Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CALDEIRA A BAGAÇO
1
MARCIO SOUTO URSO
marcio_urso@hotmail.com
Metálica Consultoria Industrial
CALDEIRA A BAGAÇO
GERANDO COM EFICIÊNCIA
Primeira Edição
2018
Apoio cultural
2
Urso, Márcio Souto
Caldeiras a Bagaço, Gerando com Eficiência – Primeira Edição
Goiatuba – GO, 2018
75 p.
1-Caldeira a bagaço – indústria
2-Eficência produção vapor
Capa:
Xulipa
Impressão:
3
Prefácio
Maio de 2018
4
Márcio Souto Urso
5
Introdução
6
A caldeira se mostrou em maior eficiência com 28% de
excesso de ar, gerando CO menor que 5.000 ppm na chaminé.
7
Melhoramos a aplicação do chapisco nos rolos de
moenda, melhorando “o pega” dos frisos, permitindo que o
equipamento trabalhasse mais cheio, garantido extração e
secagem do bagaço.
8
Na destilaria a entrada de vapor dos aparelhos
destiladores possui um borbotor para minimizar os golpes de
aríete, permitindo bolhas menores de vapor ao entrar em
contato com a vinhaça.
9
ser mais econômicas, exigindo menor vazão para o mesmo
trabalho. Isso foi possível, pois ao verificar a classe de pressão
dos flanges, das válvulas e acessórios da linha de vapor vivo da
caldeira até a turbina da casa de força, esses acessórios eram
classe de pressão 600 libras.
10
Como os manômetros mostram, a pressão das câmaras
2 e 3 estão longe da maior pressão de trabalho, isso nos
mostra que a máquina opera com muita folga, entrando muito
vapor na primeira câmara.
11
Ferramentas guardadas e de fácil localização, áreas
limpas e seguras, permitindo identificação de vazamentos
mantendo ambiente de trabalho acolhedor e de alto
desempenho.
12
Partes principais da Caldeira
13
1- FORNALHA
14
Uma caldeira bem projetada deve possuir menor
volume possível da câmara de combustão capaz de promover
queima completa do combustível e direcionar os gases quentes
para os outros setores da caldeira.
15
bagaço, ou seja, a bica sempre deve abrir o ângulo de descida
do bagaço nos dois sentidos.
16
Quando se percebe excesso de acumulo de bagaço não
queimado em dutos das caldeiras, devemos aguardar o
resfriamento do conjunto para que o bagaço não entre em
combustão na abertura das portas de inspeção, devido à
entrada de oxigênio.
17
Em Hildo Pera, página 4-16 encontramos valores Ctv
entre 150.000 a 200.000 Kcal/m³.h para fornalhas com parede
d’água e ar forçado, sendo:
2-TUBULÃO DE VAPOR
18
superaquecedor, evitando ação erosiva, golpes de aríete e
deposição de sólidos dissolvidos na água.
19
3-SERPENTINA DO SUPERAQUECEDOR
20
saturado pela menor formação de condensado dentro das
turbinas na liberação do trabalho.
4-BANCO CONVECTIVO
21
Os tubos isoladamente não conseguem direcionar o
fluxo de gases, necessitando de uma barreira física chamada
chicana.
5-ECONOMIZADOR
22
Fabricado por tubulações em formato de serpentina,
onde a água de alimentação para o balão superior é aquecida
pelo calor residual dos gases que saíram da fornalha,
recuperando o calor residual dos mesmos, permitindo
melhoria na eficiência energética da caldeira.
6- PRÉ AR
23
Combustão bagaço
24
Aumentando ainda mais a temperatura aparecem os
hidrocarbonatos a 700°C. Na sequência surgem o hidrogênio e
o monóxido de carbono.
Zona de oxidação
Zona de Redução
C + O2 → CO2
2H2 + O2 → 2H2O
S + O2 → SO2
2C + O2 → 2CO
25
Região das cinzas
Excesso de ar necessário
26
Então a combustão completa polui menos e gera maior
potencial calorífico.
Massa de ar estequiométrica:
27
Assim, a reação ar/combustível teórica é de:
Condução
28
Fluxo calor por condução:
A - area
Onde: Tq Tf
Q: fluxo calor em W;
K: condutividade térmica em W/h.m².°C;
T: temperatura em °C;
A: superfície em m².
Convecção
q = h . A . (Ta −Tp)
29
h = Coeficiente transferência calor por convecção (W/m2 .ºC)
Irradiação
Lei da radiação:
q = T . Ɛ . A . (Tq4 – Tf4)
onde:
q: fluxo calor W
Tq temperatura do irradiante;
Tf temperatura peça que recebe calor;
Ɛ: emissividade
T: cte Stefan Boltzman 5,669 x 10-8
30
Exemplo: Caldeira 21 kgf/cm² - 200 tvh – 320°C
31
Qcomb = 43.835 Kg/h calor gerado pelo bagaço
Q = Qcomb x PCI
Qi = Ɓ . Ɛ. A . (Tc4 - Tp4)
Onde:
32
Qi 19.027.945 W calor recebido pela água por radiação
Ɓ 5,669E-08 W/m² °C cte Stefan Boltzman
Ɛ 0,8 Emissividade
Si X m² superfície troca calor
Tc 900 °C temp fornalha
Tp 169 °C temp água entrada
Si = 640 m²
Isolando incógnita A:
33
A = 3.427 m²
Qs conv. = U s . S s . Δt
Qs convecção 10.906.261 W
Qs convecção 9.383.747 kcal/h
Us 46,62 W/m² °C coeficiente transf calor convecção
Ss X m² Superfície
Tqe fornalha 900 °C temp fluido quente entrada
Tqs gases 580 °C temp fluido quente saída
Tfe vapor sat 230 °C temp fluido frio entrada
Tfs vapor 320 °C temp fluido frio saída
34
Qe convecção 11.979.252 kcal/h
Ue 46,62 W/m² °C coeficiente transf calor convecção
Δt L 127,74 °C
Diferença média logaritmica das temperaturas
Δt L = Δt1 - Δt2 / ln(Δt1/Δt2)
ΔT1 = Tqe - Tfs 151 °C
ΔT2 = Tqs - Tfe 107 °C
Tqe 381 °C temp fluido quente entrada
Tqs 212 °C temp fluido quente saida
Tfe 105 °C temp fluido frio entrada
Tfs 230 °C temp fluido frio saida
Sv 3998 m² Superfície
Superfície vaporização:
4000 / 200 =20 m²/tvh
35
Superfície economizador: 6,8 m²/tvh
Pré-ar secundário
Qa conv. = U a . S a . Δt La
Qa conv. 8.245.718 kcal/h
Qa conv. 9.583.586 W
Ua 103 W/m² °C coeficiente transf. calor conv
Sa 2414 m² Superfície
Δt La 38,55 °C diferença média logarítmica
Δt L = Δt1 - Δt2 / ln(Δt1/Δt2)
ΔT1 = Tqe - Tfs 53 °C
ΔT2 = Tqs - Tfe 27 °C
Tqe 300 °C Temp. fluido quente entrada
Tqs 212 °C Temp. fluido quente saída
36
Tfe 185 °C Temp. fluido frio entrada
Tfs 247 °C Temp. fluido frio saída
37
incrustações que se incorporam na parte metálica das caldeiras
na forma de resíduos resistentes de difícil remoção.
38
Matéria Orgânica: determinação se faz pelo processo do
permanganato, causam corrosão principalemnte nos
superaquecedores.
39
Temperatura elevada;
pH na faixa alcalina.
Ausência de Dureza, representada basicamente
pelos íons cálcio Ca+2, magnésio Mg+2, sulfatos SO4-
2
, carbonatos CO3-2 e bicarbonatos HCO3-.
Livre de Sílica solúvel SiO2 e silicatos SiO3-2
associados a vários cátions.
Sem Óxidos metálicos originados de processos
corrosivos;
Isenta de substâncias inorgânicas dissolvidas;
Sem material orgânico, óleos, graxas, açúcares,
material de processo, contaminantes de
condensados;
Livre de materiais em suspensão, como areia,
argila, lodo.
40
Tabela 6 – Tipos de incrustação:
Material Fórmula Solubilidade Tipo incrustação
Bicarbonato Cálcio Ca(HCO3)2 Moderada Semidura e lodo
liberando CO2
Carbonato Cálcio CaCO3 Ligeiramente Semidura e lodo
solúvel
Hidróxido Cálcio Ca(OH)2 Ligeiramente Semidura e lodo
solúvel
Sulfato Cálcio CaSO4 moderada dura
Silicato Cálcio Variável Ligeiramente dura
solúvel
Cloreto Cálcio Cl2C5 solúvel Semidura, lodo e
corrosão
Sílica SiO2 Ligeiramente Muito dura
solúvel
Gases O2 pouco solúvel Altamente solúvel,
CO2 muito solúvel corrosão
Óleos e graxas Ligeiramente Espuma
solúvel
Matéria Orgânica Altamente solúvel Espuma e corrosão
Fonte: Hildo Pera página 22-3
41
Quando o condensado vindo de equipamentos como
evaporadores e aquecedores de caldo, tiverem traços de
contaminantes, a condutividade do condensado aumenta,
permitindo que o condutivímetro sinalize a contaminação.
42
Na operação da caldeira acompanha-se as purgas da
linha de vapor vivo verificando se existe arraste de produtos
químicos.
TRATAMENTOS DE ÁGUA
DESAERAÇÃO:
43
Oxigênio dissolvido na água de alimentação da caldeira
deve ter concentração menor que 0,02 ppm.
44
O cone excêntrico da sucção deve facilitar o retorno
destas bolhas formadas, mantendo-se para isso a parte plana
da redução excêntrica no lado de baixo, conforme o Pump
Handbook publicado por McGraw-Hill.
45
O hidróxido de alumínio formado na reação tem
aspecto de flocos e vai se aglomerando e decantando
arrastando para o fundo da ETA toda a turbidez da água.
46
Após floculação e decantação a água clarificada é
submetida a uma filtração em leito de areia, por gravidade ou
pressão.
47
A água antes de passar pelos vasos de troca iônica
deve estar livre de residuais de cloro livre, íons de ferro,
sólidos suspensos, óleos, graxas para não danificar as resinas.
ABRANDAMENTO:
48
DESMINERALIZAÇÃO – DESMI
49
OUTROS PROCESSOS DE ABRANDAMENTO
DESTILAÇÃO
FORMAÇÃO DE INCRUSTAÇÕES
50
diferentes solubilidades que são influenciadas pela
temperatura, concentração e pH.
51
Redução das taxas de troca térmica na caldeira, devido
à formação de camada isolante no local da incrustação.
A incrustação tem baixa condutividade térmica,
gerando maior consumo de combustível, com menor
produção de vapor;
52
O carbonato de cálcio (CaCO3) e o sulfato de cálcio
(CaSO4) são os mais presentes em análises de incrustação.
53
Tratamento Precipitante – Fosfato
(Hidroxiapatita de cálcio)
(Serpentina)
54
Esse pH acima de 9 aumenta a probabilidade de ataque
cáustico e processos corrosivos pelo aumento da
condutividade elétrica da água das partes internas da caldeira.
Tratamentos Disperso-Solubilizantes
1. Efeito Limiar:
Também chamado de “sequestração” ou threshold, é
caracterizado pela redução na tendência de
precipitação de compostos de cálcio, magnésio, ferro,
entre outros, causando um atraso na precipitação
desses sais mesmo quando o dispersante é dosado em
quantidades sub-estequiométricas.
55
organofosfóricos) e polímeros copolímeros do tipo acrílicos,
maleicos, estireno-sulfonados, carboxílicos.
56
Não há formação de lamas que poderiam se aderir às
superfícies, a exemplo do que ocorre com os fosfatos.
57
CORROSÃO E MÉTODOS DE CONTROLE
58
3. Se houver oxigênio presente na água, o
mesmo move-se para a área catódica e
ingressa no circuito, usando os elétrons que
migraram para o cátodo e formando íons
hidroxila (OH-) na superfície do metal. O
oxigênio até pode, devido à sua
eletroafinidade, induzir a migração dos
elétrons do ferro no cátodo.
4. Os íons OH- deslocam-se para a região
anódica, onde reagem com os íons Fe2+
formando hidróxido ferroso, Fe(OH)2, que
se deposita ao redor da área anódica. Esta
etapa completa o ciclo básico do processo.
59
Devemos ainda manter o pH da água na faixa alcalina,
para minimizar a possibilidade de corrosão no metal por
ataque ácido.
Pitting
Corrosão Galvânica
60
Um metal com camada de valência menos estável tem
uma tendência a perder elétrons para um metal mais estável.
61
Ataque Cáustico
Fe + 2NaOH Na2FeO2 + H2
62
Este processo causa fissuras na estrutura do metal,
podendo ocasionar redução de resistência do aço.
63
Na alimentação da caldeira, são desejados valores de
oxigênio dissolvidos inferiores a 5 ppb.
Sulfito de Sódio
64
Hidrazina
N2H4 + O2 N2 + 2H2O
Na2SO3 2Na+ + SO32-
SO32- + 1/2O2 SO42-
N2H4 + O2 N2 + 2H2O
65
Periculosidade - é tóxica, é cancerígena, exigindo
cuidados especiais no seu manuseio;
Limites de controle são baixos da ordem de 0,02 –
0,4 ppm, o que dificulta a quantificação pelos
métodos analíticos.
• Hidroquinona
• Taninos
• Aminoguanidinas
66
temperatura por certo tempo e resfriar lentamente a região
que se quer aliviar. Com isto há uma melhor acomodação dos
grãos constituintes do metal, ficando uma estrutura cristalina
uniforme e não encruada. Essa uniformização evita corrosão
pois reduz os defeitos intercristalinos.
67
Deve-se atentar para o completo enchimento da
caldeira e o fechamento de todas as válvulas e aberturas
existentes no equipamento.
68
Nas equações pode-se entender o processo:
H2CO3 H+ + HCO3 –
HCO3 - H+ + CO3 2-
69
Os principais produtos são: morfolina, ciclohexilamina
e dietilaminoetanol.
ARRASTES
70
A medição dos sólidos no vapor é um método eficiente
para a detecção de arrastes e quantificação de sua intensidade.
71
CONTROLE ANALÍTICO E OPERACIONAL DO TRATAMENTO
72
As caldeiras de altas pressões o objetivo do tratamento
volta-se quase que exclusivamente para a prevenção da
corrosão, uma vez que este tipo de caldeira requer um pré-
tratamento avançado.
Fonte: apostila curso On Line Eng° J. Trovati. Tratando de Água para Geração de Vapor
73
Observações:
Ainda em tempo:
A GRES-2 foi construída em 1987 na cidade de
Ekibastus, no Cazaquistão e é uma termoelétrica com
uma chaminé com 419,7 metros de altura.
Quando se está na base desta grandiosa
chaminé consegue-se ver em linha reta
aproximadamente 4,5 km de distância no horizonte.
Ao subir na nona passarela de manutenção
desta gigante, consegue-se olhar para as direções do
horizonte enxergando incríveis 970 km de distância.
Com base nesta visão real, afirmo para quem
ainda tem dúvida que nosso planeta não é plano.
74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
75
TROVATI, J.: TRATANDO DE ÁGUA PARA GERAÇÃO DE
VAPOR: CALDEIRAS, Apostila Curso OnLine. 2010.
76