de sua categoria a ter uma versão
elétrica no Brasil. Não apenas uma, vale
dizer: são seis configurações diferentes a
partir de R$ 542.000 – mais do que se
cobra por um Mustang Mach-E. A E-Transit
é importada da Turquia e equipada com um
motor elétrico traseiro, com 269 cv e 43,8
kgfm. A bateria tem 68 kWh e promete um
alcance de 317 km no ciclo WLTP.
RENAULT OROCH ICONIC A picape ganha a
nova versão iconic, que se posiciona como
a mais cara com motor 1.6 de 120 cv.
Baseada na Intense, ela ganha elementos
visuais e equipamentos da Outsider, como
rodas diamantadas, apliques plásticos,
sensores de luz e chuva, ar digital e câmera
de ré. A versão sai por R$ 127.800, contra
R$ 124.960 da Intense. A Outsider, com
motor turbo, pula para R$ 151.760.

ABRIL QUATRO RODAS 91

 INÊS 249
AUTO-SERVIÇO | TABELA DE PREÇOS

ENTENDA NOSSA TABELA

Tabela Preço sugerido pela fábrica para o pacote básico daquela versão, válido para o Brasil, exceto São Paulo • Desv. variação
entre os preços de tabela do modelo novo e do seminovo anunciado por lojistas doze meses depois (valores com sinal +, indicam
valorização) • Câmbio tipo e número de marchas do câmbio que equipa a versão • AEB frenagem autônoma de emergência • S&S
sistema start-stop • MM central multimídia • AB número de airbags de série na versão • item de série • O item opcional • - item
não disponível • entre parênteses, país de fabricação do veículo

AGRALE 35 Concessionárias (54) 32388000 X6 xDrive 40i M Sport 625cv (EUA) 820.950 +7,07% AT8 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB X7 M60i 530cv (EUA) 1.199.950 - AT8 6
Marruá 2.8 AM 4X4 CD 150cv (BRA) 428.705 - MT5 - - - O i4 eDrive35 M Sport 286 cv (ALE) 469.950 - AT1 6
Marruá 2.8 AM 4X4 300 150cv (BRA) 378.045 - MT5 - - - 0 i4 eDrive40 M Sport 340 cv (ALE) 514.950 - AT1 6
i4 M50 544 cv (ALE) 617.950 - AT1 6
AUDI 42 Concessionárias 08007772834 i7 xDrive60 M Sport 544 cv (ALE) 1.321.950 - AT1 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB iX xDrive40 BEV 326cv (EUA) 699.950 -1,51% AT1 6
A3 Sedan 2.0 S. Line 190cv (ALE) 284.990 - DCT7 - 6 iX xDrive50 Sport BEV 523cv (EUA) 889.950 +2,13% AT1 6
A3 Sedan 2.0 Performance Black 190cv (ALE) 302.990 -4,69% DCT7 - 6 iX M60 BEV 619cv (EUA) 1.101.950 +2,13% AT1 6
A3 Sportback 2.0 S. Line 190cv (ALE) 284.990 -7,68% DCT7 - 6 iX1 xDrive30 M Sport 313cv (CHN) 434.950 - AT1 6
A3 Sportback 2.0 Performance Black 190cv (ALE) 302.990 -1,05% DCT7 - 6 iX1 xDrive20 X-line 204 cv (CHN) 359.950 - AT1 6
A4 Sedan 2.0 Prestige 240cv (ALE) 305.990 -4,36% DCT7 - 6 iX3 M Sport 286cv (CHN) 500.950 - AT1 6
A4 Sedan 2.0 S Line 240cv (ALE) 334.990 -9,83% DCT7 6
A5 2.0 Sportback S Line 240cv (ALE) 372.990 -4,92% DCT7 6 BYD 92 Concessionárias 08007073578
A5 2.0 Sportback Carbon Edit. 240cv (ALE) 397.990 - DCT7 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Q3 2.0 Prestige TFSI quattro 231cv (BRA) 296.990 -2,73% DCT6 6 Tan EV 517cv (CHN) 529.890 - AT1 - 6
Q3 2.0 Performance TFSI quattro 231cv (BRA) 323.990 -2,11% DCT6 6 Han EV 494 cv (CHN) 539.990 -7,69% AT1 - 9
Q3 2.0 Perform. Black TFSI quattro 231cv (BRA) 351.990 -1% DCT6 6 Song Plus DM-i PHEV 235cv (CHN) 229.800 - CVT - 6
Q3 2.0 Anniversary Edit.TFSI quattro 231cv (BRA) 372.990 - DCT6 6 Yuan Plus EV 204cv (CHN) 229.800 - AT1 - 6
Q3 2.0 Sportback P. TFSI quattro 231cv (BRA) 343.990 -0,94% DCT6 6 Dolphin Mini EV 75cv (CHN) 115.800 - AT1 - - 6
Q3 2.0 Sportback P. B. TFSI quattro 231cv (BRA) 371.990 -1,94% DCT6 6 Dolphin EV 95cv (CHN) 149.800 - AT1 - - 6
Q3 2.0 Sportback A. Edit. TFSI quattro 231cv (BRA) 392.990 - DCT6 6 Dolphin Plus EV 204cv (CHN) 179.800 - AT1 - 6
Q5 2.0 Prestige TFSI quattro 252cv (MEX) 397.990 -6,14% DCT7 6 Seal EV 530cv (CHN) 296.800 - AT1 - 6
Q5 2.0 S-Line TFSI quattro 252cv (MEX) 427.990 -11,23% DCT7 6
Q5 2.0 S-Line Black TFSI quattro 252cv (MEX) 452.990 -7,14% DCT7 6 CAOA CHERY 119 Concessionárias 0800 77 243 79
Q5 2.0 Perform. TFSIe quattro PHEV 367cv (MEX) 462.990 - DCT7 6 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Q5 2.0 P.Black TFSIe quattro PHEV 367cv (MEX) 487.990 - DCT7 6 Arrizo 6 1.5 Pro Hybrid 160cv (BRA) 139.990 - CVT9 - 6
Q5 2.0 S.b. P. TFSIe S tronic PHEV 374cv (MEX) 492.990 - DCT7 6 iCar 61cv (CHN) 119.990 - AT1 - - 2
Q5 2.0 S.b. P. B. TFSIE S tronic PHEV 367cv (MEX) 517.990 - DCT7 5 Tiggo 5X Sport 1.5 150cv (BRA) 114.990 - CVT9 - - 6
Q7 3.0 Performance TFSI quattro 340cv (ESL) 571.990 -2,27% AT8 6 Tiggo 5X Pro 1.5 150cv (BRA) 129.990 -13,52% CVT9 - - 6
Q7 3.0 P.B. TFSI quattro 340cv (ESL) 649.990 +1,04% AT8 6 Tiggo 5X Pro 1.5 Hybrid MAX DRIVE 160cv (BRA) 144.990 - CVT9 6
Q8 3.0 Performance TFSI quattro 340cv (ESL) 676.990 -3,54% AT8 8 Tiggo 7 Sport 1.5 Turbo 150cv (BRA) 134.990 - CVT9 - 6
Q8 3.0 P.B. TFSI quattro 340cv (ESL) 726.990 -1,84% AT8 8 Tiggo 7 Pro MAX DRIVE 1.6 187cv (BRA) 169.990 - DCT7 - 6
Q8 e-tron Performance Black quattro 408 cv (ESL) 699.990 - AT1 10 Tiggo 7 Pro 1.5 Hybrid 160cv (BRA) 169.990 - CVT9 - 6
Q8 e-tron Launch Edition quattro 408 cv (ESL) 711.990 - AT1 10 Tiggo 8 MAX DRIVE 1.6 TGDI 187cv (BRA) 179.990 - DCT7 - 6
Q8 e-tron Sportback PB. quattro 408 cv (ESL) 729.990 - AT1 10 Tiggo 8 Pro 1.5 Plug-in Hybrid 317cv (CHN) 239.990 - DHT 6
Q8 e-tron Sportback L. Edt. quattro 408 cv (ESL) 741.990 - AT1 10
SQ8 Sportback e-tron quattro 503 cv (ESL) 864.990 - AT1 10 CHEVROLET 553 Concessionárias 08007024200
e-Tron Perf. Black quattro 408 cv (BEL) 654.990 -6,43% AT1 10 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
e-Tron Sportback Perf.quattro 408 cv (BEL) 646.990 - AT1 10 Bolt EV Premier 203cv (EUA) 259.990 -2,93% AT1 10
e-Tron Sportback P.B. quattro 408 cv (BEL) 685.990 -6,84% AT1 10 Bolt EUV Premier 203cv (EUA) 279.990 - AT1 10
e-Tron GT quattro 408 cv (BEL) 769.990 -6,27% AT1 10 Camaro Cupê 6.2 461cv (CAN) 523.340 +1,17% AT10 - 6
RS e-tron GT quattro 598cv (ALE) 1.104.990 -14,54% AT2 10 Camaro Cabriolet 6.2 461cv (CAN) 584.570 +0,86% AT10 - 6
RS5 Sportback Comp. Plus TFSI 450cv (ALE) 863.990 - AT8 6 Camaro Collection Cupê 6.2 461cv (CAN) 555.000 +1,17% AT10 - 6
RS5 Sportback Comp. Plus Track TFSI 450cv (ALE) 863.990 - AT8 6 Camaro Collection Cabriolet 6.2 461cv (CAN) 595.000 +0,86% AT10 - 6
RS6 Avant 4.0 TFSI quattro 600cv (ALE) 1.174.990 -9,07% AT8 6 Cruze Sport6 1.4 RS 153cv (ARG) 169.670 - 4,48% AT6 6
RS Q8 TFSI Triptronic quattro 600cv (ALE) 1.269.990 10,20% AT8 10 Cruze Sedan 1.4 Turbo Midnight 153cv (ARG) 153.060 -4,02% AT6 4
Cruze Sedan 1.4 Turbo LT 153cv (ARG) 149.990 -11,57% AT6 4
ASTON MARTIN 1 Concessionária (11) 3627-3040 Cruze Sedan 1.4 Turbo LTZ 153cv (ARG) 166.160 -18,27% AT6 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Cruze Sedan 1.4 Turbo Premier 153cv (ARG) 179.660 -7,10% AT6 6
DBX 550cv (GAL) 2.500.000 - DCT9 6 Equinox 1.5 RS 4X2 172cv (MEX) 225.710 - AT6 - 6
DBX707 707cv (GAL) 3.450.000 - DCT9 6 Equinox 1.5 Premier 4X2 172cv (MEX) 247.650 - AT6 - 6
Aston Martin Vantage Coupe 510cv (ING) 2.100.000 - AT8 - 6 Montana 1.2 Turbo (BRA) 133cv 125.260 - MT6 - - 6
Aston Martin Vantage F1 Coupe 535cv (ING) 2.500.000 - AT8 - 6 Montana 1.2 Turbo LT (BRA) 133cv 131.450 - MT6 - - 6
Montana 1.2 Turbo LTZ 133cv (BRA) 144.900 - AT6 - 6
BMW 51 Concessionárias 08007073578 Montana 1.2 Turbo Premier 133cv (BRA) 153.110 - AT6 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Montana 1.2 Turbo RS 133cv (BRA) 156.210 - AT6 6
118i Sport GP 140cv (ALE) 313.950 -13,30% DCT7 6 Onix 1.0 MT 80cv (BRA) 86.150 +0,64% MT6 - - - 6
118i M Sport 140cv (ALE) 320.950 - DCT7 6 Onix 1.0 LT 80cv (BRA) 93.765 +1,16%% MT6 - - - 6
218i Gran Coupé Sport 140cv (ALE) 320.950 -19,23% DCT7 6 Onix 1.0 Turbo AT 116cv (BRA) 100.730 -0,72% AT6 - - 6
320i GP 184cv (BRA) 322.950 - AT8 6 Onix 1.0 Turbo LT MT 116cv (BRA) 102.500 -4,12% MT6 - - 6
320i Sport GP 184cv (BRA) 343.950 - AT8 6 Onix 1.0 Turbo LT AT 116cv (BRA) 108.210 -3,79% AT6 - - 6
320i M Sport 184cv (BRA) 363.950 - AT8 6 Onix 1.0 Turbo LTZ AT 116cv (BRA) 111.590 +6,74% AT6 - - 6
330e M Sport Plug-in Hyb. 252cv (ALE) 422.950 -9,13% AT8 6 Onix 1.0 Turbo RS 116cv (BRA) 113.640 -5,60% AT6 - - 6
420i Cabrio Sport 184cv (ALE) 460.950 +1,44% AT8 4 Onix 1.0 Premier Turbo 116cv (BRA) 117.480 -2,17% AT6 - - 6
530e M Sport 292cv (ALE) 455.950 -4,86% AT8 6 Onix Plus 1.0 LT 80cv (BRA) 97.390 +0,20% MT5 - - - 6
530e Luxury 292cv (ALE) 467.950 - AT8 6 Onix Plus 1.0 Turbo AT 116cv (BRA) 106.560 -2,61% AT6 - - - 6
M3 Competition 510cv (ALE) 829.950 -3,82% AT8 6 Onix Plus 1.0 Turbo LT MT 116cv (BRA) 108.510 -1,92% MT6 - - 6
M2 Coupé 460cv (ALE) 620.950 -3,82% AT8 6 Onix Plus 1.0 Turbo LT AT 116cv (BRA) 114.150 -6,57% AT6 - - 6
M2 Coupé Track 460cv (ALE) 680.950 - AT8 6 Onix Plus 1.0 Turbo LTZ AT 116cv (BRA) 117.580 -6,62% AT6 - - 6
X6 M Competition 625cv (ALE) 1.190.950 +1,84 AT8 6 Onix Plus 1.0 Turbo Premier 116cv (BRA) 123.320 -6,99% AT6 - - 6
X1 sDrive 18i GP 156cv (BRA) 299.950 -13,11 AT8 6 Spin 1.8 LS MT 111cv (BRA) 106.670 -13,16% MT6 - - - 2
X1 sDrive 20i X Line 204cv (BRA) 334.950 -12,86 AT8 6 Spin 1.8 LS AT 111cv (BRA) 113.040 -13,68% AT6 - - - 2
X1 sDrive 20i M Sport 204 (BRA) 354.950 -11,48% AT8 6 Spin 1.8 LT MT 111cv (BRA) 112.600 -12,93% MT6 - - 2
X3 xDrive 30e X-Line 292cv (BRA) 433.950 -2,01% AT8 6 Spin 1.8 LT 7L AT 111cv (BRA) 120.890 - AT6 - - 2
X3 xDrive 30e M Sport 292cv (BRA) 484.950 - AT8 6 Spin 1.8 LTZ AT 111cv (BRA) 123.570 -13,16% AT6 - - 2
X3 M40i 388cv (BRA) 599.950 -3,42% AT8 6 Spin 1.8 Premier 111cv (BRA) 136.730 -3,78% AT6 - - 2
X4 xDrive 30i M Sport 252cv (BRA) 489.950 +0,82% AT8 6 Spin 1.8 Activ 7 111cv (BRA) 139.470 -7,90% AT6 - - 2
X4 M40i 387cv (BRA) 625.950 -1,43% AT8 6 S10 CS LS 2.8 Die. 4X4 200cv (BRA) 232.710 -2,97% AT6 - - - 2
X5 xDrive 50e M Sport 489cv (EUA) 782.950 - AT8 6 S10 CD LS 2.8 Die. 4X4 200cv (BRA) 247.860 +4,34% AT6 - - - 2
X5 xDrive 50e X-Line 498cv (EUA) 731.950 - AT8 6 S10 CD LT 2.8 4X4 Die. 200cv (BRA) 268.060 -3,91% AT6 - - 2

92 QUATRO RODAS ABRIL

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 INÊS 249

S10 CD LTZ 2.8 4X4 Die. At 200cv (BRA) 292.800 -4,74% AT6 - 2 Terrritory 1.5 Ecoboost AT 169cv (CHN) 209.990 -16,12% CVT8 - 6
S10 CD Z71 2.8 4X4 Die. 200cv (BRA) 281.190 +4,06% AT6 - - 6
S10 CD Midnight 2.8 4X4 Die. 200cv (BRA) 281.190 - AT6 - - 6 GWM 69 Concessionárias 08007073578
S10 CD High Country 2.8 4X4 Die. 200cv (BRA) 302.900 +5,94% AT6 - 6 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Silverado High Country 5.3 V8 360cv (EUA) 529.900 - AT10 - 6 Haval H6 HEV 243cv (CHN) 234.000 - AT2 - 6
Tracker 1.0 Turbo LT 116cv (BRA) 138.040 -4,09% AT6 - 6 Haval H6 PHEV AWD 243cv (CHN) 269.000 - AT2 - 6
Tracker 1.0 Turbo LTZ 116cv (BRA) 150.730 -2,93% AT6 - 6 Haval H6 Premium HEV 393cv (CHN) 224.000 - AT2 - 6
Tracker 1.0 Turbo Midnight 116cv (BRA) 148.490 - AT6 - 6 Haval H6 Premium PHEV AWD 393cv (CHN) 279.000 - AT2 - 6
Tracker 1.2 Turbo Premier 133cv (BRA) 170.140 -5,45% AT6 6 Haval H6 GT PHEV AWD 393cv (CHN) 319.000 - AT2 - 6
Tracker 1.2 Turbo RS 133cv (BRA) 167.110 - AT6 6 Ora 03 GT EV 171cv (CHN) 184.000 - AT1 - 6
Trailblazer Premier Diesel 2.8 200cv (BRA) 368.550 -6,54% AT6 - 6 Ora 03 Skin 171cv (CHN) 150.000 - AT1 - 6

CITROËN 122 Concessionárias 08000118088

Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB HONDA 212 Concessionárias 0800 70134 32
C3 Live 1.0 MT 75cv (BRA) 72.990 - MT5 - - - 2 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
C3 Live Pack 1.0 MT 75cv (BRA) 80.990 - MT5 - - 2 City Hatchback 1.5 Flex LX 126cv (BRA) 113.600 -7,49% CVT7 - - 6
C3 Feel 1.0 MT 75cv (BRA) 83.990 - MT5 - - 2 City Hatchback 1.5 Flex EX 126cv (BRA) 120.100 -7,49% CVT7 - - 6
C3 Feel Pack 1.6 AT 120cv (BRA) 99.990 - AT6 - - 2 City Hatchback 1.5 Flex EXL 126cv (BRA) 129.100 -7,49% CVT7 - - 6
C3 Live Pack 1.6 T 75cv (BRA) 95.990 - AT6 - - 2 City Hatchback 1.5 Flex Touring 126cv (BRA) 138.000 -9,25% CVT7 - 6
C3 Aircross Feel 1.0 T 130cv (BRA) 120.990 - AT6 - - 2 City Sedan 1.5 Flex LX 126v (BRA) 115.300 -6,10% CVT7 - - 6
C3 Aircross Feel Pack 1.0 T 130cv (BRA) 127.990 - AT6 - - 6 City Sedan 1.5 Flex EX 126v (BRA) 121.700 -6,10% CVT7 - - 6
C3 Aircross Shine 1.0 T 130cv (BRA) 136.590 - AT6 - - 6 City Sedan 1.5 Flex EXL 126cv (BRA) 131.200 -6,51% CVT7 - - 6
C4 Cactus Live 1.6 AT 118cv (BRA) 111.990 -21,59% AT6 - - 2 City Sedan 1.5 Flex Touring 126cv (BRA) 140.500 -9,34% CVT7 - 6
C4 Cactus Feel 1.6 AT 118cv (BRA) 117.990 -31,66% AT6 - - 2 Civic Advanced Hybrid 184cv (TAI) 265.900 - e-CVT 8
C4 Cactus Feel Pack 1.6 118cv (BRA) 125.990 -24,67% AT6 - 4 Civic Type-R 297cv [JAP] 429.900 - MT6 - 10
C4 Cactus Shine Pack THP 1.6 173cv (BRA) 139.990 -21,56% AT6 - 6 CR-V Advanced Hybrid 184cv (TAI) 352.900 - e-CVT 11
C4 Cactus Noir THP 1.6 173cv (BRA) 140.990 -21,56% AT6 - 6 HR-V EX 126cv (BRA) 152.700 - CVT7 6
HR-V EXL 126cv (BRA) 162.300 - CVT7 6
FERRARI 1 Concessionária (11) 30870199 HR-V Advance 177cv (BRA) 188.500 - CVT7 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB HR-V Touring 177cv (BRA) 199.800 - CVT7 6
SF90 Spider 1000cv (ITA) 7.900.000 - DCT8 - 4 Accord Advanced Hybrid 207cv (TAI) 332.400 - e-CVT 8
SF90 Stradale 1000cv (ITA) 7.300.000 - DCT8 - 6 ZR-V Touring 161 cv [MEX] 214.900 - CVT - 8
296 GTB 3.0 V6 830cv (ITA) 4.900.000 - DCT8 - 4 ZR-V Touring 161 cv [MEX] 214.900 - CVT - 8
296 GTS 3.0 V6 830cv (ITA) 5.300.000 - DCT8 - 4
812 GTS 6.5 V12 800cv (ITA) 6.900.000 - DCT7 - 4 HYUNDAI 224 Concessionárias 0800559545
Portofino M 3.9 V8 620cv (ITA) 3.500.000 - DCT8 - 4 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Roma 3.9 V8 620cv (ITA) 3.600.000 - DCT8 - 6 Creta 1.0 Comfort Plus 120cv (BRA) 137.990 - AT6 - 6
Creta 1.0 Limited 120cv (BRA) 149.990 -5,58% AT6 - 6
FIAT 520 Concessionárias 08007071000 Creta 1.0 Limited Safety 120cv (BRA) 149.990 - AT6 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Creta 1.0 Platinum c/ teto solar 120cv (BRA) 165.590 -6,89% AT6 - 6
500e ICON 118cv (ITA) 214.990 -16,21% AT1 - 6 Creta 1.0 Platinum Safety 120cv (BRA) 160.990 - AT6 6
Argo 1.0 MT 75cv (BRA) 84.990 -16,77% MT5 - - - 2 Creta 1.0 Platinum Safety c/ teto solar 120cv (BRA) 167.690 - AT6 6
Argo Drive 1.0 75cv (BRA) 86.990 -19,81% MT5 - - - 2 Creta 2.0 Ultimate s/ teto solar 167cv (BRA) 179.390 -4,79% AT6 - 6
Argo Trekking 1.3 107cv (BRA) 96.490 - MT5 - - 2 Creta 2.0 Ultimate 167cv (BRA) 181.990 -4,79% AT6 - 6
Argo Drive 1.3 CVT 107cv (BRA) 94.990 - CVT7 - - - 2 Creta 1.0 N Line 120cv (BRA) 176.190 - AT6 - 6
Argo Trekking 1.3 CVT 107cv (BRA) 100.990 -9,94% CVT7 - - 2 Creta 1.6 Action Flex 130cv (BRA) 119.990 -9,26% AT6 - 6
Cronos 1.0 Drive 75cv (ARG) 93.990 - MT5 - - 2 HB20 1.0 Sense Plus 80cv (BRA) 84.390 -13,58% MT5 - - - 6
Cronos 1.3 Drive MT 109cv (ARG) 99.990 -22,50% MT5 - - - 2 HB20 1.0 Comfort Plus 80cv (BRA) 87.790 - MT5 - - 6
Cronos 1.3 Drive AT 109cv (ARG) 102.990 +8,96% AT5 - - 2 HB20 1.0 Limited Plus 80cv (BRA) 92.190 - MT5 - 6
Cronos 1.3 Precision 109cv (ARG) 112.990 - AT7 - - 2 HB20 1.0T Comfort Plus 120cv MT (BRA) 101.290 - MT6 - - 6
Fastback 200 Turbo AT 130cv (BRA) 117.990 - CVT - - 4 HB20 1.0T Comfort Plus 120cv AT (BRA) 106.890 - AT6 - - 6
Fastback 1.0 Audace Turbo 130cv (BRA) 143.990 - CVT7 - 4 HB20 1.0T Platinum 120cv AT (BRA) 112.290 -17,26% AT6 - 6
Fastback 1.0 Impetus Turbo 130cv (BRA) 153.990 - CVT7 - 4 HB20 1.0T Platinum Safety 120cv (BRA) 114.590 -17,61% AT6 6
Fastback 1.3 Limited Edition Turbo 185cv (BRA) 156.990 - CVT6 - 4 HB20 1.0T Platinum Plus 120cv (BRA) 121.690 -17,61% AT6 6
Fastback 1.3 Abarth Turbo 185cv (BRA) 160.990 - CVT6 - 4 HB20S 1.0 Comfort Plus 80cv (BRA) 94.190 - MT5 - - 6
Fiorino Endurance EVO 1.4 88cv (BRA) 116.990 -8,46% MT5 - - - 2 HB20S 1.0 Limited Plus 80cv (BRA) 98.990 - MT5 - 6
Mobi 1.0 Like 73cv (BRA) 72.990 -3,71% MT5 - - - 2 HB20S 1.0T Comfort Plus 120cv (BRA) 113.390 - AT6 - 6
Mobi 1.0 Trekking 73cv (BRA) 75.990 -0,48% MT5 - - - 2 HB20S 1.0T Platinum 120cv (BRA) 119.290 -16,09% AT6 - 6
Strada 1.3 Endurance CP 107cv (BRA) 103.490 -6,64% MT5 - - - 2 HB20S 1.0T Platinum Safety 120cv (BRA) 121.490 - AT6 6
Strada 1.3 Freedom CP 107cv (BRA) 110.490 -12,13% MT5 - - - 2 HB20S 1.0T Platinum Plus 120cv (BRA) 128.490 -19,47% AT6 6
Strada 1.3 Freedom CD 107cv (BRA) 116.490 -13,63% MT5 - - - 2 New Tucson 1.6 GLS 177cv (BRA) 179.990 - DCT7 - - 6
Strada 1.3 Volcano CD 107cv (BRA) 118.990 -11,92% MT5 - - 2 New Tucson 1.6 LTD 177cv (BRA) 194.990 - DCT7 - - 6
Strada 1.3 CVT Volcano CD 107cv (BRA) 124.990 -0,95% CVT7 - - 2 Ioniq Hybrid 1.6 HEV 141cv (COR) 149.990 - DCT6 - - 6
Strada 1.0T Ultra CD 130cv (BRA) 136.990 -3,66% CVT7 - - 2 Kona Hybrid 1.6 HEV 141cv (COR) 169.990 - DCT6 - 6
Strada 1.0T Ranch CD 130cv (BRA) 136.990 -3,66% CVT7 - - 2 Kona Electric 136cv (COR) 189.990 - AT - 6
Pulse Drive 1.3 107cv (BRA) 103.990 -8,51% MT5 - - 4
Pulse Drive CVT 1.3 107cv (BRA) 111.990 -5,14% CVT7 - - 4 JAC 41 Concessionárias 08005228888
Pulse S-Design 1.3 107cv (BRA) 116.990 -5,14% CVT7 - - Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Pulse Audace Turbo 200 130cv (BRA) 118.990 -11,79% CVT7 - - 4 E-JS1 62cv (CHN) 126.900 -17,27% AT1 - - 2
Pulse Impetus Turbo 200 130cv (BRA) 132.990 -8,93% CVT7 - 4 E-JS1 EXT 62cv (CHN) 138.900 -12,02% AT1 - - 2
Pulse Abarth Turbo 270 185cv (BRA) 150.990 - CVT7 - 4 E-JS4 150cv (CHN) 229.900 -11,17% AT1 - - 2
Toro 1.3 End. Turbo Flex 185cv (BRA) 146.990 -11,31% AT6 - - 2 iEV- 330P (CHN) 354.900 -2,46% AT1 - - 2
Toro 1.3 Fr. Turbo Flex 185cv (BRA) 156.990 -11,46% AT6 - - 2 E-J7 193cv (CHN) 234.900 -3,52% AT1 - - 5
Toro 1.3 Volcano Turbo Flex 185cv (BRA) 171.990 -7,51% AT9 - - 2
Toro 2.0 Volcano D. 170cv (BRA) 195.990 -11,09% AT9 - - 2 JAGUAR 39 Concessionárias (11) 30611322
Toro 2.0 Ranch D. 170cv (BRA) 212.990 -10,23% AT9 - - 7 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Toro 2.0 Ultra 4x4 D. 170cv (BRA) 212.990 -7,54% AT9 - - 7 F-Type R-Dynamic Coupé 2.0 300cv (ING) 589.377 -5,53% AT8 - 6
Titano Endurece turbodiesel MT 180cv (BRA) 219.990 - MT5 - - 6 F-Type R-Dynamic 2.0 Cabrio 300cv (ING) 590.630 -1,69% AT8 - 4
Titano Volcano turbodiesel AT 180cv (BRA) 239.990 - AT6 - - 6 F-Type 75 Cabrio 2.0 300cv (ING) 612.977 - AT8 - 4
Titano Ranch turbodiesel AT 180cv (BRA) 259.990 - AT6 - - 6 F-Pace R-Dynamic S 2.0 PHEV 404cv (ING) 612.950 - AT8 - 6
F-Pace R-Dynamic SE 2.0 PHEV 404cv (ING) 639.950 - AT8 - 6
F-Pace R-Dynamic SE 3.0 340cv (ING) 628.950 - AT8 - 6
FORD 115 Concessionárias 08007033673 F-Pace SVR 5.0 V8 550cv (ING) 908.950 -2,47% AT8 - 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB F-Pace 1988 Edition 5.0 V8 550cv (ING) 944.100 - AT8 - 6
Bronco Sport Wildtrak 2.0 240cv (MEX) 252.790 - AT8 9 I-Pace SE EV400 400cv (AUT) 686.950 -9,82% AT1 6
Mustang Mach 1 483cv (EUA) 576.490 -1,63% AT10 - 6 I-Pace Black EV400 400cv (AUT) 638.150 -0,19% AT1 6
Mustang Mach E GT Performance 487cv (EUA) 486.000 - AT1 - 6 I-Pace HSE EV400 400cv (AUT) 776.550 - AT1 6
Maverick Lariat FX4 2.0 253cv (MEX) 224.890 +0,28 AT8 - 7 E-Pace R-Dynamic HSE 2.0 250 cv (AUT) 483.085 -0,57% AT8 - 6
Maverick Lariat Hybrid 2.5 194cv (MEX) 234.890 - AT8 7
Ranger XL 2.0 4X4 CS D. 170cv (ARG) 239.990 +13,93% MT6 - 3 JEEP 202 Concessionárias 08007037150
Ranger XLS 2.0 4X2 CD D. 170cv (ARG) 234.990 - AT6 - - - 3 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Ranger XLS 2.0 4X4 CD AT D. 170cv (ARG) 259.990 +19,51% AT6 - 7 Compass Sport 1.3 turbo Flex 185cv (BRA) 184.990 -12,01% AT6 - 2
Ranger XLS 3.0 V6 4WD CD D. 250cv (ARG) 279.990 - AT6 - 7 Compass Longi. 1.3 turbo Flex 185cv (BRA) 201.790 -9,33% AT6 - 2
Ranger XLT 3.0 V6 4WD CD D. 250cv (ARG) 289.990 - AT6 - 7 Compass Longi. Dark 1.3 turbo Flex 185cv (BRA) 210.790 - AT6 - 2
Ranger Ltd. 3.0 V6 4WD CD D. 250cv (ARG) 319.990 - AT6 - 7 Compass Lim. 1.3 turbo Flex 185cv (BRA) 223.990 -6,86% AT6 - 7
Ranger Raptor 3.0 V6 4WD CD D. 397cv (ARG) 448.600 - AT6 - 7 Compass Série S 1.3 turbo Flex 185cv (BRA) 249.990 -13,27% AT6 - 8
F-150 Lariat V8 4X4 405cv (EUA) 479.990 - AT10 - 8 Compass Longi. 2.0 TD. 170cv (BRA) 248.790 -14,17% AT9 - - 2
F-150 Platinum V8 4X4 405cv (EUA) 519.990 - AT10 - 8 Compass Longi. Dark 2.0 TD. 170cv (BRA) 257.790 - AT9 - - 2

ABRIL QUATRO RODAS 93

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 INÊS 249
AUTO-SERVIÇO | TABELA DE PREÇOS
Compass Lim. 2.0 TD. 170cv (BRA) 269.990 -14,98% AT9 - - 7 EQS 450+ 360cv (ALE) 998.900 - AT1 6
Compass Trailhawk 2.0 TD. 170cv (BRA) 269.990 -14,90% AT9 - - 7 GLA 200 AMG Line 165cv (BRA) 369.900 - DCT7 6
Compass S 1.3 4XE turbo Flex 180cv (ITA) 347.300 -24,60% AT6 - 7 GLB 200 Progressive 165cv (ALE) 374.900 - DCT7 6
Commander Longitude 1.3 Turbo 185cv (BRA) 241.590 -6,86% AT6 - 7 GLC 300 4Matic 258cv (ALE) 531.900 - AT9 6
Commander Limited 1.3 Turbo 185cv (BRA) 261.790 -6,86% AT6 - 7 GLC 300 4Matic Coupé AMG Line 258cv (ALE) 599.900 - AT9 6
Commander Overland 1.3 Turbo 185cv (BRA) 289.990 -11,11% AT6 - 7 GLE 450 d 4Matic 401cv (ALE) 729.900 +2,55% DCT9 6
Commander Limited 2.0 Turbo 170cv (BRA) 311.990 -11,82% AT9 - 7 GLE 450 d 4Matic Coupé 401cv (ALE) 808.900 +2,55% DCT9 6
Commander Overland 2.0 Turbo 170cv (BRA) 338.990 -17,35% AT9 - 7 GLS 450 4MATIC 367cv (ALE) 979.900 - DCT9 6
Gladiator Rubicon V6 284cv (EUA) 499.990 - AT8 - 4 AMG A 45 S 4MATIC 421cv (ALE) 593.900 - DCT7 6
Renegade 1.3 Turbo 185cv (BRA) 118.290 - AT6 6 AMG CLA 35 4M 306cv (ALE) 496.900 -0,18% DCT7 6
Renegade Sport 1.3 Turbo 185cv (BRA) 143.990 -7,25% AT6 6 AMG CLA 45 S 4MATIC 421cv (ALE) 613.900 -1,79% DCT7 6
Renegade Longitude 1.3 Turbo 185cv (BRA) 162.990 -8,40% AT6 6 AMG EQE 53 4MATIC+ 687cv(ALE) 894.900 - AT1 6
Renegade Longitude 1.3 Dark Turbo 185cv (BRA) 169.990 - AT6 6 AMG EQS 53 4MATIC+ 658cv(ALE) 1.453.900 - AT1 6
Renegade S 4X4 1.3 Turbo 185cv (BRA) 187.990 -11,94% AT9 7 AMG G 63 805cv (ALE) 1.932.900 - AT1 6
Renegade Trailhawk 4X4 1.3 Turbo 185cv (BRA) 187.990 -9,14% AT9 7 AMG GLA 35 4M 306 cv (ALE) 539.900 - AT9 6
Wrangler Rubicon 2.0T Gas. 272cv 4P (EUA) 481.834 +12,08% AT8 - - 2 AMG GLB 35 4M 306 cv (ALE) 559.900 - AT9 6
Wrangler Sahara 2.0 Turbo 4p 271cv (EUA) 466.889 +7,52% AT8 - - 2 AMG GLE 53 3.0 4M 435cv (ALE) 874.900 - AT9 6
Wrangler Sahara 2.0 Turbo 2p 271cv (EUA) 456.992 +7,95% AT8 - - 2 AMG GLE 63 4M Coupé 612cv (ALE) 1.279.900 - AT9 6
Grand Cherokee 4xe 2.0 PHEV 380cv (EUA) 569.990 - AT8 8

KIA 130 Concessionárias 08007711011 MINI 22 Concessionárias 08007073578

Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Niro 1.6 SX Prestige 141cv (COR) 222.990 - AT6 6 Cooper S Exclusive 3P 192cv (ING) 199.990 - DCT7 6
Niro Rio Open Limited Edition SX 141cv (COR) 225.790 - DCT6 6 Cooper S Top 3P 192cv (ING) 278.100 -1,17% DCT7 6
Niro 1.6 EX 141cv (COR) 199.990 - AT6 6 Cooper JCW 3P 192cv (ING) 308.550 - DCT4 6
New Sportage 2.0 EX 4X2 167cv (MEX) 228.990 - DCT7 6 Cooper S E 3P (BEV) Exclusive 184cv (ING) 257.990 - AT1 6
New Sportage 2.0 EX Prestige 4X2 167cv (MEX) 274.990 - DCT7 6 Cooper S E 3P (BEV) Top 184cv (ING) 287.990 - AT1 6
Stonic 1.0 120cv (COR) 124.990 -15,30% DCT7 - 6 Cooper S 5P Exclusive 192cv (ING) 257.800 -13,8% DCT7 6
Cooper S 5P Top 192cv (ING) 288.250 -10,50% DCT7 6
KEYTON 0 Concessionárias (27) 3232-2315 Cooper SE Count. All4 PHEV Exclusive 192cv (ING) 289.260 +6,81 AT8 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Cooper SE Count. All4 PHEV Top 192cv (ING) 319.710 - AT8 6
EX7 81cv (CHN) 263.890 - AT1 - - 2 Cooper JCW Countryman All4 225cv (ING) 365.390 - AT8 6
Cooper SE Count. All4 PHEV Uncharted 192cv (ING) 319.260 - AT8 6
LAMBORGHINI 1 Concessionária (11) 30613300
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Huracán EVO Coupé 5.2 V10 640cv (ITA) 4.400.000 - AT7 4 MITSUBISHI 121 Concessionárias 08007020404
Huracán EVO Spyder 5.2 V10 640cv (ITA) 5.100.000 - AT7 4 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Huracán EVO STO 5.2 V10 640cv (ITA) 5.900.000 - AT7 4 Eclipse Cross Rush 165cv (BRA) 169.990 +0,81% CVT - 6
Urus S 4.0 V8 650 cv (ITA) 3.950.000 - AT8 8 Eclipse Cross HPE 165cv (BRA) 185.990 +0,81% CVT - 6
Urus Performante 4.0 V8 666 cv (ITA) 3.950.000 - AT8 8 Eclipse Cross HPE-S 165cv (BRA) 204.990 +0,81% CVT 6
Eclipse Cross HPE-S AWC 165cv (BRA) 214.990 +3,36% CVT 6
LAND ROVER 39 Concessionárias 0800122733 Eclipse Cross Sport HPE-S 165cv (BRA) 209.990 +0,81% CVT 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Eclipse Cross Sport HPE-S AWC 165cv (BRA) 219.990 +0,81% CVT 6
Defender 90 HSE 3.0 300cv (ING) 664.950 0,91% AT8 2 L200 Triton 2.4 GL 190cv (BRA) 243.990 +8,86% MT6 - - - 2
Defender 90 S 3.0 300cv (ING) 741.950 0,91% AT8 2 L200 Triton GLS AT 190 cv (BRA) 253.990 - AT5 - - - 2
Defender 110 HSE 3.0 300cv (ING) 750.950 - AT8 6 L200 Triton 2.4 GLX Outdoor 190cv (BRA) 219.990 +12,79% MT6 - - 2
Defender 110 X-Dynamic HSE 300cv (ING) 770.143 - AT8 6 L200 Triton 2.4 GLS Outdoor 4X4 190cv (BRA) 226.990 +11,38% AT5 - - 2
Defender 110 X 300cv (ING) 821.950 1,37% AT8 6 L200 Triton Sport 2.4 Savana 4X4 190cv (BRA) 309.990 - AT5 - - 2
Defender 110 X-Dynamic HSE PHEV 300cv (ING) 816.143 - AT8 6 L200 Triton Sport 2.4 GLS 190cv (BRA) 262.990 +17,41% AT6 - - 2
Defender 110 X PHEV 300cv (ING) 821.950 1,37% AT8 6 L200 Triton Sport 2.4 HPE 4x4 190cv (BRA) 289.990 +16,89% AT6 - - 7
Defender 130 Outbound 300cv (ING) 848.726 - AT8 6 L200 Triton Sport 2.4 HPE-S 4x4 190cv (BRA) 309.990 +16,34% AT6 - 7
Defender 130 X 300cv (ING) 899.950 - AT8 6 L200 Triton Sport 2.4 Savana Sertões 190cv 311.990 - AT6 - - 7
Discovery Dynamic HSE 3.0 Die. MHEV 300cv (BRA) 749.425 - AT9 6 Pajero Sport HPE 2.4 7P 190cv (TAI) 339.990 +4,18% AT8 - - 7
Discovery Metro. Edit 3.0 Die. MHEV 300cv (BRA) 759.300 - AT9 6 Pajero Sport HPE-S 2.4 7P 190cv (TAI) 369.990 +2,59% AT8 - 7
Discovery Sport Dyn. SE 2.0 Flex 250cv (BRA) 434.490 -7,27% AT9 6 Pajero Sport Legend 2.4 7P 190cv (TAI) 409.990 - AT8 - 7
Discovery Sport yn. SE Die. MHEV 204 (BRA) 466.490 -3,24% AT9 6
R. Rover 3.0 Autobiography D. MHEV 350cv (ING) 1.380.720 - AT8 6 NISSAN 180 Concessionárias 08000111090
R. Rover 3.0 SV D. MHEV 350cv (ING) 1.672.984 - AT8 6 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
R. Rover Evoque 2.0 Dyn. HSE 250cv (BRA) 471.950 -1,29% AT9 7 Frontier S 4X4 Mt D. 163cv (ARG) 244.450 - MT6 - - 2
R. Rover Sport Autob. Di. 3.0 350cv (ING) 1.022.050 - AT8 8 Frontier SE AT 4X4 D. 190cv (ARG) 266.450 - AT7 - - 6
R. Rover Velar Dyn. HSE 2.0 PHEV 404cv (ING) 755.630 - AT8 6 Frontier Attack 4X4 At D. 190cv (ARG) 268.450 - AT7 - - 2
R. Rover Sport Dyn. HSE PHEV 3.0 510cv (ING) 985.750 - AT8 8 Frontier XE 4X4 D. 190cv (ARG) 284.950 - AT7 - - 6
R. Rover Sport Dy. SE Di. 3.0 350cv (ING) 953.950 - AT8 8 Frontier Platinum 4X4 At D. 190cv (ARG) 321.950 - AT7 - - 2
R. Rover Sport Dy. HSE 3.0 Di. 300cv (ING) 1.009.558 - AT8 8 Frontier PRO-4X 4X4 At D. 190cv (ARG) 321.950 - AT7 - - 2
Kicks 1.6 Active CVT 114cv (BRA) 112.990 - CVT - - - 2
LEXUS 9 Concessionária 08007030206 Kicks 1.6 Sense CVT 114cv (BRA) 118.290 +10,79% CVT - - - 2
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Kicks 1.6 Advance CVT 114cv (BRA) 134.490 +9,02% CVT - - 2
Es 300H 2.5 218cv (JAP) 360.990 - AT6 10 Kicks 1.6 Advance Pack Plus 114cv (BRA) 136.490 -1,47% CVT - - 6
Nx 350H Dynamic 246cv (JAP) 373.990 -0,23% AT6 8 Kicks 1.6 Exclusive CVT 114cv (BRA) 148.290 +10,84% CVT - 6
Nx 350H F-Sport 246cv (JAP) 447.990 -0,91% AT6 8 Kicks 1.6 Excl. Pack CVT 114cv (BRA) 150.290 -1,75% CVT - 6
Nx 350H Luxury 246cv (JAP) 409.990 0,76% AT6 8 Leaf EV 149cv (JAP) 298.490 -11,83% CVT - 6
Rx 500H F-Sport 313cv (JAP) 580.990 - AT6 10 Versa 1.6 Sense CVT 114cv (BRA) 108.990 +5,80% CVT - - - 6
Ux 250H Luxury 181cv (JAP) 313.990 -1,04% AT8 8 Versa 1.6 Advance 114cv (BRA) 117.490 +5,87% CVT - - 6
Ux 250H Dynamic 181cv (JAP) 273.990 -8,39% AT8 8 Versa 1.6 Exclusive 114cv (BRA) 130.190 +5,29% CVT - - 6
Sentra Advance 2.0 156cv (BRA) 151.490 - CVT - 6
MASERATI 1 Concessionária (11) 30870199 Sentra Exclusive 2.0 156cv (BRA) 174.990 - CVT - 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Sentra Exclusive Int. Premium 2.0 156cv (BRA) 176.690 - CVT - 6
Levante GT Hybrid MHEV 330cv (ITA) 990.000 - AT8 6
Ghibli GT Hybrid MHEV 326cv (ITA) 1.100.000 - AT8 6 PEUGEOT 118 Concessionárias 08007032424
MC20 V6 630CV (ITA) 4.500.000 - AT8 6 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
208 1.0 Like 75cv (ARG) 91.990 - MT6 - - 4
MCLAREN 1 Concessionária (11) 34114999 208 1.0 Style 75cv (ARG) 97.990 - MT6 - - 4
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB 208 1.0 Turbo Allure 130cv (ARG) 99.990 - CVT7 - - 4
GTS 620 cv (ING) 2.900.000 - DCT7 - - 4 208 1.6 Roadtrip 118cv (ARG) 105.990 - AT6 - - 4
Artura 680cv (ING) 2.400.000 - DCT7 - - 4 208 1.0 Turbo Style 130cv (ARG) 111.490 - CVT7 - - 4
750 S Coupé 750 cv (ING) 4.000.000 - DCT7 - - 4 208 1.0 Turbo Griffe 130cv (ARG) 116.490 - CVT7 - 4
750 S Spider 750 cv (ING) 4.200.000 - DCT7 - - 4 2008 1.6 Griffe THP 173cv (BRA) 134.990 -0,09% AT6 - - 6
3008 1.6 Griffe THP 165cv (BRA) 266.490 - AT6 - 6
MERCEDES-BENZ 55 Concessionárias 08007772834 3008 1.6 GT Pack THP 165cv (BRA) 286.990 - AT6 - 6
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
A 200 AMG Line 163cv (ALE) 344.900 - DCT7 - 6 PORSCHE 11 Concessionárias (11) 30619544
C 200 AMG Line 204cv (ALE) 376.900 -4,03% AT9 6 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
C 300 AMG Line 258cv (ALE) 439.900 -3,87% AT9 6 911 Carrera 3.0 AUT. 385cv (ALE) 835.000 +0,03% PDK8 - 6
CLA 200 163cv (ALE) 336.900 - DCT7 6 911 Carrera T 3.0 AUT. 385cv (ALE) 880.000 - PDK8 - 6
EQA 250 190cv (ALE) 480.900 - AT1 - 6 911 Carrera S 450cv (ALE) 995.000 +0,05% PDK8 - 6
EQB 250 190cv (ALE) 502.900 - AT1 - 6 911 Carrera GTS 480 cv (ALE) 1.055.000 - PDK8 - 6
EQC 400 4M AMG Line (ALE) 708.900 - AT1 - 6 911 Carrera 3.0 Cabr. AUT. 385cv (ALE) 885.000 +0,05% PDK8 - 6
EQE 300 AMG Line 245cv (ALE) 714.900 - AT1 6 911 Carrera S Cabr. 450cv (ALE) 1.045.000+14,11% PDK8 - 6
EQE 300 SUV AMG Line 245cv (ALE) 698.900 - AT1 6 911 Carrera GTS Cabrio 480 cv (ALE) 1.105.000 - PDK8 - 6

94 QUATRO RODAS ABRIL

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 INÊS 249

911 Carrera 4 GTS 480 cv (ALE) 1.095.000 - PDK8 - 6 XV S 150cv (JAP) 213.900 - CVT - - 7
911 Turbo Coupé 580 cv (ALE) 1.505.000 -0,01% PDK8 - 6
911 Turbo S 650 cv (ALE) 1.795.000 +7,35% PDK8 - 6 SUZUKI 61 Concessionárias 08007703380
911 Targa 4 GTS 480 cv (ALE) 1.145.000 - PDK8 - 6 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
911 Carrera 4 GTS Cabrio 480 cv (ALE) 1.145.000 - PDK8 - 6 Jimny Sierra 4X4 4You AllGrip MT 108cv (JAP) 162.990 - MT5 - - 2
911 Turbo Cabrio 580 cv (ALE) 1.555.000 +0,02% PDK8 - 6 Jimny Sierra 4X4 4You AllGrip AT 108cv (JAP) 172.990 - AT4 - - 2
911 Turbo S Cabrio 580 cv (ALE) 1.845.000 - PDK8 - 6 Jimny Sierra 4X4 4Sport AllGrip AT (JAP) 187.990 - AT4 - - 2
911 GT3 RS 525 cv (ALE) 1.920.000 - PDK7 - 6 Jimny Sierra 4X4 4Style AllGrip AT 108cv (JAP) 203.990 - AT4 - - 2
Cayenne e-Hybrid 470cv (ESL) 690.000 - AT8 8 Jimny Sierra 4X4 4Expedition AG. AT 108cv (JAP) 218.990 - AT4 - - 2
Cayenne S V8 4.0 474cv (ESL) 810.000 - AT8 8
Cayenne S e-Hybrid 519cv (ESL) 735.000 - AT8 8 TOYOTA 216 Concessionárias 08007030206
Cayenne Turbo e-Hybrid 739cv (ESL) 1.135.000 - AT8 8 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Cayenne e-Hybrid Coupé 470cv (ESL) 765.000 - AT8 8 GR Corolla 1.6 304cv (JAP) 416.990 - MT6 - - 7
Cayenne S Coupé V8 4.0 474cv (ESL) 840.000 - AT8 8 GR Corolla 1.6 304cv (JAP) 461.990 - MT6 - - 7
Cayenne S e-Hybrid Coupé 519cv (ESL) 765.000 - AT8 8 Corolla 2.0 Gli 177cv (BRA) 148.990 +10,27% CVT 7
Cayenne Turbo e-Hybrid Coupé 739cv (ESL) 1.165.000 - AT8 8 Corolla 2.0 XEI 177cv (BRA) 158.590 +9,25% CVT 7
Cayenne Turbo GT 640cv (ESL) 1.350.000 - AT8 - - 8 Corolla 2.0 Altis Premium 177cv (BRA) 182.990 +11,05% CVT 7
Macan 2.0 252cv (ALE) 475.000 - PDK7 - 6 Corolla 2.0 GR-S 177cv (BRA) 181.590 +13,17% CVT 7
Macan T 2.0 265cv (ALE) 520.000 - PDK7 - 6 Corolla 1.8 Altis Hybrid 101cv (BRA) 187.790 +10,47% CVT 7
Macan S 3.0 340 cv (ALE) 610.000 -0,02% PDK7 - 6 Corolla 1.8 Altis Hybrid Prem 101cv (BRA) 198.890 +8,82% CVT 7
Macan GTS 380cv (ALE) 710.000 -0,02% PDK7 - 6 Corolla Cross XR 177cv (BRA) 162.590 - CVT 7
Macan EV 4 408cv (ALE) 580.000 AT1 - 6 Corolla Cross XRE 177cv (BRA) 177.390 - CVT 7
Macan EV Turbo 639cv (ALE) 770.000 AT1 - 6 Corolla Cross XRX 177cv (BRA) 190.290 - CVT 7
Panamera 4 E-Hybrid 462cv (ALE) 689.000 -0,01% PDK8 - - 10 Corolla Cross GR Sport 177cv (BRA) 198.190 - CVT 7
Panamera 4S E-Hybrid 560cv (ALE) 799.000 - PDK8 - - 10 Corolla Cross XRV Hybrid 101cv (BRA) 202.690 - CVT 7
Panamera Turbo S E-Hybrid 700cv (ALE) 1.269.00 - PDK8 - - 10 Corolla Cross XRX Hybrid 101cv (BRA) 210.990 - CVT 7
Panamera 4S E-Hybrid Sport Turismo 462cv (ALE) 709.000 +17,8% PDK8 - - 10 Hilux Chassi 2.8 D. 4X4 204cv (ARG) 219.090 +12,48% MT6 - - 3
Panamera 4 E-Hybrid Plat. Edit. 462cv (ALE) 691.000 - PDK8 - - 10 Hilux Cabine Simples 4X4 2.8 D. 204cv (ARG) 226.790 - MT6 - - 3
Taycan 408cv (ALE) 660.000 - AT1 - - 10 Hilux Cd STD Power Pack 2.8 D. 4X4 204cv (ARG) 242.590 +18,68% MT6 - - 7
Taycan 4S 530cv (ALE) 745.000 -0,11% AT1 - 8 Hilux Cd SR 2.8 D. 4X4 204cv (ARG) 272.190 +21,95% AT6 - - 7
Taycan GTS 598cv (ALE) 860.000 - AT1 - 8 Hilux Cd SRV 2.8 D. 4X4 204cv (ARG) 289.990 +25,45% AT6 - - 7
Taycan Turbo 625cv (ALE) 975.000 -0,04% AT1 - 8 Hilux Cd SRX 2.8 D. 4X4 204cv (ARG) 324.490 +23,06% AT6 - - 7
Taycan Turbo S 761cv (ALE) 1.155.000 -0,25% AT1 - 8 Hilux Cd SRX Plus 2.8 D. 4X4 204cv (ARG) 334.890 +23,06% AT6 - - 7
Taycan 4 Cross Turismo 476cv (ALE) 735.000 - AT1 - 8 Hilux Cd GR-S 2.8 D. 4X4 224cv (ARG) 372.890 - AT6 - - 7
Taycan 4S Cross Turismo 571cv (ALE) 775.000 - AT1 - 8 RAV4 SX Connect Hybrid (JAP) 349.290 +0,39% CVT 7
718 Boxster Style Edition 300cv (ALE) 575.000 - PDK7 - 6 Sw4 2.8 SRX 4X4 5 Lug. D. 204cv (ARG) 379.990 +17,68% AT6 - - 7
718 Boxster 300cv (ALE) 555.000 - PDK7 - - 6 Sw4 2.8 SRX 4X4 7 Lug. D. 204cv (ARG) 386.290 +14,08% AT6 - - 7
718 Boxster GTS 400cv (ALE) 700.000 - PDK7 - - 6 Sw4 2.8 SRX Platinum 4X4 5 Lug. D. 204cv (ARG) 379.990 +17,68% AT6 - - 7
718 Spyder RS 420cv (ALE) 1.237.624 - PDK7 - - 6 Sw4 2.8 SRX Platinum 4X4 7 Lug. D. 204cv (ARG) 386.290 +14,08% AT6 - - 7
718 Cayman 300cv (ALE) 535.000 - PDK7 - - 6 Sw4 2.8 Diamond 4X4 7 Lug. D. 204cv (ARG) 433.490 - AT6 - - 7
718 Cayman Style Edition 300cv (ALE) 555.000 - PDK7 - - 6 Sw4 2.8 GR-S 4X4 7 Lug. D. 224cv (ARG) 447.590 - AT6 - - 7
718 Cayman GTS 400cv (ALE) 680.000 - PDK7 - - 6 Yaris 1.5 XL Plus CVT 110cv (BRA) 97.990 +11,49% CVT - - 2
718 Cayman GT4 RS 500cv (ALE) 1.235.529 - PDK7 - - 6 Yaris 1.5 XS CVT 110cv (BRA) 110.290 +10,74% CVT - - 2
Yaris 1.5 XLS CVT 110cv (BRA) 122.090 +13,31% CVT - - 7
RAM 50 Concessionárias 08007037140 Yaris Sedã 1.5 XL 110cv (BRA) 97.990 +12.61% CVT - - 2
Nome/Origem Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Yaris Sedã 1.5 XS 110cv (BRA) 113.790 +12,39% CVT - - 2
Rampage Rebel 2.0 Turbo Die. 170cv (BRA) 251.990 - AT9 - 7 Yaris Sedã 1.5 XLS 110cv (BRA) 126.690 +12,33% CVT - - 7
Rampage Rebel 2.0 Turbo Gas. 272cv (BRA) 261.990 - AT9 - 7
Rampage Laramie 2.0 Turbo Die. 170cv (BRA) 262.990 - AT9 - 7 VOLKSWAGEN 500 Concessionárias 08001952775
Rampage Laramie 2.0 Turbo Gas. 272cv (BRA) 272.990 - AT9 - 7 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Rampage R/T 2.0 Turbo Gas. 272cv (BRA) 289.990 - AT9 - 7 Amarok Comfortline V6 3.0 1 257cv (ARG) 298.430 - AT8 - - 2
Classic Laramie CD 5.7 400cv (MEX) 365.150 - AT8 - - 6 Amarok High. V6 3.0 Cd 257cv (ARG) 316.170 +12,96% AT8 - - 2
Classic Laramie NIGHT EDITION CD 5.7 400cv (MEX) 375.150 - AT8 - - 6 Amarok Extreme. V6 3.0 Cd 257cv (ARG) 337.280 +18,81% AT8 - - 2
1500 Rebel 5.7 4X4 400cv (USA) 494.990 - AT8 - 6 Jetta GLi 231cv (MEX) 241.790 +10,41% DCT7 6
1500 Limited 5.7 4X4 400cv (USA) 540.990 - AT8 - 6 Nivus 200 TSi Comfortline 128cv (BRA) 132.390 +11,64% AT6 6
1500 Limited Night Edit. 5.7 4X4 400cv (USA) 550.990 - AT8 - 6 Nivus 200 TSi Highline 128cv (BRA) 149.390 +6,67% AT6 6
2500 Laramie 6.7 4X4D. 365cv (MEX) 474.190 - AT6 - - 8 Polo 1.0 Track MPi MT 84cv (BRA) 87.290 - MT5 - - - 4
2500 Laramie Night Edit. 6.7 4X4D. 365cv (MEX) 484.190 - AT6 - - 8 Polo 1.0 MPi MT 84cv (BRA) 90.990 +3,28% MT5 - - 4
3500 Laramie CD 6.7L 4X4 365cv (MEX) 504.990 - AT6 - - 8 Polo TSi 116 cv (BRA) 101.990 - MT5 - - 4
3500 Limited Night Edit. CD 6.7 365xc 4X4 (MEX) 514.990 - AT6 - 8 Polo Sense TSi 116 cv (BRA) 99.990 - MT5 - 4
3500 Limited Longhorn CD 6.7 365xc 4X4 (MEX) 548.990 - AT6 - 8 Polo 170 TSi Comfortline 116cv (BRA) 111.990 +2,79% AT6 - 4
Polo 170 TSi Highline 116cv (BRA) 118.990 +1,46% AT6 - 4
RENAULT 295 Concessionárias 08000555615 Polo 250 TSi GTS 150cv (BRA) 151.490 - AT6 - 4
Nome/Origem Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB Saveiro Robust CS 1.6 16V Cd 116cv (BRA) 98.670 - MT5 - - 2
Duster 1.6 Intense Plus MT 120cv (BRA) 123.990 +7,91% MT5 - 6 Saveiro Robust CD 1.6 16V Cd 116cv (BRA) 110.790 - MT5 - - 2
Duster 1.6 Intense Plus CVT 120cv (BRA) 132.890 +7,91% CVT6 - 6 Saveiro Trendline CS 1.6 16V Cd 116cv (BRA) 102.490 - MT5 - - 2
Duster 1.6 Iconic Plus CVT 120cv (BRA) 141.790 +8,88% CVT6 - 6 Saveiro Cross 1.6 16V Cd 116cv (BRA) 115.690 +23,03% MT5 - - 2
Duster 1.3 Turbo Iconic Plus CVT 170cv (BRA) 155.890 - CVT6 - 6 Taos Comfortline 250 TSi 150cv (ARG) 186.990 - AT6 6
Kwid 1.0 Zen 71cv (BRA) 72.640 - MT5 - - 4 Taos Highline 250 TSi 150cv (ARG) 210.990 - AT6 6
Kwid 1.0 Intense 71cv (BRA) 75.530 - MT5 - 4 T-Cross Sense 200 TSi 116cv (BRA) 119.890 - AT6 - - - 6
Kwid 1.0 Intense Pack Biton 71cv (BRA) 78.630 - MT5 - 4 T-Cross 200 TSi AT. 128cv (BRA) 142.990 +13,08 AT6 - - 6
Kwid 1.0 Outsider 71cv (BRA) 78.430 - MT5 - 4 T-Cross Comf. 200 TSi 128cv (BRA) 160.990 +7,79 AT6 - - 6
Kwid E-Tech 65cv (CHN) 139.990 - AT1 - - 4 T-Cross High. 250 TSi 150cv (BRA) 175.990 +13,77% AT6 6
Megane E-Tech 220cv (CHN) 279.900 - AT1 - 4 Tiguan Allspace R-Line 300 TSI 186 cv (ARG) 184.590 - AT8 6
Logan 1.0 Life 82cv (BRA) 96.110 +14,80% MT5 - - - 4 Virtus TSi MT 116 cv (BRA) 109.990 - MT5 - - 6
Logan 1.0 Zen 82cv (BRA) 99.600 +8,54% MT5 - - 4 Virtus TSi AT 116 cv (BRA) 118.340 - AT6 6
Oroch PRO 1.6 MT 120cv (BRA) 116.860 - MT6 - - 4 Virtus Comf. 170 TSi 116cv (BRA) 128.990 +3,49 AT6 6
Oroch Intense 1.6 MT 120cv (BRA) 124.960 - MT6 - 4 Virtus Highline 200 TSi 128cv (BRA) 139.990 +2,60% AT6 6
Oroch Iconic 1.6 MT 120cv (BRA) 127.800 - MT6 - 4 Virtus Exclusive 250 TSi 150cv (BRA) 152.490 +3,07% AT6 6
Oroch Outsider 1.3 TCe 170cv (BRA) 151.760 - CVT8 - 4
Stepway Zen 1.0 MT 82 cv (BRA) 84.470 - MT5 - 4 VOLVO 39 Concessionárias 08007077590
Stepway Zen 1.6 118cv (BRA) 105.690 +9,91% MT5 - 4 Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Stepway Iconic 1.6 118cv (BRA) 117.690 +9,61% CVT - 4 EX30 Core Single Engine 272cv (CHN) 229.950 - AT1 7
Kardian evolution 1.6 126cv (BRA) 112.790 - CVT - 6 EX30 Core Single Engine Ex. Range 272cv (CHN) 249.950 - AT1 7
Kardian techno 1.6 126cv (BRA) 122.990 - CVT - 6 EX30 Plus Single Engine Ex. Range 272cv (CHN) 277.950 - AT1 7
Kardian première edition 1.6 126cv (BRA) 132.790 - CVT - 6 EX30 Ultra Single Engine Ex. Range 272cv (CHN) 293.950 - AT1 7
C40 Recharge Plus 238cv (CHN) 359.950 - AT1 7
ROLLS-ROYCE 1 Concessionária (11) 30785252 C40 Recharge Twin Ultimate 408cv (CHN) 418.950 - AT1 7
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB XC40 Recharge Plus 238cv (BEL) 342.950 - AT1 7
Cullinan Black Badge V12 571cv (ING) 8.100.000 - AT8 6 XC40 Recharge Twin Ultimate 408cv (BEL) 405.950 - AT1 7
XC60 Recharge Plus Plug-In Hybrid 462cv (CHN) 449.950 - AT8 7
SERES 18 Concessionárias 08007073578 XC60 Recharge Ulti. Plug-in Hybrid 462cv (CHN) 492.950 - AT8 7
Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB XC60 Polestar E. Plug-in Hybrid 462cv (CHN) 525.950 +10,41% AT8 7
Seres 3 BEV 163cv (CHN) 199.990 - AT2 - 6 XC90 Recharge Plus Plug-in Hybrid 407cv (SUE) 608.950 - AT8 8
Seres 5 BEV 299cv (CHN) 394.990 - AT2 - 6 XC90 Recharge Ulti. Plug-in Hybrid 407cv (SUE) 659.950 - AT8 8

SUBARU 12 Concessionárias 0800551271

Nome/Origem/Potência Tabela Desv. Câmbio AEB S&S MM AB
Forester 2.0 e-Boxer 16V 150cv (JAP) 253.900 -5,43% CVT 6

ABRIL QUATRO RODAS 95

QR_780_AS_TABELA DE PREÇOS.indd 95

OPINIÃO
Quem voa na primeira classe da Delta chega ao avião de Porsche 911 GT3 RS. Luxo e privacidade de jatinho, mas poluindo bem menos
Falar e fazer
O esforço para difundir carros elétricos gera impactos globais. Enquanto isso,
há quem drible o incômodo e ainda esbanje em sentido contrário
e a pena de um delito é uma
S multa, então a regra só vale
para as classes mais baixas. O
pensamento que, em tempos polari-
zados, pode soar como esquerdismo
vem, na verdade, de Uri Gneezy, um
pesquisador israelense da Universi-
dade de San Diego (EUA).
Num estudo de 2000, Gneezy foi
a uma escola de Israel que sofria
com o atraso dos pais ao buscarem
seus filhos, sugerindo uma multa
para quem demorasse muito. Curio-
samente, a pesquisa constatou que
os atrasos dobraram, já que vários
pais simplesmente pagavam a mul-
ta e mantinham o hábito de fazer o
professor esperar até tarde. O valor
pago expiava a culpa do comporta-
mento errático, constatou-se.
É por isso que países de altíssimo
desenvolvimento humano, como a
96 QUATRO RODAS ABRIL
Finlândia, cobram multas de trân-
sito baseadas na renda do infrator,
havendo registros de infratores pa-
gando até R$ 240.000 por excessos
de velocidade. Os nórdicos concluí-
ram que muito mais efetiva do que a
igualdade (todos pagando o mesmo)
é a equidade (todos sentindo dor
equivalente no bolso).
A equidade ambiental é uma das
abordagens mais defendidas para
que consigamos mudar o rumo do
EDUARDO
PASSOS
Jornalista com
interesse de
tecnologia a artes.
Gosta dos carros
elétricos há anos,
mas não dispensa
um V8 barulhento.
INÊS 249
planeta, que, mesmo em tempo de
ser salvo, já faz sofrer moradores de
ilhas oceânicas e zonas de glaciares
ou quem vive do que a terra dá (ou
dava). Esse conceito pode ser apli-
cado à imensa maioria dos leitores
de QUATRO RODAS, que vão dan-
do adeus doloroso ao ronco do V8 e
ao cheiro de gasolina. Tenha certe-
za: mesmo nas montadoras, muitos
gostariam de nunca projetar um EV,
mas já é consenso mundial que isso
faz parte do esforço de guerra que
teremos daqui em diante.
Otimistas, como eu, encaram de
forma mais leve os perrengues de
FOTOS MARCO DE BARI E DIVULGAÇAO
carregadores inoperantes ou tecno-
logias falhas que chegam às lojas.
Mas é difícil ser assim quando re-
gras de emissões encarecem o preço
médio dos veículos e aprendemos
um novo jeito de se mover sem au-

Nada melhor
do que o
envolvimento
coletivo para
suavizar as
renúncias
alheias
mentar o efeito estufa. Sem contar o
canudinho de papel ou a coleta se-
letiva de lixo…
Os super-ricos, porém, estão sos-
segados e, mais do que não sentir
a diferença de preço, contam com
mordomias dos jatos particulares.
Recentemente, a cantora Taylor
Swift foi duramente criticada por
realizar voos extremamente curtos
com suas duas aeronaves. Em um
deles, o jatinho voou por oito minu-
tos e se deslocou sem sair da região
metropolitana de Los Angeles, num
trajeto que duraria só 15 minutos
de carro, mas gerou poluição equi-
valente a 116 automóveis a gasolina.
É fácil para Taylor exibir ativismo
progressista no palco (e lucrar com
isso), mas não assumir o fardo de
causas relacionadas, disseram mui-
tos dos insatisfeitos.
Max Verstappen tem hábitos pa-
recidos, viajando 119 vezes com seu
jato em 2023 e emitindo, só com via-
gens, gases de efeito estufa equiva-
lentes ao que 363 pessoas, em média,
emitem por ano em todas as suas
atividades. Mesmo o holandês sendo
campeão de uma Fórmula 1 engajada
em pautas sociais e ambientais, seu
avião realizou até um voo de meros
25 km entre praias da França.
Podemos citar exemplos proble-
máticos muito além do entreteni-
mento, mas também existem aqueles
que procuram soluções. Como vários
órgãos públicos da Europa que, gra-
dativamente, vêm proibindo o uso
de aviões comerciais por servidores
se a viagem de trabalho puder ser
feita por trens e o trajeto dure me-
nos de três horas (o tempo exato
varia conforme o país). Até a BBC
embarcou nessa, tal como empresas
que abriram mão de uma eficiência
residual no deslocamento de seus
executivos em troca de compromis-
so com causas maiores.
No exemplo da F1, é óbvio que
não existe trem que atenda ao calen-
dário global. Recentemente, porém,
um documentário sobre o título da
Brawn GP em 2009 focou no esforço
do time para sobreviver (e vencer)
com orçamento enxuto. A série traz
imagens de Jenson Button e Rubens
Barrichello voando em companhias
daquelas que nem amendoim ofere-
cem a bordo, e nada disso impediu
uma das histórias mais incríveis do
automobilismo.
Sendo menos radical, é fácil
concluir que os mesmos respon-
sáveis por uma das operações lo-
gísticas mais complexas do mundo
poderiam, facilmente, reduzir a
pegada de carbono com menos via-
gens. Pilotos, mecânicos e outros
funcionários voariam em classes
executivas mais confortáveis que
hotéis de qualidade, fazendo muito
com pouco.
Sem os jatinhos, estrelas do
showbiz continuariam fazendo tur-
nês globais, no máximo ampliando o
espaço entre uma data e outra – algo
que certamente não atrapalharia os
fãs. Atrapalharia, porém, a imen-
Fórmula 1 realiza ações com foco ambiental, incentivando suas equipes a fazerem o
mesmo. Na vida privada, entretanto, pilotos têm hábitos contraditórios (e poluentes)
INÊS 249
sidão de compromissos comerciais
que ajudam nomes como Swift a
acumular bilhões em patrimônio.
Mas e os famosos créditos de car-
bono? Estudos como os da Univer-
sidade de Berkeley (EUA) e até da
Compensate (empresa que afirma
vender créditos de carbono real-
mente úteis) vêm mostrando que o
mecanismo compensa, de fato, só
uma fração da poluição gerada. Pior
ainda, a facilidade de aliviar a cons-
ciência pagando só reforça o com-
portamento errático, tal como visto
por Uri Gneezy há 24 anos.
Enquanto isso, mecânicos da nos-
sa vizinhança retomam os estudos a
fim de atualizar o ofício para a fase
dos carros elétricos. Pais de família
economizam aqui e ali para bancar
o financiamento do carro, que enca-
receu após novas regras ambientais.
Vendedores lutam para dar saída ao
catálogo cada vez mais eletrifica-
do das suas marcas, garantindo as
comissões que são boa parte de sua
renda familiar. Fãs de carros apren-
dem a dizer adeus aos veículos que
conhecem desde a saída da materni-
dade e virarão relíquias.
O comprometimento é a medi-
da mais eficaz justamente porque
nada melhor do que o envolvimento
coletivo para suavizar as renúncias
alheias. E, ainda que houvesse como
pagar por isso, é difícil acreditar que
a base da pirâmide veria a cor desse
dinheiro em algum momento.
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TOP TEN
Só se vive
duas vezes
Recriações de modelos que
marcaram época ganharam força
entre entusiastas pelo mundo
afora e a cada dia surgem novos
lançamentos
VOLVO P1800 CYAN
O Volvo P1800 1961 ficou famoso por ser o
carro de Roger Moore no seriado O Santo. A
Cyan Racing é quem traz o carro para o século
20. A restauração contempla pequenas
mudanças no design e um motor 2.2 capaz de
gerar 420 cv. O preço passa de US$ 700.000.
LANCIA DELTA FUTURISTA
O Lancia Delta Integrale ficou famoso nos
rallies dos anos 1980 e ressurgiu pelas
mãos da italiana Automobili Amos. Traz
mudanças que o deixaram mais largo, além
da adaptação para três portas e 100% de
fibra de carbono. Construída manualmente,
a transformação custa 350.000 euros.
HIMALAYA SUMMIT SERIES
O jipão ganhou muitas customizações
durante sua longa vida. Mas nada se
compara ao que a empresa americana
Himalaya oferece. O Summit Series possui
650 cv, amortecedores Fox, freios Brembo,
câmbio de 8 marchas e acabamento de luxo.
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M SL PAGODA
A alemã Mechatronik fabrica restomods sob encomenda de Mercedes clássicos,
como o conversível SL Pagoda (1963-1971). Geralmente, os modelos mantêm
o visual, mas ganham motor V8 Mercedes moderno, câmbio automático e
freios ABS. A suspensão é atualizada para uso esportivo. Mas há também
customizações estéticas mais profundas de acordo com o gosto do cliente.
NARDONE PORSCHE 928 TOTEM GT SUPER
A francesa Nardone Automotive recriou A italiana Totem Automobili preserva o
o Porsche 928, modelo lançado em 1978. estilo dos Alfa Romeo Giulia GT da década
A carroceria de fibra de carbono traz de 1960 e oferece diversas configurações
pequenas alterações de volume e novas de mecânica, desde o mesmo conjunto do
luzes dianteiras e traseiras. O motor é o V8 Alfa Romeo Giulia GTA (V6 2.9 V6 que pode
Porsche, que retrabalhado gera 400 cv. chegar a 620 cv) até 100% elétrico.
ICON BRONCO MINI COOPER DAVID BROWN
A americana Icon faz o Ford Bronco com Mil horas são necessárias para construir um
mudanças de design. Sob o capô um Mini Cooper na fábrica inglesa David Brown
Ford Coyote 5.0 V8 de 460 cv com opção Automotive. A carroceria é nova, mas segue
de câmbio manual ou automático. Na o estilo original, assim como a mecânica,
suspensão, amortecedores Fox com embora com melhorias que acrescentam
molas helicoidais e barras estabilizadoras 30% de potência. Tem direção elétrica, ar-
ajustáveis. O preço parte de US$ 200.000. -condicionado e multimídia.
BMW E30 M3 REDUX KIMERA EVO37
A inglesa Redux produziu 30 unidades da O ex-piloto italiano Luca Betti vem há anos
sua visão de como seria a versão CSL do restaurando Lancia dos anos 1980, até que
FOTOS DIVULGAÇÃO
M3 geração E30, já que a BMW nunca o desenvolveu em conjunto com uma equipe
fez. O motor é o mesmo, mas agora, com de profissionais (os mesmos que criaram
atualizações, gera 300 cv (100 cv a mais que o Lancia 37 Stradale nos anos 1980) sua
o original). O câmbio é manual de 5 marchas. versão restomod.
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