Você está na página 1de 244

Igor de Souza Nogueira

Chama de amor - Manual de


membros
Escritos da Comunidade
Unos.
Manual de membros

Igor de Souza Nogueira

1ª Edição

Assistente Editorial

Revisor

Preparador de Texto

Editor

Diagramador

Conselho editorial

Comunidade Católica Unos


Manual de membros
Sumário
Apresentação 9
Introdução 9
Estilo de vida Unos 11
O que é Ser Unos? 12
Como ser Unos? 15
Quem Somos 17
O que são Novas Comunidades 18
Os 3 Pilares da Vida em Comunidade 22
Nosso Carisma 29
O Resumo da Nossa História 44
Profecias Unos 48
A Oferta de Vida e os compromissos 50
Nossa Missão 51
Os três pilares 54
Nossa Espiritualidade 57
Mistério cristológico 61
A Figura Bíblica do Bom Samaritano 64
Princípios da Comunidade 65
Nossa vocação 75
As 15 Regras Marianas 76
Os Três Conselhos Evangélicos 77
Castidade 78
Pobreza 80
Obediência 85
As 10 virtudes de Maria 87
Os tempos fortes da Unos 93
O que é um membro, um amigo, e um voluntário? 94
Os Sinais da Comunidade 96
Processo vocacional e o os meios de servir 98
A Unos e o Charis 106
A Unos e a Renovação Carismática Católica 107
A Unos e a Igreja Diocesana 108
A Unos e as Células e grupos de amigos 109
Vida espiritual Unos 111
Ser Santo Jovem, com os Jovens e Para os Jovens! 113
Quais são as Características da Santidade? 119
Jerusalém Celeste 122
Ascese: Um pequeno caminho para santidade 134
Por que ter uma vida de oração 140
O método da Oração Íntima. 141
A Contemplação Ativa de Deus em tudo 151
A Sinceridade em Cristo 153
União Íntima com a Trindade 153
O Plano Espiritual 154
As 5 Pedrinhas 155
Devoções do Carisma 157
A Vida Carismática 158
A Oração Profética 158
Retiros Pessoais e de Silêncio 159
A Revisão e plano de vida 160
O caminho de santidade 161
Nossos Baluartes 163
As obras de misericórdia 165
A Divina Providência 168
Vida Fraterna 172
A Unidade em Tudo 174
A Acolhida 176
A Vida casta entre irmãos 177
A vida em alegria 178
A prática do Perdão 179
A Vida de Coríntios 180
Como viver os momentos fraternos? 183
Como viver em Comunidade mesmo a distância? 185
Como conciliar a vida Pessoal com a em Comunidade? 188
Comunidade de vida 190
Comunidade de aliança 193
Vida da Afetividade 195
Como viver a afetividade 196
O Celibato formativo 196
O tempo de solteiro 196
O caminho de namoro 197
As 5 fases do namoro 198
O noivado 200
A Graça do casamento 201
O Celibato permanente 202
O sacerdócio 203
A Vida em Unidade 205
Quem vai amar esses jovens que não se sentem amados?207
Como manter a unidade entre os membros, e os grupos 208
As fases de da Comunidade 209
A formação pessoal e o pastoreio. 210
Vida Apostólica 212
Como Evangelizamos 213
Quais nossos ministérios 217
Áreas de atuação 219
Projetos Da Comunidade Unos 219
Projetos de Evangelização: 219
Projetos de Apoio Social: 225
Projetos de Formação: 227
Projetos de Comunicação: 228
Projetos de Missões: 229
A Estrutura da Associação 231
A Associação de fiéis e os direitos 232
A Estrutura da Associação 232
Os setores da Comunidade 234
A organização regional da Comunidade 236
Regras gerais para todos os membros 236
As Regras da Comunidade de Vida 237
As Regras da Comunidade de aliança 238
As organizações financeiras da associação 239
A associação enquanto instituição 240
Testemunhos 242
Conclusão 242
Anexo 244
Ato de Oferta de Vida (E Compromissos) ao Amor
Misericordioso de Jesus Homem-Deus 244
Apresentação

Introdução
Meus amados filhos e filhas, queridos amigos da Comunidade
Unos, estou muito feliz por escrever esse documento, temos vivido um
tempo novo em nossa comunidade, e venho escrever a vocês esses
escritos para que sirvam de consulta e auxílio para bem viverem este
Carisma que Deus nos deu.

Somos chamados a uma vida de Amor e Unidade, nosso carisma


nos pede que vivamos no amor de Jesus Cristo, no amor Humano de
Jesus que nos une a Sua Divindade.

Todos nós precisamos saber como vivermos esse carisma, ainda não
temos todas as respostas, mas as que temos colocaremos neste manual,
esse manual não é um livro com toda a teologia do carisma, para isso
estou escrevendo o livro “A Essência do Amor” que trará tudo que
iremos dizer aqui de forma mais profunda e mais completa, porém aqui
quero trazer o que já foi discernido e o que faz parte do carisma, será
um manual como nossa primeira cartilha aos membros, mas agora com
tudo aquilo que já sabemos sobre o carisma e não sem
aprofundamento, coisas que já podemos fixar como próprio do nosso
chamado e também esclarecendo dúvidas específicas que foram
surgindo ao longo da nossa existência.

Quero também unir a este manual, a vivência da espiritualidade e da


santidade de nossa comunidade, trazendo uma verdadeira dica
espiritual para cada um de vocês para que sejamos santos e
irrepreensíveis diante de Deus.

Este manual estou a escrever desde o começo deste ano, e somente


agora sinto-me preparado para dar-lhe conclusão, pois muita coisa
vivenciei e a estas quero testemunhar durante este manual, Sendo a
primeira, a Oração na Comunidade Nossa Senhora de Sião e a Segunda
o PHN. Por isso peço-lhes o que me foi pedido.

“Deixe tudo! Deixe tudo por Jesus, Tenha Ele como Primeiro e Único
em sua Vida, tenha Coragem! Seja corajoso, seja corajoso, tenha
Ousadia no Espírito Santo para dar tudo a Deus. Tudo é Tudo! Tenha
Nele sua Esperança, tome uma determinada decisão! Sejam Santos!”

Espero que possam aproveitar ao máximo esse manual e possam


viver esse carisma com amor e intensidade, e que possam chegar à
santidade através da vivência desse chamado lindo de Amar a todos
como Jesus nos amou e se entregou por nós.

Igor de Souza Nogueira.


Estilo de vida Unos
O que é Ser Unos?

Já temos 6 anos de fundação da comunidade, e ainda me


perguntava, “o que realmente é ser Unos? O que é ser Comunidade
Unos?” Sabemos que existem 3 pilares na vida fraterna, a Oração, a
Fraternidade e o Apostolado, mas em cada carisma, existe um estilo
particular de viver, onde eu me perguntei “O que é realmente ser Unos?
O que ainda não entendemos? O que ainda falta que os nós membros
possamos entender para vivermos o nosso carisma de verdade” e então
pensei nas realidades que já existem. Se a Unos não seria algo como já
existe, então pensei:

Ser Unos é ser um grupo de convivência que só se reúne e vive uma


vida fraterna, como uma fraternidade da Universidade, onde vivemos
juntos, pagamos as contas e só isso?

Ser Unos é ser um grupo de espiritualidade, de oração, de devoção?


Que se reúne só para rezar, ou para praticar os carismas como os grupos
de oração do Movimento Eclesial RCC?

Ser Unos é ser uma comunidade de serviço ou um apostolado? Que


sua única missão é servir, evangelizar, pregar, fazer missões e ação social
com as pessoas que sofrem?

Foi para isso que Deus te chamou à Comunidade Unos? Bom, a mim,
Deus chamou-me a Comunidade Unos como fundador, para ser santo, é
na vida fraterna que Deus quer que eu seja santo, é tendo uma vida de
oração que Ele me chama a ter contato com Ele, e é servindo a Ele nos
irmãos, que minha santificação vai acontecer.

Entendi que ser uma Comunidade é um chamado para através do


Batismo, dar uma resposta mais radical a Deus de dedicação a serviço
da evangelização, mas em primeiro lugar, é um chamado de santificação
“é na vida em comunidade que serei santo, é vivendo com meus irmãos,
na vida de oração privada e fraterna e na evangelização que irei me
santificar, e uma coisa dependerá da outra” Esse é o chamado de Deus
para mim, se é vida ou aliança não difere, pois ambos tem esse
chamado, a diferença é a forma como respondem esse chamado.
Por isso, pense “por que quero ser Unos? Para ser santo?” Se for
para ser santo, e o modo como isso se dará é através da comunidade,
vida fraterna, espiritualidade deste carisma e pelo apostolado. Seja
muito bem-vindo à Comunidade Unos.

Posso dizer com toda certeza que há um chamado específico dentro


da vocação Unos, “Ser comunidade carismática, que através da vida
fraterna, de oração e apostolado, anuncia a Palavra de Deus, restitui a
dignidade da pessoa humana e como o Bom Samaritano, cura as
feridas e leva as pessoas para uma vida de santidade”

Há nessa frase algumas realidades que quero destacar, os chamados


específicos da vocação Unos que iremos trabalhar mais tarde, o
primeiro chamado é ser Comunidade, não fomos chamados para ser
grupo, nem ministério, nem missão, nem projeto, nem movimento,
fomos chamados para viver em comunidade. A missão, os ministérios,
os projetos, são como expressões que podem surgir dentro do carisma
como um serviço a favor da evangelização e do apostolado, mas não
dizem o todo, e sim, apenas uma parte do carisma.

Nosso segundo ponto específico é que somos uma comunidade


carismática, vivemos sob um carisma vindo do Espírito Santo, um dom
específico para a Igreja que vem responder às necessidades do nosso
tempo em favor da igreja e da sociedade, e somos partes também de
uma corrente de graça da Renovação Carismática Católica, abertos aos
dons do Espírito Santo.

O terceiro ponto é “através da vida fraterna, de oração e


apostolado” a vida em comunidade exige de nós a vida fraterna, de
oração e de apostolado, mas a vida de oração é o pilar principal do
carisma, dele gera o (tratar as pessoas) que é a vida fraterna, e os dois
geram a vida apostólica, (Quem diz que ama a Deus que não vê e não
ama o irmão que vê é mentiroso) como evangelizar, se não amo meu
irmão? Não pode ser, a vida de oração da a base para a evangelização, e
o amor fraterno, dá o amor pela evangelização.

O quarto ponto é anunciar a Palavra de Deus, pois é, todo o nosso


carisma veio para anunciar a Palavra de Amor e Misericórdia de Deus,
para que arrependam-se dos pecados, e aceitem o Amor Misericordioso
de Deus que acolhe nossas misérias e as transforma em Chamas de
Amor e santidade.

O quinto ponto é restituir a dignidade da pessoa humana como o


bom samaritano, o pecado desfigura a pessoa humana, retira sua
dignidade de filhos, nós precisamos resgatar a dignidade dos filhos no
Filho de Deus. O pecado tira o ânimo, a esperança, a alegria, a fé, gera
divisão, devemos restaurar toda a dignidade, a dignidade psicológica,
afetiva, sexual, a dignidade profissional, e em todas as áreas.

O sexto ponto é curar as feridas, nossa geração está cheia de feridas,


tanto físicas, como psíquicas e espirituais, muitas pessoas passam fome,
possuem vícios, estão desempregadas, muitas pessoas tem depressão,
tem falta de esperança, muitas pessoas vivem num estado de pecado,
precisam de direção espiritual, restituir a dignidade é o modo e objetivo
da ação, o ato de curar as feridas é a ação propriamente dita.

E o sétimo ponto é levar as pessoas para uma vida de santidade,


essa é a finalidade, que todos nós, sejamos santos, e tudo que fazemos
seja para que nós e todos nossos irmãos possam ser santos. Se amamos
alguém, desejamos o bem a esse alguém, não há nada melhor que
desejar a santidade para este. Por isso, ensinamos uma vida de oração,
santidade, luta contra o pecado e busca de céu, pois assim, estaremos
realmente amando.

Esses são os traços da nossa vocação, parte do nosso estilo de vida


Unos, do DOM (carisma) Unos. Temos um estilo de vida próprio, que
visa conseguirmos nos santificar através do chamado, do DOM que Deus
deu para a Comunidade Unos, um Jeito Unos de ser. Esse DOM
(Carisma) permeia toda nossa vida, seja ela fraterna, espiritual ou
apostólica.
Como ser Unos?

Talvez você esteja lendo este manual hoje pois está confuso sobre
como ser comunidade, talvez você viva longe da sede e não sabe como
viver a graça deste carisma na sua localização. Para isso vim trazer uma
resposta clara sobre como viver o Carisma da Comunidade Unos.

Primeiro preciso dizer, neste manual você conhecerá várias práticas e


atitudes que vão clarear suas dúvidas, mas já venho aqui trazer algumas
respostas para motivar sua leitura e suprir também seus medos e
dúvidas sobre a vida em comunidade. E mais do que nunca, preciso
esclarecer que ser comunidade não é praticar coisas, e sim, ser
comunidade, Ser não é fazer, ser é viver, se você vive o estilo de vida,
você é comunidade.

O que é importante que você entenda sobre ser comunidade. Não é


você quem escolheu a Comunidade, é Deus quem te chamou ao
Carisma, e você foi atraído por Deus por uma de suas missões, seja pela
pregação, seja pela música, pelo desenvolvimento humano, por um
amigo ou amiga, por algum apostolado do carisma. Você foi chamado,
foi atraído pela Graça de Deus, não sou eu como fundador que te
trouxe, não foi a pessoa que chamou que te atraiu, foi Deus quem te
chamou a estar conosco.

Outra coisa importante a saber, quando você é vocacionado a um


carisma, você sente uma identificação com o que a comunidade vive,
com o que o carisma prega, com o que os pregadores, os membros o
fundador falam e vivem, com as missões e projetos, existe uma
identificação, e isso independe da distância ou do estado de vida.

É importante também lembrar, que o carisma é uma forma de viver,


que ao longo desse manual vai sendo revelado, portanto, algumas das
atitudes, projetos, devoções, já fazem parte do jeito de viver da
comunidade Unos, como por exemplo, quem é Unos não gosta de
divisão, gosta de unidade, isso é uma marca do carisma, que é Unos,
tem um cuidado na acolhida, tem um zelo com o sacramentos, entre
outros pontos que já nos ajudam a viver, teremos inclusive algumas
explicações sobre como ser comunidade na prática que vai clarear ainda
mais essa pergunta.

Então respondendo temporariamente a essa pergunta que já nos foi


feita várias vezes, como ser Unos? Como ser comunidade? Vivendo o
carisma, sua espiritualidade e sua vocação. Vivendo o chamado de Deus
na sua vida.
Quem Somos

Somos antes de tudo, uma comunidade, como dizia Monsenhor


Jonas ao falar da Canção Nova, “Somos antes de tudo, uma
comunidade, homens e mulheres vivendo em unidade em torno de uma
mesma vocação e um mesmo chamado”.

Digo o mesmo, somos antes de qualquer coisa, uma comunidade,


temos uma vocação comum, um chamado em comum, somos uma
comunidade carismática fundada no ano de 2017 no dia 10 de Maio, e
temos como nosso fundador Igor de Souza Nogueira, e nossos dois
cofundadores, o Cofundador Marcio Leandro Coral, conhecido como
Poti, que faleceu devido a Covid 19 no dia 14 de Março de 2021, e a
Cofundadora Camila Muniz Oliveira.

Nosso estilo de vida busca revelar a Dignidade da Pessoa Humana à


luz da Dignidade de Jesus Cristo em sua Divina Humanidade através do
Amor Misericordioso, essa é uma referência que não podemos perder
de vista. Vivemos essa vocação através de nosso carisma e da nossa
Espiritualidade sob os pilares da Contemplação, Compaixão e Missão
que são gerados a partir das experiências espirituais do Carisma que são
Experimentar, Viver e Espalhar o Amor Misericordioso de Jesus na sua
Divina Humanidade.

Expressamos em tudo no nosso jeito de ser e viver, o Amor


Misericordioso de Jesus que une em si mesmo, todas as pessoas,
restaurando-lhes a dignidade de filhos e filhas de Deus, no Filho
Unigênito que é Jesus.
O que são Novas Comunidades

Por meio do Concílio Vaticano II (1962-1965) nasceu para a Igreja a


necessidade de um novo sopro do Espírito Santo. Em 1998 o Papa São
João Paulo II convocou todos os Movimentos Eclesiais e Novas
Comunidades de Aliança e de Vida. Durante a memorável Vigília de
Pentecostes daquele ano, com mais de 300 mil participantes, dentre
várias afirmações a Igreja disse ao mundo que as Novas Comunidades
são uma resposta providencial de Deus; uma nova primavera da Igreja
que vive em resposta reservado, fora dos muros tradicionais das
paróquias.

É importante destacarmos que muitas vezes, quando se usa a palavra


"carismático", costuma-se associar ao movimento carismático. Não é
esse o sentido que a Igreja nos apresenta. Quando a Igreja fala de
carismático deve ser entendido como tudo o que se coloca no âmbito da
livre manifestação do Espírito.

A vida das Novas Comunidades nasce, portanto, de forma


carismática, isto é, de forma espontânea, em pessoas que se sentem
interpeladas por uma situação histórica concreta. Movidas pelo Espírito,
as Novas Comunidades sentem-se impelidas a dar uma resposta aos
desafios socioculturais do seu tempo.

O Charis

No dia 09/06/2019, na Solenidade de Pentecostes, o Papa Francisco


publica o Estatuto da Charis, órgão ligado ao Vaticano responsável por
representar as comunidades de aliança e de vida, bem como outros
movimentos legítimos da Igreja que se identificam com a corrente
carismática católica.
OS CINCO CRITÉRIOS DE ECLESIALIDADE ADOTADOS PELA IGREJA
PARA SER COMUNIDADE

Na exortação pós-sinodal Christifideles laici, as novas comunidades e


movimentos são reconhecidos como uma nova época agregativa dos
fiéis chamados a participar de forma responsável na missão da Igreja (Ex
vi ChL n. 29), apresentando cinco critérios de eclesialidade:

I – O primado dado à vocação de cada cristão à santidade;


II – A responsabilidade em professar a fé católica em seu conteúdo
integral;
III – O testemunho de uma comunhão sólida e convicta com o papa e os
bispos;
IV – Aceitação e participação na finalidade apostólica da Igreja, que é a
Evangelização;
V – O empenho de uma presença ativa na sociedade humana.

CARACTERÍSTICAS FORTES DAS NOVAS COMUNIDADES


● Carisma próprio bem definido;
● Amor e reverência filial à Igreja através da obediência ao Papa e
Bispos e da fidelidade à doutrina católica;
● Forte missionariedade sob o impulso da nova evangelização;
● Vivência comunitária sob duas formas: comunidade de aliança
e/ou comunidade de vida;
● Governo comum e organizado, vivido sob a graça da
obediência;
● Intenso apelo à vivência moral segundo o Magistério da Igreja,
inclusive confirmado por vínculo de castidade segundo o estado
de vida;
● Presença de todos os estados e realidades de vida: homens e
mulheres, clérigos e leigos, casados, celibatários e solteiros;
● Vida de oração intensa, tanto pessoal como comunitária.

ALGUMAS COMUNIDADES BASTANTES CONHECIDAS NO BRASIL


1. Comunidade Canção Nova;
2. Comunidade Shalom;
3. Comunidade Nova Aliança.
4. Comunidade Colo de Deus
5. Comunidade Bethânia

Comunidades na Nossa Diocese Mãe (Maringá)

1. Aliança de Misericórdia
2. Obra Shalom
3. Raio de Luz
4. Unos
5. Missão Som da Paz
6. Colo de Deus
7. Coração Eucarístico de Jesus (Imaculado Coração)
8. Comunidade Nossa Senhora de Sião

CONCEITOS IMPORTANTES
● CARISMA DE FUNDAÇÃO (ou de Fundador): É a graça dada a
uma pessoa para que se torne visível um carisma.
● CARISMA DA FUNDAÇÃO: Novidade e originalidade própria,
DNA e digital.
● FUNDADOR: Escolhido, a partir da fraqueza, para que os olhos
não fiquem nos homens, mas em Deus. Muitas vezes
incompreendido.
● HISTÓRIA DA FUNDAÇÃO: toda a vida do fundador. Antes do
nascimento já se tem sinais do “espírito do fundador”.

● COFUNDADOR CARISMÁTICO: Em alguns carismas, não


necessariamente em todos, o Espírito Santo suscita a pessoa do
cofundador. Este chamado particular, quando respondido, é
uma grande dádiva de Deus, primeiro para o ministério do
próprio fundador e depois para todo o corpo da Comunidade.

O cofundador é chamado a viver intensamente todos os


momentos decisivos da Comunidade, tais como:
discernimentos, decisões, perseguições, vitórias e derrotas,
frentes de evangelização, etc., trata-se de uma missão particular
dada por Deus. Deus chama o cofundador a cumprir a tarefa de
compartilhar dos mesmos desejos do fundador, existe entre eles
uma ligação espiritual estreita, o cofundador tem acesso direto,
de forma misteriosa e intuitiva com a fonte do Carisma que está
no fundador.

Estes dois ‘carismas’ compartilham de uma certeza única, vindo


do Espírito Santo no discernimento da vontade de Deus para a
Comunidade e daquilo que é obra humana.

A tarefa missionária do cofundador na Comunidade também é


determinada pelo Espírito Santo, há cofundadores que
trabalharão com a formação, outros com a evangelização,
outros com a administração, de acordo com o dom pessoal de
cada um.
● COFUNDADOR HISTÓRICO: “os primeiros” que venceram as
primeiras dificuldades.
● TRADIÇÃO DA FUNDAÇÃO: normas não escritas.
● ESTATUTO E NORMAS: geralmente com o tempo acontece.
● MISTÉRIO CRISTOLÓGICO: É o “resumo” do rosto de Cristo a ser
anunciado pela comunidade. Já está no carisma como mistério.
● VOCAÇÃO: forma concreta de viver um carisma através de um
chamado. (Quem eu sou?). SER e VIVER o carisma da
comunidade.
● AMIGOS DA COMUNIDADE: amigos que ajudam a Comunidade
em suas missões, caminhando ao lado dela, mas sem ser
membro da Comunidade. É o primeiro passo para ser convidado
a entrar na comunidade.
● ASSOCIAÇÃO DE DIREITO CIVIL CRIADA PELOS MEMBROS DAS
NOVAS COMUNIDADES: associação com estatuto e regras de
direito civil que tem por objetivo dar mais transparência, pois
com a associação civil cria-se CNPJ, possibilitando a abertura de
conta bancária e a prestação de contas à Santa Igreja das
destinações dos recursos eventualmente arrecadados, bem
como a destinação correta do patrimônio adquirido em caso de
extinção.

Os 3 Pilares da Vida em Comunidade

Os três pilares de uma Nova Fundação são: a vida de oração, a vida


fraterna e o apostolado (missão).Sustentando estes pilares estão a regra
de vida e as tradições comunitárias.

Os pilares, naturalmente e progressivamente, são lapidados através


da escuta do fundador, que partilha com seus membros, especialmente
com os co-fundadores. Aliás, os autênticos cofundadores não precisam
fazer esforços para ter comunhão com o fundador, esta comunhão é
dom natural e graça do carisma. Cada carisma tem um jeito único para
rezar, conviver, adorar e anunciar; cada carisma é único e irrepetível,
pois é peça insubstituível e inigualável do projeto de Deus.
Vida de Oração

De forma geral, a Igreja convida os fiéis para uma oração regular:


orações quotidianas, Liturgia das Horas, Eucaristia dominical e
celebração das festas do ano litúrgico; neste post vamos nos deter na
vida de oração pessoal para os vocacionados e consagrados das Novas
Fundações.

O encontro diário com Deus:

Um consagrado não deve ficar nem mesmo um só dia sem o contato


com a Palavra de Deus, especialmente com a Liturgia Diária, a Pessoa do
Espírito Santo e a devoção mariana. Deus fala através de Sua Palavra,
assim, Deus conduz o consagrado, aguça a intuição e a percepção
espiritual e transborda a Sua sabedoria. Além disso, cada consagrado
precisa do silêncio, da intimidade e do tempo para meditação e escuta.

A oração pessoal diária, juntamente com encontros regulares com


um formador pessoal, favorecerá enormemente o crescimento humano
e espiritual do consagrado, forjando-o no carisma. O acompanhamento
do formador pessoal dissolverá os enganos que pode haver no diálogo
com Deus; o formador de certa forma, provoca o vocacionado, para que
viva aquilo que está rezando. Rezar e não viver o que se reza é
equivocar-se. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza. Se não
se quiser agir habitualmente segundo o Espírito de Cristo, também não
se pode orar habitualmente em seu nome. (CIC 2731)

Um tempo determinado para a oração:

É dever das autoridades da Nova Fundação, determinar e favorecer


um horário diário para que o vocacionado possa dedicar-se a oração
pessoal. Este horário deve ser especificado com início e fim. O
vocacionado, por sua vez, deve dedicar-se fielmente a oração,
respeitando o horário estabelecido pelas autoridades da Fundação.

Adiar a oração é adiar o próprio amadurecimento, a alma


verdadeiramente orante dá verdadeiro saltos de santidade e liberdade
em Deus. Em uma Nova Fundação todos tem vantagem quando os
membros rezam bem:

Invista em sua vida de oração, ore sempre, ore com os


acontecimentos, sofrimentos, alegrias e dúvidas, ore até mesmo
quando justamente no seu horário de oração lhe é pedido por uma
autoridade para exercer outra atividade. Diz a Palavra de Deus: “Orai
sem cessar” (1 Tes 5,17).

Inimigos da vida de oração

A oração é um dom da graça e uma resposta decidida da nossa parte.


Pressupõe sempre um esforço. A oração diária é intransferível e
insubstituível, porém, a tentação sempre agirá para impedir este
momento próprio.

Os Padres da Igreja ensinam: a oração é um combate. Contra quem?


Contra nós mesmos e contra as astúcias do Tentador que tudo faz para
desviar o homem da oração e da união com o seu Deus; portanto a vida
de oração possui dois inimigos bem definidos: O Eu egoísta e o
demônio.
O Eu: O eu, com seus mecanismos de defesa, tem a função de
defender a pessoa de tudo que lhe coloque em perigo e possa exigir
esforço e ascese. O eu, vai atuar neste sentido, sempre defendendo,
portanto, será sempre contrário ao combate exigido na vida de oração.
A vitória sobre o eu possessivo e dominador, consiste na vigilância, e na
sobriedade do coração. Quando Jesus insiste na vigilância, esta se refere
sempre a Ele, à sua vinda, no último dia e em cada dia: “hoje”. O Esposo
chega no meio da noite. A luz que não se deve extinguir é a da fé de
uma alma que procura a sua face. (Sl 27, 8).

O demônio: O demônio sabe que, não conseguirá enganar e


envolver quem reza bem, por isso investirá pesado contra a nossa vida
de oração. Algumas tentações do demônio são: O fracasso, a aridez, a
falta de fé, e a acídia (CIC 2732- 33):

1. O fracasso: O desânimo na aridez, tristeza por não dar tudo ao


Senhor, porque temos “muitos bens”, decepção por não sermos
atendidos segundo a nossa própria vontade, o orgulho ferido que se
endurece perante a nossa indignidade de pecadores, alergia à
gratuidade da oração, etc… A conclusão é sempre a mesma: de que
serve orar? Para vencer tais obstáculos, é preciso combater com
humildade, confiança e perseverança.

2. A aridez: Faz parte da oração em que o coração está seco, sem


gosto pelos pensamentos, lembranças e sentimentos, mesmo
espirituais. É o momento da fé pura, que se aguenta fielmente ao lado
de Jesus na agonia e no sepulcro. “Se o grão de trigo morrer, dará muito
fruto” (Jo 12, 24). Se a aridez for devida à falta de raiz, por a Palavra ter
caído em terreno pedregoso, o combate entra no campo da conversão.

3. A falta de fé: Quando começamos a orar, mil trabalhos e


preocupações, julgados urgentes se apresentam diante de nós. É mais
uma vez o momento da verdade do coração e do seu amor preferencial.
Outras vezes, tomamos o Senhor como aliado, mas conservamos o
coração cheio de presunção. Em todos os casos, a nossa falta de fé
revela que ainda não temos as disposições de um coração humilde:
“Sem Mim, nada podereis fazer” (Jo 15, 5).
4. A acídia: Os Padres espirituais entendem por ela uma forma de
depressão devida ao relaxamento da ascese, à diminuição da vigilância,
à negligência do coração. “O espírito está decidido, mas a carne é fraca”
(Mt 26, 41). Quanto de mais alto se cai, mais magoado se fica. Quem é
humilde não se admira da sua miséria; ela leva-o a ter mais confiança e
a manter-se firme na constância.
Vida Fraterna

O que é a Vida Fraterna?

A vida fraterna é a vivência dos cristãos em comunidade, sob a regra


áurea dos mandamentos divinos e sustentada pelo Espírito Santo. É
comparável a uma família que possui o pai, a mãe e os filhos. Na
comunidade cristã também é assim, um mesmo Pai, Deus; uma mesma
Mãe, a Igreja; e os filhos reunidos pela vontade e presciência de Deus
Pai.

Dirá H. U. Von Balthasar: Cristo quer, primeiramente, separar um


grupo de israelitas a fim de que participem de seu modo de viver, do seu
modo de ser, que significa dedicação total ao Pai e irmãos; Por esta
palavra podemos dizer que: “o amor de cristo nos uniu”.

Chamados a viverem juntos:

Não são os pais que escolhem os filhos, da mesma forma na


fundação, não são os fundadores que escolhem os vocacionados; eles
chegam atraídos pela força do carisma, de todos os lados, de todas as
culturas, com as mais diversas idades, e, como em uma família, crescem
juntos, como irmãos, sob o olhar de um único Pai que é Deus Pai,
Providente e Misericordioso.

Foi a partir de Pentecostes que se pôde realizar o ideal da


fraternidade, e isso aconteceu não entre irmãos ou entre pessoas da
mesma cultura, mas entre pessoas totalmente desconhecidas entre si.

Celebrar Juntos:

Assim como em uma família, na vida fraterna se partilha tudo, tudo


que o Pai envia em sua providência. Os irmãos recebem de acordo com
a necessidade de cada um. Um bebê não tem as mesmas necessidades
da filha jovem prestes ao casamento, por isso, na vida fraterna, cada
um, como irmão, deve aprender que existem necessidades diferentes,
que Deus dará, ou tirará, como lhe aprouver. Alegrar-se com a alegria do
outro, entristecer-se com sua tristeza e rezar nos momentos de
fragilidade, quedas e dor do irmão é um dom que somente é
conquistado por quem ama, para viver em fraternidade é preciso
aprender a amar.

O ciúme, a inveja e o egoísmo são os grandes inimigos da vida


fraterna, essas fraquezas devem ser enfrentadas, admitidas e levadas ao
formador pessoal. As fraquezas humanas e as más tendências somente
serão superadas pela partilha da verdade, oração recebida e pela graça
do carisma que é maior que as fragilidades dos vocacionados.

Certamente terão maior dificuldade em viver a fraternidade aqueles


que vêm de famílias onde não existia o amor entre os irmãos. Fiquem
tranquilos: Amar se aprende, o Amor ensina a amar.

Momentos fraternos:

Podemos evidentemente dizer que todos os instantes que os


co-irmãos estão juntos é vida fraterna, mas, toda a Nova Fundação
necessita de momentos fraternos, pois os irmãos precisam também
partilhar sem interesse, brincar juntos, perder tempo com o outro para
conhecê-lo, amá-lo e principalmente, cada vocacionados precisa sair de
si, de seu mundo confortável e isolado de viver, para encontrar o outro,
para a convivência com os irmãos.

Quem organiza e determina os momentos fraternos são as


autoridades da Nova Fundação, e devem acontecer semanalmente se
tratando de comunidade de vida e periódica para os demais. Os
encontros entre irmãos deverão ser reservados e estruturados: o que
vamos fazer? Como? Quando e onde?

Todos precisam participar, presença de todos os membros da


comunidade é intransferível e inalienável, podendo evidentemente no
caso dos casais com filhos se revezarem entre si. A presença nestes
momentos não pode ser livre, pois, para muitos estar junto é um fardo,
a tendência é esquivarem-se, estes irmãos trazem dentro de si, dores
que somente serão curadas, justamente através da fraternidade.

As atividades dos momentos fraternos devem ser diversificadas, para


que não se caia sempre num assistir filme. É interessante que se
formem através de escalas, grupos diferentes para pensar o que se fará
a cada semana. As autoridades devem participar dos momentos
fraternos e reajustá-los sempre que necessário.

Juntos para sempre:

Podemos ter uma certeza: no estado definitivo, na vida eterna, não


viveremos isolados, mas em uma festiva e gratificante união.

Lá entraremos em extraordinária comunhão com o Pai, o Filho e o


Espírito Santo. Além Deles, com a multidão dos santos e santas, com a
comunidade dos que foram salvos, com a agradável companhia da
humanidade de todos os tempos.

Uma fraternidade que cresce na obscuridade cotidiana torna-se, por


sua vez, um raio de luz que prenuncia a luz solar da fraternidade
definitiva, jubilosa, beatificante.
Vida Apostólica

Por que e para que vivemos em Comunidade? “Eis-me aqui, ó Deus,


venho para fazer a tua vontade.” (Hb 10,5-7). A vontade do Deus que
separa o homem para seu serviço é esta: “a vossa santificação” (I Tes
4,3). A missão dentro da vida comunitária depende essencialmente da
vida de oração e da vivência fraterna entre os irmãos. Ninguém
evangeliza com frutos sem oração e sem a comunhão com os irmãos na
vida fraterna.

Da qualidade da nossa vida com Deus, depende a qualidade da nossa


vida fraterna; da qualidade da nossa vida fraterna depende a qualidade
e eficácia da nossa missão.

1. Da qualidade da nossa vida com Deus, depende a qualidade da


nossa vida fraterna:
Se rezarmos bem e alimentarmos uma real amizade com Deus,
consequentemente, ao nosso redor, haverá uma boa convivência
fraterna. Estar bem com Deus não depende somente da boa vontade
humana, é um processo que passa e repassa toda a história pessoal e
familiar, por isso, o Senhor falou através do Apóstolo São Paulo:

“Ele manifestou o misterioso desígnio de sua vontade… de reunir em


Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra.” (Ef
1,9). Em algumas traduções esta palavra“reunir”está traduzida como
“recapitular”, pois é necessário recapitular Nele toda a nossa história de
salvação. Conhecer os desígnios Dele a nosso respeito e dar graças por
tudo que nos acontece e nos aconteceu; esta experiência não se dá de
uma hora para outra, é um processo que exige perseverança, paciência
e acompanhamento espiritual dentro do carisma da fundação.

Engana-se quem pensa que pode conhecer a si mesmo, e conhecer a


Deus sozinho, o autoconhecimento exige a ajuda de outro (formador
pessoal). Se tratando de uma Nova Fundação, este outro ser alguém que
partilha do mesmo carisma.

2. Da qualidade da nossa vida fraterna depende a qualidade e


eficácia da nossa missão:

Conviver bem não basta, é preciso amar. Amar o outro é o maior


desafio da vida comunitária, e tudo começa no sentir-se amado e ser
importante para Deus; se ainda não sentimos a paternidade e
providência de Deus, dificilmente poderemos viver a obediência às
autoridades e a fraternidade com os irmãos.

Amar é uma graça, mas também uma virtude que se aprende, é


preciso reconhecer: – não sei amar, sou insensível – somente assim,
Aquele que veio para salvar os pecadores nos ensinará a amar, Ele, o
mestre do amor, que sabe amar e nos ensina a amar.

Está escrito: “Retirai-vos de mim, operários maus!”

Precisamente os operários maus são aqueles que pensam


evangelizar sem a graça de Deus e sem a colaboração dos irmãos,
homem assim é comparável aqueles que possuem dons artísticos no
mundo, que conquistam multidões para si e não para Deus, e pior,
depois de seus shows caem nos piores tipos de vazios e se lançam na
perversidade.

Na prática, quando os irmãos se lançam juntos na evangelização e


estão envoltos em sentimentos de inveja, ciúmes, mágoas, discórdias,
murmurações e tantos outros pecados e tentações, a unção não flui, a
graça que poderia acontecer fica estagnada, e aquilo que acontece
acaba sendo sem méritos.

Disse o Senhor:

“Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos
céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em
vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e
fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos
conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” (Mt 7, 22-23). Portanto,
se quisermos realmente evangelizar precisamos ser orantes, ser amigos
de Deus, viver a fraternidade com todos que nos rodeiam, amando,
perdoando e pedindo perdão; caso contrário, cedo ou tarde ouviremos:
Nunca vos conheci.

Nosso Carisma

Nosso carisma é Experimentar, Viver e Espalhar o Amor


Misericordioso de Jesus em sua Divina Humanidade, e nossa Palavra
Fundante está em João 15,12 “Este é o meu novo mandamento:
amai-vos uns aos outros como eu vos amei”

Antes de ensinar o movimento do Bom Samaritano, que é uma forma


de entender o Mistério da União Hipostática de Jesus em nosso carisma,
quero destrinchar com vocês o carisma.
Primeiro, vamos entender o que é amor.

Fugindo um pouco do tradicional “Deus é o Amor” penso que todos


nós sabemos que a essência de Deus é o amor. Mas primeiro, amor não
é sentimento, amor é entrega, é doação, é união.

Quando pensamos em Caridade, não nos vem à mente a virtude


teologal da caridade, normalmente vem as obras de caridade, que são
na verdade apenas uma das obras da virtude da caridade, que existe em
si, muito mais do quê benfeitoria ou sentimento.

Caridade é o Amor Sobrenatural de Deus, este é o amor ao qual


nosso carisma se refere. Esse amor é infundido por Deus em nossas
almas, e deve ser refletido em diversas formas, como a meditação do
amor essencial, ou seja, do amor com que Deus se ama a si mesmo e a
todas as coisas por si mesmo, ou seja, Deus me ama, porque Ele se ama.
Meditando o amor pessoal, ou seja, o Espírito Santo em pessoa. Através
do amor de Deus em relação ao homem, o amor de Eternidade. O amor
de benevolência, que amamos sobrenaturalmente a Deus e ao próximo
por causa de Deus. O amor de compaixão para com o próximo, quando
lhe socorremos por amor a Deus.

Porém Amor é o hábito sobrenatural infundido por Deus que possui


todas essas características como parte do seu amor, mas é uma virtude
teologal, ou seja, dom de Deus, único pois tem seu motivo a bondade
de Deus como objeto da bem-aventurança comum a Deus, a nós e ao
próximo. Sendo sempre sobrenatural, de nós ou do próximo, por Deus,
porque tem sempre Deus como motivo e finalidade.

Este amor é infundido por Deus, na vontade, ou seja, é um hábito


infuso, que reside na vontade, já que o seu ato é um movimento de
amor para com Deus, e o amor e o bem constituem precisamente o ato
e o objeto da vontade. A Caridade é o amor mútuo, vinda de Deus, e
que volta a Ele de alguma forma. Seja diretamente amando a Deus, ou
amando a Deus no irmão.

É deste amor que falamos quando nos referimos ao Amor de nosso


carisma, quando dizemos “Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei”
este é o amor de Cristo, o Amor que é Sobrenatural.
O que é Misericórdia

Antes de falarmos o que é amor misericordioso, precisamos primeiro


entender a miséria e a misericórdia. Precisamos entender que Deus é
Eterno e Infinito, e nós, somos limitados e finitos, ou seja, existe uma
miséria de nosso ser pelo simples fato de sermos finitos, isso não veio
com o pecado, isso é nossa essência natural.

O pecado, porém, aumentou infinitamente essa miséria, pois gerou


em nós uma culpa infinita que precisava ser paga por uma dignidade
infinita, e o homem tem dignidade finita, ou seja, gerou em nós, uma
ofensa a Deus que para nós era impagável.

A misericórdia, é o ato de abaixar-se à miséria, para transformá-la


em chama de amor, misericórdia, é trazer a miséria ao coração para
transformar ela, e não para aceitar a miséria, não, pelo contrário, é para
transformar em chama de amor.

Deus vendo que o homem pecou, trouxe ao mundo, o Seu Filho


Único, igual a Deus em tudo, Deus de Deus, Luz da Luz, que possui
dignidade infinita, por ser Deus, e assumiu a natureza humana, com
corpo e alma humana, unindo em sua Pessoa Divina, e assim, assumiu
toda a culpa desde de o primeiro homem, até o último homem, e assim,
pagou a nossa culpa. Este é o ato de misericórdia.

O ato de misericórdia não é só “perdoar” é literalmente, pagar no


lugar, assumir o preço, assumir a consequência de algo. Jesus fez isso
por nós, assumiu o “salário do pecado” por nós, sem nunca ter pecado.

O que é Amor Misericordioso

O Amor Misericordioso é o amor dignificante, relacional, criativo,


zeloso, eficiente, redentor, encarnado, crucificado e vivificante. É a
Caridade, ou seja, o Amor Sobrenatural, que vem para nos amar com
Amor de Deus em Si mesmo, para tocar com o amor, nossas misérias,
pecados, faltas, e transformar tudo em Chama de Amor, ou seja, em
Amor Sobrenatural de Deus.

O Amor Misericordioso é essa potência máxima que transforma o


mundo, é esse movimento de Deus até mim, que apresento baixo, sem
méritos, com pecados, com minha miséria, e por causa disso, sou
amado e transformado, para a partir daqui, nunca mais pecar, a partir
daqui, mudar meu comportamento.

O Amor Misericordioso transforma nosso mundo interior e exterior,


faz com que mudemos o rumo da nossa vida. Tocados pela Misericórdia
de Deus, somos elevados, santificados, e transformados.

Como Experimentar

Nosso carisma é “Experimentar, viver e espalhar o amor


misericordioso de Jesus em sua Divina Humanidade” o primeiro
movimento do carisma é Experimentar. É literalmente experimentar o
Amor de Deus através de um relacionamento vivo e eficaz com Deus, na
vida de oração, sacramento, ascese espiritual. Onde em tudo buscamos
e fazemos para experimentar esse Amor Sobrenatural, ou seja, amor de
Deus, para com Deus, para que esse amor nos toque em nossas
misérias, e nos faça amar a Deus, por causa de Deus, a nós mesmos e
aos nossos irmãos por causa de Deus.

Esse é o efeito de Experimentar o Amor Misericordioso, amamos a


Deus, a nós mesmos e aos irmãos, por causa do amor de Deus, e
alcançamos esse amor, pela vida de oração, principalmente por três vias
principais, a Adoração e comunhão, a Confissão e atos de misericórdia,
e a Oração Pessoal, contemplando o Amor de Deus por nós.

Como Viver

Viver o Amor Misericordioso é o segundo passo para viver o carisma,


é quando você coloca em atos concretos o amor caridade Sobrenatural
e Misericordioso que vos tocou, é amar a Deus, por amor a Ele, reza-se
por que ama e quer Amar, e assim, agradar a Deus em suas orações.

É amar a si mesmo, por amor a Deus, é cuidar-se de si mesmo como


templo de santidade, saber que precisa adquirir competências
espirituais, intelectuais e profissionais, é cuidar do corpo como se cuida
da alma, não permitindo excessos, pecados, é realizar penitências e vida
ascética para crescer em santidade, por amor a Deus.
É amar ao irmão por amor a Deus, não é só dar comida, não é só dar
esmola, é importar-se concretamente com a salvação daquele que
necessita, Deus está nele, Deus o ama, é tratar a todos como o Cristo. A
vida de oração, a Experiência do Amor Misericordioso, deve gerar em
nós uma resposta de amor, quem adora a Jesus, deve mostrar os efeitos
dessa adoração, no modo como trata as pessoas.

Ou seja, se temos uma Experiência do Amor Misericordioso de Jesus,


devemos ser e encarnar em nosso modo de vida, a expressão de amor e
misericórdia em nossas atitudes, não é só ser filantrópico, mas sim, ter
um olhar misericordioso e compassivo, como o bom samaritano.

Como Espalhar

Talvez, muitos de vocês não tem o ministério de pregação,


intercessão ou de cura como muitos outros devem ter, mas digo, todos
tem esses dons, pois foi para isso que vocês vieram, mas quero que
entendam bem, não digo que o ministério e o dom é a mesma coisa.

Muitos não tem o ministério da pregação, mas pode ajudar alguém


em suas dúvidas ou aconselhando as pessoas, pode não ser do
ministério de intercessão, mas todos somos intercessores e devemos
rezar uns pelos outros, e pode oferecer a alguém suas orações, podem
não ter o ministério de cura, mas todos são chamados a acolher, a amar,
e isso cura muito mais do que imaginam.

Veja, Espalhar o Amor Misericordioso é mais que um apostolado, é


consequência da vida, as atitudes e gestos geram efeitos, os
testemunhos de vida se espalham.

São Francisco de Assis dizia “Talvez sua vida seja o único evangelho
que uma pessoa poderá ler” e através da vivência do Amor
Misericordioso, você testemunha este amor, as pessoas vêem “essa
pessoa tem um estilo de vida diferente” e pode vir atrás de você para
saber o que é que há de diferente em você!

Mas há gestos concretos para espalhar? Sim, há, e o primeiro é a


Acolhida, o amor é acolhedor, gera um ambiente de consolo, lembre-se
da Frase que Deus disse-me quando me chamou a fundar “Quem vai
amar esses jovens que não se sentem amados”, a resposta que dei foi
“Esi-me aqui Senhor” e comecei a acolher os jovens na porta da Igreja
no Grupo de Oração e na equipe de acolhida da missa, e essa acolhida
se espalhou, as pessoas carecem de um ambiente onde possam serem
consoladas e amadas.

O segundo é o ensino, para espalhar o amor, precisamos não apenas


acolher, a misericórdia toca nossa miséria não para aceitar ela como ela
está, mas para transformar ela em chama de amor, o mesmo faremos
nós, acolhemos a pessoa como ela está, e ensinamos de forma gradual o
amor de Deus, através de nosso testemunho de vida, de
aconselhamentos, mostramos a Dignidade de Cristo e qual ela é
chamada a pertencer, mostramos o caminho da santidade que é
possível a todos.

E o terceiro é a alegria e bom humor, quem é que vai querer


acreditar no evangelho onde as pessoas são todas tristes, ou briguentas,
ou divididas ou todas carrancudas. Se o mundo “é feliz” nós temos que
ser duas vezes mais felizes! Somos feitos pro céu. Devemos restaurar a
Esperança de nossos irmãos, e esse caminho é a partir da Alegria de
Viver, alimentando a Fé, a Esperança e a Caridade.

O que é a Divina Humanidade de Jesus?

No carisma tem um dado muito importante, vivemos tudo o que eu


disse acima, mas, na Divina Humanidade de Jesus, mas precisamos
entender bem isso. E para isso precisamos entender o que é a União
Hipostática, que teremos um capítulo inteiro para falar, mas quero aqui,
trazer alguns trechos da explicação do Padre Paulo Ricardo para que
possamos trazer à tona nosso carisma e a relação da União Hipostática
ao nosso jeito de ser.

O termo técnico “união hipostática" é usado em teologia para se


referir à forma como Deus e a humanidade estão unidos em Jesus Cristo.
Não é possível, porém, entender o mistério dessa união sem antes
entender um outro mistério: o da Encarnação.

Existem duas naturezas: humana e divina. Entre uma e outra há um


abismo, uma distância intransponível entre o homem e Deus. Tal
distância já existia antes do pecado original, e este somente a
aumentou. A distância entre Criador e criatura faz parte da natureza das
coisas.

No entanto, pelo fato de Deus ser uma realidade tão portentosa,


magnífica e poderosa não poderia simplesmente “aparecer", pois isso
seria insuportável para a humanidade. A Sua glória é tamanha que se
ela se manifestasse plenamente as criaturas se diluiriam em Deus. Não
seria possível ao homem suportar tão grande majestade.

Deus resolveu esse problema se encarnando no seio de Maria. Uma


das pessoas da Santíssima Trindade (o Filho) se fez homem, de tal forma
que em Jesus Cristo a humanidade e a divindade estão unidas numa
espécie de casamento. A analogia é perfeita, pois naquele, os dois se
tornam uma só carne, mas as duas realidades continuam distintas.

É possível dizer também que Ele é o próprio casamento, não somente


o Esposo. Ele é o casamento entre Deus e o homem. Os que estavam
infinitamente separados, em Jesus, agora estão unidos, mas não de
modo que a humanidade desapareça. Ela permanece.

A união entre as duas naturezas na pessoa de Jesus Cristo é


substancial. O mistério da união hipostática se reverte em graça
santificante para a humanidade, pois, pela humanidade de Cristo pôde
ser também ela unida à divindade, mesmo que de modo acidental.
Trata-se de uma graça incomensurável de Deus para com sua criatura
que jamais seria capaz de transpor o abismo que a separa de seu
Criador de quem tudo brota e de onde vem a salvação.

Creio que estes pontos que o Padre Paulo Ricardo coloca já são
suficientes para entendermos a União Hipostática, mas o que isso
significa para nós enquanto Carisma e como se relaciona ao modo de
experimentar o Amor Misericordioso?

Bom, tenham em conta, que, nosso carisma faz a experiência, a


vivência e o espalhar do Amor, através da Divina Humanidade de Jesus,
ou seja, unidos a Ele, na sua vivência, na Encarnação, Jesus uniu a
natureza humana à Natureza Divina, então, abriu para nós, o centro do
carisma, podermos fazer tudo Em Deus, unidos a Ele, a partir Dele em
nós. É mais que saber que Ele está unido a nós, é nos juntarmos à Sua
Dignidade, aos seus méritos, à Sua missão, é realizar em nós toda a
graça e com Cristo realizar toda obra a partir Dele e Para Ele como
Objetivo Final.

A Soteriologia de Jesus

Jesus veio ao mundo para nos salvar, este foi o motivo da sua
Encarnação, a nossa salvação. Cristo, por sua vida, paixão, morte e
ressurreição, reconciliou a humanidade com Deus, satisfazendo
superabundantemente pelos pecados de todos os homens de todos os
tempos. É o cerne da mensagem cristã.

A Salvação não vem à nós por esforços próprios, ninguém por si só e


com as próprias forças se liberta do pecado e se eleva acima de si
próprio. Ninguém se desprende em definitivo de sua fraqueza, solidão
ou servidão. Mas todos necessitam de Cristo exemplar, mestre,
libertador, salvador, vivificador.

Não há nada que podemos fazer para nos salvar, tudo vem de Deus,
até mesmo o arrependimento dos nossos pecados é um ato da
misericórdia de Deus para conosco e não um ato pensado puramente
humano em nós.

A Redenção em Jesus

O ponto central da fé cristã é a Redenção, realizada por Jesus através


de Sua Paixão, Morte e Ressurreição. E o Se­nhor quis perpetuar a
celebração da nossa Redenção pela san­ta Missa. Jesus veio ao mundo,
assumindo nossa natureza, para res­gatar-nos da escravidão do pecado,
do sofrimento e da morte eterna. Fazendo-se homem, Ele estava em
condições de salvar o homem.

Mas, em que consiste essa salvação? O homem foi criado por Deus,
por amor, para ser plenamente feliz Nele. Mas, com o pecado original, o
homem perdeu a vida divina e os dons preternaturais, principalmente a
imortalidade. Com o peca­do, que não estava nos planos de Deus,
entraram na vida do homem o sofrimento e a morte.
A Redenção, ou seja, a salvação, veio para nós, pela necessidade de
um salvador devido os nosso pecado, que nos fez perder a graça
original, e como vimos, não poderíamos recuperar sozinhos.

A melhor explicação para o entendimento do “mistério da


Redenção”, é a de São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja “Gloriava-se
o demônio porque o homem, enganado por seu ardil, estava privado dos
dons divi­nos e, despojado da imortalidade, encontrava-se sujeito a uma
dura sentença de morte; assim, tendo um companheiro de pre­varicação,
encontrava algum alívio em seus males(…)”

Em seguida São Leão Magno afirma que a razão profunda no fato de


Cristo ter querido nascer de uma virgem foi “a de ocultar ao demônio
que a salvação nascera para os homens, a fim de que, ignorando a
geração espiritual, não julgasse que havia nascido de modo diferente
aquele que via semelhante aos outros. Notando que Sua natureza era
igual a de todos, supunha que Sua origem fosse a mesma; e não
percebeu que estava livre dos laços do pecado aquele que não
encontrou isen­to da fraqueza dos mortais. Deus, que em Sua justa
misericór­dia dispunha de múltiplas maneiras de restaurar o gênero
hu­mano, escolheu esse meio de salvação que, para destruir a obra do
demônio, não recorreria a Seu poder; mas à Sua justiça. Pois o antigo
inimigo, em seu orgulho, reivindicava com certa razão seu direito à
tirania sobre os homens e oprimia com po­der não usurpado aqueles que
havia seduzido, fazendo-os pas­sar voluntariamente da obediência aos
mandamentos de Deus para a submissão à sua vontade. Era portanto
justo que só per­desse seu domínio original sobre a humanidade sendo
venci­do no próprio terreno onde vencera”.

E São Leão Magno continua: “Conhecendo o veneno com que


corrompera a natureza humana, jamais (o demônio) jul­gou isento do
pecado original aquele que, por tantos indícios, supunha ser um mortal.
Obstinou-se pois o salteador impru­dente e cobrador insaciável em se
insurgir contra aquele que nada lhe devia; mas, ao perseguir n’Ele a
falta original comum a todos os outros homens, ultrapassa os direitos
em que se apoi­ava, exigindo daquele em quem não encontrou vestígio
de culpa a pena devida ao pecado. Fica portanto anulada a sentença do
pacto mortal que ele havia maldosamente ins­pirado e, por ter exigido
contra a justiça além do que era devi­do, todo o débito é cancelado.
Aquele que era forte é amarra­do com seus próprios laços. (…) O
príncipe deste mundo é acorrentado, são-lhe tirados seus instrumentos
de captura (…) a morte é destruída por outra morte, o nascimento
renovado por outro nascimento, porque ao mesmo tempo a redenção
põe fim a nosso cativeiro, a regeneração transforma nossa ori­gem e a fé
justifica o pecador.”

O pecado de cada homem e de toda a humanidade ferem a


Majestade Infinita de Deus; então, não basta uma reparação de valor
humano para reparar a Justiça Divina. Não havia um homem sequer que
pudesse oferecer à Justiça Divina uma reparação suficiente. Então, o
Filho de Deus se fez homem, se ofereceu para reparar diante dessa
Justiça todo o pecado da humanidade. Deus é misericordioso, mas é
Justo; e todo o mal precisa ser reparado; é uma exigência de Sua Justiça.
Não é Deus quem exige o Sacrifício do Filho ùnico e amado, mas a
Justiça divina sobre a qual mundo foi criado.

A Carta aos Hebreus explica isso: “Eis por que, ao entrar no mundo,
Cristo diz: Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um
corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam. Então eu
disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro),
venho, ó Deus, para fazer a tua vontade (Sl 39,7ss). Disse primeiro: Tu
não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas,
nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as
imolações legais). Em seguida, ajuntou: Eis que venho para fazer a tua
vontade. Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova
economia. Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido
santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus
Cristo. Enquanto todo sacerdote se ocupa diariamente com o seu
ministério e repete inúmeras vezes os mesmos sacrifícios que, todavia,
não conseguem apagar os pecados, Cristo ofereceu pelos pecados um
único sacrifício e logo em seguida tomou lugar para sempre à direita de
Deus.” (Hebreus 10,5-12).

Com efeito, a obra da redenção de Cristo começa desde a


manjedoura. Para que pudesse redimir a humanidade, era necessário
que Ele experimentasse todo o drama do homem, bem como suas
angústias e alegrias, seus medos e suas esperanças. Jesus toca toda a
nossa existência. E, por isso, faz-se igual a nós em tudo, exceto no
pecado. Creio que está bem claro o aspecto da ressurreição, então
passemos aos efeitos da ressurreição em nós, e falamos da Dignidade
de Cristo e a nossa incorporação Nele.

Os Efeitos da Ressurreição de Jesus em nós

A ressurreição foi plenamente revelada quando Jesus Cristo


ressuscitou, contudo, ela não se restringe a Ele, mas abarca a todos os
homens. "Cremos firmemente - e assim esperamos - que, da mesma
forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para
sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão para sempre
com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no último dia. Como a
ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da Santíssima
Trindade."

Segundo o Catecismo, "o termo 'carne' designa o homem em sua


condição de fraqueza e de mortalidade. A 'ressurreição da carne'
significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal,
mas que mesmo os nossos 'corpos mortais' irão readquirir vida."

Na prática, significa que o homem - frágil - irá começar a participar


da vida divina. A vida biológica que o Novo Testamento chama de "bios"
será prolongada e passará a ser vida eterna, "zoe". A palavra "carne", no
Novo Testamento significa o homem em seu aspecto de fragilidade.

Existem alguns efeitos que a Ressurreição de Jesus gerou em nós que


eu quero partilhar 7 delas que Moysés Azevedo do Shalom elencou,
com o comentário de cada uma delas.

1 – Derrota o mal: Derrota qualquer tipo de mal. O que me opõe a


Deus, a Sua vontade, a Sua salvação, pela força da Ressurreição de
Cristo, o mal pode ser vencido. O mal não é algo indestrutível, que eu
tenho que me conformar e me resignar. Pela ressurreição, ele é vencido.

2 – Lava os nossos pecados: Na ressurreição de Cristo, o pecado é


destruído, o meu e o seu, porque a força da ressurreição de Cristo tem
esse poder, e é eficaz. Ela nos lava por inteiro, nos dá novas vestes.
3 – Restaura a inocência dos pecadores: Será que você acredita
nisso? A força da ressurreição de Cristo pode restaurar a inocência em
você. A inocência no seu coração, no seu pensar, no seu agir. A força da
ressurreição de Cristo pode fazer uma recriação, pode fazer de você
uma criatura nova.

Eu sempre repito isso para vocês. Todas as vezes que vou me


confessar, quando saio da confissão, para o meu irmão que está ao meu
lado, eu sempre digo: “Eu sou uma criatura nova”. E por quê? Isso é
efeito da ressurreição de Cristo. A ressurreição de Cristo restaura a
inocência dos pecadores.

4 – Traz alegria aos aflitos: Você está vivendo alguma aflição hoje na
sua vida? Caso esteja, fixe os seus olhos Naquele que pode trazer o
consolo e a alegria para a nossa vida, porque hoje, neste dia, Jesus
deseja consolar os corações aflitos e trazer uma alegria sobrenatural
para o coração de cada um.

5 – Dissipa o ódio: Hoje é o dia do perdão. Um padre da Igreja dizia:


“Hoje é o dia do ósculo da paz”. Sabe o que é o ósculo da paz? O beijo
da paz. Ele dizia: Em honra da ressurreição de Cristo todo o mal que foi
cometido contra mim, hoje pode ser perdoado. Em honra da
ressurreição de Cristo, eu posso me aproximar de qualquer pessoa que
eu possa trazer ressentimentos, dores, e posso dizer com alegria no
coração: hoje a ressurreição de Cristo venceu o ódio no meu coração!

Hoje a ressurreição de Cristo me capacita a perdoar, por mais ferido


que eu possa estar. Hoje eu posso dar o beijo da paz, pela força da
ressurreição de Cristo.

6 – Dobra a dureza dos poderosos: Quem sente o seu coração


endurecido? Se você sente o seu coração endurecido, enrijecido, hoje a
força da ressurreição de Cristo tem o poder de quebrantar o seu
coração. Ela é mais forte do que o seu coração endurecido.

7 – Promove a harmonia e a paz: Gera a paz entre nós. Paz que é o


próprio Cristo, a presença divina do Espírito Santo em nossas vidas, no
nosso agir, no nosso pensar, na vivência da vocação.
A Dignidade de Cristo em Nós e suas promessas

Em Jesus fomos todos unidos, quando o Senhor encarnou-se Ele


inseriu em Si mesmo, todas as pessoas da Humanidade, é como se todo
batizado fosse o Cristo completo, mas não é como se fosse, é verdade
isso. No Batismo, Cristo habita em nós e nós Nele.

Quando ainda havia pecado original em nós, seja antes de Cristo ou


seja antes de nosso batismo, nós não tínhamos uma dignidade infinita
em nós, nem mesmo promessas a nossas vidas de forma direta.

Quando Cristo encarnou-se essa realidade se transformou sim, agora


passamos a ser um com o Cristo, como dizemos, “somos filhos de Deus
no Filho Unigênito” veja, essa realidade não é qualquer coisa.

É essa a unidade da Unos que buscamos transmitir, Jesus vive em


uma União Hipostática, nós vivemos na União pela Graça, somos
membros do Corpo de Cristo, a unidade “operacional” unindo-nos aos
grupos de oração, aos movimentos e comunidades, é uma resposta a
esta unidade em nós.

O Nome Unos vem disso, o Termo Unos vem de, UNO, que
representa a Trindade em sua União consigo mesma, e o S, que
representa o plural, vem trazer o olhar da união do Cristo conosco e que
nos ensina que Nele estamos todos unidos.

Por causa da Encarnação de Cristo recebemos a Dignidade de Filhos


de Deus, recebemos a Dignidade das promessas, somos dignos das
promessas, e a principal promessa é o céu.

A Fé, a Esperança e a Caridade a qual somos chamados.

Nosso carisma é o Carisma do Amor e da União, não há como ter


esse chamado se não aprendermos com as 3 principais virtudes, este
movimento das 3 virtudes nos ajuda a viver os 3 termos do nosso
carisma (Experimentar, viver e espalhar).

A Fé é a Virtude Teologal infusa na razão a fim de compreender as


verdade sobrenaturais, não é para “ver” nada, é uma virtude
sobrenatural, crê pela autoridade de quem dá testemunho, com ela
Cremos em Deus, Soberano, Cremos em seu Amor, em sua Misericórdia,
e tem como objetivo o próprio Deus que será sempre nossa
bem-aventurança eterna.

A Esperança é a virtude Teologal infundida por Deus na vontade,


assim como a fé, tem como objetivo o Próprio Deus, que será sempre
nossa bem-aventurança eterna, seu ato proprio é o certo movimento de
apetite racional para o bem, que é o objeto da vontade, a esperança
tende com absoluta confiança para o Senhor, não porque sabemos que
alcançamos de fato a salvação, mas sim, porque podemos e devemos
ter certeza que apoiados na onipotência de Deus, não pode antepor-se
a nós nenhum obstáculo para nossa salvação.

A Caridade é a virtude por excelência, é o ponto máximo do carisma


da Comunidade Unos, não é porém, para que fique bem claro, a virtude
teologal da caridade não é virtude da UNOS, é da Igreja, mas um
carisma que tem como o amor o seu principal movimento, precisa
esforçar-se por viver plenamente esse amor, que junto da Fé e da
Esperança, torna-se em um movimento concreto.

A Caridade é uma virtude teologal única, infundida por Deus na


vontade pela qual o Justo ama a Deus por si mesmo com amor de
amizade sobre todas as coisas, e a si mesmo e ao próximo por amor a
Deus (amai-vos uns aos outros como eu vos amei).

A caridade é o hábito sobrenatural infundido por Deus na vontade,


vem apenas de Deus, uma única e indivisível virtude, seu ato próprio é o
movimento de amor para com Deus, e o amor e o bem constituem
precisamente o objeto da vontade.

Conclusão

Eu sei que me alonguei bastante na explicação, e que fiz quase uma


teologia sobre o carisma, e que não é proposta desse manual, mas
como percebo que ainda há muita dúvida sobre o carisma, pensei em
deixar o mais completo o possível.
Quero aqui concluir tudo numa síntese retomando alguns pontos
muito importantes do carisma expostos aqui, e como se aplicam de
modo prático no dia a dia.

A Passagem é “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” João


15,12, o carisma é “experimentar, viver e espalhar o amor
misericordioso de Jesus em sua Divina Humanidade.

O Amor é o amor sobrenatural, de Deus em nós por amor a Ele


mesmo, que nos faz Amar a Deus por si mesmo, a Nós por amor a Ele e
aos outros por amor a Ele. E a Misericórdia é o ato de abaixar-se à
Miséria a fim de transformá-la, sendo esse um efeito do Amor
Misericordioso em Nós.

O modo como experimentamos é na vida de oração, vivemos o


carisma no ato concreto da prática do amor, testemunhando o que
vivemos e espalhamos pelo testemunho e pelas obras de misericórdia
propriamente ditas.

O caminho para viver tudo Isso é unidos a Cristo em sua Divina


Humanidade, e assim na Trindade, com a Dignidade Divina de Jesus e
unidos às suas promessas, vivemos cada uma das coisas que nos é
proposto e para isso, vivemos sustentando a fé, a esperança e a
caridade para que possamos cada dia mais Experimentarmos o Amor
Redentor de Jesus em nossas almas.
O Resumo da Nossa História

Como tudo começou

A história de uma comunidade muitas vezes se mistura com a


história de vida do fundador, no nosso caso não foi diferente, a nossa
história se mistura com a minha, me chamo Igor de Souza Nogueira. Tive
muitas experiências traumáticas, tinha saído de São Paulo e vindo morar
no interior do Paraná, na cidade de Paranacity, era um jovem
depressivo, que se isolava e não acreditava em Deus, ou ao menos, não
tinha intenção de se relacionar com Ele.

Um dia fui chamado para uma experiência no grupo de oração, onde


foi no último encontro do grupo naquele ano, e me senti tocado, mas
ainda não ao ponto de mudar de vida. Em 2014 fui então participar de
um retiro chamado “Experiência de Oração” na cidade de Atalaia, onde
tive um encontro com o Amor Misericordioso de Jesus pelas mãos de
Maria, e ali decidi voltar para a igreja e fazer o Crisma.

Algum tempo se passou, e já apaixonado pela santidade, encontrei


dois homens na rua, mal vestidos, e eu fiquei com medo e ia desviar-me
deles, até que um deles disse “ei, você é de Deus?” e com orgulho e
arrogância disse “sim, eu sou” e o homem disse “Venha me ajudar” e
tive nesse momento o meu orgulho quebrado e fui ajudar e senti a
necessidade de orar um Pai Nosso e uma Ave-Maria, e com isso, o
homem que chamou para ajudar a carregar o outro andarilho ferido
começou chorar, e disse “Eu era seminarista e larguei tudo para viver
assim, eu quero voltar pro seminário” aquilo me marcou muito onde
senti “eu preciso fazer algo pelas pessoas”.

Outro momento foi andar pela cidade através da missão do Projeto


Desperta Jovem, onde eu conheci as realidades da cidade de Paranacity,
senti que ainda havia muito a conhecer, as crianças, as casas, havia
muita pobreza, mas também, faltava acolhida, amor, e em uma casa,
visitei uma senhora que teve AVC e ficou muito emocionada por receber
nossa visita, e que sua fé era muito grande.
Então por fim, teve um fator que Deus se utilizou para fazer com que
eu entendesse que eu tinha um chamado, eu tinha ido a um encontro
de cura com o Roberto Tanus no Salão da paróquia Menino Jesus de
praga e São Francisco Xavier em Maringá, onde fui muito tocado,
quando retornei descobri que um irmão de uma amiga minha da cidade
vizinha tinha cometido suicídio, e tendo sido algo que eu tentei fazer
várias vezes em minha vida, fui até o sacrário e disse “Senhor o que
devo fazer” e Deus me respondeu com a seguinte palavra “Quem vai
amar esses jovens que não se sentem amados?” então eu respondi
“Eis-me aqui Senhor” alí comecei a ter uma percepção, mas não sabia
como devia fazer, então, fui falar com o Padre que me orientou e eu
comecei a acolher nas missas e grupos de oração, e algumas pessoas
foram se aproximando de mim, algumas pessoas pediam oração, e até
mesmo aconselhamento sobre diversas situações, principalmente sobre
família, depressão e os filhos jovens.

Primeira conversa com o Padre Alfeu

Pouco tempo depois, já em 2016, Deus começou a me pedir para


fazer algo com os jovens, mas ainda não entendia exatamente o que, e
naquele ano eu estava tentando entrar nas comunidades, na Shalom, na
Canção Nova e em outras.

Em 2017 fiz minha consagração a Nossa Senhora, padroeira dos


doentes, Deus continuou suscitando um projeto e eu continuava buscar
vida em comunidade na colo de Deus, nos arautos etc, até que meu
amigo Seminarista Luis, que se ordens diaco doa 29/01/2024 disse que
me via como membro de comunidade e disse de um outro Padre além
do padre Alfeu, que fui atrás, e lá comecei ser orientado, então pensem
em um projeto, no começo queria realizar um retiro que unisse todas as
espiritualidades da paróquia, para fazerem grupos e missões juntos,
depois pensei em fazer um grupo missionário que vivesse em
comunidade, no estilo de grupos de oração e vivência.

Então em Março de 2017 fui falar com o Pároco da minha padroeira


na época que era o padre Alfeu, ele disse “muito bom, vai e chame os
jovens, mas não os impeça de participar dos grupos e dos retiros” então
naquele mês comecei convidar os jovens dos grupos, que foram dando
seu sim para as missões, os encontros, e os retiros, passei por várias
comunidades mas fui vendo que não eram elas, faltava algo, e até na
comunidade de Maringá chamada Coração Eucarístico, e sentido que “é
quase isso mas falta algo” então Deus disse “não quero missão, quero
comunidade” e com medo eu disse “não Senhor, não quero
comunidade, já existem boas comunidades, me deixe entrar nelas” e
não houve resposta alguma, até que propôs “se no JUC alguém disser
sim para a Comunidade eu digo Sim” e então conversei com duas
pessoas dizendo “Deus tem me dito para fundar uma comunidade” e
elas disseram “e você gostaria de saber se nós damos um sim para a
comunidade com você?” e eu disse que sim, e elas disseram “então
nossa resposta é sim” então, como todos os planos mudaram, precisei
voltar ao padre para falar sobre a comunidade.

Então no dia 10 de Maio voltei ao Padre e disse tudo que aconteceu,


e o padre disse “Igor, comunidade é coisa séria, eu não posso
acompanhar vocês pois não tenho tempo, não é um plano da Paróquia,
mas se tiver um padre para acompanhar vocês, vocês poderão realizar
os seus discernimentos, eu não vou barrar o Espírito Santo, se isso for
de Deus vai continuar” e foi assim que começou a surgir nossa
comunidade, hoje enquanto escrevo já temos 6 anos de fundação.

Um Adendo sobre nossa recente história

A comunidade sofreu muitas coisas nestes últimos anos, pois em


2019 eu e o Poti fomos falar com o então coordenador da RCC Maringá,
falando sobre a unidade com a Rcc e com a diocese, no dia que saiu
uma profecia a qual vocês verão na parte das profecias, naquela época
iríamos falar com o bispo que até então era dom anuar, e quando
iríamos nos preparar para conversar, o bispo renunciou e ficamos um
tempo sem bispo, entrou a pandemia, o medo se instalou, também na
comunidade, a começar por mim como fundador. O que me fez parar os
planos em 2019, fizemos o Redenção de forma online e foi o máximo
que fizemos até então, e começamos o canal.

Como disse, o medo se instalou em mim e por consequência, na


comunidade, fomos parando a intercessão e o ágape, e ficamos só com
reuniões, quase nos tornamos uma “ong” ou seja, somente nos
reuníamos para rezar e falar de projetos apostólicos, mas não mais para
conviver, pregar e louvar a Deus, o que não é nosso carisma, não somos
ong, nem uma simples associação, somos um carisma.

Estávamos com um padre nos acompanhando, o Padre Luiz Azevedo,


que estava nos direcionando e orientando, porém, naquela época, o
Bispo novo afastou o Padre que fundou a comunidade Coração
Eucarístico de Jesus, da fundação dele, aquilo me assustou, e eu que já
estava com medo e vim somatizando os medos do passado com esses
novos, somatizei este também, depois, os padres diziam-me “O bispo
não gosta de comunidades” tudo isso foi minando minha fé e confiança
de que eu estava sendo obediente a Deus seguindo o que Ele me
chamou, e a gota d’água nessa história foi a morte do padre Alfeu e do
Poti, que fez com que eu parasse e a comunidade ficasse paralisada
comigo, não havia mais nada, os estatutos estavam paralisados, tudo
tinha parado. Não havia mais retiro, não havia mais nada.

O atual pároco me disse que não gosto de novas comunidades por


uma experiência que ele teve portanto em primeiro lugar devo
obediência ao padre nesta paróquia não realizamos nenhum tipo de
projeto a única coisa que ele nos permitiu foi rezar e realizar encontros
online e assim temos feito mas rezamos ou pela abertura deste Padre
ou algum espaço em alguma outra paróquia para evangelizar seguindo a
obediência.

No começo desse ano li o livro Geração PHN que reviveu em mim


uma esperança, que fez arder meu coração, claro que, somado a isso,
tinha vários congressos das novas comunidades que mostravam que
existia sim um carisma, mas o medo era tão forte que só o Geração PHN
me levantou a olhar para Deus.

Fui então na Comunidade Nossa Senhora de Sião, aqui na diocese de


Maringá, para rezarem por mim, para saber se eu realmente tinha um
carisma ou se era loucura da minha cabeça, e recebi confirmação que
sim, este é um carisma de Deus e é importante para as necessidades de
hoje, e que eu precisava lutar contra o medo.

Fui depois no PHN 2023, com o título “Dignos das promessas” onde
foi pregado contra o medo, e sobre a Esperança em Deus. Foi um PHN
Mariano, onde foi lançado profecias sobre todos, mas eu acolhi
pessoalmente cada vez que falavam sobre algo pertinente ao nosso
carisma, principalmente sobre a Esperança.

Recebi a inspiração de recomeçar do zero toda a comunidade, um


NOVO TEMPO, UMA NOVA HISTÓRIA, um RECOMEÇO. Assim, quando
voltei, algum tempo depois, recebi para a comunidade o quadro de
Nossa Senhora da Providência, como um sinal, e ainda mais que isso, a
visita de um membro da comunidade que mora em outra diocese,
confirmando a inspiração de começar algo físico na comunidade.

E a poucos dias de que estou escrevendo este manual, fui na casa de


uma intercessora da comunidade para rezar, onde ela se comprometeu
em rezar todos os dias, o terço da misericórdia e o terço de São José,
onde eu consagrei a comunidade a ele, como nosso advogado.

Também recebi oração de alguém da Comunidade Shalom e da


Comunidade Raio de Luz, que disse “Não desista, Deus quer te usar
muito, você está sendo bem atacado, mas força” Força.

Profecias Unos

Nossa comunidade possui algumas profecias ao decorrer da nossa


história, além de visualizações e palavras que foram surgindo nos nossos
encontros ao longo da história da comunidade e acredito ser de grande
utilidade conhecer as principais dessas palavras e profecias.

Visualizações:

1 – Um campo aberto, com gramas bem aparadas, com uma cruz no centro
do campo, e água em volta da Cruz como uma pequena ilha, o Fundador se viu
ajoelhado com os cofundadores, rodeando a cruz, pessoas vindo, passam pela
água, mergulham e de sujas e tristes saem limpas e felizes, algumas ficam com
os cofundadores, outras vão para outras missões.

2 - Várias pessoas sentadas e um homem falando. (E a interpretação foi que


era Jesus no sermão da montanha).

3 – Alguém viu a água que saia de ao redor da cruz, e caia em um rio que
chegava em uma imagem de Maria, onde pessoas se consagravam.
A passagem que saiu neste dia foi de Jeremias 33, 14-18 (Deus cumprirá
suas promessas) “Eis que outros dias virão. E nesses dias e nesses tempos farei
nascer de Davi um rebento justo que exercerá o direito e a equidade na terra.*
Naqueles dias e naqueles tempos viverá Jerusalém em segurança e será
chamada Javé-Nossa-Justiça”. Porque diz o Senhor: “Não faltará jamais a Davi
um sucessor para ocupar o trono da casa de Israel. E, diante de mim, não
faltarão jamais descendentes aos sacerdotes e aos levitas para oferecer os
holocaustos, queimar as oferendas e celebrar o sacrifício cotidiano”.

12/06/2019 - Hoje em nossa Intercessão tivemos a passagem de Filipenses


1, 3-11 esta passagem nos diz muito da comunidade, dos membros e do
fundador. "Dou graças a meu Deus, cada vez que de vós me lembro. Em todas
as minhas orações, rezo sempre com alegria por todos vós, recordando-me da
cooperação que haveis dado na difusão do Evange­lho, desde o primeiro dia até
agora. Estou persuadido de que aquele que iniciou em vós esta obra excelente
lhe dará o acabamento até o dia de Jesus Cristo. É justo que eu tenha bom
conceito de todos vós, porque vos trago no coração, por terdes tomado parte
na graça que me foi dada, tanto na minha prisão como na defesa e na
confirmação do Evangelho. Deus me é testemunha da ternura que vos
consagro a todos, pelo entranhado amor de Jesus Cristo! Peço, na minha
oração, que a vossa caridade se enriqueça cada vez mais de compreensão e
critério, com que possais discernir o que é mais perfeito e vos torneis puros e
irrepreensíveis para o dia de Cristo, cheios de frutos da justiça, que provêm de
Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.".

19/06/2019 - A nossa Intercessão de ontem produziu grandes frutos. Deus


nos deu cinco passagens. Êxodo 13,2; 1 Coríntios,1-11; 1 João 4,1-6; Mateus
3,11-12; João 20,25-29.

E também tivemos três visualizações: A primeira era um sol com três cores,
azul vermelho e branco. o Fundador estava ajoelhado, e todos os oito
cofundadores da comunidade estavam de pé com roupas azuis, eles saiam cada
um para um lado e quando voltavam traziam consigo milhões e milhões de
pessoas que estavam com roupas brancas.

A segunda visualização foi que Deus iria buscar muitas pessoas (resgatar)

E a terceira visão foi de uma mulher muito linda sorrindo e o discernimento


foi que era nossa Senhora.
Profecia do coordenador da RCC Maringá (2019) - “Vocês serão como uma
espada sendo forjada, passarão pelo fogo e pelo gelo, mas se resistirem, serão
uma grande arma de evangelização e não irão quebrar.”

A Oferta de Vida e os compromissos

A Oferta de Vida, Promessas, Consagração ou Compromissos em um


Carisma, refere-se a uma entrega e dedicação a Deus através de uma
forma de vida na igreja, sendo ela religiosa, chama-se Consagração,
sendo ela leiga, pode-se chamar de Promessas, Compromisso ou no
nosso caso, chamamos de Oferta de Vida ou Promessas Definitivas,
onde no meio das novas comunidades, confere a pessoa que adentra ao
estilo de vida um termo comumente usado como “missionário” para
diferenciar-se do termo “consagrado” que visa transmitir o termo dos
religiosos, que consagram tudo em sua vida sob uma regra religiosa para
a utilidade da igreja.

O termo Missionário e Oferta de Vida não visam apenas


diferenciar-se dos religiosos, mas indicar o que os leigos têm de missão
no mundo, que é assumir uma Missão entre o Carisma, a Igreja e o
Mundo oferecendo sua vida no dia a dia da missão, podendo ser em
comunidade de aliança ou em comunidade de vida.

Na comunidade Shalom, este compromisso é chamado de Promessa


Definitiva, e na Canção Nova é chamado de Compromissos Definitivos,
na Unos é simplesmente chamada de Oferta de Vida, principalmente
internamente com os membros, e com o termo mais aberto, assumimos
o termo Promessas Definitivas.

Além do primeiro elo que é dos compromissos dos membros e suas


ofertas de vida, temos outros dois elos, o segundo elo que é o elo dos
amigos, e o elo dos servos temporários (ou somente servos).

Segundo elo - Amigos: são pessoas de qualquer realidade que se


identificam com o carisma Unos e querem assumir um compromisso de
um anjo no serviço e ajuda com o carisma podendo assim ser de RCC,
outros movimentos e comunidades, findado o um ano pode renovar ou
não.

Terceiro elo - Servos: Há aqueles que não podem se dar por um ano
assumindo dois compromissos, um com seu movimento e um com a
Unos, mas gostaria de servir, para esses temos o elo dos servos que é
esporádico e sem um tempo de compromisso.

Esses elos foram criados para melhor promover a unidade entre a


comunidade e outros movimentos e comunidades sem que os mesmos
saiam dos seus respectivos grupos de origem.

Falaremos mais sobre os membros, amigos e servos num capítulo só


para eles, mas aqui já adiantamos sobre os motivos e formas de
compromisso.

Nossa Missão

Nosso carisma nos chama a viver na força do Amor Misericordioso,


chamados a viver na graça de Cristo Homem Deus que ressuscitou e
abriu-nos a vida.

Não há dúvida que a primeira missão da comunidade não é outra


senão a missão de ter uma vida em comunidade, para que sejamos
santos e santas partilhando nossas vidas uns com os outros na partilha
do pão, na pregação da palavra e na vida santificante.

A Nossa Missão é evangelizar na força do Amor Misericordioso para


promover a experiência de Deus, promover a formação humana e
espiritual para prevenir, curar, restaurar e formar a Dignidade da Pessoa
Humana à Luz da Dignidade de Jesus Cristo. Vamos meditar em cada
uma das Palavras para fazerem mais sentido para cada um de nós.

Nossa Missão é Evangelizar: nossa principal missão é a


evangelização, ou seja, transmitir a boa nova de Jesus, sua paixão,
morte e ressurreição, como fonte santificadora, promover a conversão e
transmitir a fé.
Na força do Amor Misericordioso: o modo como devemos agir e
pregar deve ser baseado no Amor Misericordioso, isto é, mostrar como
um Deus tão Grande, assumiu nossa Miséria, para nos transformar em
chama de Misericórdia, ou seja “Não importa o que você fez até aqui, se
você se arrepender, e desejar mudar, Deus fará da tua vida, uma vida
santa”.

Para Promover a Experiência de Deus: nosso jeito de viver deve


promover um encontro com Deus, nas nossas atitudes, nos nossos
eventos, nas nossas pregações, em tudo que se relacione a nós, as
pessoas precisam ver em nós o próprio Cristo.

Evangelizamos, realizamos promoção humana, promovemos


formações, para que as pessoas tenham uma profunda experiência com
Deus e que, para Ele se direcione e assim mudem suas vidas, física,
intelectual e espiritual.

Promover a Formação Humana: devemos promover a formação


humana, para gerar autoconhecimento, para que assim as pessoas
possam se unir ainda mais a Deus, pois não poderão dar a Deus suas
vidas, se elas mesmas não as possuem.

A formação humana deve promover o encontro consigo mesmo, com


Deus e com o Outro, levar a uma profunda cura interior, caminho de
amadurecimento humano.

A formação humana também envolve a profissionalização, por isso o


coaching de carreiras e as mentorias pessoais são bem vistas se não
ferirem a doutrina, pois visam ajudar a pessoa a melhorar, a
amadurecer, a amadurecer também em outras das 12 áreas, ou na
personalidade própria.

E Espiritual: devemos dar formação espiritual às pessoas para que


possam crescer cada vez mais na vida de intimidade com Deus.
Realizamos cursos, workshops e podemos até ajudar em formações
ministeriais, e na iniciação Cristã.

Para Prevenir: a palavra prevenção significa dispor com antecipação


(algo) de modo que se evite mal ou dano; impedir. Devemos ajudar com
que as pessoas antecipem e até possam impedir que os males e danos de
uma vida sem sentido e uma vida depressiva ou sem Deus.

Com isso, podemos ajudar com tratamentos e consultas preventivas,


para pessoas com ansiedade, depressão, pânico, autismo, e qualquer outra
forma de doença mental ou necessidade especial.

Curar: quando uma pessoa se encontra numa vida vazia, triste e sem
amor, primeiro precisamos curar todas as feridas, e restituir a saúde
dessa pessoa, começando pelas feridas causadas a si mesma, e depois ir
para as feridas causadas por outras pessoas e situações, e devemos
fazer isso com cada pessoa.

Nesse processo também teremos um caminho de cuidado, com


tratamentos para pessoas com várias formas de doenças, ou transtornos
como autismo, alzheimer, tdah, borderline entre outros.

Restaurar: restaurar significa várias coisas, mas uma delas significa


recuperar o domínio sobre algo perdido, devemos em nossa vida, ajudar
as pessoas a recuperarem suas vidas, levar suas vidas a um bom estado,
principalmente se tratando de uma vida com Deus em santidade.

Além do cuidado e do tratamento, a comunidade visa trazer


qualidade de vida para os cidadãos, para promover a saúde mental e
uma cultura de santidade unida à qualidade de vida.

E formar a Dignidade da Pessoa Humana: formar a dignidade da


pessoa humana é ajudar as pessoas a conscientizarem-se do próprio
valor e o valor das pessoas ao seu redor, pelo simples fato de existirem,
e para isso, não bastam apenas formação no sentido de “aulas” mas
uma formação com atitudes, removendo aquilo que as denigre, e
promovendo aquilo que as curam, santificam e exaltam seu valor, como
o apoio social, a dignidade no trabalho, a cultura, o valor de sua
imagem, de sua alma e assim por diante.

À Luz da Dignidade de Jesus Cristo: para podermos restaurar a


dignidade das pessoas, precisamos ter por base a dignidade do próprio
Cristo, sua dignidade é Divina, e sim, devemos mostrar ao nossos irmãos
e irmãs “você vale um Deus que se deu por amor a você” devemos
mostrar que ao encarnar-se, Jesus nos uniu a sua dignidade Divina e nos
deu sua herança, isto é, a União com Deus e a Santidade.

Dessas atitudes, provém tudo que faremos, agimos nas frentes


apostólicas de evangelização, formação, cura, atendimento e
aconselhando, na saúde emocional e psicológica. Essas são as marcas de
vida apostólica.

Os três pilares

Nossa comunidade tem sua espiritualidade construída sobre três


pilares que são inspirados no carisma e que sustentam a vida espiritual
e apostólica da comunidade, são elas, a contemplação, a compaixão e a
missão, que são três norteadores da nossa forma de viver.

Contemplação: visa nos ensinar o primeiro princípio do nosso


carisma, ter uma íntima união de amor com Deus e assim,
contemplando-o em espírito, com amor, viver esse amor recebido Dele
em todas as áreas da vida. A contemplação é ainda, toda nossa relação
com Deus, de forma pessoal ou comunitária, visando uma intimidade
ainda maior com Ele, assim como também a promoção dessa
experiência de contemplação e crescimento espiritual.

A finalidade da contemplação é nos unirmos a Jesus, fazendo que


unidos a ele possamos fazer uma real união com o seu Amor
Misericordioso em nossas vidas. Para isso, dedicamos momentos na
nossa oração pessoal ou em nossos retiros pessoais ou de silêncio para
uma verdadeira experiência. A contemplação deve resultar numa
revisão e mudança de vida, sobretudo, deve nos dar maior intimidade
com Deus.

A contemplação foi entendida como o primeiro pilar que somos


chamados a viver. São os momentos de experiência com Deus, vida de
Oração, abrir-se a Misericórdia entre outros, o que depois vai ser
entendido de forma efetiva no chamado do carisma. A contemplação é
toda essa experiência com Deus, através desta união íntima com Ele,
através da Oração Pessoal, se encontrando com a Trindade Santíssima
em sua Inabilitação em nosso íntimo

Compaixão: nosso carisma não existe para si próprio, nosso carisma


existe para se pôr a serviço dos nossos irmãos e irmãs, quando dizemos
que devemos viver a contemplação, devemos vivê-la em vista de algo,
lembre-se que nosso carisma diz “se diz que ama a Deus que não vê,
mas não ama o irmão que vê, é mentiroso”, portanto, quem deseja viver
o carisma Unos, deve amar os irmãos em si mesmo e ajudar-lhes a
alcançar seu fim último.

Compaixão também é todo nosso modo de servir, é o modo de amar


nossos irmãos, é como a vida fraterna em comunidade se dá, não se
trata apenas de nossa experiência de misericórdia, mas de toda a nossa
vida enquanto seres humanos.

A compaixão é a consequência da contemplação, a vida de oração, a


adoração, precisa gerar frutos, e o maior fruto é a compaixão e
misericórdia com os outros. Compaixão é o modo de tratar os outros, é
estar com o irmão, com suas dores e alegrias, é enxergar o Cristo que
adoramos, que vive em nossos irmãos.

A finalidade própria da compaixão é fazer o bem, é agir com amor e


misericórdia, como dito, resulta da contemplação, onde após ter feito
uma revisão e mudança de vida, agimos sob influência de Cristo. Vemos
em nossos irmãos as suas necessidades e somos chamados a nos
unirmos aos seus sofrimentos buscando transformar ele. O mesmo
olhar temos para com suas misérias e pecados. Sentimos sua dor e
desejamos fazer o bem, convertei-vos.

Missão: com o chamado de amar nossos irmãos e irmãs, somos


convidados a nos colocar a caminho, ir aos quatro cantos do mundo
para anunciar o amor que Deus tem por nós, o anúncio do Amor
Misericordioso.
A Missão é fruto dos dois pilares anteriores, para viver a missão
dependemos de uma vida de oração onde nos encontramos com a
misericórdia, e para evangelizar, preciso saber amar nossos irmãos,
encontrando Cristo em todos. A Missão não é apenas pregar, não é
apenas apostolado, mas a vida. É viver de acordo com o carisma, é
transbordar essa misericórdia para além da comunidade, pois não
temos um carisma para nós mesmos, esse carisma é para a igreja.

O objetivo da missão não é outra senão fazer com que o amor de


Jesus toque concretamente a vida das pessoas levando-as a uma
verdadeira conversão. Esse resultado se atinge principalmente com uma
vida de Santidade, pois o santo faz santo. Se seu testemunho de vida
combina com o que prega, haverá muitas conversões. Por isso, seja
santo.
Nossa Espiritualidade

Nossa espiritualidade possui um nome não para nos diferenciar mas


para ficar claro qual é o nosso chamado espiritual. Sendo assim,
precisamos entender o que é a Íntima União de Amor.

É uma Espiritualidade Cristocêntrica, centrada na Divina


Humanidade de Jesus, não separada, mas sim, a União Hipostática, ou
seja, a União de Sua Divindade e sua Humanidade na Única Pessoa
Divina do Filho.

Por essa centralidade, temos uma relação muito próxima com a


Santíssima Trindade, com a Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de
Cristo, com a Divina Eucaristia, com a Virgem Santíssima e é uma
Espiritualidade Carismática.

É uma espiritualidade onde através da união com o Filho de Deus,


em sua Divina Humanidade, nos relacionamos com o Pai e o Espírito
Santo, é uma íntima União Trinitária a partir da União de Amor de Jesus
Cristo. Irei criar um livro ou documento aumentando ainda mais a
explicação dessa espiritualidade pois sei que aqui o tempo é curto, mas
tratarei aqui os pontos mais importantes.

A Espiritualidade também tem como pontos principais, o Amor


Misericordioso de Jesus, a sua própria Misericórdia e Redenção, a
vivência da Pequena Via e do Abandono em Deus, a reparação a Jesus
no Santíssimo Sacramento e as práticas de fé.

Se nosso carisma é Experimentar, Viver e Espalhar o Amor


Misericordioso de Jesus, precisamos viver isso em nossa espiritualidade.
É próprio do amor o desejo de unir-se ao amado. Aqui está a base da
espiritualidade. Que me foi revelado um texto base dessa mística
espiritual em João 17,20 "Que todos sejam um como Eu e o Pai somos
um."​

Nosso mistério Cristológico nos traz a percepção da União


Hipostática de Cristo, que une Deus aos homens na pessoa Divina de
Jesus em suas duas naturezas.
Para quem quiser entender bem nossa espiritualidade sugiro que
busque ler João 17,1-26 pois irei aqui apenas pontuar pequenos trechos
dessa espiritualidade e suas pequenas características.

Nossa espiritualidade está fundada na União Hipostática de Jesus,


portanto está baseada na encarnação de Jesus, e com isso, no Corpo de
Cristo, em suas 5480 chagas, na encarnação, na eucaristia.

Por ser uma comunidade fundada sob a encarnação de Jesus, é


uma comunidade Mariana, onde como Jesus nos unimos à Virgem
Santíssima, com o método mais utilizado da total consagração a Jesus
por Maria, mas não somente com este método.

Nosso carisma é baseado no Amor Misericordioso, sendo assim,


nossa espiritualidade tem forte ligação com a devoção da Divina
Misericórdia, sobre o amor misericordioso falarei melhor no capítulo
sobre santidade.

Somos uma comunidade que surgiu da Renovação Carismática


Católica, temos um chamado de vida carismática, prática dos carismas,
união com o grupo de oração local e sobretudo, profunda intimidade
com o Espírito Santo.

A espiritualidade da Íntima União de Amor se sustenta nas seguintes


dimensões: Cristocêntrica, Trinitária, Redentora, Carismática, Mariana,
Eucarística e Ascética, a qual iremos tratar uma a uma.

Cristocêntrica: o centro da espiritualidade é o Cristo Homem-Deus,


tudo se dirige para Ele e tudo é sobre Ele e unido a Ele em sua Divina
Humanidade.

Trinitária: onde está o Filho, também está o Pai e o Espírito Santo,


buscamos ir ao Pai com o Filho através do Espírito Santo esse é o nosso
caminho.

Redentora: a redenção é a ação máxima da misericórdia, é o modo


como fomos resgatados por Jesus, tudo converge para essa redenção.
Carismática: Somos uma comunidade carismática, abertos aos dons
do Espírito Santo, exercemos as práticas dos carismas, em nossa oração
pessoal, em nossa vida e também no apostolado.

Mariana: Somos uma comunidade totalmente Mariana, Maria é


aquela que aponta o Cristo, não podemos nos aproximar de Jesus sem
nos aproximar dela primeiro. Nos colocamos na qualidade de servos de
Maria e tudo entregamos a ela numa vida dita "Totus Tuus Maria"

Eucarística: a eucaristia é a fonte do carisma, é dela onde jorram


todas as graças, por isso, a missa nos é tão fervorosa oração. Devemos
ansiar pela missa e pela adoração. E unir-nos a todas as missas do
mundo inteiro quando formos rezar, sobretudo quando formos fazer
algum pedido. Devemos fazer adorações e boas comunhões. Mas além
disso, devemos muito fazer reparação pelos sacrilégios cometidos
contra a santíssima Eucaristia.

Ascética: a comunidade visa ser uma forja de santos, para isso exige
muito esforço, estamos num combate onde os exercícios de santificação
são necessários em nossas vidas.

Quais são os pontos dessa espiritualidade que devemos observar


com clareza? São as 7 pérolas abaixo:

1. Profunda Unidade com Deus: buscando unir-se a Deus na


oração pessoal diária
2. Profunda Unidade e Amor entre Irmãos: Buscando reconhecer
nos irmãos a presença de Deus e assim amar a Deus amando os
irmãos no e prestando-lhes serviço.
3. Amor e devoção à Encarnação de Jesus sobretudo na
Eucaristia: sobretudo interiormente, mas também com zelo
eucarístico, com orações, adorações e reparações.
4. Devoção a Virgem Santíssima: sobretudo fazendo a imitação de
suas 10 principais virtudes no dia a dia.
5. Devoção a Santas Chagas e a Divina Misericórdia: praticando a
devoção de Jesus Misericordioso e chagado, que morreu por
mim e por você pelos nossos pecados.
6. Vida Carismática e prática dos Carismas: Vivendo e
promovendo o Batismo no Espírito Santo e os Carismas, tendo a
prática dos carismas, nas orações pessoais e mantendo
comunhão com o grupo de oração.
7. E por fim, a vida ascética: buscando um exercício espiritual
diário, esforçando-se para dominar suas próprias paixões.

Como podemos manter essa espiritualidade? Para isso usamos as


14 armas espirituais para o combate.

1. A recepção frequente dos Sacramentos, sobretudo da Eucaristia


e da Confissão.
2. A Oração Íntima pessoal Diária.
3. As práticas de devoção, sobretudo o Rosário
4. A frequência no grupo de oração e do Ágape
5. A prática dos exercícios espirituais ascéticos
6. As penitências e jejuns voluntários, sobretudo às sextas feiras
7. A oração da liturgia das horas
8. A frequente adoração e reparação ao Santíssimo Sacramento
9. A prática dos carismas na vida de oração
10. A prática do amor aos irmãos em atos, palavras e pensamentos
pela salvação das almas e por amor a Deus.
11. Pela prática de silêncio e retiro pessoal ao menos uma vez por
ano
12. Pela contemplação ativa no dia a dia
13. Pelo desapego interior
14. E pelo amor em tudo.

Essas 14 armas espirituais, serão melhor detalhadas em um livro de


espiritualidade da comunidade. Há algumas práticas espirituais próprias
do carisma, incluindo estas que já estão escritas, gostaria apenas de
destacar que, a união a Jesus Cristo presente na alma e a União a Jesus
presente na criação são práticas que devemos sempre exercitar, vale
lembrar que estas duas que mencionei, são práticas interiores e serão
melhor explicadas do nosso tratado.
Mistério cristológico

Já dissemos que o mistério cristológico é o “resumo” do rosto de


Cristo a ser anunciado pela comunidade. Já está no carisma como
mistério. Quando olhamos para nosso carisma entendemos que Jesus
está em todo nosso mistério carismático, quando vemos “Experimentar,
viver e espalhar o Amor Misericordioso de Jesus em sua Divina
Humanidade” percebemos que a União Hipostática, isto é, a união da
Natureza Humana e da Natureza Divina na única Pessoa Divina de Jesus
é algo importante para o carisma.

Essa união entre a natureza divina e humana na Pessoa Divina da


segunda pessoa da Santíssima Trindade é o ato de amor primordial de
Deus para conosco, pois por este ato de encarnação, não só foi possível
a salvação da humanidade, mas também a nossa divinização e
santificação pela Graça dada de graça.

Somos chamados a revelar essa Divina Humanidade de Jesus na


humanidade, na nossa geração. Talvez você pergunte “mas como?” e
sinceramente eu não tenho todas as respostas, o que tenho são
algumas coisas que percebi é que ainda estão sendo percebidas, coisas
que já temos vivido na comunidade e até mesmo, antes dela, vamos
conhecer elas.

Vamos olhar ao mistério da União Hipostática de Cristo, ou seja, na


Pessoa Divina de Jesus estão unidas a natureza humana, semelhante a
nossa em tudo menos no levado, mas tendo uma alma humana, um
corpo, intelecto, vontades e necessidades, e está unida a Natureza
Divina do Filho de Deus.

E o termo é este mesmo, as naturezas Divinas e Humanas estão


unidas na Pessoa Divina do Filho. O Ser que está ali é o próprio Deus,
segunda pessoa da Trindade, que assumiu a sua pessoa a natureza
humana para si. E o modo como ele fez isso foi através do mistério da
encarnação.

O motivo da encarnação foi para a remissão dos nossos pecados,


então é importante notar esses aspectos na Pessoa Divina de Cristo.
Primeiro, Jesus é Deus, segundo, na pessoa Divina de Jesus existe as
naturezas humana e divina unidos na sua Pessoa Divina através da
encarnação, e o terceiro ponto é que, o motivo dessa encarnação e
união hipostática é a nossa Redenção e Nossa Salvação de todos os
nossos pecados.

Podemos dizer que Cristo veio dos céus, se tornou igual aos homens
sem deixar sua Divindade, por compaixão, para romper nossa inimizade
com Deus e restituir nossa nossa amizade para com Ele. Para gera
unidade entre nós e Deus e também entre nós com nossos irmãos e
irmãs, por causa do amor que de Deus por nós e que temos para com
Deus, veio para curar as feridas do corpo e as feridas que o pecado nos
causou. E através da sua ressurreição, gerou uma nova unidade entre
nós e a própria Trindade na Divina Humanidade Nele mesmo, onde
unidos a Ele, nos tornamos unidos a Trindade e assim, nos tornamos
santos através de um relacionamento de amizade.

Se formos olhar esse itinerário de Cristo, podemos identificar não


somente o mistério cristológico de Jesus, mas nosso itinerário
carismático. O rosto de Cristo ao qual o evangelho devemos ser reflexo
no mundo. Nossa passagem é João 15,12 "Amai-vos uns aos outros
como eu vos amei" o amor com que Cristo nos amou é o amor de
misericórdia. Mas quem seria o "uns aos outros" e como amá-los?

Jesus respondeu essa pergunta quando perguntaram o mesmo para


ele "Quem é o próximo" e Jesus contou a parábola do Bom Samaritano.
O Bom Samaritano é a figura apostólica do nosso carisma, pois sua
história representa exatamente a mesma missão que Cristo realizou ao
encarnar-se.

Vejam que a história se encaixa perfeitamente em Jesus Cristo


Homem Deus,a humanidade pecou contra Deus e assim, afastou-se de
sua presença. Jerusalém é conhecida como local da presença de Deus, e
um homem desce de lá, represando que estava se afastando da
presença de Deus, o pecado.

A consequência do pecado nos deixou como mortos, trouxemos


várias feridas, mas a principal é a morte. O homem que se afastou, foi
assaltado e deixado como morto, perdeu sua dignidade, assim como o
pecado retirou de nós a nossa dignidade

Para nos libertar de nossos pecados, Jesus encarnou-se, teve


compaixão de nós, assim como o bom samaritano viu, sentiu compaixão
do homem e cuidou de suas feridas.

Jesus ao morrer nos redimir da culpa e do pecado, curou as feridas


de nossas almas, e ao ressuscitar deu-nos nova dignidade, que em Cristo
é a dignidade de filhos no Filho, assim como o bom samaritano cura as
feridas derramando vinho (sangue) e azeite (água), curando as feridas, e
partilhando seus bens (sua montaria, pagando a hospedagem em
deixando um valor a mais) restitui sua dignidade.

O bom samaritano, promete voltar ao dizer “na volta pagarei o que


gastar a mais” isso figura uma amizade, um relacionamento e um
aperfeiçoamento, Jesus realiza o mesmo ato ao dizer “Na casa de meu
Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou
preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e
vos tomarei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais.”
Esse relacionamento é a santidade, a maior resposta de amor.

É em vista dessa união hipostática de Cristo, que nosso mistério


cristológico age, onde, unidos à Divina Humanidade, resgatamos a nossa
dignidade segundo a mesma dignidade de Cristo, amando e unindo-nos
por meio de Cristo à Santíssima Trindade, a nós mesmos e aos nossos
irmãos pela união com Cristo em sua Divina Humanidade e assim
chegarmos a uma vida de santidade.
A Figura Bíblica do Bom Samaritano

Como vimos, o exemplo bíblico da vivência do Nosso Carisma é o


Bom Samaritano, que é Jesus, nós porém somos o homem caído que é
cuidado por Jesus, que nos vê caídos, se aproxima, sente compaixão,
rompe a inimizade, gera unidade, restitui a dignidade cura as feridas e
nos leva para a santidade. Vamos meditar em cada frase dessa figura
que representa esse nosso carisma.

Rompe a Inimizade: sabendo que Jesus é o Bom Samaritano,


devemos entender que, ao encarnar-se Jesus realizou duas ações, pela
sua Divina Humanidade rompeu com a Inimizade entre Deus e os
homens criadas por nós pelo pecado, em nosso carisma nos unimos a
isso reconhecendo que fomos pagos pelo sangue de Jesus e que fomos
unidos a Ele pela sua encarnação.

Gera Unidade: Jesus na encarnação não só rompe com a inimizade,


Ele gera unidade entre Deus e homem, fazendo Nele a perfeita unidade,
ou seja, em Jesus somos todos filhos de Deus, no carisma vivemos isso
com a íntima união a Jesus, tomando essa unidade com Jesus sempre
que podemos, principalmente na oração pessoal, reconhecendo que
Jesus está em nossa alma, e na missa.

Restitui a Dignidade: a humanidade foi manchada pelo pecado,


perdeu sua dignidade de filhos, como o filho pródigo disse “pequei
contra o céu e contra ti, não sou digno de ser chamado de teu filho”
também nós perdemos a dignidade de filhos de Deus ao pecarmos, mas
pela encarnação Jesus veio salvar o que estava perdido, ganhamos o
reino por herança, não restitui-nos a dignidade de homens, mas
deu-nos a dignidade do seu próprio Filho, isto é, deu-nos a dignidade
divina, e abriu para nós o reino dos céus.

Cura as Feridas: Jesus, ao nos restituir a dignidade, nos amava,


quando estava pregando, curava muitas pessoas, mas dizia sempre “vá e
não peques mais” sempre dizia “teu pecado está perdoado”, as curas
físicas aconteciam de verdade, mas sempre com um olhar mais
profundo, Jesus sempre queria trazer o sinal externo para uma realidade
interna, a cura das feridas da alma, entre elas, a pior era o pecado.

Leva para a Santidade: e Jesus, assim como o Bom Samaritano, não


apenas passa pelo nosso caminho, propõe um relacionamento de
amizade, essa amizade deve nos levar até a santidade, que é o ápice da
amizade entre nós e Deus.

Princípios da Comunidade

Nossa comunidade possui alguns fundamentos bíblicos, princípios


comunitários que orientaram suas vidas, na comunidade Unos temos
várias passagens que norteiam nossos princípios.

Contemplação e ascese: na comunidade, todos devem se esforçar


por se unir e amar cada vez mais a Deus para que cheguem em uma
comunhão com sua Santa Vontade. Essa união surge da contemplação e
dos exercícios espirituais ao qual chama-se Ascese, vou falar desses dois
aspectos para que possamos entender melhor.

1 - Contemplação: é um estilo de vida, o catecismo da Igreja Católica


diz que “A contemplação é a expressão simples do mistério da oração".
É um olhar de fé fixo em Jesus, uma escuta da Palavra de Deus, um
amor silencioso.

A contemplação é unir-se a Jesus, que nos faz participantes do Seu


mistério, contemplamos e nos unimos principalmente aos mistérios da
Encarnação, da Paixão, e da Ressurreição de Jesus Cristo. Também,
somos chamados a viver a contemplação ativa, isto é, o caminho de
União a Deus na Criação, teremos um capítulo só para este ponto.

2 - Ascese: é um movimento de um perene exercício espiritual, para


um progresso espiritual rumo à santidade, assim como o corpo precisa
de exercícios para se manter saudável, a alma também precisa de
exercícios para se manter forte e resistir às tentações.
O caminho ascético consiste em um passo a passo onde o primeiro
passo é afastar-se do pecado, o segundo é praticar as virtudes, e o
terceiro é viver em santidade.

Vamos ter um capítulo dedicado totalmente à ascese nesse livro,


para poder explicar esses três passos em nossa vida e creio que assim
ficará mais fácil para você poder entender melhor.

Pobreza Interior: a pobreza interior é uma temperança e um


desapego total dos bens, materiais e espirituais, assim como de cargos e
pessoas, um exemplo claro é a “santa indiferença” de Santo Inácio de
Loyola, que ensina que “O homem é criado para louvar, prestar
reverência e servir a Deus nosso Senhor e, mediante isso, salvar a sua
alma; e as outras coisas sobre a face da terra são criadas para o
homem, para que o ajudem a conseguir o fim para que é criado.
Donde se segue que o homem tanto há de usar delas quanto o ajudam
para o seu fim, e tanto deve deixar-se delas, quanto disso o impedem.
Pelo que, é necessário fazer-nos indiferentes a todas as coisas criadas,
em tudo o que é concedido à liberdade do nosso livre arbítrio, e não
lhe está proibido: de tal maneira que, da nossa parte, não queiramos
mais saúde que doença, riqueza que pobreza, honra que desonra, vida
longa que vida curta, e consequentemente em tudo o mais; mas
somente desejemos e escolhamos o que mais nos conduz ao fim para o
qual somos criados.” Este é o princípio e fundamento ensinado por
Santo Inácio de Loyola nos seus exercícios espirituais.

Essa pobreza interior, consiste em despojar-se das vontades como diz


na santa indiferença, mas como ensina santa Terezinha, ter a Esperança
cega na Misericórdia de Deus, rogando-lhe sua Divina Providência,
confiando que tudo que nos vier, é para santidade, e as provações, são
para nossa santificação, unindo-se a ascese cotidiana que já
mencionamos. Devemos “ter esperança cega na Divina Misericórdia” e
viver um desapego tal que o que é meu e que possa estar a disposição
de ajudar os outros, também pode estar a serviço dos irmãos. Sem
apego e egoísmo, sem ganância ou visão de lucro.

Acolhida e União: a verdadeira unidade não pode surgir sem uma


verdadeira acolhida, e essa acolhida precisa ser realizada com amor, nós
somos chamados a amar nossos irmãos, nos interessando de verdade
pela vida de nossos irmãos, com amor, com alegria, buscando
conhecê-los cada vez mais, nos tornarmos família deles, sem isso,
deixamos de viver nossa vocação pois sem acolhida, não há unidade.

A acolhida não é só ficar na porta cumprimentando as pessoas, ou


confeccionar lembrancinhas, esses são apenas uma dimensão do que é
a acolhida. A acolhida é estar com a pessoa, é unir-se ao que é
importante a outra pessoa, é servir as pessoas para que elas sintam o
amor que preenche nosso coração, acolher é cuidar com coração
generoso e atencioso, amando com sinceridade.

A união por sua vez é um ponto que traz uma resposta clara para
nós, que à luz do Cristo Homem Deus, somos chamados a viver também
uma verdadeira união com Deus e com os irmãos. Essa união deve vir do
amor, amando nossos irmãos e a nós mesmos por causa do amor a Deus
e por causa que Deus ama a cada pessoa, não amamos a pessoa pela
pessoa simplesmente, amamos porque Deus ama, assim amamos o rico
e o pobre, o bom e o mau, pois não pode haver diferença, pois todos
são filhos de Deus, e sendo filhos de Deus, e unidos a eles, podemos
buscar ajudar eles por amor a eles. Mas atenção, vivemos uma unidade,
não uma uniformidade, por mais que nosso carisma tenha um estilo de
vida, não somos as mesmas pessoas, cada um vive os mesmos
princípios, as mesmas regras, mas cada pessoa é única e traz sua
particularidade ao estilo de vida.

Mansidão e misericórdia: felizes os mansos porque possuirão a terra


e felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia, estamos
num mundo onde há muitos inimigos, onde se instiga o ódio e a divisão,
Jesus nos ensina o caminho diferente, para Santa Teresinha, “a caridade
perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros, em não se
escandalizar com suas fraquezas”, não é também, ver o mal de nossos
irmãos e nos conformar com ele, mas sim, quando necessário e
oportuno corrigir com mansidão, sem discussão, a mansidão é outra
parte da pobreza interior, de quem deposita sua confiança em Deus.

E como meio da nossa mansidão devemos agir com misericórdia, dar,


servir, ajudar os outros, sem nada esperar em troca, é realizar a regra de
ouro “tudo quando deseja que faça a vós, fazei vós a eles”
principalmente o perdão, que nos une a Deus de forma ainda mais
perfeita. A misericórdia não é aceitar o comportamento pecaminoso do
outro e considerar que o verdadeiro “pecado” é “ofendê-lo” com a
verdade do Evangelho. Não, a verdade do evangelho é misericórdia.

Misericórdia é diferente disto, é um ato de compaixão e amor, de


alguém com dignidade maior que se rebaixa sobre as misérias de
alguém inferior, a fim de curá-las, e dar-lhe a mesma dignidade que a
pessoa misericordiosa tem. Misericórdia é “dar a cura para a miséria,
para o pecado” mesmo que ela possa ser rejeitada, é realmente desejar
o verdadeiro bem para a pessoa que necessita. Este bem é Jesus.

Vejamos Cristo, Ele é Deus, de dignidade infinita, nós temos


dignidade pequena e o pecado só aumentou essa distância, e essa
miséria que vivíamos por causa da nossa natureza e do nosso pecado,
Deus em sua infinita Misericórdia, vem rebaixar-se humildemente sobre
nossas misérias, a fim de curá-las e transformá-las em chamas de amor,
dando-nos a dignidade de filhos de Deus no Filho Unigênito.

Pureza de coração: significa ter um coração simples, puro, sem


manchas, um coração que não deixa entrar aquilo que vai contra o
amor, que o enfraqueça ou o coloque em risco. Também é a pureza no
sentido da castidade e das ações, Santa Jacinta Marto, vidente de
Fátima disse uma vez que a pureza de coração é possível se você encher
seu coração com as coisas do alto.

A pureza de coração é uma pureza de sentido, de pensamento, de


vontade, é não ter segundas intenções, nem com as pessoas, nem com
Deus, é não viver com um pensamento de “farei isso para Deus para
ganhar isso” nem mesmo o grau de santidade. Devemos ser santos por
dever não como recompensa. O mesmo vale para a castidade, vocação,
penitências, não, os puros de coração só querem a Deus.

São puros no olhar, não cobiçando o que não lhes pertence, não
olham as pessoas como objetos, não olham com desejo de possuir, são
prudentes no olhar. São puros no pensar, não deixam a fantasia subir a
cabeça, assim como não tem pensamentos maliciosos, fogem dos maus
pensamentos concentrando-se em algo santo, como Jesus, Maria, de
uma forma física, olhando para uma imagem, fazendo uma oração,
saindo pela praça observando as coisas.
Alegria e sentido de humor: é um dos princípios da Unos, a alegria e
sentido de humor, os santos são aqueles que vivem felizes, não
devemos ser amargos, resmungões, tristes, retraídos e fechados,
devemos iluminar o mundo com a novidade de Cristo.

Lembremo-nos de São Felipe Neri e sua icônica frase “pra longe de


mim o pecado e a tristeza”. Vão haver momentos difíceis, e nesses
momentos devemos ter bom humor, como Padre Pio ao ser perseguido
que quando perguntado se suas chagas doíam ele brincou dizendo “não,
é só como se eu estivesse martelando minhas mãos” nos sofrimentos e
também nos bons momentos, o bom humor tem a capacidade de
alegrar o ambiente e deixar tudo mais leve.

Parresia e ardor: para sermos santos precisamos de ousadia, que é o


impulso evangelizador que deixa uma marca nesse mundo. Devemos ter
mais ousadia no Espírito Santo, devemos ousar nos aprofundar, ousar
anunciar, ousar é ter liberdade, olhe para Jesus, ele não ficava parado,
Ele era ousado no amor, devemos ter a parresia para não paralisarmos
pelos medos, precisamos de coragem e renunciar todo medo. O papa
diz na Gaudete et exultate “o que fica fechado acaba cheirando a
mofo” entendamos também que ousadia não é impulsividade sem
estratégia, devemos agir conforme o Espírito Santo nos revelar,
lembramo-nos que o Papa diz “a Igreja não precisa de muitos
burocratas e funcionários, mas de missionários apaixonados,
devorados pelo entusiasmo de comunicar a verdadeira vida.” Não
podemos viver nossas vidas baseados no medo, devemos sair da
mediocridade e da tranquilidade anestesiadora e nos lançar em
Parresia. Para viver a parresia, a ousadia no Espírito, precisamos de uma
certa estrutura de base, a ousadia supõe confiança, a confiança supõe
amor, o amor supõe a esperança, e a esperança supõe a fé.

Devemos alimentar nossa Fé em Jesus Cristo, pela Oração Pessoa,


pedindo a Deus mais fé, estudando o catecismo, os mistérios de cristo, a
vida dos santos e os livros de devoção, realizar atos de fé e fugir dos
perigos da fé, como séries e livros impróprios que podem ser um risco
para sua fé, como livros esotéricos ou que falem mal da fé.

Se fortalece a esperança desenvolvendo um olhar voltado para o


alto, para o sagrado, colocando as realidades materiais e a vida natural
no seu devido lugar e importância. Assim, deve-se desprezar as honras e
glórias da terra. Precisamos recordar-nos que Deus tem um plano de
amor para nós, um plano de felicidade no céu. E, se nos animamos a
sermos bons, praticar o bem e construir, à nossa volta, um mundo
melhor e mais agradável aos irmãos, isso também colabora para o
crescimento da nossa virtude da esperança.

Para alimentar a esperança, devemos combater os principais


pecados que combatem essa virtude, o desespero e a presunção. O
desespero nos diz que “jamais seremos santos, que tudo tá perdido, que
não somos bons, que não fazemos a vontade de Deus” e a presunção
nos diz o contrário, diz que é fácil, que chegamos no máximo de
santidade que deveríamos chegar, e que somos a “regra” da igreja.

Sei que estou me delongando neste princípio, mas quero que


sejamos santos, e este estilo de vida serve para isso, portanto, trago
aqui o modo de como vencer estes pecados.

O desespero tem raiz em dois pecados: a acídia, ou preguiça


espiritual; e a luxúria, ou o amor a tudo o que é material. À medida que
não se desenvolve a vida espiritual (acídia), perde-se o foco para o
sobrenatural e a vida eterna (esperança). A partir disso, a consequência
natural é valorizar e priorizar o material como se fosse o único
necessário (luxúria) que era tido pelos santos padres do deserto, nos
primeiros séculos, como o pecado que gerava a supervalorização de
todo tipo do material, não só do sexual.

Já a presunção tem sua raiz nos pecados da soberba e da vanglória. A


soberba diz que sabe mais do que Deus, e a vanglória que merece ter
sempre o bom e o melhor, não importando como se aja. Assim, aqueles
que não seguem os mandamentos de Deus e da Igreja, que se acham
bons cristãos, mas “não concordam” com isso ou aquilo, porque a Igreja
“precisa se atualizar” ou “não entende”, são cheios de soberba e sem
nenhuma esperança verdadeira. Do mesmo modo, os que, embora não
se achem melhor do que ninguém, também não acreditam que a vida
que levam é um passo certo para o inferno, estão cheios de vanglória.
Por isso, é fundamental acabar com esses quatro pecados, para que
possamos iniciar o desenvolvimento da esperança.
Para exercitar a caridade precisa-se, primeiro, treinar amar a Deus
por si mesmo, não porque possamos ter algum benefício com isso. Em
segundo lugar, esforçar-se por amar o próximo por causa de Deus, e não
porque gosta ou desgosta das pessoas com quem se convive. Portanto,
é fundamental para o crescimento da virtude da caridade, alimentar
fortemente o amor a Deus e evitar ao máximo possível, combatendo
duramente o pecado mortal.

Com este amor, surge uma confiança cega que nos dá finalmente a
ousadia para entregarmo-nos a Deus em todo, confiando-lhe todas as
áreas de nossa vida, com uma fé abrasada cheia de Parresia. Coragem!

Unidade em tudo: omni unita, a primeira forma do nome da


comunidade era “omni unita” ou seja, unidade em tudo, isso nos traz
um pilar muito claro de viver em comunidade, estar em um só coração,
não é apenas fazermos as coisas juntos, é ser uma unidade, criar um
espaço humano de acolhida, unidade e de amor, é o unir-se ao outro, é
promover um espaço de seres humanos, de vida, de alegria, é
importar-se uns com os outros, suas histórias, suas vidas, seus sonhos,
suas dificuldades, e os assumir como família, irmãos, irmãos, quando
nosso coração for um, quando nossos sentimentos forem um, nossa
comunidade será um lugar de santidade, e um polo de unidade para o
mundo, e lanço essa profecia, pois quando nosso carisma for acolhido
em algum lugar, este lugar será um lugar de união, mas também, nosso
carisma estará confirmado para a própria igreja, pois quando a Unos
receber o primeiro reconhecimento, nosso carisma receberá a primeira
união, a união com a igreja.

Em nosso carisma deve haver unidade e comunhão, com a igreja,


com as paróquias, com as pastorais, movimentos eclesiais, serviços,
novas comunidades, congregações e outras associações, a fim de
auxiliar, fortalecer e evangelizar juntos, nosso carisma não veio dividir,
mas sim, veio para somar.

Amor constante: este princípio é a base para o princípio anterior,


para manter unidade não há outro meio se não pelo amor, Santa
Teresinha nos diz “nada é pequeno se feito com amor” peço que gravem
isto no coração, primeiro, o amor não pode ser natural, deve ser
sobrenatural, ou seja, devemos fazer as coisas por amor a Deus;
segundo, não podemos ter um amor subjetivo apenas sentimental, mas
um amor divino, não podemos amar com amor humano, devemos amar
com o amor de Deus, significa que devemos pedir a Deus que nos dê o
amor Dele para amarmos tudo e todos a todo momento, no trabalho, na
oração, no cotidiano.

Devemos por amor em tudo que fizermos, vivermos, em tudo que


nós experimentarmos, em tudo que formos provados. Adaptando o que
disse o Papa Francisco “Se é um pai de família, um avô, um jovem
estudante, coloque amor em tudo que faz”, repito que não é um amor
sentimental, é um amor ativo, é ação, é fazer as coisas por amor a Deus,
para amar mais a Deus e unir-se a Ele.

Se estiver vivendo um resfriado, oferte o resfriado como uma forma


de amar mais a Deus. Tem uma tarefa a fazer? Faça bem feito como se
estivesse fazendo para Jesus, e coloque amor a Deus nela. Vai rezar?
Faça a oração com o máximo de amor a Deus, para amá-lo e agradá-lo
sem desejar nada em troca, e assim viverá realmente o amor constante.

Vida Carismática: a comunidade surgiu da Renovação Carismática


Católica, é necessário manter essa espiritualidade, pela participação
frequente no grupo de oração, pela prática dos carismas, sobretudo
pela oração em línguas (os que tiverem) e pela oração profética, como
diz Paulo “aspirai aos dons espirituais, sobretudo o da profecia”.

Devemos viver essa experiência de pentecostes diariamente,


podemos e devemos pedir o Espírito Santo em todas nossas orações,
podemos e devemos conversar com Ele quando formos fazer alguma
coisa, quando formos falar com alguém, quando formos trabalhar, Ele é
Deus e nosso amigo, devemos estar próximos Dele.

Saibam que, a prática dos carismas são importantes na vida de quem


os tem, se temos carismas de oração em línguas, devemos colocar em
prática durante nossas orações, pregações e outros lugares, o aspecto
que peço que não se faça, é durante a missa, pois ela é a oração por
excelência, portanto na missa se exerce o zelo apostólico.

Assim como devemos estar abertos aos Seus dons, sobretudo aos
dons de cura, milagres e profecias, pois estes dons são sinais do
testemunho de Jesus. A Emmir Nogueira diz em um de seus livros um
testemunho sobre a evangelização em um mercado, onde Deus disse
“Eu quero curar este homem do câncer no fígado" e daí ela puxa
assunto e Ele acaba confirmando então ela reza por ele pela sua cura,
todos somos chamados a orar por cura, claro, tem os que são
ministeriados a isto, mas todos podemos rezar pela cura. Eu contarei
mais detalhes sobre essa história da Emmir quando falarmos de como
evangelizar. Mas quero pedir, Tenham coragem de pedir os dons de
profecias, curas e milagres, e vivam no poder do Espírito.

Olhar amoroso: o zelo é uma marca do amor, aquele que ama cuida,
ter um olhar amoroso é ter um olhar de Maria “filho eles não têm mais
vinho”, é ser como o bom samaritano que “viu, sentiu compaixão e
cuidou do homem caído”, o olhar amoroso é um olhar zeloso, atento,
cuidadoso e acolhedor, ao pensar em olhar amoroso precisamos pensar
em ternura, aconchego e amor, as pessoas precisam se sentir amadas
pelo nosso olhar. Este zelo é também dar atenção, acolher e amar, é ser
zeloso na oração, na participação dos sacramentos.

O olhar amoroso não julga, sente compaixão, deseja ajudar a pessoa


sair daquela situação. Não discrimina, mas tem o desejo de querer
ajudar a sair da situação de pecado, de miséria, de dor e sofrimento que
ela vive. Lembre-se, misericórdia é oferecer o remédio para as dores da
pessoa, e não aceitar seus maus comportamentos. O zelar pelas pessoas
é um dos nossos traços, mas também é o zelo litúrgico, o zelo com a
Eucaristia, o zelo na oração e em todas as coisas, é um zelo de nossa
parte, buscando oferecer o melhor a Deus.

Sentinelas da esperança: vivemos num mundo onde reina a frase de


dante “deixai aqui toda a esperança” não devemos seguir por este
caminho, devemos esperar com toda nossa esperança, vigiando para
jamais deixar que nossa esperança se apague, devemos animar uns aos
outros na fé, na esperança e no amor, para que a esperança em Deus
seja para nós uma força santificante. Já vimos como manter a fé, a
esperança e o amor em alta, nunca devemos abrir uma brecha para essa
esperança se quebrar.

Ardor missionário: nossa comunidade surgiu da experiência


missionária, é chamada a vida missionária, e só será comunidade (e o
que Deus quer de nós) quando formos missionários. Esse ardor
missionário vem de muitas formas, mas quero destacar principalmente
o ardor missionário do primeiro amor, quando somos tocados por Jesus,
devemos reinflamar o amor do primeiro encontro com Jesus, que nos
leva a querer anunciar a tudo e todos o amor com que Jesus nos amou
para que todos tenham essa experiência.

Providência divina: na comunidade, todos nós confiamos na


providência de Deus Pai, tanto na obra material como na espiritual,
como já disse algumas vezes aos membros, quando pedimos algo,
devemos ter certeza que iremos receber, pois o próprio Deus nos disse
isso “Portanto, vos afirmo: Tudo quanto em oração pedirdes, tenhais fé
que já o recebestes, e assim vos sucederá.” só não receberemos o que
pode tirar de nós a salvação, até se não estamos conseguindo rezar,
confie na providência “Deus não consigo rezar me ajude” e assim
acontecerá.

Sinceridade e amor: outra coisa e esta é a última, mas não menos


importante, no nosso carisma, acreditamos que a sinceridade do
coração é manifestação do amor a Deus. Não podemos usar máscaras
na Unos, temos de ter sinceridade profunda, principalmente diante de
Deus, não devemos fingir que somos outra pessoa, devemos mostrar
quem somos, devemos amar o que Deus quer para nós. Só seremos
aquilo que Deus quer para nós, quando aceitar quem somos, para
podermos corrigir nos santificar, por isso, nas orações, se não estamos
com vontade de rezar, façamos como Teresa de Ávila “Jesus não quero
rezar, mas por amor vou ficar aqui e contar os tijolos em sua presença”
ou como costumo dizer “se quiser sorrir, sorria, se quiser chorar, chore,
mas seja livre no amor a Jesus” entre você e Ele não deve existir
máscaras.
Nossa vocação

Vocação é um chamado de Deus a Serviço dos irmãos. Pensando


nisso, o que Deus nos chama a ser no mundo? Olhando o chamado de
Deus ao fundador “quem vai amar esses jovens que não se sentem
amados” e olhando para as necessidades da igreja e da sociedade no
mundo de hoje, podemos dizer que somos chamados a ser sinal de
amor, união e esperança em Cristo Jesus.

O Amor Misericordioso é o amor que quebra divisões, que refaz os


laços, que busca a paz e não a guerra, um amor que acolhe e direciona,
que restaura a dignidade ferida pelo pecado e que conduz a uma vida
cheia de sentido e santidade.

Nossa vocação é amar, é espalhar o amor de Misericórdia, promover


a unidade, a dignidade humana, a acolhida, levar nossos irmãos à
santidade pelo exemplo e os ajudando como o Bom Samaritano.

É assumir nossa vocação como os homens e mulheres caídos pelo


pecado, que foram encontrados por Jesus Cristo que veio curar,
restaurar a dignidade, romper a inimizade e levar para a santidade.

Somos chamados a ser um local de acolhida, encontro, unidade,


esperança, somos chamados a ser sentinelas da esperança, pode ser sim
repetitivo, mas ser um sentinela da esperança significa ser uma pessoa
que continua lutar, que alimenta a Fé em Jesus, nutri com Ele um
relacionamento de confiança, e ensina aos outros este mesmo caminho.
Nosso mundo carece de esperança, temos vivido uma anemia do amor
e da confiança em Deus. Os jovens não sonham mais, perderam o olhar
pelo céu, e assim, vivem deprimidos e tristes, chega, basta! Sejamos
sentinelas da esperança.
As 15 Regras Marianas

A comunidade se baseia também em 15 regras Marianas que nosso


fundador escreveu baseando-se em uma experiência que teve. Não são
regras de vida, mas devem ser consideradas como virtudes a serem
exercidas, para aprofundamento espiritual e fraterno.

As regras são as seguintes:

1. Amarão a Jesus Cristo acima de tudo, e seu próximo como a Ti


mesmo por amor a Deus, e esse amor deve ser refletido no modo como
tratar as pessoas.

2. O Espírito da Comunidade não será outro senão o Espírito de


Cristo em sua Divina Humanidade.

3. Os membros desta comunidade se aplicarão a estudar e imitar


Nossa Senhora e suas virtudes a fim de que por elas Jesus seja mais
conhecido.

4. Buscarão Oração Contínua

5. Deverão realizar a Contemplação Ativa

6. Deve-se buscar conhecer o Senhor, para alcançar um amor


perfeito, e buscar um relacionamento próximo com o irmão exercendo a
caridade e o amor.

7. Devem adorar Jesus sempre, se possível diariamente, e essa


adoração deve causar nas almas uma humildade no coração, uma
conversão e arrependimento dos pecados.

8. Devem rezarem juntos sempre que possível.

9. A vida fraterna deve ser um lugar de conhecimento, familiarização


e oração, deve ser onde se descontrai, onde se une, onde podemos criar
um vínculo.

10. Sejais sinceros uns com os outros e principalmente com Deus


11. Ofereçam as vossas dores e sofrimentos físicos e espirituais, bem
como todos os bens e penitências a Virgem Maria, para que ela as use
conforme desejar e as oferte a Jesus como reparação às ofensas feitas a
Sagrada Eucaristia.

12. Orai pelos sacerdotes todos os dias para que aumentem em


número e para que não abandonem o ministério, pois isto é para a
Virgem Maria uma grandiosa espada que a fere com tristeza mortal.

13. Praticai penitências e caridade, pois Jesus vos visita na Eucaristia


e vos retira toda a miséria e dá tudo o que tem por amor, fazei vós o
mesmo por Ele.

14. Crucifiquem-se com Jesus, vossas vontades, impulsos, tudo que


não vier da parte de Deus deve ser crucificado, renunciando às vossas
maldades.

15. Vivam em plena Efusão do Espírito Santo, tendo-lhe um profundo


respeito e devoção e o clamando cordialmente no dia a dia.

Os Três Conselhos Evangélicos

Para sermos santos precisamos combater três grandes males gerados


em nós pelo pecado original, ao que chamamos de concupiscência, e
existem três, a concupiscência da carne, que leva a pecados sensuais, a
concupiscência que adora os mesquinhos bens da terra e a soberba da
vida, que idolatra as honras, em outras palavras, temos os 3 vícios
primordiais, a intemperança e a luxúria, que se relaciona diretamente
com a concupiscência da carne, temos a ganância e a inveja, que se
relacionam com a concupiscência dos olhos e temos o orgulho, mãe de
todo pecado, que se relaciona diretamente com a soberba da vida.

Visto isso, Cristo teve uma vida diferente, quando tentado no deserto
pelo diabo Jesus resistiu as três consciências, a primeira tentação se
relacionava com a carne, o diabo queria que Jesus cedesse não a fome e
sim, a vontade de comer, ou seja, à gula, a intemperança.

Na segunda tentação o diabo tentou Jesus colocando Deus a prova,


significa que queria que ele fosse tentado ser orgulhoso por ser igual a
Deus, queria pegá-lo pela soberba da vida. E a terceira tentação o diabo
tentou pegá-lo pela ganância, com a concupiscência dos olhos.

Jesus nos ensina três conselhos para vencer essas mesmas tentações
na vida, a castidade, a pobreza e a obediência, eu digo ainda que
existem sentidos anteriores a essas mesmas virtudes, a castidade está
relacionada com a temperança, a pobreza está relacionada com a
esperança e com a Divina Providência, e a obediência está ligada com a
fortaleza e com a humildade.

Castidade

Para começar, falaremos da castidade, a castidade não é o simples


abster de determinados atos, mas sim, uma disposição do coração,
nasce de um amor à Deus, amor este que faz com que não queiramos
nos afastar dele.

O combate aos pecados contra a castidade começa com a tomada de


consciência: nós somos uma resposta para o mundo, e eu quero assumir
a missão que tem Deus para mim. O mundo não é capaz de preencher
meu coração, de me dar uma felicidade sem limites e sem fim, isso só
consigo encontrar em Deus.

Como disse, a castidade está relacionada com a temperança, ou seja,


a castidade é uma virtude anexa a virtude da temperança que tem como
fundamento o domínio de si e a justa medida.

Quando falamos de castidade, falamos de pureza de coração, o que a


castidade é além de ordenar a nossa potencialidade sexual (ser homem
ou ser mulher) para a sua finalidade última, unir-se a Deus?

A castidade também está ligada com o estado de vida que você


segue, se você é solteiro, a castidade está na continência e na abstenção
de atos, pensamentos e desejos que não são próprios do seu tempo, se
é celibatário, está na continência total definitiva dos mesmos atos, e
elevação de sua sexualidade a Deus, consagrando todas as potências a
Ele e para Ele. E se você é casado, como vive a castidade? Através do ato
conjugal dentro do matrimônio com a finalidade de unir-se ao seu
cônjuge e aberto à procriação, qualquer coisa fora disso seria pecar
contra a castidade.

A castidade é uma virtude, ou seja, um hábito bom, e como um


hábito, é necessário a prática, mas por ser um ato sobrenatural, é
necessário também a graça. Então como ser casto?

Primeiro, peça a graça da castidade: não há como ser casto se não


pedir a castidade, Deus vai mandar a graça da castidade àquele que
pedir, portanto peça e deseje de todo coração.

Segundo, reze cada vez mais: não dá para ser casto sem vida de
oração, a sexualidade é uma potência humana que você não pode
freá-la, mas você pode direcioná-la para algo, utilize a vida de oração
como um canalizador dessa potência.

Terceiro, faça penitências e mortificações: sobretudo o jejum. As


mortificações, penitências e o jejum não são formas de autopunição, ou
coisas para fazer para machucar-se a si mesmo como uma
automutilação, quem faz isso está pecando, fazer penitência, abster-se
de alguma coisa, realizar algum jejum, é refrear o impulso natural do
prazer e ter autodomínio com aquilo que causa algum tipo de prazer. É
buscar ter disciplina e auto controle.

Quarto, faça exercícios físicos ou pratique esporte: sei que podem


achar um pouco estranho, mas a sexualidade não é uma coisa só
interior, é de todo o ser, ou seja, é algo mental, é algo corporal e é algo
espiritual, quando você faz algum tipo de exercício, você canaliza
também a sua sexualidade, ajudando a manter a castidade.

Quinto, evite as ocasiões: se você não quer ser picado por uma
serpente, não mexa na cauda dela. Nessa mesma lógica, eu devo
analisar as conversas que estou tendo, se estão sendo conversas
indecentes ou ao menos, conversas picantes ou que dê margem a
imaginação. O problema muitas vezes não são as conversas grandes, e
sim as que dêem margem ao imaginário, pois aos poucos vão se
envolvendo e quando percebemos estamos amarrados e com
dependência emocional daquela situação.

Outras ocasiões que devemos evitar são os beijos prolongados e


sensuais, as vestes provocantes, aos namorados, também é imprudente
sair sozinhos de carro sem alguém, o ideal é que fiquem em locais que
ajudem a inibir vocês. E entendam que, quando falo de “não sair de
carro” não digo deslocar daqui para ali, e sim, ficar dando voltas de
carro, parar em estacionamentos e coisas desse tipo, pegar a namorada
e levá-la diretamente para o shopping por exemplo não seria o
problema, porém, sempre digo que é melhor prevenir, portanto,
busquem sempre estar na busca de companhia.

Sexto, cuidado com o que você consome: se você quer manter a sua
castidade, precisa tomar cuidado com o que você vê, ouve ou lê. Se
você consome um filme, série, mangá, ou qualquer outro conteúdo que
insinua um flerte sexual, uma palavra dita que nas entrelinhas dê a
entender outra coisa, você está se colocando em risco, veja que eu disse
exatamente de coisas mais comuns e menos “na cara” então já devem
saber que, séries, filmes, músicas e literatura que tenha algo totalmente
explícito é pior ainda né? Se quer ser casto, purifique seu imaginário.

Sétimo, como purificar o imaginário?: Para purificar o imaginário é


bem simples, consuma conteúdos opostos aos que você viu no anterior,
livros de santos, histórias de romance que promovem a castidade, a
fidelidade, a boa vestimenta (sim, existem), leiam ou assistam
conteúdos que promovem as virtudes e bons modos. Mas a história dos
santos sempre são a melhor opção, pois são casos reais e isso inspiram e
nos aumentam a esperança.

Pobreza

Todos os conselhos evangélicos estão relacionados com a


temperança, porém, a castidade é a mais ligada com a temperança,
assim como a pobreza é a mais ligada com a Esperança e a confiança na
Divina Providência.
Pobreza não é ser miserável, não é não ter o que comer, ou não ter
dinheiro, isso não é próprio da pobreza. Não é não ser rico ou ter pouco
dinheiro, não poder comprar as coisas.

Se você for analisar, um mosteiro vive da pobreza monástica, qual a


diferença dela para a pobreza dos leigos e das comunidades de vida?
Bom, espiritualmente não tem diferença nenhuma, todos vivem a
pobreza do coração e o desapego das riquezas. Mas na prática externa
se diferenciam no modo como procedem.

Nos mosteiros, principalmente os de clausura, ninguém recebe um


salário ou côngrua, o mosteiro é mantido por doações, e em alguns
casos, são mantidos pelas dioceses, e o dinheiro não vai para nenhum
dos monges, a não ser aquele que é responsável pelas finanças do local,
que verá a necessidade da casa, seja de pagar as contas, fazer as
compras da casa, comprar remédios e utensílios necessários para a vida
comunitária, não se utiliza o dinheiro para nada além do necessário e
ninguém fica com o dinheiro. Nem mesmo o responsável pela finança
quando não estiver exercendo sua função.

Nas comunidades de vida, que é o meu caso e dos que também


sentirem chamado a essa vocação, recebemos uma côngrua, uma ajuda
de custo, que no caso dos solteiros, pode ser administrada pela casa
para as necessidades comuns, e parte ser destinada a cada um para
outras finalidades como compras de roupas, ou outras finalidades.

Ou pode ser administrado pelo próprio membro da comunidade de


vida, como é no nosso caso na comunidade Unos. Aqui, cada membro
cuida da sua côngrua, porém, todos dividem o necessário da casa, ou
seja, se tiver uma casa com doze pessoas, as doze receberão cada um a
sua côngrua, porém, todos são responsáveis pela manutenção da casa,
com as contas, as compras e assim por diante.

Há também na comunidade de vida os casais, estes também são


responsáveis por suas próprias finanças, estes são responsáveis
totalmente por sua casa, onde esposo e esposa que a administram.

Mas qual o espírito da pobreza que está inscrito em tudo isso? Jesus
disse no sermão do monte “Bem-aventurados os pobres em espírito” a
pobreza em espírito é o desapego dos bens da terra, é a confiança na
divina providência, é confiar em Deus e não nas coisas materiais.

A pobreza de espírito não é só o que a comunidade de vida faz, ou


seja, não é a realidade externa de viver da providência no sentido de
receber doações, não, a pobreza de espírito é a realidade interna e
espiritual da vivência da Divina Providência, de depender tudo de Deus.

A Divina Providência é colocar-se aos cuidados de Deus, se colocar


em suas mãos, confiar que Ele terá sempre o melhor para você, e isso
exige a Esperança, que nos ajuda a conhecer o bem e a bondade de
Deus, não dá pra viver a pobreza de espírito sem lembrar que Deus é
bom, mas também é importante saber que a providência tem duas
faces, a face passiva e a face ativa.

A face passiva da Providência abre-se para o Amor filial mais puro e


mais confiante na sua misericórdia, devemos saber que nada acontece
se Deus não puder tirar um bem daquilo e que tudo é para o nosso
bem, a providência é uma escola de confiança em Deus.

A face ativa da Providência que reflete a nossa liberdade, ou seja,


nossa vida não é predeterminada, somos responsáveis por nossa vida,
nossa vida não é influenciada por antecedência, devemos entender que
a providência acontece em cada dia, com cada decisão que tomamos
confiantes em Deus.

Providência é não ficar sentado de braços cruzados, esperando que


as coisas caiam do céu. Requer um investimento cada vez mais engajado
na própria doação. Trata-se de uma confiança ativa, que pede uma
grande doação de nós mesmos, que pode sofrer críticas ou recusas,
humilhações por parte daqueles que não entendem tal maneira de
viver. Também não é uma fuga das responsabilidades.

Aquele que vive da providência, isto é, aquele que vive a pobreza de


espírito, não querem e não podem permanecer ociosos, mas devem
trabalhar com mais ardor, principalmente devido às responsabilidades
que assumem. Deve ser como a regra de São Bento, Ora et Labora.
Claro que, mesmo havendo a responsabilidade humana para a
providência acontecer e sendo nossa obrigação trabalhar, a providência
pode ser extraordinária. Por exemplo, se precisarmos um dia comprar
um terreno que vale um milhão de reais, não temos esse dinheiro em
nossa comunidade. Faremos o que nos for necessário e possível,
podemos até conseguir uns dez, ou quinze mil, o que já seria bastante,
mas para conseguirmos um milhão, devemos também confiar que Deus
fará aquilo que precisar, mas também é confiar que se é vontade de
Deus, vai acontecer quando Ele quiser.

Isso é pobreza, é esse abandonar-se a Divina Providência, é confiar


que “Se Deus Quer eu quero” e “Se for vontade de Deus, vai acontecer
quando Ele quiser”, é um abandono de vontade, de controle e tempo,
mas não de nossas responsabilidades.

O Fundador da Shalom, Moysés Azevedo disse “Quando somos


pobres somos realmente felizes, estamos centralizados na vontade do
Senhor. Este ‘ser pobre’ não é um simples título, ou um voto não
cumprido. Ele tem que ser real, palpável, vivenciado. Ser pobre é em
primeiro lugar estar nas mãos de Deus, ser seus operários e, como fruto
de nosso trabalho, esperar o pão de cada dia.”

Deus nos chama a viver nas mãos da Providência; porém, ele não
apenas dá: ele quer a nossa colaboração com a sua graça.

Ser pobre é , por fim, deixar-se ser amado para depois poder amar. É
ter humildade para pedir um conselho, um favor; como consequência, é
também se oferecer para servir, ver a necessidade do outro; é reparar
no irmão que sofre, é cuidar do irmão, amar.

A pobreza também precisa ser entendida de uma forma completa,


ou seja, não é não ter dinheiro, mas sim, ter uma economia pautada na
Providência, na Generosidade, é sim cuidar do que Deus te der, e
entender que sou mero administrador dos bens de Deus.

A comunidade de vida vive a pobreza nessa entrega total, como já


mencionamos, já a comunidade de aliança vive na parte do desapego e
na realidade da comunhão de bens, ou seja, a comunidade de aliança
oferta para a comunidade de vida um valor para sua manutenção, de
acordo com sua possibilidade, ou quando necessário, ajuda no
mantimento ou doação de utensílios.

Porque a comunidade de vida faz isso? Não é um preceito, não é


pecado se não fizer, muito menos são obrigados, porém, é uma forma
de penitência, onde buscam ser generosos e fortalecer-se contra a
ganância e contra o fechar-se no individualismo.

A Divina Providência é como chamamos também o Senhorio de Jesus


sobre nossas vidas, o que é o Senhorio de Jesus? É aceitar Jesus como
Senhor de todas as áreas de nossas vidas e assumirmos uma postura de
nos submetermos a Ele em tudo e submeter tudo que temos, somos ou
fazemos a Sua Vontade.

Por último quero enfatizar que, não é errado nem mesmo pecado
pensar em uma gestão financeira e econômica, pelo contrário, no
mundo de hoje é até necessário e recomendado. Saber economizar,
saber investir para poder ter uma vida mais justa não é um pecado, mas
uma benção. O pecado está em ter confiança exatamente no dinheiro e
nas suas potências para conquistá-lo. Em buscar o dinheiro pelo
dinheiro, entende?

Se você for uma pessoa que ganha cinco mil reais, mas consegue
viver com dois mil, percebe que pode fazer o bem com os outros três
mil? Veja, tua vida empregada ao bem, utiliza o bem de toda forma.

Somos chamados a fazer uma economia segundo a Divina


Providência, ou seja, uma economia confiada em Deus, mas não um
desleixo com o que recebemos, gastando mais do que podemos. A
economia do reino, ou da providência, contém sim estratégias, metas,
planejamento, mas não há apegos ao dinheiro, nem mesmo apego ao
luxo, mas sim um apego a Deus.

E sobre investimentos? É errado investir? De maneira alguma,


contanto que não se faça por ganância, existem investimentos que não
oferecem riscos, mesmo que não ofereçam riqueza rápidas. Este é o
ponto, querer enriquecer rapidamente. Se investir para ter uma
segurança, uma reserva de emergência, ou até mesmo para aumentar
sua fonte de renda, não há problema nisso, o que não devemos é ser
gananciosos e nos apegar a isso.

Obediência

Por fim a obediência, este é o conselho mais difícil e mais exigente


que temos, é o conselho que se opõe a soberba da vida, ou seja, ao
orgulho, pai de todo pecado. Para viver bem esse conselho é necessário
a humildade e a fortaleza.

Antes de falar da obediência em si mesma, quero falar da fortaleza e


depois da humildade para dar embasamento para podermos falar da
obediência em si mesma.

A virtude da fortaleza é uma das virtudes fundamentais para a vida


humana, é ela quem nos dá força para resistir às tentações, é ela quem
nos ajuda a moderar o apetite irascível em nossa alma, e nos ajuda a
resistir ou combater.

A função da fortaleza aqui na obediência é combater o orgulho e


resistir às tentações da soberba, aquele que obedece resiste a tentação
de fazer algo sem comunicar ao seu superior, por mais piedoso que seja.
Claro que não se vai fazer isso em tudo, como na hora de comer, você
não vai perguntar a casa segundo “posso pegar mais uma porção da
comida que está em meu prato” não é disso que se refere, mas refere-se
a fazer morrer em si a soberba da vida, e as tendências egoístas de
dominar e não servir.

Para isso, a humildade se fará presente, só obedece quem é humilde,


o humilde faz de sua vida uma completa avaliação de que “tudo e todos
são melhores e devo submeter-me a eles para servir” não é que você
não é importante para Deus, mas é um entender que, aqueles irmãos
são muito importantes para Ele.

O humilde recorda-se dos seus defeitos e percebe apenas as


qualidades dos irmãos, isso não significa que não corrige quem precisa
ser corrigido em seu defeito, mas quando corrige, não faz de qualquer
forma, e sim com humildade.
O humilde obedece porque a humildade é servir, não porque
receberá algo em troca, mas porque deseja doar-se a Deus através dos
irmãos. E aqui entenderemos o que é obediência.

Obedecer é submeter-se a alguém em algum pedido, ou obedecer a


algum superior. Ao viver o conselho da obediência podemos encontrar o
nosso próprio papel na obra da Redenção de Cristo e também o nosso
próprio caminho de santificação.

Como veremos nas 10 virtudes de Maria a seguir, a obediência é a


livre submissão à palavra escutada, cuja verdade está garantida por
Deus, que é a Verdade em si mesma. Ou seja, você não vai obedecer por
exemplo quando alguém lhe pedir algo que fira a verdade, que vá contra
Deus, ou quando é algo ilícito.

Padre Pio uma vez foi colocado contra a parede, porém viveu a
obediência sem deixar que o ilícito acontecesse. Ele tinha fundado um
hospital que recebia doações milionárias, e a congregação pediu que ele
desse uma quantia desse dinheiro, o Padre Pio disse “Esse dinheiro não
é meu, nesse dinheiro não se mexe” o responsável disse “você é
franciscano, fez voto de obediência, portanto obedeça” e padre Pio,
tirou de seu bolso cinco moedas e se não me engano, uma bala e disse,
“Pronto, isto é tudo que eu tenho, porém, o dinheiro do hospital não se
mexe” pode ser que em algum momento você vá ser confrontado, mas
não deverá abrir mão do que é certo por causa do que outros querem
que você faça. Seja fiel a Jesus.
As 10 virtudes de Maria

Nossa comunidade é uma comunidade eucaristica e mariana, ou


seja, devemos imitar Nossa Senhora, e o melhor jeito de imitar alguém é
através das suas virtudes. Como você viu, vivemos os 3 conselhos
evangélicos, aqui as 10 virtudes de Maria são um complemento e uma
forma de plenificar e exaltar os 3 conselhos.

Como Maria é a rainha de toda virtude, existem 10 virtudes que


norteiam a vida dos seus devotos, que são as que devem nortear a
nossa vida, peço que prestem bastante atenção pois nossa comunidade
faz as promessas baseadas nessas virtudes e elas são tão importantes
que no nosso cordão estará presente os 10 nós como representação das
10 virtudes de Maria. As 10 virtudes são:

Profunda humildade: Maria sabia reconhecer-se como humilde


serva, sentia-se nada diante do Senhor, sem vaidade nenhuma, oferecia
ao Senhor os louvores que recebia e não havia nada em seu coração que
se centrasse nela própria. Ela era simples, todos seus atos eram feitos
no silêncio e no escondimento. A humildade de Maria é a principal
virtude que esmaga a cabeça do demônio. Nossa Senhora nunca se
esqueceu que tudo nela era dom de Deus. Ela se alegrava em servir ao
próximo e se colocava sempre em último lugar.

Imitando essa virtude: Devemos buscar a humildade, pensando


sempre que se temos qualidades e potenciais tudo devemos a Deus,
tudo isso é dom de Deus. Compreendamos que o homem sem Deus não
é nada e nada possui. Nunca se deixar levar pelo orgulho, pela vaidade e
soberba. Ser modestos, comedidos, sem vaidade, sempre dispostos a
servir aos outros, ter simplicidade na maneira de se apresentar e
quando receber um elogio dar os créditos a Deus. A humildade se opõe
à soberba.

Paciência Heróica: Nossa Senhora passou por muitos momentos


estressantes de provação, de incômodo e de dor, durante toda sua vida,
mas suportou tudo com paciência. Sua tolerância era admirável! Nunca
se revoltou contra os acontecimentos, nem mesmo quando viu o
próprio filho na Cruz! Sabia que tudo era vontade de Deus e meditava
tudo isso em seu coração. Maria, nossa mãe, teve sempre paciência,
sabendo aguardar em paz aquilo, que ainda não se tenha obtido,
acreditando que iria conseguir, pela espera em Deus.

Imitando essa virtude: Ter paciência é não perder a calma, manter a


serenidade e o controlo emocional. Além disso é saber suportar, como
Maria, os desabores e contrariedades do dia a dia, saber suportar com
paciências nossas próprias cruzes. Devemos saber ouvir as pessoas com
calma e atenção, sem pressa, exercitando assim a virtude da caridade.
Fazer um esforço para nos calarmos frente aquelas situações mais
irritantes e estressantes. Quando houver um momento de impaciência
pode-se rezar uma oração, como por exemplo, um Pai-nosso, buscando
se acalmar para depois tentar resolver o conflito. Devemos nos propor,
firmemente não nos queixarmos da saúde, do calor ou do frio, do
abafamento no auto carro lotado, do tempo que levamos sem comer
nada… Temos que renunciar, frases típicas, que são ditas pelos
impacientes: “Você sempre faz isso!”, “De novo, mulher, já é a terceira
vez que você…!”, “Outra vez!”, “Já estou cansado”, “Estou farto disso!”.
Fugir da ira, se calando ou rezando nesses momentos. A paciência se
opõe a Ira! “Não só isso, mas nos gloriamos até das tribulações. Pois
sabemos que a tribulação produz a paciência, a paciência prova a
fidelidade e a fidelidade, comprovada, produz a esperança” (Rm 5,3-4)
“Eu, porém, vos digo que todo aquele que (sem motivo) se irar contra
seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu
irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo,
estará sujeito ao inferno de fogo” (Mat 5,22).

Contínua Oração: Nossa Senhora era silenciosa, estava sempre num


espírito perfeito de oração. Tinha a vida mergulhada em Deus, tudo
fazia em Sua presença. Mulher de oração e contemplação, sempre
centrada em Deus. Buscava a solidão e o retiro pois é na solidão que
Deus fala aos corações. “Eu a levarei à solidão e falarei a seu coração”
(Os 2, 14). Em sua vida a oração era contínua e perseverante, meditando
a Palavra de Deus em seu coração, louvando a Deus no Magnificat,
pedindo em Caná, oferecendo as dores tremendas que sentiu na
crucificação de Jesus, etc.
Imitando essa virtude: Buscar uma vida interior na presença de
Deus, um “espírito” contínuo de oração. Não se limitar somente as
orações ao levar, ao se deitar e nas refeições, estender a oração para a
vida, no trabalho, nos caminhos, em fim, em todas as situações,
buscando a vontade de Deus em sua vidas. “Tudo quanto fizerdes, por
palavra ou por obra, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele
graças a Deus Pai” (Cl 3,17). e “Não vos inquieteis com nada! Em todas
as circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a
oração, as súplicas e a ação de graças. E a paz de Deus, que excede toda
a inteligência, haverá de guardar vossos corações e vossos
pensamentos, em Cristo Jesus” (Fil 6,6-7).

Obediência Perfeita: Maria disse seu “sim” a Deus e ao projeto da


salvação, livremente, por obediência a vontade suprema de Deus. Um
“sim” amoroso, numa obediência perfeita, sem negar nada, sem
reservas, sem impor condições. Durante toda a vida Nossa Mãezinha foi
sempre fiel ao amor de Deus e em tudo o obedeceu. Ela também
respeitava e obedecia as autoridades, pois sabia que toda a autoridade
vem de Deus.

Imitando essa virtude: O Catecismo da Igreja Católica indica que a


obediência é a livre submissão à palavra escutada, cuja verdade está
garantida por Deus, que é a Verdade em si mesma. Esforcemo-nos para
obedecer a requisitos ou a proibições. A subordinação da vontade a
uma autoridade, o acatamento de uma instrução, o cumprimento de um
pedido ou a abstenção de algo que é proibido, nos faz crescer. Rezar
pelos superiores. Obedecer sempre a Deus em primeiro lugar e depois
aos superiores. Obedecer a Deus é obedecer seus Mandamentos, ser
dócil a Sua vontade. Também é ouvir a palavra e a colocar em prática.
“Então disse Maria: Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo
a tua palavra” (Luc 1, 38).

Mãe do Supremo Amor: Nossa Mãe cheia de graça ama toda a


humanidade com a totalidade do seu coração. Cheia de amor, puro e
incondicional de mãe, nos ama com todo o seu coração imaculado, com
toda energia de sua alma. Nada recusa, nada reclama, em tudo é a
humilde serva do Pai. Viveu o amor a Deus, cumprindo perfeitamente o
primeiro mandamento. Fez sempre a Vontade Divina e por amor a Deus
aceitou também amar incondicionalmente os filhos que recebeu na
cruz. Era cheia da virtude da caridade, amou sempre seu próximo, como
quando visitou Isabel, sua prima, para a ajudar, ou nas bodas de Caná,
preocupada porque não tinham mais vinho.

Imitando essa virtude: Todos os homens são chamados a crescer no


amor até à perfeição e inteira doação de si mesmo, conforme o plano de
Deus para sua vida. Devemos buscar o verdadeiro amor em Deus, o
amor ágape, que nos une a todos como irmãos. Praticar o amor ao
próximo, a bondade, benevolência e compaixão. O amor é doação,
assim como Maria doou sua vida e como Jesus se doou no cruz para nos
salvar, também devemos nos doar ao próximo, por essa razão o amor é
a essência do cristianismo e a marca de todo católico. “Por ora
subsistem a fé, a esperança e o amor – estes três. Porém, o maior deles
é o amor” (I Cor. 13,13).

Mortificação Universal: Maria, mulher forte que assume a dor e o


sofrimento unida a Jesus e ao seu plano de salvação. Sabe sofrer por
amor, sabe amar sofrendo e oferecendo dores e sacrifícios. Sabe unir-se
ao plano redentor, oferecendo a Vítima e oferecendo-se com Ela. Maria
empreendeu, e abraçou uma vida cheia de enormes sofrimentos, e os
suportou, não só com paciência, mas com alegria sobrenatural. Nada de
revolta, nada de queixas, nada de repreensões ou mau humor. Pelo
contrário, dedicou-se à meditação para buscar entender o motivo que
leva um Deus perfeito a permitir aqueles acontecimentos. Pela
meditação, pela submissão, pela humildade, Ela encontrou a verdade.

Imitando essa virtude: Muitas vezes Deus nos envia provações que
não compreendemos, portanto devemos seguir o exemplo de Nossa
Senhora e meditar os motivos que levam um Deus perfeito a permitir
essas provações, aceitá-las e saber oferecer todas as nossas dores a
Jesus em expiação dos nossos pecados, pelos pecados de todos e pelas
almas, unindo nossos sofrimentos aos sofrimentos de Jesus na Cruz.
Não devemos oferecer somente os grandes sofrimentos, devemos
oferecer também o jejum, fugir do excesso de conforto e prazeres e, na
medida do possível, oferecer alguns sacrifícios a Deus, seja no comer
(renunciar de algum alimento que se tenha preferência ou
simplesmente esperar alguns instantes para beber água quando se tem
sede), nas diversões (televisão principalmente), nos desconfortos que a
vida oferece (calor, trabalho, etc.), sabendo suportar os outros, tendo
paciência em tudo. É indispensável sorrir quando se está cansado,
terminar uma tarefa no horário previsto, ter presente na cabeça
problemas ou necessidades daquelas pessoas que nos são caras e não
só os próprios. Oferecer os sofrimentos, desconfortos da vida, jejuns e
sacrifícios a Deus pela salvação das almas. “Ó vós todos, que passais
pelo caminho: olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta”
(Lam 1,12).

Doçura Angélica: Nossa Senhora, é a Augusta Rainha dos Anjos,


portanto senhora de uma doçura angélica inigualável. Ela é a cheia de
graça, pura e imaculada. Ela pode clamar as Legiões Celestes, que estão
às ordens, para perseguirem e combaterem os demônios por toda a
parte, precipitando-os no abismo. A Mãe de Deus é para todos os
homens a doçura. Com Ela e por Ela, não temos temor.

Imitando essa virtude: A doçura é uma coragem sem violência, uma


força sem dureza, um amor sem cólera. A doçura é antes de tudo uma
paz, a manifestação da paz que vem do Senhor. É o contrário da guerra,
da crueldade, da brutalidade, da agressividade, da violência. Mesmo
havendo angústia e sofrimento, pode haver doçura. “Portanto, como
eleitos de Deus, santos e queridos, revesti-vos de entranhada
misericórdia, de bondade, humildade, doçura, paciência” (Col. 3,12).

Fé Viva: Feliz porque acreditou, aderiu com seu “sim” incondicional


aos planos de Deus, sem ver, sem entender, sem perceber. Nossa
Senhora gerou para o mundo a salvação porque acreditou nas palavras
do anjo, sua fé salvou Adão e toda a sua descendência. Por causa desta
fé, proclamou-a Isabel bem-aventurada: “E bem-aventurada tu, que
creste, porque se cumprirão as coisas que da parte do Senhor te foram
ditas” (Lc 1,45). A inabalável fé de Nossa Senhora sofreu imensas
provas: – A prova do invisível: Viu Jesus no estábulo de Belém e
acreditou que era o Filho de Deus; – A prova do incompreensível: Viu-O
nascer no tempo e acreditou que Ele é eterno; – A prova das aparências
contrárias: Viu-O finalmente maltratado e crucificado e creu que Ele
realmente tinha todo poder. Senhora da fé, viveu intensamente sua
adesão aos planos de Deus com humildade e obediência.
Imitando essa virtude: A fé é um dom de Deus e, ao mesmo tempo,
uma virtude, devemos pedir a Jesus como fizeram os apóstolos para
aumentar a nossa fé. Porém ter fé não é o bastante, é preciso ser
coerente e viver de acordo com o que se crê. “Porque assim como sem o
espírito o corpo está morto, morta é a fé, sem as obras” (Tg 2,26). Ter fé
é acreditar que se recebe uma graça muito antes de a possuir e é, acima
de tudo, ter uma confiança inabalável em Deus! “Disse o Senhor: Se
tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira:
Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá” (Lc 17,6).

Pureza Divina: Senhora da castidade, sempre virgem, mãe puríssima,


sem apego algum as coisas do mundo, Deus era o primeiro em seu
coração, sempre teve o corpo, a alma, os sentidos, o coração, centrados
no Senhor. O esplendor da Virgindade da Mãe de Deus, fez dela a
criatura mais radiosa que se possa imaginar. O dogma de fé na
Virgindade Perpétua na alma e no corpo de Maria Santíssima, envolve a
concepção Virginal de Jesus por obra do Espírito Santo, assim como sua
maternidade virginal. Para resgatar o mundo, Cristo tomou o corpo
isento do pecado original, portanto imaculado, de Maria de Nazaré.

Imitando essa virtude: Esta preciosa virtude leva o homem até o


céu, pela semelhança que ela dá com os anjos, e com o próprio Jesus
Cristo. Nossa Senhora disse, na aparição de Fátima, que os pecados que
mais mandam almas para o inferno, são os pecados contra a pureza.
Não que estes sejam os mais graves, e sim os mais frequentes. Praticar a
virtude da castidade, buscando a pureza nos pensamentos, palavras e
ações! Os olhos são os espelhos da alma. Quem usa seus olhos para
explorar o corpo do outro com malícia perde a pureza. Portanto,
coloque seus olhos em contemplação, por exemplo na Adoração, e
receba a luz que santifica. Quem luta pela castidade deve buscá-la por
três meios: o jejum, a fugida das ocasiões de pecado e a oração.
“Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho nem com o
fermento da malícia e da corrupção, mas com os pães não fermentados
de pureza e de verdade” (I Cor 5,8).
Os tempos fortes da Unos

Os tempos fortes são momentos intensos, programados ou não, da


graça de estar com o Senhor, de receber a Sua visita, elemento que
vitaliza todo o restante do caminho espiritual.

Nossa comunidade costuma discernir em oração uma palavra Rhema


para vivermos durante aquele tempo. Mas o que é um rhema?

Rhema é uma palavra e rhema bíblico é uma palavra bíblica dita por
Deus para quem a pede. Seja para um grupo ou individualmente, para o
trabalho, para a família ou situações específicas da nossa vida, para
viver com segurança, na certeza de que estamos no caminho de Deus –
que é o melhor para nós – precisamos rezar sincera e profundamente
com a Bíblia, a Palavra de Deus, abrir nosso coração, colocar diante Dele
a intenção e pedir que Ele e só Ele nos indique o caminho.

Aí então, abrimos a Palavra e a parte que tocar o coração, mesmo


que não seja tão compreensível de primeira, aqueles versículos serão o
nosso rhema. Deus fala, mas viver, colocar em prática cabe a cada um
de nós. Não adianta pedir para DEUS falar e fazer o que EU quero.

Nós também costumamos discernir que tempo estamos vivendo,


podendo ser 3, o tempo de contemplação, o tempo de compaixão ou o
tempo de missão, ou seja, o tempo que precisamos nos dedicar mais
aos estudos e oração (contemplação), o tempo que devemos nos
dedicar mais na vida fraterna e de caridade (compaixão), ou o tempo
que devemos nos dedicar mais à evangelização (missão), o que não
exclui as outras partes, mas indica qual área iremos intensificar ainda
mais, e a palavra Rhema pode indicar qual tempo estamos vivendo.
O que é um membro, um amigo, e um voluntário?

Nos nossos tempos, e pelo carisma da Unos nos chamar a unidade


com outros movimentos e comunidades, surgiu um chamado no nosso
carisma de possuirmos três elos. O Primeiro elo, o dos membros, tanto
os de vida como os de aliança, esses são parte do carisma, são membros
com compromissos na comunidade e fazem parte da comunidade.

O Segundo elo, é o dos amigos, esses não são membros da


comunidade, são pessoas que se identificam com o carisma, mas
pertencem a outros movimentos, pastorais ou comunidades, e querem
fazer uma experiência por um ano com um compromisso de ajuda,
assim enriquecem o carisma com suas experiências mas também
podem enriquecer o próprio movimento ao qual participa. Podem
renovar anualmente se assim desejarem.

O Terceiro e último elo, é o do voluntário, ou também chamado,


servo, é aquele que quer ajudar mas não tem a disponibilidade de servir
o ano inteiro com um compromisso, mas consegue servir em um ou
outro encontro, assim podendo manter seus compromissos no seu
grupo e ajudar o carisma Unos.

Existe uma diferença muito grande entre ser membro da


comunidade, ser amigo da comunidade ou ser um voluntário, como
viram, são três elos diferentes, e isso é importante ser reconhecido.

O Membro: é aquele que assume o estilo de vida, o carisma e as


regras da comunidade de forma voluntária e permanente. Os membros
assumem a vivência mais radical da consagração a Deus feita no
Batismo e na Crisma, em função do apostolado, numa vida em
comunidade, conforme o estado de cada um dentro de um carisma
próprio.

Os membros de uma comunidade podem viver o carisma oferecendo


sua vida na forma de dedicação integral, que é o caso da comunidade de
vida, ou na forma de dedicação parcial, que é o caso da comunidade de
aliança, que iremos dedicar um capítulo para cada uma delas.
Não são como os amigos ou os voluntários, o membro não é um
voluntário, o membro faz parte do carisma, seja da comunidade de vida
ou da de aliança, fazem uma promessa definitiva, ou seja, para sempre,
e para isso assumem um compromisso com a regra de vida da
comunidade, com seus deveres, direitos, com os compromissos, e
assumindo o estilo de vida no carisma.

Os Amigo: Apelidados de Servos do Apostolado, são todos aqueles


que, mesmo pertencendo a uma determinada Paróquia, Pastoral,
Movimento ou comunidade, se identificam com o carisma e querem
ajudar a Comunidade a realizar sua missão em seus diversos trabalhos e
apostolados.

Os amigos não assumem o estilo de vida da comunidade, mas


assumem um compromisso temporário com a comunidade, com um
termo de compromisso de voluntariado de um ano, e podem além de
ajudar na evangelização, podem ajudar com sua profissão para a
comunidade ou para a população, de forma voluntária ou com um valor
reduzido, entre esses apoios temos os psicólogos, advogados,
contadores, professores, médicos, nutricionistas, entre outros.

Os Voluntário ou Servos: São todos os servos que desejam ajudar a


comunidade em nossos eventos, apostolados e retiros, mas não
dispõem de um tempo muito oportuno para conseguir realizar um
compromisso com a comunidade por um ano, por isso não assumem um
compromisso, apenas assinam um termo de voluntariado em cada
projeto, evento ou retiro em que forem servir.

Geralmente servem na acolhida, na lanchonete, na livraria (lojinha),


na animação, e pode haver voluntários que queiram ajudar a associação
ajudando nas artes, no site, no blog entre outros, assim como os amigos
da comunidade.
Os Sinais da Comunidade

A Comunidade Unos tem um sinal próprio, é uma cruz trevolada com


medalha no meio que chamamos de Unita, porque a proposta da cruz
trevolada é revelar a Trindade e sua unidade.

A cruz trevolada tem em cada ponta uma finalização em forma de


trevo que lembra a Santíssima Trindade. Ao centro do objeto existe uma
Cruz de Malta que é formada por quatro pontas que apontam para o
centro e oito pontas externas que simboliza a regeneração.

Esta cruz foi símbolo dos Cavaleiros de São João, que foram levados
pelos turcos de Rodes para a Ilha de Malta. Na Ilha de Malta o apóstolo
Paulo naufragou. Sua forma de quatro pontas de flecha apontando para
o centro faz dela uma cruz de meditação.

Nossa variação é a junção de uma medalha com as pontas da cruz


trevolada dando 6 centímetros, e podem ser de madeira para as fases
iniciais ou de metal para as fases aprofundadas ou permanentes.

Na frente possui o ícone da Unidade da Trindade, Sinal da Unos, que


é formado pelas duas mãos de Deus Pai a Cruz do Filho e o Espírito
Santo na cruz, formando Jesus Misericordioso, revelando assim nosso
Carisma, e atrás pode ter um dos desenhos a seguir, dependendo da
fase.

Imagem 1 - Uma cruz, com um círculo no meio, soltando raios da


misericórdia e o coração crucificado de Jesus no meio do círculo.

Imagem 2 - O coração de Jesus com 3 chagas e 3 gotas de sangue e o


coração de Maria com 7 espadas.

Imagem 3 - Imagem de Maria Virgem Santificadora, que é uma das


devoções da comunidade, essa arte é reservada apenas para a
comunidade de vida ou de aliança dos que já fizeram a oferta de vida.
Os nossos sinais possuem cordões com cores e nós específicos para
cada fase. As cores também servem para distinguir a comunidade de
vida e a Comunidade de aliança, e os nós são relacionados com as
promessas feitas no carisma.

Aspirantes: usam um cordão branco, representando seu desapego, e


possuem três nós que representa os três conselhos evangélicos, é dado
no segundo ano de formação,

Vocacionados: usam um cordão cinza, que representa a morte para o


mundo e para o pecado, e tem os 3 nós que são os três conselhos
evangélicos.

Postulantes: Usam um cordão preto, que representa o luto de todo


pecado cometido, pedindo a reflexão para a mudança de vida, possui os
10 nós que representam as 10 principais virtudes de Maria

Discípulos: Usam um cordão azul marinho que representa a água do


batismo ao qual irão assumir mais radicalmente, possui 10 nós que
representam as 10 principais virtudes de Maria

Discípulos de configuração: Usam um cordão vermelho que representa


o Sangue de Jesus Cristo, 10 nós que representam as 10 principais
virtudes de Maria.

Comunidade de vida: Usam o cordão marrom, que representando a


pobreza que assumiram, imitando a cor das roupas dos franciscanos e
carmelitas, usam os 10 nós que representam as 10 principais virtudes de
Maria.

Comunidade de aliança: Usam o cordão branco, representando a Luz


que devem ser no mundo, usam os 10 nós que representam as 10
principais virtudes de Maria

Os membros devem usar a todo momento os sinais?

A resposta é que sim, principalmente o comunidade de aliança, que é


chamado a ser sinal no mundo, precisamos usar em eventos,
casamentos, cerimônias, é sinal de pertença e do nosso compromisso
com o carisma, como uma aliança é sinal do seu compromisso com
Deus. Porém há momentos que podemos retirar por causa de
precauções. Ao entrar na piscina, para dormir, para tomar banho, para
fazer exercícios físicos, nesses momentos pode-se retirar para evitar que
estrague o sinal ou até mesmo que ele machuque você.

Quando recebemos, devemos beijar nossa cruz assumindo-a como Jesus


aceitou sua cruz. E todos os dias, antes de usarmos, somos convidados a
darmos um beijo e repetir a seguinte frase: “Obrigado Senhor por me
chamar a Ser Sentinela da Esperança"Essa oração é um agradecimento a
Deus por nos chamar a servir a Ele em tudo.

A cerimônia de entrega e de troca de sinais, é realizada em uma santa


missa, e chama-se os que receberão os sinais, e eles são revestidos da
cruz com uma imposição.

Processo vocacional e o os meios de servir

Todos que desejam discernir sua vocação com a Comunidade


Católica Unos, precisam primeiro seguir alguns critérios e regras para
que possam discernir de forma concreta.

Discernimento vocacional

Nosso processo vocacional começa com uma aproximação do


candidato ao nosso carisma, essa aproximação se dá com os encontros
vocacionais, geralmente, abrimos duas turmas, uma em Março e uma
em Novembro.

Os encontros vocacionais, começam com a inscrição nos encontros


do ano referente, onde cada pessoa irá colocar seus dados,
informações, história de vida, retiros, sacramentos, e outros aspectos,
que irão nos auxiliar a identificar os candidatos aptos para participar do
vocacional naquele tempo, devem ser pessoas de 18 anos, para
menores de idade a partir de 16 anos, devem pedir uma declaração por
escrito de seus responsáveis, autorizando a participação, essa
declaração deve ser registrada e comprovada.
Quem não for selecionado em uma sessão, poderá refazer a inscrição
um outro encontro, pois não ser aceito nesse primeiro momento não
significa que não tenha o carisma, mas o candidato pode perguntar pelo
email que realizou, se há algo que precisa fazer para que possa ser
aceito no próxima turma, ou e pedir assim, um acompanhador que lhe
possa ser um guia para o caminho vocacional.

Os que forem aprovados terão um primeiro encontro com toda a


turma, há somente duas turmas por ano que serão acompanhadas por
aproximadamente um ano, nesses encontro irá ser explicado como
funciona o processo do caminho vocacional, onde iremos explicar que
os encontros vocacionais são realizados mensalmente, e que há
formações mensais sobre o carisma, a comunidade e a missão, onde
todos terão um formador geral, ou seja, para toda a turma, e um
formador pessoal, haverá um manual para o caminho de formação
vocacional onde será abordado os temas.

Normalmente os encontros vocacionais contam com um número


específico de participantes dependendo da quantidade de membros de
pelo menos 3 anos no carisma. Os encontros contam com Formações,
pregações, momentos de oração, momentos de deserto e partilha em
grupos após os momentos importantes da pregação.

Se a pessoa manifestar esse desejo de participar da comunidade,


precisa verificar se já teve um retiro de experiência de oração e um
Seminário de Vida, se sim, dá seguimento no processo vocacional, se
não, deve indicar um retiro de primeira experiência e/ou um seminário
de vida, sendo realizado ou não pela comunidade.

O candidato participará também do Retiro Redenção caso não tenha


participado ainda, que é um retiro que é feito principalmente para o
Carisma Unos, é onde começam a se unirem ao chamado do carisma
através do encontro com Deus e irá participar de um retiro vocacional.

A pessoa precisará participar de um grupo de Ágape e participar de


um acompanhamento vocacional por um período de até três anos que
se dará através de encontros vocacionais mensais e receberá uma
formação pessoal de pastoreio, devendo ter um encontro mensal com o
formador, para discernir o carisma, o chamado e a vocação da pessoa
para a comunidade, e assim também deve ver se a pessoa está pronta
ou não para ingressar no carisma.

Os encontros vocacionais acontecem em três momentos, o primeiro


é a formação mensal, o segundo o encontro, é o encontro com o
formador pessoal com a frequência determinada, e o terceiro nos
momentos de oração e dinâmica com o formador geral.

Os encontros vocacionais duram por um ano, neste tempo podem


haver retiros vocacionais abertos ou fechados, porém todo ano,
finalizamos o vocacional daquela turma com um retiro vocacional
fechado daquela turma. Onde aqueles que querem dar um passo além,
fazem o pedido de entrada no aspirantado da comunidade.

Os candidatos deverão ter pelo menos a presença em um evento


aberto como o Redenção, e uma frequência de pelo menos 70% dos
encontros vocacionais.

Durante o tempo de encontros vocacionais, vão sendo trabalhados


aspectos sobre o carisma da comunidade, mas é um tempo totalmente
focado na formação humana e cura interior, sendo assim, são abordados
principalmente a história pessoal de santificação, a cura da
autoimagem, a formação da Teologia do Corpo, e temas relacionados.

Critérios para a comunidade de vida:

● A pessoa precisa estar trabalhando e responsabilizando-se pelo


seu sustento, ao menos até o momento onde adentra na
comunidade de vida;

● Se namorando, não deve viver amasiado, deve se comprometer


a viver a castidade e caso necessário, deve regularizar o quanto
antes a vida conjugal antes de adentrar na comunidade;
● Deve ter a idade mínima de 18 anos e a idade máxima de 35
anos.

● É necessário estar cursando ou ter concluído o ensino médio;


● A pessoa precisa viver a castidade e buscar maturidade e
equilíbrio afetivo e sexual;

● A pessoa precisa ter uma vida de oração, cultivando o seu


relacionamento com Deus;

● Deve morar a no máximo 5 horas de distância da sede da


Comunidade ou de uma das suas casas de missões ou células
comunitárias;

● A pessoa deve ter os sacramentos da iniciação cristã concluídos


(Batismo e Crisma).

Critérios para a comunidade de aliança:

● Os membros da Comunidade de Aliança podem realizar um


encontro vocacional online. Para o vocacional a distância, deve
haver o comprometimento de frequência de pelo menos 70%
nos encontros agendados com o formador geral.

● Deve manter uma comunhão com a comunidade de vida,


participando de convivências e retiros e no caso dos membros a
distância devem se comprometer em visitar a sede da
comunidade ou uma casa de missão ao menos uma vez por ano,
ou participar de ao menos um encontro por ano até sua oferta
de vida.

● A pessoa precisa participar da sua Comunidade Paroquial, no


mínimo, há dois anos. Ex: Catequese, Pastorais e Movimentos;

● Deve trabalhar e ser responsável pelo seu sustento;

● A pessoa precisa viver a castidade dentro do seu estado de vida


e buscar maturidade e equilíbrio afetivo e sexual;

● Se namorando, deve se comprometer em não viver amasiado,


deve se comprometer a viver a castidade e caso necessário,
deve regular o quanto antes a vida conjugal;
● A pessoa precisa ter uma vida de oração, cultivando o seu
relacionamento com Deus;

● Se vive entre 3 a 5 horas da Sede, de uma missão ou célula,


deve se comprometer em fazer um esforço para participar das
atividades no mínimo mensais da comunidade.

Graus de pertença do caminho formativo:

Aspirantado: o aspirantado é um tempo de experiência com o


carisma e a comunidade, dura entre 2 a 3 anos de experiência e tem um
tempo mínimo de um ano iniciando com o retiro vocacional aberto,
onde o primeiro ano onde fizeram os encontros vocacionais pode ser
contado se assim o formador geral decidir que é viável.

Neste período aprendem sobre a história da comunidade, o carisma,


a missão, recebem orações por cura e libertação, sobretudo cura
interior e da vida afetiva de cada um, neste período pode-se estudar
este manual e principalmente o documento “Gaudete Et Exultate” do
Papa Francisco.

São acompanhados por um formador pessoal durante todo o


processo formativo na comunidade para, na escuta da vontade do
Senhor, discernir sobre o chamado à Vocação da comunidade Unos ou a
uma outra Vocação na Igreja, e sobre o tempo de amadurecimento
necessário para dar o passo concreto em direção ao ingresso no
vocacionado. Este período é o momento onde a pessoa ainda está em
discernimento, como mencionado acima, os encontros e as formações
são mensais, e o formando precisa receber as formações humanas como
ponto principal, sobretudo a Teologia do Corpo, a Afetividade e a
História pessoal.
Vocacionado: após o discernimento de prosseguir no caminho
formativo da comunidade, o candidato agora passa a ser vocacionado
no carisma Unos como membros de aliança transitória, ou seja, no
momento não são nem comunidade de vida e nem são comunidade de
aliança definitivos. E estão na etapa inicial de formação com duração
mínima de um ano e máxima de três anos.

São membros da comunidade em fase de formação inicial, e tendo


consentimento do seu formador, podem ser chamados para realizarem
algumas missões sempre acompanhados de algum membro mais
experiente, e as formações e os encontros são mensais.

Neste tempo de formação, além da dimensão missionária da


comunidade, é trabalhado o estilo de vida da comunidade pela vida de
oração, vida fraterna e os dogmas. Podem ser usados alguns livros para
serem auxílios nesta fase formativa, como o documento do Papa
"Evangelii Gaudium", o livro castelo interior, a História de uma Alma, e
este manual. Deve ser incentivada a oração da Lectio Divina todos os
dias e a oração do terço diariamente.

Postulante: tendo sido aprovado para a próxima etapa


vocacional, passará a ser membro Postulante, onde já pode assumir
adentrar na comunidade de vida ou na comunidade de aliança, esse
discernimento deve ser discernido junto do formador pessoal no ano
anterior a esse grau, agora as formações são formadas para a
Comunidade de Vida e a de Aliança, onde as formações da comunidade
de vida são semanais, e as formações da comunidade de aliança são
mensais, além de que deve haver uma formação para comunidade de
vida e para a de aliança, juntos algumas vezes.

Neste período estuda-se mais de forma mais profunda sobre a


comunidade, sobre a igreja e o magistério, estuda sobre as promessas
definitivas chamadas de oferta de vida, sobre os estatutos da
comunidade, os escritos do fundador, a história dos cofundadores, a
tradição da comunidade, para esse período é recomendado livros sobre
São Padre Pio, o Diário de Santa Faustina, a leitura do catecismo ou
livros sobre o magistério, os próprios estatutos e documentos da
comunidade. Este período dura no mínimo um ano e no máximo dois
anos, e deve ser acompanhado pelo formador pessoal para ajudar
principalmente a entender a tradição e a estrutura da comunidade sem
perder a espiritualidade e a vida de busca de santidade.

Discípulo: após a etapa anterior, se aprovado, o membro faz suas


primeiras promessas temporárias com tempo mínimo de um ano e
meio, é um tempo para discernimento, e preparação para a promessa
definitiva denominada oferta de vida. Neste período é realizado
formações focadas na espiritualidade da comunidade, na missão,
doutrina e na cristologia.

Como material de apoio pode ser usado livros de cristologia, este


manual, recomendo em especial o livro do Padre Françoá “Jesus Cristo,
o Único Salvador”. Nesse período o formador pessoal deve acompanhar
se o candidato tem condições para assumir uma vocação permanente,
se há ainda alguma cura a ser realizada, se o candidato precisará de
mais tempo, se tem dúvidas sobre a vocação, é momento importante,
não pode ir para a próxima etapa com essas questões em aberto. O
tempo máximo que se pode esperar nessa fase para uma resposta
definitiva é de quatro anos.

Discípulo de configuração: tendo finalizado o período


anterior e não tendo nenhum impedimento, o membro fará um período
de no mínimo 6 meses de discipulado de configuração, com promessas
temporárias, revisando tudo que viu durante os anos de formação,
sobre si mesmo, sobre as dimensões apresentadas nas formações, este
período vai do dia 25 de setembro até o dia 25 de fevereiro do ano
subsequente.

Deverá participar de um retiro de silêncio, onde irá se preparar


espiritualmente para a oferta de vida, e realizar os exercícios espirituais
propostos pelo formador pessoal.

Antes da oferta de vida, o formador pessoal deve encaminhar ao


formador geral e ao conselho as suas anotações sobre o candidato
dizendo se está apto para assumir a vocação na comunidade Unos, essas
anotações serão juntas a todos os membros candidatos e em reunião
com o conselho, irão discernir os que estão aptos para assumirem a
vocação ou os que precisam de mais um tempo. O Presidente pode
também, para discernir melhor, pedir antes da reunião do conselho,
realizar entrevistas com alguns candidatos em que gostaria de ter maior
discernimento sobre o estado da pessoa.

No caso de discernimento do membro ou do conselho, de que o


mesmo ainda não está pronto para o compromisso definitivo, a
permanência, se estende por um ano, podendo ser repetida apenas
mais 3 vezes para discernimento, ou seja, após os 6 meses naturais do
discernimento, pode-se ficar mais 1 ano em discernimento do chamado.

No caso de um vocacionado, seja em qual fase estiver, se desligar e


quiser retornar ao processo vocacional, deverá esperar por um ano a
contar do dia de seu desligamento, iniciando a partir do estado de
aspirante, por já ter passado pelo processo de aproximação na
comunidade.

Oferta de vida: após a etapa anterior, vem a promessa definitiva


na forma de oferta de vida, que se dá ordinariamente no dia 25 de
Março por relacionar-se ao carisma, por ser o dia da Encarnação de
Cristo. Este também é o dia da renovação anual da promessa definitiva,
assim como das promessas temporárias.

Após a oferta de vida, o membro não para suas formações, passa


agora a ter formação permanente, todos os membros precisam se
comprometer em formar-se pessoalmente, são acompanhados por
algum formador pessoal, e devem participar das formações mensais
permanentes da comunidade.

As ofertas de vida devem acontecer ordinariamente em uma missa


solene, para os compromissos e ofertas de vida temporárias pode-se, no
caso de impossibilidade, realizar no formato de uma cerimônia com
palestra e oração pelos membros com a imposição dos sinais, esse não é
um ato ordinário, e para o mesmo deve haver a autorização da
presidência e do diretor espiritual da Comunidade.

A qualidade de membro Definitivo se perde por renúncia a ser


comunicada ao Presidente por escrito e com a indicação das
motivações, por demissão efetuada pelo Presidente, com o
consentimento do Conselho Geral, em razão de comportamentos
gravemente contrários ao Estatuto bem como ao diretório e Regra de
Vida da Comunidade Unos, que neste caso, o Presidente deve
previamente notificar as acusações ao interessado e dar-lhe a
possibilidade de expor eventuais razões em sua própria defesa.

A qualidade dos membros Vocacionados e Temporários se perdem


por renúncia a ser comunicada ao Presidente por escrito e sem a
necessidade de indicação das motivações, demissão efetuada pelo
Presidente, com o consentimento do Conselho Geral, sempre que for
julgado não idôneo a assumir a qualidade de membro Definitivo, que
neste caso, o Presidente também deve previamente notificar ao
interessado e dar-lhe a possibilidade de expor eventuais razões em sua
própria defesa.

Cada membro que decidir por se demitir ou for demitido será


circundado pela presença e apoio, na medida da possibilidade da
Comunidade Unos e pela oração de todos. Todavia esse membro não
poderá reclamar qualquer indenização ou compensação pelo seu
apostolado ou pelo tempo em que permaneceu na Comunidade,
garantindo-se a ele todos os direitos decorrentes do período em que se
manteve associado, em especial o tempo de recolhimento
previdenciário, para fins de futura aposentadoria. Com a renúncia ou
demissão cessam os compromissos do membro para com a Comunidade
Unos e vice-versa.

Os membros que pedirem uma renúncia têm um período de 3 meses


para discernir e reconsiderar, caso contrário deverá seguir com o
procedimento conforme orientado acima.

A Unos e o Charis

A comunidade encara o Charis como uma confirmação do seu desejo


de união com a Renovação Carismática, desde que foi fundada a
comunidade em 2017, o fundador Igor e o cofundador Marcio (Poti)
diziam “não queremos estar separados da Renovação Carismática
Católica”, em 2019 fomos confirmar essa unidade com o Charis quando
eu e o Poti fomos falar com o coordenador da Rcc Maringá, e quando o
Papa instituiu o Charis, realizou-se então essa unidade.

Temos o cadastro no Charis internacional e no Charis nacional,


participamos da comissão sul 2 que corresponde ao estado do Paraná.
Nosso fundador inclusive tem auxiliado as comunidades do Sul 2,
colocando-se à disposição do representante das novas comunidades
para o Sul 2, ajudando-o naquilo que necessita.

A Unos e a Renovação Carismática Católica

Somos nascidos não apenas da corrente carismática, mas da


Renovação Carismática, um dos meus sonhos enquanto fundador, é ver
um dia a comunidade Unos ser reconhecida como família carismática da
Renovação Carismática Católica do Brasil, como a Canção Nova foi
reconhecida como família Salesiana, pois somos realmente filhos da
Renovação Carismática.

Sabemos que são situações diferentes, mas enquanto fundador da


Comunidade Unos, sinto que a nossa comunidade comunga de uma
união com a Renovação, sendo como uma comunidade nascida da
Renovação mas que não pode perder o laço de unidade com a
espiritualidade mãe, que é a RCC.

Falo a todos os membros, somos filhos e amamos a RCC Brasil, ainda


que oficialmente não somos reconhecidos como tal, espiritualmente
sinto que a Unos é uma unidade com a própria RCC Brasil, mesmo
possuindo um carisma próprio, uma missão própria, e uma vocação
própria, valorizamos e amamos a casa de onde surgimos.

Eu categorizo-nos, como os Jovens Sarados são para a Canção Nova,


como as irmãs, filhas da caridade são para a Canção Nova através dos
Jovens Sarados. São carismas dentro de um carisma já existente, é assim
que vejo a realidade da Unos e da RCC.

A Unos e a Igreja Diocesana

Nossa comunidade ainda não tem um reconhecimento diocesano,


estamos na espera de uma oportunidade de conversar com nosso
arcebispo Dom Frei Severino Clasen. No momento em que estamos
agora, ainda não é prudente pedir um reconhecimento canônico pois o
carisma ainda está sendo discernido e descoberto, porém queremos
manter unidade com a diocese de alguma forma, portanto, quando
houver a possibilidade, gostaríamos de apresentar ao arcebispo o nosso
carisma, nosso apostolado, mas para isso é necessário que coloquemos
em prática e vivamos o nosso carisma.

Também estou em busca de um diretor ou assessor espiritual para


nos ajudar a discernir o que a comunidade é chamada a ser e como
pode integrar-se na diocese de forma filial e obediente, queremos pedir
para aprender a ser filhos da igreja, unidos ao bispo, ao clero e unidos,
queremos permanecer.

Em outras dioceses a comunidade sempre deverá obediência


também aos bispos locais, nossa marca é a Obediência e a Unidade,
caso sejamos requisitados em uma diocese, seja para um evento ou
para uma abertura missionária, primeiro devemos pedir ao bispo desta
diocese através da hierarquia.

Como Unos, temos uma profunda reverência e respeito à hierarquia


da Igreja, a começar pelo Papa, e os bispos em comunhão com ele, e os
padres em comunhão com o bispo, assim como quando formos
evangelizar em uma diocese, devemos pedir que aquele que nos
convidar, que informe ao bispo que estaremos indo evangelizar, para
nos colocar à obediência dele.
Não devemos jamais agir como comunidade sem obediência e
reverência ao bispo local, lembre-se da frase “aquele que obedece se
santifica mais do que aquele que tudo faz por vontade própria”. Onde
não pudermos agir como comunidade, no sentido de falta de acolhida
do pároco ou de um bispo, podemos nos manter como família espiritual
e buscar o diálogo.

Recentemente a diocese aprovou a criação de uma comissão para os


movimentos e novas comunidades carismáticas na qual, a unos deverá
estar cadastrada e unida para não sair fazendo o que quer mas sim o
que Deus inspirar.

A Unos e as Células e grupos de amigos

Havendo membros fora da diocese, como também amigos, e nesta


diocese a comunidade ainda não existir, os membros podem
organizar-se em células e em grupos de amigos, para isso precisam da
autorização de algum padre e do bispo local para que possam realizar
algumas de suas atividades possíveis, retiros de espiritualidade,
pregações e missões.

Podem se reunir para rezar e conviverem, porém, busquem sempre a


unidade com a Igreja, peçam a permissão, as células não são “cartas de
alforria" que dá aos membros uma autorização para se organizarem em
qualquer lugar sem a unidade com o pároco e o bispo. Ao contrário, a
célula é o modo de organização de onde não há casa de missão, centro
de evangelização ou comunidade de vida.

Quem não receber a autorização, serão considerados como grupo de


amigos, e que não podem evangelizar como comunidade Unos naquele
território, mantendo a obediência ao padre e ao bispo, os grupos de
amigos, se reúnem para rezar, conviver e receber formações online, mas
não atuam naquela diocese, os que se tornarem membros da
comunidade, servem onde há uma casa de missão mais próxima, por
exemplo, se em Londrina não há comunidade e o bispo não quiser o
carisma lá, e houver apenas em Maringá, os membros de Londrina não
vão desobedecer o bispo, lá, serão apenas amigos, e atuarão apenas em
Maringá, mesmo que morem em Londrina.

Mas não tenham medo, busquem o diálogo, se um padre ou um


bispo não permite a abertura de uma célula da comunidade unos, ou
mesmo não permitir uma casa de missão, peça para dialogar, para saber
o motivo, peça para realizarem ao menos um terço semanal, vá aos
poucos tentando entender os motivos e mostrar os benefícios do
carisma, não busque afrontar, mas sim, acolher. E peço que todo padre
que vos impedir, vocês o acolham como filho espiritual, rezando por ele
em todas as Eucaristias e em suas orações pessoais.

As células não são como casas de missão, são grupos que se


reconhecem como união espiritual da comunidade, se concretizam em
cidade e diocese onde não existem casas de missão ou comunidade de
vida Unos. Ao se identificar pessoas dessa localidade, sejam elas amigas
ou membros de aliança e desejarem levar o carisma para mais perto, é
necessário conversar com um sacerdote sobre sua instalação e com a
permissão do bispo local inicia-se o trabalho de capacitação e
experiência com o carisma através das células.

No manual de células e missões será explicado como são as fases


para a implantação e como funciona o processo de formação,
evangelização e até de transição de uma célula para uma Casa de
Missão com maiores detalhes.
Vida espiritual Unos
Ser Santo Jovem, com os Jovens e Para os Jovens!

O primeiro movimento que surgiu em mim antes da fundação desta


Comunidade, foi um ardor pela santidade, meu lema era “Serei um
santo Jovem, com os Jovens e para os Jovens” e batalhava todos os dias
para isso. Mas confesso que com o tempo passei por graves crises, e
perdi o ânimo. Porém, algumas graças me aconteceram que recobrei o
ânimo e a esperança, uma delas foi conhecer o livro “Ser ou não ser
Santo, Eis a questão” que trata sobre todo o caminhar espiritual, uma
outra foi o livro do Monsenhor Jonas Abib “Geração PHN” que me
ajudou a resgatar o ânimo e a esperança de ser santo, e o próprio
Acampamento PHN ao qual fui neste ano de 2023.

A santidade não está longe, basta que busque a Deus com


sinceridade de coração, e Ele se deixará encontrar. Pense “Quem é
Deus? Ele criou o Universo? Ele sustenta o Universo? O que é a
Verdade? Ele é a Verdade? Qual verdade Ele revela?” Amados, Deus é a
Verdade e nos traz a verdade de que Somos Amados por Ele, sem
nenhuma condição, para sempre, Ele te ama infinitamente, Ele te ama
eternamente. Nunca te Deixará de Amar.

Mas pensando nisso, como posso ser santo na comunidade Unos?


Falei muito sobre santidade no começo deste manual, mas qual o
caminho? Repito o que disse no começo. Não fomos unidos para fazer
evangelização ou só para convivermos juntos, não mesmo! Fomos
unidos aqui para sermos santos, e santos Jovens, com os Jovens e para
os jovens, essa é a nossa missão.

Não somos uma fraternidade universitária, que só convivem juntos,


que partilha os dias, nem mesmos somos uma comunidade de serviço
ou apostolado, que existe para apenas evangelizar e realizar obras, não
somos também uma comunidade de espiritualidade que só se une para
rezar e realizar práticas devocionais. Somos um CARISMA, uma
comunidade que precisa da vida fraterna, do apostolado e da
espiritualidade para que cheguemos até a SANTIDADE. Este é o nosso
objetivo final, sermos santos.
Quando falamos de santos jovens, não dizemos de idade, mas de
coração jovem, o Papa Francisco diz na Exortação Sinodal Christus Vivit
que “Deus não gosta de velhos”, isto é, homens e mulheres que vivem
no pecado, no homem velho, no espírito velho, no saudosismo e vivem
na tristeza, os verdadeiros santos, são as pessoas alegres e que sempre
transmitem essa alegria. O Papa diz na Exortação Apostólica Gaudette Et
Exultate, algumas características sobre a santidade no mundo atual. O
papa diz “Você não precisa ser padre ou uma freira para ser santo” e diz
“Você é um jovem que está estudando? Seja santo na sua faculdade.
Você é um pai de família? Seja santo na educação dos seus filhos. É um
trabalhador? Seja santo desempenhando bem seu trabalho.”

No livro Ascese eu repeti a frase do filme Karatê Kid de 2010, que


retrata bem o que é a santidade, “O Kung-fu está na forma de tirar
casaco, de botar casaco, e na forma como tratamos as pessoas, porque
tudo é Kung-fu” podemos entender isso substituindo a palavra
“Kung-fu” por “Santidade” e ficaria assim “A Santidade está na forma de
tirar casaco, de botar casaco, e na forma como tratamos as pessoas,
porque tudo é Santidade” e de fato, santidade não é uma ação, mas um
estilo de vida, não é um misticismo ou um conceito filosófico, é algo
prático e vivido por cada um de nós.

Quero neste manual, ampliar o conceito de santidade. Santidade é


amadurecer, é sair do vitimismo, do relativismo e da auto-referência. Os
santos olham para o mundo e pensam “Deus, Eis-me aqui, Ama-me”
mas os santos cumprem seu dever, sem esperarem nada em troca, não
se sentem frustrados se não recebem atenção das pessoas, querem
servir as pessoas, cumprir seus deveres. Não estão buscando ser
melhores que os outros, isso não é santidade, é atitude de adolescente
que ainda não cresceu. O Santo faz seu dever porque é seu dever.

O Santo não Exige que o mundo o sirva, o santo entende que


ninguém lhe deve nada, mas que ele sim, ele deve ofertar-se e doar-se
pelos outros, pois é humilde e reconhece sua pequenez.

O Santo está sempre servindo, sempre buscando ser útil, sempre


aprende habilidades úteis para servir seus irmãos, o santo olha pra sua
história e não foge dela, ele a acolhe, a aceita, e se este fosse seu último
dia de vida, Ele acolheria como uma vida ofertada.
O Santo está sempre buscando a verdade, Santo Agostinho,
procurando a verdade disse ao encontrar Deus “Tarde te amei” os
santos vivem um caminho conhecer e agindo com a verdade.

Somos todos chamados a santidade, o santo é maduro, o santo não


espera ser servido, mas serve. Sem nada querendo em troca. Não existe
o “eu” para o santo, existe o “próximo” e existe “Deus”, que é fonte e
centro de sua vida.

Nossa Espiritualidade nos direciona um caminho próprio, nos


ensinando como devemos trilhar esse caminho de santidade. A
passagem que norteia nossa espiritualidade está contida em João
17,1-21, Vou trazer os fundamentos, trazendo cada trecho dessa
passagem, que à luz do Carisma, vai dar o norte do nosso caminho para
a santidade. Esse será o modo como vamos nos unir a Deus.

“Jesus afirmou essas coisas e depois, levan­tando os olhos ao céu,


disse: “Pai, é chegada a hora. Glorifica teu Filho, para que teu Filho
glorifique a ti; e para que, pelo poder que lhe conferiste sobre toda
criatura, ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe entregaste. Ora,
a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e
a Jesus Cristo que enviaste.”

Jesus nos diz que Deus o glorificou para que todos pudessem ter a
vida eterna, a Santidade, que consiste em conhecer a Deus, e a Jesus
Cristo o seu único Filho, e reconheça que é o Seu Salvador. Deus nos
amou tanto, que Enviou seu Filho Único, por amor a nós. Por nós foi
morto numa cruz. Essa foi a Tamanha Misericórdia. Devemos conhecer a
Cruz de Cristo, Sua Morte, Devemos conhecer sua vida narrada na
Palavra, Devemos conhecer Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

“Eu te glorifiquei na terra. Terminei a obra que me deste para fazer.


Agora, pois, Pai, glorifica-me junto de ti, concedendo-me a glória que
tive junto de ti, antes que o mundo fosse criado”.

A obra que Jesus diz é o anúncio da palavra, a manifestação do Nome


de Deus sobre as pessoas, o convite à conversão e arrependimento dos
pecados. Jesus literalmente perdoava os pecados dizendo “Vá, os teus
pecados estão perdoados, não tornes a pecar” e anunciava o Reino. O
Reino de Deus é de misericórdia e Justiça. Sua Obra se conclui na cruz,
mas como diz a passagem curou os leprosos, os cegos voltaram a ver, os
coxos podem andar, os mortos voltam à vida, e os surdos voltam a
ouvir” (Cf; Mt 11:5 e Is 35:5).

“Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram


teus e os deste a mim e guardaram a tua palavra. Agora eles
reconheceram que todas as coisas que me deste procedem de ti.
Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste e eles as
receberam e reconheceram verdadeiramente que saí de ti, e creram
que tu me enviaste.”

Deus nos deu a Palavra, Jesus é a Palavra, e nós devemos ter


intimidade com Ela por toda a vida. Jesus é a Palavra. Cremos em Jesus
Cristo, Deus Verdadeiro de Deus Verdadeiro.

“Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles
que me deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu, e tudo o que
é teu é meu. Neles sou glorificado.”

Vivemos em Cristo, em nós, em nossas obras, em nossas atitudes,


Jesus deve ser glorificado todos os dias. Como agiria Jesus nas situações
em que vivemos? Estamos glorificando Jesus? Ou estamos ofendendo a
Ele? Se a resposta foi que estamos ofendendo, Jesus, Precisamos rever
nossa vida e começar a glorificar a Ele.

“Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu,
porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que
me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós.”

Somos chamados a Pedir a Deus Pai que nos faça conhecê-Lo, e


temos o dever de começar nos aproximar de Deus, para que sejamos
um. Não há união sem amor, e ninguém ama o que não se conhece.

“Enquanto eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, que


me incumbiste de fazer conhecido. Conservei os que me deste, e
nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se
cumprisse a Escritura. Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta
oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude
da minha alegria.”

O Santo é Alegre, mas não a alegria passageira, e sim, participantes


da alegria que vem do próprio Cristo. Nunca parou para perceber que, é
muito mais feliz aquele que se entregou e se encontrou com o Cristo, do
que aquele que acha que se encontrou mas na verdade ficou prezou em
seus próprios conceitos e pensamentos? A felicidade não é um
sentimento, a felicidade é a participação da Alegria eterna de Deus.

Quantos santos mesmo padecendo, alegravam-se? Quantos hoje em


dia ainda são assim? Padre Marlon Múcio com seu humor, sofrendo
uma doença rara, sabe alegrar-se. Como cultivo esta alegria? Tenha
pensamentos no céu. Como será morar com os Santos e anjos? Cultivar
esse olhar do céu é o modo de ter a santa Alegria.

“Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são
do mundo, como também eu não sou do mundo. Não peço que os
tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. Eles não são do
mundo, como também eu não sou do mundo.”

Deus Filho pede por nós “os preserve do mal”, estamos no mundo,
estamos sujeitos a violência, sujeitos a todo tipo de mal. Mas não somos
deste mundo. Não devemos seguir o que o mundo prega. Somente o
que Jesus nos diz. A verdade nunca pode sumir de nossas vistas.

“Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade. Como tu me


envias­te ao mundo, também eu os enviei ao mundo. Santifico-me por
eles para que também eles sejam santificados pela verdade.”

O caminho para santidade é a vida pela verdade, ou seja, Deus.


Quem sustenta o Universo? Quem pode mais? o homem ou Deus?
Quem está certo? o homem ou Deus? O santo não se rebaixa a
ideologias, Ele segue a verdade, a Verdade absoluta. Deus é,
independente de mim.

“Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua
palavra hão de crer em mim. Para que todos sejam um, assim como tu,
Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e
o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste,
para que sejam um, como nós somos um”

A unidade é o caminho da santidade, não há como ser santo sem


unir-se a Deus, e "pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não
pode amar a Deus, a quem não vê." Jo 4:20.

“Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o


mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim.”

Esse amor começa dentro de nós. Amando a Deus em primeiro lugar,


que habita em nós em Cristo, e assim a Trindade em Cristo está habitada
em nós nos amando, nos unindo. E assim, unimo-nos a todos.

“Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me


deste, para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me
amaste antes da criação do mundo. Pai justo, o mundo não te
conheceu, mas eu te conheci, e estes sabem que tu me enviaste.
Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lhes manifestar, para que o
amor com que me amaste esteja neles, e eu neles.”

As pessoas sabem que somos de Deus, pois manifestamos o amor de


Cristo no mundo, e esse amor só é manifestado se vivemos em unidade.
A Unidade com Deus, a Unidade com os irmãos, a unidade conosco,
essa unidade só vem pela busca da Verdade, que é Deus.

Nosso caminho para santidade, é um caminho buscando unir-nos


cada vez mais num relacionamento com a Santíssima Trindade que
habita em nossa alma através de Jesus Cristo, que se encarnou e está
presente em nós pela Inabitação e que se une ainda mais pela
Eucaristia. O Caminho se faz através do relacionamento com o Espírito
Santo, que vai nos purificando, santificando e gestando em nós o Cristo.
O caminho de santificação é um caminho de despojamento, de
renúncias, desapego, exercícios e por fim, um caminho de assumir o
Cristo em nós. Vamos ao Pai, pelo Filho, no Espírito.

A Santidade na Unos vem de um relacionamento com Jesus através


da sua Humanidade Divina, unindo nossa Humanidade à Divina
Humanidade dele, unindo-nos cada vez mais à Jesus Cristo Homem
Deus, através do Amor Misericordioso, através do Itinerário que o Caído
passou com o Bom Samaritano.

Quais são as Características da Santidade?

Em nossa comunidade, essa mística se dá na União Hipostática de


Jesus, ou seja, “O Homem Deus” e que mística é essa? Deus uniu o
Homem a Deus através da Divina Pessoa do Filho.

Mas quais as características da santidade nos tempos atuais, isso já


foi dito pelo Papa Francisco na Gaudette et Exultate, e eu apenas
gostaria de complementar com aspectos que eu vejo no carisma e na
geração atual.

Os santos não vivem isolados, vivem em comunidade, vivem em


sociedade, em unidade, não são individualistas, esse individualismo vem
de uma ação egoísta de querer pensar somente em si mesmo, não
pensam no bem comum, não! Os santos pensam em todos, querem o
bem de todos, não pensam em tirar a individualidade e privacidade, que
são direitos de cada um, mas sim, buscam bens comuns, como os
direitos e deveres que cada um tem na sociedade, e principalmente, o
bem eterno no céu.

Nossa geração vive fortemente este individualismo, colocando seus


ideais acima da verdade do evangelho, dizem “na minha opinião”, dizem
“eu sou católico mas não concordo com isso ou aquilo”, isso vem do
individualismo e que destrói.

Nós vivemos em unidade, viver em unidade, é conhecer a verdade,


para que a verdade nos liberte, e a verdade é Jesus, é o que Ele disse, é
o que Ele fazia. Jesus não condenava o pecador, mas sim o pecado, e
dizia ao pecador “vá, seus pecados estão perdoados, não voltes a
pecar”, unir é sim acolher, mas é também corrigir.
O santo não é Individualista, não pensa em si mesmo, não são
autorreferentes, não se acham melhores nem piores que ninguém, não
esperam ser servidos, mas buscam servir os outros sem nada em troca,
pensam em como ajudar toda a geração, toda a sociedade. Sabe que o
que faz mal a um, faz mal a todos, que se um peca, todos sofrem, mas
que se um se santifica, todos se beneficiam.

O santo não é materialista, não pensam que este mundo é o único,


não pensam que este mundo é o objetivo final da vida, não! Olham para
o céu, pensam no céu. Claro, fazem deste mundo um lugar melhor, um
mundo para gerar mais santos, mas fazem isso para que Cristo venha, e
não por que estão apegados a este mundo.

Nossa geração acredita que, acumular bens, riquezas, posses, irá lhes
trazer a felicidade, Jesus diz na parábola “tolo, hoje mesmo te pedirei
tua vida”, esta vida é um sopro, alguns pensam em implantar o céu na
terra, o “paraíso” aqui no mundo, tentando formar uma utopia aqui,
porém digo-lhes, Jesus já disse sobre isto “O meu reino não é deste
mundo”, queiramos sim, fazer deste mundo um lugar onde o reino de
Deus se instaure, mas não percamos o olhar do céu.

Os santos não relativizam a verdade, a verdade é uma, se o branco é


branco, ninguém pode dizer que é preto, não podemos viver na mentira,
o pai da mentira é satanás, e há um medo de falar isso. A verdade é
Cristo, e o que Ele disse. Não somos chamados a viver como quem
relativiza as coisas. Biologia é biologia, física é física, ciência é ciência,
religião é religião, santidade é santidade. Que seu sim seja sim, que seu
não seja não. Não vivemos numa “pós verdade” nem mesmo numa
“meta verdade” como se diz por aí. Nossa linguagem é santa.

Não vivemos com a cultura do descarte, do ódio, do uso, santos


entende que tudo que Deus fez é santo, o homem pode perverter, sim,
pode, mas ainda assim, a pessoa é uma criação de Deus, e que merece
misericórdia, oremos pelos nossos perseguidores, por quem não
concorda conosco, com quem nos ataca.

Nossa geração vive numa falta de esperança, os santos têm


esperança, pois a esperança é sustentada pela Fé, os carnais, tem
esperança na carne, nossa esperança está em Deus e em seu Filho Jesus,
não tememos o mal, pois, temos confiança em Deus, não queremos
morrer, queremos viver, mas não temos medo de entregar a vida por
Deus, pois temos confiança nas promessas de Deus para nós, as
promessas de que há um lugar para nós, as promessas de que podemos
e devemos ser santos.

Vivemos também numa cultura Hedonista, ou seja, uma busca por


prazeres, por imoralidades, conforto, luxo, o hedonismo não é só sexo, o
hedonismo é todo conforto, que excede o querer de Deus, é a luxuria, o
vício em tecnologias, o vício em bebidas, drogas, filmes e séries,
namoros carnais, a gula, a preguiça, nossa geração está vivendo nesta
letargia, está vivendo essa doença que mata, que destrói.

Os santos vivem uma cultura santa pureza, da santa temperança,


tudo nos é dado por um motivo, o sexo é bom no casamento, e no
casamento quando se vivem com temperança, ou seja, para a união do
casal e para a procriação. Comer é santo quando é para se saciar e não
por puro prazer, descanso é bom, quando feito para recuperar as forças,
confraternizar com os irmãos e família, tudo é a base de temperança e
pureza, sem esses bons irmãos, não seremos santos, e até as coisas
boas serão para nós caminho de condenação.

Os santos rompem com o pecado, com o demônio, com todas as


suas obras, vivem uma só fé, não vivem em pecado mortal, e lutam
sempre contra o pecado venial, desejam estar cada vez mais unidos a
Deus, na oração e na busca pela santidade.

Os santos são ascetas, ou seja, são pessoas que se exercitam


espiritualmente, para combaterem todo mal, são como guerreiros que
vivem fazendo exercícios para ficarem de prontidão, fazemos exercícios
espirituais, práticas que nos ajudam a crescer. Nos mantemos alertas,
vigilantes, como verdadeiros sentinelas.

E citando o Papa Francisco, os santos tem ousadia e ardor, são


alegres, de bom humor, pacientes, mansos, suportam as intempéries da
vida, em comunidade, nunca sozinhos, em oração constante, ao pé da
porta, sendo pai, mãe, avô, avó, estudante, filho, sendo quem somos, no
cotidiano da vida, aproveitando as oportunidade das atividades que
santificam a cada um de nós.
Jerusalém Celeste

Jerusalém Celeste é o nome de um livro que estou escrevendo a


pedido do meu primeiro diretor espiritual, Padre Alfeu, que ao ouvir
meu sonho orientou-me a escrever esse sonho e a ler o castelo interior
para entender melhor o que eu havia sonhado.

A Jerusalém Celeste é a alma, onde no centro dela vive Deus, é uma


cidade celestial riquíssima onde existe no mais íntimo da alma, vou
buscar resumir o máximo possível aqui para que fique mais claro, mas o
tema é muito maior do que o que irei expor aqui.

Em meu sonho vi uma cidade feita de ouro puro, cercada por um


muro de uma pedra verde preciosa, na qual eu imagino que seja
esmeralda, e entre os muros e a cidade, há um pátio e 7 escadas onde
há 3 portas pelas quais passamos, dentro da cidade há no centro da
cidade o trono da habitação de Deus, e vários trens que vão até o centro
da cidade e nestes três precisam passar por 7 estações onde cada uma
há um efeito na alma e algo que acontece que ou devemos fazer algo ou
Deus faz algo em nós.

Vamos explicar cada um desses pontos de forma bem breve e bem


resumido da nossa jornada espiritual, explico também a importância
desse conteúdo aqui, o meu objetivo é mostrar a importância da busca
do desenvolvimento espiritual em busca da santidade, e esse sonho,
que unido claramente com o que aprendi com o livro Castelo Interior e
Santidade para todos, é como um mapa para a sua jornada pessoal de
santificação e crescimento em Deus.

O Muro: O muro é o nosso corpo. Tudo que está do lado de fora


desse muro são as obras da carne, quem está do lado de lá não está no
estado de graça (os que que estão sem o batismo de forma culposa e os
que vivem em pecado mortal).

O Pátio e Jardim: É a graça, os que estão dentro dos pátios da


cidade, são os batizados, os que se confessaram e estão em estado de
graça. Este Pátio possui um jardim que são as graças.
Fonte: Essa fonte é a fonte do batismo, ela jorra a vida eterna, mas
foi destruída pelo pecado, é uma consequência do pecado, e ela
continua quebrada por que ainda há no coração apego ao pecado,
penas temporais a serem resolvidas, uma falta de decisão de romper
para sempre o pecado, e uma falta de exercícios, essa fonte emendamos
com os exercícios espirituais, que ajudam a converter-nos, como a
meditação da Paixão de Jesus, o Jejum, a Oração vocal, e assim
reconstruímos a fonte, mas, ela está com entupimento dos
encanamentos da água batismal que jorra de dentro da cidade, lá do
centro onde habita o Senhor, o que sobra é uma água escura que
precisará ser escoada, e conforme avançamos nas estações mais ela
jorrará água da vida eterna.

A Árvore e as Ervas Daninhas: Próximo da fonte há uma árvore com


frutos, mas há muitas ervas daninhas, essas ervas são os nossos apegos
ao pecado, que precisam ser arrancadas, que nos faz ficar preso no
mesmo pecado, que deixamos como estimação, é esse apego ao mundo
velho que nos prende e nos faz recair em pecados veniais e mortais, e
que precisamos combater a começar pelo “pecado de estimação” e pelo
defeito dominante.

Flores: Logo do lado dessas plantas existem flores que precisam ser
regadas, essas flores são nossa personalidade, nosso temperamento,
afetividade, é onde iremos curar nosso ser, vencendo nossos vícios e
adquirindo nossas virtudes, e construindo uma nova identidade.

Mergulhar na Fonte e escoar a água suja: E feito isso conseguimos


voltar à fonte, pois as flores cintilam com um brilho que ilumina o fundo
da fonte, e precisamos mergulhar na água escura que precisa ser
escoada, para abrir a tampa e deixar a água velha sair. Essa água é nossa
História pessoal, nossa autoimagem, feridas interiores, traumas, que
precisam de cura, libertação, renúncia, perdão, ressignificação, trabalhar
a autoimagem, a confiança em Deus e entender que Deus nos ama e
nos quer santos.

O grande demônio que nos prende: Depois disso precisamos vencer


um grande maligno demônio, que é nossa própria miséria, as coisas que
odiamos em nós, nossos defeitos que não vencemos ainda, a nossa
verdade, as nossas máscaras, o coração que finge ser bom por si só, o
“egoísmo” e “egocentrismo” que pensa que “sou um super herói sem
defeitos, totalmente bom”. Descobrimos nossos defeitos, pecados,
defeitos, coisas que precisam ser mudadas, e melhorar. Precisamos abrir
mão disso, desse perfeccionismo falso, de querer viver com máscaras, e
abrir-se para ser todo renovado em Deus através da verdade.

A Escada: as escadas são as virtudes combatendo os 7 pecados


capitais (que chamo de 7 demônio) e os 7 degraus (7 virtudes opostas)
são as armas usadas para vencer os 7 demônios. Abaixo eu coloco dicas
para viver cada uma das virtudes

O primeiro degrau é o da Castidade, da pureza, que vence o demônio


da luxúria, o casto, é puro de corpo e de mente, não cobiça as pessoas,
não tem em seu olhar, malicia nenhuma, é uma pessoa que vê, pensa e
age com o olhar de preciosidade celeste. Não trata ninguém como
objeto descartável.

Dicas para crescer na Virtude da Castidade

1- Oração: Santo Agostinho é claro nas suas Confissões quando diz


que só é possível viver a castidade por graça divina. A oração é esse
lugar no qual nos deixamos transformar pela graça, de modo que, só
com uma vida de oração é possível viver a castidade.

2- Fuga das ocasiões de pecado: aqui não estamos falando que deva
ser assumida uma postura de medo, mas de prudência. No livro
“Virtudes: caminho de imitação de Cristo” dedicamos um capítulo
inteiro à reflexão sobre a prudência. Fugir das ocasiões de pecado exige
estar atento à realidade objetiva, analisar se dita situação irá colaborar
com a minha vivência da castidade e, caso a resposta for negativa,
renunciar. Nada que ameace esta virtude pode ser bom, de modo que
nada pode ser tão bem que faça valer a pena perder ter o coração
indiviso e unido a Deus.

3- Mortificação: as pequenas renúncias educam a nossa vontade, a


fim de poder submeter os nossos instintos e paixões à razão. Vale a
pena fazer pequenos sacrifícios com frequência. Trata-se de contradizer
a nossa vontade a fim de fortalecê-la, para que assim, quando
estejamos perante a possibilidade de pecar, sejamos fortes o suficientes
(com a graça de Deus) como para dizer não ao pecado.

4- Aprofundamento das convicções profundas a respeito dos


valores cristãos: é salutar renovar constantemente a nossa opção pela
vivência do Evangelho, através de boas leituras, a vida sacramental,
formação humana e espiritual, retiros, etc. A nossa memória é fraca, por
isso, é importante manter sempre vivas as convicções a respeito dos
nossos valores morais, a fim de que nos momentos de tentação, não
esqueçamos porque escolhemos o que escolhemos. Ora, isto não se
trata de ‘lembrar a regra’, se trata de renovar a experiência e aprofundar
o conhecimento de Jesus, o motivo pelo qual dizemos sim à vivência da
castidade.

5- Fazer opções radicais pela vivência da castidade: tem momentos


na vida em que somos colocados entre duas opções contrárias. Quando
se trata dos valores do Evangelho, não devemos hesitar em escolher
sempre a vontade de Deus. Se há lugares que nos deixam propensos a
pecar contra a castidade, é bom deixar de frequentá-los; se há
relacionamentos que nos fazem cair, então, é melhor distanciar-se; se há
momentos que nos levam ao pecado, devemos evitá-los. O pecado é
uma escolha de ruptura com Deus, e cada vez que pecamos fazemos
uma escolha radical neste sentido. Talvez seja o momento de fazer
escolhas igualmente radicais para o bem, por Deus, pela castidade.

O segundo degrau era o degrau da Temperança que vence o


demônio da gula, a temperança é o equilíbrio santo e sadio de tudo, não
é só com a comida que se vence a gula com temperança, é na
afetividade e sexualidade, na castidade, no trabalho, no apostolado, em
todas as áreas da vida. Ser temperante é ser alguém que dá a justa
medida, nem demais, nem de menos. Como para suprir a necessidade,
descansa o quanto necessita e o mesmo vale para o trabalho, tem
roupas suficientes, não acumula, tem a justa medida.

Confira 5 dicas para crescer na virtude da temperança

1- Oração: a oração é diálogo de amizade, como diz Santa Teresa


D’Ávila. Na medida em que progredimos nesta amizade divina, vamos
nos assemelhando cada vez mais a Jesus Cristo, que é Senhor de tudo,
inclusive das suas paixões. Peçamos em oração a graça de que as nossas
paixões sejam submetidas por nós e não ao contrário. Neste aspecto, a
amizade com a Virgem Maria é fundamental.

2- Guardar os sentidos: tudo entra em nosso corpo e na alma pela


porta dos sentidos. Se expomos os nossos sentidos à oferta de inúmeras
desordens e excessos que o mundo oferece, rapidamente poderemos
nos encontrar desejando-os e nos inquietando por experimentar deles.
Guardar os nossos sentidos significa evitar consumir tudo aquilo (sejam
imagens, leituras, músicas, etc) que pode gerar ou aumentar em mim o
desejo desordenado pelo consumo excessivo.

3- Iluminar a inteligência: através da reflexão vamos perceber que


nem tudo o que desejamos é necessidade real, mas uma necessidade
criada pela mídia. Reconhecendo isto será mais fácil renunciar àquilo
que é desnecessário e excessivo. Iluminamos a inteligência através de
boas leituras ou formações, ou coisas do tipo, que nos aproximem da
verdade.

4- Contradizer a vontade: paradoxalmente, a vontade é fortalecida


na medida em que é contrariada. “À medida que a vontade é
consentida, mas fraca se torna; e à medida que é contrariada, é
fortalecida. É a lógica do hábito: se ela está acostumada a obter sempre
aquilo que deseja, quando lhe for negado, reclamará até conseguir
aquilo que deseja; mas se está acostumada a não receber certas coisas,
então, quando a inteligência lhe negar algo, ela se submeterá sem
grandes reclamações” (Virtudes: caminho de imitação de Cristo, cap. 7)

5- Fazer jejum: o jejum é excelente prática para a educação da


vontade e a ordem interior. Consiste em abster-se de alimento a fim de
unir-se ao Cristo Sofredor em vista da salvação de outrem. Esta prática
torna-se louvável pela sua dimensão espiritual. Deve sempre ir
acompanhada de oração. Jejum sem oração é dieta!

O terceiro degrau é o degrau da Generosidade que vence o demônio


da avareza, o avarento na verdade é um egoísta, quer reter tudo para si,
só pensa em “lucros” em segundas intenções, até mesmo com Deus, só
reza se for para ganhar algo, só ajuda os outros quando tem segundas
intenções, sempre que acumular bens, riquezas, a generosidade e a
pobreza de espírito, combate esse demônio, pois elas ajudam a
desapegar-se dos bens materiais, dá uma pureza de intenção, dá ao
nosso coração uma disposição de doar-se por amor e não por querer
algo em troca, esse é o caminho dos santos.

5 dicas para crescer na generosidade

1- Oração: o primeiro passo para crescer na generosidade é tirar o


nosso coração (numa visão ampla: pensamentos, sentimentos, afetos)
das coisas terrenas e colocá-lo nas coisas do Alto. Isso o cultivamos
através da oração.

2- Reconhecer que tudo vem de Deus: faz-se necessário reconhecer


que todos os bens com os quais nos relacionamos vem, em primeiro
lugar, de Deus, que cuida de nós apenas movido pelo seu infinito amor.
Ter consciência de que tudo é dádiva divina fará brotar em nós a
gratidão, o louvor e a alegria. Ao mesmo tempo, nos fará crescer no
abandono de filhos e retirará de nós o receio de partilhar por medo a
ficar desamparados. Deus é um Pai que cuida de nós!

3- Dar os bens o seu devido lugar: devemos ter claro que os bens
não são um fim, mas apenas um meio. Na administração e relação com
os bens, devemos ter sempre como objetivo o bem comum e a glória de
Deus. Não devemos deixar que a preocupação pelos bens tome na
nossa vida mais espaço do que é necessário. Devemos sim, trabalhar,
ser responsáveis, porém, saber que a nossa não está nas mãos dos
homens, mas de Deus. “Não vos preocupeis com o que haveis de comer;
“buscai as coisas do Reino e tudo mais virá por acréscimo”.

4- Doar o supérfluo: analisar o que é realmente necessário e


reconhecer que não preciso além disso. Tudo o que não é necessário é
supérfluo e acaba sendo um peso para nós. Se desfazer daquilo que não
necessitamos é um bom exercício para crescer na generosidade. Neste
ponto, é importante reconhecer que há muitas coisas que consideramos
necessidade mas que não o são! Muitas vezes a mídia cria necessidades
em nós que não são reais e que facilmente podemos nos desfazer delas.

5- Partilhar de forma concreta: assim como a avareza se traduz em


coisas concretas, a generosidade também deve fazê-lo. Não adianta um
desapego interior senão existir um sinal exterior deste. Estaríamos
apenas nos convencendo de que somos pobres.

O quarto degrau é o degrau da Diligência que vence o demônio da


preguiça, A diligência nos leva a responder com prontidão e a realizar as
ações com boa disposição interior e interior, sem atrasos nem demoras,
procurando agir com competência e eficácia.

5 dicas para crescer na virtude da diligência

1- Oração: para crescer nesta virtude, faz-se necessário dedicar-se à


oração, a fim de deixar-se inspirar ao contemplar os mais exímios
exemplos de diligência: Jesus Cristo e a Virgem Maria. Perante a
necessidade de redimir o homem pelos seus pecados, o Filho de Deus
prontamente deixou o Seio da Santíssima Trindade e encarnou-se para
realizar a obra da redenção. A Virgem Maria, logo após o anúncio do
Anjo, dirigiu-se à casa de Zacarias numa cidade de Judá para servir a sua
prima Santa Isabel que se encontrava grávida. Ora, o Evangelista
enfatizou que Maria foi ‘apressadamente’ a serviço da sua parenta,
como sinal da sua prontidão, que, não considerou a sua gravidez, nem
mesmo que o seu filho (Jesus Cristo) era superior ao filho de Isabel
(João Batista, profeta ao serviço de Jesus). Muito pelo contrário, apenas
soube, pelo Anjo, que a sua prima se encontrava grávida, saiu sem
hesitar e foi ao seu serviço.

2- Determinação: A determinação leva a fazer aquilo que deve ser


feito. Indica manter-se fiel às decisões e princípios e agir com firmeza,
sem ceder aos apelos interiores e exteriores que levam a relaxar. É
chave para a perseverança que se opõe à inconstância. A determinação
parte de uma decisão forte e consistente de atingir um objetivo.

3- Pontualidade: é salutar adquirir o hábito de fixar e honrar os


horários que foram estabelecidos, especialmente quando envolvem
outras pessoas. Uma pessoa pontual gera confiança, expressa
preocupação com o compromisso, interesse e certos valores pessoais
como integridade, disciplina e organização. Ao contrário, uma pessoa
impontual não gera confiança, antes sugere despreocupação,
desinteresse e falta de organização.
4- Espírito penitente: tendo percebido o pecado no nosso interior,
convém fazer pequenas ofertas e renúncias que nos levem a nos
configurar com Cristo, que expiou os nossos pecados. A penitência
possui uma força purgativa particular, de modo que praticá-la com
frequência, colabora com a extirpação do pecado do nosso interior.
Pequenas e frequentes penitências mortificam o prazer sensual que
gera a preguiça, nos dispondo a sair de nós mesmos ao encontro do
próximo nas suas necessidades.

5- Dar o melhor de si: Esta é a postura daquele que não apenas faz
as coisas por cumprir, mas se importa com aquilo que faz, colocando
tudo de si, ordenando as suas potências para esse fim, pondo ao serviço
todos seus dons, indo além daquilo que lhe é pedido se for preciso. O
diligente dá o melhor de si não pela retribuição que recebe, mas pela
profunda consciência de que seu trabalho é um bem para outros.

O quinto degrau é o degrau da Caridade, também chamado de


Bondade, que vence o demônio da inveja. A bondade é uma
característica do amor, como ensina São Paulo “A caridade é bondosa”.
Está vinculada à retidão, generosidade, benevolência, benignidade. A
principal expressão dessa virtude reside no desejo pelo bem do outro.

5 dicas para crescer na bondade

1- Oração: o primeiro passo para crescer na bondade é a oração.


Nela temos a oportunidade para reconhecer a bondade de Deus na
nossa vida, nos alegrar pelos seus feitos e louvá-lo, nos enchendo de
gratidão por quem Ele é e por aquilo que Ele realiza (que é sempre
bom!).

2- Reconhecer as virtudes do outro: cheios de alegria pela bondade


de Deus, que nos dá tudo que é bom, precisamos reconhecer que Deus
também dá dons e virtudes aos nossos irmãos, inclusive àqueles que
nos parecem não ser merecedores.

3- Participar da alegria do outro: reconhecendo a bondade de Deus


na vida do irmão, não nos será difícil nos alegrar com ele pelas suas
realizações, sucessos, dons e virtudes. Quando for o caso, nos
aproximemos e demos os parabéns, reconheçamos as boas obras e atos
virtuosos, assim como o crescimento da pessoa. É bom verbalizar o
reconhecimento e alegria por estes dons divinos na vida do irmão.
Inclusive ajudará ele a reconhecer aquilo que Deus está realizando na
vida dele. Que este diálogo cheio de caridade e que a alegria seja
genuína, assim como também que seja verdadeiro. Caso contrário,
estaríamos em presença de outro pecado: hipocrisia!

4- Pedir ajuda ao outro: como parte do reconhecimento das virtudes


do irmão, podemos, se assim a ocasião permitir, recorrer a este irmão e
pedir-lhe ajuda, de modo que ele veja que o consideramos e que
reconhecemos efetivamente os seus dons e virtudes. Por exemplo: pedir
um conselho, uma opinião, assim como um serviço no qual os seus dons
possam ser postos a serviço.

5- Bendizer o outro: como grande passo para vencer a inveja e


crescer na bondade para com o irmão, é louvável falar bem do irmão
para com os outros. Com sinceridade e honestidade, faz bem exaltar a
virtude do irmão quando assim a ocasião sugerir, seja na sua presença
ou não. Lembremos das suas palavras: “Se amarem só aqueles que vos
amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso!”.

O sexto degrau é o degrau da Paciência que vence o demônio da Ira,


esta virtude capacita a suportar as contrariedades sem enfraquecer. Ela
coloca os desafios, por maiores que sejam, no seu devido lugar, que são
sempre inferiores a Deus. O paciente é aquele que mantém viva, dentro
de si, a convicção de que tudo passa, encontrando forças para não
desanimar na caminhada. Aquele que possui esta virtude não foge do
sofrimento, antes dá sentido a ele; dele tira proveito e se fortalece com
ele; sabe que não é absoluto, mas passageiro

5 dicas para crescer na paciência

1- Oração: a contemplação do Cristo crucificado nos ajudará a


crescer na “ciência do sofrer”. Do lado dos sofrimentos de Cristo, todas
as nossas angústias, dores e sacrifícios são pouco. Em oração, devemos
suplicar a Deus a graça da paciência, a fim de que Ele envie o auxílio
divino que nos capacita a suportar e esperar Nele.
2- Fazer memória dos feitos de Deus no passado: não consiste em
apenas “lembrar” aquilo que Deus já fez, mas de verdadeiramente
visitar os episódios no quais aparentemente o sofrimento nunca ia
acabar e Deus interveio e venceu. Esta prática é comum na Sagrada
Escritura. Nos leva a renovar a fé nas promessas e no poder de Deus,
mesmo quando parece que as dificuldades nunca vão passar.

3- Tomar perspectiva: quando estamos sofrendo ou irritados, parece


que tudo o que existe é aquela situação difícil. É necessário respirar
fundo e lembrar que isso é apenas uma questão particular e não o todo
da existência. Tomar perspectiva nos ajuda a dar o seu devido lugar a
cada coisa, o que se torna particularmente difícil quando estamos no
“olho do furacão”. É necessário ter sempre presente que Deus e seu
amor é maior do que tudo.

4- Partilhar com pessoas adequadas: é salutar, em momentos de


dificuldade, partilhar com alguém em quem confiemos. Pode ser um
amigo, familiar, assim como também um diretor espiritual, confessor ou
acompanhador pessoal. O importante é que seja uma pessoa em quem
sabemos que podemos confiar, de preferência, sábia e discreta. Assim
poderemos viver a experiência de Jesus e o Cireneu de permitir que o
nosso irmão carregue conosco a cruz.

5- Ascese: é salutar fazer penitência a fim de fortalecer a nossa


vontade. Com apenas pequenos sacrifícios diários, seremos capazes de
dominar o homem velho que vive dentro de nós e que quer que tudo
seja feito como ele quer, quando quer, do jeito que quer.

O sétimo degrau é o degrau da Humildade que vence o demônio do


orgulho, A humildade é reconhecida pelos santos como uma das
virtudes mais importantes que existem e que mais nos assemelham a
Cristo, uma vez que Ele mesmo reconhece “sou manso e humildade de
coração”

5 dicas para combater o orgulho e crescer na humildade

1. Oração: basta contemplar o mistério do grande Deus que se faz


carne para reconhecer a beleza da humildade, a União Hipostática de
Jesus que se abaixou é um sinal de humildade. Jesus é o maior modelo
de humildade que existe, e só podemos nos assemelhar àquilo que
conhecemos e contemplamos, por isso, a oração é o primeiro passo
para crescer na humildade.

2. Identificar virtudes e defeitos: a humildade não deve ser


confundida com baixa estima. A humildade pressupõe uma justa estima
de si, uma vez que a humildade é a verdade. Devemos buscar, na
oração, a verdade a respeito de si mesmo e identificar tanto as virtudes
quanto os defeitos.

3. Desejar, pedir, aceitar e aplicar correções: o humilde quer sempre


crescer e sabe que apenas com a sua percepção de si mesmo não
progredir na virtude. Por isso, não só está aberto a ser corrigido, como
também deseja sê-lo, a fim de não permanecer no engano a respeito de
si mesmo. As almas humildes almejam e aplicar as correções porque
sabe que estas são as que levam à perfeição.

4. Realizar obras escondidas: enquanto o orgulho deseja ser visto


pelos outros, ao humilde basta ser visto por Deus, por isso, não foge de
realizar atos virtuosos que ninguém vê. A nossa capacidade e facilidade
de realizar obras que ninguém louva é um grande “termômetro” da
nossa humildade.

5. Não fugir das humilhações: só se cresce na humildade sendo


humilhado. É na humilhação que morrem as ilusões que criamos a
respeito de nós mesmos. Lembremos das palavras de Jesus: “aquele que
se humilha será exaltado”. Não tenhamos medo de fazer coisas que
nunca fizemos, mesmo correndo o risco da exposição e da humilhação
pela inexperiência. Essa será uma grande oportunidade para aprender e
crescer, que é o desejo do humilde. Que o Senhor nos dê a graça de
sermos cada vez mais como Ele, que é manso e humilde de coração.

3 Portas (Fé, Esperança e Caridade): Quando estamos na parte mais


alta da escadaria chegamos à entrada da cidade, e entramos nela
através da oração, com a oração vocal e meditação, que são as duas
primeiras formas de oração da primeira estação, onde pegamos um
trem rumo ao centro da alma.
Primeira Estação: É o princípio de toda vida espiritual, começa no
estado de graça (ou seja, batismo e confissão), e segue até a vida de
oração, o objetivo é renunciar e combater firmemente o pecado mortal,
e desenvolver a oração vocal, sacramental e a meditação.

É um momento de recuperar as paixões desordenadas através das


virtudes cardeais (Temperança, fortaleza, prudência e justiça), através
das virtudes teologais e morais assim como com os 7 dons do Espírito
Santo.

Segunda Estação: Deve combater com mais afinco os pecados


mortais e começar a desenvolver um combate pelos pecados veniais,
desenvolver ainda mais as virtudes da Fé, Esperança e Caridade,
aprofundar a meditação da palavra e desenvolver a oração afetiva.

Terceira Estação: são pessoas que não querem ofender a Deus de


maneira alguma, começam a desenvolver um cuidado também com
seus defeitos dominantes e pessoais assim como suas imperfeições, mas
não de maneira escrupulosa, fazem isso por puro amor a Deus.
Desenvolve-se a oração de simplicidade, devem ir simplificando cada
vez mais a alma e a vida de oração, tendo um caminho mais direcionado
a Deus que ao mundo e assim, conseguir desenvolver uma união com
Deus comum mero “olhar para a Cruz”. Devem esforçar-se pelo
desapego espiritual de tudo que não não leva para Deus, e empreitar-se
num apostolado pelas almas, ofertar a noite ativa dos sentidos para
salvar as almas.

Quarta Estação: É a primeira fase de santidade em vida, Deus toma a


iniciativa da santificação, não somos mais nós quem vamos operar na
nossa alma, tudo que podemos fazer é abrir o coração e nos deixar
conduzir, continuo dizendo que aqui, devemos estar abertos ao amor
esponsal com Jesus, e surge aqui a oração de recolhimento infuso.

Quinta Estação: É a que desenvolve um tamanho amor e afeto por


Deus que gosto de comparar a um namoro, nessa fase surgem a
presença de Maria muito mais forte, a oração de quietude e a oração de
simples união. Podem haver momentos de uma “secura” espiritual, pois
todas as “faculdades” da alma se unem mais a Deus.
Sexta Estação: há dois momentos, que costumam distinguir a sexta
estação, a entrada nela e a noite escura (que no meu sonho era a poda
em época de outono), quando se entra é como se houvesse um pedido
de noivado, Deus surge e propõe uma união mais íntima, surge a oração
extática, a pessoa passa a desejar apenas o que Deus deseja, depois
vem o desposório, que é o casamento em si da alma com Deus, depois
de haver este pedido Deus não voltará mais atrás, porém, há o outono,
onde haverá a poda dos galhos, esses galhos são todos os apegos e
imperfeições que ainda existem na alma, que serão cortadas e
consumidas pela chama purificadora, que é a noite escura da alma.

Sétima Estação: Por fim, quem chega à sétima estação é santo de


máximo grau, está unido a Deus em tudo, vive o céu na terra, vive a paz
mais perfeita, e vivem a grande e verdadeira felicidade na terra, ainda
que vivam em combate espiritual.

Ascese: Um pequeno caminho para santidade

Sei que muitos de nós não somos grandes santos mas somos
chamados a Deus para viver um caminho rumo à santidade, e eu
gostaria de elencar alguns princípios que podem ajudar neste caminho.

Santa Teresinha nos ensina a pequena via e a pequena doutrina para


viver o caminho da santidade, e inspirando-me nela gostaria de propor
um pequeno caminho para nossa santificação em nossos tempos.

São princípios breves que podem ajudar nossas vidas para sempre.
Esses princípios são: romper com o pecado, curar a ferida, perdoar as
ofensas, renunciar o mal, fazer exercício, preencher com as bênçãos, e
viver em santidade.

Romper com o pecado: Este é o primeiro passo para nós, é o PHN


como diz Monsenhor Jonas. O primeiro passo para santidade é
decidir-se, “Por Hoje eu não vou pecar” e assim seguir. Faça um
compromisso com Deus, “Eu não vou mais pecar” e assim, rompe com o
mal. Romper com o pecado não é a parte difícil, mas sim, se perdoar de
tê-lo cometido.

Quando rompemos com o pecado, evitamos também toda brecha,


mas é preciso saber de uma coisa, o pecado é uma falta de caridade, ou
seja, de amor para com Deus, para com o outro e para consigo mesmo,
fere o amor dentro de nós, para com as três pessoas, e para romper
com o pecado é necessário perdão, amor e reconciliação.

O perdão é retirar toda a culpa de cima de seu coração, quando


perdoamos, a nós mesmos, dizemos “eu sou responsável pelo meu
pecado, assumo a responsabilidade, mas paro hoje de ficar
culpando-me por este pecado e assumo a responsabilidade de não mais
cometê-lo”, quando perdoamos os outros, não dizemos que o que a
pessoa fez foi correto, mas que não carregarmos a culpa dela sobre nós
e nem mesmo que essa culpa nos afete.

Quantas pessoas não perdoam os que lhe fazem mal por medo de
que assim, as pessoas possam fazer muitos outros males. Não, o perdão
não é uma atitude externa, mas sim, uma atitude interna, “Eu me
decido a não me deixar mais sofrer por causa daquele mal que me
fizeram, não assumo a culpa desse mal, não sou o culpado por essa dor,
por isso, eu me liberto dessa culpa, paro de desejar o mal ao outro, e
vivo livre e para o céu.” e assim vivem realmente o perdão.

Há também o perdão a Deus, que em certo sentido é válido, a quem


é mais estudioso, não digo que há algo a ser perdoado, Deus não
comete erros, mas nós sim, e por muitas vezes culpamos a Deus,
criamos inimizade com Deus por coisas que aconteceram ou deixaram
de acontecer, como quando alguém que amamos, e culpamos a Deus,
quando pedimos uma graça e ela não vem, quando presenciamos
alguma coisa ruim em nossa infância, mesmo não sendo consciente,
podemos sim acabar culpando a Deus, mesmo não sendo culpa Dele, e
devemos “perdoá-Lo” dizendo “Senhor, eu Vos perdoo por, isso e isso,
reconhecendo que não tinhas culpa alguma e que és sempre bom, e vos
peço perdão por te culpar e julgar.” Deus se alegrará com este pedido de
perdão a Ele, pois Ele deseja sua salvação.
Romper com o pecado, como viram é o primeiro passo, e creio que
em certo modo, o mais importante depois do amor, do qual iremos
falar agora, para que possamos entender melhor.

Junto com o perdão, há o Amor, pois quem ama além de perdoar


quer unir-se, quando queremos receber o perdão dos pecados,
precisamos nos deparar com um ponto, o pecado é falta de amor para
com Deus, precisamos portanto de Amor Sobrenatural, como já ensinei,
devemos nos arrepender de nossos pecados, por amor a Jesus, peçamos
essa graça “Senhor, me dê a graça de vos amar de tal maneira que meus
pecados sejam sofridos em meu coração por vos amar”.

Quando amamos a Jesus, cada mandamento é uma expressão do


amor e da bondade de Deus, não queremos pecar não por causa da lei,
ou por causa do que a igreja nos manda, ou por que servimos, mas por
causa que é uma forma de amor de Deus para conosco, do mesmo
modo, confessarmos por amor, o que nos leva para nosso próximo passo
para realizarmos a renúncia dos pecados.

Reconciliação, significa restaurar a unidade que foi quebrada, ou


seja, quando pecamos, ferimos a unidade com Deus e com a igreja,
restauramos essa unidade, reparando o ato que fizemos e quando
confessamos, um não excluindo o outro, mas sendo o mais importante a
confissão sacramental ao sacerdote. Isto é tão importante quanto os
outros dois passos anteriores, porém como mesmo disse, o principal é o
amor a Deus que dá a base para todos os outros passos.

Como a confissão gera uma cura, eu dediquei um outro lugar para


falar dela antes mesmo de falar das 5 pedrinhas da santidade que
iremos falar logo mais.

Curar a ferida: As feridas precisam ser curadas, e temos duas feridas,


a ferida da alma e a ferida do pecado, eu não coloco aqui as feridas do
corpo pois nem sempre a cura das feridas do corpo servem para a
santificação, são sim uma graça para ajudar em algo de sua missão, mas
não tem uma missão santificante, mas as curas interiores sim.

A cura da alma consiste em curar todas as feridas emocionais dos


seus traumas, das coisas que aconteceram com você, das coisas que
você mesmo fez, liberar perdão, liberar amor, vencer seus vícios,
adquirir virtudes, e ir amadurecendo e ganhando santidade.

A cura dos pecados, é literalmente a cura de todo pecado mortal e


venial, lutando para evitar todo pecado, toda brecha, vivendo um dia de
cada vez, e confessando sempre. A dica aqui é seguir como um santo,
fazendo um exame de consciência todas as noites para não cair em
pecados, e os contando ao confessor regularmente. Lute contra o
pecado todos os dias através da observância e da prudência.

Perdoar as ofensas: Perdoar as ofensas, como já viram é uma


necessidade para vencer o mal, mas não somente para vencer o mal, e
sim para praticar o bem, se não perdoar sempre, jamais irá conseguir
ser santo como deseja, mas precisa exercitar isso todos os dias, o
perdão precisa ser constante e perene, além de perdoar os irmãos,
devemos pedir perdão, sobretudo na confissão.

Renunciar o mal: O problema é que muitos até tem vontade de ser


santos, mas fracassam miseravelmente e acabam por desistir, e há
vários motivos para esses fracassos, são as seguintes, a falta de energia
de caráter, a falta de verdadeira santidade, a falta de uma direção
espiritual ou deficiência da mesma.

A falta de energia de caráter é a falta de resolução energética para


resolver um problema, a falta do “querer energeticamente” a “força de
vontade decidida” ou como dizia Santa Teresa “uma grande e
determinada determinação”.

Já a falta do desejo verdadeiro de santidade é assim, a pessoa até


quer ser santa, mas não pelos motivos certos, quer ser santa para não ir
pro inferno, quer ser santa para ver os familiares, ou outros motivos,
mas precisa ser com as seguintes qualidades: Precisa ser sobrenatural,
ou seja, um desejo vindo de Deus e orientado para ele na intenção de
dar maior glória a Deus e assim, retribuir seu amor. Precisa ser
totalmente humilde, não confiando em suas próprias forças e nas forças
de seus atos, sabendo que seus atos são deveres e não méritos, e que
sem Deus não poderia jamais ser santo, desejando não engrandecer-se
mas sim, glorificar a Deus. E deve ser de uma confiança infinita,
complementando a qualidade anterior, onde sabendo que não podemos
por nós mesmos, mas tudo podemos em Deus, e apoiados Nele
sabemos que é desejo de Deus que sejamos santos. Deve ser um desejo
mais e mais intenso, sempre constante e cada vez maior em qualidade,
deve ser prático e eficaz.

Mas além dos motivos de nossa fraqueza, temos os 3 inimigos que já


apresentamos, o demônio, o mundo e a carne, devemos fechar todas as
brechas de pecado e renunciar todo o mal, isso significa renunciar às
tentações, as concessões, a não se permitir cair, e sim, rezar por
libertação e renúncia de todos os males.

Devemos também, renunciar as maldições que lançamos contra nós,


contra os outros, romper com toda crendice, toda superstição e apego
ao pecado, quando mantemos apegos a essas coisas, os demônios não
nos deixaram ser santos, pois na verdade não queremos confiar a Deus,
confiamos por muitas vezes a essas práticas, mais do que acreditamos
em Deus, e elas acabam por nos arrastar para o inferno, não apenas
pela prática em si que muitas vezes tem sim cultos e práticas contrárias
à religião católica, mas principalmente por nos desviar o olhar e a
confiança, da confiança que devemos ter para com Deus.

Fazer exercício: Para crescer em santidade precisamos de exercícios


espirituais, há algumas atividades que santificam que precisamos ter em
mente, Os santos sacramentos, a prática das virtudes, as modificações
pela glória do Senhor e expiação dos nossos pecados, e a vida de
oração, todas essas iremos explicar melhor em um capítulo separado.

Preencher com as bênçãos: Não basta se afastar do pecado, é


necessário fazer o bem, e este bem é feito com a resposta, é assumindo
na vida presente, as atitudes do céu, é assumir em si mesmo as bênçãos
de Deus, e ser uma benção na vida do irmão e da irmã. E como
preenchemos de benção?

Há três formas que eu percebi em minha vida de se encher a própria


vida de benção, a primeira é proclamando sobre si mesmo, sobre a
própria vida, sobre os traumas, enchendo onde ficavam as dores com
bênçãos contrárias as maldições que já renunciamos, a segunda é
proclamando benção para os outros e sendo promotor da benção
muitas vezes e a terceira e mais importante, é tendo uma intimidade
tamanha com Jesus, que sua vida se torna uma benção. Essa intimidade
brota da Caridade Ardente em seu coração, que se abrasa, acaba por
amar a si mesmo e o irmão, por amor de Jesus.

Viver em santidade: A última prática da nossa lista de ascese, é a


viver uma vida em santidade, isto é, ser testemunho, ter uma vida
coerente, não há santidade sem testemunho. Muitos de nós muitas
vezes passamos por situações que achamos que estamos num grau “x”
de santidade mas não passamos de iniciantes, devemos ser humildes e
reconhecer onde de fato estamos.

O primeiro passo para viver em santidade é ter uma justa visão sobre
si mesmo, reconhecer com humildade suas qualidades e seus defeitos,
ter uma visão de si mesmo sadia e não superestimada ou com estima
baixa. A justa medida de si mesmo é caminho para sua santidade.

O segundo passo é a vida de oração, a oração é o caminho de


relacionamento com Deus, sem oração não seremos salvos jamais, a
vida de oração precisa resultar em uma mudança de vida, tornando-se
cada vez mais parecido com Jesus.

O terceiro passo é a vida sacramental, como já dissemos, a recepção


dos sacramentos é o ponto dinâmico da sua vida espiritual,
principalmente a confissão que não deve ser apenas de pecados
mortais, e a Eucaristia, não somente a recepção da Santíssima
Eucaristia, mesmo que esta seja a mais sublime e perfeita, mas também
com momentos de adoração e reparação eucarística.

O quarto passo para a santidade é o progresso espiritual, é tornar-se


dócil ao mover do espírito, rompendo todo apego em seu coração,
deixando-se crescer na santidade

O quinto passo é externar o amor de Deus que habita em você nas


atitudes, por amor a Deus e aos irmãos sem desejo algum de receber
alguma recompensa, seja ela do irmão, seja ela de Deus. Eis o caminho
da santidade.
Por que ter uma vida de oração

Santa Teresinha dizia: “para mim, a oração é um impulso do coração,


é um simples olhar lançado para o céu, é um grito de gratidão e de
amor, tanto no meio da tribulação como no meio da alegria”. Por isso, é
incompreensível um servo que não busca uma vida de intimidade com
Deus no corre-corre do seu dia.

É preciso que aprendamos rezar na vida cotidiana. Para ser santo é


preciso ser íntimo de Deus. Não podemos transmitir aquilo que não está
em nós. Sendo assim, é de suma importância que cultivemos uma vida
de intimidade (diálogo) com Deus pela oração.

Somos, por natureza, carismáticos e dentro dessa dimensão,


vivenciamos com alegria e naturalidade os dons do Espírito sem omitir
em nada as manifestações da Sua presença. Nossas orações são
carismáticas, rezamos no Espírito com toda naturalidade.

Devemos também lembrar de nosso estilo de vida, como vimos,


nossa espiritualidade é baseada em alguns critérios, a Eucaristia, a
Misericórdia, as Chagas, e assim por diante, precisamos assumir essas
dimensões com amor.

A vida de oração está em várias dimensões, a vida de oração se


desdobra em oração litúrgica, com as orações das horas, a santa missa,
a oração devocional onde fazemos nossas devoções pessoais e
comunitárias, e na vida de oração pessoal, com a Palavra de Deus, com
as moções, com a prática dos carismas e vida sacramental.
O método da Oração Íntima.

A oração é a alma de todo apostolado, e não há apostolado sem


oração, por isso Deus nos chama a viver uma vida de intimidade com Ele
e para isso existem diversos métodos, há a oração contemplativa, a
Lectio Divina, o estudo bíblico, o método a bíblia no meu dia a dia,
enfim. Existem diversos métodos.

Aqui, porém, quero trazer algo próprio do nosso carisma e que serve
para nosso estilo de vida, que é um método para a oração mental e
contemplativa.

Santo Afonso Maria de Ligório nos ensina um método de oração


mental preparada em três partes, a preparação, a meditação e a
conclusão, essas três partes se mantém em nossa estrutura, a única
diferença é que pela nossa necessidade e nossa espiritualidade unimos
algumas outras realidades dentro do método de oração.

Preparação: Dentro da preparação dedicamos um breve momento


para preparação interna e externa da nossa meditação e de nossa
pessoa para a realização da nossa oração com Jesus e envolve as
seguintes ações.

1 - Preparação do ambiente: É a primeira etapa, se prepara um


horário para rezar, um local menos agitado, se prepara este lugar com
imagens, terço, cruz ou o que tiver. De preferência um local onde o
mundo externo e a distração ou barulho não entre. E nesse momento é
bom começar com uma oração vocal, um Pai Nosso, uma Ave Maria e
pedindo o Espírito Santo.

2 - Exame de consciência: Com calma, respirando profunda e


lentamente, buscamos com a imaginação e memória fazer lembrança de
nossos atos, se estamos em estado de graça ou não, se temos algum
incômodo no corpo, se estamos concentrados ou distraídos, e vamos
oferecendo tudo isso a Jesus e com o pensamento ou com a voz (mas de
preferência com o pensamento) vamos contando a Jesus já em uma
oração dialogando com Ele.
3 - Composição de lugar: é muito importante estar com Deus, e a
composição de lugar é se colocar na Sua Presença, é saber onde você
está, e se colocar na Presença Real Dele, recorde-se de que Ele te
sustenta, de que você está sendo amado por Ele, desejado por Ele,
pense no Criado em Jesus na Eucaristia, recorde-se de Deus.

4 - Memória Afetiva de Deus: na minha opinião, essa é a parte mais


importante da meditação, mais importante mesmo que a própria
meditação, pois até aqui vai muito da sua disposição, da sua abertura a
Deus, pois se vier até aqui de coração aberto, Deus irá te levar até o
céus, mas, se por outro lado, você não estiver aberto, dificilmente Deus
te tomará nas mãos.

Como funciona esta memória afetiva? É pensar e recordar do Amor


de Deus por você, lembrar de sua bondade infinita, não de maneira
abstrata, mas sentimental e afetiva, ou seja, recordar dos momentos
que experimentou o Amor de Deus realmente, daquela adoração que
você vivenciou, daquela comunhão que viveu, ou daquela confissão. Ou
mesmo de palavras ou frases da bíblia sobre o amor de Deus por nós.

Como por exemplo: “Deus amou tanto que enviou seu Filho
Unigênito para que aquele que Nele crer, não pereça…” recordar dessas
palavras, de forma pessoal, “foi para mim que Ele disse isso”. E buscar
querer responder com amor.

Meditação: A meditação é o momento que leva a maior parte do


nosso momento de oração e é a parte mais importante e envolve as
seguintes ações.

1 - Oração Preparatória: Depois da preparação, seu coração estando


aberto a Deus, se prepare para a meditação com uma oração
espontânea, afetiva e ardente, pedindo o Espírito Santo para que você
receba as luzes de Deus para encontrar as Verdades de Fé, Conhecer e
Amar o Bem que Deus nos enviar pela meditação. Ou se preferir, pode
rezar uma oração ao Espírito Santo ou até mesmo uma oração vocal que
melhor se adequar ao momento de sua oração.
2 - Leitura meditada ou reflexão: Depois de sua preparação, vez a
reflexão propriamente dita, que pode ser ou não com um livro ou
passagem bíblica. Para ficar mais prático irei explicar em duas vertentes:

a) Reflexão: a reflexão sobre uma verdade de fé previamente


definida, como por exemplo a paixão de Cristo. Não é difícil
entender o que acontece aqui, a meditação começa com a
reflexão acerca daquele mistério proposto, onde refletindo e
pensando em cada detalhe, busco imaginar a cena, não é uma
reflexão intelectual, mas é um pensar em Deus com os afetos
abertos e a imaginação ativa. Ou seja, é se colocar no lugar
daqueles que estão vivenciando aquilo e se permitir sentir e
viver aquele momento com eles, adorando o Senhor.

No caso da reflexão acerca da Paixão de Cristo, eu vou pensar na


crucificação, vou imaginar a crucificação, e irei refletir “Jesus
está morrendo por meus pecados, eu deveria estar morrendo
ali, Senhor me perdoe” ou seja, coloco um aspecto pessoal na
reflexão, é diferente imaginar a morte de Jesus, e contemplar o
Jesus que morreu por mim, para que eu seja salvo e porque me
ama de forma pessoal.

b) Leitura Meditada: a leitura meditada segue no mesmo


caminho, a única diferença é que, ao invés de apenas pensar, há
pessoas que não conseguem fazer essa oração sem um livro de
espiritualidade ou a Sagrada Escritura.

Neste caso, a pessoa irá ler atenta e lentamente o que está


escrito, a meditação, a passagem, o livro, e assim vai refletindo
e imaginando o que ali se contém, até que algo lhe desperte
uma devoção, uma pontada na alma que lhe chame atenção.

Nessa hora é que se deve parar tudo e fazer o mesmo processo


da reflexão, ou seja, deve-se parar de ler, fechar o livro e buscar
refletir os sentidos do texto, as verdades do texto. E isso pode
acontecer já no título, pode acontecer logo no começo ou pode
ser que demore bastante, no caso de demorar, sugiro que não
prolongue muito a leitura, leia uma certa parte, suficiente para
entender o sentido, e fique nela, se precisar, apenas releia e
fique buscando refletir, se não conseguir não tem problema,
segue não pare o Espírito Santo.

Dou um exemplo, se você meditar com o Diário de Santa


Faustina, e lá disser “Quero que a minha divina Misericórdia
seja celebrada no mundo inteiro” e isso te chamar a atenção, vá
refletindo pouco a pouco, “Senhor, o Senhor quer a sua
misericórdia no mundo inteiro, como o mundo precisa de
misericórdia, como eu preciso da misericórdia” e vá pensando
na misericórdia, no que é a misericórdia, vá se deixando ser
tomado pelos afetos relacionados aquilo que você estiver
meditando, e se deixe levar pela devoção. Entenda, não é deixar
surgir um sentimentalismo ou provocar afetos sensíveis, e sim,
uma devoção, uma disposição para amar a Deus.

3 - Meditação contemplativa: A meditação contemplativa vem logo


em seguida, e de uma forma natural após a reflexão ou da leitura
meditada, é um passo natural, pois o próprio ato de refletir no mistério
ou no texto já é uma introdução para a meditação, porém há sim um
“passo seguinte” porém que se dá sem esforço.

Para ajudar a entender como fazer a meditação, vou trazer alguns


trechos do Padre Paulo Ricardo em seus cursos e textos no blog, e
também outros textos de outras fontes para ajudar a exemplificar,
porém, quero trazer um exemplo na íntegra aqui, que é o que ele
chamou de “O Erro de Cristiano” que é o que você lerá abaixo.

“Hoje há muitos católicos rezando e desejando progredir na


santidade: eles entenderam que esta vida não tem sentido se não for
para amar e servir a Deus. Empolgados, começam a dar os primeiros
passos; mas logo acabam percebendo que a santidade não é fruto
apenas da determinada determinación de que fala Santa Teresa. É
preciso rezar, e rezar muito; e é aí que começam os problemas. Eles
tentam rezar, têm perseverança, porém o fruto é escasso. E como
raramente encontram bons diretores espirituais para guiá-los no
caminho da oração, ficam estagnados.
Veja, por exemplo, o caso do Cristiano, que sempre usa a Imitação de
Cristo na oração. Antes de começar, ele se põe na presença de Deus, faz
algumas orações preparatórias e então começa a ler. Quando alguma
passagem lhe chama a atenção, imediatamente começa a conversar
com Deus, vocal ou mentalmente. Essas conversas são geralmente
conhecidas como “colóquios”. Por exemplo, ele encontra a frase:
“Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, exceto amar a Deus e só a Ele
servir”. Esta frase causa-lhe um impacto e imediatamente ele passa aos
colóquios:

— Senhor, eu sou cego, ajudai-me a perceber que tudo é vaidade. Eu


já ouvi isso tantas vezes, mas ainda não me decidi a vos servir. Dai-me
um coração desprendido do mundo, para que eu vos ame e vos sirva
como vós mereceis…

A oração vai alternando entre a leitura e esses colóquios (que


geralmente são de cunho moral), e ele conclui com algum propósito.
Cristiano persevera nisso, é fiel, mas com o passar do tempo o tão
esperado fruto de santidade não vem, o amor a Deus não aumenta. A
oração vai se tornando rotineira, pesada, e ele acaba deixando a vida de
piedade… ou reza apenas para “cumprir a obrigação”.

Por que isso aconteceu? Porque, na verdade, Cristiano não fez


meditação, mas apenas oração vocal. Você pode perceber que a oração
de Cristiano consistiu basicamente em raciocínios verbais, numa
alternância de ideias piedosas, sem que a inteligência dele fosse
adequadamente estimulada a conhecer mais profundamente as
verdades da fé.

Ninguém pode amar uma pessoa sem antes saber que ela existe. Por
exemplo: o marido, antes de casar-se com sua esposa, primeiro teve que
conhecê-la; e à medida que foi conhecendo-a melhor, foi se apaixonando
por ela; e quando o amor cresceu muito, ele quis até se casar com ela.

Nosso amigo Cristiano já conhece a Deus, inclusive já o ama um


pouco, pois está querendo ser santo. Mas se ele quer crescer no amor a
Deus, precisa conhecê-lo mais; e para conhecê-lo mais, precisa aprender
a oração de meditação. Apenas a oração vocal não dará conta do
recado.” (Padre Paulo Ricardo)
Como podemos, a meditação não é como os colóquios que fazemos
durante a reflexão ou da leitura meditada, é um passo à frente, um
passo além, na mesma publicação o Padre Paulo Ricardo traz algumas
explicações sobre a meditação que quero trazer para vocês.

O Padre Paulo nos diz qual a finalidade da Meditação dizendo que “A


meditação é um tipo específico de oração em que nos concentramos
num mistério da fé para conhecê-lo mais profundamente e então
experimentarmos o amor de Deus através daquele mistério.” Então é
necessário entender que precisamos exercer duas potências, o intelecto
e a vontade.

O padre segue na explicação: “Mas há uma diferença entre


meditação e estudo. O estudo é um esforço da inteligência para
conhecer uma verdade. A oração de meditação vai mais além: nela, o
trabalho intelectual tem por finalidade conhecer os mistérios divinos à
luz da fé, para então amar a Deus pela caridade.”

Um ponto importante que o padre destaca é o afeto da vontade


durante a meditação, pois não estamos querendo fazer um estudo
lógico, e sim, contemplar as verdades de fé: “Para fazer bem a
meditação é preciso então tratá-la mais ‘com afetos e sentimentos da
vontade’. O objetivo último dela é produzir em nossa alma um afeto
pelos mistérios divinos, pois é através deste afeto que nós amamos o
próprio Deus e progredimos nas virtudes.” O afeto, como diz o Padre
Paulo Ricardo, é uma espécie de sentimento experimentado na vontade,
como se houvesse um sentido instalado na alma para saborearmos os
mistérios Divinos.

“A oração, portanto, tem como finalidade produzir um ato de amor


a Deus entendido dessa maneira: aquela experiência em que Deus,
conhecido através dos mistérios da fé, causa pela sua graça um afeto
na vontade da alma, atraindo-a para si. E é essa atração de nossa
vontade para Deus que vai gradualmente transformando nossa vida
na prática.” Essa é literalmente a finalidade da meditação, mas como
então podemos produzir esse ato de amor em nós?

O padre Paulo fez a mesma pergunta e nos respondeu: “Para


respondermos a essa pergunta, podemos fazer outra: O que nosso
amigo Cristiano estava fazendo de errado ao rezar? Vimos que, depois
de colocar-se na presença de Deus e fazer algumas orações
preparatórias, ele se punha a ler, e quando algo lhe chamava a
atenção, imediatamente passava aos tais ‘colóquios’. Aqui está o
problema: ele começou cedo demais a fazer os colóquios! Ao ler e já
imediatamente começar a falar com Deus (vocal ou mentalmente), ele
pulou o processo de estimulação da inteligência, ou o fez muito
debilmente.” recorda-se de que no passo da leitura meditada e até
mesmo na fase de preparação, eu estímulo que utilizemos nossa
imaginação? Pois bem, esse é um dos motivos, não podemos ter pressa
para meditar e passar para a oração, devemos ruminar, como diziam os
santos e doutores.

O Padre nos dá quatro passos para conhecer e amar, sim, ninguém


ama aquele que não conhece, então antes de procurar responder com
amor, devemos conhecer a Deus, para que assim, o ato de caridade não
seja impedido de acontecer, “precisamos concentrar todo o nosso
esforço em estimular antes o processo da inteligência, pois a vontade
ama o que a inteligência conhece.”

Para que a verdade mova o afeto da vontade, existem


quatro passos:
1. Os cinco sentidos;
2. Imaginação;
3. Inteligência;
4. Vontade.

“Sem que os três primeiros passos sejam dados, a nossa


inteligência não conhece mais profundamente os mistérios da fé, e
consequentemente o nosso coração não experimenta o amor de Deus
na oração.”

Isso é importante ter uma grande clareza ao meditar, a meditação


começa com os 5 sentidos. “Nós não somos anjos, é importante
lembrar. Os anjos, por não terem corpo, exercitam sua inteligência
diretamente, sem auxílio de qualquer órgão corporal. Nós, porém, que
somos corpo e alma, exercitamos nossa inteligência através dos
órgãos corporais, principalmente os cinco sentidos e a imaginação”

O padre dá um exemplo como funcionam os quatro passos de forma


prática, e isso vai acabar ajudando você na meditação, assim como nós
conseguimos também ler um livro e imaginar a cena, vejam.

“Como o marido conheceu a esposa? Primeiramente através dos


cinco sentidos. Quando ainda eram jovens, ele a viu passar pelos
corredores do colégio (visão), ouviu sua voz (audição), sentiu seu
cheiro (olfato) etc. Este é o passo 1: cinco sentidos.

Todas essas experiências sensoriais ficaram à época registradas na


imaginação do jovem pretendente, que era capaz de relembrá-las
mesmo na ausência da moça: ele já havia retornado à casa de seus pais,
mas ainda assim conseguia lembrar do rosto dela, da sua altura, de
como era sua voz, do seu cheiro etc. A imaginação é essa faculdade
interna pela qual recordamos nossas experiências sensoriais. (Pare um
pouco e faça você mesmo a experiência: feche os olhos e tente se
lembrar do rosto de uma pessoa conhecida… essa imagem que você viu
de olhos fechados foi produzida pela sua imaginação). Eis o passo 2.

E quando o jovem lembrava da moça através da imaginação, quase


naturalmente sentia o desejo de conhecê-la melhor. É aí que ele passava
a se fazer “perguntas” sobre ela: — Onde será que ela mora? Ela é filha
de quem? Será que ela já tem namorado? Será que ela é católica?

Todas essas perguntas já não eram mais causadas pela imaginação;


era a inteligência do jovem que começava a funcionar. Em cima
daquelas imagens, sons e demais experiências sensoriais que ele estava
recordando com a imaginação, sua inteligência procurava extrair a
verdade contida naquelas experiências. Esse processo das “perguntas” é
o passo 3: inteligência.

Enfim, quando o jovem conheceu melhor a moça pela inteligência,


surgiu nele uma inclinação para ela; e como as coisas que conheceu
sobre a moça lhe agradaram, ele passou a ter amor por ela, ou seja, sua
vontade inclinou-se para ela. Eis o passo 4: vontade.”
Percebe que há um movimento natural logo após a mediação? Veja,
quando Jesus fala da parábola de um casamento, devo usar os quatro
passos, Sentidos: o que eu vi em um casamento? Como era o “clima” da
festa? veja, muitas vezes já teremos muitas desses sentidos em nossas
mentes, mas quando temos algo que não sabemos, podemos usar como
base, por exemplo, quando pensamos na Paixão de Cristo, podemos
usar uma imagem para ver sua crucificação, para trazer ao nosso
imaginário a matéria para meditar, isso é a utilização dos sentidos.

O segundo passo é a imaginação, ou seja, a produção das imagens na


nossa mente, por exemplo, imagine a cena da flagelação, as expressões
de Jesus, como são os chicotes, imagine os sons, o que as pessoas
falam, imagine o sangue de Jesus escorrendo, é isso que um livro faz
com sua imaginação, ele estimula a você pensar na cena, aqui é a
mesma situação, utilize a sua imaginação e reproduza em sua mente a
cena da sua reflexão.

Enfim, com as imagens vivas em sua mente, é hora de refletir sobre a


cena em si, veja que, como disse, é um caminho natural, quando você se
coloca um tema para refletir, por exemplo a paixão, ela naturalmente
deverá desembocar aqui, porém, há casos que a pessoa pode apenas
propor o tema e já vem os afetos, e há momentos que deve-se seguir
um caminho para conseguir entrar em sintonia com Deus.

Nesse terceiro passo, se faz a reflexão da cena, por exemplo, as


chicotadas de Jesus e suas expressões de dor, poderia pensar “por que
Ele está passando por tudo isso? Eu deveria estar lá! Ele pagou por
meus pecados” e assim a meditação já se iniciou de verdade.

São Francisco de Sales assim o descreve: “Depois da ação da


imaginação, segue-se a do entendimento, que chamamos meditação,
que vem a ser uma ou muitas considerações feitas no intuito de mover
os nossos afetos em ordem a Deus e às coisas divinas”

Mas perceba que as considerações da inteligência são feitas nas


imagens. Se abandonarmos as imagens e começarmos a nos fazer
perguntas, cairemos num vácuo imaginativo e não forneceremos à
nossa inteligência o material adequado para as considerações.
Consequentemente, voltaremos à oração antiga que consistia
basicamente em raciocínios verbais, onde trocava algumas frases
piedosas por outras, sem chegar a “sentir e afeiçoar-se às coisas de
Deus”. Esse é o passo 3. É nele que você conseguirá fazer um ato de fé
mais profundo, pois a graça divina o ajudará nesse processo das
considerações e permitirá que sua inteligência conheça mais
profundamente o mistério meditado.

O padre Paulo explica a consequência deste caminho que é “Ao


meditar desta maneira, Cristiano perceberá mais cedo ou mais tarde
que algo cativará seu coração: isso significa que a graça divina terá
causado o afeto que descrevemos no início. É a partir deste momento
que Cristiano poderá fazer os ditos colóquios. Por exemplo: Ele estava
vendo com a imaginação o Sangue preciosíssimo, meditou algum
tempo sobre aquela cena e sentiu um profundo arrependimento de
seus pecados por ter causado todo aquele sofrimento em Nosso
Senhor. Ao experimentar isso, Cristiano deve mergulhar nesse afeto e
fazer os atos interiores que o Espírito Santo lhe inspirar.” Ou seja, aqui
deve-se seguir a moção do Espírito, não é propriamente rezar
vocalmente ou mentalmente, mas seguir a Deus, pois pode ser que
Deus te conduza a uma oração afetiva, uma oração de simplicidade ou
uma oração vocal, mas devemos estar abertos a sua graça.

“Os afetos podem ter diferentes nuances. Alguns são afetos de


profunda contrição de pecados, quando a alma sente uma grande
aversão a eles e lamenta profundamente ter ofendido a Deus. Outros
são de adoração, quando a alma se sente atraída para Deus conhecido
como sumamente santo e digno de louvor. Outros são de gratidão,
quando a alma se sente atraída pela bondade divina, que lhe encheu de
numerosos benefícios e teve tanta paciência consigo.” (Padre Paulo
Ricardo)

“Com frequência acontece de nos emocionarmos e chorarmos


quando a oração chega a esse último passo dos afetos da vontade,
principalmente se o tema da meditação for a Paixão de Cristo. Contudo,
as lágrimas não são o essencial. No início de nosso texto vimos que a
essência do ato de caridade é o afeto experimentado na vontade. As
lágrimas ajudam, e muito; porém se houver apenas o afeto da vontade,
já houve uma verdadeira oração. Nisto consiste o passo 4.” Veja que
este é o verdadeiro caminho da oração mental.

4 - Oração: logo após a meditação, fazemos nossa oração, como


vimos, podem ser colóquios, podem ser oração mental ou vocal, eu
comumente faço uma oração vocal espontânea, pois é o que
geralmente faz uma boa conclusão da oração para mim, porém um
aviso, essa oração da qual eu digo não é durante a meditação, essa
oração é quando a meditação acabar, para não ficar seguindo e se
prendendo numa regra durante a meditação.

Conclusão: A conclusão é a parte de resoluções e ações de nossa


oração, revisão de vida e propósitos. É o momento onde literalmente
onde ao terminarmos nossa meditação, iremos olhar nossa vida, e ver
onde devemos mudar e realizar um propósito de mudança de vida
realizado na prática.

Resumindo, nosso método não é diferente de nenhum método já


existente, é apenas a união de vários deles para facilitar a meditação,
onde nos utilizamos dos três princípios, que é a preparação, a
meditação e a conclusão.

A Contemplação Ativa de Deus em tudo

Essa é uma prática que já falamos, mas com um outro nome. Quando
falamos acima da Oração Íntima, dissemos na parte da preparação,
sobre a composição de lugar, que é em outras palavras, estar na
presença de Deus, percebendo sua Presença. A contemplação ativa é
isso, mas ao invés de utilizar isso somente na meditação, utilizamos isso
em todas as coisas e em todos os momentos.

A contemplação ativa não é algo exclusivo da comunidade Unos, na


verdade quem começou com isso foi São Francisco de Assis quando
contemplava o Sol a Lua como irmãos, mas por que queremos enfatizar
o “em tudo”, hoje vivemos num mundo distraído que pode nos levar
para longe de Deus, nossa proposta porém é justamente o contrário.
Quando um vento bate, uma borboleta aparece, uma flor é vista,
podemos e devemos utilizar disso para louvar a Deus, meditar em seu
amor. Mas por que parar aí? Por que quando estamos ouvindo uma
música, não podemos prestar atenção na bela letra e interpretar como
uma carta de amor de Deus para conosco?

Por que não pegar uma frase de um filme ou livro e não remeter a
Deus falando conosco? Tudo pode nos levar a Deus, contemplar tudo de
forma ativa, ou seja, de forma proposital, pode nos levar a Deus.

Por exemplo, há algumas frases do filme do Kung Fu Panda 1 e 2 que


me fazem lembrar de Deus, como se estivesse falando diretamente
comigo, a primeira é a seguinte: “O ontem é história, o amanhã um
mistério, mas o hoje, é uma dádiva, é por isso que é chamado presente”.
E a segunda é: “Sua história pode não ter tido um começo feliz, mas isso
não define quem você é . É o restante da sua história... Quem você
escolher ser.”

Deus me fala muito com essas frases, assim como me fala com livros,
como me fala com músicas, como me fala quando contemplo o céu.

Os membros que já me conhecem a algum tempo sabem como eu


sou quando passa um vento, logo digo “olá Espírito Santo”, e muitas
vezes, sinto a liberdade de dizer a Deus "Espírito Santo, hoje você me
guia” e para onde vejo o vento soprar, eu viro e sigo até ir para a direção
certa e nunca fui pro lugar errado.

Não digo para serem sem razão, mas digo para enxergar Deus em
tudo, pois Ele está sustentando tudo no ser das coisas, quando
chegarem a isso, estarão num caminho de intimidade maior com Ele.
A Sinceridade em Cristo

Como já disse anteriormente, a sinceridade em Jesus é a sua


liberdade em Cristo, assim como disse, não tenham máscaras perante
Jesus, se não tiverem vontade de rezar, digam a Ele, se estiverem
distraídos, se estiverem em pecado, se estiverem tristes, com medo,
com sono, com dor, Jesus quer amigos, Jesus não quer robôs.

Ninguém pode ser amigo de alguém que não é verdadeiro, que não
se deixa abrir, veja, não precisa muito para ser sincero com Jesus, basta
colocar-se diante Dele e dizer “Jesus, eu passei isso e isso no dia de hoje,
senti assim e assim, Jesus gostaria disso e daquilo, Senhor obrigado por
isso, Jesus me desculpe” fale com naturalidade com Ele.

Sei que podem achar desrespeitoso o que irei dizer, mas eu as vezes
chamo Jesus de Amor, de Yesh, as vezes vou ao sacrário e beijo Jesus,
esse é o meu jeito de ser sincero, principalmente no começo da minha
conversão onde eu chegava e dizia “Yesh, precisamos conversar…” e eu
realmente tinha uma "Discussão de Relacionamento” com Jesus, pode
parecer meio infantil, mas era sincero, e aqui vai uma lição, Santo Cura
D’Ars nos conta a história de um padre e um camponês, onde o
camponês ia várias vezes ao sacrário, nunca dizia nada a Jesus e ia pra
casa, uma vez o padre perguntou “o que é que faz tanto aí sem rezar
nada?” e o camponês disse “Ele me olha e eu olho pra Ele” essa era a
sinceridade do camponês.

União Íntima com a Trindade

Essa união íntima com a Santíssima Trindade, trata-se de uma


percepção, uma contemplação da Inabitação da Trindade em nossas
almas, não é algo demais, é meditar nisso “Deus Pai, Deus Filho e Deus
Espírito Santo, não apenas me sustenta, mas habita em mim, se Deus
me esquecesse eu desapareceria, mas Deus me sustenta por amor,
pensa em mim com todos os detalhes, e mais, Deus habita em minha
alma, no mais íntimo de mim” essa meditação nos ajuda a nos unir
ainda mais a Deus.

É basicamente, a consequência de tudo que disse até agora, com


uma meditação, você conhece seu amor, começa enxergar esse amor
em todas as coisas, começa a ser sincero com Deus, e enfim, acaba por
contemplar a União Trinitária que habita em sua alma.

O Plano Espiritual

O plano espiritual é um exercício espiritual desenvolvido em fases


para que nós possamos crescer em espiritualidade, e serve para pessoas
que precisam começar uma vida de oração e para pessoas que se
enfraquecem na vida de oração.

As fases são, Shekinah, El Shaddai, Adonai, Kadosh, Metanóia,


Contemplativa e Unitiva, cada uma representando um objetivo e com
um período específico até completar 1 ano de exercícios espirituais
próprios.

Consistem em práticas diárias, semanais e mensais, preparando a


pessoa para as experiências na vida de oração, trabalhando a oração, a
penitência, a oração pessoal e bíblica, o conhecimento da doutrina e a
vivência dos sacramentos. Ela será melhor explicada no livro do Plano
Espiritual, mas daremos algumas noções sobre os objetivos das fases..

Fase Shekinah: fase inicial com duração de um mês, meditando


diariamente nos temas, pecado, inferno, céu, e Paixão de Jesus Cristo.
Os exercícios propostos são para desapegar-se dos vícios e para iniciar
uma vida de oração.

Fase El Shaddai: fase focada em meditar sobre a Redenção em Jesus,


com uma duração de um mês e meio, os exercícios propostos são
direcionados para o aprofundamento espiritual.
Fase Adonai: fase focada em contemplar a grandeza de Deus,
medita-se sobre a Misericórdia e a miséria, sobre o Céu, os Anjos, a
criação, e os exercícios são focados em trazer intimidade entre nós e
Deus, com uma duração de um mês e meio.

Fase Kadosh: fase focada em viver as virtudes com perfeição, os


santos são muito referenciados nessa fase, mas nunca são ponto para
ofuscar a Deus, pois medita-se sobre a Santidade Dele e como nossas
almas podem e devem se aproximar Dele, os exercícios são focados em
tirar de nós todos os empecilhos para uma santidade profunda, tem
uma duração de três meses.

Fase Metanóia: Fase focada em reescrever nossa vida a partir do


ideal de Jesus Cristo, mudando os hábitos da vida, por um período de
um mês, meditando nas experiências vividas, de nossa própria vida em
confronto com o evangelho.

Fase Contemplativa: fase com duração de dois meses, num projeto


de vida, buscando rever sua história de vida e encontrando Deus em
cada fase da vida.

Fase Unitiva: fase com duração de dois meses, procurando unir-se a


Deus na sua história e na sua vida de oração, procurando não
abandonar o projeto de vida que você iniciou.

Iremos organizar todas as práticas devocionais do Carisma em um


livrinho para facilitar para vocês, onde iremos colocar o Plano Espiritual
com todas as meditações também.

As 5 Pedrinhas

As cinco pedrinhas são as bases da maioria das espiritualidades,


sabemos que às vezes não teremos tanto fervor, mas precisamos ter ao
menos um norte, que são as cinco pedrinhas que aprendemos desde
cedo.
Jejum: o jejum nos ajuda a fortalecer o espírito e nos ajuda com as
virtudes da castidade e da temperança. Devemos fazer jejum na sexta
feira ao menos como abstinência de carne.

Confissão: a confissão perdoa os pecados cometidos e aumenta


nosso estado de graça, devemos confessar mesmo que sejam apenas
pecados veniais, sempre que percebermos pecados graves, devemos
confessar o quanto antes, em relação a pecado venial, ao menos uma
vez por mês devemos confessar.

Comunhão: devemos comungar sempre que possível, sobretudo nos


domingos de preceito, mas se houver possibilidade de mais vezes na
semana ou até diariamente, devemos comungar.

Santa Bíblia: sobre a oração e leitura da bíblia, o que eu devo dizer,


não podemos ficar sem, devemos ao menos uma vez ao dia nos dedicar
a leitura e meditação da Palavra de Deus.

Terço: o Santo Terço ou Rosário é uma arma devocional poderosa,


que não só nos ajuda a meditar, mas nos traz diversos frutos. Se não
conseguimos rezar o rosário inteiro, rezemos o terço, ou dividamos o
rosário em terços durante o dia.
Devoções do Carisma

Nossa espiritualidade possui algumas devoções específicas das quais


eu gostaria de mencioná-las brevemente:

A devoção Mariana: Nossa comunidade é uma comunidade


Mariana, temos várias devoções como o santo terço, devoção a Nossa
Senhora de Lourdes e Nossa Senhora de Fátima, mas uma das maiores
devoções que promovemos é a consagração a Jesus pelas mãos de
Maria, por ser um método de práticas interiores e de imitação de Maria
com suas virtudes.

A devoção da Misericórdia: Somos uma comunidade da


misericórdia, isso nos leva com toda certeza a Devoção à Santa Faustina,
Hora da Misericórdia, Terço da Misericórdia, o quadro e o Diário de
Santa Faustina. Se pudermos exercitar essa devoção do terço da
misericórdia como uma atividade devocional com amor e zelo, sei que
colhemos muitas graças.

A devoção ao Batismo: Todos nós fomos agraciados com o Batismo,


que é o dia em que Deus nos tornou seus filhos no Próprio Filho de
Deus. Ter devoção ao Batismo é ter amor e dedicação ao dia nos
tornamos filhos de Deus, é importante saber e amar o dia do seu
batismo.

A Devoção ao Santo anjo: Somos filhos de Padre Pio, ele nos ensina
sempre que devemos ter relacionamento com nosso anjo da guarda,
não podemos deixá-los ociosos, devemos “dar trabalho” como dizia São
Padre Pio, principalmente quando formos rezar, quando estamos sendo
tentados, ou quando necessitamos de sua ajuda.
A Vida Carismática

Como já dissemos sobre a vida carismática, devemos aspirar os dons


espirituais, todos os dons, sobretudo o dom da profecia, mas, também
devemos ter uma vida de oração carismática, uma vida de grupo
carismático, de abastecimento e assim por diante.

Devemos, de algum modo, participar do nosso grupo de oração, ou


nos inserir na oração do grupo, ou dentro dos nossos ágapes e
encontros, viver um abastecimento carismático, rezando juntos em
línguas, com os dons.

Sempre devemos estar com os corações abertos aos dons do alto,


sobretudo aos 9 dons descritos na bíblia. Ou seja, o Dom de Línguas, o
Dom de Ciência, o Dom da Profecia, o Dom de Sabedoria, Dom de Cura,
o Dom da Fé, o Dom dos Milagres, o Dom do Discernimento dos
Espíritos e o Dom de interpretação das línguas.

A Oração Profética

Todos os membros da Comunidade Unos, de uma forma ou de outra


são intercessores e profetas, exercendo ou não o ministério de
intercessão, o que é um outro aspecto, nossa missão depende de
orarmos uns pelos outros de forma profética e essa oração segue os
seguintes passos.

O primeiro passo é esvaziar-nos de nossos planos e nos colocar à


disposição do Senhor. Nesse momento, devemos nos entregar
inteiramente a Deus, entregar nossos pensamentos, sentimentos e
emoções, ou seja, tudo o que se encontra em nosso ser.
O segundo é buscar os planos de Deus, estar atento àquilo que o
Senhor deseja que intercedamos. É nos desprender de nossas próprias
intenções e se dispor a rezar por aquilo que o Senhor pede.

O terceiro é conhecer a estratégia de Deus, saber a forma que


devemos rezar e agir diante daquela situação. É deixar que o Espírito
Santo nos capacite e nos mostre as ferramentas que podemos e
devemos utilizar.

O quarto passo é deixar que a intercessão seja conduzida pelos


direcionamentos do Espírito Santo. É estar atento às moções que Ele
nos dá e deixar que elas conduzam todo o momento, direcionando
nossos clamores e orações.

O quinto é ouvir o Espírito Santo, proclamar sua Palavra e


transmiti-la. Nesse momento, devemos silenciar nosso coração e
permitir que Deus fale, que mostre suas promessas e graças, ou seja,
que Ele responda por aquilo que intercedemos.

O sexto passo, mas não menos importante, é o momento de


agradecimento ao Senhor, onde devemos dar graças por tudo o que Ele
fez, por todas as moções concedidas pelas palavras de ciência e
sabedoria. É o momento de gratidão a Deus.

Retiros Pessoais e de Silêncio

Nós devemos também, algumas vezes, parar e viver um tempo de


deserto e espiritualidade. Não vou dar aqui um número fixado para você
fazer seu retiro de silêncio pessoal, mas digo que o ideal seria um por
mês, mas ao menos um por ano já ajudaria muito você a revisar sua vida
de oração.

Nesse retiro pessoal você irá revisar sua vida, ver seu plano de vida,
ver o que tem conseguido fazer dele, e se concluiu o tempo dele irá
rezar por um novo plano de vida, por um remah para sua vida pessoal
com Deus, vai entregar tudo a Ele, não existe um roteiro fixo pois é sua
oração pessoal com Ele que deve ser feita fora de sua casa ou ao menos
num dia que você ficará sozinho(a) e possa dedicar a tarde ou manhã
inteira para essa finalidade, irá te ajudar muito a crescer na vida de
oração.

A Revisão e plano de vida

A revisão de vida vai te ajudar a ver como você está e onde precisa
melhorar, sobretudo na vida de oração, na vida de caridade, nas
pastorais, na vida em comunidade e assim por diante, e a partir dela
você pode fazer um plano de vida para as 12 áreas da vida humana.

As 12 áreas da vida são estruturadas por quatro eixos, o eixo pessoal,


que contém as áreas da saúde e condicionamento físico,
desenvolvimento intelectual e humano e equilíbrio emocional. O eixo da
qualidade de vida, que contém as áreas do lazer, hobbies e diversão,
plenitude e felicidade, e espiritualidade. O eixo dos relacionamentos,
que contém as áreas, família, relacionamento amoroso ou vocação e
vida social e amigos. E o eixo profissional que contém as áreas da
contribuição social, saúde financeira e realização e propósito no
trabalho. Essas 12 áreas não só servem para nossa evangelização como
também nos ajudam na revisão e plano de vida.

Esse plano de vida tem um livro que já escrevemos que trata de criar
projetos para cada área da vida, por exemplo a vida espiritual, e trazer a
análise de como estamos, como devemos estar, o que devemos fazer
pra melhorar, como faremos e quando faremos as atividades propostas.
O caminho de santidade

A santidade é percorrida por um caminho e uma espiritualidade.


Como nossa espiritualidade pode nos ajudar a percorrer o caminho que
Deus nos ensina a viver?

A mística da comunidade Unos encontra-se na União Hipostática de


Cristo e na Inabitação da Trindade em Nós e nossa via ascética está
justamente nesse processo de unir-nos a Deus que habita em nós na
Humanidade de Deus Filho.

Claro que algumas práticas ascéticas da comunidade já foram ditas,


mas quero aqui reafirmar algumas que devem ser tidas como exercícios
espirituais para fortalecer ainda mais a santidade de nossos membros. E
recordo que, não é necessário fazer todas as práticas espirituais
exteriores, deve-se primeiro viver a vida interior da espiritualidade, isto
é, os 7 pontos da nossa espiritualidade indicadas já na primeira parte
deste manual.

Tudo como Penitência: como vimos com Nossa Senhora em uma das
10 virtudes principais, tudo pode ser penitência, aqui precisamos
reforçar, suportar o calor, o frio, a jornada de trabalho, tudo pode ser
penitência, contanto que façamos isso por amor a Deus e com desejo de
com isso, no santificarmos.

A oração a todo tempo: devemos estar em contínua oração,


conversando com Deus a todo momento com oração espontânea e
sinceridade do coração.

A Fé Expectante: devemos sempre pedir a Deus uma fé viva,


expectante, que seja maior que nossos medos e anseios, e com essa fé
devemos sempre ter atos de fé exercidos.

O fortalecimento da alma: para crescer espiritualmente precisamos


fortalecer nossas almas, esse fortalecimento acontece pela prática de
devoções, e leituras espirituais, como livro da história de santos.
Aspirar às coisas do alto: Padre Léo já dizia “buscai as coisas do
alto”o que isso significa para nós? Aspirar às coisas do alto é um
chamado à santidade, é desejar do fundo do coração fazer a vontade de
Deus, é aspirar os dons celestiais, a presença de Deus, as coisas nobres.

O itinerário espiritual da Jerusalém celeste: essa é uma coisa que


acredito que poucos conhecem, nossa vida espiritual possui dois
tempos e três etapas, o tempo ascético e o místico e as etapas ascéticas,
iluminativas e unitivas, é um processo de exercício de intimidade com
Deus, onde vamos crescendo, isso será melhor descrito no livro
Jerusalém Celeste.

A Pacificação das paixões: para nos santificarmos, precisamos


primeiro combater nossas paixões, nossas tendências, fazemos isso
combatendo os pecados capitais, combatendo nossas fraquezas,
defeitos e tendências, tudo isso com um caminho de
autoconhecimento.

A aquisição das virtudes: não basta somente vencer as paixões, é


necessário encher-se de virtudes, colocar na alma bens espirituais e
morais na alma para que a casa não fique vazia, e assim possa crescer
em santidade.

O fortalecimento do caráter: uma pessoa madura tem mais


estrutura para tornar-se santa, o caminho de autoconhecimento vai
moldando a personalidade, vai retirando de nós as nossas infantilidades
e vai moldando nosso caráter, como na teoria das doze camadas da
personalidade, quem chega na décima segunda, chega na motivação de
tudo fazer por Deus, quem molda seu caráter e vai retirando tudo que
não nos santifica chega a este ponto.

O amor da Inabitação: o último ponto da nossa via ascética é o amor


e devoção a Inabitação da Trindade, Deus está dentro da nossa alma,
bem no centro, e é lá que Ele nos fala, e é onde devemos encontrá-Lo.
Devemos sempre que possível meditar sobre a Inabitação, e através de
Jesus em sua Divina Humanidade lembrar que temos uma unidade com
Deus pela Humanidade de Jesus que nos liga com a Trindade e a
Trindade está em nós através da Inabitação. Deve ser como um cíclo.
Nossos Baluartes

Nossa comunidade possui vários santos intercessores como Santa


Faustina, mas baluartes somente dois, os baluartes são santos que nos
ajudam a viver nosso carisma, são como colunas em um carisma.

Nossos Baluartes são São Padre Pio e Santa Teresinha do Menino


Jesus, estes dois santos são nossos exemplos, devemos imitá-los e
conhecê-los cada vez mais. Aqui vão algumas curiosidades sobre eles.

São Padre Pio:


A intimidade com o Anjo da Guarda: O menino Francesco Forgione
nasceu no vilarejo de Pietrelcina, próximo à cidade de Benevento, Itália,
e tinha seis irmãos. Desde sempre pedia ajuda ao seu anjo para
percorrer o caminho da Santidade e viver o Evangelho – ele dizia que os
anjos se empenham em levar os seus “guardados” para Deus e por isso
a intimidade com seu Anjo da Guarda é muito importante.

Buscar o sacramento da reconciliação: Padre Pio viveu praticamente


toda sua vida no convento de San Giovanni Rotondo e lá se dedicava até
14 horas por dia ao sacramento da confissão. Tinha grande compaixão
pelo sofrimento das pessoas e dedicava sua missão sacerdotal a acolher
este sofrimento, com isso espalhava a todos as maravilhas encontradas
neste sacramento.

Pobreza e humildade: Padre Pio era da Ordem dos Capuchinhos e


trazia consigo as virtudes dos franciscanos: viver a pobreza e a
humildade. Seu hábito marrom simbolizava estas virtudes.

Devoção a Nossa Senhora: Todos os dias rezava o santo rosário –


várias vezes! Pregava sempre o papel da Virgem Maria no mistério da
Salvação. Dizia aos seus fiéis para confiar suas misérias à Mãe, pois só
uma mãe conhece as fraquezas de seus filhos e intercede a Deus por
cada um deles.
“Se o demônio não dorme para nos perder, Nossa Senhora não nos
abandona nem um instante sequer” – São Pio de Pietrelcina.

“Sou um simples frade que reza”: São Pio de Pietrelcina foi


beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e
canonizado no dia 16 de junho de 2002. A Igreja celebra sua festa em 23
de setembro, dia de sua ida ao céu.
Por toda a vida se dizia ‘apenas um frade’ e se dedicava integralmente à
oração. Sua simplicidade mostrava a todos por meio de ações e gestos o
seu testemunho de vida.

Santo do Bom Humor: Os testemunhos do humor e da alegria


contagiante de Padre Pio são unânimes por parte de todos aqueles que
o conheceram e conviveram com ele. No entanto, não se sabe o porquê
da imagem dele difundida junto ao grande público ser de um religioso
irritado, franzido, com a cara fechada, irado e descontente, ao contrário
da sua verdadeira personalidade.

Santa Teresinha do Menino Jesus:


Nascimento: nasceu no dia 2 de janeiro de 1873 em Alençon, baixa
Normandia, na França. Desde o nascimento foi fraca e doente. Seu
nome de batismo era Marie Françoise Thérèse Martin (Maria Francisca
Tereza Martin). Filha de Louis Martim, relojoeiro e joalheiro, que quis
ser monge na ordem de São Bernardo de Claraval, e Zélie Guérin,
famosa bordadeira do ponto de Alençon.

A pequena via: Com sua vida, ela nos ensina que vale a pena
derramar os nossos melhores perfumes por amor a Deus. Nós, que
somos os mais fracos, os vasos de argila e dentro nós carregamos um
grande tesouro.

Amadurecimento na dor: À primeira vista, parece que Teresinha foi


santa desde a sua infância, porém, sua história revela um caminho de
amadurecimento à custa de muitos sofrimentos, como por exemplo: A
perda de sua mãe quando tinha 4 anos e 8 meses, por conta do câncer;
a ida de suas irmãs para o Carmelo; separar-se de seu pai e vê-lo sofrer
de problemas psiquiátricos; por fim, a tuberculose e outros problemas
de enfermidade nos seus últimos anos de vida. Tudo isso levou essa
mulher a oferecer-se em holocausto à Misericórdia Divina, dia após dia
de sua vida, com muita simplicidade e pequenez.

A infância espiritual: Através do amor, desenvolveu a infância


espiritual ou pequena via. Essa consiste na extrema confiança em um
Deus que é Pai, o que foi consequência do seu relacionamento com seu
pai Luís. Ele levou sua filha a olhar a Deus como um pai bondoso,
amoroso e misericordioso. Por isso, Santa Teresinha do Menino Jesus
pôde confiar e se lançar sem reservas nos braços d’Aquele que a leva
como um elevador através de sua graça. Esse relacionamento filial gerou
um transbordar de caridade, generosidade e gratuidade, por parte da
santa que desembocou na vivência com suas irmãs religiosas.

Enfim, peço que busquem conhecer mais e mais nossos santos


baluartes e busquem imitá-los, uma coisa que Padre Pio disse e tem
ligação com Teresinha é a seguinte frase “eu vim para os padres”,
Teresinha ao ver o mal comportamento dos padre colocou-se a orar
muito pelos sacerdotes.

As obras de misericórdia

Não há como ser uma comunidade de misericórdia e não praticar as


obras de misericórdia, nossa comunidade tem uma afinidade maior com
as obras espirituais, mas não devemos ignorar as obras materiais.

Em nossa comunidade é necessário lembrar-se que toda obra de


misericórdia deve partir de uma experiência com o Amor Misericordioso
e deve ser algo espontâneo onde o Amor que sinto por Deus me leva a
amar o irmão com obras.
Obras Corporais:

1) Dar de comer a quem tem fome e 2) dar de beber a quem tem


sede: Estas duas complementam-se e referem-se à ajuda que devemos
disponibilizar em alimentos e outros bens aos mais necessitados,
aqueles que não têm o indispensável para comer em cada dia.

3) Dar pousada aos peregrinos: Em tempos antigos dar pousada aos


viajantes era um assunto de vida ou de morte, pelas dificuldades e
riscos das caminhadas e viagens. Não é o normal hoje em dia. Mas,
mesmo assim, poderia acontecer recebermos alguém em nossa casa,
não por pura hospitalidade de amizade ou família, mas por alguma
verdadeira necessidade.

4) Vestir os nus: Esta obra de misericórdia dirige-se a aliviar outra


necessidade básica: o vestuário. Muitas vezes é-nos proporcionada com
as recolhas de roupa que se fazem nas paróquias e noutros centros. Ao
entregar a nossa roupa é bom pensar que podemos dar o que nos sobra
ou já não nos serve, mas também podemos dar do que ainda nos é útil.
A carta de São Tiago propõe-nos sermos generosos:

5) Visitar os enfermos: Trata-se de uma verdadeira atenção para com


os doentes e idosos, tanto no aspeto físico, como em lhes proporcionar
um pouco de companhia. O melhor exemplo da Sagrada Escritura é o da
parábola do Bom Samaritano que curou o ferido e, ao não poder
continuar a cuidar dele diretamente, confiou os cuidados que
necessitava a outro em troca de pagamento.

6) Visitar os presos: Consiste em visitar os presos e prestar-lhes não


só ajuda material, mas também assistência espiritual que lhes sirva para
melhorar como pessoas, emendar-se, aprender a desenvolver um
trabalho que lhes possa ser útil quando terminarem o tempo que lhes
foi imposto pela justiça, etc. Significa também resgatar os inocentes e
sequestrados. Em tempos antigos os cristãos pagavam para libertar
escravos ou se trocavam por prisioneiros inocentes.
7) Enterrar os mortos: Cristo não tinha lugar onde repousar. Foi um
amigo, José de Arimateia, que lhe cedeu o seu túmulo. Mas, não apenas
isso, teve a valentia para se apresentar ante Pilatos e pedir-lhe o corpo
de Jesus. Nicodemos também participou e ajudou a sepultá-lo. Enterrar
os mortos parece um mandato supérfluo, porque, de facto, todos são
enterrados. Mas, por exemplo, em tempo de guerra, pode ser um
mandato muito exigente. Por que é importante dar sepultura digna ao
corpo humano? Porque o corpo humano foi morada do Espírito Santo.
Somos templos do Espírito Santo.

As Obras Espirituais

1) Ensinar os ignorantes: Consiste em ensinar os ignorantes em


qualquer matéria: também sobre temas religiosos. Este ensino pode ser
levado a cabo através de escritos ou da palavra, por qualquer meio de
comunicação ou diretamente.

2) Dar bom conselho: Um dos dons do Espírito Santo é o dom do


conselho. Por isso, quem desejar um bom conselho deve,
primeiramente, estar em sintonia com Deus, pois não se trata de dar
opiniões pessoais, mas de aconselhar bem a quem necessita de um
guia.

3) Corrigir os que erram: Esta obra de misericórdia refere-se acima


de tudo ao pecado. De facto, outra maneira de formular esta obra é:
Corrigir o pecador. A correção fraterna é explicada pelo próprio Jesus no
evangelho de São Mateus. Devemos corrigir o nosso próximo com
mansidão e humildade.

4) Perdoar as injúrias: Perdoar as ofensas superar a vingança e o


ressentimento. Significa tratar amavelmente a quem nos ofendeu. O
melhor exemplo de perdão no Antigo Testamento é o de José, que
perdoou aos irmãos o terem tentado matá-lo e depois vendê-lo. E o
maior perdão do Novo Testamento é o de Cristo na Cruz, que nos ensina
que devemos perdoar tudo e sempre: “Pai, perdoai-lhes porque não
sabem o que fazem”.
5) Consolar os tristes: O consolo para o triste, para aquele que passa
por alguma dificuldade é outra obra de misericórdia espiritual. Muitas
vezes, irá a par com dar algum bom conselho que ajude a superar essas
situações de dor ou tristeza. Acompanhar os nossos irmãos em todos os
momentos, mas principalmente nos mais difíceis, é pôr em prática o
comportamento de Jesus que se compadecia com a dor alheia.

6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo: A paciência


face aos defeitos dos outros é virtude e é uma obra de misericórdia. No
entanto, há um conselho muito útil: quando o suportar esses defeitos
causa mais dano que bem, com muita caridade e suavidade, deverá
fazer-se uma advertência.

7) Rezar a Deus por vivos e defuntos: São Paulo recomenda rezar


por todos sem distinção, também por governantes e autoridades. Os
falecidos que estão no Purgatório dependem das nossas orações. É uma
boa obra rezar por eles, para que sejam libertados dos seus pecados.

A Divina Providência

Somos uma comunidade que vive da providência e tem devoção na


divina providência, mas o que isso significa? Quando falamos como
vivemos a pobreza evangélica na comunidade Unos, falamos sobre a
Divina Providência. Não é cruzar os braços, mas é agir como São Bento,
Ora Et Labora, rezar e trabalhar.

Como dizemos, oração é orar com a ação, se queremos que Deus


realize alguma coisa, devemos colaborar com Ele. Mesmo que
queiramos um milagre, devemos proclamar este milagre.

Primeiro vamos precisar entender que a Divina Providência não é


apenas a questão de viver de caridade, isso é outro aspecto da
providência. A Providência designa a ação da vontade de Deus no
mundo, levando os eventos a um fim. Se refere ao poder supremo de
Deus. Cada acontecimento, cada ação, cada segundo de nossa história é
guardada pela Divina providência, porém, podemos assumir ela, e
Deixar Deus nos guiar, confiando Nele, ou podemos agir sem Deus.

Quando deixamos Deus nos guiar colocamos Ele a frente de Tudo,


rezamos antes de tomar as decisões, até mesmo antes de ir cortar o
cabelo, rezamos para saber se é hora ou onde devemos ir. Isso é confiar
na Providência Divina. Claro que aqui estou ilustrando de uma forma
mais extrema, mas assim fica mais fácil entender.

Não é jogar tudo nas costas de Deus, mas é fazer com que Deus seja
parte de tudo que fizermos em nossas vidas, e tudo fazermos com
confiança Nele.

O certo é que “Tudo concorre para o bem daqueles que amam a


Deus” (Rm 8,28). O testemunho dos santos não cessa de confirmar esta
verdade: Santa Catarina de Sena afirmou: “Tudo procede do amor, tudo
está ordenado para a salvação do homem e não com nenhum outro
fim”. São Tomás Morus, pouco antes do seu martírio, disse estas
palavras: “Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E tudo o que
Ele quer, por muito mau que nos pareça, é, na verdade, muito bom”.

Portanto, o homem é chamado a confiar inteiramente na Divina


Providência, pois esta é o meio pelo qual Ele conduz, com sabedoria e
amor, todas as criaturas para o seu último fim, que é a santidade,
mesmo sabendo que, muitas vezes, os caminhos da sua providência são
desconhecidos. A resposta para aquele que deseja viver uma vida na
vontade do Senhor é o abandono, pois esta é a ordem de Deus: “Lançai
sobre o Senhor toda a vossa inquietação, porque Ele vela por vós”.

A Divina Providência não é também o pensamento de que Deus vai


providenciar a comida por vivermos na pobreza, não é sobre isso, não é
esperar cair do céu, a providência de Deus é a ação sobrenatural de
Deus em nossas vidas, mas que também confere nossa parte, que
também exige nossa fé.

Posso contar vários testemunhos da providência Divina aqui, mas


contarei apenas dois para que possam entender. O primeiro testemunho
é de um dia que eu precisava me encontrar com um padre numa
paróquia que não era a minha, e no momento que eu ia para a
faculdade, mas Ele não estaria ali até um certo horário, nós dissemos
“vamos confiar na Divina Providência”, fui, fiquei aguardando o padre,
Deus me disse “dê a volta na igreja” fiz e encontrei uma imagem de uma
de minhas devoções que ficava em frente onde era o escritório do
Padre, que vim saber só mais tarde. Pouco tempo depois o padre
chegou e disse-me que a providência conseguiu nos fazer nos encontrar.

O segundo testemunho é sobre a minha cruz e meu rosário, eu me


encantei totalmente com o Rosário e com a cruz que eu havia visto num
retiro, e eu pedi para Deus, e disse “Senhor quero esta cruz” e coloquei
o dedo em qual era para Ele me dar, daí eu ouvi “me dê tudo que tem” e
eu tinha apenas 50 centavos, então eu deixei na mesa do homem que
estava vendendo, sem ele saber, e fui tomar café.

Quando voltei a cruz do lado da que eu queria foi vendida, ficando só


a que eu queria. Peguei então, pedi para saber os valores, a cruz era 20
reais e o rosário era 50 reais, então, lembrei-me que num retiro que eu
iria no dia seguinte iria ter uma loja, perguntei se eram eles, e disseram
que sim, então disse, “posso levar essa cruz e esse rosário e eu pago
vocês no retiro amanhã?” e me permitiram.

Acontece que na volta para o banco, ainda no retiro, Deus inspirou


uma irmã da intercessão, que hoje também faz parte da comunidade, a
dar o valor da cruz, ela disse “Deus me disse para te dar 20 reais para te
ajudar com a cruz” cheguei ao homem e disse “veja, Deus já
providenciou a cruz”.

Quando cheguei em casa, vi na frente do meu portão, um pacote


com um dinheiro na frente, abri e vi 5 notas de 10 reais, exatamente a
quantidade que eu precisava para pagar o rosário, no dia seguinte levei
para eles dizendo “Deus providenciou o restante”.

Providência é agir inspirado no Espírito Santo, fazendo aquilo que Ele


inspira, aquilo que Ele pedir, ainda que seja algo que não entendamos
no momento. Pode ser que Ele te peça para rezar de madrugada, pode
ser que você acorde às 3 horas da manhã, pode ser que venha um nome
em sua cabeça repetidas vezes e você não conheça ninguém com esse
nome, mas Deus sabe, Deus quer algo, nesse sentido, devemos ser
como Samuel, quando Deus dizia “Samuel, Samuel” devemos
Responder “Fala Senhor, que Teu Servo Escuta” devemos dizer “O que
quere que eu faça Senhor, Eis-me Aqui, Envia-me”.
Vida Fraterna
A Unidade em Tudo

Nosso carisma nos convida a viver em unidade em tudo, Jesus já nos


diz “para que sejam perfeitos na unidade” (São João 17,23). Esse é o
primeiro passo para nosso caminho de santidade. Deus nos chamou a
viver em comunidade, Unidos, UNOS Assim como Deus é Trino e UNO.

Você pode se perguntar “como ter unidade em tudo se há momentos


que um quer uma coisa, outro quer outra, se um mora em um lugar e
outro mora em outro lugar?”.

A resposta é simples, mantenham a unidade em corpo, alma e


espírito. Que vossos corações sejam um só coração unidos no mesmo
Cristo que nos chamou a viver em unidade e em amor. Para explicar
melhor, irei trazer essa explicação com algumas passagens que vão
clarear melhor essa experiência.

“A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém dizia que
eram suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era comum” (Atos 4,32)

Precisamos começar a agir com um só coração, uma só alma, não


podemos pensar “minha comunidade” ou “meu ministério” mas pensar
no coletivo “nossa comunidade, nosso ministério, nossa casa sede,
nossas missões” devemos ter tudo em comum.

Isso não é fazer do carisma, um coletivismo que nos priva da


individualidade pessoal e dos bens pessoais que temos, mas nos chama
a viver um espírito de partilha, tudo que eu posso doar e servir, assim
eu faço por amor aos meus irmãos e irmãs.

"Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, nas reuniões em comum,


na fração do pão e nas orações." (Atos 2,42)

Devemos ser perseverantes na vida de oração, nos nossos encontros


em comum, na participação da Santa Missa, nas nossas orações. A
perseverança é uma base para a vida fraterna.
Além disso, devemos estar unidos no amor que temos uns aos
outros, nas práticas espirituais, na vivência do estilo de vida Unos que
viemos detalhando aqui, isso já nos faz viver em unidade.

"Todos os fiéis viviam unidos e tinham tudo em comum." (Atos 2,44)

Viver unido, não é apenas “fazer tudo juntos” não é apenas “viver
sob um mesmo teto” é estar junto, é fazer parte, é pertencer, isso que é
o mais importante numa vida fraterna, se meu irmão está sofrendo, eu
estou sofrendo com ele, e vou buscar ajudar ele, se ele se alegra, eu me
alegro com ele.

Ter tudo em comum não é o mesmo que um unitarismo ou que o


coletivo deve ser imposto às custas do indivíduo, mas deve ser pensado
sempre a luz do Evangelho, ou seja, Tudo que nós queremos, é que Deus
seja tudo em todos, e assim, queremos o bem aos nossos irmãos, e o
principal bem, é o céu, não há nada material que supere o céu que é o
próprio Deus.

"Unidos de coração, frequentavam todos os dias o templo. Partiam o pão


nas casas e tomavam a comida com alegria e singeleza de coração," (Atos
2,46)

A unidade precisa ser interna, para só então ser vista no externo, ou


seja, unidos em coração, unidos em espírito, pertencerem ao mesmo
carisma, a mesma família, estar juntos uns com os outros, fazer parte da
vida uns dos outros, para aí viverem juntos, para aí rezarem juntos, fazer
missões juntos.

Quando se vive assim, pode ser membro aqui ou no Japão, pode ser
membro nos Estados Unidos ou na Grécia, estão totalmente unidos com
uma unidade que a distância não toca.

A vida fraterna é a vivência dos cristãos em comunidade, sob a regra


áurea dos mandamentos divinos e sustentada pelo Espírito Santo. É
comparável a uma família que possui o pai, a mãe e os filhos. Na
comunidade cristã também é assim, um mesmo Pai, Deus; uma mesma
Mãe, a Igreja; e os filhos reunidos pela vontade e presciência de Deus
Pai.
Dirá H. U. Von Balthasar: Cristo quer, primeiramente, separar um
grupo de israelitas a fim de que participem de seu modo de viver, do seu
modo de ser, que significa dedicação total ao Pai e irmãos; Por esta
palavra podemos dizer que: “o amor de cristo nos uniu”.

A Acolhida

Acolher não é estar na porta do grupo simplesmente ou agir de


forma mecânica como quem realiza um trabalho. A acolhida é meio de
inclusão porque não pára no abraço, num gesto isolado.

Vejam nossa figura apostólica, o Bom Samaritano, Ele nos viu, sentiu
compaixão, cuidou de nós, e nos levou para uma hospedaria para
tratar-nos e nos acolher como parte de sua família. Aí está o segredo da
vida em comunidade.

Nossa comunidade começou quando eu, como resposta ao chamado


de Deus fiquei fazendo a acolhida na porta nas missas que eu ia, no
grupo de oração, mas isso não é acolhido, isso é uma atividade externa
de uma realidade interna.

Acolhida tem os seguintes sinônimos, refúgio, amparo, aceitação e


hospitalidade. Tudo isso nos é revelado no Bom Samaritano que é Jesus,
essas quatro marcas internas devem ser sempre a medida com que
amamos nossos irmãos e irmãs.

Devemos ressaltar que os marginalizados são os que vivem a


margem, Jesus quer quebrar esse paradigma, por isso acolhe nossos
pecados e nos coloca como filhos de Deus no Filho. Se Ele sendo Deus
acolheu os marginalizados, o que devemos nós fazer senão o mesmo
que Ele?

Outro sinal da acolhida é o perdão. Quando Jesus estava crucificado,


no alto da cruz Jesus perdoa os que lhe fizeram mal, e acolheu também
o Ladrão que pediu na cruz, para estar com Ele, perdoando seus
pecados.

Para acolher bem, sempre devemos ter em mente que devemos ter
atenção aos nossos irmãos, ter compromisso, alegria, acolher sem
discriminação, devemos guardar os nomes de nossos irmãos, lembrar de
datas importantes como o aniversário de nossos irmãos e irmãs.

A Vida casta entre irmãos

Na comunidade Unos, vivem homens e mulheres, todos juntos,


como irmãos, essa vivência nos pede sempre a prática do amor mútuo,
do cuidado e do respeito, esse cuidado se dá na vida casta entre os
irmãos. Já falamos sobre a castidade mas o que quero dizer aqui é além
do conselho, mas sim o modo como a Unos enxerga a castidade.

A castidade vai muito além da relação sexual. Ser casto é viver com
sobriedade e equilíbrio nos nossos relacionamentos, na atenção com o
que vemos, ouvimos, lemos, falamos e interagimos. Ser atento ao modo
de vestir-se, sem ser vulgar porque o exterior precisa refletir o interior.

Homem deve vestir-se como homem e mulher como mulher. A


ideologia de gênero não cabe a um cristão, logo também não cabe a um
membro da comunidade. Castidade é um dom que precisa ser pedido. É
luta constante, uma combinação da cooperação pessoal com a graça de
Deus Não cabe entre nós brincadeiras com duplo sentido e maliciosas.
Nossos relacionamentos devem ter reta intenção.

Ser casto não é ser castrado, reprimindo nossa afetividade. A


castidade é vivida não como obrigação, mas como resposta de amor em
relação a Deus e ao próximo. É viver, nos relacionamentos e nas
atitudes, a pureza que vêm de Deus.
Há na comunidade, homens e mulheres solteiros, há casais, e há
também celibatários, todos são chamados a viver a castidade segundo
seu estado de vida.

Recomendamos inclusive o celibato formativo, isto é, temporário,


para os jovens solteiros que chegam na comunidade, para que, estando
sem compromissos amorosos, possam dedicar-se a cura da afetividade,
formação da personalidade e o autoconhecimento, isso irá ajudar a
viver uma vida emocional mais madura e mais sadia.

A vida em alegria

Vimos que os santos possuem bom humor, nossa marca como


comunidade Unos é a alegria, jovens são aqueles que vivem a alegria,
não são os que são jovens cronologicamente.

Quantos jovens parecem idosos de apenas 15 anos de idade, por


reclamarem de tudo, a vida torna-se pesada com essas pessoas, por
isso, filhos e filhas, na comunidade, não permitimos reclamações,
apenas a alegria, o louvor, o bom humor.

São Felipe Neri é nosso exemplo nisso, assim como nosso baluarte,
Padre Pio, podem todos estar nos perseguindo, podemos estar em um
ambiente pesado, ou com uma pessoa que está triste, precisamos
pensar “como podemos melhorar o dia dessa pessoa, como melhorar o
clima?” essa alegria contagia, esse bom humor transforma.

Tenho uma amiga que me disse algumas vezes “só você pra me fazer
rir numa hora dessas” ela estava passando por um tempo difícil, mas a
alegria lembra a ela que “a vida vale a pena ser vivida”. Filhos, não
devemos olhar para o mundo com um peso, é necessário alegria,
lembre-se que Jesus dizia “bem aventurados os…” e ia dizendo um por
um, bem aventurados significa “felizes” ou seja, “felizes os
misericordiosos, os que choram, os que são perseguidos”, não é questão
de querer sofrimento, é encarar eles com um senso de humor, com
alegria.

A alegria não é baseada no externo, mas no que acontece no interior,


na sua relação com Deus, se você está em estado de graça, você é canal
de graças, e tem uma passagem exclusiva e direta para o céu, para quê
você iria querer colocar essa passagem à venda com um dia pesado?

A alegria traz leveza pra vida, veja Jesus na passagem que eles vem
Jesus andar sobre as águas. Jesus pede para que eles vão indo, não
menciona que tem outro barco, eles chegam no meio do das águas, e
Jesus aparece de noite andando sobre as águas, eles todos apavorados
pensando que era um fantasma, Jesus poderia dizer “sou eu” mas ele
espera alguém perguntar.

Vejam, o próprio Jesus tinham um senso de humor, ele se divertia,


brincava, ele sempre buscava trazer uma alegria ao ambiente, não era
uma questão de fazer piada ou debochar, era uma questão de alegrar,
trazer alegria aos corações.

A prática do Perdão

Somos uma comunidade feita de pessoas humanas e frágeis. Cada


um deve se empenhar continuamente para corrigir em si aquelas
atitudes e modos de ser que não constroem a vida fraterna. O exercício
do perdão, segundo o mandamento do Senhor, é fundamental para a
vida fraterna em comunidade.

Viver reconciliado é um dever de todos os membros que devem


sempre e quanto antes perdoar-se reciprocamente das ofensas
recebidas. Não pode haver ódio no amor, não pode haver mágoas no
amor, onde não há perdão, não há unidade.

Conflitos surgem no cotidiano das relações. Porém, ao invés de


desgastar-se na busca de quem está com a razão, devemos sempre dar o
primeiro passo em direção ao perdão. A reconciliação não é um
sentimento, mas uma atitude de coragem (de amor), de
desprendimento de si e de humildade.

Devemos também ter um perdão para conosco, pois muitas vezes


esquecemos que o Senhor já nos perdoou e ficamos presos ao passado.
Quem ama dá o primeiro passo. Por mais difícil que seja, faça a
experiência da humildade, de recomeçar.

Sempre sou eu quem devo procurar o outro, pois essa seria a atitude
de Cristo e é nossa missão fazer com que todos tenham uma
experiência nova com o Senhor.

Gestos simples demonstrarão ao outro que você o ama; e de gesto


em gesto, o amor vencerá! Todo irmão têm direito à boa fama. Se não
for para edificar a outra pessoa, então é melhor não falar. É preciso zelar
por isso evitando fofocas e intrigas, tendo consciência que somos todos
irmãos e estamos em constante processo de cura e conversão.

A Vida de Coríntios

São Paulo diz como deve ser uma vida baseada no amor na
passagem de Coríntios 13,1-10.13, vamos colocar os pontos meditando
sobre eles para que nosso caminho fraterno seja inspirado e baseado
pela Palavra.

A caridade é paciente: a paciência de Deus é exercício da


misericórdia de Deus para com o pecador e manifesta o verdadeiro
poder. Se não cultivarmos a paciência, sempre acharemos desculpas
para responder com ira, acabando por nos tornarmos pessoas que não
sabem conviver, anti sociais incapazes de dominar os impulsos, e a
família se tornará um campo de batalha.
A caridade é bondosa: é a bondade nas ações. Indica que o amor
beneficia e promove os outros. Paulo quer insistir que o amor não é
apenas um sentimento, mas deve ser entendido no sentido que o verbo
«amar» tem em hebraico: “fazer o bem”.

Não tem inveja: o amor, não há lugar para sentir desgosto pelo bem
do outro. A inveja é uma tristeza pelo bem alheio, demonstrando que
não nos interessa a felicidade dos outros, porque estamos concentrados
exclusivamente no nosso bem-estar. Enquanto o amor nos faz sair de
nós mesmos, a inveja leva a centrar-nos em nós próprios.

A caridade não é orgulhosa nem arrogante: desejo de se mostrar


superior para impressionar os outros com atitude pedante e um pouco
agressiva. Quem ama não só evita falar muito de si mesmo, mas, porque
está centrado nos outros, sabe manter-se no seu lugar sem pretender
estar no centro. Literalmente afirma que não se «engrandece» diante
dos outros; mas indica algo de mais sutil. Não se trata apenas de uma
obsessão por mostrar as próprias qualidades; é pior: perde-se o sentido
da realidade, a pessoa considera-se maior do que é, porque se crê mais
“espiritual” ou “sábia”.

Nem escandalosa: a amabilidade é uma virtude para se garantir o


amor, significa que o amor não age rudemente, não atua de forma
inconveniente, não se mostra duro no trato. Os seus modos, as suas
palavras, os seus gestos são agradáveis; não são ásperos, nem rígidos.
Detesta fazer sofrer os outros. A cortesia “é uma escola de sensibilidade
e altruísmo”, que exige que a pessoa “cultive a sua mente e os seus
sentidos, aprenda a ouvir, a falar e, em certos momentos, a calar”.

Não busca os seus próprios interesses: deve-se evitar dar prioridade


ao amor a si mesmo, como se fosse mais nobre do que o dom de si aos
outros. Certa prioridade do amor a si mesmo só se pode entender como
condição psicológica, pois uma pessoa que seja incapaz de amar a si
mesma sente dificuldade em amar os outros. Mas o amor pode superar
a justiça e transbordar gratuitamente sem nada esperar em troca.

Não se irrita: diz respeito a uma reação interior de indignação


provocada por algo exterior. Trata-se de uma violência interna, uma
irritação recôndita que nos põe na defensiva perante os outros, como se
fossem inimigos molestos a evitar. Alimentar esta agressividade íntima,
de nada aproveita. Serve apenas para nos adoecer, acabando por nos
isolar. A indignação é saudável quando nos leva a reagir perante uma
grave injustiça; mas é prejudicial quando tende a impregnar todas as
nossas atitudes para com os outros.

Não guarda rancor: se permitirmos a entrada de um mau


sentimento no nosso íntimo, damos lugar ao ressentimento que se
aninha no coração. Perdão fundado em uma atitude positiva que
procura compreender a fraqueza alheia e encontrar desculpas para a
outra pessoa, como Jesus fez na Cruz. Quando estivermos ofendidos ou
desiludidos, é possível e desejável o perdão; mas ninguém diz que seja
fácil.

Não se alegra com a injustiça mas se rejubila com a verdade:


alegra-se com o bem do outro quando se reconhece a sua dignidade,
quando se apreciam as suas capacidades e as suas boas obras. Isto é
impossível para quem sente a necessidade de estar sempre a
comparar-se ou a competir, inclusive com o próprio cônjuge, até ao
ponto de se alegrar secretamente com os seus fracassos.

Tudo desculpa: aqui vale lembrar, que perdoamos os defeitos uns


dos outros, que perdoamos as ofensas, as dificuldades uns dos outros,
não falamos mal uns dos outros, mas principalmente, falamos do bem
que há no outro, lembrem-se de Santa Teresinha neste ponto.

Tudo crê: não se deve entender esta “fé” em sentido teológico, mas
no sentido comum de “confiança”, esta confiança básica reconhece a
luz acesa por Deus que se esconde por detrás da escuridão, ou a brasa
ainda acesa sob as cinzas. Não é necessário controlar o outro, seguir
minuciosamente os seus passos, para evitar que fuja dos meus braços. O
amor confia, deixa em liberdade, renuncia a controlar tudo, a possuir, a
dominar. Esta liberdade, que possibilita espaços de autonomia, abertura
ao mundo e a novas experiências, consente que a relação se enriqueça e
não se transforme numa endogamia sem horizontes.

Tudo espera: não desespera do futuro. Ligado à palavra anterior,


indica a esperança de quem sabe que o outro pode mudar; sempre
espera que seja possível um amadurecimento, um inesperado surto de
beleza, que as potencialidades mais recônditas do seu ser germinem
algum dia. Não significa que, nesta vida, tudo vai mudar; implica aceitar
que nem tudo aconteça como se deseja, mas talvez Deus escreva direito
por linhas tortas e saiba tirar algum bem dos males que não se
conseguem vencer nesta terra. Aqui aparece a esperança no seu sentido
pleno, porque inclui a certeza de uma vida para além da morte. Aquela
pessoa, com todas as suas fraquezas, é chamada à plenitude do Céu:

Tudo suporta: significa que suporta, com espírito positivo, todas as


contrariedades. É manter-se firme no meio de um ambiente hostil. Não
consiste apenas em tolerar algumas coisas molestas, mas é algo mais
amplo: uma resistência dinâmica e constante, capaz de superar
qualquer desafio. É amor que apesar de tudo não desiste, mesmo que
todo o contexto convide a outra coisa.

Como viver os momentos fraternos?

Podemos evidentemente dizer que todos os instantes que os


co-irmãos estão juntos é vida fraterna, mas, toda a Nova Comunidade
necessita de momentos fraternos, pois os irmãos precisam também
partilhar sem interesse, brincar juntos, perder tempo com o outro para
conhecê-lo, amá-lo e principalmente, cada um dos vocacionados
precisam sair de si, de seu mundo confortável e isolado de viver, para
encontrar o outro, para a convivência com os irmãos.

Quem organiza e determina os momentos fraternos são as


autoridades da Nova Comunidade, e devem acontecer semanalmente se
tratando de comunidade de vida e periódica para os demais.

Os encontros entre irmãos deverão ser reservados e estruturados: o


que vamos fazer? Como? Quando e onde? Esses momentos fraternos
precisam ser sempre um encontro real entre irmãos, é realmente muito
difícil fazer um encontro fraterno à distância, mas há possibilidades das
pessoas que moram mais longe conseguirem beber dessa graça.
Todos precisam participar, a presença de todos os membros da
comunidade é intransferível e inalienável, podendo evidentemente no
caso dos casais com filhos se revezam entre si. A presença nestes
momentos não pode ser livre, pois, para muitos estar junto é um fardo,
a tendência é esquivarem-se, estes irmãos trazem dentro de si, dores
que somente serão curadas, justamente através da fraternidade.

As atividades dos momentos fraternos devem ser diversificadas, para


que não se caia sempre num assistir filme. É interessante que se
formem através de escalas, grupos diferentes para pensar o que se fará
a cada semana. As autoridades devem participar dos momentos
fraternos e reajustá-los sempre que necessário.

Essas convivências podem ser momentos de oração juntos, pode ser


almoço, jantar, visitas, um passeio, um cinema. No caso de membros
que moram onde não há comunidade de vida próxima, pode-se realizar
um grupo que se reúne semanalmente, ou quinzenalmente online para
rezar, conviver, conversar, enfim. Não há limites para a criatividade.

Em casos de membros que morem muito distante da comunidade, é


aconselhado que façam uma experiência de uma forma diferente, façam
uma ou duas convivências presenciais e as outras sejam feitas pelo
pastoreio durante o ano. Por exemplo, Se vai haver um retiro,
recomenda-se que venham para o retiro com uma estadia um pouco
mais prolongada, usando o exemplo do Redenção que ocorre
atualmente em 3 dias, a pessoa se programa para passar as férias com a
Comunidade ou ficam 7 dias com a Comunidade e já fazem essa
experiência do retiro e dos momentos fraternos, experimentando a vida
fraterna com os outros membros.
Como viver em Comunidade mesmo a distância?

Há uma situação em nosso carisma que por muito tempo foi uma
dúvida em nosso carisma desde a fundação, eu sou de Paranacity, e
nosso cofundador Poti e nossa cofundadora Camila são de Maringá. No
ano que falei com o Poti, ele me perguntou “mas como será isso? Eu sou
de Maringá e você é de Paranacity, como faremos isso?” eu não tinha as
respostas, a Camila também dizia “Desculpa não estar tão presente” e
ela tem uma vida bem corrida.

Temos membros também de uma cidade vizinha, esses são bem mais
fácil manter comunhão, mas também temos membros em uma cidade
que fica a cerca de 5 horas da comunidade, como manteremos
comunhão, como viver em comunidade nestes casos?

Como disse, eu não tinha todas as respostas e ainda não tenho todas
as respostas, mas hoje, tenho algumas respostas para isso. Ser
comunidade não é só estar presente em atividades, ou em um território,
ser comunidade vai muito além disso. Assim como você não deixa de ser
pai quando seu filho está longe, ou de ser católico quando vai ao
cinema, assim também você não deixa de ser Comunidade onde quer
que você esteja.

Ser comunidade é em primeiro lugar, assumir o estilo de vida


daquele carisma, é assumir os compromissos, os costumes e as atitudes
condizentes com aquele carisma. Por exemplo, um membro do Shalom
é Shalom em todo momento, o que faz dele Shalom, não é só usar o Tau
ou cumprimentar as pessoas dizendo “Shalom” mas sim, assumindo
toda a espiritualidade do Shalom na vida dele, assumindo a missão de
evangelizar no Espírito Santo quem precisar, onde precisar e como
precisar. No caso da Unos, o nosso estilo de vida é a União Hipostática, é
o Amor Misericordioso, a Pequena Via. Se queremos ser Unos, seremos
também pessoas que vivem a espiritualidade, e o estilo de vida do
carisma. Vivendo os princípios, as regras, os compromissos, espirituais,
comunitários e morais da comunidade.
Outra coisa que é importante ficar bem claro, não é necessário que
você tenha uma casa de missão ou um projeto da Unos em sua cidade
para realizar os postulados próprios do carisma, você pode atender por
cura e libertação em qualquer lugar, pode colocar seu dom a serviço a
qualquer momento, claro que recomendamos sempre que, você sempre
tenha um diretor espiritual e sempre esteja em conformidade com seu
formador pessoal que vai te acompanhar neste caminho.

Também é importante lembrar que a convivência entre os membros


podem ser realizadas online quando os membros da comunidade
moram muito distantes da sede ou de uma casa de missão, porém,
podem se reunir caso exista mais membros da comunidade naquela
cidade, por exemplo, se naquela cidade houve cinco membros, podem
reunir-se para participar do Ágape (mesmo que seja o online, vocês
podem se reunir para participar dele), de formações, convivência, e
muito mais. Mas caso não exista mais ninguém que seja da comunidade
na região, você pode participar de convivências online, participar de
retiros online, formações e ao menos uma vez por ano, vir
presencialmente na comunidade para conviverem.

Vamos começar a falar do vocacional à distância propriamente dito,


tanto o retiro como o acompanhamento, os que moram em outras
dioceses, que moram em outros locais, que vivem distantes da sede, ou
de uma casa de missão mas querem ser parte do carisma, precisam
fazer o vocacional à distância.

O Retiro Vocacional não muda muito do presencial, a única diferença


é que será de maneira online, num aplicativo de conferência, como
Zoom, Meet, Skype, ou até mesmo pelo Youtube.

E principalmente no formato online, é necessário que se realizem


grupos para partilhar, conversas, e que alguém possa cuidar de
pastorear os participantes deste grupo para sanar as dúvidas dos
participantes.

Os encontros vocacionais vão ser realizados uma vez por mês como o
caminho vocacional presencial, a diferença é que os vocacionados
precisam vir ao menos uma vez para a casa de missão (atualmente a
sede), para conviverem e fazerem uma experiência comunitária.
Como seremos comunidade se temos muitos afazeres? Se
precisamos cuidar de nossos trabalhos? Não será que poderemos deixar
de servir a Comunidade? Bom, lembre-se, não somos comunidade de
serviço, somos um carisma, vivemos comunidade, acordamos,
dormimos, falamos, todo nosso ser expressa o carisma Unos.

Não importa tanto se estão perto ou longe da comunidade, se vocês


possuem o carisma, tomam posse dele, vivem ele no dia a dia, vocês
vivem em comunidade, vocês mantêm uma unidade. A primeira forma
de estar em unidade com a comunidade é vivendo os princípios da
comunidade, praticando as atividades espirituais e estudando o carisma,
lendo os manuais e escritos da comunidade Unos.

Um outro modo de estar em unidade com a comunidade é


participando de eventos e atividades da comunidade, como Ágapes,
retiros, exercícios espirituais, os vídeos da comunidade, etc. Há ágapes e
retiro online onde os membros a distância podem se inserir e beber da
mesma graça, e com o tempo e a graça de Deus, podem organizar em
sua localização um ágape e eventos locais. Todos os membros precisam
de um pastoreio, no caso dos membros que moram a distância,
precisam receber fielmente estes pastoreios com a comunidade.

Além dos encontros, os membros que vivem à distância fazem como


dissemos anteriormente, vem na comunidade em eventos e participam
dos eventos e participam da vida fraterna. Podem participar dos retiros
gerais para ministérios da comunidade, podem participar ou realizar
pequenos encontros, convivências, visitarem os membros da
comunidade ou receber membros da comunidade em suas casas para
estreitar os laços.

Os eventos nos ajudam a manter a comunhão e união entre os


irmãos, além de ser instrumento de evangelização para familiares,
amigos e demais pessoas que venham a participar.

Basta viverem o que aqui neste manual está inserido, serem


pastoreados pelos membros, e viverem o carisma, pois como já
dissemos, comunidade não é o que fazemos ou quando estamos juntos,
comunidade é o que nós somos.
Como conciliar a vida Pessoal com a em

Comunidade?

Conciliar a vida pessoal e a vida comunitária é um grande desafio,


realmente é muito difícil conciliar a família, o grupo, a paróquia, o
trabalho e a vida na comunidade, principalmente para quem é
comunidade de aliança, porém não é algo impossível.

Quem vive em comunidade de aliança penso que seja um verdadeiro


herói, pois não são só servos, só comprometidos, são membros tanto
quanto a comunidade de vida, com a mesma importância, os mesmos
compromissos e tudo mais, mas vivem esse estilo de vida num ambiente
externo, o que exige mais dedicação e disposição dos próprios membros
da comunidade.

Quando se é membro de uma comunidade, se assume um


compromisso prioritário com a vocação ao qual Deus lhe chamou, assim
como o Padre tem compromissos com a Igreja, assim também o
membro tem compromisso com a comunidade.

Porém, há uma hierarquia de prioridades dentro das novas


comunidades que precisa ser conhecida e que eu tive que ir
aprendendo no dia a dia, o primeiro compromisso é com Deus, esse é
inegável, o segundo compromisso é com seu estado de vida e suas
obrigações, assim como a família próxima (no caso dos casados, ou seja,
esposa, esposo e filhos), o terceiro compromisso é com o seu trabalho,
o quarto com a comunidade em si, em quinto a família distante (ou seja,
pais e irmãos) e amigos, e em sexto lugar as atividades na paróquia,
grupos de oração entre outros.

Agora, vamos explicar o motivo dessa hierarquia, Deus você deve


tudo, tem que ser o primeiro, então sua vida de oração, recepção dos
sacramentos e práticas de espiritualidade tem que ser a primeira e mais
importante prioridade de toda nossa vida.
O seu estado de vida constitui um compromisso perante a igreja e
perante a Deus, assim como perante a sociedade. Se você é um
sacerdote, você adquiriu perante a igreja e perante a sociedade um
compromisso permanente assim como no casamento. E no casamento
você assume também responsabilidades com sua esposa ou esposo e
seus filhos, então a prioridade é que alguém depende de você e que
você deve satisfação e cuidado.

Logo após vem o trabalho, pois é com ele que você sustentará sua
família, e ainda há o compromisso com a sociedade, muitas pessoas
contam com seu trabalho, somos peças fundamentais no que fazemos.

A Comunidade vem em quarto lugar na prioridade porque você


também assume um compromisso público perante a igreja, prometendo
dedicar-se à comunidade na evangelização, prática do carisma da
comunidade e seu estilo de vida e buscando viver esse carisma na
sociedade, seja ele na comunidade de vida ou na comunidade de
aliança.

Os outros você não assume um compromisso perante a igreja ou


perante a sociedade com uma responsabilidade assim, a atuação em um
grupo de oração, ou a atuação em uma pastoral, você é um servo, você
não tem nenhum termo de compromisso algo que perante a igreja, é
um serviço comum a todos onde não há um carisma e missão
propriamente específica.

Agora que vemos as prioridades e entendemos os seus porquês fica


mais fácil dizer como conciliar a vida em comunidade. Obviamente, o
primeiro ligar é sua vida de oração, o segundo lugar seu estado de vida e
logo após isso, deve ser priorizado a comunidade com a vocação própria
a qual Deus te chamou e a qual você se consagrou.

Alguns exemplos são necessários para que você possa entender.


Pensemos no caso de um pai de família, seu filho está doente de uma
doença que necessite a presença dele e não há como a mãe estar, e ele
estaria na escala de uma pregação, ele deve cuidar do seu filho pois é o
estado de vida que Ele assumiu, assim, ele se responsabiliza por colocar
alguém em seu lugar.
No caso, por exemplo, de um grupo de oração no dia de uma
formação, ou um compromisso importante da comunidade, ou até
mesmo um retiro vocacional ou dia de escala, neste caso, a prioridade é
a Comunidade.

Mas caso a pessoa sinta necessidade de participar daquele retiro de


outro movimento ou algo assim? Não podemos ir? Aqui vem o segredo,
o diálogo. Sempre devemos estar em diálogo com os superiores da
comunidade, pois ele poderá dizer “pode ir sim, só coloca alguém no
lugar” ou pode ser que aconteça “olha, esse mês você ficou ausente por
bastante tempo, deixa para você ir no próximo e prega nesse retiro da
comunidade pois iremos precisar de você” e assim que se concilia na
vida fraterna, pois quando você está em diálogo, tudo se encaixa.

As vezes teremos sim que abandonar uma coisa ou outra pelo bem
da missão que temos com o carisma, como por exemplo algum projeto
ou alguma pastoral, mas enquanto você pode, basta conciliar. Sobre
abandonar algo, nunca faça isso sem levar ao seu acompanhador e sem
rezar, pois tudo deve ser colocado Deus na frente.

Comunidade de vida

As novas comunidades podem ter duas formas de pertença, a


comunidade de vida, a qual falaremos agora, e a comunidade de aliança
que falaremos a seguir.

A comunidade de vida é a comunidade de dedicação em tempo


integral e total no carisma. Antigamente não se tinha este chamado
numa vida fraterna para os leigos, mas nas novas comunidades há essa
forma de vida para leigos solteiros, casados e celibatários, assim como
há para sacerdotes também.

No geral são membros que se dedicam ao apostolado como


atividade principal, empenhados em tempo integral na vida e nas
atividades da comunidade, constituindo-se na garantia da manutenção
do Carisma. Na Comunidade de Vida, nossa realização não estará mais
naquilo que o mundo pode oferecer, mas estará exatamente na
renúncia a tudo isso, para uma dedicação plena a Deus e ao serviço de
Sua Vinha.

Os membros na comunidade de vida quando são solteiros ou


celibatários e sacerdotes, vivem ou na casa masculina (os homens) ou
nas casas femininas (mulheres), e quando são casados tem uma casa
própria dentro dos domínios da comunidade, seja na sede principal, seja
em algum imóvel ou condomínio, ou seja em alguma casa de missão.

Sobre a comunidade de vida há também a realidade missionária, não


somente de sair em missão e retornar para a casa, mas de ser enviado
para uma casa de missão diferente da sua casa de missão de origem,
por exemplo, se você é da missão de Maringá, pode ser que seja
mandado em missão para Mato Grosso, sem um prazo para retorno,
essa é uma forma de viver do carisma da comunidade de vida, e nesse
caso quando casados, a família vai junto.

Ao contrário do que se pensa, a comunidade de vida também


trabalha, não é porque vivem em forma integral que não tem nenhuma
função e que vão dedicar-se somente a oração, mas não, todos nós
somos trabalhadores e santificamos nosso dia a dia santificando o
trabalho com o lema de São Bento, Ora et Labora. As funções porém são
diversas, alguns ficam na limpeza da casa, alguns na refeição, outros na
loja da comunidade, outros no atendimento, outros na agência e assim
por diante. Geralmente isso é organizado pela escala do mês e pelos
desígnios de função, que também podem sofrer mudanças.

Normalmente se alguém é formado em alguma área, procuramos


manter essa pessoa nessa função devido sua profissão ser melhor
executada, mas não é uma regra. Por isso não devem ter apego a
funções e cargos dentro de novas comunidades.

Uma pergunta que se pode fazer e é normal que façam é, “Os


membros de novas comunidades recebem um salário?” a resposta é
não, não existem vínculos empregatícios, os membros não são
empregados da comunidade, são pessoas que doam suas vidas de forma
missionária, porém recebem uma côngrua, que é uma ajuda de custo,
cada um conforme sua realidade, em nossa comunidade é de dois
salários e meio por pessoa, e quando casados esse valor se soma ao do
cônjuge para suas despesas e quando tem filhos há uma ajuda por filho.
A comunidade também é responsável pela aposentadoria dos seus
membros da comunidade de vida.

Na nossa comunidade, cada pessoa da comunidade de vida gerencia


sua côngrua, mesmo sendo na casa de solteiros, no caso dos casais,
ambos têm responsabilidades compartilhadas de decidirem como
devem gerir a côngrua.

Rotina da Comunidade de vida

Os membro da comunidade de vida tem uma vida organizada da


seguinte forma, as 6h00 acordam para oração e higiene pessoal, às 7h30
todos juntos rezar as Laudes até às 8h00 ou 8h30 (ou participam da
missa caso exista essa possibilidade), depois fazem juntos a refeição.

Depois desse momento, vão para as tarefas diárias da casa, cada


pessoa tem uma função ordenada por escala mensal, quem vai lavar a
louça, quem vai varrer, quem vai cozinhar, e assim por diante.

Logo depois, vamos para os serviços, sejam eles domésticos, como


lavar o banheiro, levar o lixo, lavar e passar roupa, como nos setores da
comunidade, como a Loja, o setor de comunicação, nas formações, no
youtube entre outros.

Às 15h00 cada um reza o terço da Divina Misericórdia onde estiver,


ou se estiverem na escala da adoração, rezam juntos. Às 18h00 nos
reunimos para rezar às vésperas, e logo depois, recebemos uma breve
formação.

Uma vez por semana, normalmente nos finais de semana, realizamos


a formação dos membros no caminho vocacional, juntos comunidade de
vida e comunidade de aliança e vivências fraternas, ou realizamos
retiros e eventos abertos ou de serviço.

Os membros da comunidade tem duas vezes por ano, um período de


descanso, a primeira de 15 dias e a segunda de 30 dias, geralmente esse
período de descanso acontecem junto das férias escolares, porém não é
algo fixo, os membros podem manter ou não esses períodos, e claro,
sempre haverá uma necessidade de conversa com os líderes antes
dessas férias, devido às atividades da comunidade para não haver falta
de membros em uma atividade durante esses períodos.

Comunidade de aliança

Os membros da comunidade de aliança são aqueles que mantêm um


vínculo em torno da Comunidade de Vida, não vivem em regime de
dedicação integral, continuam a residir em suas próprias residências e
ocupam cargos normalmente na sociedade, e quando possuem algum
cargo na comunidade, como por exemplo, um contador ou um
secretário, são funcionários com vínculos empregatícios, porém há
também um detalhe importante nesses casos do membro que trabalha
na comunidade, há necessidade da distinção dos momentos de
trabalhos e de servir, ou seja, a partir do momento que se “bate o
ponto” o membro está ali como membro e não como um empregado.

Os membros da comunidade de aliança são chamados a viver a


identidade e missão da Comunidade Unos nas condições ordinárias da
própria família, profissão, vida social. A Comunidade de Aliança é
chamada a seguir Jesus Cristo em meio à vivência familiar e às
atividades profissionais, assumindo o compromisso de vivê-las segundo
a vocação Unos.

Aqui a questão da vida na sociedade e na comunidade pesam


bastante, é fácil saber que na comunidade de vida você prioriza a
comunidade logo após a família e Deus, porém, a comunidade de
aliança também faz isso, tanto quanto a comunidade de vida, até mais,
pois a comunidade de vida tem uma flexibilidade maior pois sua função
está ligada diretamente a comunidade, já a comunidade de aliança
muitas vezes precisa renunciar algo pela comunidade, às vezes uma
festa, às vezes um grupo ou um retiro, para servir em comunidade.
Porém, como sempre dizemos, mantenham o diálogo com os líderes e
acompanhadores, pois isso lhes será canal de ordem.
Os membros da comunidade de aliança buscam um convívio com a
comunidade de vida e/ou com os membros da aliança, onde rezam,
cultivam a vida fraterna e recebem formação segundo a Palavra de
Deus, o Magistério da Igreja e o Carisma Unos. Os membros que vivem
este carisma onde ainda não possuem outros membros, fazem essa
união com a comunidade mais próxima ou através dos pastoreios e
Ágapes dentro das células.

Alguns podem perguntar, a comunidade de aliança também faz


compromissos com a pobreza, castidade e obediência? E a resposta é
que sim, todos os membros da comunidade, sejam eles comunidade de
vida ou aliança, fazem as promessas dos conselhos evangélicos porém
cada um a luz do seu estado de vida, ou seja, um celibatário vive a
castidade na continência total, o casado vive a castidade vivendo a
relação com seu conjugue, o solteiro que pretende casar, vive a
castidade na abestenção até o matrimônio.

Mas e em relação à pobreza? Bom, como já foi dito, a pobreza é um


desapego dos bens materiais, não significa não ter dinheiro pois hoje
nesse mundo ninguém vive sem ele, mas é não ser apegado ao dinheiro
e buscar a riqueza pela riqueza, os ricos podem ser membros da
comunidade, desde que usem essa riqueza pelo bem do próximo e não
sejam gananciosos e apegados.

A comunidade de aliança também vive a pobreza através da


comunhão de bens, ou seja, todo mês os membros da comunidade de
aliança fazem uma doação de um valor para ajudar a comunidade de
vida, e assim manter as atividades dos membros da comunidade de
vida, e podem ainda ajudar com outras coisas, como roupas, alimentos,
móveis, eletrodomésticos entre outros.

Rotina da Comunidade de Aliança

A comunidade de aliança tem um compromisso mais flexível, tendo


um compromisso de rezar por pelo menos uma hora, sendo que possa
ser meia hora de oração espontânea, e meia hora de oração com a
bíblia, devem ser bem zelosos na sua casa, no seu trabalho e no convívio
social. Uma vez por semana convivem com a comunidade de vida, e
participam da formação dos membros, e do Ágape.
Vida da Afetividade
Como viver a afetividade

Afetividade é a maneira pela qual cada pessoa se relaciona com as


demais pessoas, consigo mesma e com Deus. A partir da experiência
pessoal de encontro com Jesus, começamos a conhecer o verdadeiro
amor que vai curar a nossa afetividade. Todos nós precisamos de cura e
é imprescindível que a busquemos em Jesus, nosso médico e remédio.

Por isso precisamos nos envolver, nos “enamorar” com Jesus Cristo e
com mais ninguém durante este período inicial de experiência com o
Amor de Deus. É um tempo precioso (e na maioria das vezes necessário)
de reaprender como nos relacionar com as pessoas de acordo com a
verdadeira vontade de Deus. É restabelecer com os que estão ao redor,
um novo relacionamento, segundo o coração de Deus.

O Celibato formativo

O Celibato Formativo é um tempo onde a pessoa não se


compromete amorosamente com alguém a fim de discernir seu estado
de vida e abre um tempo para cura da afetividade, autoconhecimento e
fortalecimento de sua personalidade.

O tempo de solteiro

O tempo de solteiro é mais do que uma preparação para um


relacionamento. É o momento em que Deus nos leva a um
autoconhecimento e formação pessoal. É fundamental que aprendamos
viver o tempo de espera para não antecipar os planos de Deus para
nossas vidas, o que adiaria os sonhos que Ele desejou primeiro para
cada um de nós.

Ser solteiro não é vergonha ou abandono de Deus. Pelo contrário, é


crescer em intimidade com Deus, se deixar curar para que Ele nos ajude
a viver a reconciliação com nossa história e descobrir nossa vocação.

O caminho de namoro

Essa é a nossa proposta para que Deus abençoe nossas escolhas com
intuito de dar uma resposta diferente do que o mundo prega. Esse é um
tempo de discernimento para começar o namoro e deve ser levado a
sério. Estamos nos relacionando com filhos de Deus e não temos o
direito de usar, experimentar e jogar fora. Somos chamados à santidade,
ao amor a Deus, ao amor ao próximo e o caminho de namoro possibilita
isso, pois é um tempo de se conhecer, de enraizar a amizade e de juntos
ouvir a Deus.

Um dos objetivos é que ambos descubram se foram unidos por Deus


ou foram confundidos por carência, interesse, medo de ficar para
sozinho ou até mesmo cobrança da família. Como jovens de Deus,
precisamos colocar tudo à luz da verdade e em oração. Portanto, é
importante partilhar com o formador pessoal para que ele os
acompanhe ou indique um casal para acompanhá-los. Dessa forma,
juntos, discernimos qual a vontade de Deus.

Esse não é tempo para pegar na mão, ficar abraçando, beijando,


trocando carinho e muito menos para o sexo. É tempo de castidade,
pureza, respeito e amizade. É importante que nesse tempo haja
partilhas sobre as história de ambos, sobre as famílias, sonhos, defeitos,
qualidades, valores.

Parece que não, mas é muito importante partilhar os sonhos,


objetivos pois se forem muito diferentes podem causar problemas no
relacionamento. Sejam amigos, grandes amigos, melhores amigos! Com
certeza fará toda diferença na sua vida. Existe um ditado assim: “Das
melhores amizades saem os melhores namoros!” Com o tempo, o
sentimento vai ficando mais claro e então você descobrirá se é apenas
amizade: e aí está o lindo de Deus, pois nesse caso você ganhou um
grande amigo(a), ou caso seja confirmado esse sentimento especial, o
próximo passo é o namoro.

Você deve estar se perguntando “quanto tempo dura o caminho de


namoro?” Esse tempo deve ser definido pelo casal em concordância
com o formador ou casal indicado por ele, ou seja, aquele que
acompanhou vocês durante esse período. Não deve ser muito curto
(menos de um mês) nem muito longo (mais de seis meses).

Recomendamos que a fase do namoro também seja acompanhada


de um diretor espiritual ou um formador pessoal casado, pois o namoro
tem como finalidade o matrimônio, esse formador deve acompanhar
até o casamento, para ajudar, recomendamos também que não se
namore até uns três anos depois da entrada na comunidade se a pessoa
já vem solteira, no caso de já vir namorando, que apenas seja
acompanhada e tenha firme propósito de seguir uma vida reta em Deus.

As 5 fases do namoro

A maioria das pessoas, quando imaginam um namoro, considera


como essencial para o êxito desse relacionamento o constante
sentimento de paixão. Tanto para iniciar quanto para mantê-lo, essa
emoção é valorizada demais, como maior referência para que a pessoa
oriente suas futuras decisões em comprometer-se “para sempre” com o
outro ou desligar-se dele.

Embora saibamos que o intuito do namoro é se dispor em conhecer


e amar uma pessoa especial para eternizar um compromisso com ela,
outros aspectos devem pautar o relacionamento amoroso. Comumente,
ouvimos de casais, que resolveram terminar o namoro, os comentários:
“O amor acabou!”, “Incompatibilidade de gênios!”, “Não era para ser!”,
“Tantas diferenças tornaram impossível de continuarmos”. Tudo isso
porque, depois de um tempo, as emoções do início diminuem e não
enxergamos a chance de, a partir daí, incluir, no relacionamento, as
dimensões mais elevadas como a disposição da vontade e da doação ao
outro.

É certo que não existe uma “fórmula do amor” ou uma cartilha de


como proceder. Talvez por isso, ficamos tão atrelados e norteados
somente pelos sentimentos. Felizmente, o ser humano tem vocação ao
amor e por isso é capacitado para superar, a dois, as dificuldades para
realizarem-se. Só que isso não acontece de imediato, mas por uma
gradualidade. É processual. Vamos aprendendo a amar a outra pessoa,
por isso podemos pensar nessa caminhada em estágios.

A primeira fase é a do “sentimento”. A segunda fase será do


“conhecer”. Terceira fase: “decisão”. A quarta fase será a de “unir os
corações”. E a última fase é o “noivado”. Contudo, não basta saber da
existência das fases, é preciso aprofundar-se, estudar, conhecer o
significado de cada uma delas e analisar-se mediante esses conceitos. Só
assim, envolvendo-se e comprometendo-se com aquilo que comporta
um namoro virtuoso é que essas etapas indicarão um caminho, um
roteiro, de como atingir e superar cada nível.

Por essas fases, poderemos identificar manias e erros mais comuns


em namoros, além de possíveis falhas em seu último relacionamento,
você se perceberá capaz de ultrapassar barreiras, verá que pelo respeito
e amor é possível vencer os desafios de casal e transformá-los em
decisão e felicidade. Para ajudar mais nisso, recomendamos o livro “As 5
fases do namoro".
O noivado

Para iniciar bem esse tempo, procure um sacerdote para receber a


benção e celebrem com os amigos e família. O noivado é um belo
tempo que antecede o casamento; é quando o casal já decidiu que vai
se casar, e estão na preparação imediata para o matrimônio.

Papa Francisco diz: “Queridos noivos, vocês estão se preparando


para crescer juntos, construir esta casa, para viver juntos para sempre.
Não queiram fundá-la sobre a areia dos sentimentos que vão e vêm,
mas na rocha do amor verdadeiro, do amor que vem de Deus. (...) Não
devemos nos deixar vencer pela ‘cultura do provisório’”.

É um tempo lindo, de sonhos e benção de Deus! Tempo de muita


alegria, partilha com família e amigos. Tempo de planejar e se preparar
para algo que será para sempre: o matrimônio. O diálogo e a oração são
essenciais, pois através dessa prática é revelado o que está no coração
de Deus e dos noivos.

Nesse tempo surgem muitas dúvidas referente ao dinheiro, onde


morar, como se manter, projetos profissionais, filhos, deixar a família. “É
lindo este sentimento de amor, mas deve ser purificado, deve andar
num caminho de discernimento, isto é, devem entrar também a razão e
a vontade; devem unir-se razão, sentimento e vontade”.

Lembrando que no noivado continua a vivência da castidade como


ensina o catecismo: “2350 – Os noivos são convidados a viver a
castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do
respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se
receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do
casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal.
Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na caridade”.

Continência: moderação nos gestos, palavras e atos, auto domínio, o


casal se abstém do prazer carnal Outro ponto importante é entender
que é tempo de se preparar para “cortar o cordão umbilical”, romper os
laços com os pais.

Papa Francisco deu um conselho aos noivos de como celebrar bem o


matrimônio: “É preciso fazer com que o casamento seja uma grande
festa, mas uma festa cristã, não mundana.” O que tornará o casamento
pleno e verdadeiro é a presença do Senhor que se revela e doa a Sua
graça. “Alguns se preocupam com os sinais exteriores, com o banquete,
as fotografias, as roupas, as flores… São coisas importantes em uma
festa, mas somente se são capazes de indicar o verdadeiro motivo da
vossa alegria: a bênção do Senhor sobre o vosso amor.

A Graça do casamento

O amor só pode ser eterno à medida que vivermos a conquista do


outro todos os dias. E isso só a partir do momento em que o amor de
Deus incendiar a nossa vida. O amor é essa capacidade de ver o outro
de forma diferente. No meio de tanta gente, alguém se torna especial
para você!

O matrimônio não é uma aventura, é um projeto sério de vida a dois,


no qual cada um está comprometido em fazer o outro feliz todos os
dias. Juntar duas pessoas numa união completa descreve vividamente a
beleza do matrimônio que Deus planejou.

Quando um homem e uma mulher se casam, eles formam uma nova


e única unidade. Eles dividem uma relação sexual especial que jamais
deve ser compartilhada com os outros. O esposo e esposa participam
juntos de sonhos e sofrimentos, de conquistas e calamidades, do vigor
da juventude e da fragilidade da velhice.

Para este par privilegiado, a vida não se define mais com a palavra
eu, e sim com a palavra nós. O sentido mais profundo do matrimônio
está em “Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”. Deus
pede a você, noivo e noiva, que sejam o oposto que o mundo oferece.
A celebração do matrimônio precisa ter a essência de ser Unos. Não
podemos abrir mão do nosso ser carismático, da nossa experiência com
o Espírito Santo, da radicalidade do evangelho, da busca pela santidade.

Por isso precisamos tomar cuidado também com a recepção que


você irá fazer após a cerimônia do seu matrimônio na Igreja. Seja um
Jovem Sarado autêntico! Não convém alguns tipos de músicas que
trazem a sensualidade feminina e masculina, sejam seletivos na escolha
do que irá “animar” a sua festa de casamento.

Não convém bebida alcóolica em nossas festas de casamento. Por


muitas vezes os nossos irmãos de caminhada, nossos familiares e
amigos têm dificuldade com bebida, e precisamos evangelizar também
neste momento lindo do casamento, a festa. Porém, se os nossos
familiares insistirem, que deixemos claro que isso não diz de nós.

Somos chamados a evangelizar sempre: oportuna e


inoportunamente. Somos chamados a levar o testemunho do evangelho
com a vida, com jeito de ser curado em todas as circunstâncias.
Precisamos optar por Deus dia após dia, especialmente num dos
maiores acontecimentos da nossa vida: o sacramento do matrimônio.
Não podemos estar em cima do muro se quisermos seguir a Jesus, pois
o seu caminho vai muito além de onde o muro pode chegar.

O Celibato permanente

Estado de vida é um dom que Deus concede a cada pessoa com a


finalidade de melhor capacitá-la a amar e a servir. A Comunidade Unos é
composta por fiéis como: celibatários pelo Reino do Céus; casados e
solteiros; sacerdotes, diáconos e seminaristas. Unidos por uma
consagração de vida, eles têm como modelo a diversidade e a unidade
das três pessoas da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Os
celibatários refletem a pessoa do Espírito Santo e atuam como
instrumento de fecundidade e de poder espiritual para a Comunidade e
para a Igreja.

O celibato foi tomando corpo nas diversas formas de vida


consagradas na Igreja. Também na comunidade, o Senhor chama muitos
à doação total do seu coração, corpo e tempo a Ele através do celibato
consagrado. Estes irmãos são membros legítimos da Comunidade e têm
os mesmos direitos e deveres dos outros membros. Assumem o voto de
castidade através da vivência da continência perfeita, abraçada
voluntariamente em favor do Reino de Deus. Eles vivem uma oblação,
um sacrifício de louvor agradável a Deus.

Vale destacar que o celibatário não é alguém que simplesmente


renuncia ao amor conjugal, mas é antes alguém que se propõe a amar
mais a Deus e aos seus irmãos, abrindo mão de um amor exclusivo por
uma pessoa. Dessa forma, o celibato não é a negação da afetividade e
da sexualidade, antes, ele constitui um redirecionamento dos mesmos.
A oferta silenciosa da vida de um celibatário é fonte de vida no Espírito
para a Comunidade e para a humanidade inteira. Os frutos muitas vezes
são imperceptíveis aos olhos humanos, mas sabemos na fé que não é vã
a vida de alguém que se entrega plenamente a Deus e ao serviço da sua
vinha.

Para o discernimento junto a comunidade recomenda-se que se


conclua toda a formação sem envolvimento amoroso com alguém, isto é
os 3 anos de aspirante e os 4 anos formativos e se passe 3 anos sendo
acompanhado por um formador pessoal ou diretor espiritual que seja
celibatário ou um sacerdote, totalizando 10 anos de acompanhamento
sobre essa decisão.

O sacerdócio

Dentre os irmãos chamados ao celibato, o Senhor desperta vocações


ao sacerdócio no interior da Comunidade de Vida. No espírito próprio
da Comunidade, que se sente chamada a refletir visivelmente a unidade
da Trindade e o mistério da Igreja, os sacerdotes e os vocacionados ao
sacerdócio sejam acolhidos e formados com alegria, e sejam seus
membros legítimos.

O sacerdote da Comunidade de Vida exercite o seu ministério


sacerdotal de acordo com as normas da Igreja, sob a orientação do
Bispo, a serviço da Igreja e de todos os homens, através do Carisma e
serviços apostólicos da comunidade"

Para se tornar sacerdote, o membro deve passar toda a formação da


comunidade primeiro, depois fazer o pedido para ingressar no caminho
formativo ao sacerdócio, que se seguirá com a apresentação ao
ordinário local e assim o mento será encaminhado ao seminário, e terá
encontros regulares com a Comunidade, com o formador pessoal e com
os membros.
A Vida em Unidade
Quem vai amar esses jovens que não se sentem

amados?

Amar é o ponto que nos traz unidade, Deus não me chamou a fundar
uma comunidade, isso simplesmente aconteceu, Deus me chamou a
amar os jovens que não se sentem amados.

Quantos jovens se sentem à margem, quantos jovens sentem que a


Igreja não os acolhe, não os ama. Não digo sobre essas modinhas que
surgem, essa inversão de valores que o mundo está implantando na
cabeça dos jovens, digo realmente a pessoa do jovem, muitos sentem
que não são bem-vindos na igreja por serem jovens.

Quantos jovens procuram psicólogos, drogas, bebidas, suicídio, sexo


fora do casamento, festas, para fugir dos problemas que tem em casa, e
não encontram na igreja, nos padres, nos leigos e líderes, nenhum tipo
de acolhida, ninguém disposto a escutá-los e nem mesmo á ajudar a
resolver os seus problemas familiares, pessoais e até profissionais.

Temos este lado, uma demanda que clama “ajude-me” e temos uma
oferta que diz “não”, então os jovens dizem para o outro lado
“ajude-me” e o mundo diz “claro, faça isso, faça aquilo, faça-se de vítima
e todos os problemas vão acabar”, vejam, nós somos responsáveis pela
situação chegar a este ponto. Até quando vamos deixar de cuidar de
nossos jovens com amor, compaixão e realmente uma ajuda? Se a
sociedade está do jeito que está, é porque nós fomentamos ela.
Abramos o coração e façamos alguma coisa por amor aos nossos jovens.
Como manter a unidade entre os membros, e os

grupos

A comunidade precisa organizar uma estrutura com atividades


específicas para que os membros e os grupos da comunidade possam
ter uma unidade, venho então trazer tanto a estrutura organizacional da
comunidade, como também a estrutura da união em si através da
vivência do carisma.

União entre os membros:

● Para a união entre os membros, precisamos viver os princípios


da comunidade, sobretudo a unidade, a castidade e o perdão
mútuo
● Precisamos lembrar que todos são irmãos, devemos nos tratar
como família.
● Sempre que pudermos devemos nos encontrar, viver a
convivência.
● Manter uma frequência do Ágape.
● Ser pastoreado pelo formador pessoal.
● Sobre as outras missões, devemos lembrar que somos partes do
mesmo carisma, portanto somos irmãos.

União entre os Grupos:

● Sobre os grupos de oração da RCC ou de outros movimentos,


comunidades e pastorais, devemos lembrar que somos da
mesma igreja, não pode haver competição, deve haver unidade.
● Sempre que possível devemos estar a disposição para ajudar as
outras expressões, desde que não atrapalhe nossa vida
comunitária.
● Nos grupos de oração, devemos seguir com unidade, obediência
e na medida do possível devemos ajudar.
As fases de da Comunidade

Nossa comunidade possui duas fases de estruturação, uma fase de


implantação e uma fase de transformação, onde a comunidade pode se
tornar uma fundação dependendo da permissão de um bispo.

1. Discernimento: fase em que acontece o primeiro diálogo entre os


interessados daquela cidade e diocese nova com a comunidade
representada pelo setor da expansão, a primeira fase é uma fase de
formação dos membros interessados e conversa com um padre
responsável.

2. Implantação: após a primeira fase são dadas orientações sobre o


relacionamento eclesial, o pedido de permissão ao bispo local e o
diálogo com o pároco. Após essas permissões tanto do pároco como do
bispo, se desenvolve a abertura de um Ágape para iniciantes, que
caminhará por dois meses para um Seminário de Vida do Espírito Santo
ou um outro evento que possa marcar o primeiro movimento do
Carisma naquela diocese.

3. Início da Célula Comunitária: após a implantação dos ágapes da


comunidade e do seminário de vida ou de um dos eventos da
comunidade, é hora de organizar a célula, com encontros regulares, com
um núcleo, líderes e ministérios.

4. Pastoreio: ao iniciar a célula comunitária, deve ser iniciado


imediatamente o pastoreio desta célula por parte da comunidade, e
deve haver também o pastoreio por parte dos líderes aos participantes
da célula dentro do Ágape.

5. Parresia: essa é a primeira fase de transformação, começamos a


crescer por participação de membros, é a fase onde deve haver um
grande planejamento de evangelização, ação social e formação de
líderes.

4. Unidade: é a fase em que os membros começam a sentirem uma


união com o carisma, com a missão da comunidade, nessa fase
começam alguns desejarem fazer parte da comunidade.
5. Consolidação: estando a Célula Comunitária agindo na força
evangelizadora do carisma, realizando ágape, retiros, ações sociais e
vivendo uma vida fraterna, começa um novo momento. Aqui começa a
ser consolidado o carisma na sua característica física onde serão
implantados os serviços, ministérios e setores da comunidade,
começará a se desenvolver realizando pequenas atividades, irá realizar
eventos, retiros, seminários de vida, cursos e ajudará as paróquias na
evangelização querigmática em praças, colégios, universidades e nos
principais pontos da cidade. Com a abertura oficial e inauguração de
uma estrutura física, o Centro de Evangelização, a célula passa para uma
outra etapa.

6. Transição: mediante a avaliação do desenvolvimento da formação


e crescimento da célula, surge a oportunidade de ser indicada ou não,
para se tornar uma fundação missionária passando assim a ser uma
missão da Comunidade.

A formação pessoal e o pastoreio.

Para todo o caminho da comunidade são necessários a formação


pessoal e o pastoreio dos membros e participantes da comunidade
Unos. É importante ressaltar que a formação pessoal não é uma direção
espiritual, mesmo que se deva aspirar algumas coisas da direção
espiritual para fortalecer a formação pessoal, mas é bom e oportuno
que se diferencie.

A formação pessoal acontece no diálogo e partilha de conhecimento


entre o formador e o formando. Todos devem ter um formador pessoal,
até mesmo o fundador, mesmo que com uma dinâmica de escuta.

Existem vários modos de se conduzir uma formação pessoal, direi


aqui a que nossa comunidade costuma utilizar, que é na verdade uma
união de vários pontos que já tivemos de experiência em nosso próprio
ser.
Roteiro de Formação Pessoal (modelo)

1. Acolhida: nos momentos de formação pessoal a acolhida


sempre é o ponto chave, precisa ser um momento fraternal, não
é uma terapia, a pessoa precisa sentir-se acolhida, aconchegada
e confortável. A escolha do local ou do formato (presencial ou
online em casos de longa distância) deve sempre ser bem
pensado, assim como a organização do local e a vestimenta do
formador.
2. Oração: após cumprimentar e acolher o formando, o formador
sempre deve puxar uma oração de entrega do momento, para
que Deus conduza-os ao discernimento e quando houver,
conduza à cura interior.
3. Partilha e escuta ativa: após a oração iniciam-se as partilhas,
geralmente ligadas à vocação do formando, da vida pessoal,
sobretudo da vida de oração, traumas, e o que mais ele sentir
necessidade. Deve-se tomar cuidado para não ser invasivo, mas
devemos motivar os formandos a falarem e partilhar. Durante a
escuta, não devemos ser passivos, devemos de forma ativa,
fazer perguntas chave para nossa compreensão e para que
sintam-se acolhidos.
4. Aconselhamento: durante a conversa, devemos ir aconselhando
os nossos formandos, sempre a luz da igreja e a luz do que nos
move o Espírito Santo.
5. Oração profética: somos carismáticos, sempre que pudermos
devemos orar de forma carismática e estarmos atentos as
moções que Deus nos trouxe, não digo “oração profética” no
sentidos e sempre trazer profecias, mas no sentido de sempre
pedir a Deus a inspiração para uma boa condução dos
formandos.
6. Disciplina: e quando finalizamos costumamos dar uma “tarefa
de casa” uma disciplina para ajudar nosso formando a crescer
espiritualmente, pessoalmente e comunitariamente.
Vida Apostólica
Como Evangelizamos

Nascemos para sermos santos através de uma dedicação particular


na vida da igreja, e nossa primeira missão é evangelizar, é pregar o Amor
Misericordioso de Jesus e promover o Batismo no Espírito Santo.

Todos nós somos chamados a orar por milagres, por curas, todos
somos convidados a proclamar profecias quando Deus nos revelar, e
estarmos em constante oração. Recentemente Deus me mostrou
providencialmente uma pregação da Emmir Nogueira sobre cura, que na
verdade vem de um livro sobre como evangelizar no poder do Espírito
Santo, e percebi que aquilo era algo que eu vivia em nosso carisma.

A Emmir dava alguns exemplos dela sobre evangelização, mas eu


acho que seja mais necessário falar mais de exemplos que aconteceram
comigo, pois assim teremos um parâmetro do que Deus tem realizado já
em nosso carisma e usar um ou outro exemplo que ela traz para
demonstrar o que nós já vivemos.

A Emmir nos conta um caso de evangelização que já me aconteceu


diversas vezes, não exatamente da mesma forma e que muitas vezes eu
não cheguei a falar, mas que até foi importante para que eu soubesse
como agir em situações semelhantes, o caso foi o seguinte.

Um certo dia a Emmir estava no supermercado comprar lanches para


os filhos dela levarem para a escola e precisava ser muito urgente, e ela
disse para Jesus "Por favor, não precisa mandar ninguém para eu
evangelizar agora, porque estou com muita pressa!", e quando ela
entrou no mercado Deus disse para a Emmir "vá para a sessão de
verduras" e ela disse "E o que mais Jesus?" e Ele respondeu "Apenas
vá" no livro COMO EVANGELIZAR NO PODER DO ESPÍRITO SANTO ela
diz uma frase que explica como se deve evangelizar, que se tem ligação
direta com nossa história também, ela diz “Na evangelização no Espírito
Santo é muito importante obedecer o que Jesus lhe diz, ainda que
pareça uma loucura. E você pode ter certeza: a maioria vai parecer
loucura mesmo!.”
Quando ela chegou na sessão das verduras, ela perguntou a Deus o
que fazer, porém só havia uma pessoa naquela sessão do
supermercado, era um homem de meia idade que estava parado
próximo da bancada de couve. Ela ficou lá perto e disse a Jesus em
silêncio “Sim Jesus e agora? Me dá uma palavra de ciência ou de
sabedoria para que eu me aproxime desse homem não na carne mas
no Espírito" Ela também diz no livro dela sobre isso “Quando nós
evangelizamos precisamos clamar que o Espírito Santo inspire as
nossas palavras, para que não digamos nada clichê ou afugentamos as
pessoas com sermões, precisamos ao invés disso, agir como por
exemplo os discípulos dos atos dos apóstolos, cheios de ousadia e
constantes súplicas para que o Senhor nos conceda as ações mais
acertadas, a fim de que consigamos iniciar um diálogo com aqueles
que precisamos evangelizar” então ela ficou ali esperando Deus falar
alguma coisa para ela.

Até que Deus disse pra ela "Cancer no figado". Então a partir dali ela
já tinha a inspiração divina de qual seria o problema daquele homem.
Com essa inspiração ela disse, “Estão bonitas essas couves, não é? Você
sabia que couve é muito bom para o figado?" Ela não tinha certeza se
realmente era ou não bom, porém ela aproveitou o gancho que Deus
deu para puxar assunto com o homem que respondeu “É mesmo? Eu
até estou com problema no fígado, então se é bom vou comprar mais
couve", ouvindo isso a Emmir imediatamente disse "Ah quer dizer que
você está com problema fígado? Pois eu vou rezar por você".

A Emmir ensina que quando evangelizamos pelo poder do Espírito


não podemos esperar que a pessoa diga "sim, por favor reze por mim
estou precisando" não é um filme, é vida real, não podemos perder
tempo, nem muito menos a oportunidade. Assim que ela disse que iria
rezar por ele, prontamente se aproximou e colocou a mão em sua
barriga e começou a orar em línguas. Ela rezou pela cura do seu fígado.

Enquanto ela rezava, Jesus revelava para Emmir que ele tinha um
problema de amargura no coração deles, por causa de uma situação
vivida no passado, pela qual ele havia se tornado uma pessoa que
reclamava e murmurava muito. Então ela pediu a cura tanto física como
espiritual, e quando terminou a oração, ela disse a respeito da missa de
cura que havia no Shalom da Paz, dos grupos de oração nos quais ele
poderia se engajar e indicou um livro que o ajudaria a superar aquela
amargura no coração.

Vejam só, comigo aconteceram coisas semelhantes. No caso do


Manuel, não foi só uma lição de humildade que tive alí, mas também
uma experiência de evangelização no Espírito. Deus me dizia “Fale de
mim para Eles” e eu pensava “como vou falar de Deus para eles se nem
sei se são católicos ou não” meu pensamento era limitado naquela
época, então eu pedi “posso rezar um Pai-Nosso por vocês” e eles
deixaram, e depois eu pedi para rezar uma Ave-Maria, e também
deixaram, e o manuel começou chorar por causa daquilo, não me
lembro se eu disse alguma coisa, mas eu lembro que aquele momento a
palavra de Deus foi “Fale de mim para eles” e o resultado foi o Manuel
dizer “Eu vou me tratar e voltarei para o seminário”.

O outro caso, foi no PHN 2023. Na parte da Manhã Deus me disse


“Vou te levar para rezar por três pessoas hoje” daí fui tomar café com
minhas amigas, e conhecemos uma senhorinha que era um amor, foi a
primeira, nós rezamos por ela e pedimos que Deus a abençoasse no seu
comércio, e ela ficou toda agradecida. Daí subimos em direção a Canção
Nova de novo e havia uma mulher que estava com fome, uma de
minhas amigas de um dos pães que tínhamos preparado, e deu um valor
que dava para comprar café, e eu senti “Reze por ela” e então disse
“Posso rezar por você?” e ela disse “Pode sim” então fui e rezei por ela,
e proclamei bênçãos sobre a vida dela, mas ainda faltava uma pessoa, e
era o último dia do PHN, ou seja, eu teria apenas pouco tempo para
isso. Então voltamos para o centro de evangelização.

Quando eu me sentei Jesus me disse “Pegue o terço da misericórdia


que você ganhou e dê para uma menina e reze sobre o relacionamento
dela” eu perguntei pra Jesus “Que menina” pois tinha três meninas
perto de mim, pois ainda tinha gente comendo então só estava eu,
minha amiga e as três meninas. Então Jesus disse “ Duas vão se levantar,
e a que continuar sentada é a que você vai dar o terço” e assim
aconteceu, as meninas saíram, e voltaram, porém só uma ficou alí o
tempo todo, então peguei o meu terço me levantei e fui até elas e disse
“Olá, você tem namorado?” ela olhou assustada e disse “Não” e eu
disse “Você quer ter?” e ela disse com um pouco de receio e voz
trêmula “Acho que não” e eu disse “é que Jesus me disse para te dar
este terço, e rezar pelo seu namoro, posso rezar por você?” e ela disse
“pode” então impus a mão no ombro ela, e rezei para que ela recebesse
cura e libertação sobre o relacionamento e que Deus a guiasse, e depois
voltei para meu lugar.

Como nossos lugares eram próximos, eu ouvi depois as meninas que


estavam com ela dizerem “nossa, mas não é a resposta da oração que
você estava fazendo para saber sua vocação?”

Irmãos, milagres existem mesmo, e não tô falando só de cura


milagrosa, tô falando de milagres extraordinários como por exemplo,
você pedir a Deus que as águas do rio não se afoguem, e a água do rio
parar de um lado para você passar. Hoje vivemos num mundo onde os
milagres não podem mais ser só histórias dos tempos antigos, devemos
proclamar por milagres nos dias de hoje.

Eu sou um ávido incentivador de que peçamos o dom de milagres,


pois não são dons para nós, mas para que mostremos ao mundo o
poder de Deus a fim de que vendo seus sinais e prodígios, todos os
joelhos se dobrem. Num mundo onde a ciência predomina e as
ideologias tomam conta de tudo, os milagres ao meu ver são a maior
ferramenta de combate ao ceticismo e ao combate da doutrina cristã.

Por isso eu incentivo os membros da comunidade, proclamem curas,


rezem por cura, por libertação, peçam os dons de ciências, sabedoria,
profecias, milagres, e exerçam em todos os lugares e todos os
momentos esses dons, mesmo que não sejam do ministério. Se Deus te
falar “quero a cura de tal pessoa” não perca tempo, reze por cura, se
Deus disser “Profetize um raio” profetize, lembre-se que este pode ser o
único momento de evangelizar alguém que teremos.
Quais nossos ministérios

Em nosso carisma possuímos diversos ministérios, porém


dependendo da localidade e do momento da comunidade ou da célula
da comunidade, mas há diversos ministérios que são uma ponte para as
nossas atividades, listamos alguns abaixo:

Acolhida: é o ministério responsável por recepcionar pessoas,


acolhendo bem os novos, ficando atento às necessidades das pessoas
que estão começando, definir lembranças para quem veio pela primeira
vez, acolher principalmente nos eventos, missões e ágapes da
comunidade.

Intercessão: é o ministério responsável por interceder pela


comunidade e também pelos retiros, ouvir o que o Senhor está
direcionado para a comunidade. Manter-se em constante combate em
favor dos jovens que o Senhor atraiu e ainda irá atrair para a
comunidade.

Pregação: nossa comunidade conta com pregadores que são


responsáveis por espalhar a Palavra de Deus em palestras, retiros,
grupos, e em missões.

Escuta e Oração: é o ministério que realiza atendimentos de oração


por cura e libertação e que realiza também aconselhamentos sobre as
situações partilhadas, estão ao serviço das pessoas para ouvir suas
feridas, orar por cura e aconselhar segundo o ministério da Igreja.

Missão: é o ministério responsável por fazer atividades missionárias


nas cidades, ruas, estados e também organizam a agenda missionária.

Pastoreio: o Pastoreio tem a missão de zelar pelo crescimento


espiritual e caminho de santificação das pessoas que participam dos
ágapes e retiros oferecidos pela Comunidade.
Comunicação: chamado a integrar os demais ministérios e a
traduzir, por meio de uma linguagem atraente e criativa, o Carisma para
o público externo, comunicando-se pelas redes sociais, sites, fotografias,
artes, panfletos e muito mais.

Formação: nossa comunidade tem no seu centro um olhar pela


formação humana, espiritual, cultural e profissional dos membros e da
sociedade, o ministério visa ajudar as pessoas a crescerem em
autoconhecimento, espiritualidade e profissionalidade para que possam
ter uma vida mais digna, ministrando cursos, palestras, workshops, tudo
em vista do seu crescimento pessoal.

Música e artes: nossa comunidade, evangeliza também através de


músicas, teatros, danças, sabemos como as expressões artísticas são
uma potência evangelizadora na nossa sociedade, como um teatro pode
marcar e como uma música pode tocar o coração.

Dentro do Ministério de Música e Artes temos o Ministério MC4 que


é um ministério musical que através de suas músicas evangelizam
dentro da comunidade, e como eles podem surgir outros cantores e
ministérios de músicas.
Áreas de atuação

Nossa comunidade tem um tripé que já nos ajuda a orientar nossos


projetos e áreas de atuação, nosso carisma é sobretudo para a
Evangelização, isto é, levar a palavra de Deus, mas temos ainda alguns
pontos dentro do próprio carisma que nos indicam o modo de agir.

Temos em nosso carisma as seguintes áreas de atuação e


evangelização: A Evangelização, O Apoio Social, A Formação, a
Comunicação, As Missões e Obras de Misericórdia.

Projetos Da Comunidade Unos

Nossa comunidade possui vários projetos, sendo muitos projetos de


evangelização, projetos sociais e formativos, para apresentar vamos nos
organizar pelas áreas de atuação da comunidade.

Projetos de Evangelização:

Nossa comunidade possui vários projetos de evangelização buscando


que tenham um crescimento espiritual, um encontro com Deus e uma
busca de santidade. Realizamos diversas atividades, como pregações,
ministrações e outros, mas alguns dos nossos projetos próprios para a
evangelização são os Seguintes.

Ágape: é a principal forma de evangelização da Comunidade Unos,


são grupos de acolhida, formação e espiritualidade onde a promoção do
batismo no Espírito Santo e a formação espiritual acontece
semanalmente, possuindo fases e atividades próprias do Ágape.
(Falaremos melhor no Manual dos Ágapes e no de evangelização)
O Ágape possui alguns pilares fundamentais, mas para entender
como acontecem os encontros do ágape, nós precisamos entender
como funcionam os cinco pilares, que são: acolhida, oração, vida
fraterna, formação e prática dos carismas.

O Ágape é formado por dois módulos, o módulo aberto, e o módulo


formativo, onde o formativo chega no módulo aberto no final do
percurso, porém com toda uma jornada de evangelização e santificação,
que chamamos de Caminho de Santidade.

O módulo aberto é composto por três fases que compõem um ciclo


que se repete, a primeira é a Ascese, a segunda é a Luz e a Terceira é a
Mística, onde cada fase trabalha-se um tipo de conteúdo. Na ascese
trabalha a primeira conversão, onde é o tempo perfeito para convidar
pessoas novas para participarem dos encontros, mesmo que possa ser
convidado a qualquer momento. Abaixo colocaremos os temas de cada
fase. A fase Luz é a fase de trabalharmos com pessoas que já tem uma
vivência de fé para ajudarmos a aprofundar a fé de cada um e
ajudar-lhes a terem uma vivência mais séria. Já a fase Mística é a que
devemos trabalhar uma busca real pela santidade.

Fase Ascese: No primeiro encontro se trabalha “Chamado a


Santidade” depois por 7 semanas se trabalha o Querigma, depois
trabalha-se temas de cura interior, depois de afetividade e sexualidade e
por fim trata-se temas de autoconhecimento e finaliza-se com vida de
oração, é a fase de ordenar-se para Deus

Fase Luz: se trabalha temas sobre a vida espiritual, como céu,


inferno, pecado, vida de oração, purgatório, lectio divina, batismo no
Espírito Santo.

Fase Mística: é a fase em que trabalharemos temas como direção


espiritual, sacramentos, sacramentais, confissão, contrição, castelo
interior, consagração a Jesus por Maria, temperamentos, e assim por
diante.

No módulo formativo é composto por 5 fases, a Kairós, Metanóia,


Shekinah, Koinonia e Cross, essa não é cíclica, pois ela finaliza no Cross
que é a fase permanente, e volta para o módulo aberto. Abaixo você
verá cada uma dessas fases. Cada fase tem uma apostila, ou pode-se ter
a apostila geral para poder acompanhar todas as fases e todos os
exercícios.

Kairós: Kairós quer dizer Tempo da graça, é realizado com


encontros semanais e um encontro mensal de convivência, além do
retiro da Fase Kairós no final dos 46 semanas de evangelização, podem
ser ofertados cursos e formações para tratar melhor a evangelização.
Nesta fase a evangelização gira em torno do Querigma, cura interior e os
Dons do Espírito Santo.

Metanóia: Metanóia quer dizer mudança de mentalidade, é a


segunda fase do Ágape com encontros semanais e um encontro mensal,
além do retiro da Fase Metanóia no final de 46 semanas, podem ser
ofertado cursos que tratem sobre a Lectio Divina, oração pessoal,
formações doutrinárias, assim como retiros espirituais que tenham
como foco o aprofundamento na vida de oração.

Shekinah: O Shekinah quer dizer habitação de Deus, é a terceira


fase do Ágape, com encontros semanais e um encontro mensal, além do
retiro da Fase Shekinah ao final de mais 46 semanas, são necessários
cursos e formações na dimensão humana e afetiva, como Teologia do
Corpo, retiros de cura interior, podem ser ofertados também
atendimentos de cura e de acompanhamento, o foco principal na fase
shekinah deve ser a cura de sua humanidade ferida pelo pecado e pelas
feridas que o mundo deixa em cada coração, e aos curar, devem ser
direcionados para Deus, o conteúdo formativo é inspirado no caminho
Ordo Amoris do Shalom, e faz referência a ele.

Koinonia: Koinonia significa Convivência, Comunhão, é a quarta


fase do Ágape, com encontros semanais e um encontro mensal, além do
retiro da Fase Koinonia no final de 46 semanas, essa fase é muito
marcada por convivências, missionariedade, por ações sociais de
promoção humana, passeios e formações sobre vocações, grupos,
movimentos, pastorais entre outros serviços na igreja, o ponto chave
dessa fase é a preparação para o serviço, é onde tratamos de cuidar dos
membros em sua vocação. O foco dessa fase é a vocação, a missão e a
evangelização em vivência em comunidade.
Cross: Fase Permanente de Espiritualidade com um encontro
semanal no Módulo Aberto e um encontro mensal formativo, além do
retiro da Fase Cross Anualmente, e convivências que podem ser
realizadas semanalmente ou mensalmente de acordo com o grupo, e
tem o foco de formação da vida, para fases da vida, como matrimônio,
profissão, serviço na igreja, entre outros.

Roteiro dos encontros

Você pode me perguntar “Como são os encontros?” e você tem


razão em perguntar, porque ele não é só chegar e receber formação, ou
pregação, existem certos aspectos nele que precisam ser levados em
conta, vamos conhecer?

Momento de Acolhida: Antes de tudo, o Ágape começa na acolhida,


os participantes chegam e são acolhidos, e aqui vale a criatividade, pode
ter ali um docinho, pode ter petiscos para comerem durante o encontro,
mesmo que ele não seja feito na casa.

Momento de Intercessão: quem estiver conduzindo deve recolher as


intenções, e conduzir um momento de oração de intercessão, por cada
pedido, por cada um que estiver alí, é um momento onde rezamos e nos
entregamos no espírito santo, depois fazemos um momento de silêncio
para ouvir o que Deus tem a dizer.

Animação e Louvor: depois realizamos um momento de louvor,


cantando e louvando animações, e ministrando com músicas, e orações
em línguas.

Leitura da Palavra: depois do louvor, fazemos a leitura de uma


palavra, que pode ou não ser a do dia, e depois vamos para a partilha.

Momento de Partilha: depois da leitura, conversamos sobre a


palavra, cada um diz o que entendeu, e o pregador conduz uma breve
reflexão sobre o tema central da passagem e liga ela com a formação da
semana ou com algum tema que será importante no futuro.

Momento Formativo: Depois da partilha e da reflexão, o pregador


faz uma formação com base no livro, no catecismo, em documentos da
Igreja, ou nas apostilas. A pregação formativa é levada a um momento
de oração carismática.

Momento de Louvor Carismático: O momento de louvor é um


momento de oração, onde com o tema da formação vamos rezando,
proclamando e ministrando em Deus, na liberdade de Jesus, podem
haver visualizações, profecias, palavras de ciências, e alí rezamos.

Encerramento e Convivência: Quando vamos encerrar fazemos um


recap do tema e damos uma dinâmica para casa, e passamos um tempo
convivendo, fazendo brincadeiras, dinâmicas, e conversando.

Redenção: é o principal retiro de evangelização da comunidade,


onde visa promover uma experiência de Deus, um processo de cura e
uma experiência de vida comunitária voltada para os jovens baseado em
desafios e pontos

O retiro Redenção trata de uma experiência com o Amor


Misericordioso de Jesus, é esse o objetivo do retiro, uma experiência
com o Amor de Deus que gere cura interior para nos ajudar a amar.
Temas como: Amor de Deus, Pecado e salvação, Fé e conversão, são
presentes porém, o retiro é livre e a cada ano há seu tema que sempre
está ligado com a cura interior e a Misericórdia.

Luau: a comunidade realizou sempre em unidade a outros grupos,


pastorais e movimentos, luaus para os jovens, seja luau na praça, seja
em escolas, paróquias ou outros locais, o intuito é atrair os jovens para
que vivam um momento com Deus que seja mais simples e ao mesmo
tempo seja diferente.

Os luaus possuem temas diferentes, o Aviva é um luau de louvor, o


inflama é o luau de pentecostes, o renascer é um luau com desafios, o
encontro é um luau com o amor de Deus, e assim vai. Falaremos mais
de cada luau no nosso manual.
Retiros: a comunidade realiza também retiros e eventos de diversas
formas, como retiro de avivamento, retiro de silêncio, retiro Mariano, e
muitos outros, além de evangelizar em retiros e eventos de fora da
comunidade sempre que chamado.

Temos o Retiro Verso L'alto, que é um retiro de desafio e cura dos


medos, o shekinah que é um retiro de primeira experiência, o Refrigera
que é um retiro de aprofundamento de dons, megatom que é um retiro
de avivamento, temos o Totus Tuus que é o retiro Mariano e temos
outros diversos.

Exercícios Espirituais: nossa comunidade incentiva as práticas


devocionais, como oração do santo terço, e para promover isso
realiza-se práticas devocionais das mil ave-marias, mil misericórdias,
exercícios espirituais do plano espiritual da comunidade, quaresma de
São Miguel e outras atividades.

Temos o plano espiritual, temos o retiro do plano espiritual, temos


re-vide que é um caminho de reconciliar consigo mesmo, temos
Restaurando o castelo, temos o Jerusalém Celeste e o caminho de
santidade que envolve três livros. O ascese, o luminoso e o místico.

Encontros e eventos: A comunidade também já realizou sozinha ou


em grupo, retiros, encontros e congressos, sendo retiros para casais,
solteiros, retiros de cura, congressos de jovens, retiro de carnaval e
muitos outros retiros que possam ser um meio de atrair os jovens para
uma experiência pessoal com Cristo ou promover um aprofundamento
espiritual sobre algum determinado assunto.

Temos os congressos de Ágape, temos o congresso de Jovens, de


famílias, de casais, temos o congresso da comunidade que se chama
Alegrai-vos.

Semeando Pentecostes: somos carismáticos, portanto nossa


comunidade é chamada a espalhar o batismo no Espírito Santo, e o
realizamos com nosso Seminário de Vida No Espírito Santo que inclui
tanto os temas querigmáticos como os temas dos carismas do Espírito
Santo estruturados em módulos.
O primeiro módulo é sobre o querigma, o segundo sobre os dons
infusos e efusos, o terceiro sobre a Experiência de oração, a quarta
sobre a vida de oração, o quinto sobre a cura interior e a sexta sobre a
maturidade afetiva e humana.

Totus Tuus: É o nosso projeto de formação, preparação e realização


da Consagração a Jesus por Maria, passando desde a leitura do tratado,
até a preparação da missa de consagração e retiro para consagrados.

Há o retiro para consagrados (O Totus Tuus), o caminho de formação


Totus Tuus, e há uma missão Totus Tuus, que tem um chamado de
propagar a devoção da consagração.

Para o Alto: É nosso projeto que continua o projeto Totus Tuus, com
formações e cenáculos de oração para o conhecimento do caminho de
santidade com base em Santa Teresa.

Há além do retiro, um caminho formativo com cenáculos de oração


baseados no caminho de santa Teresa davila, onde se aprende como se
chegar na sétima morada e busca se aplicar. É desenvolvido em 6
módulos de oração.

Projetos de Apoio Social:

Os projetos voltados ao apoio social são diversos, possuímos


algumas áreas de atuação que visam restituir a dignidade humana de
nossos irmãos e irmãs.

Cenáculo de Amor Misericordioso: o cenáculo de amor


misericordioso é um grupo de apoio para pessoas que sofrem com com
ansiedade, depressão, ou outros transtornos socioemocionais. Usamos
as 7 áreas da vida do ser humano, como base do cuidado no cenáculo,
contamos com diversas atividades como o grupo de apoio nas
modalidades presencial e online, com as imersões presenciais, que
trabalham as 7 áreas, com exercícios físicos, a cura da auto imagem,
escuta de músicas boas, alimentação saudável, com a respiração
controlada, com a resignificação dos afetos, da imaginação, cura da
memória, descobrindo na verdade de Deus sobre a Pessoa e buscando
encontrar o Bem que Deus fez nela.

Anima Terapia: a Anima Terapia não é uma terapia clínica nem


profissional, é um projeto de desenvolvimento humano, formando a
personalidade, a espiritualidade, ajudando as pessoas a se
desenvolverem nas diversas áreas da vida. Possui várias atividades e
modalidades de atuação.

A anima terapia busca a aplicação prática e terapêutica do cenáculo.


Utilizamos a roda da vida, as 12 camadas da personalidade, os
temperamentos, a roda da vida de oração e o plano de vida como
ferramentas de auxílio para a vivência da prática terapêutica baseada
nas 7 áreas do ser e nas 7 moradas de santa Teresa.

Cuidado de Amor: é um projeto de voluntariado, onde nossa


comunidade reúne profissionais das áreas sociais para ajudar as pessoas
que precisam de ajuda, com profissionais da área fiscal e contábil,
advogados, psicólogos, psiquiatras, médicos, enfermeiros e outros que
possam atender os cidadãos por um dia.

Work Day: nossa comunidade visa ajudar as pessoas a terem sua


dignidade humana garantida, sabemos que muitas das necessidades
estão na necessidade de emprego, o Work Day é um projeto para
auxiliar os profissionais com palestras de empreendedorismo, com
feiras de negócios, com iniciativas e outras atividades que visem ajudar
os profissionais.

Temos o Work Day Conferência: uma conferência de


empreendedorismo. Temos o Work Day imersion, que são vários
workshops sobre empreendedorismo, temos o Work Day Feir que é a
feira de negócios e empregos, temos a Work Day contrata que é uma
feira onde as empresas dão oportunidade para funcionários fazerem
entrevistas. E muitos outros.

Amor e Cultura: a cultura é um grande ponto da dignidade humana,


sem falar que molda as gerações e abre oportunidades profissionais.
Nosso projeto “Amor e Cultura” visa ajudar a desenvolver atividades
culturais para todas as idades, com atividades como ensinos de idiomas,
prática de esportes, teatro, danças, músicas e muito mais.

Vida de Misericórdia: é o projeto de cuidado, terapia,


desenvolvimento, tratamento, pré e pósvenção, com pessoas com
transtornos, traumas ou déficit, para pessoas com autismo, tdah,
esquizofrenia, burnout, borderline, entre outros.

Projetos de Formação:

A comunidade também possui projetos na área da formação,


atuando nas áreas da formação humana, espiritual, ministerial e
profissional, iremos explicar o que é feito nessas áreas e abordar alguns
projetos formativos que temos na comunidade.

Holly Class: é uma plataforma de desenvolvimento pessoal,


profissional e espiritual, onde se reúnem retiros, congressos,
workshops, palestras, ebooks, cursos, formações profissionalizantes,
culturais e muito mais.

Escola Formativa Holly Class: a escola formativa é o formato físico da


nossa plataforma de cursos, com o intuito de ajudar nas formações
paroquiais, profissionais, culturais, sobretudo para jovens, adolescentes,
e adultos que precisam de alguma profissionalização ou oportunidade.

Escola Formação e Espiritualidade Santa Teresinha: é um espaço


físico, um centro formativo com diversas atividades, entre elas,
formações de angiologia, mariologia, demonologia, pneumatologia,
cristologia, Espiritualidade, Liturgia, iniciação às Sagradas Escrituras
como também encontros sobre temas de Psicologia e de Ética, Bioética,
introdução a vida cristã, e todos os outros temas trabalhados pela
comunidade em suas áreas formativas mencionadas abaixo.

As áreas de formação que temos são:


Formação Humana: desenvolvemos formações para a busca do
autoconhecimento, cursos, palestras e workshops sobre os
temperamentos, linguagem de amor, teologia do corpo, personalidade e
autoconhecimento.

Formação Espiritual: desenvolvemos cursos, palestras e formações


sobre o catecismo da igreja, sobre a vida espiritual, santidade, doutrina,
vida dos santos e outros.

Formação Ministerial: desenvolve-se formações, palestras e cursos


sobre os ministérios de pregação, intercessão e outros ministérios da
igreja, mas também sobre novas comunidades, fundadores, liderança e
outros que liguem a este.

Formação Profissional: também para os que buscam uma vida


profissional melhor mas não conseguiram oportunidades,
desenvolvemos treinamentos, palestras, formações e workshops com
profissionais de diversas áreas a fim de ajudar os trabalhadores a
conseguirem novos empregos, assim como outras atividades incluídas
nesse projeto.

Projetos de Comunicação:

Nossa comunidade evangeliza também pelos meios de comunicação,


dentre eles temos um canal no Youtube onde há várias formações,
estamos organizando um Podcast para evangelizar ainda mais com os
testemunhos dos nossos irmãos e irmãs, estamos preparando um blog
para trazer formação para todos e ainda evangelizamos pelas redes
sociais, entre eles o instagram e o Facebook.

Youtube: No canal do Youtube são realizadas lives de formação,


transmissão de encontros, retiros, ágape, temos pregação toda quinta e
todo domingo e há espaço para diversas outras atividades.

Blog: Nosso blog terá uma visão formativa, e comunicativa, trazendo


atualidades, dicas, cultura, curiosidade e outros aspectos que possam
ajudar na evangelização.
Redes Sociais: Nossa comunidade se utiliza das redes sociais não
como um mural de recados, mas também para comunicar o evangelho,
através de reels, lives, publicações, Stories e outros.

Ministérios de Música: Nossa comunidade também tem a Missão


MC4 que é um dos nossos ministérios de música, e podem haver muitos
outros que sintam o chamado de evangelizar pelo ministério de música.

Projetos de Missões:

Nossa comunidade surgiu de várias experiências, uma delas era a


missão, nossa comunidade tem alguns projetos missionários específicos.

Projeto Ide: é nosso grupo missionário que realiza ações missionárias


de casa em casa, realiza retiros missionários e outras atividades.

Visita Missionária: são as visitas nas casas de pessoas para oração,


prática de devoção e partilha da palavra. A visita missionária pode ser
agendada ou acontecer dentro das missões do projeto Ide, geralmente
visitam-se idosos, doentes, crianças carentes, e neste último caso,
costuma-se unir aos projetos de caridade da comunidade.

Abraço Missionário: o abraço missionário é uma ação em público


onde convidamos as pessoas a receberem abraço, e após querem
abraço nós conversamos com a pessoa, se a pessoa tem alguma
dificuldade emocional, oramos por ela, aconselhamos se preciso e
passamos nosso contato para caso ela queira continuar a conversa.

Ação Missionária: a ação missionária é como chamamos quando nos


chamam a evangelizar para fora da diocese por um período de tempo.

Obras de Misericórdia:

Temos ainda alguns projetos de misericórdia ligados ao nosso


carisma, sendo eles tanto para as pessoas como para as instituições que
cuidam das pessoas.

Projeto Bom Samaritano: é nosso projeto de caridade, e realizamos


a arrecadação e a doação de alimentos, roupas, agasalhos, brinquedos e
remédios aos nossos irmãos mais necessitados. Esse projeto também
visa auxiliar as instituições que já fazem este trabalho onde a
comunidade está inserida, onde ao invés de fazer dois trabalhos, a
comunidade realiza o trabalho em vista de ajudar a instituição.

Projeto todos por um: é nosso projeto que visa auxiliar as


instituições, principalmente as que sofrem com falta de apoio financeiro
e/ou voluntário. Realiza-se várias atividades, como palestras e
workshops para ajudar a fortalecer a instituição, realização de um dia de
voluntariado na instituição ajudando-os a fortalecer o trabalho, e até
mesmo a arrecadação de recursos.

Dia da Providência: com toda essa atividade da comunidade, nós


podemos ter momentos que sobram materiais, tudo isso será revertido
no dia da providência, com bazares, com doações e tudo isso se reverte
em ajuda às pessoas com necessidade.
A Estrutura da Associação
A Associação de fiéis e os direitos

A Comunidade Unos é uma associação privada de fiéis sem fins


lucrativos, mas isso pode confundir um pouco, então vamos explicar
para que possa fazer mais sentido.

O Código de Direito Canônico propugna explicitamente o direito de


associação dos fiéis. Estabelece este princípio programático no elenco
de deveres e direitos dos fiéis, ou seja, comum a todos os batizados.
(cân. 18, do CCEO)

O Código também fala os deveres das associações referentes a Igreja


“Os fiéis tem a obrigação de, com o seu modo de proceder, manterem
sempre a comunhão com a Igreja”. Estabelecendo então que os direitos
não são absolutos e ilimitados, pois requer que a associação tenha em
conta o bem comum da Igreja, e que compete a autoridade eclesiástica,
em ordem ao bem comum, regular o exercício dos direitos, que são
próprios dos fiéis.

A Estrutura da Associação

Nossa comunidade possui uma estrutura organizacional definida,


hoje podemos dizer que temos a diretoria da associação com o
Conselho Geral, a Assembleia Geral, os Ministérios que vocês já viram,
os Setores e agora com a estrutura de expansão.

O Conselho Geral

O Conselho Geral é depois da Assembléia Geral, o órgão de governo


mais importante da Comunidade, é ao Conselho Geral que o Presidente
como o Conselho Consultivo, que o apoia em suas atividades. O
Conselho Geral coopera com o presidente na animação e no governo de
toda a Comunidade Unos. O Presidente, em virtude de sua função, é
quem convoca e preside o Conselho.

O Conselho Geral é composto pelo Presidente, por dez membros,


sendo eles a Vice-Presidente, a Secretária Geral, a Segunda Secretária, a
Ecônoma Geral, o Segundo Ecônomo, dois membros do Conselho
Evangelizador e três membros do Conselho Fiscal.

Quando houver uma estrutura maior, contaremos com um


representante da comunidade de vida, um da comunidade de aliança,
um representante dos casais, um que represente os solteiros, quando
houver, um representante dos sacerdotes e um representante dos
celibatários e um representante de cada casa de missão.

A Assembleia Geral

A Assembleia Geral é o momento forte em que toda a Comunidade


Unos, deixando-se guiar pelo Espírito Santo, procura conhecer os
desígnios de Deus para um determinado momento de sua história. É o
grande sinal da unidade na diversidade, onde todos procuram, na
sabedoria de Deus, os melhores meios e a conveniente atualização para
manter a fidelidade ao Evangelho e ao carisma de fundação, sensíveis às
necessidades dos tempos e lugares.

A Assembleia Geral é formada por todos os membros do conselho


geral, por todos os líderes de missão, por todos os coordenadores gerais
de ministérios e de setores da comunidade, e todos membros com
direito a voto que desejam participar a partir do grau de postulante.

A Assembleia Geral é realizada ordinariamente presencial ou híbrido,


porém pode ser realizada de forma online quando a situação for muito
urgente.

É realizada com momentos de espiritualidade, momentos de


proposição de temas e votações. E trata sobre todos os assuntos
importantes da comunidade, é ela que aprova o plano de formação do
vocacional, altera o estatuto, que aprova o calendário de atividades e
eventos, que aprova a criação de produtos, aberturas de missões, lojas e
outros setores produtivos, que aprovaram também o orçamento anual e
os gastos e é a eles que devemos prestar contas. Vou sugerir o modelo
dos encontros abaixo.

Começa-se com uma acolhida de cada um, um momento de


animação e louvor, oração no Espírito, se tiver a oportunidade
colocamos o Santíssimo para adoração, fazemos um momento de
oração espontânea e pedimos a Deus para nós dirigir e nos falar o que
deseja, depois ficamos em silêncio e se vier alguma palavra ou
visualização a falamos.

Depois desse momento damos abertura à assembleia lendo a ata de


convocação e às pautas do dia, e passamos para cada responsável do dia
para falar. Feito as aprovações necessárias, e tendo terminado os ciclos,
realizamos um momento de louvor em agradecimento do que Deus fez
em nosso meio e se possível fazemos uma convivência.

A secretaria faz resumos de cada tópico, onde ela terá para se basear
um breve resumo de tudo que será dito, e vai redigir tudo que for dito,
sugerido e for importante, assim como as votações e seus resultados,
depois passará a limpo, a não ser que seja exigido assinatura
reconhecida como no caso da fundação, onde a escrita que ela fizer será
assinada por todos os presentes e será levada para reconhecimento.

Os setores da Comunidade

A Comunidade Unos enquanto associação possui alguns setores que


não são de governo que podemos citar aqui, como por exemplo o setor
de missão e outros como iremos demonstrar abaixo:

Setor de Missão: é o setor responsável por organizar as atividades


missionárias da comunidade junto dos projetos missionários e do
ministério de missões.

Setor de Expansão e Organização: é o setor responsável pela


organização de casas de missão da comunidade assim como a
organização e implantação de células.

Setor Formativo: é o setor responsável pela formação inicial, pessoal


e permanente dos membros da comunidade que junto do setor
vocacional organiza as formações vocacionais e também é o setor que
organiza as formações abertas com a equipe de formação.
Setor Vocacional: é o setor que organiza todas as atividades
vocacionais como promoções, campanhas, retiros, encontros e as
formações vocacionais da comunidade em união com o setor formativo.

Setor de Eventos: é o setor que organiza todos os eventos da


comunidade, seja ele retiro, festas, ações sociais e outros.

Setor de Ação Social: é o setor que organiza as atividades,


promoções, ações e visitas que visam promover a dignidade das
pessoas, é também o setor que organiza o ministério de pastoreio.

Setor de Evangelização: é o setor que organiza todas as atividades de


evangelização da comunidade e que se une a todos os outros setores.

Setor Profissional: é o setor responsável por todas as áreas


produtivas da comunidade, como a criação de produtos, as lojas físicas e
virtuais, as lanchonetes e praças de alimentação, assim como a agência,
o call center (quando houver) e tudo que houver com trabalho.

Setor / Ministério de Comunicação: Há um setor que também é um


ministério, que é o setor de comunicação, ou ministério de
comunicação, este setor possui como uma das suas características, a
organização do ministério de comunicação da comunidade, quando
junto do setor profissional também é responsável pela agência, gráfica e
editora da comunidade, assim como todo design e social media da
comunidade.

Setor Jovem: é o setor que visa realizar ações e evangelização para


os jovens, mas também visa ajudar na inserção de jovens ao mercado de
trabalho, evangelizar através de esportes e acompanhar os jovens da
comunidade.
A organização regional da Comunidade

A Comunidade Unos organiza-se em regiões, agrupadas por um


conjunto de Casas de Missão, confiadas aos cuidados e à animação de
um Visitador Regional, com as faculdades delegadas pelo Presidente.

Cada Casa de Missão tem um representante chamado Líder de


Missão e tem o seu conselho local, onde realizam a assembleia da
missão, para as decisões dos eventos locais de acordo com o calendário
do ano da comunidade, e tudo fazem reportando-se à comunidade,
cabe à sede e ao conselho Geral e a aprovação.

A assembleia local serve para organizar os membros, os encontros,


projetos, retros, formações e até mesmo a criação de lojas, ou
mudanças de fases, naquele ano segundo o calendário geral da
comunidade e adaptar as realidades de cada missão, para eleger um
representante de missão, para os 5 anos com possibilidade de renovar
apenas mais um mandato.

Regras gerais para todos os membros

1. Todos os membros da Comunidade Unos devem cumprir os


encargos e deveres do seu próprio estado, da sua missão na
Igreja e na sociedade civil, com a maior perfeição cristã possível
e têm o dever de cumprir fielmente o compromisso que
assumiram ao ingressar na comunidade.

2. Os membros deverão:

a. Observar o Estatuto e os documentos oficiais da


comunidade;

b. Empenhar-se no caminho espiritual;

c. Contribuir com as atividades e realização da missão da


Comunidade Unos;
d. Respeitar o Diretório e as orientações do governo da
Comunidade Unos.

3. Todos os membros da Comunidade Unos, a partir do grau de


pertença como Postulante, têm o direito de participar
ativamente na vida da associação, podendo votar e ser votado
nos termos estabelecidos pelos Estatutos, bem como receber da
mesma os auxílios espirituais necessários à realizar a própria
vocação pessoal segundo o carisma da Comunidade.

4. O vínculo mantido entre a Comunidade Unos e os seus


membros, em razão do compromisso que estes livremente
assumiram de participar da obra de evangelização e viver o
carisma, é de caráter eclesial e espiritual e não trabalhista ou
fiscal. Por essa razão, os membros não adquirem direito algum
sobre os bens ativos e direitos da Comunidade Unos sob
qualquer título ou pretexto, ainda que tenham de alguma
forma, direta ou indiretamente, contribuído para sua obtenção,
bem como não responderão, nem mesmo subsidiariamente,
pelas obrigações e encargos sociais assumidas pela
Comunidade.

5. O membro que contrair dívidas ou qualquer outra obrigação em


nome da Comunidade Unos, sem a autorização dada pelo
Presidente, com o consentimento do Conselho Geral, é o único
responsável por elas, seja qual for o seu cargo. A Comunidade
Unos, a nível geral ou local, não assume compromisso algum no
caso.

As Regras da Comunidade de Vida

1. Os membros de Vida têm o direito a receber os meios


econômicos necessários à uma existência digna e uma vez
casados, também à família como mencionado no capítulo das
comunidades de vida.

2. Os membros de Vida trabalharão em tempo integral nas obras e


atividades de apostolado da Comunidade Unos e terão por ela
asseguradas sua manutenção conforme prevê este Estatuto.

3. Os membros de Vida não poderão deixar as atividades que lhe


competem na associação sem prévio acordo com o Presidente e
anuência do Conselho Geral. O afastamento sem acordo prévio
por período superior a três meses caracteriza-se como atuação
gravemente contrária ao Estatuto, passível de demissão.

4. Cada casal de Vida terá uma residência familiar específica


dentro dos domínios da Comunidade, na sede ou em casas de
missões específicas e destinadas à estes, a fim de que a sua
intimidade conjugal, a privacidade de sua vida familiar e a
necessária dedicação aos seus filhos, nas diversas etapas da sua
vida, sejam favorecidas e asseguradas.

5. Os casais de Vida devem receber da Comunidade Unos o


necessário para o sustento da própria família e a educação dos
próprios filhos, sempre dentro dos padrões do espírito de
pobreza evangélica da Comunidade.

As Regras da Comunidade de aliança

1. Os membros de Aliança serão ajudados a descobrir e assumir as


exigências da sua vocação batismal no lugar em que cada um
ocupa no mundo como cidadãos comuns que com todos
convivem e de todos aprendem.
2. O membro de Aliança participa da vida de pobreza evangélica
própria da Comunidade, a opção por viver da Providência, de
acordo, porém, com a situação peculiar em que vive.
Esforcem-se por sustentar, manter e melhorar economicamente
a família por meio de suas próprias atividades profissionais.

3. Porquanto permitam os seus deveres e situações existenciais, os


membros da Aliança viverão a experiência comunitária em
frequentes e periódicos encontros. Eles deverão cultivar os laços
de amizade e vida fraterna com os demais membros e se
engajar aos membros da Comunidade de Vida ao qual estão
ligados.

4. Na medida de suas possibilidades, os membros de Aliança


participarão nas atividades apostólicas e nos serviços propostos
pela Comunidade Unos seguindo as orientações da mesma.

As organizações financeiras da associação

As receitas da Comunidade Unos serão provenientes de rendas


de seus bens patrimoniais, das receitas de qualquer natureza,
originárias de suas atividades próprias e as provenientes dos serviços
que prestar e da participação em empresas e empreendimentos, nos
quais a Comunidade participe ou venha a participar.
A totalidade dos recursos econômico-financeiros auferidos e o
eventual resultado operacional apurado em seus registros contábeis
serão integralmente aplicados na consecução dos objetivos e das
finalidades institucionais da Comunidade Unos.
A associação enquanto instituição

Como último tópico, precisamos esclarecer que além de uma graça


espiritual, somos também uma instituição civil, uma associação, e com
isso há total liberdade de atuação em qualquer localidade e com os
projetos do nosso carisma, enquanto associação.

Contudo, enquanto associação privada de fiéis devemos requisitar a


autorização eclesiástica para uma unidade mais clara entre todas as
expressões carismáticas e eclesiais. Não queremos realizar nada sem
uma unidade, porém, as atividades sociais de nossa instituição estão
também debaixo do apoio social.

Como uma associação civil podemos nos organizar em qualquer


cidade, talvez seja um recurso de aproximação da comunidade com
outras dioceses, iniciando com a associação e suas atividades sociais,
mas enquanto comunidade, carisma e vocação a comunidade não
havendo nenhuma atuação até uma acolhida eclesial ser concedida por
um bispo, porém creio ser prudente o diálogo com os bispos ou ao
menos um sacerdote antes de levar uma instituição da comunidade.

Outra situação que pode surgir é a abertura das lojas, escolas de


formação ou os estúdios de design ligadas à comunidade, nesses casos
são setores produtivos, que estão ligados à comunidade, neste âmbito
há uma certa autonomia, porém, ainda desejo que sempre tenhamos
uma unidade com a Igreja, quando formos abrir uma loja, vamos ao
padre daquela região, vamos pedir a ele a benção da loja, falemos sobre
a comunidade, expliquemos que a loja está alí não como parte do
carisma, ou como a associação, mas como um setor produtivo.

O mesmo devemos fazer com a associação onde queremos abrir.


Vamos ao padre, falemos que estamos querendo trazer a associação
para a atuação com o apoio social naquela região, que não será num
primeiro momento um polo vocacional da comunidade, mas uma
associação com a intenção de realizar as obras sociais na cidade, e
pediremos a benção do padre na sede, diremos ao padre que estamos
disponíveis para ele se precisar de nós, e se ele demonstrar interesse na
comunidade e nos autorizar, iniciamos um processo de diálogo com o
bispo para que possamos trazer o carisma.

Vale dizer que nossa comunidade preza pela unidade com a


hierarquia da Igreja, portanto, a obediência ao Papa, ao Bispo, e
também ao Charis é um caminho necessário no nosso carisma.

Não devemos buscar realizar nossas atividades sem antes pedir uma
autorização, acolhida ou ao menos um acompanhamento de um padre
como um diretor espiritual que nos irá aconselhar como caminhar em
unidade com a Igreja. Esse é o nosso objetivo com este manual.

Aqui na diocese de Maringá, nossa diocese natal, temos 6 anos de


fundação até a data da escrita deste manual, estamos a procura de um
diretor espiritual para a comunidade, e a procura de um diretor
espiritual para mim enquanto fundador.

Queremos falar com o bispo para que ele fique sabendo de nossa
existência, pedir a benção dele, pedir que ele nos oriente no como
proceder e como ele espera que caminhemos na diocese e sob a tutela
de um padre possamos conhecer nosso carisma ainda mais fortemente.
Testemunhos
Camila Muniz

Arison Rone Matos


Meu testemunho começa com a presença do inesquecível Poti.
Quando fomos no Ágape, ao voltarmos para casa, pegando o trevo veio
uma senhora no qual quase batemos o carro, nisso eu e o velho e
inestimável Poti começamos a rezar, e ele me disse Rone trabalhe por
essa Comunidade pois tenho certeza que dará muitos frutos

Tem também o dia em que fomos no DNJ, vimos sinais de uma galera
no qual o Igor viu sinais de que a Comunidade estava ressurgindo.

Para mim a Unos é uma casa que acolhe não e exclui. Onde ovelhas
perdidas são resgatadas, "apascenta minhas ovelhas", um lugar onde é
exatamente proclamado o Espírito Santo, seja em línguas ou uma
simples oração. Ah, se não fosse Maria revelar a um jovem querido que
não queria entrar ao menos na Igreja.

Clauberto

Jane

Conclusão
Queridos filhos e filhas, concluímos este manual com o intuito de
ajudar os membros a entenderem como viverem este carisma em
qualquer localização, atividade ou estado de vida.
Queria fazer com que você, membro, amigo, servo, voluntário,
conhecesse tudo que a comunidade faz, queria que conhecesse como
viver esse carisma, nossa história, profecias.

Queria que o coração de vocês ardesse como o meu coração ardia ao


escrever esse manual, que vocês tenham ânimo para evangelizar como
meu coração queima.

Esse manual é também um documento consultivo e que com o


tempo será atualizado assim como nossos escritos do carisma, e
recomendo que quando precisarem realizar um planejamento de
evangelização se utilize este manual.

Por fim, quero lembrar que este manual não visa gerar divisão e sim
unidade, portanto que conhecendo todas as instâncias da comunidade e
da associação como um todo, possamos nos integrar ainda mais a Igreja
nos tornando filhos e filhas da Igreja Católica Apostólica Romana, nos
submetendo a Sua Santidade o Papa, e todos os bispos em comunhão
com ele.

Deus os abençoe.

Igor de Souza Nogueira

Fundador da Comunidade Unos


Anexo
Ato de Oferta de Vida (E Compromissos) ao Amor

Misericordioso de Jesus Homem-Deus

Eu __________ na presença da Igreja, de seus representantes, das


autoridades da Comunidade Unos, e de toda assembléia, por livre e
espontânea vontade faço minhas promessas (Meu primeiro
compromisso ou faço o compromisso) e oferto minha vida ao Amor
Misericordioso de Jesus Homem-Deus, no carisma Unos.

Prometo ser obediente ao Papa ______ e ao nosso bispo, e a toda


igreja em comunhão com eles, renuncio minhas vontades para viver as
vontade de Deus. Coloco-me a serviço da igreja e da comunidade.
Prometo viver as 10 principais virtudes de Maria como meu estilo de
vida, a viver o estilo de vida da comunidade Unos.

Senhor, receba-me em teus braços de Amor e Misericórdia, não


tenho nada a ofertar, a não ser minha própria miséria, toma essa
miséria Senhor, pois nada de bom posso ofertar, e transforma em chama
do Teu Amor Misericordioso, para que possa incendiar essa geração com
o fogo do teu amor.

Envia-me Teu Espírito Santo, para que faça-me com que seja
queimado e abrasado em Teu Espírito, venha me santificar para que não
eu viva por mim e para meus caprichos, e sim tudo faça por Ti.
Ensina-me a ouvir Tua voz, a viver Tua vontade e a vencer a mim mesmo
a cada dia. Que como Maria possa viver nessa vida, uma vida de
santidade e louvor a Ti.

Senhor, receba-me nessa comunidade como filho amado Teu que


deseja não ser melhor ou pior, mas que deseja apenas ofertar a vida a
Ti, pois é tudo que tenho para te dar, uma vida dedicada a Ti nas
pequenas coisas. Faça-me ser Sal e luz, para que a Tua luz, o Teu amor e
a chama do carisma que Tu nos destes brilhe no mundo. Amém.

Você também pode gostar