Brasil Tem 1,7 Milhão de Indígenas e Mais Da Metade Deles Vive Na Amazônia Legal - Agência de Notícias - 104436

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Censo 2022

Brasil tem 1,7 milhão de indígenas e mais da metade deles vive


na Amazônia Legal
Editoria: IBGE | Umberlândia Cabral e Irene Gomes | Arte: Brisa Gil
07/08/2023 10h00 | Atualizado em 27/10/2023 12h02

Destaques
Em 2022, o número de indígenas residentes no Brasil era de 1.693.535 pessoas, o que
representava 0,83% da população total do país. Em 2010, o IBGE contou 896.917 mil
indígenas, ou 0,47% do total de residentes no território nacional. Isso significa que esse
contingente teve uma ampliação de 88,82% desde o Censo Demográfico anterior. Esse
aumento expressivo pode ser explicado também por mudanças metodológicas.

A maior parte dos indígenas do país (51,25% ou 867,9 mil indígenas) vivia na Amazônia Legal,
região formada pelos estados do Norte, Mato Grosso e parte do Maranhão.

O Norte concentrava 44,48% da população indígena do país em 2022 (totalizando 753.357


pessoas). Outros 31,22% estavam no Nordeste (o equivalente a 528.800 pessoas).
Os dois estados com maior número de pessoas indígenas, Amazonas (490,9 mil) e Bahia
(229,1 mil), concentravam 42,51% do total dessa população no país.
Em 2022, Manaus era o município brasileiro com maior número de pessoas indígenas, com
71,7 mil. A capital amazonense foi seguida de São Gabriel da Cachoeira/AM, que tinha 48,3 mil
habitantes indígenas, e Tabatinga/AM, com 34,5 mil.
A Terra Indígena Yanomami (AM/RR) era a que tinha o maior número de pessoas indígenas
(27.152), seguida pela Raposa Serra do Sol (RR), com 26.176 habitantes indígenas, e pela Évare
I (AM), com 20.177.

Dos 72,4 milhões domicílios particulares permanentes ocupados do Brasil, 630.041 tinham
pelo menos um morador indígena, correspondendo a 0,87% desse universo total.

Do total de 630.041 domicílios com pelo menos um morador indígena, 137.256 estavam
localizados dentro de Terras Indígenas (21,79%) e 492.785 estavam localizados fora de Terras
Indígenas (78,21%).

A média de moradores nos domicílios onde havia pelo menos uma pessoa indígena era de
3,64. Dentro das Terras Indígenas, era de 4,6 pessoas e fora das Terras Indígenas, de 3,37
pessoas. Em todos os casos, foi mais alta do que no total de domicílios do país (2,79).

O percentual de moradores indígenas em domicílios particulares permanentes ocupados com


pelo menos um morador indígena era de 73,43% para o total Brasil, sendo de 98,41% para os
domicílios localizados dentro das Terras Indígenas e de 63,94% fora delas.
A população indígena recenseada no país aumentou 88,82% em 12 anos; avanços na metodologia influenciaram crescimento
- Foto: Acervo IBGE
A população indígena do país chegou a 1.693.535 pessoas em 2022, o que representa 0,83% do total de habitantes.
Um pouco mais da metade (51,2%) estava concentrada na Amazônia Legal. Em 2010, quando foi realizado o Censo
anterior, foram contados 896.917 indígenas no país. Isso equivale a um aumento de 88,82% em 12 anos, período
em que esse contingente quase dobrou. O crescimento do total da população nesse mesmo período foi de 6,5%.

De acordo com a responsável pelo projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, Marta Antunes, o
aumento do número de indígenas no período intercensitário é explicado majoritariamente pelas mudanças
metodológicas feitas para melhorar a captação dessa população. “Só com os dados por sexo, idade e etnia e os
quesitos de mortalidade, fecundidade e migração será possível compreender melhor a dimensão demográfica do
aumento do total de pessoas indígenas entre 2010 e 2022, nos diferentes recortes. Além disso, existe o fato de
termos ampliado a pergunta ‘você se considera indígena?’ para fora das terras indígenas. Em 2010, vimos que
15,3% da população que respondeu dentro das Terras Indígenas que era indígena vieram por esse quesito de
declaração”, explica.

No Censo Demográfico anterior, o quesito de cor ou raça foi aplicado a todas as pessoas recenseadas no país.
Quando elas eram residentes das Terras Indígenas oficialmente delimitadas e se declaravam como brancas, pretas,
pardas ou amarelas, ou seja, não respondiam que eram indígenas nesse quesito, havia a abertura da pergunta
“você se considera indígena?”. Em 2022, houve a extensão dessa pergunta de cobertura para outras localidades
indígenas, que incluem, além desses territórios oficialmente delimitados pela Funai, os agrupamentos indígenas
identificados pelo IBGE e as outras localidades indígenas, que são ocupações domiciliares dispersas em áreas
urbanas ou rurais com presença comprovada ou potencial de pessoas indígenas. No Censo 2022, cerca de 27,6%
da população indígena do país assim se declararam por meio dessa pergunta de cobertura.

Outro ponto destaque foi a cartografia participativa. “Ela nos garante uma ampla cobertura, ou seja, sabemos
melhor sobre a distribuição indígena no território nacional. Ao colaborarem com a cartografia, os povos indígenas,
em suas organizações nas cidades e na área rural, se sensibilizaram para o Censo. O Amazonas, por exemplo, fez
grandes mobilizações também na área urbana. Então quando o Censo chega para as pessoas que se mobilizaram
para
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coleta, em que houve maior participação dos indígenas desde o início da operação censitária e o monitoramento
da coleta, que passou a ser compartilhado com a Funai. Além disso, houve aumento no número de Terras
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Indígenas, passando de 505 para 573 entre 2010 e 2022.
Norte e Nordeste respondem por 75,71% dos indígenas do país

Grande parte dos indígenas do país (44,48%) está concentrada no Norte. São 753.357 indígenas vivendo na região.
Em seguida, com o segundo maior número, está o Nordeste, com 528,8 mil, concentrando 31,22% do total do país.
Juntas, as duas regiões respondem por 75,71% desse total. As demais têm a seguinte distribuição: Centro-Oeste
(11,80% ou 199.912 pessoas indígenas), Sudeste (7,28% ou 123.369) e Sul (5,20% ou 88.097).

Frente a 2010, as maiores variações absolutas no número de indígenas ocorreram no Norte, que teve acréscimo de
410,5 mil, e no Nordeste, onde o aumento foi de 296,1 mil indígenas. No Sul, que teve a menor variação entre as
regiões, foram 9,3 mil pessoas indígenas a mais.

Somados, Amazonas e Bahia concentram 42,51% da população indígenas do país. Eles são os estados com maior
quantitativo dessa população: 490,9 mil e 229,1 mil, respectivamente. Em seguida, vêm Mato Grosso do Sul (116,3
mil), Pernambuco (106,6 mil) e Roraima (97,3 mil). A maioria da população indígena do país (61,43%) vive nesses
cinco estados.

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Por outro lado, Sergipe (4,7 mil pessoas indígenas), Distrito Federal (5,8 mil) e o Piauí (7,2 mil) são os estados com o
menor número de residentes indígenas. Na comparação com 2010, em cinco estados o número de indígenas mais
do que dobrou: Rio Grande do Norte, que passou de 2.597, em 2010, para 11.725, em 2022, Bahia, que passou de
60.120 para 229.103, Ceará (de 20.697 para 56.353), Amazonas (de 183.514 para 490.854), Piauí (de 2.944 para
7.198) e Goiás (de 8.583 para 19.522).

Apesar de ser apenas o quinto estado com maior número de residentes indígenas, Roraima é o que tem maior
proporção dessa população entre o seu total de habitantes: 15,29%. O estado é seguido por Amazonas (12,45%),
Mato Grosso do Sul (4,22%), Acre (3,82%) e Bahia (1,62%).

Indígenas estão presentes em 86,7% dos municípios brasileiros

Dos 5.568 municípios brasileiros, acrescidos do Distrito Federal e de Fernando de Noronha, 4.832 tinham, em 2022,
pelo menos um residente indígena, o que representa 86,7% do total. Dentre eles, 79 municípios tinham mais de
cinco mil habitantes declarados indígenas, um aumento na comparação com 2010, quando eram 42 municípios
com, no mínimo, esse quantitativo. Outros 199 municípios tinham de mais de mil a cinco mil residentes indígenas.

Os três municípios brasileiros com o maior número de indígenas são do Amazonas: a capital, Manaus, com o total
de 71.713 mil pessoas, São Gabriel da Cachoeira, com 48,3 mil, e Tabatinga, com 34,5 mil. O segundo município
também aparece entre aqueles que tinham o maior percentual de indígenas no total da população, com 93,17%.
Nesse indicador, São Gabriel da Cachoeira fica atrás apenas de Uiramutã (96,60%), em Roraima, e Santa Isabel do
Rio Negro (96,17%), também no Amazonas.

Maioria dos indígenas vive fora das Terras indígenas

Em 2022, havia 689.202 habitantes em Terras Indígenas e 90,26% deles (ou 622,1 mil) eram indígenas. O Norte
concentrava quase metade (49,12% ou 338,5 mil) do total de habitantes, sendo 93,49% deles indígenas. Já as
regiões que tinham, dentro das terras indígenas, o maior percentual de habitantes indígenas eram o Centro-Oeste
(97,74%) e o Sudeste (95,01%).

O gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas, Fernando Damasco, afirma que a investigação do Censo
dentro e fora das Terras Indígenas foi um desafio, já que era a primeira vez que a pergunta de cobertura (“você se
considera indígena?”) era aplicada fora dos territórios delimitados. “Para que isso fosse possível, tivemos que
mapear essas localidades. Toda a estrutura do IBGE foi mobilizada para fazer o mapeamento que representasse a
diversidade territorial indígena. Os povos indígenas estão presentes nas cidades, em áreas urbanas, em áreas
rurais, em áreas remotas, em favelas e todos precisam ser recenseados”, conta o pesquisador.

Ele também reforça a importância da análise da população indígena dentro e fora dos territórios delimitados. “Esse
é um recorte importante não só para os órgãos indigenistas planejarem e executarem as políticas públicas
direcionadas às terras indígenas, mas também porque revela uma demografia específica da população residente
nessas áreas. Por isso ela precisa ser investigada e analisada em separado”.

Quando considerada a totalidade de indígenas vivendo no país, 622,1 mil (36,73%) residiam em Terras Indígenas e
1,1 milhão (63,27%) fora delas. Três estados respondiam por quase metade (46,46%) das pessoas indígenas
vivendo nas terras indígenas: Amazonas (149 mil), Roraima (71,4 mil), e Mato Grosso do Sul (68,5 mil).

O Sudeste era a região com a maior proporção de indígenas que viviam fora desses territórios delimitados (82,56%
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Bahia concentravam 46,46% do total de indígenas nessa situação geográfica no país.
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A terra indígena com maior número de habitantes indígenas é a Yanomami (AM/RR): 27.152, ou 4,36% do total de
indígenas em terras indígenas. Raposa Serra do Sol (RR) vem a seguir, com 26.176 indígenas e a Terra Indígena
Évare I (AM), com 20.177, aparece em terceiro lugar no ranking.

Na Terra Indígena Yanomami, que também é a maior do país em área, com 9,5 milhões de hectares, a operação
censitária foi realizada pelos meios de transporte terrestre, fluvial e aéreo. Na última etapa, houve um acordo
de cooperação técnica que envolveu o Ministério dos Povos Indígenas, o Ministério do Planejamento e Orçamento,
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“Começamos a coleta do Censo Yanomami em agosto de 2022, com campanhas fluviais, com recenseadores
subindo os rios nas partes mais baixas da terra indígena e depois também por longos deslocamentos terrestres.
Por volta de outubro, iniciamos a coleta através de aviões, com o apoio da Funai, que mobilizou aeronaves e
viabilizou o acesso a algumas comunidades com pistas de pouso. Cerca de 60% das comunidades indígenas eram
muito remotas, acessíveis apenas por helicóptero”, destaca Fernando.

Maior parte dos indígenas vive na Amazônia Legal

A publicação traz ainda o recorte da Amazônia Legal, região formada pelos estados do Norte, Mato Grosso e parte
do Maranhão. No território habita a maior parte dos indígenas do país (51,25% ou 867,9 mil indígenas). Esse
contingente corresponde a 3,26% do total de habitantes da região.

“Esse é um recorte importante para entender a participação da população indígena na Amazônia e a importância
para a conservação do ambiente amazônico. É importante destacar que esses dados acabam revelando que há
uma grande participação indígena na Amazônia Legal, mas lembram também que há aproximadamente metade
dessa população residindo fora dela”, observa Fernando.

Na Amazônia Legal foram contados 403,3 mil indígenas vivendo nos territórios oficialmente delimitados, o
equivalente a 64,83% dos indígenas vivendo nessas terras. Na Amazônia Legal, a proporção de indígenas que vivem
nesses territórios (46,47%) supera a média do país (36,73%).

Cerca de 630 mil domicílios no país têm pelo um morador que se declarou indígena

Dos 72,4 milhões domicílios particulares permanentes ocupados do Brasil, 630.041 (0,87%) têm pelo menos um
morador indígena. Destes domicílios com pelo menos um morador indígena, 137.256 estão dentro de Terras
Indígenas (21,79%) e 492.785 estão fora de Terras Indígenas (78,21%).

Marta esclarece que, para fins de domicílios particulares permanentes ocupados nas situações em que a
população indígena habita em malocas, são considerados os grupos familiares. “Maloca é um domicílio indígena
com mais de uma família morando de forma conjunta no mesmo espaço, com uma organização própria. Para fins
estatístico, no Censo, nas malocas, cada grupo familiar foi classificado como um domicílio particular permanente
ocupado”, explica.

A região Centro-Oeste se destaca com maior percentual de domicílios com pelo menos um morador indígena
dentro de Terras Indígenas (36,33%), seguida das regiões Norte (28,50%), Sul (27,38%), Nordeste (15%) e Sudeste
(7,70%).

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Por unidades da federação, Roraima tem maior percentual de domicílios com pelo menos um morador indígena
localizado dentro de Terras Indígenas (58,84%), seguida do Mato Grosso (57,91%), Maranhão (52,59%) e Tocantins
(51,13%). Os estados com maior percentual de domicílios com pelo menos um morador indígena fora de Terras
Indígenas são Goiás (99,20%), Rio de Janeiro (99,16%), e Piauí (99,08%).

Média de moradores é maior nos domicílios em Terras Indígenas

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das Terras Indígenas, essa média foi de 4,6 pessoas e fora das Terras Indígenas, de 3,37 pessoas. Em todos os
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casos, foi mais alta do que para o total de domicílios do país (2,79).

Nas comparações com 2010, houve queda tanto para o total de domicílios com pelo menos um morador indígena
(4,33) quanto para os localizados em Terras Indígenas (5,2).
Já o percentual de moradores indígenas em domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um
morador indígena foi de 73,43% para o total Brasil, sendo de 98,41% para os domicílios localizados dentro das
Terras Indígenas e de 63,94% fora delas.

“Esse era o esperado: dentro de Terras Indígenas, a maioria dos moradores dos domicílios são indígenas, já fora
das terras, há uma presença maior de não-indígenas coabitando com indígenas nos mesmos domicílios”, ressalta
Marta.

O Centro-Oeste se destaca com o maior percentual de moradores indígenas em domicílios ocupados com pelo
menos uma pessoa indígena dentro de Terras Indígenas (99,37%), seguido da região Sul (99,12%), Norte (99,00%),
Sudeste (97,80%) e Nordeste (96,08%).

Nos domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um morador indígena localizados fora de
Terras Indígenas, destaca-se o Sudeste (48,66%) com o menor percentual de moradores indígenas, seguido por Sul
(54,41%), Centro-Oeste (57,51%), Nordeste (64,87%) e Norte (71,14%).

Mais sobre a pesquisa

Os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para a população Indígena apresentam os totais de pessoas
indígenas residentes no país e de domicílios particulares permanentes ocupados com pelo menos um
morador indígena. Os dados estão detalhados por Unidades da Federação, Municípios, Amazônia Legal e Terras
Indígenas. Acesse os principais resultados, gráficos e mapas no hotsite Panorama do Censo 2022, na Plataforma
Geográfica Interativa e no Sidra.

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