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NR 18

Segurança e saúde no trabalho na


indústria da construção

Professor(a) Antonio Carlos


NR 18 Segurança e saúde no trabalho na indústria da
construção
Um dos primeiros instrumentos normativos em segurança e saúde na construção civil
como a Portaria n° 46 do Gabinete do Ministro do Trabalho e da Previdência Social,
de 19 de fevereiro de 1962.

Em 1978 foi editada a norma regulamentadora NR-18 pela Portaria MTb nº 3.214, de
8 de junho de 1978, sob o título “Obras de Construção, Demolição e Reparos”, de
forma a regulamentar o inciso I do artigo 200 da CLT200 da CLT, conforme redação
dada pela Lei n.º 6.514, de 22 de dezembro de 1977.

Conforme critérios da Portaria SIT nº 787, de 27 de novembro de 2018, a Norma


Regulamentadora NR-18 é definida como Norma Setorial, ou seja, é uma norma que
regulamenta a execução do trabalho em setores ou atividades econômicos
específicos.

Desde a sua publicação, o texto da NR-18 sofreu vinte e quatro alterações pontuais e
duas grandes reformulações, estas em 1995 e em 2020.
Com o avanço da tecnologia e das relações de trabalho e em virtude de dados
estatísticos alarmantes de acidentes de trabalho e adoecimento no setor da
construção, a então Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) iniciou,
em 10 de junho de 1994, um processo amplo de revisão da norma com a criação de
um Grupo Técnico de Trabalho, formado por representantes da Fundacentro e da
extinta Secretária de Segurança e Saúde do Trabalho do Ministério do Trabalho, com
a missão de promover a reformulação da NR-18.

Essa versão da norma trouxe como incremento várias novidades como a


obrigatoriedade: da constituição e manutenção de Comitê Permanente sobre
Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção - CPN, exigindo
que as bancadas do governo, empregados e empregadores discutissem melhorias
efetivas nos canteiros de obras; da revisão sistemática do texto base; e, em especial,
da maior divulgação e disseminação do texto. Uma das ferramentas utilizadas foi a
criação dos Comitês Permanentes Regionais (CPR), que tiveram como missão
precípua a disseminação da norma nos canteiros de obras e frentes de trabalho.
Dentre as melhorias que esse novo texto proporcionou, destaca-se o Programa de
Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT), que preconizava a necessidade
de se introduzir novas ferramentas de controle e gestão nos canteiros de obras e que
teve como aliadas as Normas Regulamentadoras nº 7 (NR-7) e nº 9 (NR-9),
especificamente nos controles de riscos ambientais nos canteiros de obras e frentes
de trabalho.

Além do PCMAT, a nova norma previu a elaboração dos Regulamentos Técnicos de


Procedimentos, que visavam dar respaldo técnico e apoio na disseminação da NR-18
para todos os atores sociais envolvidos, cabendo sua elaboração à Fundacentro.

Para esta norma, foi constituída a Comissão Nacional Tripartite Temática da NR-18,
chamado Comitê Permanente Nacional sobre Condições e Meio Ambiente do
Trabalho na Indústria da Construção (CPN), por meio da Portaria SSST nº 8, de 21
de setembro de 1995, com vistas a promover o acompanhamento da sua
implementação.
Com o passar dos anos, a NR-18, em razão de demandas da sociedade para
adequação do texto da norma aos novos métodos de trabalho e equipamentos
introduzidos no mercado, foi incrementada de itens como elevadores de cremalheira,
andaimes motorizados, plataformas de cremalheira e hidráulicas, plataformas de
trabalho aéreas, dentre outros, sempre se buscando o aumento do fator de
segurança nos canteiros.

Entre as duas reformas da NR-18, realizadas em 1995 e 2020, a norma sofreu 21


alterações, todas propostas pelo Comitê Permanente Nacional – CPN e deliberadas
diretamente na CTPP. Outro aspecto importante do texto revisado em 1995 é que foi
estruturado com prevalência para edificações horizontais e verticais, sobretudo as
residenciais, deixando uma grande lacuna quando aplicada à construção pesada,
como a construção de pontes, viadutos, barragens e estradas, dentre outras.

Com o incremento efetivo de novas tecnologias nos processos construtivos, como


alvenaria estrutural, paredes concretadas in loco, estruturas em formas metálicas,
formas deslizantes, dentre outras, identificou-se que a cada dia aumentavam as
lacunas no texto normativo, o que dificultava a sua aplicação.
Para discutir este problema foi criado no âmbito do CPN grupo de trabalho, como desdobramento do GT
licitações, para estruturar uma proposta de norma para a construção pesada, cujo trabalho foi paralisado
em 2011.

Com a retomada das grandes obras de infraestrutura, a realização da Copa do Mundo em 2014 e das
Olimpíadas em 2018 no Brasil, o segmento da construção pesada passou por um processo de
ampliação da quantidade de obras, com a necessidade da construção de infraestrutura energética,
aeroportuária e urbana, tais como hidrelétricas, estádios de futebol, de infraestrutura esportiva, obras de
mobilidade urbana e obras residenciais para o Programa Minha Casa Minha Vida.

Todos como empreendimentos que empregam majoritariamente novas metodologias, como as


mencionadas. Assim, o setor deparou-se com um texto defasado e com necessidade de uma nova
formatação, que melhor se ajustasse à construção pesada.

A norma atual foi colocada em consulta pública por trinta dias, os trabalhos de revisão da NR-18 foram
concluídos retomados, sendo seu texto final entregue para análise e aprovação na 4ª Reunião Ordinária,
realizada entre os dias 17 e 19 de dezembro de 2019. A nova NR-18 foi publicada pela Portaria SEPRT
nº 3.733, de 10 de fevereiro de 2020.

Na produção do novo texto da NR-18, foram avaliadas as sugestões oriundas da consulta pública
realizada, mas, em especial, foram aproveitados os trabalhos aprovados pelos grupos tripartites de
trabalho acima referidos.
O objetivo dessa revisão de 2020 foi construir uma norma mais enxuta e que não especificasse
“como fazer”, detalhando o passo a passo, mas, sim, um texto que permitisse mais liberdade aos
profissionais legalmente habilitados e qualificados que atuam no segmento, porém, em
contrapartida, atribuindo-lhes maiores responsabilidades.

O texto aprovado visa dar mais liberdade aos profissionais gestores de Segurança e Saúde no
Trabalho (SST), que terão que se adequar aos novos processos construtivos, aos equipamentos
mais modernos e aos avanços tecnológicos, e visa contribuir decisivamente para a melhoria das
condições de segurança nos canteiros de obras. Além disso, buscou-se adequara NR-18 às
situações previstas nas normas técnicas nacionais vigentes.

Estima-se que pelo menos 2 milhões de trabalhadores formais e 400,5 mil empreendimentos do
setor devem ser diretamente beneficiados pelas mudanças introduzidas pelo novo texto.

Uma das mudanças mais significativas da norma é a obrigatoriedade da elaboração do Programa


de Gerenciamento de Riscos (PGR), possibilitando uma efetiva gestão dos riscos existentes pelo
responsável pela obra.
A elaboração do PGR ficará a cargo de profissional legalmente habilitado em
segurança do trabalho e sua implementação sob responsabilidade da
organização.

O novo texto prevê ainda que, em canteiros de obras com até 7 m (sete metros)
de altura e com, no máximo, 10 (dez) trabalhadores, o PGR pode ser elaborado
por profissional qualificado em segurança do trabalho e implementado também
sob responsabilidade da organização.

Outro ponto importante é que a obrigação da gestão dos riscos nos canteiros
será da organização e não de seus fornecedores contratados, que terão a
obrigação de produzir um inventário de riscos de suas atividades, para que
sejam incorporados e considerados no programa da organização.
A indústria da construção é uma das principais atividades econômicas
responsáveis pelo alto índice de acidentes do trabalho no Brasil. Dentre as
principais causas destes acidentes estão a queda de altura, o soterramento e o
choque elétrico, que já causaram a morte de vários trabalhadores. A maioria ou
provavelmente todos estes acidentes poderiam ter sido evitados se os
procedimentos de segurança constantes nesta NR tivessem sido observados.

A NR18 é norma setorial pois regulamenta a execução do trabalho em atividade


econômica específica, a indústria da construção e, como tal, suas disposições
poderão ser complementadas por normas gerais ou especiais.
A redação atual é composta por:

• Texto geral

• Anexo 1: Capacitação: carga horária, periodicidade e conteúdo programático

• Anexo 2: Cabos de aço e fibra sintética

• Glossário
Detalhamentos de alguns requisitos da NR18 podem ser encontrados nas
Recomendações Técnicas de Procedimentos (RTP). As RTP visam subsidiar as
empresas no cumprimento da NR18. Existem atualmente cinco RTP, são elas:

RTP 01 - Medidas de Proteção contra Quedas de Altura.

RTP 02 - Movimentação e Transporte de Materiais e Pessoas - Elevadores de


Obra.

RTP 03 - Escavações, Fundações e Desmonte de Rochas.

RTP 04 - Escadas, Rampas e Passarelas.

RTP 05 - Instalações Elétricas Temporárias em Canteiros de Obras.

As RTP podem ser baixadas do site da Fundacentro: www.fundacentro.gov.br


Objetivo

Esta Norma Regulamentadora - NR tem o objetivo de estabelecer diretrizes de


ordem administrativa, de planejamento e de organização, que visam à
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos
processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da
construção.
Campo de aplicação

Esta norma se aplica às atividades da indústria da construção constantes da


seção “F” do Código Nacional de Atividades Econômicas - CNAE e às atividades
e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em
geral e de manutenção de obras de urbanização.
NR 4: ANEXO I RELAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DE ATIVIDADES
ECONÔMICAS – CNAE

(VERSÃO 2.0), COM CORRESPONDENTE GRAU DE RISCO - GR Códigos


Denominação GR
Serviços de instalações elétricas, hidráulicas e de sistemas de ventilação e
refrigeração são consideradas atividades da indústria da construção.

São também consideradas atividades e serviços da indústria da construção:

• Demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral e de


manutenção de obras de urbanização.

Exemplo: atividade de limpeza na fachada de um galpão é também atividade da


indústria da construção e a ela se aplica a NR18.
Responsabilidades

A organização da obra deve:

a) vedar o ingresso ou a permanência de trabalhadores no canteiro de obras sem que


estejam resguardados pelas medidas previstas nesta NR;

b) fazer a Comunicação Prévia de Obras em sistema informatizado da Subsecretaria


de Inspeção do Trabalho - SIT, antes do início das atividades, de acordo com a
legislação vigente.

A Comunicação Prévia é motivo de muitos questionamentos por parte das empresas.


A maioria entende que as atividades de uma obra começam apenas com o início da
construção da edificação propriamente dita, mas isto não está correto.

A atividade, por exemplo, de análise geológica do terreno ou então a construção das


áreas de vivência dos empregados (instalações sanitárias, refeitório, vestiário), já
caracteriza início das atividades da obra, e requer Comunicação Prévia à SIT -
Subsecretaria de Inspeção do Trabalho.
Algumas atribuições são dadas para o profissional legalmente habilitado e
outras, para o profissional qualificado em SST.

Há também o trabalhador capacitado.

Segundo o Glossário:

• Profissional legalmente habilitado: Trabalhador previamente qualificado e com


registro no competente conselho de classe.

• Profissional qualificado: Trabalhador que comprove conclusão de curso


específico na sua área de atuação, reconhecido pelo sistema oficial de ensino.

• Trabalhador capacitado: Trabalhador treinado para a realização de atividade


específica no âmbito da organização.
A norma dá as seguintes atribuições ao profissional qualificado:

• Elaboração do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) para obras até


7m de altura e no máximo 10 trabalhadores

• Elaboração de Análise de risco para utilização de máquinas e equipamentos

• Registro de liberação de uso de andaimes

• Função de Blaster

(Blaster é o profissional qualificado responsável pelo plano de fogo e


encarregado de organizar, conectar, dispor e distribuir os explosivos e acessórios
empregados no desmonte de rochas.)
• trabalhador capacitado geralmente está envolvido com atividades mais
operacionais, como execução de emendas nas redes de segurança,
abastecimento de máquinas autopropelidas, instalação, montagem, operação,
desmontagem e manutenção de elevadores, dentre várias outras.

• profissional legalmente habilitado: atividades que requeiram um


conhecimento mais técnico e aprofundado, como elaboração de projetos,
laudos, dimensionamentos, PGR (considerando a exceção acima), Plano de
Demolição, medidas preventivas, Plano de Fogo etc.,
Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)

São obrigatórias a elaboração e a implementação do PGR nos canteiros de


obras, contemplando os riscos ocupacionais e suas respectivas medidas de
prevenção.

Os riscos ocupacionais abrangem os riscos químicos, físicos, biológicos,


mecânicos, de acidentes bem como os ergonômicos.

As empresas contratadas devem fornecer ao contratante (ou seja, à organização


da obra) o inventário de riscos ocupacionais específicos de suas atividades, que
devem ser contemplados no PGR do canteiro de obras.
O PGR deve ser elaborado por profissional legalmente habilitado em segurança
do trabalho e implementado sob responsabilidade da organização.

Em canteiros de obras com até 7 m (sete metros) de altura e com, no máximo,


10 (dez) trabalhadores, o PGR pode ser elaborado por profissional qualificado
em segurança do trabalho e implementado sob responsabilidade da organização.
O PGR, além de contemplar as exigências previstas na NR-01, deve conter os
seguintes documentos:

a) projeto da área de vivência do canteiro de obras e de eventual frente de trabalho,


em conformidade com o item 18.5 desta NR, elaborado por profissional legalmente
habilitado;

b) projeto elétrico das instalações temporárias, elaborado por profissional legalmente


habilitado;

c) projetos dos sistemas de proteção coletiva elaborados por profissional legalmente


habilitado;

d) projetos dos Sistemas de Proteção Individual Contra Quedas (SPIQ), quando


aplicável, elaborados por profissional legalmente habilitado;

e) relação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e suas respectivas


especificações técnicas, de acordo com os riscos ocupacionais existentes.
O PGR deve estar atualizado de acordo com a etapa em que se encontra o
canteiro de obras.

As empresas contratadas devem fornecer ao contratante o inventário de riscos


ocupacionais específicos de suas atividades, o qual deve ser contemplado no
PGR do canteiro de obras.

As frentes de trabalho devem ser consideradas na elaboração e implementação


do PGR.

• Canteiro de obra: área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem


operações de apoio e execução à construção, demolição ou reforma de uma
obra.

• Frente de trabalho: área de trabalho móvel e temporária.


São facultadas às empresas construtoras, regularmente registradas no Sistema
CONFEA/CREA, sob responsabilidade de profissional legalmente habilitado em
segurança do trabalho, mediante cumprimento dos requisitos previstos nos
subitens seguintes, a adoção de soluções alternativas às medidas de proteção
coletiva previstas nesta NR, a adoção de técnicas de trabalho e o uso de
equipamentos, tecnologias e outros dispositivos que:

a) propiciem avanço tecnológico em segurança, higiene e saúde dos


trabalhadores;

b) objetivem a implementação de medidas de controle e de sistemas preventivos


de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na
indústria da construção;

c) garantam a realização das tarefas e atividades de modo seguro e saudável.


As tarefas a serem executadas mediante a adoção de soluções alternativas devem
estar expressamente previstas em procedimentos de segurança do trabalho, nos
quais devem constar:

a) os riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estarão expostos;

b) a descrição dos equipamentos e das medidas de proteção coletiva a serem


implementadas;

c) a identificação e a indicação dos EPI a serem utilizados;

d) a descrição de uso e a indicação de procedimentos quanto aos Equipamentos de


Proteção Coletiva (EPC) e EPI, conforme as etapas das tarefas a serem realizadas;

e) a descrição das medidas de prevenção a serem observadas durante a execução


dos serviços, dentre outras medidas a serem previstas e prescritas por profissional
legalmente habilitado em segurança do trabalho.
As tarefas envolvendo soluções alternativas somente devem ser iniciadas com
autorização especial, precedida de análise de risco e permissão de trabalho, que
contemple os treinamentos, os procedimentos operacionais, os materiais, as
ferramentas e outros dispositivos necessários à execução segura da tarefa.

A documentação relativa à adoção de soluções alternativas integra o PGR do


canteiro de obras, devendo estar disponível no local de trabalho e acompanhada
das respectivas memórias de cálculo, especificações técnicas e procedimentos
de trabalho.
Considerações Importantes sobre o PGR da Atividade da Construção:

• É um documento específico de cada canteiro de obra ou frente de trabalho,


pois deve conter detalhes únicos de proteções coletivas, áreas de vivência,
dentre outras informações de determinado canteiro ou frente de trabalho;

• Deve considerar todos os trabalhadores que exercerão atividades na obra;

• Não precisa ser protocolado no Ministério;

• Não tem data de validade.


Áreas de vivência

As áreas de vivência devem ser projetadas de forma a oferecer, aos


trabalhadores, condições mínimas de segurança, de conforto e de privacidade e
devem ser mantidas em perfeito estado de conservação, higiene e limpeza,
contemplando as seguintes instalações:

a) instalação sanitária;

b) vestiário;

c) local para refeição;

d) alojamento, quando houver trabalhador alojado.


As instalações da área de vivência devem atender, no que for cabível, ao
disposto na NR-24 (Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho).

A instalação sanitária deve ser constituída de lavatório, bacia sanitária sifonada,


dotada de assento com tampo, e mictório, na proporção de 1 (um) conjunto para
cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração, bem como de chuveiro, na
proporção de 1 (uma) unidade para cada grupo de 10 (dez) trabalhadores ou
fração.
É obrigatória, quando o caso exigir, a instalação de alojamento, no canteiro de
obras ou fora dele, contemplando as seguintes instalações:

a) cozinha, quando houver preparo de refeições;

b) local para refeição;

c) instalação sanitária;

d) lavanderia, dotada de meios adequados para higienização e passagem das


roupas;

e) área de lazer, para recreação dos trabalhadores alojados, podendo ser


utilizado o local de refeição para este fim.
Deve ser de, no máximo, 150 m (cento e cinquenta metros) o deslocamento do
trabalhador do seu posto de trabalho até a instalação sanitária mais próxima.

É obrigatório o fornecimento de água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores,


no canteiro de obras, nas frentes de trabalho e nos alojamentos, por meio de
bebedouro ou outro dispositivo equivalente, na proporção de 1 (uma) unidade para
cada grupo de 25 (vinte e cinco) trabalhadores ou fração, sendo vedado o uso de
copos coletivos.

O fornecimento de água potável deve ser garantido de forma que, do posto de


trabalho ao bebedouro ou ao dispositivo equivalente, não haja deslocamento superior
a 100 m (cem metros) no plano horizontal e 15 m (quinze metros) no plano vertical.

Na impossibilidade de instalação de bebedouro ou de dispositivo equivalente dentro


dos limites referidos no subitem anterior, as empresas devem garantir, nos postos de
trabalho, suprimento de água potável, filtrada e fresca fornecida em recipientes
portáteis herméticos.
Nas frentes de trabalho, devem ser disponibilizados:

a) instalação sanitária, composta de bacia sanitária sifonada, dotada de assento


com tampo, e lavatório para cada grupo de 20 (vinte) trabalhadores ou fração,
podendo ser utilizado banheiro com tratamento químico dotado de mecanismo de
descarga ou de isolamento dos dejetos, com respiro e ventilação, de material
para lavagem e enxugo das mãos, sendo proibido o uso de toalhas coletivas, e
garantida a higienização diária dos módulos;

b) local para refeição dos trabalhadores, observadas as condições mínimas de


conforto e higiene, e com a devida proteção contra as intempéries.

O atendimento ao disposto neste item poderá ocorrer mediante convênio formal


com estabelecimentos nas proximidades do local de trabalho, desde que
preservadas a segurança, higiene e conforto, e garantido o transporte de todos
os trabalhadores até o referido local, quando o caso exigir.
Instalações elétricas

A execução das instalações elétricas temporárias e definitivas deve atender ao


disposto na NR-10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade).

As instalações elétricas temporárias devem ser executadas e mantidas conforme


projeto elétrico elaborado por profissional legalmente habilitado.

Os serviços em instalações elétricas devem ser realizados por trabalhadores


autorizados conforme NR-10.

É proibida a existência de partes vivas expostas e acessíveis pelos trabalhadores


não autorizados em instalações e equipamentos elétricos.
Os condutores elétricos devem:

a) ser dispostos de maneira a não obstruir a circulação de pessoas e materiais;

b) estar protegidos contra impactos mecânicos, umidade e contra agentes


capazes de danificar a isolação;

c) possuir isolação em conformidade com as normas técnicas nacionais vigentes;

d) possuir isolação dupla ou reforçada quando destinados à alimentação de


máquinas e equipamentos elétricos móveis ou portáteis.
As conexões, emendas e derivações dos condutores elétricos devem possuir
resistência mecânica, condutividade e isolação compatíveis com as condições de
utilização.

As instalações elétricas devem possuir sistema de aterramento elétrico de proteção e


devem ser submetidas a inspeções e medições elétricas periódicas, com emissão dos
respectivos laudos por profissional legalmente habilitado, em conformidade com o
projeto das instalações elétricas temporárias e com as normas técnicas nacionais
vigentes.

As partes condutoras das instalações elétricas, máquinas, equipamentos e


ferramentas elétricas não pertencentes ao circuito elétrico, mas que possam ficar
energizadas quando houver falha da isolação, devem estar conectadas ao sistema de
aterramento elétrico de proteção.

É obrigatória a utilização do dispositivo Diferencial Residual (DR), como medida de


segurança adicional nas instalações elétricas, nas situações previstas nas normas
técnicas nacionais vigentes.
Os quadros de distribuição das instalações elétricas devem:

a) ser dimensionados com capacidade para instalar os componentes dos circuitos


elétricos que o constituem;

b) ser constituídos de materiais resistentes ao calor gerado pelos componentes das


instalações;
c) ter as partes vivas inacessíveis e protegidas aos trabalhadores não autorizados;
d) ter acesso desobstruído;
e) ser instalados com espaço suficiente para a realização de serviços e operação;
f) estar identificados e sinalizados quanto ao risco elétrico;
g) estar em conformidade com a classe de proteção requerida;
h) ter seus circuitos identificados.
É vedada a guarda de quaisquer materiais ou objetos nos quadros de
distribuição.

Os dispositivos de manobra, controle e comando dos circuitos elétricos devem:

a) ser compatíveis com os circuitos elétricos que operam;

b) ser identificados;

c) possuir condições para a instalação de bloqueio e sinalização de impedimento


de ligação.
Em todos os ramais ou circuitos destinados à ligação de equipamentos elétricos,
devem ser instalados dispositivos de seccionamento, independentes, que
possam ser acionados com facilidade e segurança.

Máquinas e equipamentos móveis e ferramentas elétricas portáteis devem ser


conectadas à rede de alimentação elétrica, por intermédio de conjunto de plugue
e tomada, em conformidade com as normas técnicas nacional vigentes.

Os circuitos energizados em alta tensão e em extra baixa tensão devem ser


instalados separadamente dos circuitos energizados em baixa tensão,
respeitadas as definições de projeto.
As áreas de transformadores e salas de controle e comando devem ser
separadas por barreiras físicas, sinalizadas e protegidas contra o acesso de
pessoas não autorizadas.

As áreas onde ocorram intervenções em instalações elétricas energizadas


devem ser isoladas e sinalizadas e, se necessário, possuir controle de acesso,
de modo a evitar a entrada e a permanência no local de pessoas não
autorizadas.

Os canteiros de obras devem estar protegidos por Sistema de Proteção contra


Descargas Atmosféricas - SPDA, projetado, construído e mantido conforme
normas técnicas nacionais vigentes.
O cumprimento do disposto no subitem anterior é dispensado nas situações
previstas em normas técnicas nacionais vigentes, mediante laudo emitido por
profissional legalmente habilitado.

O trabalho em proximidades de redes elétricas energizadas, internas ou externas


ao anteiro de obras, só é permitido quando protegido contra o choque elétrico e
arco elétrico.

Nas atividades de montagens metálicas, onde houver a possibilidade de acúmulo


de energia estática, deve ser realizado aterramento da estrutura desde o início
da montagem.

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