Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PESQUISA 5
O RELATÓRIO CIENTÍFICO
APRESEN TAÇÃO
Anteriormente foram abordados os aspectos mais relevantes para a
construção de um projeto de pesquisa. E também foram abordadas as principais
diferenças que existem entre o projeto (aquilo que se pretende estudar) e
o relatório científico ou artigo. Nesse último, apresentamos os resultados
alcançados e também discutimos sobre nossas conquistas, comparando os
mesmos com os obtidos por outros na mesma área de conhecimento.
A s s i m , o s re s u l t a d o s e a d i s c u s s ã o s ã o o r i g i n a d o s a p a r t i r d o
desenvolvimento do experimento. Ou seja, os resultados são compostos
pelos dados e observações do pesquisador, assim como figuras, gráficos,
análises estatísticas e assim por diante. Posteriormente, na discussão, docente
e acadêmico irão dissertar sobre as suas observações, corroborando ou não
com a opinião de outros autores que já publicaram estudos semelhantes.
Essa é uma das partes mais importantes de todo o trabalho, pois é momento
no qual são gerados novos conhecimentos. Ou concordamos em plenitude
com as observações de outros pesquisadores ou discordamos acerca do
tema proposto. Obviamente, inúmeras variáveis contribuem para as análises e
discussões. Por exemplo, podemos executar o mesmo projeto já realizado por
outro autor para um determinado tema, mas os resultados observados podem
ser completamente diferentes, o que faz parte do experimento científico.
Por fim, é importante notar que cada revista tem um rigor para a publicação.
Ou seja, revistas internacionais e com elevado critério de qualificação são
aquelas em que apenas pesquisas de ponta são publicadas, pois são vitrine
para todo o mundo. No Brasil, todas as revistas são classificadas de acordo
com essas exigências. Dessa forma, revistas como a Nature são consideradas
como Qualis A1 ou A2. Conforme a exigência vai decrescendo, vamos para
as categorias de B1, B2, B3, B4 e B5 e, por fim, a categoria C. A adoção dessa
nomenclatura foi originada pelo Conselho de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior (CAPES), uma autarquia do Ministério da Educação (MEC).
Uma vez que temos o parecer favorável de pelo menos dois dos três
avaliadores, eles encaminham um documento para a comissão científica
da revista, e esta, por sua vez, deve solicitar aos pesquisadores do artigo as
alterações que se fazem necessárias, se assim os referees julgarem necessário,
e também nos é solicitada uma declaração de liberação dos direitos autorais da
informação que está no paper. Feito isso, a revista tem um prazo determinado
para tornar públicos os resultados, seja através de plataformas ou mesmo
impressos.
Vale destacar o que Barrass (1979) pensa sobre a escrita de um bom artigo,
e que deveria ser aceito pelas revistas, independentemente dos conflitos de
interesses, inerentes a esse tipo de atividade:
“Há 10 anos, era impensável ter revistas brasileiras com índices acima
de dois na área de medicina”.
Divulgação é fundamental!
O Brasil ainda gasta pouco com ciência, o que se reflete diretamente nas
revistas científicas. Nós investimos cerca de dez vezes menos que os Estados
Unidos, segundo dados da Unesco referentes a 2007. E não é questão apenas
de ter menos recursos – em termos comparativos, participamos com 2,8% do
Produto Interno Bruto (PIB) mundial e apenas 1,8% nos gastos com ciência
e desenvolvimento. Nos EUA, a relação é inversa. Eles têm uma participação
maior nos gastos mundiais com ciência, com 32,6%, que no PIB, com 20,7%.
Uma das que tenta reverter o quadro é a Scientiae Studia, publicada por
pesquisadores do Departamento de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Letras
e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e mantida pela Associação Filosófica
Scientiæ Studia. São veiculados em meio impresso e on-line artigos em
português e espanhol para aumentar a integração na comunidade acadêmica
latino-americana. Segundo o fundador e presidente da associação, Pablo
Mariconda, a revista já se tornou referência na Argentina. “Muitos artigos são
reescritos e ficam até um ano e meio para chegar no ponto que consideramos
adequado”, comenta Mariconda, que também é professor do Departamento de
Filosofia. A Scientiæ Studia está indexada no SciELO e no Qualis, da Capes, no
qual tem nota A2 – a segunda mais alta na escala – em Filosofia e Teologia.
“A Manuscrito, de Campinas, tem a nota máxima, mas é uma revista com 30
anos. A nossa conseguiu em dez anos chegar a esse patamar”, compara o
professor.
Fonte: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 2017. Revistas acadêmicas de alto impacto revelam segredos do
crescimento. Disponível em: <http://www5.usp.br/15615/revistas-academicas-de-alto-impacto-revelam-
segredos-do-crescimento/>. Acesso em: 28 maio 2017.