Grupo 3 - A11

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Regionalidade e Pertencimento:

A importância da preservação da
arquitetura local

Componente: ETHAU III


Docente: Profª. Drª. Patricia Pereira Martins
Discentes:Ana Clara Pinheiro (10409644), Bárbara Figueiredo (10403624), Giulia Fucciolo (10403726),
João Tonet (10403652) e Matheus Rossi (10371683)
O Interior da História
Marina Waisman

“...características do desenvolvimento geopolítico de uma região: a existência de um tecido


urbano sólido produzido em certo período histórico, sua posterior deteorização e o
aparecimento de uma forte produção em outra área mostram, de forma cabal, as
transferências de poder no território.”

“O centro (...), converte-se em zona marginal à vida ativa da cidade e aparecem novas
áreas que tornam ainda mais complexo o significado da cidade...”

“Tal continuidade necessita do respeito à cidade e à arquitetura existentes, e esta é uma


característica bem geral da mentalidade do latino-americano (...), o desprezo pelo passado
e os entusiamos pela modernidade, por tudo que ela represente.”

“..., recorrer à história exige, portanto, que não se busque transpor diretamente formas
tipológicas sem um rigoroso exame de seus significados e, fundamentalmente, que o
sistema cultural de base fique comprometido com o novo enfoque.”
É possível perceber nas cidades latino-americanas, centros históricos com a
presença de edifícios que não correspondem a uma representação regional
de arquitetura ligada à cultura local. Isso se deu pela internacionalização de
um parâmetro universal de arquitetura, vindo principalmente da Europa,
proporcionando para estas cidades uma importação de um modelo que não
causa na população um reconhecimento de que aquilo pertence a suas
origens. O que nos leva a hoje em dia a possuir centros históricos degradados
e pouco habitados pelos cidadãos, que concentraram suas novas atividades
ao redor dos centros econômicos construídos e legitimados pelas elites, e
consequentemente pelos órgãos governamentais.
(Relação Faria Lima/Paulista - Região da Sé/República)
Complexo de vira-lata
Nelson Rodrigues, 1950

Para Nelson Rodigues, o Brasil não atinge seu ápice do potencial pois
possui uma crença inconsciente de que é uma ““etnia” Inferior a dos demais
especialmente em face dos europeus.
Praça das Artes
Brasil Arquitetura e Marcos Cartum, 2012

A Praça das Artes é um espaço cultural criado


para receber música, dança, teatro, exposições e
manifestações contemporâneas das expressões
artísticas. Faz da revitalização cultural do centro
histórico de São Paulo e realiza uma reconexão com a
cidade. Sua concepção teve como premissa desenhar
uma área que abraçasse o antigo prédio tombado do
Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e que
constituísse um edifício moderno e uma praça aberta
ao público que circula na área.
Morro da Favela
Tarsila do Amaral, 1924
Tarsila do Amaral foi umas das maiores artistas plásticas do
Brasil, e ao olhar para um de seus quadros é muito fácil saber
que a pertencem, isso se dá principalmente pelos temas
abordados e pelo uso das cores vibrantes, pouco vistas em
obras de outros artistas da época, que de acordo com a
própria pintora, utilizava esses tons pois eram o que para ela
simbolizam a nossa cultura. Em Morro de Favela se percebe o
uso de uma tipologia de casas muito comum em praticamente
todas as cidades brasileiras, onde estão acumuladas em um
determinado local, se sobrepondo umas as outras mas sem
deixar de ter suas características próprias, isso bem próximo de
um possível córrego, com a presença de animais convivendo em
sintonia com os moradores dali. Por tanto, as obras de Tarsila
remetem a um regionalismo muito grande, causando uma forte
identificação das pessoas, que ao olharem suas pinturas
conseguem caracterizar de onde parte aquela referência e o
que ela simboliza. Tornando essa artista e suas obras, um
verdadeiro patrimônio brasileiro, que precisa ser valorizado.
Tarsila, A Brasileira
Musical brasileiro, 2024

A peça que retrata toda história da Tarsila Traz a narrativa de


valorização na arte brasileira, além de diversas sátiras que acontecem
durante toda a peça como por exemplo piadas sobre o uso das roupas
europeias em solo brasileiro, no final da peça tem uma música e uma cena
toda dedicada a falar nomes da literatura e arte brasileira que muitas vezes
são de deixado de lado.

“Cultura e futuro é mais que siglas no leilão , BRASIL! “


Casa Severiano Mário
Porto
Severiao Mário Porto, 1971

Projeto de Severiano Porto, foi construído em 1971 em


Manaus. Essa casa recebeu o Prêmio Marcello Roberto pelo IAB-
GB em 1971 e ampliou o debate sobre diversidade da arquitetura
moderna brasileira, pois incorporava elementos característicos
da arquitetura brasileira, como: os elementos vazados e as peças
em madeira, além de sua integração com a natureza. No entanto
a casa foi vendida pelo arquiteto para a Construtora Cristal
Engenharia e demolida em 2003, as peças da casa foram doadas
para o IAB-AM, mas foram perdidas. Atualmente alguns
arquitetos iniciaram um grupo para viabilizar a reconstrução.
Como nossos pais
Elis Regina, 1976

“É você que ama o passado


E que não vê
Que o novo sempre vem”

O recorte da música de Elis Regina aqui pode ser


reinterpretado como uma alusão às mudanças geracionais e das
dinâmicas sociais. É natural que os centros econômicos e
administrativos se movam de acordo com os polos de influência,
a resultante problemática desse processo na cidade de São
Paulo foi a falta de investimento e políticas públicas que
mantivessem o centro histórico ativo. A falta de atenção pras
necessidades de um local tão culturalmente rico levou a sua
degradação.
Querelas do Brasil
Elis Regina, 1978

“O Brazil não merece o Brasil


O Brazil tá matando o Brasil”

“Jereba, saci, caandrades, cunhãs, ariranha, aranha


Sertões, Guimarães, bachianas, águas”
Centro Histórico
de Salvador, BA
Nota-se pela comparação do usuário uma similaridade
entre o Centro de Lisboa e o Centro de Salvador, e uma
contraresposta ironizando esse post. Isso porque na
postagem original a pessoa em questão não entende que
os centros históricos das nossas cidades não
representam a nossa cultura local, mas sim uma
importação fiel a cultura do país imperialista que impôs
essa tipologia. Assim as referências de cultura que
muitas pessoas têm são na verdade importações de
culturas terceiras. O que ocasiona uma falta de
pertencimento sobre esses lugares que em algumas
outras cidades brasileiras acabam sendo abandonados
em detrimento dos novos centros econômicos que
surgiram.
Vale do Anhangabaú
Mario Biselli, 2021

A privatização do Vale do Anhangabaú resultou em uma


reforma e reestruturação do espaço para que este pudesse
comportar eventos artísticos e culturais. O projeto acabou
diminuindo de forma drástica a permanência das pessoas no
local e a sua apropriação, visto que hoje ele não apresenta
áreas sombreadas e a temperatura no local é muito elevada
durante os dias ensolarados. Um elemento urbano retirado
de seu contexto urbano.
Série Mangue
Rosana Paulino, 2023

Na sequencia de tres obras, Paulino faz do corpo um lugar de


memória; um corpo que opera pensamento e abriga questões a
serem revisitadas. Falando por e para esse corpo, ela tece,
desestabiliza e subverte as certezas da colonialidade que nos
atravessa. O mangue representa a junção de todas as culturas e
histórias em um mesmo lugar, em um só corpo, que tem raízes
muito mais profundas e que muitas vezes não são vistas porém
estão ali e fazem daquilo o que é.
Galeria Claudia Andujar
Brumadinho, 2015

A diversidade dos lugares para exposições é garantida pela


exploração da alternância entre momentos de reflexão e abertura,
voltados para o exterior e para o pátio interno, espaços amplos e
mais íntimos, bem como pela combinação de luz artificial e natural.
Batizada pelos índios Yanomamis, que estavam presentes na
inauguração, de Maxita Yano - que significa casa de barro na língua
Yanomami - a galeria oferece, em sua estrutura física, disposição
espacial e iluminação, uma interpretação ampla das possíveis
relações entre arquitetura e natureza. Utilizando da regionalização e
da matéria-prima já presente, é uma obra que faz uma conversa
com exterior e retrata a cultura local de uma maneira indireta com
uma sensação de pertencimento daquilo aonde está perto.
Intervenção
Urbana

A intervenção no Jardim Piratininga consiste em um percurso delimitado


com muretas de tijolos e um piso adesivado com um mapa sensível da
região. A sinuosidade criada pelo desencaixe das peças cerâmicas
remete ao percurso do rio, enquanto o uso dos tijolos fazem parte da
tipologia que compõe a paisagem do local. A ideia seria que a
sinuosidade e variação de altura transmitissem uma impressão de
transparência e opacidade que altera a nossa percepção do entorno,
um constante ocultar e explicitar a realidade.

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