Aula 4 - Reatores e Calculos Do Refino

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1.

Reatores

• Os reatores químicos industriais são vasos projetados para


Curso de Pós Graduação –
Engenharia de Refratários e Soluções realizar diversas reações químicas industriais.

• O principal objetivo é resultar na maximização de cada


reação que é realizada.
Reatores, Cálculos e
• Operações:
Petroquímica
• Misturas de substâncias

• Reações químicas com ou sem catalizadores.

Prof. Dr. Getulio F. Manoel


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A escolha do reator

Fonte: https://www.incase.com.br/reatores-quimicos-industriais
3 4

Modo de Reagentes adicionados ao longo da operação


operação
Produtos retirados continuamente
Contínuo-
CSTR Operação em regime estacionário (fora partida e término)

Aplicado à indústria de grande escala

Reagentes adicionados no início da operação

Modo de Reação termina quando atinge o grau de conversão


Operação
Descontínuo Operação em regime transiente
- BSTR
Aplicado à indústria de pequena escala

Operação entre os dois tipos anteriores

Variação da composição da massa reagente


Plug Flow reator -
PFR
Adição de um reagente ou inerte ou purga de produtos

Aplicado aos sistemas complexos


BSTR – Batch Stirred Tank Reactor ou
SBR – Stirred Batch Reactor 5 6

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BSTR – Batch Stirred Tank Reactor ou
SBR – Stirred Batch Reactor

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Função dos refratários nos reatores


Propriedades básicas
a) Dar condição operacional aos equipamentos
➢ Resistir a altas temperaturas (> 1100º C)
➢ Proteção interna e externa de operacionabilidade, dado
ao aquecimento dos equipamentos ➢ Estabilidade ao choque térmico

b) Proteção térmica ➢ Estabilidade química → não reativos dentro dos


➢ Isolamento térmico reatores
c) Prolongar a vida útil dos equipamentos ➢ Estabilidade dimensional e mecânica
➢ variações térmicas e desgastes produzidos pelas reações
➢ Baixa condutividade térmica
➢ sustentação térmica
➢ Baixa permeabilidade.
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2. Cálculos Fundamentais de propriedades de


Petróleos
Objetivos: Objetivo:
✓Definir comportamento das substâncias em processos
e equipamentos
Estimar propriedades físico-químicas de petróleos
✓Propriedades obtidas por dados experimentais ou por
e suas frações necessárias à caracterização e uso métodos de cálculo
✓Comportamento Físico-Químico
dos mesmos em avaliação da qualidade de
derivados e estudos que envolvam a previsão
dessas propriedades para a produção de novos
produtos em refinarias, ou a partir de novos
petróleos
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3. Caracterização das substâncias Propriedades
•SUBSTÂNCIAS PURAS: É caracterizada pelas propriedades físico-
químicas e termodinâmicas que definem o seu comportamento
Propriedades ligadas à composição, fáceis de serem
em diferentes condições de temperatura e pressão determinadas experimentalmente, com ótima precisão
e usualmente disponíveis:
•MISTURAS DE COMPOSIÇÃO DEFINIDA: São caracterizadas pela
sua composição em conjunto com o uso de regras de misturas, ➢ Densidade
que permitem calcular as propriedades da mistura através da
contribuição ponderada de cada componente da mistura ➢ Temperatura de Ebulição
•MISTURAS DE COMPOSIÇÃO INDEFINIDA: podem ser
caracterizadas por: ➢ Viscosidade
• representação de toda a mistura por um conjunto de
propriedades, calculadas a partir de equações que utilizam ➢ Índice de Refração
propriedades básicas da mistura
➢ Relação Hidrogênio - carbono
• decomposição da mistura em um conjunto de frações
estreitas denominadas pseudo-componentes, que são
definidos por suas propriedades físicas e termodinâmicas
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Propriedades a) Densidade
Propriedades termodinâmicas não-disponíveis
experimentalmente, calculadas a partir das propriedades básicas
e que são usadas nos modelos de equação de estado para
cálculos de equilíbrio de fases:

➢ Temperatura e Pressão críticas e pseudo-críticas


➢ Coordenadas críticas → resultados preditivos não satisfatórios
➢ Coordenadas pseudo-críticas → bons resultados preditivos → linear em base
molar
➢ ajustes nas equações de predição de propriedades termodinâmicas
➢ Fator Acêntrico
➢ Grandeza não mensurável experimentalmente.
➢ Correção da compressibilidade e correção de esfericidade das moléculas
➢ Entalpia
➢ é a energia térmica envolvida em uma reação ou processo químico
➢ Determinar se o processo é endotérmico ou exotérmico
16 Fonte: Farah e Lage, 2012 17

Densidade Densidade
• Propriedade usada para:
✓ Escoamento
✓ Trocas térmicas
✓ Equilíbrio Líquido-Vapor
• É função da temperatura
• Aditiva em base volumétrica, desde que a mistura
seja ideal e sem reação química
• Usualmente disponível para qualquer fração de
petróleo

18 Fonte: Farah e Lage, 2012 19

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Massa
Específica

Exemplo:
Estime a
densidade a
160 °F e 1 atm,
de uma mistura
de petróleos
com PEM e de
538 °F e API =
30,6.
Fonte: Farah e Lage, 2012 20 21

Uma gasolina com API


= 59,7 e KAPI= 11,6 é b) Temperatura de Ebulição
bombeada a 100º F para
• Propriedade necessária para:
um tanque até enchê-lo
➢ Escoamento
completamente. Se ao
➢ Trocas térmicas
final de algum tempo
sua temperatura baixar ➢ Equilíbrio Líquido-Vapor
para 60º F, qual será a • Variável com a pressão
porcentagem do volume • Não-aditiva
do tanque que estará • Usualmente disponível para frações até o gasóleo
com produto? • Diversos procedimentos de determinação:
➢ Destilação Diferencial sem refluxo(ASTM D86,
m1=m2
D1160)
m1=ρ1V1 ; m2= ρ2V2
V 2= ρ 1V 1/ ρ 2 ➢ Destilação Diferencial com refluxo - PEV(D2892,
V2 =100 (0,72/0,74)= 97,3% D3207)
Fonte: Farah e Lage, 2012 22 ➢ Destilação Integral (Destilação Simulada) 23

CONVERSÃO PEV x ASTM D86 ATMOSFÉRICA EDMISTER

D86

PEV Fonte: Farah e Lage, 2012 24 Fonte: Farah e Lage, 2012 25

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c) Lei de Newton da viscosidade:
Postulada em 1687
A constante de proporcionalidade da lei de Newton
da viscosidade é a viscosidade dinâmica, ou
simplesmente viscosidade - 

𝜏
𝜏 = 𝜇γ ⇒ 𝜇=
𝛾
Fisicamente a viscosidade é a propriedade dos fluidos
correspondente ao transporte microscópico de quantidade
de movimento por difusão molecular
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Comportamento do Fluido

Região Newtoniana Estimativa por


Região Não-Newtoniana
 Independente de  Watson: Função
. do fator KAPI e
 = f ( ) oAPI

 Exemplo: Determinar a
 
viscosidade a 50º C de
uma fração de petróleo
 de oAPI = 25,5 e KAPI=
 11,95
Fonte: Thermo Haake
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Relembrando – equação de Walter / ASTM

log log z = A − B logT


z =  + 0,7 + C − D + E − F + G − H

C = exp (−1,14883 – 2,65868)


C=0 para  > 2,0 mm2/s
D = exp (−0,0038138 – 12,5645)
D=0 para  > 1,65 mm2/s
E = exp (5,46491 – 37,6289)
E=0 para  > 0,90 mm2/s
F = exp (13,0458 – 74,6851)
G = exp (37,4619 – 192,643) F=0eG=0 para  > 0,30 mm2/s

H = exp (80,4945 – 400,468) H=0 para  > 0,24 mm2/s

Onde: η = viscosidade mm2/s; T = temperatura absoluta K


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Valores de A e B Significado de A e B
Parâmetro “A” → variação que a viscosidade tem com o número de átomos
de carbono na molécula –> tamanho da molécula representando forças de
log log Z 2 logT1 − log log Z1 logT2
A= repulsão.
logT1 − logT2
Parâmetro “B” → variação da viscosidade com a temperatura, e depende

log log Z 2 − log log Z1 do tipo da molécula, representando as forças de atração: Quanto menor o
B=
logT1 − logT2 valor, menor a variação da viscosidade com a temperatura.

A− B logT
A relação A/B, representa o logaritmo da temperatura na qual valor da
z = 1010
variável “z” é igual a 10 mm2/s, indicando que quanto maior for a variação
10 A−B logT da viscosidade com a temperatura, maior será a temperatura em que o valor
 = 10 − 0,7 − C + D − E + F − G + H
“z” será igual a 10 mm2/s” (Farah, 2012).
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Índice de Farah → classificação de tipos de petróleo Estimativa de propriedades pelos parâmetros A e B

✓Relação Hidrogênio/ Carbono para frações pesadas


(Tissot e Welthe - 1978, appud Farah, 2012)  o API 
 A
ln(C / H ) = 1,564 + 0,216  − 0,012( oAPI ) + 0,006 
B  A/ B 
✓ Massa molar
o
API ( A / B) lm( M ) = 6,8117 + 1,3372A − 3,6283B
Valores Tipo ✓Massa molar
Maior que 14 Parafínico
lm(M ) = 4,0397 + 0,1362A − 0,3406B − 0,9988d15,6 / 15,6 + 0,0039PEMe
Entre 12 e 14 Parafínico – Naftênico
✓Aromático em gasóleo
Entre 10 e 12 Naftênico
Entre 8 e 10 Aromático - intermediário HCarom = −337,966 − 43,76A + 102,228B + 445,287d15,6 /15,6
Entre 6 e 8 Aromático - Naftênico
✓Parafinas em gasóleo
o
Menor que 6 Aromático - Asfáltico A API
HC par = −639,944 + 232,872 + 57,231 − 19,844o API
B ( A / B)
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Estimativa da Viscosidade pelo Método Analítico


Estimativa de propriedades pelos parâmetros A e B de Abbott, a partir do gráfico de Watson
✓Poliaromaticos em gasóleo
d15,6 /15,6
HC poliarom = −188,047 − 61,501A + 157,582B − 896,873 + 579,632d15,6 /15,6 − 0,04PA
( A / B)

✓Carbono sulfurado em frações pesadas


d15,6 /15,6
Csulf = −42,137 − 22,26 A + 54,679B + 157,34d15,6 /15,6 − 254,656 + 5,195(%S )
( A / B)
✓Compostos sulfurados em gasóleo
A
%Csat = 197,948 + 21,771 − 186,023d15, 6 / 15, 6
B
✓Ponto de anilina em frações médias
10( A / B )
PAC = −171,7156 + 0,7392*10( A / B ) + 1,7744o API − 3,379 o
API
✓Ponto fuligem em QAV
o
A API
Ln ( PF ) = −1,9119 + 1,2314 + 0,1105o API − 0,1469
B ( A / B)
36 Fonte: Farah e Lage, 2012 37

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d) Índice de refração - IR

Índice de refração é uma grandeza física adimensional que mede a redução da velocidade da luz
quando é transmitida através de algum meio óptico transparente
Fonte: www.masterpump.com.br 38 39

e) Relação Carbono – Hidrogênio –


Estimativa calculada do IR por Riazi/Huang Método GUTHRIE

40 41

Método dos Parâmetros A e B da Equação de


Walther-ASTM

Método de
Winn
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Método
de Winn
f) Massa Molar

Fonte: Farah e Lage, 2012 44 • PEMe (K) Fonte: Farah e Lage, 2012 45

Método Riazi-Frações Pesadas Parâmetros A e B da equação de Walther

46 47

Composição Química do Petróleo e Frações


Características de Petróleos

2. Ensaios de caracterização

Fonte: Farah, 2012


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a) Índice de Correlação do Bureau Of Mines
(BMCI) → Aromaticidade b) CCAI - Calculated Carbon Aromaticity Index

O CCAI é o parâmetro usado internacionalmente para


avaliação da qualidade de ignição do bunker segundo
especificação internacional (ISO 8217) e também uma medida
da aromaticidade do combustível.

CCAI = ρ −81−141*log(log(ν + 0,85))


r: densidade 15,6/15,6º C; n = viscosidade

Fonte: Farah, 2012 50 51

c) Ponto de Anilina → composição


Ponto de Anilina → miscibilidade de óleo e anilina

Definição: temperatura mais baixa onde volumes


da amostra e de anilina são completamente
solúveis (ASTM D611).

✓ Determina a solvência dos hidrocarbonetos.

✓ Indica o grau de aromaticidade da amostra.


Quanto maior, menor o teor de aromáticos.

✓ Os hidrocarbonetos aromáticos são os de mais


fácil solubilidade, o que se dá em menor
temperatura do que para os parafínicos.
52 Fonte: Farah e Lage, 2012 53

d) Ponto de Fuligem
Ponto de fuligem
Definição: a maior altura da chama, medida
em mm, que pode ser obtida sem que ocorra a
produção de fuligem.

➢ Aplicável a combustíveis de turbinas


aeronáuticas e iluminantes, indicando a sua
qualidade de combustão.

➢ Os hidrocarbonetos parafínicos são os que


apresentam maiores pontos de fuligem,
seguindo-se os naftênicos e aromáticos.

54 Fonte: Farah e Lage, 2012 55

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e) Ponto de congelamento
Ponto de congelamento - API
Definição: temperatura na qual os cristais de
hidrocarbonetos formados pelo resfriamento da
amostra desaparecem, quando a mesma é sujeita
a aquecimento, sob agitação constante.

✓ Aplicável a querosenes de aviação

✓ Os parafínicos são hidrocarbonetos que


apresentam maior facilidade de congelamento,
seguidos pelos naftênicos e aromáticos

56 Fonte: Farah e Lage, 2012 57

f) Ponto de névoa - API g) Ponto de fluidez

Definição: a menor temperatura em que a amostra ainda flui


por gravidade, quando sujeita a resfriamento.

Relação entre ponto de fluidez e ponto de névoa

Fonte: Farah e Lage, 2012 58 Fonte: Farah e Lage, 2012 59

h) Pressão de vapor PRESSÃO DE VAPOR REID DE NAFTAS -API

Pressão exercida sobre a superfície do líquido


pelas moléculas da fase vapor, que estão em
equilíbrio com as moléculas da fase líquida em
uma dada temperatura.
➢ A pressão de vapor representa a tendência à
vaporização de uma substância: quanto maior
a pressão de vapor, mais volátil a substância
➢ Utilizada em cálculos de equilíbrio líquido-
vapor, de escoamento, emissões evaporativas,
especificações
60 Fonte: Farah e Lage, 2012 61

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i) Ponto de Fulgor - API Dúvidas?

Vaso Fechado

Vaso Aberto

Vídeo: diferença entre Motor a diesel e Gasolina 6’


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Referencias Bibliográficas
BRASIL, Nilo Indio (org); ARAUJO, Maria Adelina Santos (org); SAOUZA,
Elisabeth Cristina Molina (org); Processamento de Petróleo e Gás; Ed LCT ISBN
978-85-216-2636-7 (livro eletrônico), Rio de Janeiro, 2014

FARAH, M. A.; LAGE, D. F. S; Cálculos Fundamentais na Engenharia de


Processamento, Universidade Petrobras, Salvador, 2012

FARAH, Osvaldo Elias; O Petróleo e seus derivados; Ed LCT, ISBN 978-85-216-


2151-5 (livro eletrônicos); Rio de Janeiro, 2012

WATT NETO, Artur; Petróleo, gás natural e biocombustíveis; Ed Saraiva, ISBN


9788502207035 (livro eletrônico); São Paulo, 2013

RIAZI, M. R., Characterization and Properties of Petroleum Fractions, ASTM


Stock Number: MNL50, 1. ed., USA, 2005

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