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O modelo desenvolvido por Domar assenta sobre a distinção entre os dois efeitos de
qualquer investimento: por um lado um efeito rendimento (criação de rendimentos
suplementares por ação do multiplicador) e um efeito capacidade (aumento da
capacidade de produção). Para que o crescimento ocorra de forma equilibrada, é
necessário que estes dois efeitos sejam iguais, ou seja, a procura acrescida
provocada pelo aumento dos rendimentos deverá originar mercado suficiente para
absorver a oferta suplementar criada pelo aumento da capacidade de produção.
Domar demonstram que não existe qualquer razão para que tal ocorra de forma
duradoura, pelo que o sistema capitalista está condenado ao desequilibro
permanente a que se seguirá a estagnação.
Por seu lado, Harrod distingue diversas taxas de crescimento: a taxa de crescimento
natural (determinada pela taxa de crescimento da população e pelo progresso
técnico), a taxa de crescimento necessária (warranted) (taxa de crescimento
necessária para que as empresas realizem as suas expectativas), a taxa de
crescimento esperada (taxa de crescimento decidida pelos empresários, tendo em
conta as suas expectativas sobre os mercados), e a taxa de crescimento efetiva
(observada ex post). Tendo em conta esta distinção, Harrod demonstra que qualquer
desvio a partir do equilíbrio tem tendência a acentuar-se, resultando num
afastamento cada vez maior das taxa de crescimento esperada e efetiva da taxa de
crescimento necessária. Daqui se conclui que o processo de crescimento é
fundamentalmente instável e que, ao contrário do que defendem os neoclássicos, a
probabilidade de um crescimento equilibrado de pleno emprego é muito baixa.
Este modelo está baseado em dois conceitos básicos: do lado da oferta agregada, na
relação marginal produto-capital, σ, ou seja, em quanto aumenta a produção ou a
oferta global, quando, através do investimento, aumenta de uma unidade o estoque
de capital; e do lado da demanda, no propensão maginal a poupar, s, ou seja, em
quanto aumenta a poupança, quando aumenta de uma unidade a renda ou demanda
agregada.
O modelo Harrod
Sendo assim, Jones (1979) afirma que neste modelo de crescimento, por questão de
simplicidade, Harrod adotou algumas hipóteses implícitas, as quais serão
apresentadas a seguir:
S = sY.
L/L=n
c) A terceira hipótese apresenta a noção de que não ocorre progresso técnico e que o
estoque de capital K não sofre depreciação.
Y=min[k/v,L/u]
Segundo a relação anterior, o trabalho necessário pelo produto total é definido pela
razão constante de trabalho u, assim, a produção em qualquer quantidade de produto
exige L/u unidades de trabalho. Dizendo de outra maneira, se o trabalho é plenamente
empregado, a quantidade de produto máxima, independente do tamanho do estoque
de capital, é igual a L/u. Porém, se a força de trabalho é crescente, a quantidade de
produto máxima disponível poderá crescer, mas, dada a hipótese da relação trabalho-
produto constante, a taxa de crescimento da renda, ou produto, Y/Y, não poderá ser
maior que a taxa de crescimento da força de trabalho,L/L, que é dada pela constante
n. Além disto, se, desde o início tem-se trabalho plenamente empregado, esse
mesma hipótese sugere que, não ocorrendo progresso técnico, a taxa mínima de
crescimento da renda e do como menciona Jones (1979).
K = vY
ΔK = v ΔY
K=vY
Assim, é possível supor que a relação capital-produto média K/Y, é igual à relação
ii) O aumento no estoque de capital é associado a um aumento exigível por parte dos
produtores no produto, assim sendo, no final do período, os mesmos estarão
satisfeitos por ter investido a quantidade ideal, ou seja, a nova quantidade de estoque
de capital é a necessário para gerar a quantidade desejada de produto e renda. Logo,
nesse caso diferenciado, tem-se,Vê. De acordo com a hipótese “c”, mencionada
anteriormente, segundo a qual o estoque de capital não sofre depreciação, K, a taxa
de mudança no estoque de capital, quando positiva, é igual ao investimento agregado
I, assim, a equação pode ser reescrita,segundo Jones (1979), como,
I=vY
I=S
Onde, como mencionado por Jones (1979), o investimento agregado planejado deve
ser igual à poupança agregada planejada, ou seja, tendo a função proporcional da
poupança, demonstrada pela hipótese “a”, e a relação , que demostra a função de um
acelerador, a condição de equilíbrio da equação.
O Modelo Domar
De acordo com Jones (1979), o modelo defendido por Domar, pode ser desenvolvido
de maneira simples, dado:
Y = σI
Y=1/s×I
O modelo Harrod-Domar faz, portanto, uma opção clara por um tipo decrescimento
instável, em que as três variáveis básicas do modelo, a taxa natural decrescimento,
ΔY/Y (correspondente à taxa de crescimento da população somada àtaxa de
desenvolvimento tecnológico), a propensão marginal a poupar e a relação produto-
capital são determinadas independentemente. Além disso, estas duas últimas
variáveis são consideradas constantes. Nesses termos, conforme observam Halin e
Mathews (1964, p. 784), o modelo conduz a um tipo de crescimento instável. Dada a
equação básica, ΔY/Y = σs, se σ e s são constantes e independentes, nada assegura
que a economia cresça em equilíbrio.
Angola é um País potencialmente rico que durante década foi subjugado a uma
colonização que não permitiu ditar os seus próprios destinos. Apesar de durante a
sua história ter acumulando um certo stock da capital, este estava condicionado ao
próprio regime colonial e numa população estritamente concentrada. Noutro modo o
processo de produção não permitiu a criação duma classe de rendimento médio que
possibilitasse uma taxa de poupança adequada. Questão de índole cultura e social
ainda não enraizada não permite uma cultura de poupança sistemática. Como
consequência, baixa taxa de poupança e decorrente baixo nível de stock de capital
necessário para o investimento.
Por outro lado, questões de índole sociais e culturais, hábitos e costumes, invocam
uma taxa de crescimento de população não compatível com a taxa de rendimento.
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