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MATEMÁTICA FINANCEIRA

Prof. Dr. Sandro S. Campos

2ª Lista de Exercícios – Capitalização Composta

Observação Importante: Quando necessário, considerar mês e ano comercial, ou seja, com 30 dias e 360 dias,
respectivamente.
Antes de resolver os Exercícios, leia atentamente o texto abaixo:

Revista Consultor Jurídico, 31 de outubro de 2004.


Extraído de: http://www.conjur.com.br/2004-out-31/cobranca_juros_brasil_dias_contados , em 05/03/2009.

Cobrança de juros no Brasil está com os dias contados


POR MARCELO FERNANDO SEGREDO
A polêmica da existência ou não de juros compostos na Tabela Price tem tirado o sono de muita gente. Peritos,
juízes, e economistas têm discutido esse tema há décadas.
Porém uma declaração publicada no site do Sindecon (Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo),
professores de matemática e autores de livros renomados, fortalecem ainda mais a tese de que são aplicados os juros
de forma composta na Tabela Price, contrariando portanto a Súmula 121 do Supremo Tribunal Federal:
Art.4º Sumula 121 do STF: “É vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada”. Esta
Sumula deve ser harmonizada com a de n.º 596, em nota ao art. 1º, e com a Sumula 93 do STJ (em nota ao art. 4º). A
capitalização de juros é vedada mesmo em favor das instituições financeiras, salvo quando os saldos líquidos em conta
corrente de ano a ano.
“DECLARAÇÃO EM DEFESA DE UMA CIÊNCIA MATEMÁTICA E FINANCEIRA
Nós, abaixo identificados, professores de matemática financeira, autores de livros e de outros trabalhos sobre essa
importante ciência, preocupados com posições equivocadas assumidas por pessoas e entidades, freqüentemente
divulgadas pela imprensa ou contidas em laudos periciais envolvendo cálculos financeiros, declaramos que a fórmula
utilizada para o cálculo das prestações nos casos de empréstimos ou financiamentos em parcelas iguais, de aplicação
generalizada no mundo, e que no Brasil é também conhecida por Tabela Price ou Sistema Francês de Amortização, é
construída com base na teoria de juros compostos (ou capitalização composta), sendo a sua demonstração encontrada
em todos os livros de matemática financeira adotados nas principais universidades brasileiras.
A capitalização composta é a base dos cálculos utilizados nas operações de empréstimos, financiamentos e seguros,
nas aplicações em cadernetas de poupança, títulos públicos e privados, FGTS, fundos de investimentos, fundos de
previdência, fundos de pensão, títulos de capitalização e em todos os estudos de viabilidade econômica e financeira
realizados no Brasil e nos demais países do mundo. Assim, com base nesse fato incontestável, é imprescindível que a
Justiça brasileira faça um reexame das interpretações das leis e decretos que levaram alguns tribunais do nosso país a
proibir esse critério de cálculo. E, permanecendo o impasse jurídico, é dever do legislativo votar uma lei que corrija
definitivamente esse equívoco histórico.
São Paulo, julho de 2004...”
Fonte: Sindicato dos Economistas do Estado de São Paulo. Link de acesso ao documento:
http://www.sindecon-esp.org.br/artigos/defesa020904.pdf
Vale comentar ainda mais uma pequena prova da atrocidade que alguns profissionais da matemagica cometem
ao dizer o contrário. Esse Trecho foi extraído da obra de RICHARD PRICE, criador da “Tabela Price”, onde o autor
explica que se utiliza dos juros compostos (prática de capitalização de juros):
“One penny put out at our Saviour’s birth to five per cent. Compound intereft, would, in the prefent year 1781, have
increafed to a greater fum than would be contaimed in TWO HUNDRED MILLIONS of earths, all folid gold. But, if put out
to fimple intereft, it would, in the fame time, have amounted to no more than SEVEN SHILLINGS AND SIX-PENCE. …”
Tradução:
“Um penny posto a juros compostos do dia do nascimento de nosso Salvador a cinco per cent, até 1781, produz um
crescimento equivalente a duzentos milhões de globos de ouro sólido, iguais ao do tamanho da terra. Mas se fosse posto
a juros simples, no mesmo período, produziria uma quantia igual ou não maior do que sete shilings e seis pence...”
(RICHARD PRICE, 1783, 4ª ed., pg. 228)
Observe que o próprio RICHARD PRICE explana seu sentimento com muito entusiasmo, ao explicar suas
tabelas a juros compostos e as conseqüências de seu sistema de parcelas, “verbis”.
Portanto, temos diante de nossos olhos um verdadeiro flagrante do crime que é cometido pelas instituições
financeiras contra todos os consumidores tomadores de empréstimo e financiamento pois praticamente todo nosso
sistema financeiro é baseado na Tabela Price.
Mas o principal agravante é que alguns juristas e peritos ainda ousam em afirmar que não existe capitalização de
juros (juros sobre juros) nesse sistema de cálculo. Desta forma estão sendo coniventes com um crime aplicado de forma
discara contra os consumidores desinformados.
Uma coisa deve ficar clara para esses profissionais que se julgam donos da verdade. Cabe ao judiciário cumprir
as leis (Súmula 121) julgando as provas apresentadas de forma idônea, pois casos contrário deverão acreditar que “A
justiça é cega”, e aos economistas, contadores e peritos elaborar as provas perícias respeitando os princípios da
matemática financeira sem manipulações tendenciosas. Cada macaco no seu galho.
As últimas sentenças mostram que o judiciário está reconhecendo a ilegalidade de Tabela Price, e desta vez
quem vai sair ganhando são os consumidores que tem diante de si uma prova irrefutável do crime que está sendo
praticado, e a lei que o defende de forma clara e explícita.
1) Calcular o montante de um capital de R$ 1.000,00, aplicado à taxa de 4% ao mês, durante 5 meses.

2) Calcular o montante de uma aplicação de R$ 15.000,00, pelo prazo de 6 meses, à taxa de 3% ao mês.

3) No final de dois anos, o Sr. Pedro deverá efetuar um pagamento de R$ 200.000,00 referente ao valor de um
empréstimo contraído hoje, mais os juros devidos, correspondentes a uma taxa de 4% ao mês. Pergunta-se: Qual o valor
emprestado?

4) A loja “Topa Tudo” financia a venda de uma mercadoria no valor de R$ 16.000,00, sem entrada, para pagamento em
uma única prestação de R$ 22.753,61 no final de 8 meses. Qual a taxa mensal cobrada pela loja?

5) Em que prazo um empréstimo de R$ 30.000,00 pode ser quitado em um único pagamento de R$ 51.310,18, sabendo-
se que a taxa contratada é de 5% ao mês?

6) Determinar o montante correspondente a uma aplicação de R$ 10.000,00, pelo prazo de 7 meses, a uma taxa de
3,387% ao mês.

7) A que taxa um capital de R$ 43.000,00 pode ser dobrado em 18 meses?

8) Um título de renda fixa deverá ser resgatado por R$ 10.000,00 no seu vencimento, que ocorrerá dentro de três meses.
Sabendo-se que o rendimento desse título é de 40% ao ano, determinar o seu valor presente.

9) Determinar o valor acumulado no final de 24 meses, com juros compostos de 1% ao mês, a partir de um investimento
inicial de R$ 2.000,00.
10) Determinar o valor do investimento inicial que deve ser realizado no regime de juros compostos, com uma taxa
efetiva de 1,25% ao mês, para produzir um valor acumulado de R$ 1.000,00 no final de dois anos.

11) Uma debênture tem um valor de resgate de R$ 10.000,00 e um prazo de dois anos e três meses a decorrer até seu
vencimento. Determinar o valor a ser aplicado nesse papel para que sua taxa de remuneração efetiva seja de 12% ao
ano. Realizar os cálculos no regime de juros compostos.

Pesquise sobre:

a) Debêntures.

b) Tabela Price.

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