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INSTITUTO SUPERIOR PRIVADO NZENZU ESTRELA

ISPNE UÍGE

POR:
ZECA CATUCO
E
DANIEL DIMPINDA MENDES

UÍGE, 2022
PROGRAMA

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I: FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

1.1- Relação binária

1.2- O conceito de função

1.3- Função real de uma variável real

1.3.1- Funções injectivas, sobrejectivas e bijectivas

1.3.2- Tipo de funções

1.4- Domínio de definição de uma função real de variável real

1.5- Principais funções elementares e suas aplicações

1.5.1- Função constante

1.5.2- Função do 1º grau

1.6- Funções particulares

1.6.1- Funções pares

1.6.2- Funções ímpares

1.6.3-Funções periódicas

1.7- Função inversa

1.8- Função composta (função de função)

CAPÍTULO II- LIMITE E CONTINUIDADE DE FUNÇÕES

2.1- Limites

2.1.1-Noção intuitiva

2.1.2- Limite de uma função

2.1.2.1- Limites laterais

2.1.2.2- Propriedades dos limites

2.2-Limites de funções quando X tende a um parâmetro real

2.3- Limite duma função quando x tende ao infinito


2.4- Limites trigonométricos notáveis

2.5- Indeterminação do tipo 1∞

2.6- Continuidade de funções

2.6.1- Continuidade a esquerda e a direita

2.6.2- Ponto de descontinuidade de funções

2.6.2.1- Tipos de descontinuidades

2.7- Aplicações de limite e continuidade

CAPÍTULO III: CÁLCULO DIFERENCIAL EM ℝ

3.1-Recta tangente

3.2 – Funções deriváveis

3.3- Interpretação geométrica da derivada

3.4- Regras de derivação

3.5- Derivação de funções elementares

3.6- Derivada da função composta (regra da cadeia)

3.7- O percentual de variação de uma função

3.8- A derivada em Economia

CAPÍTULO IV: CÁLCULO INTEGRAL EM ℝ

4.1- Primitivas de uma função

4.2- Primitivas imediatas e quase imediatas

4.2.1- Primitiva de uma constante

4.2.2- Primitiva de uma potência de expoente real

4.2.3- Primitiva de funções exponenciais

4.2.4- Primitiva de funções trigonométricas

4.3- Métodos de primitivação

4.3.1- Primitivação por decomposição


4.3.2- Primitivação por partes

4.3.3- Primitivação por substituição

4.3.4- Primitivação de funções racionais

4.4- Propriedades dos integrais

4.5 - Integral indefinido

4.6 - Métodos de integração

4.6.1- Integração por decomposição

4.6.2- Integração por partes

4.6.3- Integração por substituição


INTRODUÇÃO

A Análise Matemática ou simplesmente Análise é o ramo da Matemática que se ocupa


dos números e das relações entre eles, expressos por meio de igualdades, desigualdades e
operações. É o ramo da Matemática que lida com os conceitos introduzidos pelo cálculo
diferencial e integral, medidas, limites, séries infinitas e funções analíticas.

As operações fundamentais da Análise são: adição, subtracção, multiplicação, divisão,


radiciação e passagem ao limite.

Notas:

i. A Análise quando não emprega a passagem ao limite, chama-se Análise


Algébrica ou simplesmente Álgebra.

ii. Diz-se Análise Infinitesimal se usa a noção de limite, e portanto de infinito,


quer directa quer indirectamente (séries, derivadas, integrais, …)

A Análise Matemática surge da necessidade de prover (fornecer) formulações rigorosas às


ideias intuitivas do cálculo, sendo hoje uma disciplina muito mais ampla, cujos tópicos
são tratados em uma subdivisão chamada Análise Real.
A cadeira de Análise Matemática I, tem como objecto de estudo o campo das
Matemáticas modernas, onde os estudantes devem fazer conjecturas, analisar, sintetizar,
abstrair e resolver problemas práticos e fazerem simulações dos modelos na vida prática.
Os principais ramos da Análise são:
Análise Real (tradicionalmente, a teoria das funções de uma variável) é o ramo da
Análise Matemática que lida com números reais e as funções de valor e variável reais.
Análise Complexa (tradicionalmente, a teoria das funções de uma variável complexa)
é o ramo da Análise Matemática que investiga funções de números complexos.
Análise Funcional é o ramo da Análise Matemática que estuda principalmente espaços
vectoriais doptados de algum tipo de estrutura relacionada a limites (por exemplos, as
definições de produto interno, norma, espaço topológico etc.) e os operadores lineares
agindo sobre estes espaços e respeitando essas estruturas num sentido apropriado.
Equações diferenciais são equações matemáticas para uma função desconhecida de
várias variáveis que relacionam a própria função e as suas derivadas de várias ordens.
Teoria da medida é o ramo da Análise Matemática que estuda as medidas de conjuntos,
fornecendo maneiras sistemáticas de atribuir um número a cada subconjunto apropriado
desse conjunto, número esse intuitivamente interpretado como o seu tamanho.
Análise Numérica é o estudo de algoritmos que usam aproximações numéricas no estudo
de problemas de Análise Matemática.
CAPÍTULO I: FUNÇÕES REAIS DE VARIÁVEL REAL

INTRODUÇÃO

O conceito de função é um dos mais importantes da Matemática. Desde os tempos dos


matemáticos babilónios(2000 a.C.) que usam tabelas para representar a dependência entre
duas variáveis.

Pitágoras (580 – 500 a.C.) relaciona elementos de dois conjuntos no estudo do Cosmos e
da música.

Arquimedes (287 – 212 a.C.) também resolveu problemas usando tabelas.

Oresme (1323 – 1382), que utilizou um gráfico para representar numa direcção o tempo e,
na outra, a velocidade de um móvel.

Leibniz (1646 – 1717) terá em 1673 introduzido pela primeira vez o termo ‘’função’’ e
Euler (1709 – 1783) terá utilizado pela primeira vez a expressão ‘’ ’’. O símbolo
algébrico foi aperfeçoado por matemáticos do sésulo XVII e XVIII, entre os quais:
Descartes, Newton, Leibniz e Euler.

Não importa que ramo consideremos – Álgebra, Geometria, Teoria dos Números,
Probabilidade ou outro qualquer –, quase sempre se verifica que os objectos principais de
investigação são funções. Isto é particularmente verdadeiro no Cálculo, onde a maior
parte do trabalho se orienta ao desenvolvimento instrumental para o estudo das funções e
a aplicação desse instrumental a problemas de outras ciências, pois está sempre presente a
relação entre duas grandezas variáveis.

1.1- Relação binária


Na Matemática, como em outras ciências, muitas vezes queremos estabelecer uma
relação ou correspondência entre dois conjuntos.

Exemplo 1.1: Sejam 𝐴 = {1, 2, 3, 4} e 𝐵 = {António, Gildânia, Helena, Matias} dois


conjuntos. Uma relação ou correspondência de A em B pode ser aquela que ao número
1 associa o nome António, ao 2 associa Gildânia, ao 3 associa Helena e 4 associa Yana
como mostra o diagrama de flechas abaixo.
Figura 1: Relação entre A e B

Ou seja, os números em ordem crescente associamos os nomes em ordem alfabética.


Outra maneira apresentar esta relação seria utilizando a notação de pares ordenados:

(1, António), (2, Gildânia), (3, Helena), (4, Matias)

Notemos que a correspondência estabelecida determina um conjunto de pares ordenados,


que chamaremos:

𝑀 = {(1, António), (2, Gildânia), (3, Helena), (4, Matias)}

É claro que esta não é a única relação que pode ser estabelecida entre os conjuntos A e B.

Exemplo 1.2: Façamos a corresponder ao número 1 os indivíduos do sexo masculino e,


ao número 2 os indivíduos do sexo feminino. Neste caso, o diagrama de flechas será:

Figura 2: Relação entre A e B

Esta correspondência temo como conjunto:

𝑁 = {(1, António), (1, Matias), (2, Gildânia), (2, Helena)}

Exemplo 1.3: Uma terceira relação que podemos considerar é aquela que associa aos
números ímpares o nome António e aos números pares o nome Matias. Neste caso
teremos o diagrama de flechas abaixo constituindo o conjunto:

𝑃 = {(1, António), (2, Matias), (3, António), (4, Matias)}


Figura 3: Relação entre A e B

Notemos que os conjuntos M, N e P são formados por pares ordenados cujos primeiros
elementos pertencem a A e cujos segundos elementos pertencem a B. Ou seja, são todos
subconjuntos do produto cartesiano de A por B. isto é: 𝑀 ⊂ 𝐴 × 𝐵, N ⊂ 𝐴 × 𝐵 e P ⊂ 𝐴 ×
𝐵.
É possível determinar outras relações de A e B, mas todas serão subconjuntos de 𝐴 × 𝐵.
Como 𝐴 × 𝐵 tem 16 elementos, e o número de subconjuntos de 𝐴 × 𝐵 é 216, podemos
estabelecer 216 relações de A em B. Assim, temos a seguinte definição formal de relação
binária:

Definição: Uma relação binária de A para B é um subconjunto de pares ordenados,


cujos primeiro e segundo elementos (termos) pertencem, respectivamente a A e a B
(Costa & Anjos, 1983, p. 139). Assim, S é uma relação de A em B se S for um
subconjunto de 𝐴 ×𝐵.

Exemplo 1.4. Sejam os conjuntos 𝐴 = {1, 2, 3} e 𝐵 = {2, 3, 4, 5} e seja a relação dada por
𝑆 = {( , 𝑦 ∈ 𝐴 × 𝐵: 𝑦 = + 1}. Neste caso teremos: 𝑆 = {(1,2), (2,3), (3,4)} como
mostra o diagrama abaixo.

Figura 4: Representação da relação 𝑦 = +1

Quando os conjuntos A e B são numéricos, as relações são formadas por pares ordenados
de números que podem ser representados geometricamente por meio de dois eixos
perpendiculares, sendo o horizontal chamado de eixo das abcissas ou eixo e o vertical
de eixo das ordenadas ou eixo 𝑦.
Assim, para representar geometricamente o par ordenado (𝑎, 𝑏) coloca – se a no eixo e
b no eixo y, e traçando-se uma vertical por a e uma horizontal por b. O ponto de
intersecção dessas duas rectas é a representação do par (𝑎, 𝑏). Desta forma, podemos
representar geometricamente a relação S, conforme a figura abaixo.

Figura 5: Representação geométrica da relação 𝑦 = +1

Definida uma relação S de A em B, podemos considerar dois novos conjuntos: O domínio


da relação D(S) e o conjunto imagem da relação Im(S).

O domínio de S é o conjunto dos elementos ∈ 𝐴 para os quais existe um 𝑦 ∈ 𝐵 tal que


( , 𝑦 ∈ 𝑆. O conjunto imagem de S é o conjunto 𝑦 ∈ 𝐵 para os quais existe um ∈ 𝐴 tal
que ( , 𝑦 ∈ 𝑆. Em outras palavras, o domínio é o conjunto dos elementos de A que
possuem um correspondente em B dados pela relação.

É claro que D(S) é um subconjunto de A e Im(S) é um subconjunto de B. quando não


houver possibilidade de confusão, o domínio e o conjunto imagem são indicados
simplesmente por D e I.

Exemplo 1.5: Os domínios e o conjunto imagem das relações dos exemplos anteriores
são, respectivamente:

Exemplo 1.1: 𝐷(𝑆) = {1, 2, 3, 4} e 𝐼(𝑆) = { António, Gildânia, Helena, Matias }

Exemplo 1.2: 𝐷(𝑆) = {1, 2} e 𝐼(𝑆) = {António, Matias, Gildânia, Helena}

Exemplo 1.3: 𝐷(𝑆) = {1, 2, 3, 4} e 𝐼(𝑆) = {António, Matias}

Exemplo 1.4: 𝐷(𝑆) = {1, 2, 3} e 𝐼(𝑆) = {2, 3, 4}


EXERCÍCIOS

1. (𝞓♥) Sendo 𝐴 = {1, 3, 5, 7} e 𝐵 = {3, 5, 8, 9}, escreva sob a forma de conjuntos as


relações de A em B, com ∈ 𝐴 e 𝑦 ∈ 𝐵, dadas por:
a) <𝑦 b) ≥ 𝑦 c) é divisor de y d) =𝑦 e) 𝑦 = + 2
2. (𝞓♥) Faça o Gráfico e o diagrama de flechas de cada relação do exercício
anterior.
3. (𝞓♥) Dê o domínio e o conjunto imagem de cada uma das relações do exercício 1

1.2 – O conceito de função


Definição: Sejam A e B dois conjuntos não vazios. Uma relação de A em B é função
se, e somente se, todo elemento de A estiver associado através de a um único elemento
de B. Ou seja, uma função definida em D é uma regra, ou lei de correspondência, que
atribui um único número real 𝑦 a cada número de D.

Em linguagem matematicamente:

𝒇 é 𝐮𝐦𝐚 𝐟𝐮𝐧çã𝐨 𝐨𝐮 𝐚𝐩𝐥𝐢𝐜𝐚çã𝐨 𝐝𝐞 𝑨 𝐞𝐦 𝑩 ⇔ { ∈ 𝐀, | ∈ 𝐁: ( ∈ } Usaremos


a notação ∶ 𝐴 → 𝐵 para indicar que f é função de A em B definida pela lei 𝑦 .
Assim, pela definição, nos exemplos anteriores apenas a relação do exemplo 1.2 não é
função pelas seguintes razões:
a) Os elemento 1 e 2 têm mais de uma imagem. Por outro lado,

b) Os elementos 3 e 4 não têm imagem

Notas:

i. O conjunto A é o conjunto de saída (partida) ou domínio conhecido


também como campo de existência ou ainda campo de definição da
função. Ou seja, domínio é o conjunto dos valores que a função aceita como
objectos. Como numa função, o domínio deve ter todos os seus elementos
relacionados, então o domínio não precisa ter subdivisões.
ii. Os elementos do domínio chama – se originais ou objectos (argumentos).
iii. O conjunto B é o conjunto de chegada também chamado de contradomínio.
Visto que podemos ter elementos do contradomínio que não são relacionados
com algum elemento do domínio, então devemos levar em consideração esta
subdivisão (esta é até a mais importante do que o próprio contradomínio).
iv. Assim, o conjunto dos elementos em que as flechas chegam chama-se
conjunto imagem (transformado). Ou seja, imagem é o conjunto dos
elementos 𝑦 ∈ 𝐵 para os quais existe ∈ 𝐴 tal que ( , 𝑦 ∈ . Isso quer dizer
que o conjunto imagem é sempre um subconjunto do contradomínio.
v. A imagem é habitualmente representada por 𝑦 = ( ) (lê-se de ); é
chamada de variável independente porque ela é livre de assumir qualquer
valor dentro do domínio e 𝑦 de variável dependente porque o seu valor
depende da escolha de .
vi. A expressão ou fórmula que traduz o modo como a variável 𝑦 depende da
variável chama-se expressão analítica ou representação analítica da
função .
i. A expressão que transforma os objectos em imagem chama-se operador.

Exemplo 1.6. Sejam 𝐴 = {1, 2, 3} e 𝐵 = {1, 4, 9, 10} e a função que a cada ∈ 𝐴


associa – se um 𝑦 ∈ 𝐵 de modo que 𝑦 seja o quadrado de . Abaixo temos o gráfico e o
diagrama de flechas.

Figura 6: Gráfico e diagrama de flechas da função "y é o quadrado de x"

Assim nesta função temos:

A imagem de 1 é 1, e representamos por (1) = 1 (lê-se de 1 é igual a 1);

A imagem de 2 é 4, e representamos por (2) = 4 (lê-se de 2 é igual a 4);

A imagem de 3 é 9, e representamos por (3) = 9 (lê-se de 3 é igual a 9).


Neste caso, temos:

Domínio: 𝐷( ) = {1, 2, 3};


Contradomínio: 𝐶𝐷( ) = {1, 4, 9, 10};

Conjunto imagem: 𝐼𝑚( ) = {1, 4, 9}.

Neste exemplo, a expressão “o quadrado de” é o operador. Assim, a imagem desta


função pode ser representada por 𝑦 = 2 ou ainda ( ) = 2.

Exemplo 1.7. Dados os conjuntos A= {0, 1, 2} e B = {1, 3, 5, 7}, determinar o domínio,


o contrdomínio e o conjunto imagem da função : A→B definida pela lei

Resolução

Logo,temos:

𝑫 𝒇 { }.

𝑪𝑫 𝒇 { 5 7}.

𝐼𝑚(𝑓) = {1, 3, 5}.

EXERCÍCIOS

1. Dados os conjuntos A e B e uma lei de formação, construa o digrama de flechas e


diga se é função de A em B nos seguintes casos, justifique a tua resposta se não
for função.
a) 𝐴 { } { } 𝑦

b) 𝐴 { } , -

c) 𝐴 { } { } 𝑦 √
2. Seja a função : A→B definida pela lei 𝐴 { }
{ }. Determinar:
a) Domínio da função;
b) O contradomínio;
c) O conjunto imagem da função.
Para concluir, uma função de uma variável é uma regra que associa a cada valor de
um único número 𝑦 = ( ), denominado imagem de por ou valor da função em , ou
seja, valor de no ponto . Denominamos por variável independente e 𝑦 por variável
dependente. Ao conjunto de todos os valores permitidos para a variável independente é
denominado domínio da função e, o conjunto de todos os valores tomados pela função é
chamado de conjunto imagem. (Morettin, Hazzan, & Bussab, 2003;
Goldstein, Lay, Schneider, & Asmar, 2012)

1.3 – Função real de uma variável real

Se ( ) é uma função com domínio em A e contradomínio em B, dizemos que ( ) é


uma função definida em A com valores em B. Se tanto A como B forem subconjuntos
do conjunto dos números reais, então dizemos que ( ) é uma função real de variável
real.

Anota-se por, : ℝ → ℝ: → 𝑦 = ( ) ou

:ℝ→ℝ

→𝑦= ( )

Quanto a forma de representação, em Matemática usam-se os termos de função explícita


e função implícita para designar funções definidas por expressões matemáticas. Assim,
numa função explícita é fornecida uma prescrição para a determinação do valor de
saída da função 𝑦 em termos do valor de entrada : = 𝒇( ). Já na função implícita o
valor de 𝑦 é encontrado resolvendo a equação da forma 𝒇( , ) = 𝟎 se para cada ,
existir um só 𝑦 que resolva esta equação.

Exemplo 1.8: São exemplos de funções implícitas: 4 + 𝑦 + 6 = 0 e 5 𝑦 5 .

A partir destas funções se isolarmos 𝑦 teremos estas funções definidas explicitamente da

seguinte forma: 𝑦 e𝑦=

Numa função explícita 𝑦 = ( ), substituindo por 𝑎 obtém – se o valor numérico


desta função no ponto = 𝑎, onde se o valor encontrado for um número real, dizemos
que a função está definida em =𝑎

Exemplo 1.9: Seja a função ( ) = 2 2 3 + 4. Calcule o valor da função ( ) nos


pontos indicados.
a) = 3 b) c) = 1

Resolução

a) Em ⇒ (3) = 2(3)2 8 9 ⇒ (3) = 13

b) Em ⇒ 2 8 8⇒ 8

c) Em ⇒ (1) = 2(1)2 ⇒ (1) = 3

Observação: Se (𝑎 ∈ ℝ , então diz-se que está definida em = 𝑎. Caso (𝑎 ∉ ℝ ,


então diz – se que não está definida em = 𝑎.

Exemplo 1.10: Seja a função ( ) = 5 3+ 1. Calcule ( ) em = 2, = 1 , .

Resolução:

Em ⇒ (2) = 5(2)3 ⇒ ∈ ℝ, donde é definida em


= 2.

Em = 1 ⇒ (1) = 5(1)3 5 ⇒ ∈ ℝ, donde é definida e


contínua em = 1.

Em ⇒ ( ) = 5( )3 + 1 = ⇒ ( )= ∈ ℝ, donde é definida em .

Exemplo 1.11: Seja a função . Calcule ( ) em = 2 e = 3.


Resolução:

Em ⇒ 7⇒ 7 ∈ ℝ, donde é definida em =

2.
Em ⇒ ∉ ℝ, donde não é definida em = 3.

Exemplo 1.12: Um peixe é vendido por 200 Akz a unidade. Sendo a quantidade
vendida, a receita de vendas será 200 . Assim, podemos dizer que 𝑅( ) = 200 é uma
função que fornece para quantidade vendida ( ) a receita correspondente. Neste caso, o
domínio e a imagem são dados por:

𝐷 { 5 …} 𝐼𝑚 { 8 … }.

EXERCÍCIOS

4. (𝞓♥) Dada a função ( ) = 7 , com 𝐷 ℝ, calcule:


b) (2) b) c) d) √ e) (𝑎 + 𝑏)

5. (𝞓♥) Dada a função ( ) = 𝑚 + 3, determine m sabendo que (1) = 6


6. (𝞓♥) Uma cantina vende cada rebuçado por 5 Akz. Seja a quantidade vendida.
a) Determine a função receita 𝑅( ).
b) Calcule 𝑅(40)
c) Qual é a quantidade que deve ser vendida para dar uma receita igual a 700
Akz?

1.3.1- Funções injectivas, sobrejectivas e bijectiva


Uma função : 𝐴 → 𝐵 é injectiva (um a um) se pontos distintos do domínio da função
têm imagens distintas. Ou seja,

y ∈ 𝐷𝑚 , ≠ 𝑦 ⇒ ( ≠ (𝑦) ou y ∈ 𝐃𝐦𝐟, = 𝑦 ⇒ ( ) = (𝑦)

Uma função : 𝐴 → 𝐵 é sobrejectiva se todo o ponto do contradomínio é imagem de um


ponto do domínio. Ou seja, uma função é sobrejectiva se o conjunto imagem for igual
ao contradomínio.

y ∈ 𝐵, ∈ 𝐷𝑚 : 𝑦 = ( ) ou é sobr j ctiva ⇔ Imf

Uma função : 𝐴 → 𝐵 é bijectiva se ela for injectiva e sobrejectiva simultaneamente.

Graficamente, uma função é bijectiva se toda a recta horizontal corta o gráfico da função
exactamente em apenas um ponto.

1.3.2- Tipos de funções


Existem dois grandes grupos de funções são: as funções algébricas (as polinomiais,
racionais, irracionais) e as funções transcendentes (trigonométricas, trigonométricas
inversas, logarítmicas, exponenciais e hiperbólicas).

I. Funções Algébricas

Chama – se função algébrica, a toda função em cuja expressão analítica figuram


somente as operações elementares, isto é, adição, subtracção, multiplicação, divisão,
potenciação e radiciação, em números finito. As funções algébricas podem ser
polinomiais, racionais, irracionais.
Função Polinomial: Uma função polinomial é toda função do tipo 𝑦 = 𝑎 .
𝑎 . 𝑎 . 𝑎 . 𝑎 . 𝑎 onde 𝑎 , 𝑎 , 𝑎 ,..., 𝑎 , 𝑎 e𝑎 ,
são números reais (𝑎𝑛 ≠ ) e 𝑛 um número inteiro não negativo (𝑛 ∈ ℤ+).

Exemplo 1.13: 𝑦 = 3 3+ 5 𝑦=4 2+ 6 +3

Função Racional: Chama – se função racional a toda função do tipo


,𝐵 ≠ .

Exemplo 1.14: 𝑦 𝑦

Funções Irracionais: Chamam-se funções irracionais a todas as funções cuja variável


independente figura no radical.

Exemplo 1.15: √ √

II. Funções trancendentes: São todas as funções que não podem ser expressas por
meio de combinações finitas de operações algébricas. Por exemplo, a função
exponencial é uma combinação infinita de potências da variável independente que a
expressa. São funções transcendentes as seguintes: a função trigonométrica, a função
trigonométrica inversa, a função logarítmica, a função exponencial e a função

hiperbólica. Observação: Na função verifica –

se a figuração das operações elementares. Mas como essas operações não estão em
números finitos, não se trata de uma função algébrica, mas sim de uma função
transcendente.
Funções Trigonométricas: Chamam-se funções trigonométricas à todas as funções em
que a variável representa o respectivo argumento ou ângulo.

Exemplo: 1.16: ( ) = 𝑠 𝑛 , ( ) = 𝑐𝑜𝑠 , ( ) = 𝑡𝑔 , ( ) = 𝑐𝑜𝑡𝑔

Funções Trigonométricas Inversas: São as inversas de restrições apropriadas


(restrições principais) das funções trigonométricas, usualmente chamadas de funções de
arcos pois retornam o arco correspondente a certa função.

Exemplo 1.17: ( ) = 𝑎𝑟𝑐𝑠 𝑛3 , ( ) = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠2


Função Logarítmica: Chama-se função logarítmica a função , de domínio e
contradomínio ℝ, que associa cada número real e positivo ao logaritmo de na base
𝑎, onde 𝑎 é um número real, positivo e diferente de 1.

3
Exemplo 1.18: 𝑓(𝑥 ) = log 2 (3𝑥 2) 𝑓 (𝑥 ) = log 1 ( √𝑥 2 1) 𝑓 (𝑥) = log 4 ( 𝑥 +2)
2

Função exponencial: Chama-se função exponencial a função que a variável


independente está no expoente e cuja base é sempre maior que zero e diferente de um.

Exemplo 1.19: 𝑦 ( ) 5
Função hiperbólica: Em Matemática, as funções hiperbólicas são análogas às funções
trigonométricas ordinárias e são consideradas também de funções circulares. As funções
hiperbólicas básicas são:

 Senho hiperbólico: = 𝐬𝐢𝐧𝐡


 Cosseno hiperbólico: = 𝐜𝐨𝐬𝐡 , dos quais são derivados
♣ A tangente hiperbólica: = 𝐭𝐚𝐧𝐡
♣ A cossecante hiperbólica: = 𝐜𝐬𝐜𝐡
♣ A secante hiperbólica: = 𝐬𝐞𝐜𝐡 ea
♣ Cotagente hiperbólica: = 𝐜𝐨𝐭𝐡

1.4 – Domínio de definição duma função real de uma variável real

Seja a função 𝑦 = ( ) uma função de uma variável real. Chama – se domínio de


definição ou campo de existência de uma função de uma variável real, ao conjunto dos
valores desta variável, isto é, variável independente para o qual esta função é definida.
O domínio de definição exprime – se sob forma de intervalos ou união de intervalos.

Para determinar o domínio de definição das funções reais de uma variável real, deve –
se ter em conta os diferentes tipos de funções, isto é, tendo em conta como se tem
classificado as funções. Assim, teremos:
1º CASO: Função Polinomial: O domínio de definição de uma função polinomial é
sempre o conjunto dos números reais. E é anotada por: 𝔻 ℝ ou 𝔻 ] ∞
∞[.

Exemplo 1.20:

1) : ℝ → ℝ: ↦ 𝑦 = 3 3+ 5 ⇒𝐷 ℝ

2) : ℝ → ℝ: ↦ 𝑦 = 4 2+ 6 ⇒𝐷 ℝ

2º CASO: Função Racional: O seu domínio é o conjunto dos números reais com
excepção os valores que anulam o denominador. E anota – se da seguinte maneira:

𝐷 = { ∈ ℝ: 𝐵( ≠ }⇔𝐷 ℝ { ∈ ℝ: 𝐵( ) = 0}

Exemplo 1.21: Achar o domínio de definição das seguintes funções.

Resolução: A função é definida para ∈ ℝ: ≠ ⇔ ≠ ⇒ ≠

𝐷 ] ∞ [∪] ∞[ ⇔ 𝐷 ℝ { }

𝑦
Resolução: A função é definida para ∈ ℝ: ≠ ⇒ ≠

𝐷 ] ∞ [∪] ∞[ ⇔ 𝐷 ℝ { }

3º CASO: Funções Irracionais: Para achar o domínio de definição destas funções, deve
se ter em conta os seguintes casos:
A) Função irracional do tipo

Para se achar o domínio de definição deste tipo de função, deve – se ter em


consideração os seguintes critérios:

♣ Se 𝐴( ) for um polinómio e o índice for ímpar, então o seu dominio será o


conjunto dos números reais, e anotar – se – á da seguinte forma: 𝐷 ℝ ⇔ 𝐷
] ∞ ∞[.

♣ Se 𝐴( ) for um polinómio e o índice for par, então o seu domínio será:

𝐷 = { ∈ ℝ: 𝐴( ≥ }.

♣ Se 𝐴( ) for uma função racional do tipo 𝐴 e o índice for ímpar, então

o seu domínio será: 𝐷 = { ∈ ℝ: 𝑔( ≠ }⇔𝐷 ℝ { ∈ ℝ: 𝑔( ) = 0}.

♣ Se 𝐴( ) for uma função racional do tipo 𝐴 e o índice for par, então o


seu domínio será: 𝐷 = { ∈ ℝ: ≥ 𝑔 ≠ } .

Exemplo 1.22: Determine o domínio de definição de cada uma das seguintes funções
irracionais abaixo:

1.

Resolução: Como o índice é ímpar, então o domínio será: 𝐷 ℝ⇔𝐷 .

Resolução: Como o índice é par, então a função é definida ⇒


3.

Logo: 𝐷𝑓 = [ 3, +∞[
Resolução: Como o índice é ímpar, então a função é definida ⇒
2

Logo: 𝐷 [⇔𝐷 ℝ { }

Resolução: Como o índice é par, a função é definida ∈ ℝ: ≥ ≠

≥ ⇒ ≥ ⇔ ⇔{ 𝑜𝑢


≠ ⇔ ⇔{ 𝑜𝑢

Vamos fazer o estudo de sinal para acharmos o domínio de definição desejado. Assim,
teremos:

Assim: 𝐷 = ] ]∪[ [

𝑩
B) Função irracional do tipo 𝒇 ( ∈ {𝟎 }
√𝑨
Para determinar o domínio de definição destas funções, deve – se analisar o seguinte:

♣ Se 𝑛 for um número ímpar, então o domínio de definição será:

𝐷 = { ∈ ℝ: 𝐴( ≠ }⇔𝐷 ℝ { ∈ ℝ: 𝐴( ) = 0}

♣ Se 𝑛 for um número par, então o domínio de definição será:

𝐷 = { ∈ ℝ: 𝐴( ) > 0}

Exemplo 1.23: Determine o domínio das seguintes funções


1.

Resolução: Como o índice é ímpar, a função é definida ∈ ℝ: 2 ≠


2 ≠ ⇔ ≠ ⇔ { 𝑜𝑢

Assim: 𝐷 ] ∞ [∪] [∪] ∞[ ⇔ 𝐷 ℝ { }

2.

Resolução: Como o índice é par, a função é definida para ∈ ℝ: 5 )>
0

5 > ⇔ 5 𝟎⇔{ 𝑜𝑢

Fazendo o estudo do sinal, teremos o domínio desejado:

5 5
Assim, o domínio de definição será: 𝐷𝑓 = ] , 3[ ⇔ 𝐷𝑓 = { 𝑥 ∈ ℝ: < 𝑥 < 3}
2 2

Ou seja, pode – se determinar este domínio, fazendo o estudo da recta. Assim, teremos:

Assim𝐷𝑓 + *⇔𝐷𝑓 ,𝑥 ∈ ℝ: <𝑥< -


√𝑨
C) Função irracional do tipo ( ∈ {𝟎 }
𝑩
Para determinar o domínio de definição deste tipo de função, deve – se ter em
consideração os seguintes critérios:

♣ Se 𝑛 for um número ímpar, então o domínio de definição, será dado por:

𝐷 = { ∈ ℝ: 𝐵( ≠ }⇔𝐷 ℝ { ∈ ℝ: 𝐵( ) = 0}

♣ Se 𝑛 for um número par, então o domínio de definição será dado por

𝐷 = { ∈ ℝ: 𝐴( ≥ ∧ 𝐵( ≠ }
Exemplo 1.24: Determine o domínio de definição das seguintes funções abaixo
mencionadas.


1.
Resolução: Como o índice é ímpar, a função é definida ∈ ℝ: 2 9≠


2 9≠ ⇔ ≠ ⇔ { 𝑜𝑢

Assim: 𝐷 ] ∞ [∪] [∪] ∞[ ⇔ 𝐷 ℝ { }


2.

Resolução: Como o índice é par, a função é definida para ∈ ℝ: ≥ ∧ ≠


0⇔𝑥 ≥2 ∧𝑥 ≠ 1

Logo: 𝐷𝑓 = [2, +∞[

√𝑨
D) Função irracional do tipo y ( 𝒆 ∈ {𝟎, })
√𝑩

Para determinar o domínio de definição deste tipo de função, deve-se ter em conta os
seguintes critérios:

♣ Quando 𝑛 𝑚 forem números pares, então tem – se como condição:


𝐴( ≥ ∧ 𝐵( ) > 0.

♣ Quando 𝑛 𝑚 forem números ímpares, então tem-se como condição: 𝐵( ≠

♣ Quando 𝑛 for um número par e 𝑚 for um número ímpar, então tem-se como
condição: 𝐴( ≥ ∧ 𝐵( ≠ .

♣ Quando 𝑛 for um número ímpar e 𝑚 for um número par, então tem-se como
condição: 𝐵( ) > 0.

Exemplo 1.25: Determine o domínio de definição das seguintes funções mencionadas


abaixo.

Resolução: Como os índices são números pares, a função é definida para

∈ ℝ: ≥ ∧ )( > .

♣ 3 ≥ ⇔ ≥ ⇒ ≥ 2

♣ )( > ⇔ > ∧ > ⇒ < ∧ >3

Portanto, para se achar o domínio da função dada, deve-se buscar a intersecção dos dois
dos intervalos achados. Assim:

Assim: 𝐷𝑓 = ]3, 4[

Resolução: Como os índices são números pares, a função é definida para

∈ ℝ: ≥ ∧ >

♣ 3 ≥ ⇔ ≥ ⇒

♣ 2 > ⇔ > ⇒ >


Para se achar o domínio da função dada, deve-se buscar a intersecção dos dois dos
intervalos achados. Assim:

Assim: 𝐷 * ∞*

Resolução: Como o índice do numerador é par e o do denominador é ímpar, então a


função é definida para ∈ ℝ: 2 8 5≥ ∧ 2 2 8≠

♣ 2 8 5≥ ⇔ 5 ≥ ⇔ ≤ ∧ 5≥

≤ ∧ ≥5

♣ 2 2 8≠ ⇔ + 2)( ⇒ ∨ =4

Assim, para determinar o domínio da função dada, deve – se buscar a intersecção


dos dois intervalos achados.

Assim:𝐷 ] ∞ [∪] ] ∪ [5 ∞[

4º CASO: Funções Modulares

Chama – se função modular a toda função de ℝ em ℝ que se define pela dupla


sentença:

𝑠 ≥
( )=| |={ 𝑜𝑢 ∈ ℝ
𝑠 <

Exemplo 1.26: Determine o domínio de definição das seguintes funções modulares


mencionadas abaixo.

𝑦=| |
𝑦 | | | 5|
1. } têm como domínio:
𝑦 √| |

𝐷 ℝ ] ∞ ∞[

| |
2. 𝑦
√| |
Resolução: a função é definida para ∈ ℝ: | + 3| > 0 ⟺ + 3 > 0 ⟹ >

Assim: 𝐷 ] ∞[

| |
3. 𝑦 | |
Resolução: A função é definida ∈ ℝ: | |≠ ⟺ ≠ ⟹ ≠

Assim: 𝐷 ] ∞ [∪] ∞[ ⇔ 𝐷 ℝ { }

5º CASO: Funções Trigonométricas: Chama-se funções trigonométricas à todas as


funções em que a variável representa o respectivo argumento ou ângulo. Para estas
funções, é necessário que se saiba o seguinte:

1. As funções trigonométricas ( ) = 𝑠 𝑛 e ( ) = 𝑐𝑜𝑠 têm como domínio de


definição o conjunto dos números reais, isto é: 𝐷 ℝ ] ∞ ∞[.

2. A função trigonométrica ( ) = 𝑡𝑔 tem como domínio de definição:

𝐷 ℝ , : ∈ ℤ}

3. A função trigonométrica ( ) = 𝑐𝑜𝑡𝑔 tem como domínio de definição:


𝐷 ℝ { : ∈ ℤ}

Exemplo 1.27: Determine o domínio de definição das seguintes funções


trigonométricas abaixo.

1. ( ) = 𝑡𝑔3
Resolução: a função trigonométrica dada é definida ∈ ℝ: ≠ ⟺ ≠
Portanto o domínio será: 𝐷 ℝ { : k ∈ ℤ}
2. ( ) = 𝑐𝑜𝑡𝑔2
Resolução: a função trigonométrica dada é definida ∈ ℝ: ≠ ⟺ ≠

Portanto o domínio será: 𝐷 ℝ { : k ∈ ℤ}


N. B: Há que ter atenção quando se determina o domínio das funções trigonométricas
secante e a função trigonométrica cossecante, porque a função ( ) = 𝑠 𝑐 , a sua
condição é a mesma com a função trigonométrica ( ) = 𝑡𝑔 , ao passo que, a função
( ) = 𝑐𝑜𝑠𝑠 𝑐 a sua condição é a mesma com a função trigonométrica ( ) = 𝑐𝑜𝑡𝑔 .

6º CASO: Funções Trigonométricas Inversas

Na determinação do domínio das funções trigonométricas inversas, deve-se ter em conta


a norma do argumento tem de ser menor ou igual a unidade, isto é:‖𝐴 .

Exemplo 1.28: Determine o domínio de definição das funções trigonométricas inversas


mencionadas abaixo.

1. ( ) = 𝑎𝑟𝑐𝑠 𝑛3

Resolução: A função é definida .

‖ ⟺‖

⟹{

Assim: 𝐷𝑓 * +
2. ( ) = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠2

Resolução: a função é definida

‖ ⟺‖

⟹{

Assim: 𝐷𝑓 * +

7º CASO: Funções Logarítmicas

Chama-se função logarítmica a função , de domínio e contra – domínio ℝ, que


associa cada número real e positivo ao logaritmo de na base 𝑎, onde 𝑎 é um número
real, positivo e diferente de 1.

Para determinar o domínio de definição das funções logarítmicas, deve – se saber que o
logaritmando tem de ser sempre positivo, isto é, maior de zero: 𝐴( ) > 0.

Exemplo 1.29: Determine o domínio de definição das funções logarítmicas


mencionadas abaixo.

1. ( ) = log2(3
Resolução: a função é definida ∈ ℝ: 3 >

3𝑥 > ⟺3𝑥 > 2⟹𝑥 >

Assim: 𝐷𝑓 + ∞*
Resolução: a função é definida

>
⟺ 2 1>0⟺( + 1) > 0 ⟹{
<

Assim: 𝐷𝑓 = ] ∞, 1[ ∪ ]1, +∞[

3. ( ) = log4( )

Resolução: a função é definida ∈ ℝ: >

> ⟺3> 𝑥 > ⟹𝑥> 2


𝑥

Assim: 𝐷𝑓 = ] 2, +∞[

4. ( ) = log | |
Resolução: a função é definida ∈ ℝ: | |≠

| |≠ ⟹ ≠ ∧ ≠0⟺ ≠ ∧ ≠

Assim: : 𝐷 ] ∞ [∪] [∪] ∞[ ⇔ 𝐷 ℝ { }


1.5- Principais funções elementares e suas aplicações

Neste item procuramos dar uma ideia geral das principais funções utilizadas nas áreas
de Administração, Economia e Finanças. Após o estudo de cada uma dessas funções,
veremos algumas de suas aplicações.

1.5.1- Função constante


É toda função do tipo 𝑦 = , em que é uma constante real. Verifica-se que o gráfico
dessa função é uma recta horizontal, passando pelo ponto de ordenada como mostra a
figura abaixo.

Figura 7: Gráfico da função 𝑦

𝐷 𝑓 ℝ e 𝐼𝑚 𝑓 𝑘

Exemplo 1.30: Construir o gráfico da função .

1.5.2- Função do 1º grau


Definição: Uma função é chamada função do 1º grau (ou função afim) se sua sentença
for dada por 𝑦 = 𝑚 + 𝑛, sendo (coeficiente angular) e (coeficiente linear)
constantes reais com 𝑚 ≠ .

O gráfico desta função é uma recta onde o coeficiente linear representa no gráfico o
ponto de intersecção da recta com o eixo 𝑦 que é da forma (0, 𝑦) e o coeficiente
angular representa a variação de 𝑦 correspondente a um aumento do valor de igual a
1, aumento este considerado a qualquer ponto da recta.

Note que, quando 𝑚 > 0, o gráfico corresponde a uma função crescente e, quando 𝑚 <
0, o gráfico corresponde a uma função descrente como mostram as figuras abaixo.
Figura 8: Coeficiente linear e angular de uma recta

m> en> m> en<

m< en> m< en<

Conhecendo-se dois pontos de uma recta 𝐴( 1, 𝑦1) e 𝐵( 2, 𝑦2), o coeficiente angular

da recta é dado por: 𝑚 =

A demonstração desta equação é feita a partir do triângulo rectângulo como mostra a


figura abaixo.

Figura 9: Interpretação do coeficiente angular


𝑦 𝑦 𝑦
𝑡𝑎𝑔

Como 2= 1, então tag 2= tag 1 e 𝑚 = tag 1, segue que 𝑚 = .

Conhecendo um ponto 𝑃( 0, 𝑦0) de uma recta e seu coeficiente angular m, a função


correspondente é dada por:

𝑦 − 𝑦0 = 𝑚( − 0)

De facto, seja 𝑄( , 𝑦) um ponto genérico da recta, distinto (diferente) de 𝑃( 0, 𝑦0) como


mostra a figura abaixo.
Figura 10: Determinação da recta por um ponto e pelo coeficiente angular

𝑚= ⇔ 𝑦 − 𝑦0 = 𝑚( − 0)

Exemplo 1.31: Determine a função cujo gráfico é dado na figura abaixo.

Figura 11: Função do 1º grau

Resolução: Seja 𝑦 = 𝑚 + 𝑛 a função procurada. Então:

♣ Como o ponto (0,2) pertence ao gráfico, então: 2 = 𝑚(0) + 𝑛 ⇔ 𝑛 = 2;


♣ Como o ponto (4,0) pertence ao gráfico, então: 0 = 𝑚(4) + 𝑛 ⇔ 4𝑚 +
𝑛 = 0;
Tendo em conta que 𝑛 = 2, obtemos: 4𝑚 + 2 = 0 ⇔ 𝑚 = − 1⁄2. Desta forma, a
função procurada é: 𝑦 = + 2.

EXERCÍCIOS

7. (𝞓♥) Obtenha o coeficiente angular e a expressão analítica da recta que passa por
A e B nos seguintes casos:
a) 𝐴(1,2) e 𝐵(2,7)
b) 𝐴(0,3) e 𝐵(2,5)
c) 𝐴(−2,1) e 𝐵(5, −2)
8. (𝞓♥) Obtenha a equação da recta que passa por P e tem o coeficiente angula m
nos seguintes casos:
a) 𝑃(1,3) e 𝑚 = 2
b) 𝑃(−1,4) e 𝑚 = −1
c) 𝑃(−1, −2) e 𝑚 = 2
9. (Δ♥) obtenha as funções, dados seus gráficos, nos seguintes casos:

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