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PROCEDIMENTO DE TRABALHO COM ELETRICIDADE Cod: Aprovado por:


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Índice
1 OBJETIVO 01
2 REFERÊNCIAS 01
3 DEFINIÇÕES 02
4 APLICAÇÃO 05
5 RESPONSABILIDADES 05
6 CONSIDERAÇÕES GERAIS 07
7 PROCEDIMENTOS 08
8 Anexo 1: Equipamentos de Proteção Individual e Ferramentas 14

1. OBJETIVO
Proteger os trabalhadores (empregados e prestadores de serviços) da exposição
acidental a choques elétricos e queimaduras, enquanto estes executam um
determinado trabalho, seja ele de operação, manutenção e/ou inspeção.
Prevenir a ocorrência de danos ao patrimônio, além de paralisações no
processo produtivo, pela ocorrência de acidentes com eletricidade.
Seguir os requisitos brasileiros: Portaria 3.214 de 08.06.78 do MTE, Norma
Regulamentadora Nº 10.

2. REFERÊNCIAS
 Portaria 3.214 de 08/06/78 do MTE, Norma Regulamentadora Nº 10
 Programa de atuação responsável – Prática 12 “Procedimento para
atividades perigosas” do código de saúde e segurança do trabalhador
 NBR-5410 – Instalações elétricas de baixa tensão – procedimentos
 NBR-6146 – Invólucros de equipamentos elétricos – proteção
 NBR-9884 – Máquinas elétricas girantes – graus de proteção
proporcionados pelos invólucros – especificação
 NBR-9518 – Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas –
requisitos gerais – especificação
 NBR-5419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas
 NBR-5434 – Redes de distribuição aérea urbana de energia elétrica
 JORDÃO, Dácio de Miranda, Manual de Instalações Elétricas em Indústrias
Químicas, Petroquímicas e de Petróleo, 2 a edição, 1998
 Kindermann, Geraldo, Choque Elétrico, 1 a edição, 1995.

3. DEFINIÇÕES

3.1 MANUTENÇÃO ELÉTRICA


Corresponde a qualquer serviço (substituição de componentes, limpeza, testes
etc.) que tenha por objetivo manter o perfeito funcionamento de instalações,
máquinas e/ou equipamentos elétricos, garantindo condições seguras e
confiáveis de operação.
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3.2 TENSÃO ELÉTRICA


Também conhecida como “voltagem”, corresponde à diferença de potencial
existente entre dois pontos, sendo a sua unidade o volt (V). É frequente o
uso do quilovolt (1 kV = 1.000 V).

3.3 CORRENTE ELÉTRICA


Também conhecida como “amperagem”, corresponde à passagem de uma carga
elétrica através de um circuito, sendo a sua unidade o ampère (A). É
frequente o uso do quilo ampère (1 kA = 1.000 A).

3.4 CHOQUE ELÉTRICO


Corresponde às perturbações que se manifestam no organismo humano quando
percorrido por uma corrente elétrica. Seus principais efeitos no corpo humano
são: contrações musculares, queimaduras dos ossos, músculos e órgãos
(necrose), fibrilação ventricular do coração, parada respiratória, parada
cardíaca, problemas renais e mentais e a perda da memória.

3.5 CLASSIFICAÇÃO DA PELE HUMANA EM RELAÇÃO AO CHOQUE ELÉTRICO


Em relação ao choque elétrico, a pele humana é classificada (segundo a NBR-
5410) pelo seu estado, respectivamente, quanto ao seu grau de umidade, sendo
enquadrada em quatro categorias, de acordo com a tabela a seguir.
Código da Classificaç Características da
Aplicações e Exemplos
Pele ão Pele
Circunstâncias nas quais a
BB1 Elevada condições secas pele está seca (nenhuma
umidade, inclusive suor)
Passagem da corrente elétrica
de uma mão à outra ou de uma
mão a um pé, com a pele úmida
BB2 Normal condições úmidas (suor) e a superfície de
contato sendo significativa
(por exemplo, um elemento
está seguro dentro da mão)
Passagem da corrente elétrica
entre as duas mãos e os dois
pés, estando as pessoas com
BB3 Fraca condições molhadas
os pés molhados ao ponto de
se poder desprezar a
resistência da pele e dos pés
Pessoas imersas na água, por
BB4 muito fraca condições imersas exemplo, em banheiras ou
piscinas
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A condição BB2 é a situação da pele da pessoa normal no seu trabalho do dia a


dia. É sob esta situação que ocorrem os choques elétricos cotidianos.
A condição BB3 caracteriza o estado da pele, quando se está tomando banho com
chuveiro ou ducha.
Na condição BB4 a pele está extremamente macia, úmida e frágil, sendo a
resistência elétrica baixa. O choque, em consequência, é violento.
Para a situação de atividade que deixa a pele na condição BB4, a tensão
máxima em AC para não haver o risco de fibrilação ventricular do coração será
igual a 12 V. Na condição BB3, esta tensão máxima será de 25 V e, na condição
BB2, de 50 V.

3.6 DISTÂNCIAS DE PERIGO DE CHOQUE, ARCO E DESCARGAS ELÉTRICAS


A seguir estão definidas as distâncias dentro das quais existem os perigos de
choque, arco e descarga elétrica, as quais deverão ser respeitadas. Estas
distâncias deverão ser levadas em consideração na definição dos EPI a serem
usados em trabalhos com eletricidade. Também estão definidos os espaços
necessários à realização dos trabalhos com segurança.
Distância de Perigo de Choque Distância de Perigo de Arco e
Elétrico Descarga Elétrica
Voltagem fase a Voltagem fase a
Distância Distância
fase fase
50 – 300 25 mm 50 – 300 900 mm
75 mm para
equipamento fixo
301 – 750 301 – 5.000 3.000 mm
300 mm para linhas
aéreas
751 – 1.000 450 mm 5.001 – 87.500 9.000 mm
1.001 – 15.000 600 mm 87.501 – 230.000 15.000 mm
15.001 – 37.000 900 mm
37.001 – 87.500 1.050 mm
87.501 – 121.000 1.200 mm
121.001 – 230.000 2.100 mm

Espaço para trabalho elétrico (mm)


Voltagem fase a
Profundidade Largura Altura
fase
0 – 150 900 750 1.900
151 – 600 1.050 750 1.900
601 – 2.500 1.200 900 2.000
2.501 – 9.000 1.500 900 2.000
9.001 – 25.000 1.800 900 2.000
25.001 – 75.000 2.400 900 2.000
>75.001 3.000 900 2.000
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3.7 GRAU DE PROTEÇÃO


O grau de proteção de uma instalação ou equipamento elétrico, corresponde ao
nível de proteção oferecido em relação às pessoas, contra lesões e/ou choques
elétricos, e à própria instalação ou equipamento elétrico, contra danos.
O grau de proteção de uma instalação ou equipamento elétrico, deverá garantir
às pessoas, proteção contra contato com partes energizadas sem isolamento e
contato com partes móveis no interior do invólucro, bem como à própria
instalação ou equipamento, proteção contra a entrada de corpos sólidos
estranhos e água em seu interior.
Sua representação é dada pela simbologia IP ou IPW, seguida de dois dígitos,
podendo variar desde IP-00 até IP-68. A letra W indica a existência de
proteção adicional (agente agressivo). Os critérios para a definição do grau
de proteção encontram-se estabelecidos na NBR-5410, NBR-6146 e NBR-9884.

3.8 ÁREA CLASSIFICADA


Corresponde ao volume dentro do qual poderá ocorrer a existência de mistura
inflamável e, consequentemente, a formação de uma atmosfera explosiva.

3.9 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERA EXPLOSIVA


Trata-se de instalações e equipamentos elétricos com características que os
tornam capazes de operar em atmosferas potencialmente explosivas, com o
mínimo risco de que causem a inflamação do ambiente onde estão instalados. Os
diferentes tipos de proteção existentes estão relacionados na tabela a
seguir.

Tipo de Proteção Simbologia


Equipamento à Prova de Explosão Ex d
Equipamento Pressurizado Ex p
Equipamento Imerso em Óleo Ex o
Equipamento Imerso em Areia Ex q
Equipamento Imerso em Resina Ex m
Equipamento de Segurança Aumentada Ex e
Equipamento Não Acendível Ex n
Equipamento Hermético Ex h
Equipamento de Segurança Intrínseca Ex i
Equipamento Especial Ex s

3.10 INSPEÇÃO DETALHADA (Equipamentos e instalações Ex)


É aquela na qual as não conformidades são detectadas com a abertura do
invólucro e com o uso de ferramentas especiais. Consequentemente, esta
inspeção requer que o equipamento seja desenergizado. A inspeção detalhada
deverá ser sempre realizada por pessoal qualificado e documentada.
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3.11 INSPEÇÃO VISUAL (Equipamentos e instalações Ex)


É aquela na qual as não conformidades são detectadas sem o uso de ferramentas
especiais e sem a abertura do invólucro, consequentemente, somente são
observados defeitos evidentes visualmente, como por exemplo, ausência de
parafusos, equipamentos abertos, quebrados etc.

4. APLICAÇÃO
Aplica-se a todos os trabalhos em instalações elétricas, em todas as
Unidades, inclusive trabalhos feitos por prestadores de serviço.
Excluem-se trabalhos em equipamentos portáteis, quando o plug estiver
desconectado, além e trabalhos feitos por concessionária, em instalações de
sua responsabilidade.

5. RESPONSABILIDADES

5.1 GERENTE INDUSTRIAL


Prover os recursos necessários ao cumprimento deste procedimento, dentre o
que se destaca:
Treinamentos às equipes de manutenção elétrica, visando a capacitação para as
atividades de manutenção a serem realizadas na empresa, bem como sobre os
riscos envolvidos.
Permitir somente a contratação de eletricistas, empregados ou terceiros,
capacitados para a execução de serviços de manutenção elétrica, conforme
determina a NR-10.
Disponibilizar recursos para a aquisição de equipamentos elétricos,
ferramentas, equipamentos de proteção coletiva e individual, necessários à
realização dos serviços de manutenção elétrica.

5.2 Segurança e Saúde Ocupacional (SSO)


Treinar os envolvidos neste procedimento, bem como em outros procedimentos
complementares exigidos.
Capacitar as equipes de manutenção elétrica, em primeiros socorros e no
manuseio/operação de equipamentos e/ou instalações de combate a incêndio.
Assessorar diretamente em casos de trabalhos que apresentem riscos
potenciais. Auxiliar, quando solicitado, na avaliação dos riscos e no
preenchimento da PTAR.
Interromper qualquer trabalho que apresente risco grave e iminente.
Definir, juntamente com o setor de manutenção elétrica, os equipamentos de
proteção individual necessários à realização dos serviços de manutenção em
instalações elétricas.
Garantir que os profissionais qualificados para a realização dos trabalhos em
instalações elétricas estejam com os seus exames médicos atualizados e em
condições para a realização da tarefa. Este item inclui exames admissionais,
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periódicos para os funcionários ou os ASO dos referidos prestadores de


serviço.

5.3 MANUTENÇÃO ELÉTRICA

Supervisor da manutenção elétrica (e/ou responsável pela execução)


Definir, juntamente com a equipe de segurança do trabalho, procedimentos de
manutenção em instalações elétricas, que tornem segura a realização destes
serviços, tanto às pessoas quanto às instalações.
Planejar o trabalho, discutindo-o com o responsável da área e informando
sobre a ocorrência do mesmo e sobre os detalhes envolvidos (tempo estimado,
desligamentos necessários, área de abrangência etc.).
Participar do preenchimento da PTAR (se necessário) em todos os seus itens e
cumpri-los.
Supervisionar as operações em trabalhos com eletricidade e certificar-se de
que o executante colocou os devidos cartões de bloqueio, preenchidos e
assinados.
Garantir que o executante esteja usando todos os EPI requeridos e esteja
ciente das recomendações contidas na PTAR (Permissão de trabalho análise de
risco).
Inspecionar EPI e ferramentas, certificando-se de que estejam em boas
condições de uso.
Na instalação de novos equipamentos elétricos e/ou eletrônicos e na
substituição de partes danificadas ou defeituosas, analisar e seguir as
respectivas especificações técnicas, levando-se em conta as características
originais de projeto e as influências externas (área classificada, grau de
proteção, usuários etc.).
Zelar pelo cumprimento do conteúdo deste procedimento, assim como pelo
cumprimento das demais normas que tratam sobre a segurança dos serviços de
manutenção em instalações elétricas.

Eletricista (executante)
Cumprir com os procedimentos de segurança estabelecidos para a realização dos
serviços de manutenção em instalações elétricas. Seguir as recomendações
contidas na PTAR.
Fazer uso dos EPI recomendados e das ferramentas necessárias à execução dos
trabalhos.
Comunicar qualquer risco constatado antes e durante a execução dos trabalhos.
Remover os cartões de bloqueios ao término dos trabalhos e entregá-los ao
solicitante/responsável da área.
Interromper o trabalho, ao soar o alarme de emergência ou quando as condições
de segurança forem afetadas.

5.4 SOLICITANTE DA ÁREA RESPONSÁVEL


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Avaliar previamente a natureza do trabalho e os riscos envolvidos,


eliminando-os ou controlando-os, para que o executante possa desenvolver sua
atividade com segurança.
Preencher a Permissão de Serviço Seguro (PTAR e, quando necessário, a
Permissão de Entrada em Espaços Confinados – PET, juntamente com o
executante, recomendando as ações preventivas de segurança a serem adotadas
para a execução do trabalho e colocando os cartões de bloqueio preenchidos e
assinados.
Garantir que o executante esteja usando todos os EPI requeridos e esteja
ciente das recomendações contidas na PTAR (Permissão de Trabalho e análise de
risco).
Solicitar a presença do Departamento de Segurança sempre que a tarefa ofereça
riscos de explosão (pó ou inflamáveis), suspeita de presença de produtos
inflamáveis, princípios de incêndio, intoxicação ou asfixia dos
trabalhadores, para a avaliação e posterior liberação ou não.
Interromper os trabalhos se for constatado que as medidas de segurança
recomendadas não estão sendo cumpridas, permitindo seu reinício apenas quando
as irregularidades forem sanadas.

Garantir que os profissionais, que venham a realizar trabalhos em instalações


elétricas, sejam qualificados/capacitado conforme os itens 6.1 (a), (b), (c).
Em caso de contratação de prestadores de serviço para a realização de
trabalhos em instalações elétricas, encaminhar os exames médicos dos
executantes para aprovação da Área de Saúde Ocupacional previamente no início
das atividades.

6. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Para Trabalhos Rotineiros (aqueles com procedimento padrão documentado e
trabalhadores treinados sobre o procedimento) deverão ser atendidos os
respectivos procedimentos, além dos Bloqueios de Equipamentos (físicos e
administrativos), juntamente com a PTAR o crachá de Controle e Bloqueio.
Para todos os Trabalhos Não Rotineiros com eletricidade será necessária a
abertura da Permissão de trabalho (PTAR) ou Instrução de Trabalho, além do
procedimento de Bloqueio de Equipamentos (físicos e administrativos),
incluindo a cartão de Controle de Bloqueio, e do isolamento da área onde será
realizado o trabalho.
Quando necessário o acesso a espaços confinados, independente do serviço ser
rotineiro ou não, deverão ser atendidos os requisitos da PET – Permissão de
Entrada em Espaços Confinados.

6.1 AUTORIZAÇÃO PARA A REALIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO ELÉTRICA


Ficam autorizados a realizar trabalhos de manutenção em instalações
elétricas, os profissionais tecnicamente qualificados, conforme estabelece a
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NR-10, e que apresentarem estado de saúde compatível com as atividades


desenvolvidas no mesmo.
São considerados profissionais qualificados aqueles que comprovem, perante o
empregador, uma das seguintes condições:
a) capacitação, através de curso específico do sistema oficial de ensino;
b) capacitação, através de curso especializado ministrado por centros de
treinamento e reconhecimento pelo sistema oficial de ensino; ou
c) capacitação, através de treinamento na empresa, conduzido por
profissional autorizado.
Fica proibido o acesso e a execução de trabalhos de manutenção em instalações
elétricas, a qualquer empregado ou prestador de serviço, independente do grau
hierárquico ou função, que não estiver qualificado para tal atividade,
conforme estabelece a NR-10, e que não tiver esta condição anotada em seu
registro de trabalho.
Nota 1:O disposto neste item, aplica-se também aos terceiros que estejam
realizando trabalhos na empresa.

7. PROCEDIMENTOS
Para garantir condições de segurança na realização de trabalhos em
eletricidade, além de atender ao disposto no item 5.3 desta prática, deverão
ser seguidos, no mínimo, os procedimentos de segurança a seguir.

7.1 GERAIS
Antes de iniciar os serviços de manutenção, deverá ser consultada toda a
documentação disponível (manuais, desenhos, projetos etc.), a fim de entender
a instalação elétrica e avaliar os riscos envolvidos, procurando-se a
eliminação ou o controle dos mesmos.
O solicitante (responsável pela área onde ocorrerá o trabalho de manutenção
elétrica) e o responsável pelo executante (responsável pela manutenção
elétrica) deverão planejar o trabalho a ser realizado, dando ciência a todos
os envolvidos sobre a sua ocorrência e sobre os detalhes envolvidos (tempo
estimado, desligamentos necessários, área de abrangência etc.).
Instalações elétricas em manutenção deverão estar desenergizadas, bloqueadas
(por meio de bloqueio físico e administrativo), isoladas, sinalizadas e
ligadas à terra, para evitar o acionamento acidental de máquinas e
equipamentos ou a energização destas instalações.
Bloqueios físicos (por exemplo, cadeados instalados nos manípulos das chaves
seccionadoras, disjuntores, etc.; à razão de um cadeado para cada
profissional envolvido na tarefa, garantindo a integridade dos mesmos até o
último a se retirar; desconexão dos cabos e retirada dos fusíveis, etc.) e
administrativos (cartões de bloqueio amarelo, azul e vermelho) deverão ser
instalados de acordo com procedimento específico (trabalho rotineiro), PTAR
e/ou PET, além de registrados no cartão de bloqueio , de modo a manter sob
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controle as possíveis fontes de energia. Salvo se o funcionamento (movimento


etc.) for indispensável para a detecção do problema.
Extremo cuidado deverá ser tomado no aterramento, sempre que existirem
capacitores conectados ao circuito a ser aterrado. O aterramento somente
deverá ser executado após a completa descarga dos capacitores sobre seus
resistores de descarga (esta descarga pode demandar um elevado tempo, de
acordo com a potência do banco de capacitores e dos resistores de descarga).
Deverão ser utilizados os EPI recomendados, de acordo com o anexo 01.
Deverão ser utilizadas ferramentas adequadas, em boas condições de uso,
conforme anexo 01.
Na detecção de circuitos energizados, deverão ser utilizados aparelhos
adequados (voltímetro, multímetro, detector de tensão etc.), nunca dedos,
mãos ou outros artifícios.
Feita a desenergizarão deverá ser verificada a possibilidade de realimentação
(retorno), por outros circuitos ou fonte de geração própria.
Depois de concluídos os trabalhos de manutenção e os testes, as sinalizações,
bloqueios e aterramentos das linhas deverão ser removidos. Os aterramentos
das massas (estruturas, carcaças etc.) metálicas deverão ser religados e as
proteções de partes girantes recolocadas. Todos os envolvidos deverão ser
informados sob o término dos trabalhos de manutenção e sobre a liberação das
instalações elétricas para uso. Os trabalhos de manutenção deverão ser
registrados para fins de controle.
Deverão ser respeitadas as características originais de projeto (correntes
nominais e tempos de atuação das proteções, capacidades de condução de
corrente, grau de proteção dos invólucros etc.) das instalações elétricas.
Sempre que necessárias alterações, estas deverão ser fonte de novos estudos e
registradas, a fim de manter atualizados os diagramas de força e comando,
além de garantir a segurança e a confiabilidade das instalações elétricas.
Eletricistas não deverão usar pulseiras, relógio ou qualquer outro adorno
metálico.
Cuidados especiais deverão ser tomados no transporte e no manuseio de
escadas. Não deverão ser utilizadas escadas metálicas ou de material
(revestimento) que possa conduzir eletricidade.

7.2 SUBESTAÇÕES
Deverão ser atendidos os procedimentos gerais estabelecidos no item 7.1.
Deverão existir procedimentos específicos para desligamento, limpeza e
religamento de cada subestação, de modo a garantir a segurança e a
confiabilidade destas manobras. Algumas etapas que poderão ser seguidas estão
apresentadas a seguir:
solicitar e programar, junto à concessionária, o desligamento externo da rede
de alimentação; este passo deverá ser documentado (ofício, fax etc.);
equipamentos instalados a jusante dos transformadores, deverão ser
desligados, bloqueados e sinalizados em seus respectivos painéis de
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comando/força (exemplos: capacitores, inversores conectados a banco de


baterias, banco de baterias, geradores, indutores, motores etc.).
disjuntores instalados a montante dos transformadores, responsáveis pelas
proteções geral e primária, deverão ser desligados, bloqueados e sinalizados;
o desligamento externo, a ser feito pela concessionária, deverá ser
autorizado e checado, para confirmar a sua ocorrência; deve-se solicitar o
travamento da chave seccionadora na posição “aberta” e a retirada dos
fusíveis (se existirem) ou o desligamento do disjuntor geral de média ou alta
tensão (conforme o caso);
deve-se aguardar a descarga dos bancos de capacitores, devendo os seus
fusíveis ser retirados; deverá ser verificada a possibilidade de alimentação
(retorno), por outros circuitos (ramais) ou fonte de geração própria;
concluídas as operações de desenergizarão, bloqueio e sinalização, os
barramentos dos equipamentos e/ou instalações que sofrerão manutenção deverão
ser aterrados, em todas as extremidades (entradas/saídas);
cumpridas as etapas anteriores, a subestação estará liberada para realização
dos trabalhos de manutenção elétrica.
Concluídos os serviços de manutenção e testes, as instalações deverão ser
desbloqueadas, os aterramentos removidos e as sinalizações retiradas, visando
permitir o religamento da subestação. A solicitação para o religamento também
deverá estar documentada.
Chaves seccionadoras sem carga somente poderão ser desligadas, após a
completa retirada das cargas em seus respectivos circuitos.
Concluídos os serviços de manutenção, todas as telas dos cubículos
(transformadores, disjuntores etc.) deverão ser recolocadas nos respectivos
lugares, bem como deverão ser religados os aterramentos de suas massas
metálicas.
Quando estiverem sendo realizados serviços de manutenção elétrica, em
subestações, deverão ser colocadas placas de aviso, tantas quantas forem
necessárias, sinalizando esta intervenção. O acesso à subestação, em
manutenção ou em operação normal, deve ser restrito aos profissionais
qualificados, conforme item 6.1.
Quando não estiverem sendo realizados serviços de manutenção elétrica, todas
as portas das subestações deverão permanecer fechadas e trancadas a chave.
Não poderão ser realizados serviços de manutenção em instalações de média ou
alta tensão com elas energizadas. Exceção é válida para as manobras de
operação da subestação (desde que com procedimentos descritos) ou quando
contratadas empresas especializadas na realização de trabalhos em linha viva.

7.3 INSTALAÇÕES TEMPORÁRIAS


Quando da manutenção em instalações temporárias (de reparos, de trabalhos ou
semipermanentes), além de atendidos os procedimentos gerais aplicáveis,
estabelecidos no item 7.1, deverão ser tomados os seguintes cuidados:
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toda instalação temporária deverá ter sua origem protegida contra


sobrecorrentes, de acordo com o prescrito na NBR-5410;
toda instalação temporária deverá possuir grau de proteção adequado às
influências externas a que esteja sujeita, conforme determina a NBR-5410;
massas metálicas não energizadas (carcaças, estruturas, portas etc.) que
possam ficar sob tensão deverão ser ligadas a terra; e
instalações temporárias deverão ser dispostas de modo a não impedir ou
dificultar o trânsito de pessoas, máquinas e veículos; condutores elétricos
deverão estar protegidos contra danos mecânicos (ver NBR-5410) e, quando
aéreos, deverão estar instalados a uma altura mínima do solo segura (ver NBR-
5434).
Na execução e no uso de extensões, deverão ser tomados os cuidados
relacionados a seguir:
deverão ser montadas com cabo (isolação e cobertura), cuja bitola mínima
deverá ser igual a 1,5 mm 2 (iluminação) ou 2,5 mm 2 (força), e o comprimento
máximo igual a 50 m;
deverão ser tomadas precauções para evitar que tomadas e plugs possam ser
separados inadvertidamente;
dentro de equipamentos com partes metálicas não energizadas aterradas, em
locais úmidos e em ambientes com espaços reduzidos, as extensões deverão ser
alimentadas através de fonte de segurança, extrabaixa tensão, conforme NBR
5410 (onde a tensão e a potência são limitadas);
o manuseio (transporte etc.), somente deverá ser realizado com a extensão
desconectada de sua fonte de alimentação; e
em ambientes onde possa ocorrer atmosfera explosiva, deverão ser levados em
consideração os cuidados estabelecidos no item 7.5.

7.4 SUBSTITUIÇÃO DE FUSÍVEIS/REARME DE RELÉ TÉRMICO


Deverão ser atendidos os procedimentos gerais estabelecidos no item 7.1.
Realizada a desenergizarão, deverá ser verificada a possibilidade de
alimentação (retorno), por outros circuitos ou fonte de geração própria.
Deverá ser identificado e corrigido em definitivo, o problema causador da
queima dos fusíveis e/ou do desarme do relé térmico.
Somente depois de identificado e eliminado o problema, deverá se proceder à
troca dos fusíveis e/ou o rearme do relé térmico.
Deverão ser respeitadas as características originais de projeto, ou seja,
quando for necessária a substituição de fusíveis e/ou relés térmicos, estes
deverão ser substituídos por outros com as mesmas características, bem como
não deverão ser feitas alterações nas correntes de ajuste dos relés térmicos.

7.5 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERA EXPLOSIVA


Além dos procedimentos gerais, estabelecidos no item 7.1, medidas especiais
deverão ser adotadas, quando da execução de serviços em instalações elétricas
situadas em atmosferas explosivas, relacionadas a seguir.
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A manutenção de instalações elétricas em atmosferas explosivas deverá ser


executada por pessoal experiente, em cujo treinamento tenha sido incluída
instrução sobre os vários tipos de proteção e práticas de instalação, além de
noções sobre os mais importantes princípios de classificação de áreas. Deverá
ser dado à equipe de manutenção, regularmente, treinamento de atualização
apropriado.
Alterações que possam afetar o tipo de proteção inerente ao equipamento, não
deverão ser realizadas, sem a autorização da área de manutenção responsável
por estas instalações, necessariamente após consulta ao fabricante e
projetista (responsável técnico).
Qualquer nova instalação e/ou equipamento, deverá sofrer inspeção inicial
detalhada, antes de ser colocada em serviço. Toda e qualquer inspeção
detalhada deverá ser registrada, devendo a instalação e/ou o equipamento
estar desenergizado.
Cabos flexíveis, eletrodutos flexíveis e suas respectivas terminações deverão
ser substituídas, caso apresentem danos ou defeitos.
Quando for necessário retirar algum equipamento de serviço para manutenção,
os condutores expostos deverão ser terminados num invólucro certificado
apropriado; opcionalmente, o cabo poderá ser protegido por outro meio de
isolamento adequado nas extremidades dos condutores e o cabo desconectado de
todas as fontes de alimentação. Caso a retirada do equipamento de serviço
seja permanente, toda a fiação a ele associada deverá ser removida ou,
opcionalmente, terminada de modo correto num invólucro certificado
apropriado.
Invólucros ou componentes, plásticos ou metálicos, que apresentarem
rachaduras ou estiverem severamente corroídos, deverão ser parcialmente ou
totalmente substituídos, visando garantir o grau de proteção inerente ao
equipamento.
Na instalação de novos equipamentos elétricos e/ou eletrônicos, bem como na
substituição de partes danificadas ou defeituosas, deverão ser levados em
consideração os seguintes aspectos:
Equipamentos, dispositivos e/ou componentes elétricos e/ou eletrônicos,
deverão ser adequados à área classificada (grupo, zona, temperatura etc.),
deverão apresentar a devida marcação (segundo NBR-9518) e deverão possuir
seus respectivos certificados de conformidade (conforme portaria do INMETRO
n.º 164/91)
Equipamentos e componentes importados, independentemente de serem instalados
em área classificada, deverão atender às determinações das normas brasileiras
conforme prescrito pela NBR 5410. Portanto deverão possuir selo de
conformidade do INMETRO, conforme NBR 9518. Na ausência deste, e em caráter
excepcional, após avaliação técnica específica, deverão necessariamente
possuir certificado de conformidade emitido por órgão reconhecido
internacionalmente, conforme normas do país de origem (por exemplo: NFPA e
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NEC – especificamente o artigo 500 – Classified Hazardous Locations Estados


Unidos; CENELEC – França; NAMUR e DIN – Alemanha; etc.).
Todas as partes das instalações deverão ser mantidas limpas e livres do
acúmulo de poeira ou outras substâncias nocivas que possam causar um aumento
excessivo na temperatura.
Deverão ser tomadas precauções para que as proteções dos equipamentos contra
intempéries sejam mantidas. Gaxetas defeituosas deverão ser substituídas.
Dispositivos anticondensação, tais como respiros, drenos ou elementos
aquecedores deverão ser examinados para se ter certeza de que operam
corretamente.
Em equipamentos sujeitos a vibrações, deverá ser verificado o grau de aperto
dos parafusos de fixação e das entradas de cabos.
Durante a limpeza de equipamentos elétricos que possuam superfícies feitas de
material não condutor, deverão ser tomadas precauções para evitar a geração
de eletricidade estática.
Equipamentos elétricos instalados em áreas classificadas, somente poderão ser
abertos para a realização de serviços de manutenção, se atendidas as
condições a seguir:
os equipamentos deverão estar desenergizados;
todas as conexões de entrada e, se necessário, de saída, inclusive o condutor
neutro, deverão estar isoladas; neste contexto, isolamento significa a
retirada de fusíveis e “links” ou o travamento na posição desligada, de chave
ou dispositivo de desconexão; deverá existir identificação clara e confiável
de todos os circuitos, de modo a garantir o isolamento correto de qualquer
equipamento elétrico, quando necessário; e
o tempo decorrido desde a desenergizarão até a abertura do invólucro, tenha
sido suficiente para que a temperatura de superfície ou a energia armazenada
decaia a um nível abaixo do qual não seja capaz de causar ignição.
Serviços essenciais para cuja execução seja necessária abertura do invólucro
e a exposição de partes energizadas, somente poderão ser realizados, se
atendidas as seguintes condições:
deverá ser garantida a ausência de atmosfera explosiva, por profissional da
área de segurança, após medição com equipamento adequado e devidamente
aferido (explosímetro);
o profissional acima citado, dotado de sistema de comunicação (rádio) deverá
monitorar o local durante o tempo em que o invólucro estiver aberto;
deverá ser emitida autorização explícita (por escrito) dos responsáveis pelas
áreas de produção e manutenção (se for o caso, o gerente industrial), com
essa finalidade;
um profissional da área elétrica, munido com sistema de comunicação (rádio),
deverá ser mantido próximo ao dispositivo de desligamento do circuito em
questão, a fim de proceder ao seu desligamento imediato, mediante comunicação
do funcionário da segurança, no caso da atmosfera tornar-se explosiva; e
deverão ser tomados todos os cuidados normais em áreas não classificadas.
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Equipamentos elétricos móveis (portáteis, transportáveis e manuais) deverão


ser submetidos a inspeção detalhada pelo menos a cada doze meses. Inspeção
visual deverá ser realizada pelo operador, sempre antes do equipamento ser
colocado em uso, o qual deverá ser apropriado à área classificada em que será
utilizado.
Deverão ser tomados cuidados para assegurar que o aterramento e a ligação de
equalização de potencial sejam mantidos em boas condições. Anualmente deverá
ser realizada medição no sistema de aterramento, para verificar a sua
resistência máxima (vide norma específica da ABNT para área classificada).
As unidades seladoras e a selagem de cabos deverão estar corretamente
preenchidas, devendo o composto selante ser de um tipo aprovado para as
condições e uso. A espessura da massa seladora não deverá ser inferior ao
diâmetro nominal do eletroduto e, em nenhum caso, menor do que 16 mm
(dezesseis milímetros).
Após manutenção no invólucro de um equipamento à prova de explosão (Ex d),
todas as juntas deverão ser completamente limpas e levemente untadas com
graxa (quimicamente inerte e que não resseque com o tempo), a fim de que
sejam protegidas. Na limpeza de juntas flangeadas não é recomendável o uso de
escovas metálicas, devendo-se utilizar materiais não metálicos e fluidos não
corrosivos. Em juntas cilíndricas, se constatados danos evidentes, provocados
por desgaste, distorção, corrosão etc., deverão ser verificadas as folgas
diametrais.

7.6 EMERGÊNCIA
Deverão ser seguidos os requisitos dos procedimentos:
 Preparo contra Emergência – Requisitos Básicos
 Preparo para Atendimento de Primeiros Socorros

 Anexo 1: Equipamentos de Proteção Individual e Ferramentas

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E FERRAMENTAS


Para trabalhadores do setor elétrico em geral, de acordo com a classificação
estabelecida no item 4.9, considera-se a situação BB2 da pele humana. Assim,
fica estabelecido que, nesta condição, não será necessário o uso de EPI para
a proteção contrachoque elétrico, em trabalhos realizados em instalações
energizadas ou sujeitas a energização de até 50 V.
Demais situações, o uso de equipamentos de proteção individual e ferramentas
deverá ser definido conforme o tipo de trabalho a ser realizado e tabelas que
se encontram no anexo 1.

EPI PARA RISCO DE CHOQUE ELÉTRICO


Considerações de Segurança
Este capítulo trata dos requisitos mínimos dos EPI para os riscos de choque
elétrico. EPI adicionais poderão ser exigidos por outros procedimentos. As
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pessoas qualificadas deverão estar familiarizadas com outros procedimentos


que tratam do uso de EPI adicionais.
EPI defeituosos não deverão ser utilizados, sendo o usuário o responsável
pela inspeção visual destes equipamentos quanto a laços, buracos ou outros
defeitos.
Joias condutoras como relógios, braceletes, anéis, pulseiras, correntes,
colares, roupas e calçados com partes metalizadas, com fios condutores e
chapéus de metal não devem ser usados se eles puderem entrar em contato com
partes energizadas.

Tipos e Usos em Geral


Luvas de borracha isolante (e protetores de luvas) e mangas deverão ser
usadas para proteger as mãos e os braços, quando há um potencial de choque
elétrico de partes energizadas, na execução de trabalhos elétricos perigosos.
Luvas e Protetores de Borracha Isolante.
a) Luvas de borracha isolante de classe adequada à voltagem do circuito deverão
ser utilizadas quando da execução de trabalhos elétricos perigosos, conforme
definido em 6.2.

Classe da Voltagem máxima AC RMS - linha ao


luva solo (V)
00 500
0 1000
1 7500
2 17000
3 26500
4 36000

b) As luvas de borracha isolante deverão ser do tipo II (resistência ao


ozônio), além de reunir os requerimentos da ANSI/ASTM D120.
c) As luvas de borracha isolante deverão ser adquiridas juntamente com as luvas
protetoras de couro e saco de estocagem. As luvas protetoras de couro deverão
reunir os requerimentos da ASTM 696.
d) As luvas de borracha deverão ser inspecionadas e testadas antes de cada uso
de acordo com esta prática de trabalho.
e) As luvas de couro protetoras deverão ser usadas sobre as luvas de borracha
isolante para protegê-las de danos mecânicos e de contaminação.
Exceção: Será permitido o uso de luvas de borracha isolante classe 00 ou 0
sem o protetor de couro apenas se alta destreza com os dedos for necessária
para o manuseio de pequenas partes e se não existir potencial dessas pequenas
partes de furar, cortar ou rasgar a luva de borracha.
f) A distância mínima entre o punho do protetor de couro e o punho da luva
isolante será a seguinte:
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Classe da luva Distância mínima (polegadas)


00 0,5 (13 mm)
0 0,5 (13 mm)
1 1 (26 mm)
2 2 (51 mm)
3 3 (76 mm)
4 4 (102 mm)

g) As luvas de borracha devem ser colocadas antes de se aproximar do


equipamento.

Mangas de Borracha Isolante


a) As mangas de borracha isolante deverão ser usadas em conjunto com as luvas de
borracha isolante, quando se trabalha sobre ou em recinto próximo a
equipamentos elétricos energizados, quando proteção adicional é requerida
pela situação do trabalho ou pela configuração do equipamento.
b) As mangas de borracha isolante deverão ser do tipo II (resistência ao ozônio)
e reunir os requerimentos da ANSI/ASTM D 1051.
c) As mangas de borracha isolante deverão ser adquiridas juntamente com o
embrulho da manga.
d) As mangas de borracha isolante deverão ser inspecionadas e testadas antes de
cada uso, de acordo com esta prática de trabalho.

Cuidados de Campo e Estocagem


Cuidados apropriados no campo e na estocagem dos EPI (de borracha isolante)
são importantes para garantir a proteção contrachoques elétricos ou
queimaduras. Equipamentos defeituosos ou com suspeita de defeitos não deverão
ser usados e deverão ser devolvidos para o fornecedor ou submetidos a testes.

Luvas e Mangas de Borracha Isolante


a) Luvas e mangas de borracha isolante deverão ser estocadas em local seco,
escuro e fresco. A temperatura admissível de estocagem é de 12 ºC a 35 ºC. O
local deverá ser prático e isento de ozônio, produtos químicos, óleos,
solventes, vapores e fumos prejudiciais, descargas elétricas e luz solar.
b) As luvas devem ser estocadas nas suas próprias luvas de couro protetoras e no
seu embrulho para protegê-las de danos mecânicos e contaminação.
c) As luvas e as mangas não devem ser estocadas dobradas, enrugadas, comprimidas
ou de qualquer outra maneira que possa causar estiramento ou compressão.
d) As luvas devem ser estocadas livremente e enroladas ao longo do comprimento
para proteger de danos mecânicos e da contaminação.
e) As luvas e mangas devem ser limpas de qualquer óleo, graxa ou outros
contaminantes, logo após o contato, conforme recomendações do fabricante.

Testes e Inspeções
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Testes e inspeções em EPI são requisitos importantes para proporcionar


proteção contrachoques elétricos e queimaduras. Equipamentos defeituosos ou
com suspeita de defeitos não deverão ser usados e deverão ser devolvidos para
o fornecedor ou submetidos à re-inspeção e ao re-teste elétrico.

Luvas e Mangas de Borracha


Antes de cada uso, luvas de borracha isolante, luvas protetoras de couro e as
mangas deverão ser:
a) Inspecionadas para assegurar que cada EPI esteja limpo (livre de graxa, óleo,
sujeira ou qualquer outro contaminante), seco, sem rasgos, cortes, furos ou
qualquer material estranho embutido.
Nota: Insertos de borracha devem ser removidos do protetor de couro para
inspeção adequada.
b) Testados com ar através de socos e tapas firmes próximos à palma, de maneira
que induza a entrada de ar na luva, ou, preferencialmente, através de uso de
insuflador mecânico. Se o insuflador mecânico for usado, os cuidados a seguir
deverão ser tomados: as luvas devem ser examinadas quanto a furos e outros
defeitos; a detecção de furos é acentuada ouvindo o ar escapando ou segurando
a luva contra o rosto do trabalhador, a fim de sentir o escapamento de ar; o
limite de insuflação para luvas de tipo I de classes 00, 0, 1, 2 não é mais
que duas vezes do tamanho normal; o limite de insuflação para luvas do tipo
II de classes 00, 0, 1, e 2 não é mais que 1,25 vez ao tamanho normal.
Nota: As mangas devem ser esticadas pela mão para execução da inspeção.
c) Inspecionar para assegurar selo com data de inspeção dentro dos intervalos de
testes aceitáveis.
d) Não deverão ser usadas luvas e mangas com (ou suspeitas de que tenham) os
defeitos a seguir: falhas por pressão de ar; buracos, furos, rasgos ou
cortes; cortando ou "craqueando" ozônio; objetos estranhos embutidos;
mudanças na textura como amolecimento, expansão, endurecimento, pegajosidade
ou falta de elasticidade; outros defeitos que possam causar danos às
propriedades isolantes; não tenham sido testadas há seis meses.
e) Luvas em uso normal ou em estocagem deverão ser testadas dieletricamente por
um laboratório de teste segundo ASTM F 496, seção 7, a uma frequência que não
exceda seis meses.
Nota: Luvas novas ou retestadas devem ser estampadas com uma etiqueta com a
data de expiração.
f) Mangas, quer em uso normal ou em estocagem, deverão ser testadas
dieletricamente por um laboratório de testes segundo ASTM F 496, seção 7, a
uma frequência não menor que 12 meses.
NOTA: Mangas novas ou re-testadas deverão ser etiquetadas com a data de
expiração.

EPI PARA RISCO DE ARCO E FLASH ELÉTRICO


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Os requisitos dos EPI nesta prática de trabalho se aplicam às pessoas


qualificadas que estão sujeitas a riscos de arcos e faíscas elétricas (EAFHD
– Electrical Arc/Flash Hazard Distance) enquanto estes executam trabalhos
elétricos perigosos ou manobras.

Considerações de Segurança
Este capítulo trata das exigências mínimas dos EPI para prevenir lesões por
arcos ou faíscas elétricas. EPI adicionais poderão ser exigidos por outros
procedimentos locais ou PTAR. As pessoas qualificadas deverão estar
familiarizadas com outros procedimentos que tratem do uso de EPI adicionais.
EPI defeituosos não deverão ser utilizados, sendo o usuário o responsável
pela inspeção visual destes equipamentos quanto a laços, buracos ou outros
defeitos.

Requerimentos dos EPI


Proteção da cabeça (capacete) – Os trabalhadores deverão usar proteção para a
cabeça se houver potencial de choque elétrico devido ao contato com partes
elétricas expostas e energizadas ou queimaduras provenientes de arco
voltaico/faíscas. Proteção de cabeça resistente à chama e não condutivo
deverá reunir os requerimentos da ANSI 289.1. O capacete classe B é projetado
e testado para prover tanto proteção mecânica quanto elétrica.
Buracos no casco do capacete ou pinturas e materiais condutivos aplicados ao
exterior do casco que possam afetar a proteção elétrica estão proibidos. Os
capacetes devem ser periodicamente examinados pelos usuários e substituídos
se houver qualquer indicação de danos.
Proteção dos olhos (óculos de segurança) – Óculos de segurança deverão ser
utilizados quando se executa qualquer tipo de trabalho com eletricidade.
Proteção da face (face shields) – Protetores faciais deverão ser usados se
houver perigo de faísca, proveniente de arco elétrico, ou objeto voador ou em
queda, resultante de forte explosão de arco elétrico, atingir os olhos ou a
face. As proteções de face deverão ser feitas de material de policarbonato
claro. Vidros de segurança deverão ser usados por baixo da proteção facial.
Óculos de segurança, proteções de face e janelas em um capuz de flash deverão
reunir os requerimentos da ANSI 287.1.
Proteção do corpo (roupas resistentes ao fogo e "flash suit") – Roupas de
proteção pessoal requeridas para execução de serviços perigosos com
eletricidade e de manobras elétricas que podem resultar em um forte arco
voltaico serão exigidas quando:

EAFHD (polegadas) Roupa


Não é requerida roupa resistente ao
< 6 (< 152 mm)
fogo
6 – 18 (152 – 456 mm) Roupa resistente ao fogo
> 18 (> 456 mm) Roupa "flash suit"
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Roupa resistente ao fogo consiste em:


 luvas de couro de punho alto;
 proteção facial de policarbonato; e
 Seis onças NOMEX (mínima), ou equivalente, mangas compridas com botões
debaixo do colarinho ou seis onças NOMEX (mínima), ou equivalente,
camisa com mangas compridas e calças.

Roupa "flash suit" consiste em:


 luvas de couro de punho alto;
 capuz "flash" (10 onças NOMEX ou equivalente, mínimo) com proteção
facial; e
 jaqueta de couro comprida (equivalente, no mínimo).
Roupas resistentes ao fogo e roupas "flash suit" deverão atender aos
requisitos da ASTM F1506. Deverão ser estocadas em local apropriado ou
armário. Deverão ser mantidas limpas e conforme a ASTM F1449, além de se
atender às recomendações do fabricante.

Equipamentos de Proteção Individual e Ferramentas (por classe de trabalho em


eletricidade)
Equipamentos de Proteção
Classe Ferramentas
Individual
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PROCEDIMENTO DE TRABALHO COM ELETRICIDADE Cod: Aprovado por:


PTE.01

Classes (A1, A2, B, C, D)  Instrumentos  Capacete


 Conserto de itens (multímetro, voltímetro,  Óculos de segurança ou
elétricos expostos e amperímetro, detector de protetor facial
energizados acima de 50 V tensão etc.) e cabos,  Sapatos (sem partes
 Conserto de itens aprovados e com isolamento metálicas)
desenergizados, porém adequado (1)  Luvas isolantes de
dentro da Distância de  Ferramentas (chaves, borracha
Perigo de Choque de itens alicates, sacadores de  Outros equipamentos
expostos e energizados fusíveis etc.) com isolantes de borracha
acima de 50 V isolamento adequado (1) requeridos pela PSS
 Diagnóstico de itens  Dispositivos para  Se a Distância de
expostos e energizados aterramento (conforme o Perigo de Arco e Descarga
acima de 50 V trabalho a ser realizado) for inferior a 150 mm,
 Diagnóstico de itens  Cartões de bloqueio não se exige roupa
desenergizados, porém (conforme PSS ou contrafogo
dentro da Distância de procedimento específico)  Se a distância estiver
Perigo de Choque de itens  Atender às instruções entre 150 e 450 mm, são
expostos e energizados dos fabricantes dos obrigatórias luvas de
acima de 50 V equipamentos de teste e em couro, viseira de
 Teste de isolamento e teste. policarbonato e roupa
verificação de resistente ao fogo
desenergizarão em itens que  Se a distância for
operem com tensão acima de superior a 450 mm, usar
50 V roupa contra descargas
 Instalação e remoção de  Para trabalhos em
aterramento em itens altura superior a dois
desenergizados que operem metros (com risco de
com tensão acima de 50 V queda), deve-se utilizar
 Teste de itens cinto de segurança
desenergizados, como: (paraquedista), conforme
 Testes de campo (ex: com procedimento específico.
megger)
 Testes de bancada.
(1) – instrumentos, cabos e ferramentas deverão possuir isolamento elétrico adequado
aos níveis de tensão onde serão aplicados.
Equipamentos de Proteção Individual e Ferramentas (por classe de manobra)
Equipamentos de Proteção
Classe Ferramentas
Individual
SW 1  Ferramentas com  Capacete
Manobras potencialmente isolamento adequado (2)  Óculos de segurança ou
perigosas  Dispositivos para protetor facial
Exemplo: aterramento (conforme o  Sapatos (sem partes
 Ligar e desligar trabalho a ser realizado) metálicas)
localmente dispositivo  Cartões de bloqueio  Luvas isolantes de
exposto, energizado e sob (conforme PSS ou borracha (somente para
carga, em tensões superiores procedimento específico) manobras potencialmente
a 50 V (ex: chaves em perigosas)
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PTE.01

painéis abertos)  Outros equipamentos


 Ligar e desligar isolantes de borracha
dispositivos em tensões requeridos pela PSS
superiores a 1000V, como:  Se a Distância de
fusíveis, disjuntores, Perigo de Arco e Descarga
chaves seccionadoras etc. for inferior a 150 mm, não
SW 2 Manobras normais se exige roupa especial
Exemplos:  Se a distância estiver
 Ligar e desligar entre 150 e 450 mm, são
localmente dispositivo de obrigatórias luvas de
interrupção totalmente borracha, máscara de
fechado, não à prova de policarbonato e roupa
explosão, em tensões entre resistente ao fogo
50 V e 1000 V (disjuntores,  Se a distância for
chaves etc.). Se o superior a 450 mm, usar
dispositivo for do tipo sem roupa contra descargas.
carga, a carga deverá ser
removida antes da operação.
(2) – ferramentas deverão possuir isolamento elétrico adequado aos níveis de tensão onde
serão aplicadas

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