A partir da leitura da Guacira Louro, abordando o Queer, e o breve vídeo
com a estilista Vicenta Perrotta, tragam uma reflexão, que lhes passou pela cabeça, ao lerem o texto, e ao assistirem à Vicenta Perrotta. Que associações lhes ocorreram?
Podemos entender a interação do indivíduo com o mundo como uma viagem
interior e exterior, de descoberta do eu, onde, ao longo dela, temos a formação de sua consciência, sensibilidade e caráter por meio da transformação e evolução. Entretanto, o desenvolvimento dessa jornada não se dá de forma linear e progressiva, tendo seus altos e baixos. Essas oscilações podem ser caracterizadas pelas interações que temos com os meios. Capturamos e somos capturado por ideias, sensações, crenças, construindo nossa personalidade a partir de retalhos, epifanias e momentos Na pós modernidade, podemos identificar o tal do sujeito viajante como o próprio dividido, fragmentado, cambiante, onde o que importa nesse trajeto é o andar e não o chegar, o que interessa é o movimento e não o motivo desta, pois isso não é necessariamente definido. Podemos perceber isso no desenvolvimento de personagens como no filme do “Pequeno Príncipe”, “Pequena Miss Sunshine”, “Cidades de Papel”, “Forrest Gump” e “Comer, Rezar e Amar”. Percebemos as culturas como local de moradia e os indivíduos que estão inseridos nela caracterizados diferentemente. A imprevisibilidade na confirmação destes estereótipos é inerente ao percurso, a fim de que os próprios sujeitos estão empenhados na produção de seu gênero e sexualidade de seus corpos. Apesar desse “senso comum”, há entidades que são consideradas revolucionárias por desafiarem essas regras e fronteiras, não sendo o processo feito ao acaso ou ao sabor de sua vontade, eles ficam à deriva e torna-se impossível ignorar esse anseio por mudança, como o citado por Vicenta Perrotta. “Onde você é entra onde você está” os drags podem ser considerados como nômades ou exilados, transitando pelas fronteiras e fazendo estadia provisória em suas “casas culturas” e sendo feita por vestígios. Eles assumem a inconstância e se orgulham dela, como os personagens Chapeleiro Maluco, Jack Sparrow e o Máscara, assumindo este inconformismo e fazendo de si mesmo morada.