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Resumo Bourdieu
Resumo Bourdieu
Existe o produto comercial e o não comercial – que acaba tendo força cultural maior que o
comercial, por algumas vezes. Dentro de determinado campo existem certas conveniências em
manter os dominantes acima dos dominados. Essas regras próprias são criadas para manter o
que já é dominante nessa posição.
Fala no artigo o costureiro e a sua grife: a moda é o campo que mais se evidencia a distinção
entre um público e outro. Traz o conceito de direita e esquerda. À direita, estão as pessoas que
já estão em estado de estabilidade vs o que estão tentando conquistar esse espaço, a
Esquerda. Os mais conservadores, que querem manter a arte em sua essência, até mesmo
para se perdurar em evidência contra os que estão chegando. É na arte que se consegue fazer
muito com pouco. O artista parece conseguir ter um capital econômico que não tem, por
exemplo, criando seu conceito próprio que o destaca dos outros. Critica a alta costura por se
ver mais distintivamente essa separação de pessoas no campo.
- O campo da alta costura deve sua estrutura à distribuição desigual entre as diferentes
maisons da espécie particular de capital qu eé o fator da concorrência nesse campo e a
condição de entrada em tal competição.
- Para alguns, as estratégias de conservação que visam manter intacto o capital acumulado (o
“renome da qualidade”) contra os efeitos da translação do campo e cujo sucesso depende,
evidentemente, da importância do capital possuído e também da aptidão de seus detentores,
fundadores e, sobretudo, herdeiros, em gerir racionalmente a reconversão, sempre arriscada,
do capital simbólico em capital econômico.
- No campo da moda, são os recém-chegados que “fazem o jogo”. Os dominantes agem sem
riscos: não tem necessidade de recorrer a estratégias de blefe ou enaltecimento. Essa é uma
lei geral das relações entre os dominantes e os pretendentes.
Estilo e Estilo de vida: a decoração da moradia dos costureiros de grande prestígio
Balmain: o gosto pelo antigo – colecionador de peças raras e objetos preciosos. Móveis
incrustados de madrepérolas, desenhos de bustos de Henrique iv e sully, cristaleiras de
coleção de tanagra e quadros de mestres menores franceses do século xix nas escadarias.
Givenchy: o clássico moderno – tudo revestido pela cor branca, com alguns móveis modernos
de aço e plástico. Além disso, quadros e itens colecionáveis
Cardin: o moderno barroco – salão com sensação de floresta e coleciona objetos raros
Hetcher: o desleixo obrigatório – salão envidraçado com níveis de argamassa e peles de urso,
etc.
Existe um centro dessa oposição, como Saint Laurent que visa agradar os dois polos
simultaneamente, ainda, por ter aprendido com os antigos e dominantes como se trabalhava
para somente depois apresentar sua produção. Assim, ele se torna mais aceito no campo.
O capital simbolizado pelo nome do costureiro pode converter-se em capital econômico sob
certas condições e dentro de certos limites, em particular, temporais – aqueles que definem a
duração do renome. Inclusive, sua importância pode ser representada por dois círculos – um
de faturamento e o outro de número de empregados. A relação entre antiguidade e o capital
pode-se manter dentro de certos limites e mediante estratégias que explorem as leis da
economia especifica do campo
- Dificuldades em perpetuar a empresa pós morte do criador, pois este fornece a plena eficácia
à alquimia simbólica na medida que ele próprio garante todos os aspectos da produção do
bem dotado de uma marca. As funções pós morte são divididas entre várias pessoas,
normalmente a presidência ou diretoria geral fica comum herdeiro da família e a parte de
criação com um aprendiz do gênio que deve enfrentar as exigências das partes
A imposição de valor
O irreconhecimento coletivo
- O poder do criador nada mais é que a capacidade de mobilizar a energia simbólica produzida
pelo conjunto dos agentes comprometidos com o funcionamento do campo: jornalistas,
intermediário e clientes, outros criadores e a própria concorrência afirmam o valor das
implicações.
- o discurso sobre a moda tem a função performativa que designa desse modo a
inseparabilidade entre a especificidade estilística e seus efeitos sociais.
- Há crise na moda quando deixam de funcionar esses mecanismos que produzem a crença
reprodutiva do sistema ou quando os interesses dos agentes de quem depende o
funicionamentodo sistema já não estão salvaguardados.
O ciclo da consagração
- dupla natureza dos bens simbólicos e da própria produção simbólica, que não se reduz a um
ato de fabricação material, mas comporta um conjunto de operações que asseguram a
promoção e a transubstanciação do produto das operações de fabricação material.
- os circuitos de produção e circulação material são insuperavelmente ciclos da consegração
que, além disso, produzem legitimidade, ao mesmo tempo objetos sagrados e consumidores
convertidos, dispostos a abordá-los como tais e pagar o preço necessário para deles se
apropriarem.