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PLANO DE MANEJO FLORESTAL

SUSTENTADO DE USO MÚLTIPLO

Detentor: SAKURA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MADEIRAS LTDA

FLONA DO JAMARI
UNIDADE DE MANEJO II
ITAPUÃ D’OESTE – RO

ARIQUEMES – RO JUNHO – 2009


SUMÁRIO

LISTA TABELAS ........................................................................................................7

LISTA DE FIGURAS...................................................................................................9

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...................................................................11

1.0. INFORMAÇÕES GERAIS.................................................................................13


1.1. CATEGORIA DO PMFS............................................................................................................................ 13
1.1.1. Titularidade da Floresta ......................................................................................................................... 13
1.1.2. Quanto ao detentor................................................................................................................................. 13
1.1.3. Quanto ao ambiente predominante ........................................................................................................ 13
1.1.4. Quanto ao estado natural da floresta manejada...................................................................................... 13
1.1.5. Quanto aos produtos decorrentes do manejo ......................................................................................... 13
1.1.6. Quanto à intensidade da exploração no manejo florestal para a produção de madeira .......................... 14

1.2. RESPONSÁVEIS ......................................................................................................................................... 14

1.2.1. Requerente/Detentor ................................................................................................................................ 14


1.2.2. Responsável Técnico pela elaboração do Projeto:................................................................................. 14
1.2.3. Responsável técnico pela execução do Projeto de Manejo .................................................................... 15

1.2.4. Execução do projeto de manejo............................................................................................................... 15

1.3. OBJETIVOS DO PMFS ............................................................................................................................. 15


1.3.1. Objetivos gerais ..................................................................................................................................... 15
1.3.2. Objetivos específicos ............................................................................................................................. 16

2.0. INFORMAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE MANEJO FLORESTAL ................................................. 17

2.1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ............................................................................................................ 17


2.1.1. Acesso.................................................................................................................................................... 19
2.1.1.1. Descrição da Forma de Acesso........................................................................................................... 19

2.2. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE ................................................................................................................. 20


2.2.1. Flona do Jamari...................................................................................................................................... 20
2.2.1.1. Clima ................................................................................................................................................... 20
2.2.1.2. Hidrografia..................................................................................................................................... 20
2.2.1.3. Relevo ........................................................................................................................................... 22
2.2.1.4. Solos................................................................................................................................................ 23
2.2.1.5. Vegetação....................................................................................................................................... 25
2.2.1.6. Infraestrutura................................................................................................................................. 27
2.2.1.7. Municípios Abrangidos pelos Lotes de concessão......................................................................... 29
2.2.1.7.1. Descrição do Entorno da FLONA .......................................................................................... 29
2.2.1.7.1.1. Caracterização dos Ecossistemas da Zona de Amortecimento ........................................ 29
2.2.1.7.1.2. Infraestrutura Básica na Área Rural ................................................................................ 29
2.2.1.7.1.3 - Socioeconomia e População do entorno da FLONA...................................................... 31
2.2.2. Descrição do ambiente da UMF II......................................................................................................... 32
2.2.2.1. Meio Físico ..................................................................................................................................... 32
2.2.2.1.1. Clima....................................................................................................................................... 32
2.2.2.1.2. Solos da UMF II..................................................................................................................... 38
2.2.2.1.3. Hidrografia .............................................................................................................................. 41
2
2.2.2.1.4. Relevo ..................................................................................................................................... 41
2.2.2.1.5. Geologia e Geomorfologia ...................................................................................................... 41
2.2.2.2. Meio Biótico .................................................................................................................................. 42
2.2.2.2.1. Fauna...................................................................................................................................... 42
2.2.2.2.2. Vegetação............................................................................................................................... 47
2.2.3. Meio Sócio econômico ........................................................................................................................... 51
2.2.3.1 Demografia ...................................................................................................................................... 51
2.2.3.2 População e Renda........................................................................................................................... 52
2.2.3.3 Setor primário .................................................................................................................................. 57
2.2.3.4 Setor Secundário .............................................................................................................................. 61
2.2.3.5 Setor Terciário ................................................................................................................................. 61
2.2.3.6. Uso atual do Solo ........................................................................................................................... 62

2.3. MACROZONEAMENTO .......................................................................................................................... 62


2.3.1. FLona do jamari...................................................................................................................................... 62
2.3.2. Macrozoneamento da UMF II................................................................................................................. 64

2.4. DESCRIÇÃO DOS RECURSOS FLORESTAIS - INVENTÁRIO FLORESTAL AMOSTRAL ....... 66


2.4.1. Justificativa do processo de amostragem e metodologia ....................................................................... 66
2.4.2. Tamanho e forma das unidades amostrais .............................................................................................. 67
.2.4.3. Localização da área inventariada .......................................................................................................... 68
2.4.4. Descrição das variáveis de interesse ....................................................................................................... 70
2.4.4.1. Altura Comercial............................................................................................................................. 70
2.4.4.2. DAP (Diâmetro a Altura do Peito).................................................................................................. 70
2.4.4.3. Cubagem das Arvores ..................................................................................................................... 70
2.4.4.4. Cubagem dos Indivíduos das Unidades de Amostra ....................................................................... 70
2.4.4.5. Relação dendrométrica utilizada e análises estatísticas................................................................... 71
2.4.5. Resultados do inventário florestal.......................................................................................................... 71

3.0. INFORMAÇÕES SOBRE O MANEJO FLORESTAL .......................................82


3.1. SISTEMA SILVICULTURAL................................................................................................................... 84

3.2. ESPÉCIES FLORESTAIS A MANEJAR E A PROTEGER .................................................................. 87


3.2.1. Espécies florestais a manejar ................................................................................................................. 87
3.2.2 – Espécies florestais a proteger................................................................................................................ 89

3.3. REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO .............................................................................................................. 91

3.4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRÉ-EXPLORATÓRIAS EM CADA UPA............................ 92


3.4.1. Delimitação permanente da UPA............................................................................................................ 93
3.4.1.1. Subdivisão das UPA’s em Unidades de trabalho -UT’s................................................................. 94
3.4.1.2. Procedimento para abertura das trilhas de orientação .................................................................... 95
3.4.2. Inventário florestal a 100% das árvores porta sementes, remanescente, árvores protegidas por lei,
árvores de copaíba e árvores a serem abatidas.................................................................................................. 97
3.4.2.1 – grupo de espécies a serem inventariadas e diâmetro mínimo de medição e de corte .................... 98
3.4.2.2 – metodologia do inventário a 100% ............................................................................................... 98
3.4.2.3. Descrição das variáveis de interesse ........................................................................................... 104
3.4.3. Microzoneamento ................................................................................................................................ 110
3.4.4 - Corte de cipó ....................................................................................................................................... 112
3.4.5. Definição dos critérios de seleção de árvores para corte e manutenção ............................................... 113
3.4.5.1. Árvores passíveis de corte ................................................................................................................. 113
3.4.5.2. Árvores Remanescentes..................................................................................................................... 114
3.4.6. Planejamento viário .............................................................................................................................. 115
3.4.6.1. Estradas Principais.................................................................................................................. 122
3.4.6.1.1 Estrada Principal central ............................................................................................................. 122
3.4.6.1.2. Estradas Principais de acesso .................................................................................................... 122
3
3.4.6.2. Estradas secundárias ................................................................................................................... 123

3.5. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO ...................................................................... 123


3.5.1. Método de corte e derruba ................................................................................................................... 125
3.5.1.1. Seleção das árvores a abater.......................................................................................................... 125
3.5.1.2. Preparação das árvores selecionadas para o abate......................................................................... 125
3.5.1.2.1. Pré-corte ................................................................................................................................ 125
3.5.1.3. Abate das árvores preparadas........................................................................................................ 128
3.5.1.3.1. Segurança do operador que efetuará a derrubada.................................................................. 128
3.5.1.3.2. Fatores silviculturais ............................................................................................................. 129
3.5.1.3.3. Técnica da derrubada ............................................................................................................ 131
3.5.1.3.4. Pós-corte................................................................................................................................ 138
3.5.1.4. Prevenção de acidentes no corte ................................................................................................... 140
3.5.1.5. Composição e função dos membros da equipe de abate ............................................................... 142
3.5.2. Método de Extração............................................................................................................................. 147
3.5.2.1. Alocação e demarcação dos ramais de arraste .............................................................................. 147
3.5.2.2. Arraste das toras............................................................................................................................ 151
3.5.2.3. Prevenção de acidentes no arraste............................................................................................... 159
3.5.2.4. Composição e função dos membros da equipe de planejamento de arraste e arraste................... 160
3.5.2.4.1. Equipe responsável pelo planejamento e abertura dos ramais de arraste ............................. 160
3.5.2.4.2. Equipe responsável pelo arraste das toras (transporte primário) .......................................... 162
3.5.3. Pátio intermediário e Pátios de estocagem ou esplanadas .................................................................... 164
3.5.3.1. Pátio Intermediário........................................................................................................................ 164
3.5.3.2. Pátios de estocagem ou esplanadas......................................................................................... 166
3.5.3.2.1 - Demarcação dos pátios de estocagem .................................................................................. 166
3.5.3.2.2. Abertura dos pátios de estocagem ........................................................................................ 167
3.5.3.3. Operações no pátio de estocagem ................................................................................................ 168
3.5.4. Procedimentos de controle da origem da madeira (Cadeia de custódia).............................................. 171
3.5.5. Carregamento e transporte ................................................................................................................... 179
3.5.6. Descarregamento ................................................................................................................................. 181
3.5.7. Métodos de extração de resíduos florestais.......................................................................................... 181
3.5.7.1. Colheita de Resíduos de Exploração............................................................................................ 182
3.5.7.2. Quantificação dos resíduos .......................................................................................................... 183
3.5.8. Métodos de extração de produtos não madeireiros.............................................................................. 187
3.5.8.1. Fase pré exploratória..................................................................................................................... 187
3.5.8.1.1 – Inventário a 100% das árvores de Copaíba a serem exploradas .......................................... 187
3.5.8.1.1.2 – Mapeamento das árvores a serem exploradas.............................................................. 187
3.5.8.2 – Fase de Exploração ..................................................................................................................... 187
3.5.8.2.1. Coleta do óleo resina de copaíba.......................................................................................... 188
3.5.8.2.2. Produção de óleo resina........................................................................................................ 190
3.5.8.3. Fase pós exploratória .................................................................................................................... 191
3.5.8.4 – Equipamentos e materiais a serem utilizados na coleta do óleo resina de copaíba ..................... 191
3.5.8.5. Mão-de-obra................................................................................................................................. 192

3.6. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS.............................................................. 192


3.6.1. Avaliação de danos e impactos ............................................................................................................ 192
3.6.1.1 - Procedimento para a avaliação dos danos pós- exploratórios...................................................... 193
3.6.1.2 - Procedimento para a avaliação dos impactos pós- exploratórios................................................. 195
3.6.1.2.1 - Meio Físico .......................................................................................................................... 196
3.6.1.2.2 - Meio Biótico ........................................................................................................................ 197
3.6.1.2.3 - Meio Sociocultural:.............................................................................................................. 198
3.6.2. Tratamento silvicultural pós-colheita .................................................................................................. 198
3.6.3. Monitoramento do crescimento e produção......................................................................................... 199
3.6.3.1 – Generalidades......................................................................................................................... 199
3.6.3.2 - Tamanho e forma das parcelas permanentes........................................................................... 199
3.6.3.3 - Metodologia de instalação das parcelas permanentes.................................................................. 202
3.6.3.3.1 - Localização da parcela........................................................................................................ 202
3.6.3.3.2 - Número da árvore (preenchido no campo) e ponto de medição........................................... 203
4
3.6.3.3.3 - Coordenadas cartesianas ...................................................................................................... 205
3.6.3.4. Periodicidade de medição das parcelas permanentes ................................................................... 206
3.6.3.5. Área de reserva absoluta .............................................................................................................. 206
3.6.4. Recuperação de infrestrutura após a exploração.................................................................................. 207
3.6.5. Elaboração de relatórios pós-exploratórios.......................................................................................... 207

4.0. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES ..........................................................209


4.1. RELAÇÕES DENDOMÉTRICAS UTILIZADAS.................................................................................. 209
4.1.1. Equações utilizadas.............................................................................................................................. 209
4.1.2. Ajuste de Equação de volume para segunda UPA ............................................................................... 210

4.2. DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE CAMPO EM RELAÇÃO AO TAMANHO DA UPA ...... 212


4.2.1. Inventário Florestal 100% e instalação, manutenção e medição das parcelas permanentes ................. 212
4.2.2 – Corte ................................................................................................................................................... 214
4.2.3 – Extração Florestal e Transporte .......................................................................................................... 215
4.2.4. Extração de resíduos ............................................................................................................................. 216
4.2.5. Outras Equipes...................................................................................................................................... 216
4.2.5.1. Equipe do setor florestal da madeireira Sakura............................................................................. 216
4.2.5.2. Equipe de controle e prevenção de incêndio........................................................................... 217
4.2.6. Terceirização de Atividades.................................................................................................................. 218
4.2.7. Diretrizes de segurança........................................................................................................................ 219
4.2.8. Programa anual de treinamento .......................................................................................................... 221

4.3. DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS EM RELAÇÃO AO TAMANHO


DA UPA.............................................................................................................................................................. 223
4.3.1 – Corte ................................................................................................................................................... 223
4.3.2 – Extração Florestal ............................................................................................................................... 224
4.3.3 – Carregamento e Transporte................................................................................................................. 224
4.3.4 – Acampamento ..................................................................................................................................... 225

4.4. INVESTIMENTOS FINANCEIROS E CRONOGRAMA FÍSICO ..................................................... 226


4.4.1. Cronograma físico anual...................................................................................................................... 226
4.4.1.1. Cronograma físico pelo ciclo de corte........................................................................................... 227
4.4.2. Investimentos financeiros e custos de execução do PMFS................................................................... 228
4.4.2.1. Manejo Florestal ..................................................................................................................... 228
4.4.2.2. Custos de investimento ................................................................................................................. 229
4.4.2.2.1 Custos de investimento na implantação de infraestrurura do acampamento .......................... 229
4.4.2.2.1. Custos de investimento em capacitação e treinamentos Anual.......................................... 231
4.4.2.2.2 Custos totais de investimento...................................................................................................... 231
4.4.2.3. Estimativas de custos e receitas do manejo florestal..................................................................... 231
4.4.2.3.1. Metodologia .......................................................................................................................... 231
4.4.2.3.2. Memória de cálculo dos custos anuais de elaboração e execução do projeto pela área líquida
de UPA 1 (1007,5881 ha)...................................................................................................................... 232
4.4.2.3.2.1. Custos de aquisição da madeira..................................................................................... 232
4.4.2.3.2.2. Custo do inventário a 100%........................................................................................... 233
4.4.2.3.2.3. Custos de exploração e transporte ................................................................................. 233
4.4.2.3.2.4. Custos de monitoramento, manutenção de infra-estrutura ............................................ 234
4.4.2.3.2.5. Custos equipamentos e materiais para exploração anual do óleo resina de copaíba..... 234
4.4.2.3.2.6. Custos totais do projeto ................................................................................................. 235
4.4.3. Receitas anuais previstas ...................................................................................................................... 235
4.4.4.Receitas x despesas anuais..................................................................................................................... 236
4.4.5. Relação benefício custo anual............................................................................................................... 236
4.4.6. Considerações Gerais........................................................................................................................... 237

4.5. DIRETRIZES PARA REDUÇÃO DE IMPACTOS NA FLORESTA ................................................. 238


4.5.1. Avaliação dos Impactos Ambientais.................................................................................................... 238
5
4.5.1.1. Meio Biótico ............................................................................................................................... 238
4.5.1.1.1. Impacto sobre a Flora........................................................................................................... 239
4.5.1.1.2. Impacto sobre a Fauna.......................................................................................................... 239
4.5.1.2. Meio Físico ................................................................................................................................. 241
4.5.1.2.1. Impactos sobre o Solo .......................................................................................................... 241
4.5.1.2.2. Impactos sobre os recursos hídricos..................................................................................... 242
4.5.1.3. Impactos Sobre o Meio Sócio-Econômico................................................................................... 243
4.5.2. Proposta de Minimização dos Impactos ............................................................................................... 243
4.5.2.1. Minimização dos Impactos sobre o Meio Biótico......................................................................... 243
4.5.2.1.1. Minimização dos Impactos sobre a Flora.............................................................................. 243
4.5.2.1.1.1. Proteção das espécies imunes de corte, árvores de corte futuro, raras e árvores porta
sementes ........................................................................................................................................... 244
4.5.2.1.1.2. Proteção das matas ciliares e APP ................................................................................ 245
4.5.2.1.1.3. Proteção e manutenção da parcela permanente ............................................................ 245
4.5.2.1.2. Minimização dos Impactos sobre a Fauna............................................................................. 245
4.5.2.2. Minimização dos Impactos sobre o Meio Físico.......................................................................... 247
4.5.2.2.1. Minimização dos Impactos sobre o Solo.............................................................................. 247
4.5.2.2.2. Minimização dos Impactos sobre os recursos hídricos: ........................................................ 249
4.5.2.3. Tratamento do lixo....................................................................................................................... 251

4.6. DESCRIÇÃO DE MEDIDAS DE PROTEÇÃO DA FLORESTA: ....................................................... 251


4.6.1. Manutenção das UPA’s em pousio:...................................................................................................... 251
4.6.2. Proteção florestal contra incêndios na área do plano de manejo.......................................................... 252
4.6.3. Proteção contra invasores na área do plano de manejo........................................................................ 256
4.6.4. Proteção contra a caça e pesca predatória:............................................................................................ 257
4.6.5. proteção das áreas de preservação permanente:.................................................................................... 257

4.7. MAPAS REQUERIDOS:........................................................................................................................... 258


4.7.1. Macrozoneamento da UMF II: ............................................................................................................ 258
4.7.2. Localização da UMF II ........................................................................................................................ 258
4.7.2.1. Localização da UMF II com relação aos municípios, estado, unidades de conservação e área
indígena mais próxima:.............................................................................................................................. 258

4.8. INFRAESTRUTURA DO ACAMPAMENTO ....................................................................................... 259


4.8.1. Destinação dos resíduos orgânicos e inorgânicos ................................................................................. 263

5.0. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................................................264

LISTA DE ANEXOS................................................................................................268

6
LISTA TABELAS

TABELA 1 – VALORES MÉDIOS DE TEMPERATURA DO AR, UMIDADE RELATIVA DO AR,


PRECIPITAÇÃO, VENTO, RADIAÇÃO SOLAR E PRESSÃO ATMOSFÉRICA REGISTRADOS
NA ESTAÇÃO DE MACHADINHO D’OESTE DURANTE O ANO DE 2006. --------------------------37
TABELA 2 – ESPÉCIES DA FAUNA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO. ------------------------------------------46
TABELA 3 - EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA NO ESTADO DE RONDÔNIA. ----------------------------------51
TABELA 4 - DADOS GERAIS DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO --------------------52
TABELA 5 – SINTESE DE INFORMAÇÕES DO MUNICÍPIO DE ITAPUÃ DO OESTE-RO -------------54
TABELA 6 – SÍNTESE DE INFORMAÇÕES DO MUNICÍPIO DE CUJUBIM-RO ---------------------------55
TABELA 7 – SÍNTESE DE INFORMAÇÕES DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO-RO. ------------------56
TABELA 8 - RENDIMENTO DAS PESSOAS EM IDADE ATIVA NO ESTADO DE RONDÔNIA E
BRASIL.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------57
TABELA 9 - PECUÁRIA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UMF II. -----------------------------------------------58
TABELA 10 – ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NOS MUNICÍPIOS DE PORTO VELHO,
CUJUBIM E ITAPUÃ ------------------------------------------------------------------------------------------------58
TABELA 11 – NÚMERO E ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS EM RONDÔNIA.
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------59
TABELA 12 - PRODUTOS DA EXTRAÇÃO VEGETAL NOS MUNICÍPIOS DE ENTORNO DO
PROJETO DA UMF II -----------------------------------------------------------------------------------------------60
TABELA 13 - ZONEAMENTO AMBIENTAL DA FLORESTA NACIONAL DO JAMARI --------------------63
TABELA 14 – MACROZONEAMENTO DA UMF II (AMBIENTES FITOECOLÓGICOS,
INFRAESTRUTURA E USO ATUAL) ---------------------------------------------------------------------------64
TABELA 15 – VOLUME POR ESPÉCIE , POR CLASSE DE DIÂMETRO BASEADO NO
INVENTÁRIO DA FLONA DO JAMARI (1983). ---------------------------------------------------------------72
TABELA 16 – QUADRO RESUMO DO VOLUME POR ESPÉCIE COMERCIAIS POR CLASSE DE
DIÂMETRO POR HECTARE. -------------------------------------------------------------------------------------79
TABELA 17 – LISTA DE ESPÉCIES POR GRUPO, LEVANDO EM CONTA SEU VALOR
COMERCIAL.----------------------------------------------------------------------------------------------------------80
TABELA 18 - VOLUME E Nº DE ÁRVORES POR GRUPO DE ESPÉCIES COMERCIAIS PARA
ÁRVORES COM DAP MAIOR OU IGUAL A 45,00 CM NA FLONA DO JAMARI. -------------------81
TABELA 19 – OPERAÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS NO SISTEMA SILVICULTURAL
ADOTADO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------86
TABELA 20 – RELAÇÃO PRELIMINAR DAS ESPÉCIES FLORESTAIS A MANEJAR -------------------88
TABELA 21 – ESPÉCIES DA FLORA DO BIOMA AMAZÔNIA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO ---------89
TABELA 22 - LARGURA MÍNIMA EM METROS DA FAIXA DE PROTEÇÃO DAS ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE ACORDO COM A LARGURA DO RIO. -----------------------90
TABELA 23 - ESTIMATIVA DO VOLUME EXPLORÁVEL ANUAL (25.995,7730 M3) E TOTAL POR
GRUPO DE ESPÉCIE PARA ÁRVORES COM DAP MAIOR OU IGUAL A 45,00 CM NA ÁREA DE
EFETIVO MANEJO (30.237,6424HÁ). ----------------------------------------------------------------------------92
TABELA 24 - DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE FUSTE -------------------------------------------------------- 105
TABELA 25 – MODELO DE FICHA DE ABATE ------------------------------------------------------------------- 126
TABELA 26 – ROMANEIO DE PÁTIO INTERMEDIÁRIO ------------------------------------------------------- 165
TABELA 27 – MODELO DE FICHA DE COLETA DE DADOS PARA O ROMANEIO DE PÁTIO. ---- 170
TABELA 28 – ROMANEIO DE PÁTIO ------------------------------------------------------------------------------- 170
TABELA 29 – MODELO DO ROMANEIO DE SAÍDA DA MADEIRA DA ÁREA DO UMF II. ----------- 180
TABELA 30 - MODELO FICHA DE COLETA CONTENDO A LOCALIZAÇÃO DAS ÁRVORES A
SEREM PERFURADAS. ----------------------------------------------------------------------------------------- 189
TABELA 31 – EQUIPAMENTOS E MATERIAIS: ------------------------------------------------------------------ 192
TABELA 32 – AVALIAÇÃO DOS DANOS PÓS EXPLORATÓRIOS ----------------------------------------- 193
TABELA 33 – AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO MEIO FÍSICO.--------------------------------------------- 196
TABELA 34 – AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO MEIO BIÓTICO. ------------------------------------------ 197
TABELA 35 – AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO MEIO SÓCIO CULTURAL. ---------------------------- 198
TABELA 36 – MODELOS DE EQUAÇÕES DE SIMPLES ENTRADA À SEREM TESTADAS PARA O
AJUSTE DA EQUAÇÃO DE VOLUME.----------------------------------------------------------------------- 212
TABELA 37 – EQUIPE RESPONSÁVEL PELO INVENTÁRIO 100% E INSTALAÇÃO, MEDIÇÃO E
7
MANUTENÇÃO DAS PARCELAS PERMANENTES E ELABORAÇÃO DO POA ----------------- 213
TABELA 38 – DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE CORTE:----------------------------------------------- 214
TABELA 39 – DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE EXTRAÇÃO FLORESTAL E TRANSPORTE:
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 215
TABELA 40 – DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DO SETOR FLORESTAL DA SAKURA. --------- 217
TABELA 41 – DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE PARA CONTROLE E PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
(BRIGADA DE INCÊNDIO).-------------------------------------------------------------------------------------- 218
TABELA 42 - A RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA A SER UTILIZADOS POR CADA
TRABALHADOR EM CAMPO: ---------------------------------------------------------------------------------- 220
TABELA 43 – DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A OPERAÇÃO DE
CORTE:--------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 223
TABELA 44 – DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A OPERAÇÃO DE
EXTRAÇÃO FLORESTAL:--------------------------------------------------------------------------------------- 224
TABELA 45 – DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A OPERAÇÃO DE
CARREGAMENTO E TRANSPORTE.------------------------------------------------------------------------ 224
TABELA 46 – DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA O
ACAMPAMENTO--------------------------------------------------------------------------------------------------- 225
TABELA 47 – CUSTOS DE OBRAS E INSTALAÇÕES E INFRAESTRUTURA:-------------------------- 229
TABELA 48 - CUSTOS DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E MÓVEIS PARA O ACAMPAMENTO 230
TABELA 49 – CUSTO DE INVENSTIMENTO EM TREINAMENTOS E CAPACITAÇÃO POR 5 ANOS.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 231
TABELA 50 – CUSTOS TOTAIS DE INVESTIMENTO: --------------------------------------------------------- 231
TABELA 51 – CUSTOS DE AQUISIÇÃO DA MADEIRA DA UMF II.----------------------------------------- 232
TABELA 52 – CUSTOS DO INVENTÁRIO A 100% -------------------------------------------------------------- 233
TABELA 53 – CUSTOS DE EXPLORAÇÃO E TRANSPORTE------------------------------------------------ 233
TABELA 54 – CUSTOS DE MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO DE INFRAESTRUTURA-------- 234
TABELA 55 – CUSTOS DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS PARA EXPLORAÇÃO ANUAL POR
UPA DO ÓLEO RESINA DE COPÁIBA----------------------------------------------------------------------- 234
TABELA 56 – CUSTOS TOTAIS ANUAIS POR UPA DA UMF II--------------------------------------------- 235
TABELA 57 – RECEITAS ANUAIS PREVISTAS POR UPA---------------------------------------------------- 235
TABELA 58– RECEITAS X DESPESAS ANUAIS PREVISTA POR UPA ---------------------------------- 236
TABELA 59 – RELAÇÃO BENEFÍCIO CUSTO PREVISTA POR UPA ------------------------------------- 236
TABELA 60 – CONSTRUÇÕES E INFRAESTRUTURA DO ACAMPAMENTO E RECOMENDAÇÕES
BASEADAS NAS NORMAS REGULAMENTADORAS-NR. --------------------------------------------- 260

8
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DA FLONA DO JAMARI EM RONDÔNIA, IDENTIFICANDO OUTRAS


FLONAS TAMBÉM INCLUÍDAS NO PLANO ANUAL DE OUTORGA 2007/08................................. 18
FIGURA 2 - MAPA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DA FLONA DO JAMARÍ. ...................................... 21
FIGURA 3 - MAPA DO RELEVO DA FLONA DO JAMARÍ.......................................................................... 22
FIGURA 4 - MAPA DE SOLOS DA FLONA DO JAMARÍ. .......................................................................... 25
FIGURA 5 - MAPA DE VEGETAÇÃO DA FLONA DO JAMARÍ. ................................................................ 27
FIGURA 6 - MAPEAMENTO DAS ESTRADAS NA FLONA DO JAMARI.............................................. 28
FIGURA 7 - MAPA DO ENTORNO DA FLONA DO JAMARI COM A LOCALIZAÇÃO DOS
ASSENTAMENTOS DO INCRA............................................................................................................. 32
FIGURA 8 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS AUTOMÁTICAS
DE SUPERFÍCIE QUE COMPÕEM A REDE DE ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS DE
RONDÔNIA (REMAR).............................................................................................................................. 33
FIGURA 9 - TEMPERATURA MÉDIA ANUAL ............................................................................................... 34
FIGURA 10 - PRECIPITAÇÃO TOTAL ANUAL............................................................................................. 36
FIGURA 11 - BALANÇO HÍDRICO NO MUNICÍPIO DE MACHADINHO D’OESTE (ESTAÇÃO
METEOROLÓGICA MAIS PRÓXIMA DA UMF II)............................................................................... 37
FIGURA 12 – MAPA DE SOLOS DA UMF II. ................................................................................................ 39
FIGURA 13 - MAPA DE VEGETAÇÃODA UMF II. ....................................................................................... 50
FIGURA 14 - DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO TOTAL DO ESTADO DE RONDÔNIA. ...... 53
FIGURA 15 - MAPA DE ZONEAMENTO AMBIENTAL DA FLONA DO JAMARÍ..................................... 63
FIGURA 16 - CARTA IMAGEM COM OS AMBIENTES FITOECOLÓGICOS, INFRAESTRUTURA
EXISTENTE E USO ATUAL DA UMF II. (MACROZONEAMENTO)................................................. 65
FIGURA 17 – TAMANHO E FORMA DOS CONGLOMERADOS E SUB UNIDADES. ........................... 67
FIGURA 18 – CARTA IMAGEM LAND SAT 232_66_2008, LOCANDO A FLONA DO JAMARI E
LIMITES...................................................................................................................................................... 69
FIGURA 19 – DEMARCAÇÃO DA UPA E ABERTURA DAS TRILHAS DE ORIENTAÇÃO NAS UT’S.
..................................................................................................................................................................... 97
FIGURA 20 – MEDIÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA FIGURA 21 - MEDIÇÃO DO CAP EM..... 100
FIGURA 22 - MODELO DAS PLACAS: ........................................................................................................ 101
FIGURA 23 – MAPEAMENTO DAS ÁRVORES MENSURADAS............................................................. 103
FIGURA 24 – MAPA COM DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS ÁRVORES MENSURADAS.................. 104
FIGURA 25 - COMO FAZER DESVIO AO LONGO DA ESTRADA ......................................................... 117
FIGURA 26 - O TRATOR SEGUINDO AS DEMARCAÇÕES NA FLORESTA....................................... 118
FIGURA 27 – TRATOR ABRINDO ESTRADA SECUNDÁRIA ................................................................. 119
FIGURA 28 – LIMPEZA DE RAÍZES, CIPÓS E TRONCOS NA ESTRADA ........................................... 120
FIGURA 29 – CAMINHOS DE FUGA............................................................................................................ 128
FIGURA 30 - TÉCNICA PADRÃO DE CORTE............................................................................................ 131
FIGURA 31 – PASSOS PARA ABATE DE ÁRVORES EM DIREÇÃO DESFAVORÁVEL AO
ARRASTE ................................................................................................................................................ 132
FIGURA 32 – LARGURA DA DOBRADIÇA. ................................................................................................ 133
FIGURA 33 - CORTE DE ÁRVORES COM TENDÊNCIA À RACHADURA. .......................................... 134
FIGURA 34 – PASSOS PARA CORTE DE ÁRVORES COM OCO......................................................... 135
FIGURA 35 – ESTIMATIVA DE OCO. .......................................................................................................... 135
FIGURA 36 - ETAPAS PARA O CORTE DE ÁRVORES COM DIÂMETRO GRANDE. ....................... 136
FIGURA 37 - ETAPAS PARA O CORTE DE ÁRVORES COM INCLINAÇÃO EXCESSIVA. .............. 137
FIGURA 38 - TÉCNICA DE CORTE PARA ÁRVORES COM SAPOPEMAS......................................... 137
FIGURA 39 - CORTE DE ÁRVORES INCLINADAS E COM SAPOPEMAS........................................... 138
FIGURA 40 - ELIMINAÇÃO DE OBSTÁCULO AO ARRASTE. ................................................................ 139
FIGURA 41 – PREGAR PLAQUETA NA BASE DO TRONCO ................................................................ 139
FIGURA 42 - USANDO O CAMINHO DE FUGA SEM OBSTÁCULOS E COM A MOTOSSERRA
DESLIGADA. ........................................................................................................................................... 140
FIGURA 43 - DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE AS EQUIPES. ....................................................................... 141
FIGURA 44 – BANNER PARA SINALIZAÇÃO DA ÁREA DE ABATE..................................................... 142
FIGURA 45 - DEMARCAÇÃO E ABERTURA DOS RAMAIS DE ARRASTE. ........................................ 149

9
FIGURA 46 - CORTE DAS ÁRVORES ATRAVESSADAS NOS RAMAIS DE ARRASTE PROJETADO.
................................................................................................................................................................... 150
FIGURA 47 – MAPA DE ARRASTE MOSTRANDO A SITUAÇÃO FINAL DAS ÁRVORES A SEREM
ARRASTADAS ........................................................................................................................................ 151
FIGURA 48 - TIPOS DE TRATOR PARA O ARRASTE............................................................................. 152
FIGURA 49A E 49B - GUINCHO E TORRE ACOPLADOS AO TRATOR............................................... 153
FIGURA 50 - MODELO DE ESTROPOS E CABOS A SEREM CONECTADOS NO CABO PRINCIPAL
................................................................................................................................................................... 154
FIGURA 51 - SEQÜÊNCIA DO ARRASTE DAS TORAS. ......................................................................... 155
FIGURA 52 - DESENGATE E EMPILHAMENTO DAS TORAS................................................................ 156
FIGURA 53 – REMOÇÃO DOS OBSTÁCULOS. ........................................................................................ 157
FIGURA 54 – COMO GUINCHAR A TORA PRÓXIMA AO TOCO. ......................................................... 158
FIGURA 55 - OPERAÇÃO PARA DESVIAR A TORA DE OBSTÁCULOS DURANTE O
GUINCHAMENTO. ................................................................................................................................. 158
FIGURA 56 – DEMARCAÇÃO DO PÁTIO DE ESTOCAGEM .................................................................. 167
FIGURA 57 - QUEBRA E RASPAGEM DO MATERIAL VEGETAL PARA AS EXTREMIDADES DO
PÁTIO........................................................................................................................................................ 168
FIGURA 58 – MODELO DE PLACA A SER PREGADO NA TORA APÓS O ROMANEIO DE PÁTIO,
POSSIBILITANDO O RASTREAMENTO DA MESMA (CADEIA DE CUSTÓDIA)...................... 169
FIGURA 59 – ESQUEMA DE MEDIÇÕES PARA A CUBAGEM RIGOROSA DA GALHADA ............. 186
FIGURA 61 - TIPOS DE COLORAÇÃO MAIS COMUNS PARA O ÓLEO-RESINA DE COPAÍBA. ... 190
FIGURA 62 – PARÂMETROS A SEREM CONSIDERADOS PARA AVALIAÇÃO DOS DANOS NAS
ÁRVORES REMANESCENTES ........................................................................................................... 194
FIGURA 63 - ESQUEMA DE UMA PARCELA PERMANENTE DE MONITORAMENTO..................... 201
FIGURA 64 – ESQUEMA DE SUB-PARCELA DE 10 X 10 M PARA MEDIÇÃO DAS ÁRVORES
(DAP≥ 10,0 CM) E ARVORETAS (DAP 5,0-9,9 CM) ........................................................................ 201
FIGURA 65 – ESQUEMA DE SUB-PARCELA DE 5 X 5 M (MEDIÇÃO DE VARAS 2,5 CM ≤ DAP <
5,0 CM ) .................................................................................................................................................... 202
FIGURA 66 – ESQUEMA DE SUB-PARCELA FAIXA DE 5 X 1 M (CONTAGEM DAS MUDAS,
ALTURA SUPERIOR A 30 CM E DIÂMETRO < 2,5 CM)................................................................. 202
FIGURA 67 – MODELO ESQUEMÁTICO DE DEMARCAÇÃO DE PARCELA PERMANENTE. ........ 203
FIGURA 68 - MODELO DE PLACAS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ÁRVORES................................... 204
FIGURA 69 - MODELO DE PLACAS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ÁRVORES COM MAIS DE UM
FUSTE. ..................................................................................................................................................... 204
FIGURA 70 – ÁRVORES COM MAIS DE UM FUSTE ( B) E REBROTOS (A) A SEREM MARCADOS
................................................................................................................................................................... 205
FIGURA 71 - LOCALIZAÇÃO DAS ÁRVORES NA PARCELA, POR MEIO DAS COORDENADAS
CARTESIANAS ....................................................................................................................................... 206
FIGURA 72 - DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DE MEDIÇÃO DA ÁRVORE AMOSTRA PARA
CUBAGEM RIGOROSA PELO MÉTODO DE SMALIAN ................................................................. 211

10
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AAVC – Atributos de Alto Valor de Conservação.


APP – Área de Preservação Permanente
CAP – Circunferência a Altura do Peito
CONAMA – Conselho nacional de Meio Ambiente
DAP – Diâmetro a Altura do Peito
DMC – Diâmetro Mínimo de Corte
DOF - Documento de origem Florestal
EMATER /RO – Associação de Assistencia Tecnica e Extensão Rural do Estado
de Rondônia
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EPI – Equipamento de Proteção Individual
ERSA – Estanho de Rondônia S.A.
FLONA – Floresta Nacional
HCV – Alto Valor de Conservação
IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
IDARON – Agência de Defesa Sanitária Agrosilpastoril do Estado de Rondônia
IFT – Instituto Floresta Tropical
IMAZOM – Instituto Homem e Meio Ambiente da Amazônia
IN – Instrução Normativa
INAM – Instituto Natureza Amazônica
MFT – Monitoramento de Florestas Tropicais
MMA – Ministério do Meio Ambiente
NR – Norma Regulamentadora
ONG – Organização não Governamental
PDM – Ponto de Medição
PMFS – Plano de Manejo Florestal Sustentado
POA – Plano Operacional Anual
PPRA – Programa de Prevenção e Riscos Ambientais

11
PREVEFOGO – Programa de Prevenção e Controle de Incêndios
SEDAM - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental-RO.
TI – Terra Indígena
TPI – Terra Preta de Indio
UMF – Unidade de Manejo Florestal
UPA – Unidade de Produção Anual
UT – Unidade de Trabalho

12
1.0. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1. CATEGORIA DO PMFS

1.1.1. Titularidade da Floresta

 FLORESTA PÚBLICA: UNIDADE DE MANEJO FLORESTAL II, FLONA DO

JAMARI/RO.
 CONTRATO DE GESTÃO Nº 01/2007.

 PROCESSO Nº 02000.002155/2007-91

1.1.2. Quanto ao detentor

PMFS em floresta pública, a ser executado pelo concessionário, com base em


contratos de concessão florestal.

1.1.3. Quanto ao ambiente predominante

PMFS em floresta de terra-firme.

1.1.4. Quanto ao estado natural da floresta manejada

PMFS de floresta primária.

1.1.5. Quanto aos produtos decorrentes do manejo

PMFS para múltiplos produtos:


 Madeira em tora

 Resíduos da exploração

 Óleo resina de copaíba

13
1.1.6. Quanto à intensidade da exploração no manejo florestal para
a produção de madeira

PMFS Pleno, com a produtividade anual para o grupo de espécies comerciais


prevista de 0,86m3/ha/ano (Resolução nº 406/CONAMA/2009). Onde para o
ciclo de corte previsto (30 anos), a intensidade máxima de exploração será de
25,80 m³/ha.

1.2. RESPONSÁVEIS

1.2.1. Requerente/Detentor

Nome: SAKURA – IND. E COMÉRCIO DE MADEIRAS LTDA - ME.


Endereço: Rua Mutum, s/n, Setor Industrial, Cujubim-RO.
CNPJ: 04.499.472/0001- 41.
Categoria: Serraria, Beneficiamento, Extrator e Comerciante de Madeira em
Toras.
Cadastro Técnico Federal : 189061
Telefone para contatos: (69) 3582-2176
Endereço eletrônico: madereira_sakura@hotmail.com

1.2.2. Responsável Técnico pela elaboração do Projeto:

Nome: Rafael de Souza Macedo


Endereço: Travessa Papagônia, 3797, Setor 02, Ariquemes – RO.
CREA: 3869/D-RO.
Fone: (69) 3535-4501
E-mail: florestal@florestalro.com.br

14
1.2.3. Responsável técnico pela execução do Projeto de Manejo

Nome: Rafael de Souza Macedo


Endereço: Travessa Papagônia, 3797, Setor 02, Ariquemes – RO.
CREA: 3869/D-RO.
Fone: (69) 3535-4501
E-mail: florestal@florestalro.com.br

1.2.4. Execução do projeto de manejo

Nome: SAKURA – IND. E COMÉRCIO DE MADEIRAS LTDA - ME.


Endereço: Rua Mutum, s/n, Setor Industrial, Cujubim-RO.
CNPJ: 04.499.472/0001- 41.
Categoria: Serraria, Beneficiamento, Extrator e Comerciante de Madeira em
Toras.
Cadastro Técnico Federal : 189061
Telefone para contatos: (69) 3582-2176
Endereço eletrônico: madereira_sakura@hotmail.com

1.3. OBJETIVOS DO PMFS

1.3.1. Objetivos gerais

O objetivo geral do presente plano de manejo florestal de uso múltiplo na


UMF II, é a utilização dos recursos florestais naturais da área de manejo com fins de
produção madeireira, exploração do óleo resina de copaíba e aproveitamento dos
resíduos florestais para usos diversos, tendo por preceitos o cumprimento à
legislação ambiental e do edital pertinente em todos seus aspectos e o compromisso
com a manutenção da qualidade ambiental, sustentabilidade econômica e
responsabilidade social da empresa. Pretende-se ainda a realização de convênios
com instituições públicas, privadas e ONG's (Organizações Não Governamentais),

15
para execução de pesquisas nas áreas de: monitoramento da fauna, silviculturais e
outras, objetivando harmonizar o manejo com o ambiente envolvido;

1.3.2. Objetivos específicos

Os principais objetivos específicos que se pretendem alcançar com este


projeto são:
 Adoção de técnicas de exploração florestal de impacto reduzido,
diminuindo assim o impacto negativo da exploração às áreas
remanescentes, aumentando a produtividade por unidade de área e
contribuindo com a sustentabilidade da floresta como área de produção
no longo prazo;
 Explorar as madeiras que estiverem dentro das especificações
apropriadas para o desdobramento, visando o abastecimento da
Madeireira Sakura, onde serão transformadas em: tábuas, caibros, ripas,
lambris e outros, de acordo com as características de cada espécie.
 Explorar as madeiras com boas características para laminados e
faqueados (Paineira, Sumaúma, Xixá, Amapá, sorva etc.), as quais serão
objeto de comercialização com indústrias que utilizem desse tipo de
matéria-prima, no Estado de Rondônia.
 Explorar os recursos não madeireiros, mais especificadamente o óleo
resina de copaíba, sempre levando em consideração a sustentabilidade
desse recurso, através de adoção de técnicas e procedimentos
adequados e tecnicamente recomendados;
 Aproveitar os resíduos florestais (Sapopemas, galhadas, destopos etc.)
resultante da exploração florestal para usos diversos;

16
2.0. INFORMAÇÕES SOBRE A UNIDADE DE MANEJO FLORESTAL

 NOME: FLORESTA NACIONAL DO JAMARI – RO.


 Decreto de criação nº. 90.224 de 25/09/1984.
 Contrato de Concessão Florestal entre a União e a empresa Sakura
Indústria e Comércio de madeiras Ltda.

2.1. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

A Flona do Jamari é uma unidade de conservação federal de uso sustentável


com aproximadamente 222 mil hectares (Figura 1 ). O Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade é o responsável pela gestão da área desta
Flona. O Serviço Florestal Brasileiro será o responsável pela gestão do lote
submetido à concessão florestal e/ou serviços. Na ficha técnica da Flona do Jamari
abaixo constam as informações resumidas da mesma:
 Nome: Floresta Nacional do Jamari
 Endereço: Rodovia RO-452 km 7,5 . Zona Rural . Itapuã do Oeste RO
 Telefone: (69) 3231-25941 . Fax: (69) 223-1642
 Área (ha): 215.000 ha (área constante no decreto de criação)
 223.086,27 ha (área identificada por meio de instrumentos mais
precisos), 225.799,7491 ha (área constante na Certidão de Inteiro Teor
expedida em 02 de julho de 1998, pelo Cartório de Primeiro Ofício de
Registro de Imóveis de Porto Velho)
 Municípios Abrangidos: Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste e
Cujubim.
 Estado: Rondônia
 Coordenadas Geográficas: Latitude 09 00’ 00" a 09 30.00" S,
Longitude 62 44’ 05" a 63 16.54" W
 Data de Criação e Número do Decreto: Decreto Lei nº.90.224, de 25
de setembro de 1984.
 Marcos Importantes (Limites): Ao Norte: Estação Ecológica Estadual
de Samuel, Imóvel Manoa e municípios Candeias do Jamari e Itapuã do
17
Oeste; A Leste: Município de Cujubim; Ao Sul: Municípios de Cujubim e
Itapuã do Oeste; A Oeste: Municípios de Candeias do Jamari, Itapuã do
Oeste e a Estação Ecológica Estadual de Samuel
 Bioma: Floresta Amazônica
 Distância da Sede aos Centros Urbanos mais Próximos:
o Itapuã do Oeste . 15 km
o Ariquemes . 90 km
o Candeias do Jamari . 100 km
o Porto Velho . 120 km
o Cujubim . 128 km
 Acesso à sede: Por via terrestre por meio da BR 364 e RO 452.
 Proprietário: Governo Federal
 Gestor da flona: I n s t i t u t o Chico Mendes de Conservação da
B iodiversidade
 Gestor da UMF II : Serviço F l orestal B rasileiro

FIGURA 1 - LOCALIZAÇÃO DA FLONA DO JAMARI EM RONDÔNIA, IDENTIFICANDO OUTRAS


FLONAS TAMBÉM INCLUÍDAS NO PLANO ANUAL DE OUTORGA 2007/08.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (2007).

18
2.1.1. Acesso

2.1.1.1. Descrição da Forma de Acesso a UMF II

O acesso à UMF II se dá apenas por via terrestre. O acesso a partir de


Porto Velho, no Trevo do Roque (Ponto P1: 402906m-E e 9030342m-N) é
feito pela BR-364, no sentido sul, onde se percorre um trecho de aproximadamente
150 km até a entrada da Linha C-105, que da acesso ao município de Cujubim
(Ponto P-2: 491889m-E e 8947031m-N). A seguir, pela linha C-105, no sentido
leste, percorre-se 42,21 km em estrada de terra até o Travessão B-90 (Ponto P-3:
535200m-E e 8949402m-N). Deste, converte-se a esquerda e percorre-se
aproximadamente 40,84 km pelo Travessão B-90 até o Travessão B-86 (Ponto
P-4: 535543m-E e 8989905m-N). Deste, converte-se a esquerda e percorre-se
aproximadamente 5,53 km até o Ponto P-5 (531217m-E e 8991546m-N), onde
converte-se a direita e percorre-se 5,66 km até o Ponto P-6 (531173m-E e
8997202m-N). Deste ponto, converte-se a esquerda e percorre-se 2,27 km até
a entrada da UMF II (Ponto P-7: 528999m-E e 8997032m-N).
Segue em anexo o croqui georreferenciado da via de acesso a UMF II (Anexo
13).

19
2.2. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE

2.2.1. Flona do Jamari

2.2.1.1. Clima

No estado de Rondônia predomina o clima tropical úmido e quente durante


todo o ano, com insignificante amplitude térmica anual. Segundo a classificação de
Köppen, esta área possui um clima do tipo Aw. Clima Tropical Chuvoso, com
período seco bem definido durante a estação de inverno, quando ocorre na região
um moderado déficit hídrico.
O período mais chuvoso ocorre no verão, que ocorre de outubro a abril,
enquanto que o período mais seco ocorre entre junho e agosto, sendo maio e
setembro os meses de transição.

2.2.1.2. Hidrografia

Na Flona do Jamari, os ambientes aquáticos encontrados são lóticos (ou


seja, de água corrente), formados pelas bacias dos rios Jacundá, Jamari e Rio
Preto do Crespo, como podem ser visto no mapa da Figura 2. A bacia do rio
Jacundá é a principal, cobrindo aproximadamente 79,27% da área. Nesta bacia, a
maioria das drenagens encontra-se bem preservadas, constituindo uma importante
área para conservação. Os ambientes lênticos (ou seja, de água parada), hoje
encontrados, foram formados a partir da exploração mineral que ocorre na Unidade
de Conservação.
A bacia do Rio Jamari cobre, aproximadamente, 16,86% da área da
Flona. O Rio Jamari é um afluente do Rio Madeira e teve sua hidrologia bastante
alterada em função da barragem da Usina Hidrelétrica de Samuel.
O Rio Preto do Crespo, um dos principais afluentes do Rio Jamari, cobre
aproximadamente 3,4% da área da Flona. O rio está localizado no extremo sul
da Unidade de Conservação e tem suas nascentes situadas fora dos limites da
Flona.

20
FIGURA 2 - MAPA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DA FLONA DO JAMARÍ.

Fonte: MMA/IBAMA (2005).

21
2.2.1.3. Relevo

A Flona do Jamari apresenta 93,2% de sua área com altitude inferior a 150
metros, sendo que apenas 6,8% possuem altitudes superiores a 150 metros. A
zona de manejo florestal possui 87,7% de sua área com altitude inferior a 150
metros e os 12,2% restantes apresentam altitudes superiores a 150 metros
(IMAZON/SFB, 2007) (Figura 3).

FIGURA 3 - MAPA DO RELEVO DA FLONA DO JAMARÍ.

Fonte: IMAZON/SFB (2007).


2.2.1.4. Solos

Para o Plano de Manejo da Flona do Jamari não foram realizados estudos


referentes aos solos da área. As informações apresentadas no Plano
(MMA/IBAMA, 2005) tiveram como base, dados contidos no Atlas Geoambiental
de Rondônia (SEDAM, 2002) e no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
da EMBRAPA (1999). O mapa apresentado na Figura 4 é baseado na classificação
dos solos constante no documento do Instituto de Terras de Rondônia (ITERON-
PLANAFLORO, 1998) e no Zoneamento Socio-econômico-Ecológico do Estado de
Rondônia, do ano 2000 (MMA/IBAMA, 2005). Conforme o mapa, seis são os tipos
de solos, distribuídos em quatro ordens primárias, existentes no interior da Flona,
sobre os quais serão tecidos breves comentários a seguir:
Latossolos (Latossolos no sistema da Embrapa; Oxisols no Sistema
Americano de classificação e Ferrasols no sistema da FAO)
No Estado de Rondônia foram registradas as seguintes sub-ordens: 1)
Latossolos Amarelos, coloração bruno-amarelado, baixo teor de ferro; 2) Latossolos
Vermelho-Amarelos, coloração vermelho-amarelo, teor de ferro intermediário; e 3)
Latossolos Vermelho, coloração vermelho-escuro. Antes essa sub-ordem era
conhecida como Latossolo Vermelho-Escuro, onde o teor de ferro é alto. Os
Latossolos Vermelho-Amarelos se apresentam em maior expressão, em torno de
26%, enquanto os outros dois se apresentam, individualmente, em 16% no Estado,
geralmente encontrados em relevo predominante plano e suave ondulado.
Os Latossolos são solos em avançado estágio de intemperização (bem
desenvolvidos), constituídos por material mineral; normalmente profundos (1 a 2
metros) ou muito profundos (mais de 2 metros), sendo a espessura do solum
raramente inferior a um metro. Variam de fortemente a bem drenados (a água
infiltra com facilidade), não havendo encharcamento, embora ocorram variedades
que têm cores pálidas, de drenagem moderada ou até mesmo imperfeitamente
drenada, transicionais para condições de maior grau de gleização. São, em geral
solos fortemente ácidos, com baixa saturação por bases. Ocorrem, todavia, solos
com média e até mesmo alta saturação por bases, encontrados geralmente em
zonas que apresentam estação seca pronunciada, como, também, em solos
formados a partir de rochas básicas. A fertilidade natural de baixa a muito baixa,

23
constitui a principal limitação de uso agrícola, necessitando de correção e
adubação, exceto a subordem Latossolo Vermelho em que predomina fertilidade
natural média a alta.
Na FLONA foram encontrados três tipos desta ordem de solos:
Latossolos Vermelho-Amarelos Distróficos: Solos com matiz 5YR ou
mais, vermelhos e mais amarelos que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100cm
do horizonte B (inclusive BA), com saturação por base baixa (V < 50%) na maior
parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). Estes solos são os mais
representados na FLONA, ocorrendo nas ZMF-1, -2 e -3, assim como em
parte da Zona de Conservação.
Latossolos Amarelos Distróficos: Solos com matiz mais amarelo que 5YR
na maior parte dos primeiros
100cm do horizonte B (inclusive BA), apresentando baixa saturação por base
(V < 50%) na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive BA). Ocorre
na ZMF-4, na borda este da FLONA.
Latossolos Vermelho-Escuro Distróficos: Solos com matiz 2,5 YR ou
mais vermelhos na maior parte dos primeiro 100 cm do horizonte B (inclusive BA),
com saturação por base baixa (V < 50%) na maior parte dos primeiros 100 cm do
horizonte B (inclusive BA).

24
FIGURA 4 - MAPA DE SOLOS DA FLONA DO JAMARÍ.

Fonte: MMA/IBAMA (2005).

2.2.1.5. Vegetação

Os levantamentos sobre a vegetação na Flona do Jamari apontaram a


ocorrência de 250 espécies distribuídas em 55 famílias (MMA/IBAMA, 2005). Na
Unidade, segundo a classificação fitofisionômica-ecológica do IBGE (Veloso et alli.
1991), prevalece a Floresta Tropical Ombrófila Densa, com fasciações de
Floresta Ombrófila Aberta, que podem apresentar-se com predominância de
palmeiras ou com cipós. Este tipo de vegetação é caracterizado pela riqueza de
indivíduos arbóreos espaçados, podendo ou não apresentar grupamentos de
palmeiras e riqueza de lianas lenhosas e epífitas. O sub-bosque é composto
predominantemente por plântulas e árvores jovens das espécies dos extratos
superiores.

25
Na Flona do Jamari este tipo vegetacional foi subdividido em cinco
formações naturais, sendo duas de terra firme e três aluviais, ordenadas segundo
hierarquia topográfica. As formações de terra firme - Floresta Ombrófila das Terras
Baixas e Floresta Ombrófila Submontana - ocupam mais de 95% da Unidade,
recobrem áreas de relevo variado e diferenciam-se em função das faixas
altimétricas e da topografia em que ocorrem. As formações aluviais - Florestas de
Várzea, Baixio e Buritizal - diferenciam-se em sua fisionomia e florística em
função do padrão de inundação/drenagem a que cada uma está submetida
(MMA/IBAMA, 2005). O mapa de vegetação da Flona é apresentado na Figura
5.
Apesar da homogeneidade topográfica e a cobertura florestal relativamente
uniforme, verifica-se a presença de habitats peculiares, como os
afloramentos dos Granitos Rondonianos, encontrados com freqüência nos platôs
da área de Santa Bárbara. Esses afloramentos rochosos e suas áreas de entorno
são recobertos por vegetação rupestre peculiar e diferenciada da matriz florestal
regional. Caracterizam esse habitat a palmeira Pupunha-de-porco (Syagrus inajaí),
os arbustos Maniva-de-viado (Manihot cf. esculenta), Pseudobombus,
Abarema piresii e a herbácea Phaseolus adenanthus. É comum nessas
formações, a ocorrência de espécies de caráter endêmico, devido ao isolamento
físico (e conseqüentemente, o isolamento genético) em relação a outras áreas
similares.
Algumas espécies encontradas na Flona possuem distribuição restrita.
Como exemplo, alguns indivíduos espaçados de Cocoloba-da-folha-grande
(Coccoloba sp.), espécie que possui a maior folha entre as dicotiledônias da
Amazônia e do Brasil (Guinnes Book, 1997), são encontrados em diferentes áreas
de floresta secundária dentro da Unidade. A Mungubarana (Huberodendron
swietenoides), também é uma espécie com distribuição restrita a Amazônia
Sul-Ocidental, sendo provavelmente endêmica para a bacia do Rio Madeira.
Algumas espécies têm grande importância econômica, tornando-se muito
raras na região, como a Itaúba (Mezilaurus itauba), o Cedro (Cedrela odorata), a
Macacaúba (Platymiscium duckei) e Cerejeira (Torresia acreana).

26
FIGURA 5 - MAPA DE VEGETAÇÃO DA FLONA DO JAMARÍ.

Fonte: MMA/IBAMA (2005).

2.2.1.6. Infraestrutura

A Flona do Jamari é dotada de um total de 126,28 km de estradas. Destes,


93,41 km são estradas não-oficiais e 32,86 km são estradas oficiais. Na Zona de
Manejo Florestal, foram mapeados 38,57 km de estradas não-oficiais e 21,53 km de
estradas oficiais (IMAZON/SFB, 2007) (Figura 6).
O Instituto Chico Mendes mantém uma Sede Administrativa com escritório e
duas construções que servem de alojamento e moradia oficial. O escritório foi
parcialmente reformado recentemente, faltando ainda a reforma da parte elétrica
e hidráulica. As outras duas construções necessitam de reparos gerais.
Existe uma rede elétrica da empresa mineradora com energia fornecida
pela CERON - Centrais Elétricas de Rondônia. Quando ocorre falta de energia, esta
é suprida por energia gerada por motores a diesel da empresa mineradora. Não há

27
bares ou restaurantes, e as refeições dos funcionários da mineradora são
fornecidas pela própria empresa.
FIGURA 6 - MAPEAMENTO DAS ESTRADAS NA FLONA DO JAMARI.

Fonte: IMAZON/SFB ( 2007).

As estradas foram identificadas e mapeadas com ajuda de imagens de


satélite do ano 2007. As estradas foram classificadas em três categorias: oficiais,
não-oficiais e em assentamentos. As estradas oficiais foram as que coincidiram
comos mapas de estradas federais e estaduais do IBGE e DNIT (Departamento
Nacional de Infra-Estrutura e Transportes), 2001. As estradas em assentamentos
estão localizadas dentro dos limites dos assentamentos de reforma agrária e
projetos de desenvolvimento sustentável (PDS) criados pelo Incra. As estradas
restantes foram classificadas em não-oficiais (IMAZON – SFB, 2007).

28
2.2.1.7. Municípios Abrangidos pelos Lotes de concessão

As Unidades de Manejo UMF I e UMF II encontram-se integralmente no


Município de Itapuã do Oeste. A UMF III (ZMF4 do Plano de Manejo) também se
localiza em sua maior parte em Itapuã do Oeste, com exceção de 9,95% de sua
área (4.403,9 ha) que pertence ao Município de Cujubim.

2.2.1.7.1. Descrição do Entorno da FLONA

2.2.1.7.1.1. Caracterização dos Ecossistemas da Zona de


Amortecimento

O entorno ou Zona de Amortecimento da Flona do Jamari, encontra-se


descaracterizado em relação a sua cobertura florestal original. Exceto em sua
face norte, onde se limita com a Estação Estadual Ecológica de Samuel, a
floresta encontra-se cercada por áreas com altas taxas de desmatamento e uso
de fogo para atividades agropecuárias, ocasionando impactos ecológicos
negativos à Flona pelo processo de fragmentação e efeitos de borda. Na face
oeste, a Flona faz contato com as áreas fortemente antropizadas próximas à BR-
364. Ao sul, limita-se com assentamentos e com grandes fazendas com extensas
áreas de pastagens. A leste, a Flona se limita com o fundo de lotes de estradas
secundárias e assentamentos, alguns recentes. Nesta região, o desmatamento, as
queimadas e a extração ilegal de madeira são atividades recorrentes.

2.2.1.7.1.2. Infraestrutura Básica na Área Rural

Nos municípios em torno da Flona do Jamari, existem problemas de


infra-estrutura nas estradas e no sistema de energia elétrica, além de carência nos
setores de educação e saúde. Daremos destaque aos municípios de Itapuã e
Cujubim, posto que a UMF-ll, licitada pelo detentor do presente projeto de manejo
localiza-se toda no município de Itapuã, e a sede da empresa licitante no município
de Cujubim.

29
 ITAPUÃ DO OESTE

O Município de Itapuã do Oeste possui uma área territorial de 4.081


km² e população de 7.905. Para atender a essa comunidade, o serviço de saúde
possui hoje apenas dois estabelecimentos de saúde municipal, sem internação.
No que se refere à educação, existem: dois estabelecimentos de ensino pré-
escolar municipal, com 266 alunos matriculados, 09 estabelecimentos de ensino
fundamental, sendo 02 escolas estaduais e 07 escolas municipais, com 2.018 alunos
matriculados e um estabelecimento de ensino médio estadual, com 275 alunos
matriculados.
A economia do município aponta para uma discreta produção bovina, com um
rebanho de aproximadamente 78.578 cabeças para corte e mais uma pequena
produção leiteira (2340 l), além de uma produção de 146 T de café e 910 T de arroz,
810 T de soja, 198 T de milho e 3300 T de mandioca; destacando-se ainda produção
de outras lavouras temporárias como coco , abacaxi, etc., além de criações também
discretas de ovinos, caprinos, suínos e aves. Não existem no município instituições
financeiras ou agências bancárias, e a atividade empresarial é pequena,
destacando-se o comércio (IBGE/2007).

 CUJUBIM

O município de Cujubim possui uma área territorial de 3.864 km², a população


total do Município é de 13.857 habitantes. Os serviços de saúde disponibilizam
quatro unidades de saúde municipal, sem internação. Quanto à educação, existe
no município: 01 estabelecimento de ensino pré-escolar municipal com 199 alunos
matriculados, 6 de ensino fundamental, sendo 5 municipais com 2.367 alunos
matriculados e 1 estadual com 498 alunos matriculados; conta ainda com 1 escola
estadual de ensino médio com 442 alunos matriculados.
Similarmente ao município de Itapuã, em Cujubim também a pecuária é
discreta com um rebanho estimado em 66.078 cabeças, contando ainda com um
pequeno rebanho suíno 2.429 cabeças, além de unidades esparsas de criadouros
de ovinos, caprinos e aves. A atividade agrícola é discreta, com produção de 2.125 T

30
de arroz e 780 T de milho, entretanto é na atividade industrial, sobretudo na indústria
madeireira, que o município encontra seu melhor desempenho. Existem no
município 57 empreendimentos industriais que respondem por um número de 549
empregos diretos, além de fomentar toda uma cadeia de comércio e serviços, outra
considerável atividade econômica local. (IBGE / 2007)

2.2.1.7.1.3 - Socioeconomia e População do entorno da FLONA

Na população do entorno há um número significativo de migrantes que


ainda está criando raízes no lugar, majoritariamente formada de migrantes de
outros municípios do Estado, sendo que aproximadamente um em cada quatro
moradores do entorno é proveniente de outro Estado. No estudo socioeconômico
realizado em 2004 para a elaboração do Plano de Manejo da Flona, constatou-se
que apenas 4,6 % dos entrevistados moravam ali há mais de 20 anos e apenas
28,4% residiam há mais de 10 anos. Tal fato pode ser observado de maneira
mais acentuada em Cujubim que teve um crescimento populacional na ordem de
112% entre os anos de 2000 e 2007, segundo dados do IBGE.
No entorno da Flona existem vários assentamentos (PA) do INCRA,
principalmente no Município de Cujubim, onde oficialmente foram criados Cujubim
I e II, Agostinho Becker, Renascer e Projeto Fundiário Jaru/Ouro Preto. Em
Itapuã do Oeste, existem os assentamentos: Vale do Jamari e Rio Preto do
Candeias. Em Candeias do Jamari existe o assentamento florestal PAF-Jequitibá,
oficialmente criado em julho de 2007. Veja o mapa da Figura 7.
Na área rural encontram-se também fazendas para criação de gado, em
muitos dos casos constituídas pela venda pelos assentados de seus lotes.
Existem também na área, especialmente em Itapuã do Oeste, imóveis grandes
que não foram desapropriados. Mesmo assim, o predomínio é dos pequenos lotes.
A maioria dos assentados possui lotes de 50 ha.
Apesar do esforço do INCRA, a situação fundiária, para a maioria dos
agricultores familiares, especialmente de Itapuã do Oeste, não está definida, pois
são apenas posseiros. No estudo para o Plano de Manejo da Flona foi detectado
que quase 80% dos entrevistados não detinham títulos definitivos em Cujubim,
exceto na Linha 86, próxima à Unidade, onde a regularização fundiária está em

31
melhor situação. Nesta linha, das 1.726 parcelas localizadas nos assentamentos,
75% já têm título definitivo. A falta de regularização das terras é geradora de
inúmeros problemas, como a impossibilidade de obtenção de licença para
desmatamento e de acesso ao crédito rural ou a programas sociais.

FIGURA 7 - MAPA DO ENTORNO DA FLONA DO JAMARI COM A LOCALIZAÇÃO DOS


ASSENTAMENTOS DO INCRA.

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro(2007).

2.2.2. Descrição do ambiente da UMF II

2.2.2.1. Meio Físico

2.2.2.1.1. Clima

Segundo a classificação de Köppen, o clima predominante no Estado e na


UMF II é do tipo Aw - Clima Tropical Chuvoso, com média climatológica da
temperatura do ar durante o mês mais frio superior a 18 °C (megatérmico) e um

32
período seco bem definido durante a estação de inverno, quando ocorre no Estado
um moderado déficit hídrico com índices pluviométricos inferiores a 50 mm/mês.
A média climatológica da precipitação pluvial para os meses de junho, julho e
agosto são inferior a 20 mm/mês. Em razão de estar sob a influência do clima Aw, a
média anual da precipitação pluvial varia entre 1.400 a 2.600 mm/ano, enquanto a
média anual da temperatura do ar varia entre 24 a 26 °C.
A estação meteorológica de Machadinho D’Oeste está localizada a
aproximadamente 89,0 km da UMF II, sendo a estação mais próxima da mesma
(Figura 8).

FIGURA 8 - DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS


AUTOMÁTICAS DE SUPERFÍCIE QUE COMPÕEM A REDE DE ESTAÇÕES
METEOROLÓGICAS DE RONDÔNIA (REMAR).

UMF II

Fonte: Boletim climatológico de Rondônia (2006).

33
 Temperatura

As altitudes relativamente baixas no Estado pouco alteram o comportamento


da temperatura. O estado apresenta pequena amplitude térmica anual, porém a
amplitude térmica diária é mais elevada. O Estado de Rondônia encontra-se
localizado em uma zona de transição entre a região equatorial e a região tropical,
onde normalmente a temperatura do ar é elevada e uniforme ao longo do ano.
Efetuando uma análise da distribuição da temperatura do ar, verificou-se que, a
temperatura média anual foi de 25,2 ºC. A temperatura média anual do município de
Porto Velho e da UMF II, foi a mais elevada com média de 25,9 ºC, conforme Figura
9.

FIGURA 9 - TEMPERATURA MÉDIA ANUAL

Fonte: Boletim climatológico de Rondônia (2006).

34
 Circulação Atmosférica

Em Rondônia atuam três massas de ar com grande freqüência, a massa


Tropical continental (mTc), a massa Equatorial continental (mEc) e a massa
Equatorial atlântica (mEa) e uma de forma bastante esporádica que é a massa
Polar atlântica (mPa).

 Precipitação

Em virtude dos sistemas de circulação atmosféricos que atuam em toda a


região Amazônica, a pluviosidade é outra característica marcante deste tipo
climático, com grande volume de chuvas, normalmente ultrapassando os 2000 mm
anuais, na UMF II a precipitação aproximada foi 2350 mm (Figura 10) concentrados
em um período chuvoso que se estende de outubro a maio, sendo que os meses
restantes são marcados pela baixa pluviosidade e até mesmo pela ausência de
chuvas nos meses de junho a setembro, caracterizado por índice pluviométrico
baixo, média do período inferior a 100 mm, amplitude térmica alta e reduzida
formação de nuvens. Possui também umidade relativa do ar em torno de 83%.

35
FIGURA 10 - PRECIPITAÇÃO TOTAL ANUAL.

Fonte: Boletim climatológico de Rondônia (2006).

 Balanço Hídrico

O balanço hídrico é um método para se calcular a disponibilidade de água no


solo e considera a precipitação, a ETP e a capacidade de armazenamento de água
no solo. O excedente hídrico é observado no período compreendido entre os
meses de dezembro a abril. Neste período o escoamento superficial (Run off)
aumenta provocando as cheias dos rios e ocasionando seu transbordamento em
alguns pontos. Na estação meteorológica mais próxima da UMF II, o déficit hídrico
ocorre entre maio e setembro, sendo os meses de julho e agosto apontado como o
período mais crítico. A partir de outubro e novembro passa a ocorrer reposição de
água no solo e elevação do nível do lençol freático (Figura 11).

36
FIGURA 11 - BALANÇO HÍDRICO NO MUNICÍPIO DE MACHADINHO D’OESTE (ESTAÇÃO
METEOROLÓGICA MAIS PRÓXIMA DA UMF II)

Fonte: Boletim climatológico de Rondônia (2006).

A síntese dos dados climáticos do município de Machadinho D’Oeste,


estação metereológica mais próxima da UMF II pode ser vista na TABELA 1.

TABELA 1 – VALORES MÉDIOS DE TEMPERATURA DO AR, UMIDADE RELATIVA DO AR,


PRECIPITAÇÃO, VENTO, RADIAÇÃO SOLAR E PRESSÃO ATMOSFÉRICA
REGISTRADOS NA ESTAÇÃO DE MACHADINHO D’OESTE DURANTE O ANO DE
2006.

Fonte: Boletim climatológico de Rondônia (2006).

37
2.2.2.1.2. Solos da UMF II

Segundo a classificação da EMBRAPA (1999), em mapeamento feito


em escala 1:75.000, as unidades de solos na área da UMF II ocorrem como um tipo
de associação de solo conforme mostra a Figura 12 e a descrição abaixo:

38
FIGURA 12 – MAPA DE SOLOS DA UMF II.

E S C A L A 1 :1 8 0 0 0 0

P R O J E Ç Ã O U N IV E R S A L T R A N S V E R S A D E M E R C A T O R
D A T U M H O R IZ O N T A L : S A D 6 9
M E R ID IA N O C E N T R A L : 6 3 º W .G R

CO N V E N CÕ E S:

PO D Z Ó L ICO D ISTRÓ FICO (4.774,4323 ha )

LAG O

L AT O SSO L O V E RM E LH O -A M A RE LO D IST RÓ FICO (17.493,1385 ha )

L AT O SSO L O V E RM E LH O D IST RÓ FICO (9.724,1643 ha )

E SPO D O SSO L O D IST RÓ FICO (79,5128 ha )

39
 PODZÓLICO DISTRÓFICO – (4.774,4323 ha da área da UMF II) São
solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B
textural com argila de atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte
A ou E. Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelhos nos primeiros 100 cm
do horizonte B (exclusive BC). Solos com saturação por bases baixas (V
< 50%) na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive
BA).
 LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO DISTRÓFICO – (17.493,1385 ha
da área da UMF II) São solos constituídos por material mineral,
apresentando horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer
tipo de horizonte A, dentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de
300 cm, se o horizonte A apresenta mais que 150 cm de espessura.
Solos com matiz 5YR ou mais vermelho e mais amarelos que 2,5YR na
maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA). Solos
com saturação por bases baixas (V < 50%) na maior parte dos primeiros
100 cm do horizonte B (inclusive BA).
 LATOSSOLO VERMELHO DISTRÓFICO – (9.724,1643 ha da área da
UMF II) São solos constituídos por material mineral, apresentando
horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de
horizonte A, dentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de 300
cm, se o horizonte A apresenta mais que 150 cm de espessura. Solos
com matiz 2,5YR ou mais vermelho na maior parte dos primeiros 100 cm
do horizonte B (inclusive BA). Solos com saturação por base baixa (V<
50%) na maior parte dos 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
 ESPODOSSOLO DISTRÓFICO – (79,5128 ha da área da UMF II) São
solos constituídos por material mineral com horizonte B espódico
subjacente a horizonte eluvial E (álbico ou não), ou subjacente a
horizonte A, que pode ser de qualquer tipo, ou ainda, subjacente a
horizonte hístico com menos de 40 cm de espessura. Apresentam,
usualmente, seqüências de horizontes A, E, Bh ou Bs e C, com nítida
diferenciação de horizontes.

40
2.2.2.1.3. Hidrografia

A rede hidrográfica do Estado de Rondônia é representada pelo rio Madeira e


seus afluentes, que formam oito bacias significativas: Bacia do Guaporé, Bacia do
Mamoré, Bacia do Abunã, Bacia do Mutum-Paraná, Bacia do Jacy-Paraná, Bacia
do Jamari, Bacia do Ji-Paraná e Bacia do Aripuanã. O rio Madeira, principal
afluente do rio Amazonas, tem 1.700 km de extensão em território brasileiro e
vazão média de 23.000 m³ por segundo. É formado pelos rios Guaporé, Mamoré
e Beni, originários dos planaltos andinos, e apresenta dois trechos distintos em
seu curso, denominados Alto e Baixo Madeira.
A área da UMF II é drenada pelo Rio Jacundá, Igarapé Repartimento,
Igarapé braço direito do forquilha, Igarapé São Pedro, Santa Maria, dentre outros. A
rede de drenagem apresenta-se bem distribuída, estando presente em praticamente
toda a área.

2.2.2.1.4. Relevo

O relevo do Estado de Rondônia é constituído por planícies e planaltos


baixos, sendo que sua altitude pode variar desde 90 até 1000 metros. A maior
parte do Estado, cerca de 94% é distribuída na faixa mais baixa entre 100 e 600
metros, e os 6 % restantes nos níveis mais altos, entre 600 e 1000 metros.
A área da UMF II é caracterizada por um relevo suave com algumas
variações para pouco acidentado, como é comum para os padrões da região,
marcada pela presença de linhas de Serra, como a Serra do Jucundá e Serra do
Curica.
Ao longo das áreas serranas, verificam-se as maiores altitudes,
observando-se, em média, valores de 130 metros, chegando, no entanto, a mais de
200 metros na serra do Curica.

2.2.2.1.5. Geologia e Geomorfologia

Segundo o Plano de Manejo da Flona do jamari (MMA/IBAMA, 2005), na área


correspondente à UMF II e demais áreas da Floresta Nacional do Jamari e sua

41
Zona de Amortecimento (ZA) há a predominância das Unidades Denudacionais, do
tipo Superfície de Aplainamento Nível II. Esta superfície constitui uma unidade com
ampla distribuição na área, ocorrendo sobre rochas do embasamento cristalino. As
cotas atingidas por esta superfície distribuem-se no intervalo de 200 a 300 metros,
apresentando igualmente uma densidade variável de inselberges.
Localmente, identificaram-se cinco feições geomorfológicas principais:
Superfícies Tabulares (S1), Agrupamentos de Morros e Colinas (D3), Superfície de
Aplainamento (D2), Planícies Inundáveis e Vales (A3), Depressões, Lagos,
Deltas/Cones (A1).
Os embasamentos pré-rondonianos, granitos jovens de Rondônia, Formação
Detrítica Solimões, Terraços Fluviais Pleistocênicos e Coberturas Quaternárias-
Neogênicas, são as formações que ocorrem na FLONA.

2.2.2.2. Meio Biótico

2.2.2.2.1. Fauna

Segundo o Plano de manejo da Flona do Jamari (MMA/IBAMA, 2005) A Fauna


que ocorre na FLONA e consequentemente na UMF II é a associada aos ambientes
de Floresta Tropical existentes. Para verificar as espécies que ocorrem na área e o
status de conservação das populações, foram realizados levantamentos da
mastofauna, avifauna, ictiofauna e herpetofauna. Como resultado desses
levantamentos e de dados pretéritos, estima-se a presença de 101 espécies de
mamíferos, 151 de aves, 183 de peixes, 167 de anfíbios e répteis, totalizando 602
espécies de vertebrados. A continuidade dos projetos de pesquisas e de
monitoramento ambiental certamente enriquecerá esta lista e revelará novos dados
e descobertas para a Floresta Nacional e sua ZA.
Dentre as espécies de mamíferos de maior destaque, podemos citar 03 (três):
Gato-maracajá, Leopardus wiedii (vulnerável); Onça-pintada, Panthera onça
(vulnerável); e Tamanduá-bandeira, Myrmecophaga tridactyla (vulnerável),
constantes da lista de espécies brasileiras ameaçadas de extinção.

42
A existência de Saguinus fuscicollis e Callithrix emiliae, duas espécies de
pequenos primatas, chama a atenção dos pesquisadores, tendo em vista que a
existência das duas juntas é pouco comum, apesar da primeira espécie estar ligada
à área mais densamente florestada e a segunda a capões de mata, pois estes
primatas costumam competir muito, tanto por ambientes como por alimentação, o
que sugere que a área ainda possui variedades nesses dois itens para estas
espécies.
Vários outros mamíferos foram observados, tais como: Cuíca Caluromys
lanatus, Gambá Bradyphis marsupialis, Furão Galictis vittata, Jaguatirica Leopardus
pardalis, Onça parda, Puma concolor, Queixada Tayassu pecari, Paca Agouti paca,
Morcego Glossophagus sp.
Os levantamentos de avifauna realizados detectaram a presença de 151
espécies de aves, distribuídas em 43 famílias.
Das espécies encontradas durante os levantamentos, consta da lista nacional
das espécies de aves da fauna brasileira ameaçadas de extinção, indicada como
espécie vulnerável, o Araçari-de-nuca-vermelha, Pteroglossus bitorquatus.
Dentre as 43 famílias de aves observadas, a que tem o maior número de
espécies é a família Emberezidae com 18 (dezoito), onde podemos destacar a
graúna Neocheliidon tibialis; Sanhaço-cinzento, Thraupis episcopus e o Pipira-de-
bico-vermelho, Lamprospiza melanoleuca.
Apesar da maioria dos ambientes da Unidade ainda conterem extensões
consideráveis de mata, estas se apresentam pobres em relação à diversidade de
espécies de aves.
A caça na região exerce mais pressão em exemplares das famílias Tinamidae
(Azulona Tinamus tao e Inambus Crypturellus sp.), Cracidae (Jacuaçu, Penelope
jacguacu e Mutum-cavalo, Mitu tuberosa) e Anatidae (Pato-do-mato, Cairina
moschata e Marreca cabocla, Dendrocygna autumnalis).
Durante os levantamentos de ictiofauna, foram observadas 33 espécies de
peixes. Entretanto, dados secundários para as regiões da Unidade apontaram para
uma lista contendo 183 espécies.
A Floresta Nacional apresenta áreas de ambiente aquático associado à
presença de buritizal, brejo ou alagado, propícios a uma ictiofauna composta por

43
pequenos ciclídeos como Cará, Apistogramma sp. e outros Characiformes de
pequeno porte.
Em um igarapé associado à Floresta Ombrófila Aberta, com aparente boa
diversidade ictiológica, foram coletadas espécies das ordens Characiformes (Peixe-
lápis, Nannostomus sp. e outros caracóides de pequeno porte, tetras), Perciformes .
ciclídeos (Cará, Cichlassoma sp.), Gymnotiformes (Ituvirá, Eigenmannia sp.) e
Siluriformes (um pequeno cascudo que não pôde ser identificado). Foram coletados
representantes das principais ordens de peixes neotropicais num período muito curto
de tempo em plena época da cheia, o que dá margem a se fazer uma inferência
sobre as boas condições desse ambiente.
Associados aos ambientes lóticos foram amostradas espécies como o Peixe-
folha, Monocirrhus poliacanthus; o Cará, Mesonauta sp.; o Cruzeiro-do-sul,
Hemiodus sp., Characidium sp., Axelrodia sp, Pyrhulina sp. e o Nannostomus sp.,
todas com potencial para aquariofilia.
Associados aos ambientes lênticos, resultantes das barragens, foram
amostradas espécies como o Tucunaré, Cichla monoculus; a Jacuná, Crenicichla
sp.; a Piranha, Serrasalmus sp. e o Pacu, Myleus sp.. O Tucunaré, Cichla monoculus
é uma espécie muito procurada para atividades de pesca esportiva.
As espécies migradoras, da ordem Siluriformes, com importância para a
pesca comercial e que foram amostradas, são: o Mandi, Pmelodus sp. e o Surubim,
Pseudoplatystoma fasciatum, proveniente da pesca no rio Jamari.
Dentre os Characiformes, migradores e que apresentam valor comercial: o
Tambaqui, Colossoma macropomum; o Jaraqui, Seamaprochilodus sp.; a Curimatá,
Prochilodus nigricans; a Matrinxã ou Jatuarana, Brycon sp.. Outras espécies com
menor importância para a pesca são o Peixe-cachorro, Hydrolicus e o Arumará,
Boulengerella.
Nos levantamentos da herpetofauna da Floresta Nacional do Jamari, as
espécies encontradas foram relativamente poucas, 24 espécies. Dados secundários
sobre a herpetofauna da Floresta Nacional do Jamari e região relatam que esta
característica do ambiente florestal do ocidente amazônico tem biodiversidade
reconhecida, com um número de 167 espécies.
A fauna de anuros surpreendeu pela pouca densidade. Mesmo em locais
onde a ação humana é imperceptível. É notável a raridade, em variedade e

44
quantidade, das pequenas espécies arborícolas e terrícolas, tão características da
região amazônica. Na FLONA foram observadas algumas espécies de anuros, tais
como: Bufo sp., Bufo gr. Margaritifer, Leptodactylus gr. Pentadactylus.
A mesma situação encontrada com os anuros pode ser aplicada, de forma
generalizada, aos répteis. A busca sistemática de pequenos lagartos nas raízes
tabulares, nos troncos caídos e na varredura do folhiço e da vegetação apresentou
poucos resultados.
Para os répteis, as espécies típicas de ambientes degradados, estradas,
descampados e barragens foram as mais numerosas. Foram avistadas neste
ambientes espécies tais como os lagartos, Ameiva ameiva; Mabuya sp.; Tropidurus
sp.; Gonatodes hasemanni; Kentropyx calcarata; o Crocodilurus lacertinus;
Uranoscodon superciliosus; Hemidactylus mabouia e o Cnemidophorus sp..
Poças d’água temporárias e demais coleções d.água foram exploradas em
busca de quelônios e crocodilianos, obtendo-se resultados satisfatórios. As espécies
Podocnemis unifilis; Paleosuchus trigonatus; Paleosuchus palpebrosus e Phrynops
raniceps, podem ser encontradas na FLONA.
Para os ofídios, nos levantamentos foram registradas a ocorrência de
Eunectes murinus, espécie documentada pela primeira vez para a Floresta Nacional
do Jamari, e ainda de dois ofídios semelhantes da família Xenodontinae. Outros
ofídios foram registrados para a Floresta Nacional do Jamari, tais como: Spilotes
pullatus; Typhlops sp.; Surucucu, Lachesis muta e a Jararaca, Bothrops atrox.
Como espécies raras, foram registradas quatro para a região da Unidade,
quais sejam: Porthidium hyoprora, Lachesis muta, Bothrops brazili e Micrurus
hemprichii rondonianus. Para a última, não foi encontrado registro da sua ocorrência
em ambientes externos à região onde a Unidade de Conservação está inserida.

 Espécies Ameaçadas de Extinção:


Deve-se destacar ainda, que na região Amazônica existem muitas
espécies representantes da fauna já ameaçadas ou em perigo de extinção,
como mostra a TABELA 2. Essas espécies constam da Lista Nacional de
Espécies Ameaçadas (IBAMA, 2003) e do CITES (Convention on International
Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora). A CITES é um acordo
internacional acertado entre os países, do qual o Brasil é signatário, que tem por

45
finalidade vigiar o comércio internacional de animais e plantas silvestres em
perigo de extinção para que não constitua uma ameaça para a sobrevivência das
mesmas.

TABELA 2 – ESPÉCIES DA FAUNA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO.


NOME COMUM NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA
Sagui Callithryx argenata Callitrichidae
Sagui Callithryx huneralifer Callitrichidae
Macaco-prego-do-peito-amarelo Cebus apella Cebidae
Barrigudo Lagotrhix lagotricha Cebidae
Lontra Lutra longicaudis Mustelidae
Tamanduá-bandeira Myrmecophaga tridactyla Myrmicophagidae
Mutum de penacho Crax fasciolata Cracidae
Guará Eudocimus ruber Thereskiornitidae
Socó-boi Trigosoma lineatum lineatum Ardeidae
- Cercomacra carbonaria Formicariidae
Jacaré-açú Melanosuchus Níger Crocodilidae
Trinta-réis-real Thalasseus maximus Laridae
Bicudo-verdadeiro Oryzoborus maximiliani Emberizidae
Cuíca-de-colete Caluromysiops irrupta Didelphide
Tatu-canastra Priodontes maximus Dasypodidae
Macaco-aranha Ateles belzebuth Atelidae
Sagui-de-duas-cores Saguinus bicolor Callitrichidae
Macaco-de-cheiro Saimiri vanzolinii Cebidae
Uacari-branco Cacajao calvus calvus Pitheciidae
Uacari-de-Novaes Cacajao calvus novaesi Pitheciidae
Uacari-vermelho Cacajao calvus rubicundus Pitheciidaae
Cachorro-vinagre Speothos venaticus Canidae
Gato-do-mato-pequeno Leopardus tigrinus Felidae
Gato-maracajá Leopardus wiedii Felidae
Gato-do-mato Leopardus SP Felidae
Gato-mourisco Herpailurus yagouaroundi Felidae
Jaguatirica Leopardus pardalis Felidae
Onça-pintada Panthera onça Felidae
Onça-parda (Sussuarana) Puma concolor Felidae
Tatu-canastra Dasypus maximus Dasypodidae
Paca Agouti paca Agoutidae
Anta Tapirus terrestris Tapiridae
Cachorro-do-mato-de-orelhas- Atelocynus microtis Canidae
curtas
Cachorro-do-mato-vinagre Speothos venaticus Canidae

46
Gogó-de-sola Potos flavus Procyonidae
Ariranha Pteronura brasiliensis Mustelidae
Peixe-boi-da-Amazônia Trichechus inuguis Trichechidae
- Stegodyphus manaus Eresidae
Borboleta Parideslysander mattogrossensis Papilionidae

Fonte: Lista IBAMA da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, 2003 e Lista do CITES (2003).

2.2.2.2.2. Vegetação

Para a caracterização da vegetação da área em estudo considerou-se a


descrição fitofisionômico-ecológica apresentada pelo projeto RADAMBRASIL(1978).
Na área da UMF II, conforme Figura 13, predomina a formação Floresta
Ombrófila Aberta, a qual se caracteriza por apresentar os indivíduos bastante
espaçados, gradientes climáticos com mais de 60 dias secos por ano,
assinalados em sua curva ombrotérmica, com indivíduos arbóreos bastante
espaçados e adensados com frequentes grupamentos de palmeiras, e grande
quantidade de fanerófitas sarmentosas.
Esta última, ocorrendo nas depressões circulares do embasamento pré-
cambriano. Pode ser considerada como "floresta de cipó", tal a quantidade de
plantas que envolvem os indivíduos de grande porte da comunidade. Esta
fasciação apresenta nas encostas dissecadas, outro aspecto de comunidade aberta
devido ao emaranhado de lianas em todos os estratos da floresta com cipó, que
dificulta sobremaneira a interferência humana.
Encontra-se na área duas sub-formações descritas a seguir:

a) Áreas do Terciário de Interflúvio Tabular, denominada Floresta


Ombrófila Aberta das Terras Baixas ( 15,57% da área da UMF II)

Esta formação compreendida entre 4º de latitude Norte e 16º de latitude


Sul, em altitudes que variam de 5 até 100 m, apresenta predominância da fasciação
com palmeiras.
Formada por manchas de floresta de cipó e de árvores emergentes - nos
terraços - em meio à floresta de palmeiras - em planície periodicamente inundada.
Situada em altitudes que variam de 5 até 100m.

47
Nas áreas onde a floresta de cipó constitui fisionomia dominante as
espécies comuns são os breus, abioranas, ipês e faveiras. Observam-se os cipós:
graxama-branca, escada-de-jabuti, apuí, titica, Abuta spp, macucu-de-sangue,
imbé, leite, cruz, rabo-de-camaleão, verônica, capa- homem, morcego, unha-de-
gato, japecanga, Dioclea sp, juquiri, rei e corimbó.
As palmeiras mais frequentes são o babaçú, buriti, patauá, açaí e paxiúba-
barriguda. As espécies arbóreas que caracterizam a fitofisionomia são: tauari,
castanheira, angelim, ipês, mandioqueira- escamosa, maçaranduba, amarelão,
taxis, fava-pombo, visgueiro e matamatás.
No sub-bosque, geralmente ralo, é comum a presença de Theobroma spp
(cacau-do-mato) e Theobroma speciosum (cacauí). Ocorrem também, pequenas
manchas de floresta de bambu.

b) Das Áreas de Embasamento de Relevo Ondulado, denominada


Floresta Ombrófila Aberta Submontana. ( 84,43 % da área da UMFII)

Esta formação pode ser observada distribuída por toda a Amazônia e


mesmo fora dela, principalmente com a fascie floresta com palmeiras. Na
Amazônia ocorre com quatro fasciações florísticas - com palmeira, com cipó, com
sororoca e com bambu - entre os 4º de latitude Norte e os 16º de latitude Sul. Nas
encostas dos planaltos e serras, a floresta aberta com cipó apresenta uma
fitofisionomia com elementos de alto porte isolados e envolvidos pelas lianas
lenhosas.
É formada por grupamentos de árvores emergentes - interflúvios
dissecados em colinas - e de cipó - em superfície aplainada - em meio à floresta
de palmeiras e situadas acima dos 100 m chegando a cerca dos 600 m.
Destacam-se as espécies: castanheira, cedro, Angelim, faveiras, caucho, Amapá,
ucuubas, babaçu, inajá, açaí, tucumã e buriti.
No sub-bosque, destaca-se a ocorrência de Toccoca nitens
(melastomatácea-de-formiga), Rinorea guianensis (mucurão), Bauhinia cuspidata
(unha-de-vaca), Parkia auriculata (óleo elétrico), Pagamea spp, Adianthum spp
(avenca), Cyanthea vesita (samambaia) e Montrichardia spp (aninga).
As palmáceas que compõem a fitofisionomia desta formação são: babaçu,

48
patauá, inajá, pupunheira, buriti, açaí, paxiuba lisa e barriguda e tucumã.
Outra formação, existente em pequena área de terraço, é a Floresta
Ombrófila Densa das Terras Baixas, que em geral ocupa as planícies costeiras,
capeadas por tabuleiros pliopleistocênico do Grupo Barreiras. Representada pela
sub-formação "de árvores emergentes", as árvores que caracterizam
numericamente esta sub-formação são: jutaí-pororoca, copaíba, janitá, abiorana
vermelha, breu vermelho e castanheira. O sub-bosque se apresenta ralo, com Piper
spp (canela-de-jacamim, pimenta longa) e Theobroma spp (cacau).
Há uma pequena extensão de área de contato entre Savana e Floresta, em
áreas de Embasamento de Relevo Ondulado, Área de Tensão Ecológica entre
Floresta Densa com emergentes e de cipó - em superfície aplainada e Savana
Arbórea Densa.

49
FIGURA 13 - MAPA DE VEGETAÇÃODA UMF II.

E S C A L A 1 :1 8 0 0 0 0

P R O J E Ç Ã O U N IV E R S A L T R A N S V E R S A D E M E R C A T O R
D A T U M H O R IZ O N T A L : S A D 6 9
M E R ID IA N O C E N T R A L : 6 3 º W .G R

CO N V E N CÕ E S:

FL O RESTA O M BRO FIL A SU BM O N TA N A (27.860,1507 ha )

FLO RE STA O M BRO FIL A D E TE RRA S BA IX A S (5.137,9675 ha )

50
2.2.3. Meio Sócio econômico

Rondônia constitui uma das áreas periféricas em fase de expansão, em face


do núcleo desenvolvido do país, situada dentro da Amazônia Legal. Segundo o
IBGE, o Estado engloba áreas individualizadas, marcadas pelas peculiaridades
constatadas na organização do espaço regional, a partir das condições
apresentadas pelo quadro natural e daquelas que se manifestaram no decorrer de
sua evolução econômica, social e cultural.

2.2.3.1 Demografia

Demograficamente, Rondônia trata-se de um espaço vazio, dentro do


contexto nacional, comprovado por uma população residente, em 2000, de
1.380.952 habitantes, irregularmente distribuída, com uma densidade demográfica
de 5,79 hab/km². Desse total 64,07% estão localizados nas zonas urbanas,
enquanto 35,93% residem no campo. A evolução demográfica no Estado pode ser
acompanhada através dos Recenseamentos Gerais de 1950 a 2000, TABELA 3.
Segundo IBGE (2008) a população estimada em 2007 em Rondônia é de 1.453.756
pessoas.

TABELA 3 - EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA NO ESTADO DE RONDÔNIA.

51
Os dados gerais da área de influência do empreendimento é mostrado na
TABELA 4.

TABELA 4 - DADOS GERAIS DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO


DADOS PORTO VELHO CUJUBIM ITAPUÃ DO OESTE
Madeira-
Mesorregião Madeira-Guaporé Guaporé Madeira-Guaporé
Microregião Porto Velho Porto Velho Porto Velho
Limites N Lábrea, Canutama e Humaitá Porto Velho Candeias do Jamari
Alto Paraíso, Buritis e Nova
Limites S Mamoré Crespo Alto Paraíso
Machadinho do Oeste, Cujubim e
Limites L Itapuã do Oeste Machadinho Candeias do Jamari
Limites O Acrelândia Itapuã do Oeste
Distância da Capital
(KM) 159 93
Área (KM²) 34.082 3.864 4.081
População (hab) 369.345 13.857 7.905
Densidade (hab/km²) 10,9 2,4 2,1
Altitude (m) 85 95 0
Clima Equatorial Am AM Equatorial Am
Fuso Horário UTC-4 UTC-4 UTC-4
IDH 0,763 0,695 0,702
PIB(R$) 2.942.124.000,00 56.881.000,00 47.420.000,00
PIB per capita (R$) 7.724,00 6.160,00 5.453,00
Fonte IBGE (2004-2007)
A propriedade, Flona do Jamari e a UMF II, onde se prevê a realização do
Plano de Manejo Florestal de Uso Múltiplo em Regime de Rendimento Sustentado é
eminentemente rural, sendo que não há constatação de moradores no imóvel.

2.2.3.2 População e Renda

A origem da população de Rondônia, considerando-se o início da


colonização é dada pelos índios, brancos, neste caso principalmente os
portugueses, e os americanos, ingleses, sírios, e libaneses, que vieram para a
construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Contribuíram também os negros,
migrantes do Caribe, como os barbadianos (ilha de Barbados), e granadenses (Ilha
de Granada). Há também os migrantes que saíram de outras regiões do País, sendo
os principais contribuintes os Estados São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Rio

52
Grande do Sul ,Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Os
tipos humanos característicos do Estado de Rondônia são:
 Seringueiro - dedica-se a extração de látex para a confecção da
borracha;
 Pescador - retira dos rios o alimento principal do povo rondoniense - o
peixe, que existe em grande quantidade e variedade;
 Madeireiro - que se dedica a extração de madeira, uma das maiores
fontes de riqueza do Estado;
 Beiradeiro ou Ribeirinho - é o morador da margem dos rios, e dedica-se
a agricultura, a caça e a pesca;
A Figura 14 apresenta a distribuição etária que caracteriza uma população
jovem, ou seja, mais de 34% dos habitantes do Estado tem entre 0 e 15 anos, e
cerca de 29% tem entre 15 e 30 anos.

FIGURA 14 - DISTRIBUIÇÃO ETÁRIA DA POPULAÇÃO TOTAL DO ESTADO DE RONDÔNIA.

As Tabelas 5, 6 e 7 mostram a síntese de Informações dos municípios de


Itapuã, Cujubim e Porto Velho, respectivamente.

53
TABELA 5 – SINTESE DE INFORMAÇÕES DO MUNICÍPIO DE ITAPUÃ DO OESTE-RO
ITAPUÃ DO OESTE
Sintese das Informações

Contagem da População 2007


Pessoas residentes 7.905 habitantes

Morbidades Hospitalares 2007


Óbitos hospitalares - Homens 3 óbitos
Óbitos hospitalares - Mulheres - óbitos
Óbitos hospitalares - doenças- infecciosas e parasitária 1 óbitos

Óbitos hospitalares - causas externas de morbidade e 0 óbitos


mortalidade

Serviços de Saúde 2005


Estabelecimentos de Saúde total 2 estabelecimentos

Estabelecimentos de Saúde SUS 2 estabelecimentos

Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde 0 leitos


total
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde 0 leitos
público total
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde 0 leitos
privado total
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde 0 leitos
privado SUS

Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2007


Matrícula - Ensino fundamental - 2007 2.018 Matrículas
Matrícula - Ensino médio - 2007 275 Matrículas
Docentes - Ensino fundamental - 2007 84 Docentes
Docentes - Ensino médio - 2007 13 Docentes

Estatísticas do Registro Civil 2007


Nascidos vivos - registrados no ano - lugar do registro 143 pessoas

Casamentos - registrados no ano - lugar do registro 14 casamentos

Separações judiciais - concedidas no ano - em 1a - separações


instância - lugar da ação do processo
Fonte: IBGE (2007)

54
TABELA 6 – SÍNTESE DE INFORMAÇÕES DO MUNICÍPIO DE CUJUBIM-RO
CUJUBIM -RO
Sintese das Informações
Contagem da População 2007
Pessoas residentes 13.857 habitantes

Morbidades Hospitalares 2007


Óbitos hospitalares - Homens 5 óbitos
Óbitos hospitalares - Mulheres 1 óbitos
Óbitos hospitalares - doenças- infecciosas e parasitária 1 óbitos
Óbitos hospitalares - causas externas de morbidade e mortalidade 0 óbitos
Serviços de Saúde 2005
Estabelecimentos de Saúde total 4 estabeleci
Estabelecimentos de Saúde SUS 4 estabeleci
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde total 0 leitos
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde público total 0 leitos
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde privado total 0 leitos
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde privado SUS 0 leitos
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2007
Matrícula - Ensino fundamental - 2007 2.856 Matrículas
Matrícula - Ensino médio - 2007 442 Matrículas
Docentes - Ensino fundamental - 2007 94 Docentes
Docentes - Ensino médio - 2007 10 Docentes
Estatísticas do Registro Civil 2007
Nascidos vivos - registrados no ano - lugar do registro - pessoas
Casamentos - registrados no ano - lugar do registro - casamento
s
Separações judiciais - concedidas no ano - em 1a instância - lugar da ação do processo - separações

Divórcios - concedidos no ano - em 1a instância - lugar da ação do processo - divórcios


Representação Política 2004
Eleição municipal - Partido do candidato eleito 13 Partido
Eleição municipal - Número de votos do candidato eleito 2.303 Votos
Eleição municipal - Número de eleitores 6.017 Eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2006
PIB per capita 7.313 Reais
Instituições Financeiras 2007
Número de Agências Não informado Agências
Finanças Públicas 2006
Valor do Fundo de Participação dos Municípios - FPM 2.337.388,95 Reais
Valor do Imposto Territorial Rural - ITR 8.575,39 Reais
Estrutura Empresarial 2006
Indústrias extrativas - Número de unidades locais - unidade
Indústrias de transformação - Número de unidades locais 57 unidade
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água - Número de unidades locais - unidade
Construção - Número de unidades locais 2 unidade
Base Territorial
Área da unidade territorial 3.864 Km²

Fonte: IBGE (2007)

55
TABELA 7 – SÍNTESE DE INFORMAÇÕES DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO-RO.
PORTO VELHO -RO
Síntese das Informações
Contagem da População 2007
Pessoas residentes 369.345 habitantes
Morbidades Hospitalares 2007
Óbitos hospitalares - Homens 270 óbitos
Óbitos hospitalares - Mulheres 182 óbitos
Óbitos hospitalares - doenças- infecciosas e parasitária 52 óbitos
Óbitos hospitalares - causas externas de morbidade e 0 óbitos
mortalidade
Serviços de Saúde 2005
Estabelecimentos de Saúde total 110 estabelecimento
Estabelecimentos de Saúde SUS 79 estabelecimento
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde total 893 leitos
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde 510 leitos
público total
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde 383 leitos
privado total
Leitos para internação em Estabelecimentos de Saúde 167 leitos
privado SUS
Ensino - matrículas, docentes e rede escolar 2007
Matrícula - Ensino fundamental - 2007 77.791 Matrículas
Matrícula - Ensino médio - 2007 12.234 Matrículas
Docentes - Ensino fundamental - 2007 2.884 Docentes
Docentes - Ensino médio - 2007 689 Docentes
Estatísticas do Registro Civil 2007
Nascidos vivos - registrados no ano - lugar do registro 7.736 pessoas
Casamentos - registrados no ano - lugar do registro 1.565 casamentos
Separações judiciais - concedidas no ano - em 1a instância - lugar da 83 separações
ação do processo
Divórcios - concedidos no ano - em 1a instância - lugar da ação do 192 divórcios
processo
Representação Política 2004
Eleição municipal - Partido do candidato eleito 13 Partido
Eleição municipal - Número de votos do candidato eleito 90.985 Votos
Eleição municipal - Número de eleitores 226.740 Eleitores
Produto Interno Bruto dos Municípios 2006
PIB per capita 9.877 Reais
Instituições Financeiras 2007
Número de Agências 23 Agências
Finanças Públicas 2006
Valor do Fundo de Participação dos Municípios - FPM 91.408.473,31 Reais
Valor do Imposto Territorial Rural - ITR 80.983,76 Reais
Estrutura Empresarial 2006
Indústrias extrativas - Número de unidades locais 39 unidade
Indústrias de transformação - Número de unidades locais 797 unidade
Produção e distribuição de eletricidade, gás e água - Número 22 unidade
de unidades locais
Construção - Número de unidades locais 366 unidade
Base Territorial
Área da unidade territorial 34.082 Km²
Fonte: IBGE (2007).

56
Com relação às classes de atividade, existe a seguinte percentagem de
ocupação das pessoas economicamente ativas para o Estado de Rondônia (tabela
8), segundo o IBGE (2000):

TABELA 8 - RENDIMENTO DAS PESSOAS EM IDADE ATIVA NO ESTADO DE RONDÔNIA E


BRASIL.

Fonte: IBGE (2000)

Assim pode-se concluir que o setor primário é responsável por 34,06 % da


ocupação da mão-de-obra no Estado, sendo que 1,80 % são provenientes da
silvicultura, exploração florestal e serviços relacionados. A indústria de
transformação contribui com 8,72 % e o setor terciário é responsável por ocupar
cerca de 51,63 % da população.

2.2.3.3 Setor primário

 Agropecuária

A agricultura representa uma porção significativa na economia da região,


sendo as culturas mais relevantes na área de influência da UMFII, o Café, a
pecuária, o cacau e a mandioca. O extrativismo também é expressivo, através da
exploração da borracha, açaí, castanha-do-pará e a indústria madeireira.
Na tabela 9 constam os principais rebanhos existentes nos Municípios de
cujubim, Itapuã do Oeste e Porto Velho, de acordo com dados do IBGE, do ano de
2005.

57
TABELA 9 - PECUÁRIA NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA UMF II.

A Tabela 10 apresenta a estimativa da produção agrícola para o ano de 2005,


nos municípios da área de influência da UMF II.

TABELA 10 – ESTIMATIVA DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NOS MUNICÍPIOS DE PORTO VELHO,


CUJUBIM E ITAPUÃ

58
A tabela 11, mostra o nº e área dos estabelecimentos agropecuários de
Rondônia (IBGE, 2006).

TABELA 11 – NÚMERO E ÁREA DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS EM RONDÔNIA.


Número de estabelecimentos agropecuários 87397 estabelecimentos
Área dos estabelecimentos agropecuários 8778408 hectare
Número de estabelecimentos com lavouras permanentes 43019 estabelecimentos
Área de lavouras permanentes 270319 hectare
Número de estabelecimentos com lavouras temporárias 24434 estabelecimentos
Área de lavouras temporárias 243144 hectare
Número de estabelecimentos com pastagens naturais 72654 estabelecimentos
Área de pastagens naturais 5064261 hectare
Número de estabelecimentos com matas e florestas 52077 estabelecimentos
Área de matas e florestas 3205226 hectare
Total de pessoal ocupado com laço de parentesco com o
produtor 246580 pessoas
Total de pessoal ocupado sem laço de parentesco com o
produtor 30403 pessoas
Número de estabelecimentos agropecuários com tratores 4538 estabelecimentos
Número de tratores existentes nos estabelecimentos
agropecuários 5732 tratores
Número de estabelecimentos com bovinos 62873 estabelecimentos
Número de cabeças de bovinos 8649683 cabeças
Número de estabelecimentos com bubalinos 194 estabelecimentos
Número de cabeças de bubalinos 4306 cabeças
Número de estabelecimentos com caprinos 526 estabelecimentos
Número de cabeças de caprinos 11067 cabeças
Número de estabelecimentos com ovinos 3092 estabelecimentos
Número de cabeças de ovinos 87418 cabeças
Número de estabelecimentos com suínos 28498 estabelecimentos
Número de cabeças de suínos 322456 cabeças
Número de estabelecimentos com aves 56473 estabelecimentos
Número de cabeças de aves 4917677 cabeças
Número de estabelecimentos com produção de leite de
vaca 35292 estabelecimentos
Produção de leite de vaca 615562 mil litros
Número de estabelecimentos com produção de leite de
búfala 28 estabelecimentos
Produção de leite de búfala 282 mil litros
Número de estabelecimentos com produção de leite de
cabra 23 estabelecimentos
Produção de leite de cabra 34 mil litros
Número de estabelecimentos com produção de lã 3 estabelecimentos
Número de estabelecimentos com produção de ovos de
galinha 29392 estabelecimentos
Produção de ovos de galinha 8121 mil dúzias
Fonte: IBGE( 2008) - Censo Agropecuário 2006 - Resultados Preliminares

59
 Extrativismo

O extrativismo é expressivo no Estado de Rondônia. No caso da pesca,


destacam-se diversas espécies, tais como o tambaqui, pacu, dourado, jatuarana,
tucunaré, entre outros. O extrativismo vegetal, através da exploração da borracha,
açaí, Óleo de Copaíba, castanha-do-pará, e madeiras tem grande destaque, como
mostra a Tabela 12.

TABELA 12 - PRODUTOS DA EXTRAÇÃO VEGETAL NOS MUNICÍPIOS DE ENTORNO DO


PROJETO DA UMF II
PERCENTAGEM
MUNICÍPIO PRODUTO QUANTIDADE UNIDADE VALOR (r$)
ESTADUAL

MADEIRA EM 48.760,00 5.851.000,00


TORA M3 4,71 %
CUJUBIM
ÓLEO DE
COPAÍBA 1,00 TONELADA 9.000,00 10,00 %
AÇAÍ FRUTO
6,00 TONELADA 6.000,00 4,48 %
PALMITO
1,00 TONELADA 1.000,00 1,28 %
ITAPUÃ DO OESTE
BORRACHA
(LÁTEX 6,00 TONELADA 11.000,00 1,79 %
MADEIRA EM
TORA 250,00 M3 30.000,00 0,02 %
AÇAÍ FRUTO
32,00 TONELADA 32.000,00 23,88 %
CASTANHA DO
PARÁ 1.690,00 TONELADA 1.690.000,00 80,29 %
PALMITO
10,00 TONELADA 21.000,00 12,82 %
PORTO VELHO BORRACHA
(LÁTEX 18,00 TONELADA 34.000,00 5,36 %
MADEIRA -
LENHA 24.200,00 M3 290.000,00 36,18 %
MADEIRA EM
TORA 302.150,00 M4 36.258.000,00 29,19 %
ÓLEO DE
COPAÍBA 1,00 TONELADA 15.000,00 10,00 %
AÇAÍ FRUTO
134,00 TONELADA 133.000,00 100,00 %
CASTANHA DO
PARÁ 2.105,00 TONELADA 2.105.000,00 100,00 %
PALMITO
78,00 TONELADA 156.000,00 100,00 %
ESTADO DE BORRACHA
RONDÔNIA (LÁTEX 336,00 TONELADA 639.000,00 100,00 %
MADEIRA -
LENHA 66.880,00 m3 803.000,00 100,00 %
MADEIRA EM
TORA 1.035.271,00 m3 124.950.000,00 100,00 %
ÓLEO DE
COPAÍBA 10,00 m3 138.000,00 100,00 %

Fonte: IBGE (2007) Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2007.

60
Analisando-se o quadro tem-se que no caso do açaí fruto, Porto Velho é
responsável por 84,21% da produção e responsável por 90,91% da produção de
palmito nos municípios de entorno da UMF II. O caucho, carvão vegetal,
antigamente com grande destaque na extração vegetal, parece que perderam a sua
importância. A madeira em tora nesses municípios que antes, segundo o IBGE
(1990), representava 38% do total extraído do Estado, atualmente segundo o
mesmo orgão em 2007, representaram 33,91% do total extraído do Estado.

2.2.3.4 Setor Secundário

O Estado de Rondônia, tinha um total de 689 estabelecimentos industriais, de


acordo com o Censo de 1980 do IBGE, sendo o pessoal ocupado em número de
8.347, e o valor da transformação industrial de US$ 158 milhões. No Censo de 1985
do IBGE o número de estabelecimento era de 1.074, 36% a mais que em 1980, o
pessoal ocupado era de 13.757 (39% amais que em 1980), e o valor da
transformação industrial de US$ 303 milhões (52% a mais que em 1980). Em 2004
(IBGE, 2007) o número de estabelecimentos industriais era de 1.040 unidades 3,2 %
a menos que em 1985, sendo o valor da transformação industrial de US$ 304
milhões, com 0,3 % a mais que em 1985, com o pessoal ocupado de 25.358, sendo
84,33 % a mais que em 1985.
Dentro da indústria de transformação, a indústria ligada a agricultura,
pecuária, silvicultura e exploração florestal, em 1980, segundo a mesma fonte,
participou com 43% do número de estabelecimentos, e em 1985 com 30% e em
2004 com 29,8 %. Em relação ao pessoal ocupado,em 1985, a participação foi de
52% e em 2004 5,52 %.

2.2.3.5 Setor Terciário

O setor terciário da economia de Rondônia é constituído basicamente pelo


comércio e prestação de serviços. As atividades implementadas pelos serviços de
administração pública, pelo comércio em geral, pelas empresas prestadoras de
serviços e pelos intermediários financeiros, constituem os principais sub setores que

61
integram a estrutura do setor terciário. Segundo IBGE(2007) em 2004 o comércio,
reparação de veículos automotores, objetos pessoais e domésticos são os maiores
contribuintes a esse setor com 18.419 unidades, seguido dos outros serviços
coletivos, sociais e pessoais com 3.993 unidades. O setor que menos contribuiu foi o
setor de pesca com 15 unidades seguido do setor de produção e distribuição de
eletricidade, gás e água com 54 unidades. A agricultura, pecuária, silvicultura e
exploração florestal, contribuíram com 310 unidades ao setor terciário.

2.2.3.6. Uso atual do Solo

A área da UMF II, apresenta uma área improdutiva de 1.141,7695 há, sendo
853,7781 há de área alagada, 242,5892 há de área desmatada por grileiros, 41,0902
há de afloramento rochoso e 4,3120 há de estrada, sendo o restante (31.856,34 há)
da unidade ocupada por floresta em regime proposto de manejo florestal
sustentável.

2.3. MACROZONEAMENTO

2.3.1. FLona do jamari

O Plano de Manejo da Flona do Jamari (MMA/IBAMA, 2005) definiu o


zoneamento ambiental dessa unidade com base nas unidades de paisagem
existentes, no grau de conservação ou perturbação da área e nas possibilidades e
adequações de uso. O zoneamento permite a organização espacial da área em
parcelas, denominadas zonas, que demandam distintos graus de uso e
proteção, contribuindo para que a Unidade cumpra seus objetivos específicos de
manejo (IBAMA, 2003).
O Zoneamento da Flona Jamari definiu as zonas de uso e proteção,
identificadas no mapa da Figura 15, e cujas áreas são listadas na Tabela 13.

62
TABELA 13 - ZONEAMENTO AMBIENTAL DA FLORESTA NACIONAL DO JAMARI

Zona prevista no Plano de Manejo Área (ha) Percentual (%)

Zona de Conservação 83.677,1197 37,44


Zona de Manejo Florestal 105.475,6192 47,20
Zona de Mineração com possível lavra futura 14.058,5966 6,29
Zona de Mineração atual 2.388,4125 1,07
Zona de Recuperação 10.843,1796 4,85
Zona de Uso Especial 2.508,2406 1,12
Zona Populacional 1.845,0162 0,83
Zona de Uso Público 655,7746 0,29
Zona de Manejo de Fauna 453,9819 0,20
Zona de superposição Mineral (*) 11.481,1806 5,14
Zona de uso conflitante 1.570,4216 0,70
Total 223.476,3625 (**) 100
Fonte: MMA/IBAMA (2005).
(*) – A zona de superposição mineral equivalente a 5,14% da área da FLONA, não foi computada na somatória das
zonas por ser uma zona provisória composta por áreas com ocorrência de minério comprovada, superposta às áreas de
outras zonas.
(**) - Área considerada neste documento que, segundo o Plano de Manejo da Flona Jamari (MMA/IBAMA, 2005),
foi obtida após o levantamento com equipamentos de maior precisão. A área legal, entretanto, registrada em Certidão de
Inteiro Teor, expedida em 02/07/1998, pelo Registro de Imóveis do Primeiro Ofício da Comarca de Porto Velho, sob matrícula
no. 034570, livro 2 do Registro Geral de Imóveis, é de 225.799,7491 ha.

FIGURA 15 - MAPA DE ZONEAMENTO AMBIENTAL DA FLONA DO JAMARÍ.

Fonte: MMA/IBAMA ( 2005).

63
2.3.2. Macrozoneamento da UMF II

A UMF II com área total de 32.998,1182 há, está distribuída conforme a


Tabela 14, abaixo. Para a definição do macrozoneamento foi utilizado o arquivo
vetorial da UMFII e da área de reserva absoluta, repassado pelo Serviço Florestal
Brasileiro, o qual foi sobreposto à imagem de satélite Landsat 7 232_66_2008,
conforme Figura 16.

TABELA 14 – MACROZONEAMENTO DA UMF II (AMBIENTES FITOECOLÓGICOS,


INFRAESTRUTURA E USO ATUAL)
DISCRIMINAÇÃO ÁREA UNIDADE PERCENTUAL
ÁREA DA UMF II: 32.998,1182 ha 100,00%
ÁREA IMPRODUTIVA:
ÁREA ALAGADA 853,7781 ha 2,59%
ÁREA ANTROPIZADA (DESMATAMENTO) 242,5892 ha 0,74%
ÁREA DE AFLORAMENTO ROCHOSO 41,0902 ha 0,12%
ÁREA DE ESTRADAS EXISTENTE 4,3120 0,01%
SUB TOTAL DE ÁREA IMPRODUTIVA 1.141,7695 ha 3,46%
ÁREA PRODUTIVA PARA FINS DE MANEJO FLORESTAL 31.856,3487 ha 96,54%
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE NA UMF II 1.618,7063 ha 4,91%
ÁREA DE EFETIVO MANEJO NA UMF II 30.237,6424 ha 91,63%
ÀREA MÉDIA DAS UPA'S 1.061,8783 ha 3,22%
ÀREA MÉDIA DE EFETIVA EXPLORAÇÃO DAS UPA'S 1.007,9214 ha 3,05%
VEGETAÇÃO:
FLORESTA OMBRÓFILA DE TERRAS BAIXAS 5.437,9675 ha 16,48%
FLORESTA OMBRÓFILA SUB MONTANA 27.860,1507 ha 84,43%
ÁREA DE RESERVA ABSOLUTA (*) 2.567,45 HA 7,78%
ESTRADA PRINCIPAL CENTRAL PROJETADA 15,90 KM
ESTRADAS PRINCIPAIS DE ACESSO PROJETADA 57,93 KM
TOTAL DE ESTRADA PRINCIPAL PROJETADA 73,83
Onde (*) A área de reserva absoluta é independente da UMF II e equivale a 7,78% da mesma,
conforme mostra a Figura 16.

64
FIGURA 16 - CARTA IMAGEM COM OS AMBIENTES FITOECOLÓGICOS, INFRAESTRUTURA
EXISTENTE E USO ATUAL DA UMF II. (MACROZONEAMENTO)

CONVENCÕES:
LE GE NDA
E str a d a ( 4 ,3 1 2 0 h a )
M ATA N AT I VA
R io s e I g a r a p é s
Á R E A A N T R O P IZ A D A

E S C A L A 1 :1 3 0 0 0 0
RELEV O A C EN TU A D O Área da unidade de Manejo Florestal(32.988,1182ha)
P R O J E Ç Ã O U N IV E R S A L T R A N S V E R S A D E M E R C A T O R
R IO S E IG A R A P É S D A T U M H O R IZ O N T A L : S A D 6 9
Á r e a A n tr o p iz a d a (2 4 2 ,5 8 9 2 h a ) M E R ID IA N O C E N T R A L : 6 3 º W .G R

M ATA EM R EG EN ER A Ç A O
A f lo r a m e n to r o c h o so ( 4 1 ,0 9 0 2 h a )
A F LO R A M EN TO R O C H O S O
Á r e a A la g a d a ( 8 5 3 ,7 7 8 1 h a )
LA G O Floresta Om brofila Subm ontana (27.860,1507 ha)

Floresta Ombrofila de Terras Baixas(5.137,9675 ha)

Á r e a d e r e s e r v a A b s o lu ta ( 2 .5 6 7 ,4 4 5 2 h a )

65
2.4. DESCRIÇÃO DOS RECURSOS FLORESTAIS - INVENTÁRIO
FLORESTAL AMOSTRAL

Inventário Florestal caracteriza-se como uma atividade que visa obter


informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes numa
determinada área.
No presente projeto foi utilizado o inventário florestal da Floresta Nacional do
Jamari realizado pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF, no
ano de 1983, tendo como principal finalidade subsidiar o processo de criação da
FLONA (anexo 06 edital da Flona do Jamari, SFB, 2007) ele visa estimar quantitativa
e qualitativamente as madeiras existentes na área total da FLONA e o resultado
extrapolado para área da Unidade de manejo II.

2.4.1. Justificativa do processo de amostragem e metodologia

A realização dos inventários está associada à teoria de amostragem. As


populações florestais são exaustivamente extensas e a enumeração completa dos
100% dos seus indivíduos é tarefa extremamente difícil, onerosa e morosa. A
amostragem permite que a medição de apenas parte dessa população forneça
informação que possibilite inferir sobre o todo, com grau aceitável de precisão e a
um custo que possa ser absorvido e suportado pelo empresário florestal, dentro de
um nível de probabilidade previamente especificada.
O presente trabalho foi conduzido pelo método de amostragem
"CONGLOMERADO", onde se aleatorizou a locação dos conglomerados e
sistematizou a instalação das sub-unidades.
Segundo o anexo 06 do edital da Flona do jamari (SFB, 2007), o inventário
florestal abrangeu uma área 235 mil hectares, da então denominada de Gleba
Cajueiro. Utilizou-se a amostragem em conglomerados, com a distribuição aleatória
de 56 unidades primárias, compostas por 4 sub unidades de 10 m x 250 m (2.500
2
m ) dispostas em linha e separadas por uma distancia 1.000 metros. Dentro de cada
sub unidade foram medidas todas as árvores com Diâmetro à Altura do Peito (DAP)

66
2
maior ou igual a 25 cm nos primeiros 100 metros (1.000 m ) e apenas árvores com
2
DAP≥45 cm nos 150 metros restantes (1.500 m ). As variáveis coletadas de cada
árvore foram: nome vulgar, DAP e altura comercial). Foram cubadas 200 árvores
amostras para o ajuste da equação volumétrica utilizada no processamento dos
dados do inventário florestal. A análise estatística para a estimativa de valores
médios verdadeiros considerou um nível de probabilidade de 95% (P=0,95). A
identificação botânica se baseou na lista de espécies contidas no Projeto Radam
para a região
Tal método é recomendado para grandes áreas, por apresentar maior
eficiência na estimativa qualitativa e quantitativa dos parâmetros desejados (Volume,
nº de indivíduos, análise estrutural etc.) e por tornar menos oneroso e moroso o
levantamento em campo, a forma de distribuição das amostras utilizadas neste
projeto, ainda levou em conta a tipologia florestal, que em toda área caracteriza-se
como floresta tropical; não necessitando, portanto de locar amostra ligando os dois
extremos da área, razão pela qual se optou por este método de amostragem.
.
2.4.2. Tamanho e forma das unidades amostrais

As unidades primárias de conglomerado apresentavam dimensão retangular,


composta por 4 sub-unidades de 10,0 m de largura por 250,0 m de comprimento
(0,25 há), distanciadas entre si em linha reta de 1000,00 m, totalizando uma área de
1,0 ha por conglomerado, conforme Figura 17.

FIGURA 17 – TAMANHO E FORMA DOS CONGLOMERADOS E SUB UNIDADES.

250,0 m 250,0 m 250,0 m 250,0 m

5,0 m 1000,0 m 1000,0 m 1000,0 m


5,0 m 10,0m

SUB UNIDADE 1 SUB UNIDADE 2 SUB UNIDADE 3 SUB UNIDADE 4

Fonte: Adaptado do inventário florestal da Flona do Jamari, IBAMA (1983).

67
.2.4.3. Localização da área inventariada

A ficha técnica abaixo, apresenta o resumo das informações básicas da área


da Flona do Jamari e a carta imagem (Figura 18) mostra a área da flona e limites.
FICHA TÉCNICA DAS INFORMAÇÕES DA FLONA DO JAMARI

Endereço: Rodovia RO-452 km 7,5, Zona Rural, Itapuã do Oeste, RO


Área: 225.799,7491 ha (área constante na Certidão de Inteiro Teor expedida em 02 de
julho de 1998, pelo Cartório de Primeiro Ofício de Registro de Imóveis de Porto Velho)
Municípios Abrangidos: Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste e Cujubim, em
Rondônia
Coordenadas Geográficas: Latitude 09° 00’ 00" a 09 30’00" S; Longitude 62° 44’ 05"
a 63 16’54" W
Data de Criação: 25 de setembro de 1984, pelo Decreto Lei nº 90.224
Marcos Importantes (Limites): Ao norte, Estação Ecológica Estadual de Samuel,
imóvel da empresa
Manoa e municípios Candeias do Jamari e Itapuã do Oeste; a leste, município de
Cujubim; ao sul, municípios de Cujubim e Itapuã do Oeste; e a oeste, municípios de
Candeias do Jamari, Itapuã do
Oeste e a Estação Ecológica Estadual de Samuel
Bioma: Floresta Amazônica
Distância da Sede aos Centros Urbanos mais Próximos: 15 km até Itapuã do
Oeste; 90 km até
Ariquemes; 100 km até Candeias do Jamari; 120 km até Porto Velho; 128 km até
Cujubim
Acesso à sede: Por via terrestre pela BR-364 e RO-452.

Fonte: Estudo técnico de viabilidade, Edital nº 01, Flona do Jamari (2007).

68
FIGURA 18 – CARTA IMAGEM LAND SAT 232_66_2008, LOCANDO A FLONA DO JAMARI E
LIMITES.

69
2.4.4. Descrição das variáveis de interesse

2.4.4.1. Altura Comercial

A altura comercial foi estimada. A altura comercial tomada foi àquela limitada
pelos primeiros galhos encontrados no fuste das árvores e/ou bifurcação do tronco.
Foi tomada a altura de todas as árvores com DAP acima de 15 cm dentro da
amostra.

2.4.4.2. DAP (Diâmetro a Altura do Peito)

Foi tomado com trena comum graduada em centímetros, à altura de 1,3 m


acima do nível do solo. Inicialmente tomou-se a circunferência da árvore que
posteriormente, durante o processamento de dados foi transformada em diâmetro,
dividindo-se a mesma por 3,1416 (PI).

2.4.4.3. Cubagem das Arvores

A cubagem das Árvores da amostra foi efetuada da seguinte maneira: i)


multiplicou-se a altura comercial pala área basal de cada árvore encontrando-se o
"volume cilíndrico" das mesmas; ii) multiplicou-se o volume cilíndrico de cada árvore
pelo fator de forma 0,7 (relação entre volume cilíndrico e volume real), utilizado de
acordo com Heinsdrijk & Bastos (1963), citado como fator de forma médio para as
espécies da Amazônia.

2.4.4.4. Cubagem dos Indivíduos das Unidades de Amostra

O volume comercial com casca de cada unidade de amostra foi obtido através
do somatório do volume de todas as árvores dotadas de DAP superior a 25 cm
existentes na amostra

70
2.4.4.5. Relação dendrométrica utilizada e análises estatísticas

Todas as relações dendrométrica utilizadas constam no inventário florestal da


Floresta Nacional do Jamari realizado pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento
Florestal – IBDF, no ano de 1983. Conforme cópia em anexo.
A análise estatística do inventário florestal revelou que o volume médio das
3 -1
árvores com DAP DAP≥45 cm era de 138,7 m ha (Intervalo de Confiança: ±11,95
3 -1
m ha ), o que correspondeu a um erro em torno da média estimado em 10,82%
(P=0,95).
Considerando o intervalo diamétrico de arvores com DAP maior ou igual a 25
cm, a análise estatística do inventário florestal revelou que o volume médio das
3 3
árvores com DAP≥25 cm era de 206,88 m ha (Intervalo de Confiança: ±15,01 m ha
), o que corresponde a um erro em torno da média estimado em 7,26% (P=0,95).

2.4.5. Resultados do inventário florestal

Segundo o inventário florestal realizado pelo IBDF (1983), foram detectadas


a ocorrência de 106 espécies de valor comercial na época, considerando os dois
intervalos diamétricos inventariados (DAP≥25 cm; DAP≥45 cm). A lista das espécies,
3 -1
contendo os seus respectivos valores de volume comercial (m ha ) e número de
-1
árvores (n ha ), por classe diamétrica, é apresentada na Tabela 15. Na Tabela 16
abaixo, onde é apresentado o quadro resumo do volume por espécie, por classe de
diâmetro e por hectare, mostra-se o resumo dos resultados desta análise. O
potencial volumétrico para este grupo de 42 espécies consideradas de valor
comercial atual é de 82,7 m3 ha, o que corresponde a cerca de 20 árvores por
hectare, com 10% deste volume correspondendo ao grupo das espécies de maior
valor comercial. Outros 60% correspondem às espécies de valor intermediário,
segundo a classificação adotada pelo Serviço Florestal Brasileiro no edital nº
01/2007. As espécies de valor comercial atual, foram agrupadas e 4 grupos de
espécies, conforme a tabela 17, levando em conta seu valor comercial, sendo o
grupo 01 as espécies de maior valor comercial. A Tabela 18 mostra o volume

71
comercial e nº de árvores por grupo de espécies comerciais com DAP maior ou igual
a 45,00 cm e o volume ajustado por grupo de espécies, levando em conta a
intensidade de exploração de 25,80 m3/ha para um ciclo de corte de 30 anos,
conforme a IN Nº 05/MMA/2006 e Resolução nº 406/CONAMA/2009.

TABELA 15 – VOLUME POR ESPÉCIE , POR CLASSE DE DIÂMETRO BASEADO NO


INVENTÁRIO DA FLONA DO JAMARI (1983).
Classes Diamétricas (cm)
25- 45- 65- 85- 105- 125- >
Nome vulgar Nome científico Desc 45 65 85 105 125 145 160 TOTAL
m³ ha-
1
Abiurana Pouteria sp 1,45 1,47 1,11 0,59 0,24 0 0 4,87
-1
n ha 2,28 0,74 0,3 0,12 0,03 0 0 3,47
-
Pouteria m³ ha
1
Abiurana branca surinamensis 0,33 0,25 0 0,15 0 0 0 0,73
-1
n ha 0,49 0,15 0 0,03 0 0 0 0,67
m³ ha-
1
Abiorana vermelha Pouteria caimito 0,6 0,21 0 0 0,18 0 0 0,99
-1
n ha 0,94 0,09 0 0 0,03 0 0 1,06
Minquartia m³ ha-
1
Acari/Acariquara/Acariuba guianensis 1,22 0,69 0,67 0,11 0 0 0 2,69
n ha-1 1,83 0,39 0,3 0,03 0 0 0 2,55
m³ ha-
1
Amapá amargoso Brosimun sp 0,28 0,5 0,6 0,38 0 0 0 1,76
n ha-1 0,31 0,24 0,15 0,09 0 0 0 0,79
Poecilanthe m³ ha-
1
Amarelinho effusa 0,18 0 0 0 0 0 0 0,18
-1
n ha 0,27 0 0 0 0 0 0 0,27
-
Symphonia m³ ha
1
Anani globulifera 0,41 0,36 0 0 0 0 0 0,77
-1
n ha 0,49 0,18 0 0 0 0 0 0,67
m³ ha-
Angelim Hymenolobium sp 1 0,11 0 0 0 0 0 0 0,11
n ha-1 0,18 0 0 0 0 0 0 0,18

72
Classes Diamétricas (cm)
25- 45- 65- 85- 105- 125-
Nome vulgar Nome científico Desc 45 65 85 105 125 145 > 160 TOTAL
Angelim
amargoso, Fava Vataireopsis
amargosa speciosa m³ ha-1 0,7 0,37 0,6 0,16 0 0 0 1,83
-1
n ha 0,76 0,15 0,18 0,03 0 0 0 1,12
Angelim
vermelho Dinizia excelsa m³ ha-1 0 0 0 0 0 0 0 0
-1
n ha 0 0 0 0 0 0 0 0
Angelim pedra Hymenolobium sp m³ ha-1 0,21 0,69 0,6 0,59 1,36 0,72 0,78 4,94
n ha-1 0,22 0,27 0,15 0,12 0,18 0,06 0,06 1,06
Pithecellobium
Angelim rajado racemosum m³ ha-1 0 0,09 0 0 0 0 0,67 0,76
n ha-1 0 0,03 0 0 0 0 0,03 0,06
-1
Balata Micropholis sp m³ ha 0,23 0,24 0 0 0 0 0 0,48
-1
n ha 0,31 0,15 0 0 0 0 0 0,46
Bicuíba –
Ucuuúba Virola sp m³ ha-1 0,11 0,27 0,36 0 0 0 0 0,73
n ha-1 0,13 0,12 0,09 0 0 0 0 0,34
-1
Boeira Não identificada m³ ha 0,75 1,1 0,95 0 0 0 0 2,8
-1
n ha 1,16 0,6 0,3 0 0 0 0 2,05
Breu Protium sp m³ ha-1 1,93 1,18 0,98 0,34 0 0 0 4,43
-1
n ha 2,77 0,6 0,36 0,06 0 0 0 3,78

Protium
Breu branco heptaphyllum m³ ha-1 1,95 0,14 0,28 0 0 0 0 2,38
-1
n ha 3,04 0,09 0,06 0 0 0 0 3,19
Protium cf
Breu mescla paniculatum m³ ha-1 0,07 0,1 0 0 0 0 0 0,17
-1
n ha 0,13 0,09 0 0 0 0 0 0,22
-1
Breu amarelo Protium paraense m³ ha 0,33 0,25 0,15 0 0 0 0 0,74
n ha-1 0,54 0,18 0,06 0 0 0 0 0,78
-1
Breu vermelho Protium sp m³ ha 0,59 0,26 0,08 0 0 0 0 0,94
-1
n ha 0,94 0,15 0,03 0 0 0 0 1,12
Anacardium
Cajuaçu-cajuí giganteum m³ ha-1 0,05 0,2 0,12 0 0 0 0 0,36
-1
n ha 0,05 0,09 0,03 0 0 0 0 0,16
Canela preciosa Aniba canelilla m³ ha-1 0,06 0 0 0 0 0 0 0,06
-1
n ha 0,09 0 0 0 0 0 0 0,09
-1
Caripé Licania canescens m³ ha 0,51 0,08 0,06 0 0 0 0 0,65
n ha-1 0,8 0,03 0,03 0 0 0 0 0,86
-1
Cumari Não identificada m³ ha 0,49 0,27 0,08 0 0 0 0 0,84
-1
n ha 0,71 0,12 0,03 0 0 0 0 0,86
Carapanaúba - Aspidosperma
guaraná carapanauba m³ ha-1 0,42 0,11 0,67 0,85 0,78 0,35 0,96 4,13
-1
n ha 0,49 0,06 0,15 0,18 0,09 0,03 0,06 1,06
Classes Diamétricas (cm)
25- 45- 65- 85- 105- 125-
Nome vulgar Nome científico Desc 45 65 85 105 125 145 > 160 TOTAL
Castanha de Couroupita
macaco guianensis m³ ha-1 0,04 0,12 0 0,71 0 0 0,93 1,81
-1
n ha 0,09 0,06 0 0,09 0 0 0,03 0,27
-1
Castanharana Não identificada m³ ha 0,36 0,18 0,68 0,37 0,71 0 0 2,29
n ha-1 0,4 0,06 0,18 0,06 0,12 0 0 0,82
Castanheira Bertholletia excelsa m³ ha-1 0,13 0,15 0,66 0,31 1,98 1,77 1,93 6,92
-1
n ha 0,13 0,06 0,15 0,06 0,21 0,12 0,12 0,85
Catoaba Não identificada m³ ha-1 0,08 0,22 0,26 0,29 0 0,39 0 1,24
-1
n ha 0,13 0,12 0,06 0,06 0 0,03 0 0,4
-1
Caucho Castilla ulei m³ ha 0,04 0 0 0 0 0 0 0,04
n ha-1 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
Cedro Mara Cedrela sp m³ ha-1 0 0,12 0,22 0,22 1,4 1,13 3,67 6,75
-1
n ha 0 0,06 0,06 0,03 0,15 0,09 0,18 0,57
-1
Cedro rosa Cedrella sp m³ ha 0,06 0,07 0,14 0,63 0 0 0 0,89
n ha-1 0,09 0,03 0,03 0,09 0 0 0 0,24
Cedrelinga
Cedrorana catenaeformis m³ ha-1 0 0 0 0 0 0 0 0
n ha-1 0 0 0 0 0 0 0 0
Copaíba Copaifera multijuga m³ ha-1 1,11 1,09 0,98 0,39 0 0 0 3,57
-1
n ha 1,3 0,51 0,3 0,06 0 0 0 2,16
Coração de
negro Zollernia paraensis m³ ha-1 0,14 0,28 0,12 0,21 0 0 0 0,75
-1
n ha 0,18 0,15 0,03 0,03 0 0 0 0,39
Terminalia
Cuiarana amazonica m³ ha-1 0,04 0,06 0,15 0,34 0 0 0 0,58
-1
n ha 0,05 0,03 0,06 0,06 0 0 0 0,2
-1
Cumaru Dipteryx odorata m³ ha 0,53 0,63 0,55 0,28 0 0,67 0 2,65
n ha-1 0,76 0,33 0,15 0,03 0 0,06 0 1,33
Coumarouna
Cumaru ferro odorata m³ ha-1 0,08 0,29 0,26 0,38 0,18 0 0 1,19
n ha-1 0,13 0,15 0,09 0,06 0,03 0 0 0,46
Cumatê Coepia leptostachya m³ ha-1 0 0 0 0 0 0 0 0
-1
n ha 0 0 0 0 0 0 0 0
Cupiúba Goupia glabra m³ ha-1 0 0,07 0,13 0,19 0 0,31 0 0,7
n ha-1 0 0,03 0,03 0,03 0 0,03 0 0,12
Envira/envira
branca Xylopia sp m³ ha-1 1,65 1,22 0,7 0,95 0,28 0 0 4,8
n ha-1 2,01 0,6 0,18 0,15 0,03 0 0 2,96
Guatteria
Envira preta poeppigiana m³ ha-1 0,61 0,35 0,11 0 0 0 0 1,07
n ha-1 0,85 0,18 0,03 0 0 0 0 1,06
Escorrega
macaco Balizia sp m³ ha-1 0,12 0,05 0,1 0 0 0 0 0,28
n ha-1 0,13 0,03 0,03 0 0 0 0 0,19

74
Classes Diamétricas (cm)
25- 65- 85- 105- 125-
Nome vulgar Nome científico Desc 45 45-65 85 105 125 145 > 160 TOTAL
Lindackeria
Farinha seca paraensis m³ ha-1 0,64 0,34 0 0,19 0,19 0 0 1,35
-1
n ha 0,8 0,18 0 0,03 0,03 0 0 1,04
Faveira Parkia sp m³ ha-1 1,05 1,19 1,9 0,99 1,51 0,58 0,84 8,08
n ha-1 1,52 0,57 0,54 0,18 0,18 0,06 0,06 3,1
Fava
branca/Fava
ferrea/ Fava
vermelha Parkia sp m³ ha-1 0,56 0,88 1,51 1,15 0,43 1,06 8,87 14,46
-1
n ha 0,71 0,42 0,39 0,18 0,06 0,09 0,39 2,23
Freijó, Freijó
cinza Cordia goeldiana m³ ha-1 0 0 0 0 0 0 0 0
-1
n ha 0 0 0 0 0 0 0 0
-1
Gameleira Ficus insipida m³ ha 0,03 0 0 0 0 0 0 0,03
-1
n ha 0,09 0 0 0 0 0 0 0,09
-1
Garrote Brosimum sp m³ ha 0,09 0 0 0 0 0 0 0,09
-1
n ha 0,13 0 0 0 0 0 0 0,13
Garapeira,
Amarelão Apuleia molaris m³ ha-1 0,08 0,26 0,58 0,46 0,16 0 0 1,55
-1
n ha 0,13 0,12 0,15 0,09 0,03 0 0 0,52
Guariúba Clarisia racemosa m³ ha-1 1,38 1,23 0,95 0,34 0,29 0 0 4,19
n ha-1 1,92 0,63 0,24 0,06 0,03 0 0 2,87
-1
Imbaúba Cecropia sp m³ ha 0,54 0,22 0 0 0 0 0 0,77
-1
n ha 0,8 0,12 0 0 0 0 0 0,92
Imbaubarana Pourouma sp m³ ha-1 0,06 0 0 0 0 0 0 0,06
-1
n ha 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
-1
Inajarana Quararibea sp m³ ha 0,08 0 0 0 0 0 0 0,08
n ha-1 0,09 0 0 0 0 0 0 0,09
-1
Ingá Inga sp m³ ha 0,66 0,16 0,08 0 0 0 0 0,9
-1
n ha 1,07 0,09 0,03 0 0 0 0 1,19
Ingarana Zygia sp m³ ha-1 0,34 0,22 0,3 0,2 0 0,26 0 1,32
-1
n ha 0,36 0,09 0,09 0,03 0 0,03 0 0,6
-1
Ipê amarelo Tabebuia serratifolia m³ ha 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
n ha-1 0,09 0 0 0 0 0 0 0,09
-1
Itaúba Mezilaurus itauba m³ ha 0,48 0,46 0,6 0,34 0 0 0 1,87
-1
n ha 0,76 0,21 0,18 0,06 0 0 0 1,21
Itaubarana Trichilia aitens m³ ha-1 0 0,06 0,37 0 0 0,28 0 0,71
n ha-1 0 0,03 0,12 0 0 0,03 0 0,18
-1
Jatobá Hymenaea courbaril m³ ha 0,08 0,32 0,11 0,85 0,29 0 0 1,66
n ha-1 0,09 0,12 0,03 0,15 0,03 0 0 0,42
-1
Jequitibá Não identificada m³ ha 0 0,1 0,29 0 0,6 0 0 0,98
-1
n ha 0 0,03 0,06 0 0,06 0 0 0,15
Jitó Guarea sp m³ ha-1 0,2 0,06 0,16 0 0 0 0 0,41
n ha-1 0,22 0,03 0,06 0 0 0 0 0,31

75
Classes Diamétricas (cm)
25- 45- 65- 85- 105- 125- >
Nome vulgar Nome científico Desc 45 65 85 105 125 145 160 TOTAL
-1
João-mole Neea oppositifolia m³ ha 0,21 0 0 0 0 0 0 0,21
-1
n ha 0,4 0 0 0 0 0 0 0,4
Jutai pororoca Dialium guianensis m³ ha-1 1,25 1,62 1,06 1,07 0 0,25 0 5,24
n ha-1 1,47 0,8 0,33 0,18 0 0,03 0 2,81
-1
Lacre Vismia sp m³ ha 0,09 0 0 0 0 0 0 0,09
n ha-1 0,13 0 0 0 0 0 0 0,13
-1
Louro Ocotea sp m³ ha 1,06 0,78 0,37 0,15 0 0 0 2,36
-1
n ha 1,47 0,45 0,15 0,03 0 0 0 2,1
Louro branco Não identificada m³ ha-1 0,27 0,12 0,14 0 0 0 0 0,52
n ha-1 0,36 0,06 0,03 0 0 0 0 0,45
-1
Louro rosa Aniba burchellii m³ ha 0,06 0,06 0,19 0 0 0 0 0,31
n ha-1 0,09 0,03 0,06 0 0 0 0 0,18
-1
Maçaranduba Manilkara huberi m³ ha 0,09 0,2 0,21 0 0 0 0 0,5
n ha-1 0,09 0,09 0,06 0 0 0 0 0,24
-1
Macucu - sangue Licania sp m³ ha 2,71 1,08 0,83 0,22 0,18 0 0 5,02
-1
n ha 3,97 0,57 0,24 0,03 0,03 0 0 4,84
Macucu – preto Licania sp m³ ha-1 0,11 0 0 0 0 0 0 0,11
-1
n ha 0,13 0 0 0 0 0 0 0,13
-1
Muiracatiara Astronium lecointei m³ ha 1,12 1,39 1,7 1,66 0,44 0 0 6,31
n ha-1 1,25 0,57 0,47 0,27 0,06 0 0 2,62
Marupá Simarouba amara m³ ha-1 0,18 0,35 0,44 0 0,47 0 0 1,44
-1
n ha 0,22 0,15 0,12 0 0,06 0 0 0,55
Mata-matá preto Eschweilera sp m³ ha-1 1,39 0,97 0,52 0 0 0 0 2,88
n ha-1 1,88 0,51 0,15 0 0 0 0 2,53
Mata-pau Não identificada m³ ha-1 0 0,08 0,08 0 0 0 0 0,16
-1
n ha 0 0,03 0,03 0 0 0 0 0,06
Mata-matá branco -
ripeira Eschweilera sp m³ ha-1 0,06 0 0 0 0 0 0 0,06
n ha-1 0,09 0 0 0 0 0 0 0,09
-1
Mororó Bauhinea sp m³ ha 0,12 0 0 0 0 0 0 0,12
-1
n ha 0,22 0 0 0 0 0 0 0,22
Olmedioperebea
Muiratinga sclerophylla m³ ha-1 0,57 0,21 0 0 0 0 0 0,77
n ha-1 0,89 0,01 0 0 0 0 0 0,91
-1
Mururé Naucleopsis sp m³ ha 0,11 0,15 0,08 0 0 0 0 0,33
-1
n ha 0,13 0,06 0,03 0 0 0 0 0,22

Murici, Murici branco Byrsonima spicata m³ ha-1 0,18 0,05 0 0,32 0 0 0 0,55
-1
n ha 0,27 0,03 0 0,06 0 0 0 0,36
Mutamba Guazuma ulmifolia m³ ha-1 0 0 0,32 0 0 0 0 0,32
-1
n ha 0 0 0,12 0 0 0 0 0,12

76
Classes Diamétricas (cm)
25- 45- 65- 85- 105- 125-
Nome vulgar Nome científico Desc 45 65 85 105 125 145 > 160 TOTAL
-1
Mututi Pterocarpus rhorii m³ ha 0,07 0,11 0,09 0,13 0 0 0 0,4
-1
n ha 0,13 0,06 0,03 0,03 0 0 0 0,25
Najarana Não identificada m³ ha-1 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
n ha-1 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
-1
Pamã ou mirainga Não identificada m³ ha 7,7 2,27 0,78 0,2 0 0 0 10,94
n ha-1 11,7 1,13 0,27 0,03 0 0 0 13,13
-1
Pintadinho, Caqui Poeppigia procera m³ ha 0,11 0 0 0 0 0 0 0,11
n ha-1 0,13 0 0 0 0 0 0 0,13
-1
Piquiá Caryocar villosum m³ ha 0,09 0,19 0,28 0,36 0,25 0 0 1,16
-1
n ha 0,13 0,12 0,09 0,06 0,06 0 0 0,46
Piquiarana Caryocar glabrum m³ ha-1 0 0,17 0 0 0 0 0 0,17
-1
n ha 0 0,09 0 0 0 0 0 0,09
Purui Swartzia acuminata m³ ha-1 0,03 0 0 0 0 0 0 0,03
n ha-1 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
Quina-quina, Geissospermum
Quinarana sericeum m³ ha-1 0,04 0 0 0 0 0 0 0,04
-1
n ha 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
Roxinho, Pau-roxo Peltogyne lecointei m³ ha-1 1,66 2,31 1,52 0,32 0,39 0,51 0 6,71
n ha-1 2,23 1,1 0,45 0,06 0,06 0,03 0 3,93
-1
Seringueira Hevea brasiliensis m³ ha 0,28 0,24 0 0 0 0 0 0,51
n ha-1 0,4 0,12 0 0 0 0 0 0,52
Sorva Couma macrocarpa m³ ha-1 0,08 0,17 0,41 0,12 0,28 0 0 1,06
n ha-1 0,13 0,09 0,12 0,03 0,03 0 0 0,4
-1
Sucupira preta Diplotropis purpurea m³ ha 0,41 0,64 1,12 0,17 0 0 0 2,34
-1
n ha 0,58 0,3 0,27 0,03 0 0 0 1,18
Sucupira amarela Bowdichia nitida m³ ha-1 0,3 0,45 0 0 0 0 0 0,75
n ha-1 0,31 0,18 0 0 0 0 0 0,49
Sumauma Ceiba pentandra m³ ha-1 0 0 0 0 0 0 0 0
n ha-1 0 0 0 0 0 0 0 0
-1
Tambori Não identificada m³ ha 0,09 0,41 0,1 0,59 0 0 0,55 1,73
n ha-1 0,13 0,21 0,03 0,09 0 0 0,03 0,49
-1
Taquari Mabea fistulifera m³ ha 0,02 0 0 0 0 0 0 0,02
n ha-1 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
Tauari vermelho,
Tauari Couratari sp m³ ha-1 0,28 0,56 0,7 0,79 0,17 0,81 1,69 5,01
n ha-1 0,45 0,24 0,21 0,12 0,03 0,06 0,09 1,19
Tachi Sclerolobium sp m³ ha-1 2,96 2,27 1,48 1,35 0,34 0 0 8,39
-1
n ha 4,06 1,16 0,45 0,24 0,03 0 0 5,94
Ucuuba Virola sp m³ ha-1 0,36 0,24 0,11 0 0 0 0 0,71
n ha-1 0,49 0,12 0,06 0 0 0 0 0,67

77
Classes Diamétricas (cm)
25- 45- 65- 85- 105- 125- >
Nome vulgar Nome científico Desc 45 65 85 105 125 145 160 TOTAL
Uruba Não identificada m³ ha-1 0,03 0 0 0 0 0 0 0,03
-1
n ha 0,05 0 0 0 0 0 0 0,05
Uxi Endopleura uchi m³ ha-1 0,67 0,34 0,04 0,53 0 0 0 1,58
n ha-1 0,89 0,18 0,03 0,09 0 0 0 1,19
Vermelhão Não identificada m³ ha-1 0,06 0,17 0,08 0 0 0 0 0,31
n ha-1 0,05 0,06 0,03 0 0 0 0 0,14
-1
Virola Não identificada m³ ha 0,07 0,25 0,08 0 0,23 0 0 0,62
n ha-1 0,09 0,12 0,03 0 0,03 0 0 0,27
Não identificada Não identificada m³ ha-1 0,92 0,76 0,48 0,46 0,48 0 0 3,1
n ha-1 1,47 0,36 0,12 0,09 0,06 0 0 2,1
-1
Não identificada Não identificada m³ ha 0,09 0 0 0 0 0 0 0,09
n ha-1 0,13 0 0 0 0 0 0 0,13

Total para Volume Comercial m³ ha-1 50,2 37,6 32,4 21,39 13,81 9,08 20,9 185,34

Total para Número de Árvores n ha-1 70,9 18,4 9,41 3,67 1,73 0,75 1,05 105,89
Fonte: SFB (2007).

78
TABELA 16 – QUADRO RESUMO DO VOLUME POR ESPÉCIE COMERCIAIS POR CLASSE DE
DIÂMETRO POR HECTARE.

Fonte: Edital nº 01 da Flona do Jamari (SFB, 2007).

79
TABELA 17 – LISTA DE ESPÉCIES POR GRUPO, LEVANDO EM CONTA SEU VALOR
COMERCIAL.

Fonte: Edital nº 01 da Flona do Jamari (SFB, 2007).

80
TABELA 18 - VOLUME E Nº DE ÁRVORES POR GRUPO DE ESPÉCIES COMERCIAIS PARA
ÁRVORES COM DAP MAIOR OU IGUAL A 45,00 CM NA FLONA DO JAMARI.
% em
Grupo Número Números de Volume relação ao volume volume
de de àrvores Comercial volume utilizável ajustado
Espécies Espécies (N/ há ) (m3/há) comercial (IN 5) - 50% (m3/há)
1 3 0,81 7,83 9,46 3,92 1,72
2 7 4,35 16,76 20,27 8,38 6,88
3 21 9,88 32,91 39,8 16,45 12,9
4 11 4,68 25,19 30,47 12,6 4,3
Total 42 19,72 82,69 100 41,35 25,8
Fonte: Adaptado do anexo 07 do Edital nº 01 da Flona do Jamari (SFB, 2007).

Obs: As tabelas 18 e 22 foram ajustada com base nos dados apresentados nos quadros
“Volume e Número de Árvores por grupo de espécies comerciais, para árvores com DAP ≥ 45 cm na
FLONA do Jamari” e “Volumes totais estimados por Unidade de Manejo, considerando descontos do
Volume Comercial e da área total” do anexo 07 do edital nº01/2007 da FLONA DO JAMARI, que por
sua vez foi ajustado com base no resultado do inventario florestal da FLONA do Jamari. Tais quadros
apresentam o volume por grupo de espécies ajustado para intensidade de 30,0m3/há, esses volumes
com base em regra de três simples foram ajustados para a intensidade de 25,80 m³/há.

81
3.0. INFORMAÇÕES SOBRE O MANEJO FLORESTAL

A UMFII da Floresta Nacional do Jamari, com área de 32.998,1182 ha, está


geograficamente posicionada nas coordenadas: 9.005.043,937 N e 529.000,167 E
(Marco 001), local onde será implantado o plano de manejo em epígrafe, estando
toda ela inserida no município de Itapuã do Oeste.
A exploração dos Recursos florestais levanta uma série de questões. Em
primeiro lugar existe a preocupação com o compromisso a ser alcançado entre a
exploração de recursos naturais e a conservação da natureza. As taxas
elevadíssimas com que o desmatamento e a conversão da floresta em outros tipos
de cobertura vegetal vêm se processando, e, sobretudo o caráter indiscriminado, às
vezes caótico, destas atividades, põe dúvida na possibilidade de preservar-se da
extinção, milhares de espécies de plantas e animais.
Por outro lado, as dificuldades encontradas com a implantação e manutenção
de grandes projetos agroindustriais, bem como dos perigos de deterioração
ambiental que uma expansão destes projetos, em sua forma atual, poderia trazer
para a região, demonstram a necessidade de soluções alternativas para a utilização
das florestas amazônicas. Uma preocupação essencial é com a sustentabilidade em
longo prazo das atividades econômicas. Certos projetos podem até ser lucrativos em
curto prazo, quando não se computam no balanço de custos e benefícios seus
custos sociais e ambientais. Em outras palavras, estes projetos são predatórios aos
recursos naturais.
Na discussão sobre a ocupação e utilização dos recursos da Amazônia é
preciso ter sempre em conta o desenvolvimento de sistemas de manejo dos
recursos florestais que não coloquem em risco a base de sustentação das
economias da região garantindo melhores padrões de vida também para as
gerações futuras.
Trata-se, portanto de desenvolver ao máximo as potencialidades econômicas
da região sem violar as restrições ecológicas inerentes ao sistema. Alguns princípios
gerais que apontam no sentido deste equilíbrio serão apresentados a seguir.
Evidentemente não existem receitas prontas para o sucesso, mesmo porque
muita pesquisa ainda se faz necessária, e, sobretudo também, porque muitas são as

82
condicionantes socioeconômicas que vão determinar, em cada caso, o estilo de
desenvolvimento.
Qualquer atividade humana no sentido de retirar da floresta alimentos e
outros produtos necessários a sua subsistência, por menor que seja, representa uma
perturbação no ecossistema florestal. Essas perturbações em si mesmas não são
necessariamente prejudiciais ao ecossistema. Um dado do ecossistema não é algo
estático, imutável; pelo contrário, é caracterizado por um dinamismo acentuado,
estando constantemente sendo submetido a certo nível de perturbações naturais,
das quais se recupera mais ou menos rapidamente. Numa floresta, por exemplo,
muitas árvores caem durante tempestades, abrindo clareiras naturais que permite a
constante renovação da floresta. Assim, importa considerar o nível de intensidade
das perturbações infligidas a floresta, que pode variar quanto à extensão no espaço,
na freqüência, etc., podendo ou não ser compatível com a capacidade de
regeneração do ecossistema. A produção econômica é nitidamente florestal. Os
modos de utilização da floresta tropical úmida de terra firme que mais se aproxima
dessa cobertura vegetal primitiva em suas funções de regulação do clima e do
regime hidrológico dos rios, proteção do solo e manutenção da diversidade biológica
podem ser ordenados como os mais adequados ecologicamente às condições da
região. Assim, do ponto de vista estritamente ambiental, o manejo da floresta natural
para produção de rendimentos sustentados de madeira e outros produtos constitui a
primeira prioridade.
Desafortunadamente, a forma de manejo sustentado da floresta natural tem
se revelado até agora economicamente pouco atrativas, quando analisadas sob o
contexto econômico atual que considera efeitos ambientais como "externalidades", e
pouco se preocupa com o bem estar das gerações futuras. Pelo contrário, tem sido
considerado economicamente interessante, isto é, lucrativo, derrubar-se e queimar-
se totalmente a floresta para a implantação de pastagem e criação de gado, mesmo
que seja por apenas 5 ou 10 anos. Esta forma de uso da floresta, favorecida por
incentivos fiscais muito atrativos, constitui o extremo oposto na escala de adequação
ecológica a região (SCHUBART, 1982).
O governo federal através de uma medida racional e inteligente realizando a
licitação das florestas nacionais para exploração através de planos de manejo
florestal de uso múltiplo, além de proteger as mesmas contra invasão e furto de
83
madeira, vem atender um das mais antigas reivindicações do setor de base florestal,
especialmente de Rondônia. Possibilitando assim o abastecimento do setor e a
manutenção da qualidade ambiental nessas florestas.

3.1. SISTEMA SILVICULTURAL

O sistema silvicultural a ser adotado é o policíclico, com a utilização de


máquinas para o arraste das toras, amplamente recomendado para as condições de
florestas de terra firme na Amazônia brasileira. Denominado pela EMBRAPA de
Sistema Brasileiro de Manejo Seletivo. Nesse sistema a rotação é dividida em
intervalos denominados ciclos de corte. Em cada ciclo, as árvores maduras são
colhidas em cortes intermediários. No caso do presente plano de manejo será
adotado inicialmente um ciclo de corte de 30 anos.
Tendo em vista os estudos sobre manejo florestal, baseados em pesquisas de
campo, optou-se pelo sistema de "Regeneração Natural" em função da maior
adequação à região de florestas tropicais.
A aplicação do sistema de regeneração natural parece ser o mais indicado
para as condições de Rondônia. Tal metodologia consiste em deixar em pousio, a
área de manejo explorada até o próximo Ciclo de Corte, onde se espera que a
biomassa Florestal extraída seja reposta através da sucessão secundária
(regeneração Natural) e pelo crescimento da Floresta remanescente (Árvores com
DAP < 50 cm), que segundo SILVA(1996), o período de repouso da floresta para
REGENERAÇÃO NATURAL deve ser de 1 ano para cada 1,0 m³ extraído por
hectare, no entanto a Resolução nº 406/CONAMA/2009, preconiza uma
produtividade estimada em 0,86 m³/ha/ano, ou seja para o CICLO DE CORTE
proposto (30 anos) será explorado no máximo 25,80 m³/ha, de acordo com a
legislação vigente. Esse método poderá não ser aquele que possibilitará um
crescimento da floresta tão acelerado quanto os reflorestamentos, mas sem dúvidas
será aquele que garantirá a manutenção da Biodiversidade, identidade florestal e a
continuidade da produção de madeira na área explorada, ao mesmo tempo em que
se trata de um método de manejo não muito dispendioso portanto, bastante
interessante também sob o ponto de vista econômico.
Com Relação a exploração do óleo resina de Copaíba, as árvores exploradas

84
deverão permanecer em pousio por 2 anos, de forma a possibilitar a recomposição
da árvore e a sustentabilidade da produção.
A aplicação desse sistema se deve aos resultados de pesquisa realizados,
que indicam esse sistema como o mais apropriado para o manejo das florestas
tropicais.
A seguir, apresenta-se na Tabela 19, a seqüência de operações do sistema a
ser desenvolvido no projeto da madeireira Sakura.

85
TABELA 19 – OPERAÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS NO SISTEMA SILVICULTURAL
ADOTADO
ANO OPERAÇÕES
 Demarcação da Unidade de Manejo Florestal (UMF II) e elaboração do PMFS ;
 Demarcação da Unidade de Produção Anual (UPA);
 Planejamento e construção das estradas principais;
 Inventário 100 % das árvores com DAP > 35 cm e micro zoneamento da
unidade de produção anual e corte de cipós;
 Instalação e primeira medição das parcelas permanentes;
 Processamento de dados e mapeamento no sistema de informações
geográficas;
N-1
 Elaboração do plano operacional anual – POA, com estimativa do volume de
madeira em tora a ser extraído, volume do óleo resina de copaíba a ser coletado e
estimativa dos resíduos florestais a ser extraído;
 Elaboração dos mapas das UPA’S (base e corte) e Ficha de abate e ficha de coleta
de óleo resina de copaíba para as equipes de campo;
 Seleção de árvores para o abate e planejamento operacional da colheita;
 Planejamento e construção das estradas secundárias e pátios 1 ;
 Proteção da UMF II;
 Treinamento da equipe de colheita, conforme as técnicas de impacto reduzido;
 Colheita conforme o planejamento, utilizando técnicas de impacto reduzido, como o
abate direcionado;
 Planejamento e abertura dos ramais de arraste sinalizados com fitas coloridas;
N  Arraste utilizando trator florestal (Skidder);
 Transporte das toras, por via terrestre, até a serraria;
 Colheita do óleo resina de copaíba;
 Planejamento e Colheita dos resíduos florestais;
 Proteção da UMF II
 Remedição das parcelas permanentes para avaliar os impactos físicos e biológicos
N+2 causados pelas operações de colheita;
 Manutenção e proteção da UMF II 2 ;
 Remedição das parcelas permanentes para avaliar o crescimento, mortalidade e
N+5
ingresso de novas plantas na floresta residual
 Remedição das parcelas permanentes para avaliar o crescimento, mortalidade e
N + 10 ingresso de novas plantas na floresta residual e avaliação da necessidade de realizar
tratos silviculturais para redução da área basal
 Remedição das parcelas permanentes para avaliar o crescimento, mortalidade e
N + 15
ingresso de novas plantas na floresta residual
 Remedição das parcelas permanentes para avaliar o crescimento, mortalidade e
N + 20
ingresso de novas plantas na floresta residual
 Remedição das parcelas permanentes para avaliar o crescimento, mortalidade e
N + 25
ingresso de novas plantas na floresta residual
N + 30  Início do segundo Ciclo

1
As atividades operacionais relacionadas a instalação de infrestrutura, serão efetivadas somente
após a aprovação do PMFS.
2
As atividades de manutenção e de proteção da UMF II deverá ser uma atividade permanente e ser
efetivada todos os anos.
86
3.2. ESPÉCIES FLORESTAIS A MANEJAR E A PROTEGER

3.2.1. Espécies florestais a manejar

As espécies florestais a manejar listadas preliminarmente na Tabela 20, foram


baseadas no resultado do inventário amostral da FLONA realizado pelo Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – IBDF, no ano de 1983. As quais serão
ajustadas com base no resultado do inventário a 100% a ser realizado nas UPA’S.
De modo que a relação final das espécies a manejar, será definida após a
realização do IF 100%, através da coleta e identificação botânica das espécies
existentes em cada UPA.

87
TABELA 20 – RELAÇÃO PRELIMINAR DAS ESPÉCIES FLORESTAIS A MANEJAR
GRUPO DE
NOME COMUM NOME CIENTIFICO COMERCIALIZAÇÃO GRUPO DE USO
Cedro mara Cedrela sp 1 SERRARIA
Cedro rosa Cedrela sp 1 SERRARIA
Louro rosa Aniba burchellii 1 SERRARIA
Angelim pedra Hymenolobium sp 2 SERRARIA
Cumarú Dipteryx odorata 2 SERRARIA
Itaúba Mezilaurus itauba 2 SERRARIA
Jatobá, Jutaí - açú Hymenaea courbaril 2 SERRARIA
Louro Ocotea sp. 2 SERRARIA
Muiracatiara Astronium lecointei 2 SERRARIA
Sucupira amarela Bowdichia nitida 2 SERRARIA
Abiurana Pouteria sp 3 SERRARIA
Abiurana branca Pouteria surinamensis 3 SERRARIA
Abiorana vermelha Pouteria caimito 3 SERRARIA
Amapá amargoso Brosimun sp 3 SERRARIA
Angelim rajado Pithecellobium racemosum 3 SERRARIA
Breu mescla Protium cf. paniculatum 3 LAMINAÇÃO POR TORNO
Breu vermelho Protium sp 3 SERRARIA
Castanha de macaco Couropita guianensis 3 SERRARIA
Copaíba Copaifera multijuga 3 ÓLEO RESINA
Cupiúba Goupia glabra 3 SERRARIA
Escorrega macaco Balizia sp 3 SERRARIA
Guariúba Clarisia racemosa 3 SERRARIA
Jitó Guarea sp 3 SERRARIA
Jutai pororoca Dialium guianensis 3 SERRARIA
Massaranduba Manilkara huberi 3 SERRARIA
Muiratinga Maquira sp 3 SERRARIA
Roxinho/ Pau-roxo Peltogyne lecointei 3 SERRARIA
Sucupira preta Diplotropis purpurea 3 SERRARIA
Tauari vermelho/Tauari Couratari sp 3 SERRARIA
Angelim amargoso, Fava amargosa Vataireopsis speciosa 4 SERRARIA
Cajuaçú, cajuí Anacardium giganteum 4 LAMINAÇÃO POR TORNO
Faveira vatairea paraensis 4 SERRARIA
Fava branca Parkia sp 4 LAMINAÇÃO POR TORNO
Fava ferrea Parkia sp 4 SERRARIA
Fava vermelha Parkia sp 4 SERRARIA
Marupá Simarouba amara 4 SERRARIA
Piquiá Caryocar villosum 4 SERRARIA
Piquiarana Caryocar glabrum 4 SERRARIA
Ucuuba Virola carinata 4 LAMINAÇÃO POR TORNO

Dependendo das condições de cada UPA e da situação do mercado, outras


espécies potenciais poderão ser incluídas neste grupo. Em alguns casos até para
substituir espécies que não ocorram em escala industrial em uma UPA específica.

88
3.2.2 – Espécies florestais a proteger
As espécies protegidas por lei (Castanheira e Seringueira) e ameaçadas de
extinção no bioma Amazônia, relacionadas na INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº
06/MMA/2008, conforme tabela 21, serão mapeadas e preservadas.

TABELA 21 – ESPÉCIES DA FLORA DO BIOMA AMAZÔNIA AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO


UNIDADES
FAMÍLIA ESPÉCIE AUTOR DA BIOMA
FEDERAÇÃO
Asteraceae Aspilia paraensis (Huber) J.U.Santos PA, RO Amazônia
Bignoniaceae Digomphia densicoma (Mart. ex DC.) Pilg. AM Amazônia
Bignoniaceae Jacaranda carajasensis A.H.Gentry PA Amazônia
Burseraceae Bursera simaruba (L.) Sarg. AM Amazônia
Chrysobalanaceae Licania aracaensis Prance AM Amazônia
Chrysobalanaceae Licania bellingtonii Prance RO Amazônia
Convolvulaceae Ipomoea carajasensis D.Austin PA Amazônia
Convolvulaceae Ipomoea cavalcantei D.Austin PA Amazônia
Costaceae Costus fragilis Maas PA Amazônia
Costaceae Costus fusiformis Maas PA Amazônia
Fabaceae Amburana cearensis var. acreana (Ducke) J.F. Macbr. AC, MT, RO Amazônia
(Cerejeira, cumaru-de-cheiro,
imburana-de-cheiro)
Fabaceae Peltogyne maranhensis (Pau- Huber ex Ducke MA, PA Amazônia
roxo)
Lauraceae Aniba rosaeodora (Pau-rosa, pau- Ducke AM, AP, PA Amazônia
rosa, itaúba)
Lauraceae Dicypellium caryophyllaceum (Mart.) Nees PA Amazônia
(Cravo-do-maranhão, paucravo,
casca-preciosa)
Lecythidaceae Bertholletia excelsa (Castanheira, Kunth AC, AM, MA, Amazônia
castanheira-do-pará, castanheira- PA, RO
do-brasil)
Lecythidaceae Eschweilera piresii S.A.Mori PA Amazônia
Lecythidaceae Eschweilera rabeliana S.A.Mori AP Amazônia
Meliaceae Swietenia macrophylla (Mogno, King AC, AM, MA, Amazônia
águano, caóba) MT, PA, RO,
TO
Orchidaceae Galeandra curvifolia Barb.Rodr. PA Amazônia
Poaceae Axonopus carajasensis M.N.C.Bastos PA Amazônia
Rutaceae Euxylophora paraensis (Pau- Huber AC, AM, MA, Amazônia
amarelo, paucetin, amarelão, PA
espinheiro)
Rutaceae Nycticalanthus speciosus Ducke AM Amazônia
Rutaceae Pilocarpus alatus C. J. Joseph ex MA, PA Amazônia
Skorupa
Fonte: Instrução normativa Nº 6/MMA/ 2008, Lista Oficial MMA da Flora Brasileira Ameaçada de
Extinção, 2008.

89
Se por ocasião do inventário a 100% nas UPA’s a serem exploradas, for
identificado a presença de árvores ameaçadas de extinção, conforme tabela 21, as
mesmas serão indicadas nos relatórios do inventário a 100%, mapeadas, mantidas
na área e protegidas, além de serem devidamente identificadas em campo através
do plaqueteamento, como árvore em extinção, conforme modelo de placa na Figura
22.
Serão protegidas ainda, todas as espécies enquadradas no parâmetro de
raridade, cuja a abundância de indivíduos com DAP superior ao diâmetro mínimo de
corte (DMC) seja igual ou inferior a 0,03 árvores/ha a cada UT, bem como todas as
árvores deixadas na área do manejo como árvores matrizes porta sementes ( pelo
menos 10% das árvores comerciais com DAP superior ao DMC) além de todas as
árvores das espécies protegidas por lei: a castanheira (Betholetia excelsa) e a
seringueira (Hevea spp).
Por fim, serão protegidas todas as árvores existentes nas àreas de
preservação permanente, conforme tabela 22, áreas de preservação absoluta, em
conformidade aos preceitos do Código Florestal (Lei 4771/65).

TABELA 22 - LARGURA MÍNIMA EM METROS DA FAIXA DE PROTEÇÃO DAS ÁREAS DE


PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE ACORDO COM A LARGURA DO RIO.
LARGURA MÍNIMA DA FAIXA
LARGURA DO RIO (Metros) LATERAL DE PRESERVAÇÃO
(Metros)
Nascentes 50
Inferior a 10 30
10 a 50 50
50 a 200 100
200 a 600 200
Superior a 600 500

 Proteção das árvores localizadas em APP

Além do não plaquetemento de árvores em APP, como medida de proteção


das árvores que ocasionalmente possam ter sido marcadas para corte em APP,
serão realizados os seguintes procedimentos:

o Identificação de todas as árvores a abater localizadas numa faixa de 10

90
metros limítrofe com as APP’s;
o Relacionar na ficha de abate as árvores a abater localizadas na faixa
limítrofe de 10,0 m além das APP’s.
o Para essas árvores os motosseristas devidamente treinados para atentar
para os cuidados a serem tomados antes do abate, deverão remedir a
distância entre elas e a margem dos igarapés e só proceder o abate se
as mesmas estiverem foram da área de APP, caso contrário, não abater
e colocar o motivo na ficha de abate.
o Para a segunda UPA em diante, proceder, com uso do GPS 76CSX, o
georreferenciamento das árvores mensuradas no inventário a 100%,
como forma de se obter maior precisão da localização das árvores,
evitando assim o corte de árvores em APP’s.

3.3. REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO

O ciclo de corte a ser adotado no presente plano é de 30 anos. Esse ciclo


baseia-se numa tentativa de garantir a recuperação do estoque explorado que dê
sustentabilidade ao sistema, de modo a reduzir o período destinado à recuperação
dos estoques florestais. Essa inovação fundamenta-se na premissa de que, com o
emprego da intensidade de exploração (25,80 m3/ha) vinculada ao ciclo de corte (30
anos), aliado às técnicas de exploração de impacto reduzido a serem
implementadas, possibilitará o retorno à área num espaço de tempo menor, visando
a um novo ciclo de corte. Contudo, o monitoramento da floresta fornecerá os dados
de crescimento, oriundos das parcelas permanentes instaladas nas UMF, com o
objetivo de ajustar o período inicialmente previsto. Em suma a vinculação da
intensidade de exploração (25,80m3/ha) proporcional ao ciclo de corte (30 anos)
possibilitará a recomposição do estoque colhido para o próximo ciclo, com uma
produtividade da floresta prevista de 0,86/m3/ha/ano, garantindo assim a
sustentabilidade do empreendimento. Para a definição do tamanho das UPA’S foi
considerado o ciclo de corte de 30 anos, descontado as áreas improdutivas, APP’S e
o restante dividido por 30, obtendo uma área média de efetiva exploração de
1007,5881 ha por UPA a ser explorada.
A tabela 23, ajustada com base no inventário florestal da FLONA do Jamari

91
(IBDF,1983), mostra a estimativa do volume explorável anual (25.995,7730 m3) e
total por grupo de espécie para árvores com DAP maior ou igual a 45,00 cm na área
de efetivo manejo ( 30.237,6427 há).

TABELA 23 - ESTIMATIVA DO VOLUME EXPLORÁVEL ANUAL (25.995,7730 M3) E TOTAL POR


GRUPO DE ESPÉCIE PARA ÁRVORES COM DAP MAIOR OU IGUAL A 45,00 CM
NA ÁREA DE EFETIVO MANEJO (30.237,6424HÁ).
UMF II
ÁREA TOTAL 32.998,1180 HA
ÁREA DE EFETIVO MANEJO 30.237,6427HA
GRUPO DE ESPÉCIES CICLO DE CORTE 30ANOS
ÁREA LÍQUIDA MÉDIA POR UPA 1.007,5881 HA
VOLUME ESTIMADO (M3)
POR HECTARE POR UPA (ANUAL) TOTAL
1 1,72 m3 1.733,0515 51.991,5454
2 6,88 m3 6.932,2061 207.966,1818
3 12,90 m3 12.997,8865 389.936,5908
4 4,30 m3 4.332,6288 129.978,8636
TOTAL 25,80 m3 25.995,7730 779.873,1817

Fonte: Adaptado do anexo 07 do Edital nº 01 da Flona do Jamari (SFB, 2007).

Todas as tabelas citadas serão ajustadas com base nos resultados do


inventário florestal a 100% das UPA’S a serem exploradas, levando em
consideração a intensidade de exploração de 25,80 m3/ha e os demais critérios
preconizados na IN nº 05/MMA/2006 e Resolução nº 406/CONAMA/2009. Devendo
ainda ser atentado para o parâmetro de caracterização de espécie explorada ( anexo
12, parametrização A7 do edital nº 01/2007 da flona do Jamari) devendo
corresponder para tanto, a uma intensidade mínima de exploração por espécie
comercial de pelo menos 2% do volume total explorado por ano ou 4% do valor
pago pelo preço do produto da madeira em tora para ano.

3.4. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE PRÉ-EXPLORATÓRIAS EM


CADA UPA

Neste Projeto, serão explorados dois tipos de produto, os madeireiros e não


madeireiros, sendo os madeireiros a madeira em tora de valor comercial com DAP
maior ou igual a 50,0 cm e com intensidade máxima de exploração de 25,80 m3/ha e
os resíduos de exploração (Sapopemas, destopos e galhadas das copas das
árvores abatidas e com diâmetro maior ou igual a 10,0 cm), atentando sempre que o
92
volume a ser explorado de resíduos, deverá corresponder no mínimo a 30% do
volume da madeira em tora extraída, conforme recomenda o anexo 12 do edtital nº
01/2007 da Flona do jamari. Como produto não madeireiro será explorado o óleo
resina de Copaíba. Para tanto a UMF II foi dividida em 30 UPA’s de modo a
atender o ciclo de corte de 30 anos.
A seguir será apresentado a metodologia da atividades pré exploratórias por
UPA.

3.4.1. Delimitação permanente da UPA

A área destinada para fins de manejo florestal, excluída a área improdutiva é


de 31.846, 3487 ha, que foi dividida em 30 UPA´s de aproximadamente 1.061,5450
ha, conforme mapa georreferenciado locando as UPA’s na UMF II em anexo.
De posse do mapa do Macrozoneamento da UMF II e obtenção das
coordenadas geográficas dos vértices e posterior transporte dessas informações
para o mapa vetorial (Auto Cad) da área da UMF II com localização das UPA’s a
serem exploradas, conforme IN 93 e 101/IBAMA/2006, para a demarcação da UPA
será utilizado método denominado de Poligonométrico-estadimétrico, procedendo da
seguinte forma: de posse das coordenadas geográficas dos vértices da UPA e
azimutes, a equipe de topografia, composta por um topógrafo e 04 auxiliares,
deslocar-se-á para a área da UPA 01 e com ajuda de um GPS Garmim 60CSX,
localizará a coordenada do primeiro vértice, onde será instalado o teodolito. Após
determinar o azimute de partida, será tirado o rumo e aberta a picada de
aproximadamente 1,5 m de largura até o próximo vértice; e assim por diante até o
fechamento do perímetro da UPA, com base nas projeções determinadas pelo
macrozoneamento. Serão coletadas novamente as coordenadas geográficas dos
principais vértices, as quais servirão de base para a confecção do mapa de cada
UPA e para alimentar o Sistema de Informações Geográficas (SIG). Este
procedimento possibilitará sua localização a qualquer tempo, se necessário. Além
disso, serão fixados marcos referenciais em cada um dos quatro cantos da UPA,
com estacas de madeira resistente, bem como, seguindo as normas do IBAMA, as
áreas das UPA’s a serem exploradas, antes de qualquer intervenção, serão

93
devidamente identificadas com placas de PVC de 40 cm X 60 cm, nos quatro cantos,
constando o nº da UPA e o ano de exploração.
Por ocasião da demarcação de cada UPA, a equipe de topografia efetuará
também a demarcação das UT’s.

 Modelo de placa a ser colocada nos vértices da UPA


PLANO DE MANEJO
FLORESTAL SUSTENTADO

UPA: 01
ANO DE EXPLORAÇÃO: 2009

 Material e equipamentos a serem utilizados:

o Teodolito repetidor Wild T1


o GPS garmim 60csx
o Facão
o Foice

o Mira
o balizas

3.4.1.1. Subdivisão das UPA’s em Unidades de trabalho -UT’s

As UPA’s serão subdivididas em unidades de Trabalho-UT’s, com áreas de


aproximadamente 100,00 ha. Para tanto, as mesmas serão devidamente
demarcadas em campo e identificadas nos 4 vértices com placas de PVC de 40,0
cm x 60,0 cm, conforme modelo abaixo. Regra geral, as UT’s terão formato
retangular ou quadrado, podendo a forma ser ajustada de acordo com as limitações
geográficas do terreno, topografia, vegetação, hidrografia etc. A numeração das
faixas na UPA’s e UT’s serão seqüencial e sem repetição, p.ex. se o nº de faixas na
UPA for da faixa 01 a faixa 200, a composição da UT 01 será da faixa 01 a faixa 20,
da UT 02 da Faixa 21 a faixa 40 e assim por diante. Será evitada a repetição do nº

94
da faixa nas UT’s, como forma de evitar o erro sistemático no rastreamento e
controle, e facilitar a localização das UT’s pelos operadores de campo e pela equipe
de vistoria.

 Modelo de placa a ser colocada nos vértices das UT’s.

PLANO DE MANEJO
FLORESTAL
SUSTENTADO
UPA: 01
UT: 01

3.4.1.2. Procedimento para abertura das trilhas de orientação

No processo de demarcação da UPA, a equipe de topografia com o uso do


teodolito deverá abrir uma picada de apoio a cada 500,0 m perpendicular às picadas
de orientação e tirar rumo em todas as picadas de apoio e nas picadas das
extremidades das UT’s e UPA’s, de modo a facilitar o trabalho dos picadeiros e
garantir precisão na abertura das picadas. Para tanto serão instaladas balizas de
madeira no início de cada faixa e nas picadas de apoio, a uma distância de 50
metros entre uma baliza e outra. As balizas dos extremos da picada serão
identificadas com placas de PVC de 10 x 10 cm, conforme Figura19, constando o nº
de cada faixa. Nas balizas das picadas de apoio deverão também constar o nº da
faixa os quais poderão ser marcados na própria baliza com tinta a prova d’agua.
Após a instalação da baliza externa no início da picada e nas picadas de apoio, será
aberta uma picada no rumo recomendado de aproximadamente 5 a 10 metros e
colocada outra estaca, de modo a permitir que a equipe de picadeiros, com a
utilização de bússolas dêem continuidade na abertura das trilhas de orientação,
utilizando para tanto o balizamento a cada 25 m, garantindo assim a precisão nas
operações de abertura das trilhas de orientação.
.

95
a) Abertura das trilhas de orientação:
As trilhas de orientação são picadas de aproximadamente 60,0 cm de largura
pelo comprimento da faixa, que servirão de base para a realização do censo. Para
abertura das trilhas de orientação, serão utilizadas 3 equipes de duas pessoas que
se revezarão entre as atividades de balizar e abrir a picada.
Para abertura das trilhas dentro das UPA’s e UT’s serão seguidos os
seguintes passos:
a) Abrir trilhas a cada 50 metros em linhas perpendiculares à cabeceira da
UT, seguindo a demarcação e rumos deixados pela equipe de
topografia. A trilha deve ter uma largura de aproximadamente 60,0 cm.
b) Colocar balizas com placas de identificação de comprimento ao longo
da trilha, a distâncias regulares de 25 metros. Desta maneira, a primeira
baliza deve ser fixada no marco 0 (zero) metro, a segunda em 25 metros
e assim por diante, sendo que a primeira e última baliza receberão as
placas de PVC com a identificação da faixa conforme Figura 19 e
modelos de placas abaixo.
c) Ao final da trilha, a equipe deverá se deslocar lateralmente 50 metros até
a próxima baliza, de onde deverá abrir uma nova trilha em direção à
cabeceira. Seguindo os procedimentos descritos no item anterior e
assim sucessivamente até a abertura de todas as trilhas nas UT’s e
consequentemente nas UPA’s.

96
FIGURA 19 – DEMARCAÇÃO DA UPA E ABERTURA DAS TRILHAS DE ORIENTAÇÃO NAS UT’S.

FAIXA

IO
R

01

N
VE
IN

O
O

Ã
D

Ç
TA
TO

N
EN

IE
R
M

O
A
H

E
IN

D
M

S
A

A
C

D
A
C
PI
PICADAS DE APOIO

500m

FAIXA 01 FAIXA 02 FAIXA 03

0 50 100 150 200

Fonte: Florestal (2008).

 Modelo de placas de boca da faixa e de comprimento.

FAIXA COMPRIMENTO

50 METROS

10
FLORESTAL
PLACA DE COMPRIMENTO
DE 25 EM 25 metros

FLORESTAL

PLACA DE BOCA DA FAIXA

3.4.2. Inventário florestal a 100% das árvores porta sementes,


remanescente, árvores protegidas por lei, árvores de copaíba e
árvores a serem abatidas

97
3.4.2.1 – grupo de espécies a serem inventariadas e diâmetro
mínimo de medição e de corte

Serão inventariadas todas as árvores que apresentem algum valor comercial


a nível nacional e internacional com demanda para construção civil, móveis, caixaria,
laminado, faqueado etc., tendo como ponto de referência o grupo de espécies
listada na tabela 20 (espécies a manejar).
O DAP mínimo de medição será de 35,00 cm, sendo que todas as árvores
com DAP entre 35,0 cm a 49,99 cm serão deixadas na área como remanescentes.
Já o Diâmetro mínimo de corte (DMC) para as espécies de valor comercial será de
50,0 cm.

3.4.2.2 – metodologia do inventário a 100%

O censo 3 consiste na localização, identificação e avaliação das árvores de


Corte Futuro (remanescentes), protegidas por lei (castanheira e seringueira), porta
sementes, árvores de Copaíba e árvores à serem abatidas em cada UPA , onde os
dados são anotados em uma ficha de campo e usados para elaboração do mapa
censo, locando a distribuição espacial das árvores mensuradas e para a
quantificação e qualificação dessas espécies .
O modelo da ficha de campo que será adotada neste inventário, contém
informações como número da árvore, coordenadas x e y (para localização da
árvore), nome das árvores (identificação), diâmetro à altura do peito (DAP), altura,
qualidade do fuste, etc. A equipe de inventário será composta por 01 Mateiro, 01
técnico florestal, 01 plaqueteiro, 02 cortadores de cipó e 01 cozinheiro.
Para realização do censo dever-se-á seguir os passos abaixo:

3
As atividades operacionais relacionadas ao inventário a 100%, serão efetivadas somente
após a aprovação do PMFS.

98
a) Identificação das árvores

A identificação das árvores a serem mensuradas deverá ser feita por mateiros
experientes e que conheçam bem os nomes vulgares das árvores na região, de
preferência que os mesmos conheçam também os nomes científicos. O mateiro
deverá levar consigo a relação das espécies a serem inventariadas de modo a
garantir que todas as espécies de interesse sejam mensuradas.

b) Medição das árvores (CAP e Altura comercial)

A medição da circunferência será ser feita com uma fita métrica, enquanto
para a medição do diâmetro será utilizada fita diamétrica (Figura 20). A medição do
diâmetro ou circunferência da árvore deverá ser feita a uma altura de 1,30 metro do
solo ou em torno da altura do peito do medidor (DAP). Serão medidas todas as
árvores das espécies listadas com DAP maior ou igual a 35,00 cm.
A altura comercial será estimada. Nos manejos florestais na Amazônia
devido a dificuldade e morosidade na utilização do hipsômetro devido ao
entrelaçamento das copas, geralmente a altura comercial ( comprimento do fuste
entre a base da árvore até a primeira bifurcação) é estimada, para isso é necessário
a utilização de mateiros experientes.
Para a medição de diâmetro serão tomados alguns cuidados:
 Medir apenas o diâmetro das árvores. Não incluir sapopemas, cipós,
casas de cupins etc. Se a árvore apresenta um desses problemas no
ponto de leitura, limpar o local ou medir acima desse ponto (Figura 21).
 Manter o instrumento de medição na posição horizontal em relação ao
solo.

99
FIGURA 20 – MEDIÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA FIGURA 21 - MEDIÇÃO DO CAP EM
A ALTURA DO PEITO ÁRVORES COM SAPOPEMA OU DEFEITO.

CAP

CAP (medir acima da sapopema)

1,30 m

1,30 m

c) Numeração das árvores no campo

Todas as árvores remanescentes e a serem abatidas serão identificadas com


placas de PVC medindo 5,0 cm x 9,0 cm e as árvores porta sementes e protegidas
por lei serão identificadas com placas de PVC de 10,0 cm x 10,0 cm. Estas placas
serão pregadas pelo plaqueteiro a aproximadamente 1,5m de altura na casca da
árvore com pregos comuns pequenos ou de alumínio para não danificar o tronco.
Todas as árvores mensuradas nas faixas de 50,0 metros, 25 metro de cada
lado da trilha de orientação, receberão uma plaqueta de identificação, conforme
descrito acima, com numeração crescente e seqüencial, ou seja, iniciando com o nº
01 até o número de árvores mensuradas em cada faixa, sendo que em toda faixa
essa numeração reinicia do nº 01.
Todos os indivíduos remanescentes serão deixados na área como Porta
Sementes. Para eficiência na disseminação de sementes dos indivíduos de interesse
comercial, deverá ainda ser deixada na área como Matriz Porta sementes pelo
menos 10% dos indivíduos a serem abatidos.

100
Para a caracterização da eficiência dos indivíduos com DAP≥50 cm como
árvores porta sementes, deverá ser considerada a distribuição uniforme dos mesmos
na área, além de características fenotípicas desejáveis para árvores porta sementes
tais como; apresentar boa qualidade de fuste, estar livre de ataque de pragas e
doenças, apresentar boa conformação de copa, etc.
Para a seleção das árvores a serem abatidas, dever-se-á levar em
consideração o DAP mínimo de 50 cm, ter valor comercial ou ser potencialmente
comercializável e apresentar características fenotípicas (Classe de fuste 1 ou 2,
defeitos, altura de fuste, etc.) compatíveis com as exigências de mercado.
Todas as árvores a serem abatidas, árvores remanescentes, árvores
proibidas de corte, árvores de Copaíba e conseqüentemente porta sementes, serão
devidamente marcadas e identificadas em campo com placas de PVC, conforme
modelo abaixo. Sendo as árvores a serem abatidas e remanescentes, identificadas
com placas medindo 5 cm X 9 cm, onde constará o número da ÁRVORE e FAIXA,
para o caso das “ÁRVORES PORTA SEMENTES”, “ÉSPÉCIE EM EXTINÇÃO” e
“PROTEGIDAS POR LEI “ as placas serão de 10 cm X 10 cm onde constará nº da
árvore, o nº da faixa e a frase PROIBIDO O CORTE, conforme Figura 22:

FIGURA 22 - MODELO DAS PLACAS:

ESPECIE EM PORTA SEMENTE ÁRVORE


ARVORE EXTINÇÃO PROTEGIDA POR
21 LEI
21 21
21
FAIXA
FAIXA
FAIXA 01 FAIXA
01 01 01
PROIBIDO O
FLORESTAL CORTE PROIBIDO O PROIBIDO O
CORTE CORTE
PLACA DE ÁRVORE A
ABATER E PLACA DE ÁRVORE EM
EXTINÇÃO PLACA DE ÁRVORE PLACA DE ÁRVORE PROTEGIDA
REMANESCENTE POR LEI (CASTANHEIRA E
PORTA SEMENTE
SERINGUEIRA)

101
d) Mapeamento das árvores (localização espacial das árvores)

Para a localização e o mapeamento das árvores em coordenadas x e y, a


equipe de inventário começará o levantamento no início de cada faixa, sendo que o
mateiro, o plaqueteiro e os cortadores de cipó farão o caminhamento em zigue e
zague do inicio para o final da faixa de 50,0 metros localizando e medindo todas as
árvores numa faixa de 25,0 metros de cada lado da picada. Já o técnico florestal fará
o mesmo caminhamento só que na trilha de orientação devidamente demarcada
com placas a cada 25,0metros (eixo y), servindo assim de referencial para os
demais. No processo de medição e mapeamento, o mateiro de posse da relação das
espécies a serem mensuradas, com a ajuda dos demais, localizará as árvores, as
identificará, medirá o CAP, medirá ou estimará a altura, verificará a classe de fuste
e presença de oco e repassará esses dados ao técnico florestal que está na trilha.
Este por sua vez os repassará para a ficha de campo, em seguida a árvore
será plaqueteada pelo “plaqueteiro” e seu número repassado pelo mesmo ao técnico
florestal e por fim os cortadores de cipó cortarão todos os cipós ao redor de todas as
árvores mensuradas.
Neste caso, “x” é a distância lateral de uma árvore para a trilha de orientação
e “y” é a distância entre a árvore e o piquete base do início da picada (Figura 23).
Esses valores serão calculados pelo técnico florestal e repassados para a ficha de
campo, que alimentará o banco de dados. Com a utilização de software específico
(Sistema Profissional Florestal-SPF) serão gerados os relatórios de árvores a serem
Abatidas, Árvores remanescentes, árvores porta sementes, árvores protegidas por
lei e o mapa vetorial com a distribuição espacial das árvores retro citadas por faixa,
conforme Figura 24.

102
FIGURA 23 – MAPEAMENTO DAS ÁRVORES MENSURADAS

4 ESPÉCIE N° ALT. CAP CF


DIST.
X LADO COMP.
Y

20 D 50

2
3
1

x = 20 m

m
50
=
y

1. Anotador (Técnico Florestal)


FAIXA 01 FAIXA 02 2. Identificador
3. Plaqueteiro
4. Cortador de cipó
25 m
0m 50 m

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

Obs: Como forma de se obter maior precisão sobre localização das árvores mensuradas com
relação as APP’s, recomenda-se que apartir da segunda UPA, todas árvores mensuradas
sejam georreferenciadas.

103
FIGURA 24 – MAPA COM DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS ÁRVORES MENSURADAS

Fonte: Florestal 2008.

3.4.2.3. Descrição das variáveis de interesse

a) Altura comercial

A altura comercial a ser estimada será aquela limitada entre a base do fuste e
pelos primeiros galhos encontrados no fuste das árvores e/ou bifurcação do tronco.
Serão tomadas as alturas de todas as árvores listadas com DAP maior ou igual a 35
cm dentro das UPA’s.

104
b) CAP (Circunferência a altura do peito)

O CAP será medido com trena comum graduada em centímetros, a altura de


1,3 m acima do nível do solo.

c) Classe de fuste

A Tabela 24 apresenta a descrição das classes de fuste a ser utilizada no


inventário a 100%.

TABELA 24 - DESCRIÇÃO DAS CLASSES DE FUSTE


CLASSES DE
QUALIDADE DEFINIÇÃO
DE FUSTE
1 Fuste reto, bem configurado sem defeitos aparentes
Fuste com leve tortuosidade, pequenos nós ou secção transversal elíptica,
2 madeira sadia
Fuste com deformações visíveis ou oco, com tortuosidade acentuada e
3 aproveitamento restrito

e) Nome vulgar

Nome vulgar será obtido através de um identificador (Mateiro) no campo,


presente no momento medição das árvores.

f) Identificação botânica

Para identificação da nomenclatura cientifica será feito num primeiro momento


a coleta de material botânico de todas as espécies mensuradas. Como parte das
árvores certamente não apresentará floração e/ou frutificação, para estas, num
segundo momento, durante a exploração da UPA 01 devidamente autorizada,
deverá ser coletado amostra de madeira para análise macroscópica para
identificação complementar do nome científico a nível de espécie.
Recomenda-se ainda que para essas espécies seja emitido DOF somente
após a confirmação da nomenclatura científica a nível de espécie.

105
f.1) Metodologia para coleta de material botânico

O coletor deverá sempre levar em consideração que inúmeras vezes os


espécimes coletados não representam o indivíduo em sua totalidade e sim partes
destes.

Deve ser feita de forma que os exemplares contenham folhas e flores em bom
estado de conservação e, se possível, também frutos.
Para a coleta do material, deve-se realizar os procedimentos destacados a
seguir, extraído de “Técnicas de coleta, identificação e herborização de plantas”.
Disponível em http://www.consulteme.com.br/media/index.php/herb%c3%a1rio

a) Ficha de Coleta
Dados sobre o ambiente físico do ponto de coleta:

 Local: país, folha, município, referências locais (rio, serra, chapada,


vale,...), altitude.

 Vegetação: forma biológica e textura do solo.

Dados relacionados à Planta/Ambiente: referem-se aos dados relativos às


adaptações das plantas ao meio.

Freqüência: freqüência da espécie em relação ao local de coleta.

Aspectos gerais do indivíduo coletado:

 Hábito - porte, altura.

 Tipos peculiares de raízes adventícias.

 Aspectos gerais do tronco e dos ramos.

- Folha: cor das superfícies, aroma, consistência

-Flor: grau de maturação, aroma, cor da corola, estames e estigma.

106
- Fruto: grau de maturação, aroma, cor, consistência.

Sempre que possível, ter as suas coordenadas e altitude estabelecidas.


Isso é feito através do uso de aparelho GPS (global position system) e altímetro,
respectivamente. Essas informações, mais o nome do coletor (es), o número do
material coletado, o local de coleta e data, são anotadas na caderneta de campo,
que deverá ser mantida com o coletor, e repetidas em uma ficha de coleta que
acompanha cada exemplar enviado.

OBS: Deverá ser mencionada no item observação sua importância


econômica, nome vulgar etc.

Numeração das Amostras

A série do coletor será iniciada pelo número 1 e obedecerá a uma seqüência


continua que independerá do projeto, local da coleta e operação de campo. Esta
numeração será sempre ligada ao nome do coletor principal e deverá constar na
ficha de coleta, na caderneta de campo e na borda do jornal. Amostras procedentes
de um único indivíduo recebem o mesmo número e amostras de indivíduos
diferentes recebem números distintos. No caso de mais de um coletor, deve-se
estabelecer a priori qual será o responsável pela numeração das amostras. Não
poderá haver numeração dupla. Por mais de um coletor, para uma mesma amostra.

b) Regras Gerais

A amostra botânica ao ser transformada em exsicata terá um tamanho


padronizado, e nesta condição deve reunir o maior número possível de dados que
permitam sua identificação. De um modo geral, os seguintes procedimentos devem
ser seguidos pelo coletor para o bom êxito de sua atividade de coleta:

 Evitar a coleta em dias chuvosos, bem como a coleta de plantas


molhadas que provocam a formação de mofo;

 Escolher exemplares sem vestígios de ataque pelos insetos, infestações


de fungos e outros sintomas patológicos evidentes.

107
 Evitar indivíduos depauperados

 Dar preferência a exemplares férteis, isto é, com estruturas reprodutoras


(Pteridófitas) ou com flores e/ou frutos (Fanerógamas);

 Coletar, sempre que possível, 5-7 amostras de cada individuo,


procurando-se adicionar algumas flores e frutos a mais para serem
utilizados pelo identificador.

 Caso a planta apresente sementes, colocá-las em sacos de papel ou


pano etiquetados

c) Metodologia para Herborização


 Prensagem

i. Prensar as amostras, logo após o ato da coleta;

ii. Preparar as amostras em tamanho que correspondam em média a


35 cm x 25 cm;

iii. Ramos com muitas folhas devem ser debastados;

iv. Caso seja necessário eliminar algumas folhas das amostras, estas
devem ser cortadas de modo que o vestígio do pecíolo fique
evidente;

v. Em uma amostra as folhas devem ser prensadas de modo


alternado;

vi. Inflorescências muito longas, antes de serem dobradas, devem ter


o ramo levemente amassado;

vii. Frutos de grandes dimensões, sem condições de prensagem,


devem ser destacados da amostra e colocados em “saco de rede
de nylon;

viii. Acondicionar cada exemplar coletado na folha de jornal; nunca


incluir duas amostras em uma mesma folha;

108
ix. O nome do coletor, seguido de seu respectivo número de coleta,
deve ser imediatamente anotado na margem da folha.

Após estes procedimentos, as amostras são empilhadas e colocadas entre as


prensas. Em seguida, amarra-se o conjunto com cordas, de modo que o material
fique sob pressão, para evitar que enrugue.

 Secagem

Quando se dispõe de estufa de campo, ao final de cada dia de coleta, o


material que já foi prensado será repreparado no interior da prensar para ser
introduzido na estufa.

Após a inclusão da última amostra no interior do lote, colocam-se o papel-


chupão, a folha de alumínio e finalmente a outra grade da prensa. Em seguida,
amarra-se o conjunto fortemente com cordas e coloca-se na estufa, a cada três
horas o material deve ser examinado e os jornais, quando muito úmidos, devem ser
substituídos, tendo-se o cuidado de anotar o nome e o número do coletor. A medida
que o material seca e diminui de volume, o lote prensado deve ter as cordas
reajustadas, para que as amostras não enruguem.

O material botânico é considerado seco quando apresentar-se rígido, sem


flexionar ao ser suspenso e sem umidade ao toque. Nessa ocasião, é retirado da
estufa. Após o retorno do campo todo material deve ser examinado para verificar-se
a necessidade de retornar à estufa do laboratório por mais algum tempo. Quando
não se dispõe de estufa de campo, o material coletado é colocado em prensas e
posto para secar em local ventilado.

f.2) Metodologia para coleta de amostras de madeira

As amostras de madeiras, nas dimensões de 5,0 cm X 5,0 cm no sentido


transversal por 10,0 cm no sentido longitudinal, devem ser retiradas do tronco da
árvore a altura de 1,30 m do solo, de preferência com casca, no caso de árvores
com sapopema, as mesmas devem ser retiradas logo acima dessas formações. Os
dados a serem coletados da árvore-amostra, são os mesmos descritos para coleta
de material botânico. Para cada espécie deverá ser coletado duas amostras, sendo

109
uma delas para fazer parte de Xiloteca a ser montada pela Mad. Sakura.
As amostras de madeiras coletadas devem ser encaminhadas a Xilotecas
confiáveis para serem identificadas.
Todo o material coletado (amostras botânicas e amostras de madeira), após a
avaliação, devem fazer parte do acervo da xiloteca e do herbário, contribuindo desta
forma com o banco de dados de identificação do país.
A xiloteca a ser criada na Mad. Sakura será disponibilizada para consulta,
tanto para as empresas do setor madeireiro da região, quanto para as instutuições
afins.

3.4.3. Microzoneamento

Uma das fases mais importantes dentro do manejo para o registro das áreas
de preservação permanente (Rios, Igarapés, Alagados, Nascentes, Morro com
declividade acima de 45º), saleiros, grotas, ninhal, terra preta de índio, sítios
arqueológicos, vegetação atípica (cipoal, bambuzal, castanhal etc.), outros
ambientes e atributos de alto valor de conservação é o microzoneamento, realizado
juntamente com o inventário florestal a 100%. Para o devido registro desses
ambientes durante essa fase, será adotado um modelo de ficha de
microzoneamento adequada para a identificação dos atributos especiais,
apresentado no Anexo I. Onde através das coordenadas “x” e “y” e coordenadas
geográficas UTM, esses atributos ou ambientes serão diagnosticados e mapeados.
Todos os ambientes ou atributos identificados serão mapeados e sobrepostos
ao mapa de exploração, de modo que o planejamento viário e exploratório deverá
garantir a conservação desses atributos de conformidade com a legislação em vigor.
Dentro do princípio da precaução, o PMFS da UMF II deverá prever a realização de
medidas específicas e implementadas para assegurar a manutenção e melhoria dos
atributos identificados, a fim de minimizar o impacto de qualquer ameaça, redução
significativa ou perda desses valores. Espera-se a conservação desses atributos
através da adoção das medidas mitigadoras dos impactos esperados descrita neste
projeto.
A forma de registro adotada pela Madeireira Sakura para cada atributo a ser

110
identificado nas UPA’s é detalhada a seguir.

a) Recursos Hídricos

 Nascentes, olhos d'água, cachoeiras, rios e igarapés etc.


 Marcação da posição do corpo d'água na ficha de campo de
microzoneamento (eixos x e y), durante a fase de inventário florestal;
 Locação dos corpos d´'água identificados nos mapas de exploração e
planejamento viário georreferenciado;

b) Área de Preservação Permanente – APP:


 Marcação da posição das APP’s (eixos x e y) na ficha de
microzoneamento, durante a fase de inventário florestal;
 Locação das APP nos mapas de exploração e planejamento viário:
esses mapas formam a base do planejamento da fase de extração e
identificam quais árvores estão fora da APP por meio do não
plaqueteamento das árvores dentro de seus limites. A ausência de
placas é o meio pelo qual a APP será identificada e respeitada quando
da extração das árvores;

c) Animais em geral

 Por ocasião do inventário florestal, todo animal observado deverá ser


registrado na ficha de microzoneamento e cadastrado em um banco de
dados específico.

c.1) Árvores-ninho

 Marcação da posição das árvores-ninho (eixos x e y) na ficha de


microzoneamento, durante a fase de inventário florestal;
 Marcação das árvores-ninho identificadas pelas equipes de campo nos
mapas de exploração, durante a fase de extração;
 Registro das árvores-ninho nos mapas e relatórios.
111
d) Cobertura Florestal

 Marcação em campo e registro na ficha de microzoneamento das


coordenadas (UTM) dos extremos das parcelas permanentes;
 Marcação da posição da vegetação atípica (cipoal, bambuzal, castanhal
etc) na ficha de campo de microzoneamento (eixos x e y) na fase de
inventário florestal;
 Marcação das árvores protegidas por lei e espécies endêmicas na ficha
de campo (eixos x e y) na fase de inventário florestal;
 Registro dos dados citados no mapa de exploração e planejamento
viário;

e) Solos

 Marcação da posição de Terra preta de índio na ficha de


microzoneamento (eixos x e y) na fase de inventário florestal;
 Marcação da posição de saleiros na ficha de microzoneamento (eixos x
e y) na fase de inventário florestal;
 Marcação da posição de sítios arqueológicos na ficha de
microzoneamento (eixos x e y) na fase de inventário florestal;
 Registro dos dados citados no mapa de exploração e planejamento
viário;

3.4.4 - Corte de cipó

A atividade de corte de cipós 4 tem o objetivo de diminuir o efeito da colheita


sobre as árvores vizinhas à árvore de corte, reduzindo o impacto de modo a evitar
danos às árvores que não serão abatidas e das remanescentes, devido ao
entrelaçamento de copas, protegendo principalmente as árvores porta sementes, de

4
As atividades operacionais relacionadas ao corte de cipó, serão efetivadas somente após a
aprovação do PMFS.
112
corte futuro e imunes de corte, contribuindo também para diminuir o risco de
acidentes na operação de corte. No caso da Madeireira Sakura o corte de cipós será
realizado por 2 trabalhadores/equipe de inventário, juntamente com o inventário a
100%, onde o corte de cipós será realizado ao redor de todas as árvores da lista de
espécies de interesse comercial e protegidas por lei.

3.4.5. Definição dos critérios de seleção de árvores para corte e


manutenção

3.4.5.1. Árvores passíveis de corte

Para definição das espécies de valor comercial e seleção das espécies


passíveis de exploração, serão levados em consideração os seguintes critérios:

 Não ser espécie Protegida por lei;


 Não ser árvore porta-semente;
 Possuir DAP igual ou superior a 50 cm;
 Não ser classificadas como classes de fuste 3, as mesmas serão
deixadas como remanescentes;
 Não ser espécies consideradas raras, que são as espécies comerciais
com DAP maior ou igual a 50,0 cm que apresentam abundância menor ou igual que
0,03, ou seja, a abundancia de indivíduos com DAP superior ao DMC (50,0cm) deve
ser superior a 3 árvores por 100 ha de área de efetiva exploração da UPA em cada
UT;
 Não estar na relação de árvores excluídas do quadro de abate com fins
de ajuste da intensidade de exploração;
 Não constar na lista oficial do IBAMA com espécie em extinção;
 Não estar dentro de áreas de preservação permanente
 Apresentar boa qualidade de fuste e boas características físico-
mecânicas;
 Apresentar demanda no mercado regional, nacional e/ou internacional,
para construção civil, móveis, embarcações, caixaria, laminados e faqueados, etc.

113
 Estar na lista do grupo de espécies comerciais da Mad. Sakura para
aquela safra;
 Não estar em desacordo com a IN 05/MMA/2006.

3.4.5.2. Árvores Remanescentes

a) Seleção das árvores matrizes

Após a realização do censo será feito a seleção das árvores porta sementes,
posteriormente a equipe de inventário retornará a campo e trocará as placas para
árvore porta semente, levando em conta os seguintes critérios:
 Apresentar boas características morfológicas, classe de fuste 1, estar
livre do ataque de pragas e doenças;
 Apresentar distribuição uniforme na área da UPA;
 Corresponder a pelo menos 10% dos indivíduos da classe de abate
(DAP ≥ 50,0 cm);
Para serem protegidas, as árvores matrizes serão indicadas no mapa de
exploração, demarcadas em campo e constarão no relatório da ficha de abate, de
modo que o motosserista possa facilmente detectá-la e evitar qualquer dano à
mesma.
Sempre que possível as árvores matrizes serão escolhidas próximas de áreas
onde estão agrupadas muitas árvores exploráveis, locais de provável abertura de
grandes clareiras, aumentando, dessa forma, as chances de colonização por suas
sementes.

b) Outras árvores

Nesta categoria estarão todas as árvores protegidas por lei, árvores que
eventualmente foram mensuradas e se encontram em áreas de APP ou árvores
mensuradas que se encontram em áreas de alto valor de conservação que requer
proteção absoluta. Todas essas árvores serão mantidas na área e protegidas por
ocasião da exploração florestal.
114
Tanto para seleção de árvores para abate como para manutenção,
serão observados os critérios descritos na IN 05/MMA/2006 e os demais critérios
supracitados.

3.4.6. Planejamento viário

O planejamento viário tem como objetivo minimizar os impactos negativos e


diminuir os custos de extração. Para a escolha do traçado viário, deverá ser levado
em consideração o macrozoneamento (topografia do terreno, grotas, hidrografia,
APP’S, áreas protegidas, etc.,) procurando sempre traçar as estradas principais por
caminhos mais planos e de menor resistência, evitando sempre que possível, cortar
igarapés. Para tanto, antes da abertura da rede viária da UMF II, dever-se-á
percorrer a área, utilizando como ponto de referência o mapa do macrozoneamento.
Já para abertura da rede viária dentro das UPA’s, as mesmas serão planejadas com
base no mapa do microzoneamento, sobreposto ao mapa de exploração, onde serão
locados APP’s, parcelas permanentes, vegetação atípica, se for o caso, grotas,
topografia, árvores a serem abatidas, árvores porta sementes, remanescentes e
protegidas por lei etc. Levando-se em conta todas essas informações, será feito
então o planejamento viário para as UPA’s, plotando as estradas secundárias,
sempre levando em conta os atributos citados, principalmente evitar o cruzamento
dos canais de drenagem.
Por ocasião da construção de estradas, evitar derrubar ou danificar árvores
remanescentes de valor comercial. As estradas e ramais de arraste deverão passar
a uma distância mínima de 3,00 metros das árvores de interesse comercial,
remanescentes e protegidas por lei, como forma de não danificar o sistema radicular
destas.
Em áreas de maior declive, as estradas serão construídas observando o nível
do terreno.
De posse do mapa Georreferenciado de exploração contendo o planejamento
viário em escala apropriada, a equipe de planejamento de estrada dará inicio a esta
operação seguindo sempre os procedimentos descritos a seguir, recomendados por
Amaral et all. (1998).

115
a) Demarcação das estradas

Para demarcação das estradas, serão seguidos os seguintes passos:


1. Localizar com auxilio do GPS o início da estrada conforme a indicação
do mapa preliminar de exploração.
2. Abrir a trilha no eixo central da estrada. Utilizar uma bússola para o seu
direcionamento.
3. Sinalizar o eixo central da estrada com estacas e/ou fitas coloridas
amarradas em balizas de madeira de aproximadamente 2 metros de
altura. A distância entre as balizas (em geral, 20 a 25 metros) deve
permitir que o tratorista possa ver a indicação seguinte.
4. Fazer desvios suaves nos trechos da estrada onde houver árvores
matrizes, árvores para a exploração futura, árvores a abater, variações
topográficas (elevações de terreno, baixões) e áreas de preservação
permanente.

Em geral, tais desvios representam um afastamento lateral de cerca de 1


metro do obstáculo. Entretanto, no caso das árvores matrizes e árvores de valor
comercial futuro, o desvio deve passar mais longe, cerca de 3 metros e em áreas
de preservação permanente o desvio deve passar no mínimo 30 metros. Para que
seja suave esse desvio inicia a 15 metros de distância do obstáculo, observando a
relação 1:5 (5 metros de distância para cada metro de desvio) (Figura 25).
A estrada seguirá a trajetória do desvio até encontrar um novo obstáculo, daí
voltará ao seu eixo original. O retorno obedecerá a mesma relação de 5 metros de
distância para cada metro de desvio. A equipe de demarcação sinalizará o início e o
final do desvio usando uma e duas fitas coloridas ou bandeirolas de folhas de
babaçu, respectivamente.

116
FIGURA 25 - COMO FAZER DESVIO AO LONGO DA ESTRADA

Arvore a ser
Eixo da Estrada protegida

15m

3m

início do desvio

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

b) Etapas da abertura de estradas

Na execução das estradas, serão seguidas as seguintes operações:

1. O ajudante do tratorista, utilizando uma motoserra, entrará antes de o


trator iniciar a operação, para traçar alguns troncos que estejam caídos
perpendicularmente por onde a estrada deverá ser construída. Em
seguida o mesmo voltará para acompanhar o trator durante a
operação.

2. O trator de esteira iniciará a abertura das estradas de acordo com o


mapa de exploração e a demarcação na floresta (Figura 26).

117
FIGURA 26 - O TRATOR SEGUINDO AS DEMARCAÇÕES NA FLORESTA.

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

3. O operador entrará com a lâmina suspensa quebrando todo o material


verde de modo que fique dividido para ambos os lados da estrada e
paralela a ela, para não acumular esse material em um só lado da
estrada (Figura 27).

4. Em seguida tratorista voltará aprofundando mais a lâmina para


começar a raspagem do solo, que não deverá ultrapassar uma
profundidade de 10 cm, para não remover excessivamente a camada
do solo. Nesta operação, o trator fará movimentos laterais para
depositar os restos de material vegetal (folhas, galhos e troncos de
árvores pequenas) nas margens da estrada uniformemente distribuído
dos dois lados de modo a mitigar os danos a vegetação remanescente
localizadas na margem da estrada.

118
FIGURA 27 – TRATOR ABRINDO ESTRADA SECUNDÁRIA

LÂMINA
SUSPENSA LÂMINA BAIXA

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

5. Por fim, para fazer o nivelamento e o acabamento da estrada em um


formato ligeiramente convexo (mais alta na parte central) para facilitar o
escoamento de água durante a estação chuvosa, será necessário que
o operador passe a máquina de 4 a 5 vezes, dependendo do terreno,
para ficar pronta.

6. Como as estradas são construídas de forma que o operador não corte


profundamente o solo, será necessária uma limpeza da estrada,
cortando cipós, raízes e troncos de árvores que ficam na mesma
depois do acabamento. Essa limpeza deverá ser feita para facilitar um
tráfego seguro de modo a evitar danos aos pneus dos caminhões,
carretas, Skidder durante o transporte ou arraste das toras. (Figura
28).
7. Ainda como medida mitigadora à vegetação remanescente marginal às
estradas, sempre que necessário deverá ser efetuado o repique das
árvores abatidas, como forma de facilitar o enleiramento lateral dos
restos de vegetação pelo trator de esteira e reduzir danos à vegetação
limítrofe.

119
FIGURA 28 – LIMPEZA DE RAÍZES, CIPÓS E TRONCOS NA ESTRADA

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

c) Critérios para construção de pontes, pontilhões ou bueiros e


evitar obstrução dos cursos d’água

O uso de bueiro será evitado sempre que possível, utilizando-o somente em


canais de drenagem temporária e de pequena vazão. Como regra geral será
utilizada apenas pontes para grandes igarapés e rios e pontilhões para pequenos e
médios igarapés ou igarapés temporários de grande vazão. Para construção de
pontes, pontilhões e bueiros serão levados em consideração os seguintes critérios:
 Fazer o planejamento de construção de pontes, pontilhões ou bueiros
sempre levando em conta a parte mais estreita do rio ou igarapé, com
barranco em no mínimo em um dos lados, evitando ao máximo a
construção de aterro, bem como, se possível escolher local com
vegetação mais rala e inexistência de árvores proibidas de corte, porta

120
sementes, remanescentes comerciais, árvores protegidas por lei e
árvores ninho, etc.
 No cruzamento do rio ou igarapé, danificar o mínimo a área de
preservação permanente, não deixar restos de vegetais (árvores caídas,
galhos, troncos etc..) dentro da faixa APP. Após a construção da ponte
ou pontilhão arrastar com a utilização do Skidder todo resto de
vegetação existente na área de APP, de modo a evitar o empoçamento
ou represamento de água nessas áreas.
 Em caso de aterro, colocar toras como travesseiro para proteção e
suporte da base da ponte.
 Quando necessário (em caso de aterros médios ou grandes) colocar
proteção da “cabeça da ponte” com toras, pranchas etc. estaqueando,
quando necessário, as mesmas lateralmente de forma a evitar os
processos erosivos, que poderá provocar assoreamento e redução da
vida útil da ponte.
 O tabuleiro é constituído por peças dispostas transversalmente às vigas
principais ou aos travesseiros, quando se tratar de pequenos igarapés,
que podem ser serradas e falquejadas, ou por postes de menor
dimensão que as vigas principais; neste último caso, torna-se necessária
a regularização da pista de rolamento, o que pode ser feito com uma
camada de terra ou cascalho.
 Construir os “bigodes” (saída de águas pluviais) lateralmente às estradas
de acesso às pontes, como forma de possibilitar o escoamento
superficial das águas pluviais, evitando assim a erosão em sulco no leito
carroçável.
 Os “bigodes” serão construídos a certa distância do igarapé, de forma a
evitar ao máximo o escoamento direto das águas pluviais nos canais de
drenagem. Para isso deverá ser levado em conta a declividade do
terreno. Devem ser construídos quantos “bigodes” forem necessários
para diminuir a velocidade das enxurradas.
Para o transporte primário e secundário da matéria prima a ser extraída das
UPA’s de exploração, serão construídos três tipos de estradas: Estrada principal,
estrada de acesso e estradas secundárias ou temporárias.
121
3.4.6.1. Estradas Principais

As estradas principais deverão possibilitar o tráfego de veículos durante todo


o ano, para tanto serão devidamente cascalhadas, abauladas e de preferência
construídas no sentido leste-oeste, de modo a possibilitar a penetração dos raios
solares durante todo o ano. Deverá ser aberto uma faixa de aproximadamente 10,0
metros de largura e seu leito carroçável não deverá ultrapassar os 6,0 metros de
largura.
As estradas principais, central e de acesso, serão dotadas de estruturas que
possibilitem o desenvolvimento de uma velocidade média de 50 Km/h (60 Km/h em
terreno plano) com distância de visibilidade de cerca de 150 m. Os estudos
planimétricos deverão considerar um raio mínimo de 200 m para curvas horizontais,
e os estudos altimétricos deverão trabalhar com uma rampa máxima de 10%;
Para as estradas secundárias os critérios técnicos são bem mais flexíveis, já
que o baixo volume de tráfego, a baixa velocidade, pequenas distâncias e o tráfego
temporário, são suas principais características.

3.4.6.1.1 Estrada Principal central

A estrada principal central deverá cortar toda área da UMF II no sentido


oeste-leste e possibilitar o escoamento das madeiras oriundas de todas as UPA’s.
Será ligada as estradas secundárias através da estrada principal de acesso.

3.4.6.1.2. Estradas Principais de acesso

As estradas principais de acesso farão a ligação entre as estradas


secundárias e estrada principal central, devendo possibilitar o escoamento da
produção em mais de um ano, em todas as UPA’s localizadas a direita e esquerda
da estrada principal central.

122
3.4.6.2. Estradas secundárias

As estradas secundárias serão distanciadas aproximadamente 500 metros


umas das outras. Tem por objetivo atender o tráfego durante o período de
exploração de cada UPA. Para atender este projeto serão construídas com a pista
de rolamento de apenas 4,0 metros de largura e a faixa de abertura de no máximo
6,0 metros.
Essas estradas serão construídas sistematicamente de acordo com as
limitações da área, com o objetivo de reduzir a distância de arraste das toras para o
pátio de estocagem e utilizá-las na exploração atual e futura.
As estradas secundárias deverão permitir o desenvolvimento de uma
velocidade média de 20 Km/h (30Km/h em terreno plano) com distância de
visibilidade de até 70m. O projeto planimétrico deverá considerar um raio mínimo de
75 m para curvas horizontais e o projeto altimétrico deverá considerar também
rampas máximas de 10%.
Para abertura das estradas serão seguidas as recomendações do item 3.4.6.
Planejamento viário.

3.5. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO

Para execução da exploração Florestal, após a marcação das árvores porta


sementes, proibidas de corte, árvores ninho e a serem abatidas e aprovação do POA
pelo IBAMA, de posse do Mapa e Relatório das árvores a serem abatidas (ficha de
abate) , as equipes de motoserristas deverão se deslocar para área, e abater as
árvores marcadas para tal fim, sempre levando em conta a direção de queda,
evitando assim a danificação das árvores remanescentes e facilitando as operações
de arraste. Após o abate o motosserista deverá retirar a placa de identificação da
árvore abatida e pregá-la no toco correspondente, bem como marcar a mesma no
relatório de árvores a serem abatidas, posteriormente proceder ao desgalhamento e
seccionamento das toras nas bitolas recomendadas. Nesta fase o auxiliar do
operador de motosserra ou o próprio, deverá realizar a identificação das toras a
serem arrastadas (Marcação na tora e secções, se for o caso, com giz estaca o
número da árvore abatida e número da faixa).

123
Numa segunda etapa, de posse da relação das árvores abatidas, proceder-
se-á o planejamento e marcação dos ramais de arraste e abertura das esplanadas.
O operador de Skider, de posse do mapa de arraste, procederá ao transporte
primário. Na esplanada, com as toras já traçadas em dimensões apropriadas para o
transporte secundário, serão feitos o romaneio de pátio e plaqueteamento de todas
as secções das toras, sobre a marcação do giz estaca, contendo o número da árvore
abatida, a secção da tora, o número da faixa e o número da UPA e em seguida
empilhada com a pá carregadeira nas laterais do pátio de estocagem. Por fim, após
o carregamento em caminhões Julieta, conferências e preenchimento do DOF, nota
fiscal e romaneio de saída. As mesmas serão transportadas no decorrer do ano de
exploração para o pátio da Madeireira Sakura. No descarregamento das toras no
pátio da indústria deverá ser feita a conferência das mesmas, receber o DOF, nota
fiscal, romaneio de saída da área da UMF II e preenchimento do romaneio de
entrada no pátio da industria .
Neste processo é imprescindível o rastreamento da árvore desde o seu abate
até o descarregamento da mesma no pátio da madeireira, o qual será descrito
oportunamente.
Para a exploração e transporte das toras, a equipe de campo deverá seguir
as recomendações técnicas com algumas adaptações, descritas nos itens
subseqüentes recomendadas por Amaral et all. (1998).
As operações de exploração se resumem em:
 Corte das árvores e traçamento das toras;
 Planejamento e abertura dos ramais de arraste;
 Construção dos pátios de estocagem (esplanadas);
 Arraste com a utilização do Skidder;
 Operações de pátio (traçamento do fuste nas bitolas recomendadas,
romaneio de pátio, plaqueteamento das secções do fuste com placas de
PVC contendo a letra da secção, o nº da árvore e da faixa e o nº da UPA
de forma a possibilitar o rastreamento da árvore e comprovar a origem).
 Empilhamento;
 Carregamento e conferência das toras;
 Preenchimento do DOF, nota fiscal e romaneio de saída. Esses
documentos serão preenchidos no portão de saída da área da UMF II.
124
 Transporte secundário;
 Descarregamento no pátio da indústria, conferência, recebimento do
DOF, nota fiscal de entrada e romaneio e preenchimento do romaneio de
entrada no pátio da indústria;

3.5.1. Método de corte e derruba

3.5.1.1. Seleção das árvores a abater

De posse da relação das árvores a abater por faixa, levando em conta o


interesse da empresa (demanda de mercado, viabilidade econômica de exploração
etc.), o coordenador da exploração florestal deverá selecionar as espécies que serão
abatidas na primeira intervenção, marcando as árvores selecionadas para o abate,
no relatório das árvores a abater por faixa e posteriormente repassar a ficha de
abate e o mapa de exploração para a equipe responsável pelo abate.

3.5.1.2. Preparação das árvores selecionadas para o abate

3.5.1.2.1. Pré-corte

De posse da relação das árvores selecionadas para o corte, listadas na


FICHA DE ABATE (Tabela 25), a equipe de corte deverá realizar as seguintes
operações para que o motosserista possa proceder ao abate:
 Primeiramente, conferir se existe alguma restrição para abate da árvore
(próxima ou dentro da APP, presença de ninho, risco de queda de
galhos, etc). Caso seja positivo, anotar na ficha de abate (Tabela 25) o
motivo da restrição, e não preparar a árvore;
 Fazer o teste do oco e observar se a árvore não apresenta nenhum
dano, características ou situações (oco, podridão, defeito, árvore ninho,
árvore que na queda tenha possibilidade de danificar árvore protegida
por lei, árvore ninho, árvore porta semente, APP etc.) que a inviabilize de

125
ser explorada. Neste caso, não preparar a árvore. Caso a árvore esteja
apta ao abate prosseguir com a operação;
 Para as árvores de alto valor comercial de classe de fuste I e II, que por
ocasião do teste do oco, apresentarem ocos de pequena dimensão
(não detectado por ocasião do inventário), que viabilize a extração, estas
poderão ser extraídas;
 Limpar o tronco a ser cortado. Cortar cipós e arvoretas e remover
eventuais casas de cupins, galhos quebrados ou outros obstáculos
situados próximos à árvore;
 Cortar se for o caso, todo cipó existente em torno das árvores
selecionadas e das árvores entrelaçadas a árvore a ser abatida;
 Verificar se a direção de queda ideal é possível e se existe riscos de
acidentes, por exemplo, galhos quebrados pendurados na copa, etc.;

TABELA 25 – MODELO DE FICHA DE ABATE


FICHA DE ABATE
DATA:
OPERADOR DE MOTOSSERRA:______________________________________ ____/____/_____
SITUAÇÃO DA
LOCALIZAÇÃO DA ÁRVORE
ÁRVORE
Nº Nº NÃO
Nº UT
FAIXA ÁRVORE
ESPÉCIE VOLUME APLICAÇÃO DIST. COMPRIM LADO
ABATIDA
LATERAL ENTO DA ABATIDA
( CITAR O
( X) ( Y) PICADA
MOTIVO)

Onde
:
 APLICAÇÃO: ÁRVORE A ABATER; ÁRVORE PORTA SEMENTES; ÁRVORE
PROTEGIDA.
 No campo aplicação, caso a árvore seja porta semente ou protegida por lei, colocar a
cor da fonte vermelha, afim de facilitar a visualização pelo operador. Essas árvores
devem fazer parte da ficha de abate, como forma de alertar o motosserrista para ter
cuidado em não danificar as mesmas, por ocasião do abate.
 EM SITUAÇÃO DA ÁRVORE, ESCREVER:
 Árvore abatida – marcar “OK”.
 Árvore oca – marcar a letra “O”

126
 Árvore com nó – marcar “N”
 Árvore com defeito – Marcar “D”.
 Árvore morta – Marcar “M”.
 Árvore próxima à porta sementes – Marcar “P.S”.
 Àrvore próxima a especie em extinção – Marcar “P.EE”
 Árvore próxima à árvores proibidas de corte – Marcar “P.C”.
 Árvore próximo à áreas de Preservação permanente – Marcar “APP”.
 Árvore em área de preservação permanente – Marcar “ em APP”
 Árvore próxima à atributos de alto valor de conservação – Marcar “AAVC”. Citar qual
 Outra espécie – “OE”
 Árvore Ninho – marcar “AN”
 Outros motivos – “OM” Citar o motivo

 Retirar os pregos e plaquetas que tenham sido colocados nas árvores


durante o censo e transferi-los para a base da árvore após o abate
(abaixo da linha de corte). A remoção é importante, uma vez que os
pregos podem causar danos a serra fita durante o processamento da
madeira.
 Preparar caminhos de fuga, por onde a equipe deverá se afastar no
momento da queda da árvore. Os caminhos devem ser construídos no
sentido contrário à tendência de queda da árvore, conforme Figura 29;

127
FIGURA 29 – CAMINHOS DE FUGA

UEDA
FUG Q
A

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

OBS: Todas as árvores selecionadas, inclusive as árvores plaqueteadas para


abate nas Parcelas permanentes, serão preparadas e abatidas.

3.5.1.3. Abate das árvores preparadas

O abate orientado é a primeira etapa para o bom aproveitamento dos


recursos florestais. A maneira de fazê-lo é de suma importância, quer seja na
qualidade dos fustes, no custo de exploração, nas atividades exploratórias, como
nas condições futuras da floresta remanescente.
De posse do relatório das árvores a serem abatidas, o motosserrista
procederá ao abate, seguindo alguns cuidados especiais à serem tomados na
derrubada orientada.

3.5.1.3.1. Segurança do operador que efetuará a derrubada

O operador de motosserra, como medida de segurança deverá seguir as


recomendações abaixo:

128
 Antes de sair para o campo, verificar se todos os equipamentos de
segurança (EPI’S) estão em ordem e prontos para o uso. Usar sempre
ferramentas apropriadas e em boas condições.
 Observar árvores com copas entrelaçadas;
 Não permitir a permanência de pessoas não pertencentes à equipe no
raio de queda da árvore;
 Não conduzir ferramentas que representem perigo de acidentes por
ocasião da queda da árvore;
 Afastamento do motosserrista quando a árvore começar a cair;
 Evitar o golpe da árvore em queda;
 Observar galhos de outras árvores que podem cair depois da queda da
árvore abatida;

3.5.1.3.2. Fatores silviculturais

a) Evitar danos na regeneração natural, às árvores porta sementes, árvores


protegidas por lei e de corte futuro.
b) Proteção da árvore a ser derrubada, para que não diminua o valor do fuste.
c) Facilitar o arraste do fuste, prever a maneira e o local por onde o fuste será
arrastado.
d) Abate da árvore o mais baixo possível (20,0 cm do solo), para um melhor
aproveitamento do fuste, mas sempre observando as normas de segurança;
e) Corte da copada da árvore, fazendo-se o melhor aproveitamento possível,
verificando-se a possibilidade de aproveitamento de galhada;
f) Direção de queda da árvore:
Com objetivo de evitar dificuldades e perigos na derrubada e no arraste, ao se
aproximar da árvore, considerar a melhor direção para derrubá-la, observando:
o Tendência de queda, que varia de acordo com a inclinação da árvore,
distribuição espacial da copa e direção e intensidade do vento;
o Direções impróprias para derrubá-la;
o Mudar a direção de queda com a utilização de cunha e técnica
adequada, observando a existência de atributos de alto valor de
conservação, árvores porta sementes, proibidas de corte e corte futuro;

129
o Existência de trepadeiras e cipós que possam interferir na direção da
queda;
o Presença de árvores que possam ficar apoiadas à árvore a ser
derrubada;
o Existência de árvores caídas, irregularidades do terreno ou outros
obstáculos que possam dificultar a operação;
o Proximidade da estrada;
o Derrubar as árvores paralelamente às curvas de níveis, evitando assim
rachaduras e "esfiapamento" do fuste;
o Observar principalmente por onde será efetuado o transporte. A
direção de queda será, sempre que possível, no mesmo sentido do
caminho de arraste, pois tal operação se bem orientada, além de
reduzir a movimentação do trator para alinhar a tora, facilita o engate e
reduz os danos e o custo de extração.
g) Observar, antes do abate, se a árvore não apresenta nenhum dano (oco,
podridão, etc) que pode não ter sido observado durante o inventário. Caso o
motosserrista tenha alguma dúvida sobre o dano na árvore, fará então o teste,
perfurando o tronco com a ponta do sabre da motosserra no sentido vertical, para
verificar algum vestígio de podridão ou oco. Depois desta breve checagem, o
motosserrista iniciará a derrubada conforme recomendações anteriores
h) Sobrepor no máximo 2 a 3 copas, como forma de evitar aberturas
excessivas de clareiras.
i) As árvores serão abatidas observando os seguintes casos:
 Para árvores com tronco de boa qualidade (pouco inclinado, sem
sapopemas) e direção natural de queda favorável à operação de arraste,
utiliza-se a técnica padrão de corte;
 As outras técnicas, classificadas como “cortes especiais”, serão
utilizadas para as árvores que apresentam pelo menos uma das
seguintes características:
o Diâmetro grande,
o Inclinação excessiva,
o Tendência à rachadura,
o Presença de sapopemas,
130
o Árvores ocas;
o Direção de queda desfavorável ao arraste.

3.5.1.3.3. Técnica da derrubada

a) Técnica padrão de corte

É fundamental para que se consiga derrubar as árvores de forma perfeita e na


direção adequada. Esta técnica é composta de três fases: abertura da “boca”, corte
diagonal e corte de abate ou direcional (Figura 30).
1. Abertura da boca no lado da direção de queda desejada, serve para dar
à árvore uma direção fixa de queda e evitar a rachadura quando esta
cair. Uma boca na base da árvore tira o suporte da mesma neste ponto,
oferecendo-lhe a tendência de cair na direção. O tamanho na boca varia
com o diâmetro da árvore e com a sua direção natural de queda,
geralmente com profundidades de 1/4 a 1/5 do diâmetro da mesma,
sendo que a abertura da boca será feita via de regra do lado submetido à
compressão para lograr menores riscos. Em seguida, faz-se um outro
corte, em diagonal, até atingir a linha de corte horizontal, formando com
esta um ângulo de 45 graus.
2. Com o sabre da motosserra, fazer um furo próximo ao centro do tronco,
10 cm acima da boca da corte, atravessando de um lado para outro,
devendo-se deixar uma parte da madeira entre os dois cortes (A largura
da dobradiça deve equivaler a 10% do diâmetro da árvore) que serve
como dobradiça direcionando a queda e impedindo que a árvore gire no
toco.
3. Por ultimo é feito o corte de abate, que deve ser feito de fora para dentro,
de forma inclinada até encontrar o furo.

FIGURA 30 - TÉCNICA PADRÃO DE CORTE.

131
CORTE DE ABATE
DOBRADIÇA
BOCA DE CORTE
30CM

20CM
Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

b) Técnicas especiais de corte

As técnicas especiais de corte têm como base a técnica padrão, e serão


empregadas para as seguintes situações:
 Direção de queda desfavorável ao arraste;
 Diâmetro grande;
 Inclinação excessiva;
 Tendência à rachadura;
 Presença de sapopemas;
 Árvores ocas;

b.1) Direção de queda desfavorável ao arraste

Para facilitar o arraste e proteger árvores porta sementes e remanescentes,


em algumas situações será preciso orientar a queda da árvore a ser extraída para
uma direção diferente da sua tendência natural. O ajudante introduz a cunha na
fenda do corte de abate direcionando a queda da árvore. A cunha, inserida no lado
de inclinação natural da árvore, funciona como um suporte, dificultando a queda
nesta direção (Figura 31).

FIGURA 31 – PASSOS PARA ABATE DE ÁRVORES EM DIREÇÃO DESFAVORÁVEL AO

132
ARRASTE
A B C

2
1 D E F

A - Fazer o corte da boca.


Queda natural B - Iniciar o corte de abate no lado onde se introduzirá a cunha
Queda direcionada C - Introduzir a cunha no corte.
D - Prosseguir o corte de abate.
E - Bater a cunha usando uma marreta.
1. Boca 2. Corte de abate 3. Cunha F - Concluir o corte de abate.

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

FIGURA 32 – LARGURA DA DOBRADIÇA.

CUNHA
a
diç
bra
Do

Queda natural

Queda direcional

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

O controle da direção de queda será reforçada deixando uma dobradiça mais


estreita no lado de queda natural. Essa parte romperá primeiro, causando uma
torção e direcionando a queda da árvore para o lado desejado (Figura 32).

b.2) Árvores com tendência a rachadura

Algumas espécies como maçaranduba, Cedro, Caxeta e Jarana são mais


133
propensas a racharem durante o corte. Para reduzir a tensão e, conseqüentemente,
as chances de rachadura durante a operação de derrubada, devem-se cortar as
bordas da dobradiça como ilustra a Figura 33.

FIGURA 33 - CORTE DE ÁRVORES COM TENDÊNCIA À RACHADURA.

1. Fazer o corte da boca.

3
2. Cortar as bordas da

3. Fazer o corte de abate.

2
Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

b.3) Árvore com oco

A maior parte dos acidentes graves no corte é provocada pela derrubada de


árvores ocadas, pois estas tendem a cair rapidamente e em uma direção
imprevisível. Se a árvore está ocada apenas na base do tronco (um metro de altura),
o corte acima do oco resolve o problema. No entanto, se o oco se estende além da
base do tronco, é necessário adotar um corte especial como indica a Figura 34.
Serão extraídas árvores ocadas, somente quando o oco for de pequena dimensão
para as espécies de alto valor comercial e da classe de fuste I e II.

134
FIGURA 34 – PASSOS PARA CORTE DE ÁRVORES COM OCO.

1. Fazer o corte da boca. 2. Cortar lateralmente. 3. Fazer o corte de abate.

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

 Estimativa do oco

A superestimativa do comprimento do oco (Figura 35) ocasiona um


desperdício médio de 0,03 m³ por hectare.

FIGURA 35 – ESTIMATIVA DE OCO.

Solução
Teste da vara. Consiste em introduzir uma vara no oco para definir a sua
extensão. Em geral, o traçamento é feito 30 cm além do oco, para retirar a madeira
aprodecida. Entretanto, no caso de espécies de alto valor, mesmo essa
parte oca pode ser aproveitada, desde que o oco tenha diâmetro pequeno.

corte errado
corte certo

FIGURA 35A FIGURA 35B

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).


135
c) Árvores grandes

As árvores grandes precisarão ser cortadas em etapas, facilitando o


manuseio da motosserra e evitando que o sabre fique preso à árvore. A Figura 36
apresenta uma seqüência de três entalhes.

FIGURA 36 - ETAPAS PARA O CORTE DE ÁRVORES COM DIÂMETRO GRANDE.

1. Fazer o corte da boca.

2. Corte lateral:
QUEDA
cortar a árvore dos dois lados
e deixar a parte não cortada na
forma de um triângulo.

3. Fazer o corte de abate.

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

d) Árvores com tronco inclinado

As árvores com inclinação acentuada oferecem maiores riscos de acidentes


durante o corte por causa da rapidez com que elas tendem a cair. Além disso, as
rachaduras provocadas por erros no corte são mais comuns nessas árvores. Para
reduzir tais problemas, serão utilizadas as seguintes técnicas de corte como mostra
a Figura 37.

136
FIGURA 37 - ETAPAS PARA O CORTE DE ÁRVORES COM INCLINAÇÃO EXCESSIVA.

1. Fazer o corte da boca.

3 2. como sabre da motosserra


fazer umfuro proximo ao centro
do tronco, arrastando-o de umlado
1 para o outro. a dobradiça irá ser mantida

3. O corte do abate deve ser


feito de forma inclinada
2

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

e) Árvores com sapopemas

Na Floresta Amazônica é relativamente comum espécies de valor madeireiro


com sapopemas (raízes laterais situadas na base da árvore). O tronco de algumas
das espécies segue maciço até a base do solo. A adoção das técnicas de corte
apresentadas na Figura 38 permite um melhor aproveitamento da madeira dessas
espécies (em torno de 0,12 m3 por hectare).

FIGURA 38 - TÉCNICA DE CORTE PARA ÁRVORES COM SAPOPEMAS.

137
Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).
OBS: CASO A RETIRADA TOTAL DAS SAPOPEMAS ANTES DO ABATE, COLOQUE EM
RISCO A VIDA DO OPERADOR, AS MESMAS DEVEM SER RETIRADAS SOMENTE APÓS O
ABATE.

f) Árvores com inclinação acentuada e sapopemas

Para as árvores com inclinação acentuada e sapopemas, o corte deve seguir


as etapas descritas na Figura 39.

FIGURA 39 - CORTE DE ÁRVORES INCLINADAS E COM SAPOPEMAS.

1 2 3

Queda

1. Fazer a abertura da boca.


2. Fazer cortes horizontais no centro do tronco e na parte interna

3. Cortar as pontas das

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

3.5.1.3.4. Pós-corte

As atividades pós-corte consistem inicialmente em fazer o desponte (separar


a copa do tronco) e dividir a tora em toras menores (traçamento). O número de toras
depende do comprimento inicial do tronco, da densidade da madeira (toras pesadas
são difíceis de transportar), das especificações do mercado, do tipo de veículo de
transporte e da posição da queda em relação ao ramal de arraste. Em seguida, o
motosserrista deverá observar se existem potenciais obstáculos ao guinchamento da
tora como por exemplo: arvoretas ou tocos no caminho. Caso existam, ele deverá
eliminá-los (Figura 40).

138
FIGURA 40 - ELIMINAÇÃO DE OBSTÁCULO AO ARRASTE.

Arvore quebrada
impedindo o arraste

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

- Pregar a plaqueta na base do tronco (Figura 41) e Marcação na tora e


secções se for o caso, pelo operador de motosserra, com o uso do giz estaca, do
número da faixa (F) e da árvore abatida (A) da seguinte forma:

A 10 = ÁRVORE Nº 10
= FAIXA 5
F5
A = SECÇÃO “A” DA ÁRVORE

FIGURA 41 – PREGAR PLAQUETA NA BASE DO TRONCO

 Caso a árvore seja seccionada em mais de uma tora procede-se da


mesma forma acrescentando letras (A, B, C..n) para cada secção, após
o nº da árvore.

139
3.5.1.4. Prevenção de acidentes no corte

A maioria dos acidentes na exploração florestal (alguns fatais) ocorre na


etapa de corte das árvores. Para evitar tais acidentes, além das técnicas adequadas
de corte, serão adotadas as seguintes medidas preventivas:

 Corte de cipós. É comum as árvores estarem entrelaçadas por cipós.


Desta maneira, basta que uma árvore seja derrubada para que outras
árvores também caiam. O corte de cipós reduz expressivamente o
número de riscos de acidentes para as equipes de exploração.

 Construir caminho de fuga. A equipe de corte limpa a área em torno da


árvore a ser extraída, removendo os eventuais obstáculos como
arvoretas e galhos quebrados. Em seguida, define e abre o caminho de
fuga, fora do raio provável de queda da árvore (Figura 42).

FIGURA 42 - USANDO O CAMINHO DE FUGA SEM OBSTÁCULOS E COM A MOTOSSERRA


DESLIGADA.

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

140
 Manter uma distância mínima entre as equipes. Quando duas ou mais
equipes estão trabalhando em uma mesma área de exploração, é
necessário que mantenham uma distância mínima entre si de 100
metros (Figura 43). Além disso, o gerente da exploração pode usar as
informações do mapa do planejamento para indicar onde as equipes
devem estar posicionadas na floresta.
FIGURA 43 - DISTÂNCIA MÍNIMA ENTRE AS EQUIPES.

10 0M

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

 Uso dos equipamentos de segurança (EPI’S). A equipe de corte


deverá usar roupas apropriadas para o trabalho florestal CONFORME
DESCRITO NO ÍTEM PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES e no
PPRA.
 Uso correto da motosserra. As várias situações de risco durante o
corte são derivadas do uso inadequado da motosserra. Ver manual de
instruções do motosserra, para uma revisão das regras de segurança
quanto ao uso do mesmo.

141
 Sinalizar a área de trabalho, conforme Figura 44, a fim de evitar a
entrada de visitantes ou transeuntes na área de abate;

FIGURA 44 – BANNER PARA SINALIZAÇÃO DA ÁREA DE ABATE

Fonte: FLORESTAL, 2008.

OBS: POR OCASIÃO DO ABATE DAS ÁRVORES COMERCIALIZÁVEIS, AS PLACAS DE


IDENTIFICAÇÃO DA FAIXA E Nº DA ÁRVORE A SER ABATIDAS SERÃO RETIRADAS E PREGADAS NO
TOCO DA ÁRVORE CORTADA. CASO A PLACA DE IDENTIFICAÇÃO DA ÁRVORE NÃO SEJA
ENCONTRADA, O MOTOSSERISTA COM BASE NO RELATÓRIO DAS ÁRVORES A SEREM ABATIDAS
DEVERÁ PROCEDER A MARCAÇÃO EM PLACA DE PVC PRÓPRIA DO Nº DA FAIXA E DA ÁRVORE
ABATIDA COM O USO DE LAPIS GRAFITE E PREGÁ-LA NA BASE DO TOCO.

3.5.1.5. Composição e função dos membros da equipe de abate

Cada equipe de abate será composta por um operador de motosserra e um


ajudante. Para exploração de cada UPA está previsto 3 equipes de abate, sendo
cada componente com as seguintes funções:

a) Operador de motosserra
a.1) Verificação dos equipamento de segurança
Antes de sair para o campo, o operador verificará se todos os
equipamentos de segurança estão em ordem e prontos para o uso. Os equipamentos
são:
142
 Calça de nylon almofadada ou perneira;
 Bota com bico de aço;
 Capacete;
 Viseira;
 Protetor auricular;
 Caneleira
 Luva; e,
 Camisa especial.

a.2) Verificação do material e equipamento

Além dos EPI’s, o operador verificará ainda se os equipamentos de trabalho


estão em ordem e prontos para o uso. Os equipamentos são:
 Mapa com a localização das árvores
 Ficha de abate (ficha constando as árvores a serem abatidas e localização
(coordenadas x, y) por faixa;
 Caneta;
 Motosserra;
 Combustível;
 Corrente, sabre reserva, chave de motoserra, lima;
 Garrafa d’água;
 Lápis estaca;

a.3) Funções

Os motosserristas se localizarão dentro das UPA’s (Unidades de Produção


anual), posicionando-se em relação às estradas secundárias, picadas, entre as faixas,
e as árvores a serem abatidas.
Para o início do abate os motosserristas, chegando ao pé da árvore, verificará
se as informações contidas no mapa de exploração e ficha de abate são coerentes
com as características da árvore, como número da plaqueta, sanidade e se a árvore
não é, ou não danificará os AAVC.
Caso afirmativo, tratando-se de árvore para abate, o motosserrista iniciará o
143
trabalho de abate na seguinte ordem:
 Verificação da queda natural da árvore;
 Verificação da quantidade de árvores remanescentes, protegidas por lei e
porta sementes no local de queda natural;
 Caso haja local com menor freqüência de remanescentes e porta
sementes, verificar possibilidade de direcionar a queda para este local.
 Caso não seja possível evitar danos à porta semente, protegidas por lei e
aos Atributos de Alto Valor de Conservação-AAVC, o motosserrista não
efetuará o abate da árvore, fazendo então a observação na ficha de abate;
 Caso seja verificado um possível dano na árvore que será abatida, manter
a queda natural;
 Limpeza do pé da árvore e verificação de oco;
 Abate da árvore o mais baixo possível (a 20,0 cm de altura), sempre
observando as normas de segurança;
 Corte da copada da árvore, fazendo-se o melhor aproveitamento possível,
verificando-se a possibilidade de aproveitamento de galhada;
 Em caso fustes compridos ou de grandes diâmetros que dificulte o arraste
fazer o seccionamento do mesmo em mais de uma tora, levando em conta
a bitola recomendada, de forma a evitar destopos desnecessários;
 Fazer sempre a marcação do número da faixa e número da árvore na
primeira tora com Giz estaca.
 Após o abate das árvores ou na impossibilidade do mesmo, fazer a
anotação na ficha de abate:
Entregar o mapa de exploração e a ficha de abate para a equipe de
planejamento de arraste, ao final do abate de cada esplanada.
Caso haja incompatibilidade do mapa de exploração com as árvores no campo,
proceder da seguinte forma:

 Falta de plaqueta: identificar no mínimo três árvores vizinhas (pode ser


porta semente, remanescente, árvore de abate, toco). Após essa
identificação, fazer medição aproximada de CAP, espécie e qualidade
desta árvore. Comunicar ao seu encarregado essas informações para
análise e decisão.
144
 Número ilegível: mesmo procedimento da falta de plaqueta.
 Informações conflitantes (árvore com placa de abate no mapa e com
placa de porta semente no campo): Comunicação ao encarregado e não
abater.
 Faixa invertida: localizar no mínimo três árvores confirmando essa
inversão e trabalhar normalmente.
 Outras anormalidades: conversar com seu encarregado.
 Outras obrigações:
o Os motosserristas estarão cientes de que podem ter de voltar a
alguma Faixa caso seja verificado posteriormente irregularidade no
abate das árvores, ou algum erro na identificação do fuste.
o Deverá ser usado obrigatoriamente o equipamento de segurança.
Ficando de responsabilidade de cada motosserrista a conservação e
manutenção dos mesmos.
o Em caso de ocorrência de incêndio, o operador deverá colocar-se à
disposição da brigada de incêndios imediatamente após o
comunicado.
o Após o abate, o motosserrista terá obrigatoriamente que observar se
a plaqueta de identificação da árvore foi pregada no toco da mesma
pelo ajudante.
o Deverá anotar de giz azul e de forma legível o número da faixa e o
numero da árvore, conforme plaqueta de identificação na face do
fuste.
o Anotar na ficha de monitoramento dos AAVC, os danos causados aos
mesmos e entregar coordenador de campo.

b) Auxiliar de motosserrista

b.1) Verificação do equipamento de segurança

Antes de sair para o campo, verificará se todos os equipamentos de


segurança estão em ordem e prontos para o uso. Os equipamentos são:

145
 Capacete;
 Bota;
 Protetor auricular;
 Sinalizador de corpo
 Caneleira

b.2) Verificação de material e equipamento

Verificar se os equipamentos de trabalho estão em ordem e prontos para o

uso. Os equipamentos são:

 Caneta;
 Cunha
 Combustível;
 Corrente, sabre reserva, chave de motoserra, lima;
 Garrafa d’água;
 Martelo e prego;
 Lápis estaca;
 Marreta de 2 kilos, em caso de uso da cunha;
 Lápis grafite maciço;
 Placa de PVC de 5,0 cm x 9,0 cm em branco;
 Facão com bainha.

b.3) Funções

 Auxilio no transporte dos equipamentos e materiais do motosserrista e


combustível;
 Ajudar a localizar a árvore a ser abatida;
 Abrir caminho de fuga;
 Preparar a árvore para o abate;
 Tirar a plaqueta da árvore antes do abate;

146
 Pregar a plaqueta de identificação da árvore na base do toco após o
abate;
 Usar a cunha quando solicitado pelo operador de motosserra;
 Em caso de ocorrência de incêndio, o trabalhador deverá colocar-se à
disposição da brigada de incêndio imediatamente após o comunicado.

3.5.2. Método de Extração

3.5.2.1. Alocação e demarcação dos ramais de arraste

A alocação dos ramais de arraste deverá ser realizada em duas etapas: A


primeira realizada durante a elaboração dos mapas de exploração. A segunda após
a derrubada das árvores será para o ajustamento do planejamento inicial.
A equipe de demarcação, formada por um planejador e ajudante deverá:
 Com base nas informações da ficha de abate e mapa de exploração de
cada esplanada repassada ao planejador de arraste pelo motosserrista,
o mesmo confeccionará o mapa de arraste em papel milimetrado,
plotando as árvores abatidas a serem arrastadas.
 De posse do mapa base de arraste, antes de iniciar a abertura dos
ramais de arraste, a equipe percorrerá toda a área objeto do
planejamento, a fim de identificar os melhores caminhos a serem
traçados. Seguirão pela trilha de orientação aberta por ocasião do
inventário a 100%, fazendo se forem necessárias, as correções para
facilitar a movimentação do Skider, de modo a permitir o acesso desde o
fundo do pátio até a árvore mais distante (Figura 45).
 Delimitará as árvores que podem ser retiradas por um único ramal.
Essas árvores devem estar próximas entre si, em um grupo de no
máximo 15 indivíduos, de forma a reduzir a compactação do solo ao
longo do ramal central. Caso a concentração ultrapasse 15 indivíduos,
recomenda-se dividi-los para mais de um ramal.

147
 Verificará, ao longo do trecho indicado para o arraste, possíveis
obstáculos como árvores matrizes, árvores de valor futuro (DAP entre 35
e 50 cm), variações topográficas, tocos e árvores caídas naturalmente.
Neste caso, a trajetória do ramal deverá ser alterada ou desviada
(observar as regras do desvio da estrada). Repetir o mesmo
procedimento para a demarcação dos ramais secundários e terciários.
 Deverá ser aberta uma picada até a última árvore a ser derrubada no
ramal. O caminho deve ser o mais curto e de menor resistência para o
trator. Depois, a partir dos ramais principais até outras árvores que se
encontram lateralmente este ramal, serão abertos os ramais
secundários.
 Desenhar o ramal central de arraste no sentido pátio-arraste. O ramal
deve estar em uma posição intermediária entre as árvores e ser o mais
reto possível. Recomenda-se que a ligação do ramal ao pátio seja feita
no seu comprimento (fundos ou frente), deixando as laterais para
armazenar as toras.
 Escolher o ponto de ligação entre os ramais secundários e o principal em
locais sem árvores caídas, tocos, árvores de regeneração ou qualquer
outro obstáculo ao arraste.
 Os ramais secundários devem ser definidos após o mapeamento do
ramal principal e a indicação da direção de queda das árvores. Esses
ramais devem:
o Estar conectados ao principal na forma de “espinha de peixe”
o Estar ligados ao ramal principal em um local livre de obstáculos
como árvores matrizes, protegidas por lei e de árvores
remanescentes de valor comercial futuro.
o Caso haja necessidade de ramificação dos ramais de arraste
secundários, os mesmos podem ser ramificados em terciários.
Neste caso, segue-se a regra de planejamento do ramal principal,
ou seja, o ramal secundário deve passar na região central das
árvores que serão arrastadas através dos terciários

148
 O planejamento do arraste deverá ser feito de modo a não cruzar os
cursos d’água, para tanto no processo de planejamento dos ramais, as
árvores a serem arrastadas em cada esplanada nunca deverão
ultrapassar os cursos d’água, ficando neste caso, os canais de
drenagem como divisor do limite entre as esplanadas.

FIGURA 45 - DEMARCAÇÃO E ABERTURA DOS RAMAIS DE ARRASTE.

Ramal Principal

Início e Fim do Ramal Principal

Ramal Secundário

Início e Fim do Ramal Secundário

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

 O início e final de cada ramal principal será marcado com estacas, com
2 bandeirolas brancas indicativas da direção a ser seguida, no restante
percurso do ramal, a cada 10-20m será colocada uma estaca de 2m de
altura com uma bandeirola branca em forma de seta mostrando o
caminhamento. Como indicativo do início e final dos ramais
secundários, será colocada uma estaca com duas bandeirolas
amarelas e os ramais terciários com três fitas amarelas em forma de
seta mostrando o caminhamento. Para a marcação do percurso
procede-se como no ramal principal, como mostra a Figura 45.
 Demarcar com fitas coloridas as árvores caídas naturalmente ao longo
do ramal de arraste (Figura 46). Essas árvores serão traçadas e
removidas durante as etapas planejamento do ramal de arraste. De
forma a evitar danos ao Skidder e a vegetação adjacente por ocasião do
arraste.

149
FIGURA 46 - CORTE DAS ÁRVORES ATRAVESSADAS NOS RAMAIS DE ARRASTE PROJETADO.

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

 Os ramais serão distribuídos levando em conta a menor


resistência da floresta ao trator e direção de queda da árvore.
Nesta fase em função do planejamento de arraste, os mapas de
exploração e arraste sofrerão as modificações necessárias.
 As picadas dos ramais de arraste serão feitas cortando a
vegetação a aproximadamente 60,0 cm de altura, de forma a não
danificar o pneu do Skider.
 Deve-se anotar no mapa a direção de queda das árvores
abatidas. Isso ajuda na definição dos ramais e do arraste, bem
como antecipar alguns problemas, como por exemplo, o
cruzamento de árvores ou sobreposição de copas na queda. A
solução para esse problema é arrastar as toras em etapas. As
árvores que provocariam o cruzamento são cortadas e arrastadas
primeiro, enquanto as restantes seriam extraídas em etapas
posteriores. Se for o caso, fazer um traço sobre o desenho dessas
árvores no mapa de arraste indicando que elas foram traçadas e
se for o caso, indicar quando a toras devem ser arrastadas ou não
em dois tempos (2T) como mostra a (Figura 47).

150
FIGURA 47 – MAPA DE ARRASTE MOSTRANDO A SITUAÇÃO FINAL DAS ÁRVORES A SEREM
ARRASTADAS

2T

2T

2T

ESTRADA SECUNDÁRIA

Árvore a ser extraída


PÁTIO Árvore traçada
2T
Arraste em 2 tempos (2T)

Ramais de arraste

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

Após o planejamento do ramal de arraste, o operador de Skidder, de posse


do mapa de arraste, iniciará os trabalhos sabendo a localização, a situação e
quantidades de toras a serem arrastadas. Desta forma, nenhuma árvore será
esquecida na floresta.

3.5.2.2. Arraste das toras

Também chamado de transporte primário, destina-se a arrastar as toras do


local de abate até os pátios de carregamento. O equipamento mais indicado para tal
operação é o SKIDDER. No entanto tratores de pneu e/ou esteira podem realizar tal
tarefa. Na operação manejada, a equipe de arraste usa o mapa de planejamento e
as demarcações na floresta para localizar as árvores derrubadas e arrastá-las. Esse
procedimento, associado ao uso de máquinas adequadas, resulta em um aumento

151
de 60% na produtividade (Amaral et all., 1998),
a) Sistema de arraste

O trator florestal (skidder) e o trator de esteira adaptado com guincho e torre


(Figura 48) são as máquinas recomendadas para o arraste das toras em uma
exploração manejada de terra firme. Em termos comparativos, o skidder tem um
melhor desempenho, uma vez que foi desenvolvido especificamente para as
operações de exploração madeireira. O trator de esteira, por outro lado, foi projetado
para a abertura de estradas.

FIGURA 48 - TIPOS DE TRATOR PARA O ARRASTE.

Trator Florestal

Trator de Esteira

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

 Acessórios

A torre e o guincho são acessórios acoplados à traseira do trator (florestal e


de esteira) que facilitam a coleta e o carregamento das toras.
A torre faz com que a ponta da tora fique suspensa durante o arraste,
reduzindo o impacto sobre o solo (Figura 49a). O cabo principal (30 metros de

152
comprimento por 3/8 polegadas de diâmetro) preso ao guincho serve para arrastar a
tora da clareira até o trator (Figura 49b). O sistema de engate constituído de cabos
auxiliares (estropos) e “castanhas” faz a ligação entre o cabo principal e a tora. O
estropo é um cabo de aço com extensão máxima de 3 metros que serve para
enlaçar a tora e conectá-la ao cabo principal.

FIGURA 49A E 49B - GUINCHO E TORRE ACOPLADOS AO TRATOR.

A B

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

Para cada estropo há duas castanhas, uma permite o engate ou “nó” no


enlace da tora a outra, situada na extremidade do estropo, conecta o cabo principal
(Figura 50a). No caso de não estarem disponíveis no mercado, os estropos e
“castanhas” podem ser substituídos por um gancho pequeno amarrado na
extremidade do cabo principal (Figura 50b).

153
FIGURA 50 - MODELO DE ESTROPOS E CABOS A SEREM CONECTADOS NO CABO PRINCIPAL

A) ESTROPO. "CASTANHAS" E CABEÇA DE AÇO B) GANCHO PEQUENO

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

b) Etapas do arraste de toras

O arraste por veículos mais rápidos como o trator florestal requer uma equipe
de três pessoas: um tratorista, um ajudante no pátio (faz o desengate das toras) e
outro ajudante no interior da floresta (procura e enlaça as toras).
A seguir, os procedimentos para o arraste com trator florestal:
1. No pátio de estocagem, o operador de Skidder e um ajudante
(rabicheiro) certificam-se, consultando o mapa de planejamento sobre a
localização dos ramais de arraste e o número de toras a serem
arrastadas por ramal.
2. O operador do Skidder abre o ramal principal, seguindo as orientações
das balizas. O ajudante, por sua vez, de posse do mapa de arraste,
orienta o tratorista até a última árvore do ramal (primeira a ser arrastada)
e faz o enlace da tora (Figura 51a). Para auxiliar na manobra do trator e
orientar sobre o local de parada, o ajudante pode usar um apito (Figura
51b).
3. Ao encontrar a tora, o ajudante a envolverá com o estropo e, em
seguida o prenderá ao cabo principal do Skidder, (Figura 51c), em
seguida, afasta-se da área por onde a tora será guinchada e usa

154
novamente o apito avisando que a tora está pronta para ser guinchada
(Figura 51d). Então, a mesma será guinchada até a garra do Skidder,
evitando assim o deslocamento da máquina até a tora, e por último a
tora será arrastada até o pátio, sempre com a ponta suspensa, através
da torre do guincho, diminuindo assim a superfície de contato entre o
solo e a tora, que além de reduzir os danos no solo aumenta a
velocidade de arraste. Após o guinchamento de cada tora, o rabicheiro
dará baixa da mesma no mapa de arraste.
4. O operador do skidder deverá estar atento às manobras e ao traçado
do arraste de modo que a largura da trilha de arraste nunca ultrapasse a
1,5 m da largura da lâmina do Skidder.

FIGURA 51 - SEQÜÊNCIA DO ARRASTE DAS TORAS.

A. ENLACE ESTROPO

B. MANOBRA DO TRATOR

C. ENGATE DO CABO PRINCIPAL D. GUINCHAMENTO DA TORA

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

5. O trator carrega a tora até o pátio de estocagem enquanto o ajudante na

155
floresta procura a próxima tora a ser arrastada e faz o enlace do estropo.
Nos casos em que a tora caia rente ao chão, o ajudante pode cavar um
buraco, permitindo a passagem da cabeça do estropo.
6. No pátio de estocagem, o tratorista desengata o guincho, soltando a
tora. Em seguida, o ajudante do pátio, faz o desengate do estropo
(Figura 52) e de posse da ficha das árvores a serem arrastadas faz a
conferência da tora arrastada. Imediatamente, o tratorista aciona o
guincho para enrolar o cabo. Por último, as toras após a toragem e
romaneio, são empilhadas no pátio, pelo operador da carregadeira, de
forma a permitir a movimentação das máquinas e caminhões.

FIGURA 52 - DESENGATE E EMPILHAMENTO DAS TORAS.

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

7. A operação é repetida até que todas as toras do ramal tenham sido


arrastadas.
8. Caso um fuste tenha sido traçado em dois ou mais pedaços, o tratorista
deve voltar à mesma clareira para arrastá-lo.

OBS: Caso parte da árvore abatida, não seja aproveitada comercialmente, a


mesma deverá ser deixada no local do abate e aproveitada como resíduos.

c) Situações específicas de arraste

156
c.1) Árvore caída no caminho do arraste

Serão removidas as árvores caídas naturalmente ao longo da rota do trator.


Para isso, a árvore deve estar traçada como mostra a Figura 53.

FIGURA 53 – REMOÇÃO DOS OBSTÁCULOS.

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

c.2) Toco dificultando o guinchamento

Em alguns casos, o toco das árvores fica entre a tora e a direção do arraste,
dificultando o guinchamento. O engate da tora deve, portanto, permitir que esta role
e saia da frente do toco. Para isso, o ajudante, no momento do enlace do estropo,
direcionará a “castanha” ao máximo para o lado oposto do rolamento da tora (Figura
54). Em toras com sapopemas, o cabo do trator deverá passar por baixo de uma das
sapopemas no mesmo lado onde está a “castanha”.

157
FIGURA 54 – COMO GUINCHAR A TORA PRÓXIMA AO TOCO.
A) ROLANDO A TORA PARA O LADO B) GUINCHAMENTO

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

c.3) Árvores e tocos dificultando o arraste

Se entre o trator e a tora a ser guinchada houver tocos e árvores, será


necessário movimentá-la lateralmente desviando-a desses obstáculos (Figura 55).
Utiliza-se uma árvore (diâmetro maior que 25 cm e sem valor comercial) como apoio
para o desvio. O cabo principal do trator deverá contornar a "árvore apoio" escolhida,
sendo amarrado à tora (1ª etapa). Em seguida, o tratorista aciona o guincho fazendo
a tora mover-se lateralmente até ficar livre dos obstáculos. Então, o cabo principal é
desconectado da tora, deixando de contornar a “árvore apoio” (2ª etapa). Por último,
o guinchamento é feito normalmente.

FIGURA 55 - OPERAÇÃO PARA DESVIAR A TORA DE OBSTÁCULOS DURANTE O


GUINCHAMENTO.

OBSTÁCULO 1ª ETAPA 2ª ETAPA

toco ou árvore árvore sem valor árvore de valor

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

158
3.5.2.3. Prevenção de acidentes no arraste

A grande maioria dos acidentes com ferimentos graves ou mortes na


exploração madeireira é provocada pela falta de cumprimento das normas de
segurança, especialmente quanto à manutenção dos equipamentos (consultar
manual do fabricante).

a) Cuidados na operação das máquinas

 Somente a equipe de arraste deverá permanecer na área durante as


operações.
 O tratorista não deverá operar a máquina quando pessoas estiverem na
frente ou atrás dela.
 Estacionar o trator em superfície plana. Se for obrigado a parar em
terreno inclinado, utilizar um calço para garantir o estacionamento da
máquina.
 Usar o freio de estacionamento e colocar a alavanca de transmissão em
posição neutra.
 Baixar todos os acessórios.

b) Prevenção contra incêndios e queimaduras

 Não fumar quando estiver reabastecendo ou próximo ao depósito de


combustível.
 Não derramar combustível sobre as partes elétricas do motor do trator
aquecido.
 Inspecionar o nível de água do radiador com o motor desligado. Caso
necessite fazer a verificação do motor, espere esfriar a tampa do bujão
de abastecimento até poder removê-la. Gire a tampa lentamente até
diminuir a pressão.

159
3.5.2.4. Composição e função dos membros da equipe de
planejamento de arraste e arraste

3.5.2.4.1. Equipe responsável pelo planejamento e abertura dos


ramais de arraste

A equipe de planejamento e abertura dos ramais de arraste será composta


por um planejador e um ajudante, sendo que um deles além de planejador ou
ajudante deverá também ser operador de motosserra, os quais terão as seguintes
funções:

a) Planejador e Ajudante

a.1) Verificar equipamento de segurança

Antes de sair para o campo, verificar se todos os equipamentos de


segurança estão em ordem e prontos para o uso. Os equipamentos são:
 Calça de nylon almofadada ou perneira;
 Bota com bico de aço;
 Capacete;
 Caneleira
 Viseira;
 Protetor auricular;
 Luva; e,
 Sinalizador de corpo

a.2) Verificação dos materiais e equipamentos

Verificar se os equipamentos de trabalho estão em ordem e prontos para


o uso. Os equipamentos são:
 Mapa base plotando as árvores abatidas em papel milimetrado;
 Caneta;

160
 Motosserra;
 Combustível;
 Chave de motoserra, lima;
 Garrafa d’água;
 Foice ou facão;
 Lápis e borracha;
 Fita branca e amarela;

b) Funções

b.1) Planejador
 Receber a ficha de abate do responsável pelo abate e passar para
o papel milimetrado em escala adequada ao número das árvores
abatidas e localização;
 Planejar e abrir as picadas de arraste, conforme preconizado no
item 3.5.2.1. Alocação e demarcação dos ramais de arraste;
 Sinalizar os ramais principais com fita branca e secundários e
terciários com fitas amarelas;
 Cortar as extremidades dos troncos atravessados nos ramais de
arraste;
 Plotar no papel milimetrado os ramais de arraste e a situação das
árvores abatidas;
 Repassar ao operador de skidder os mapas dos ramais de
arraste;

b.2) Ajudante

 Carregar os equipamentos, motosserra, gasolina, lima e demais


materiais necessários;
 Ajudar o planejador na localização das árvores abatidas e no
planejamento dos ramais;
 Ajudar o planejador a abrir as picadas de arraste;
 Colocar a bandeirolas brancas e amarelas nas estacas

161
localizadas no caminhamento dos ramais de arraste;
 Etc.

3.5.2.4.2. Equipe responsável pelo arraste das toras (transporte


primário)

a) Operador de Skidder:

a.1) Verificação do equipamento de segurança

Antes de sair para o campo, verificará se todos os equipamentos de


segurança estão em ordem e prontos para o uso. Os equipamentos são:
 Botas
 Capacete
 Protetor auricular;
 Sinalizador de corpo

a.2) Verificação do equipamento

 Verificará se a máquina está em ordem e pronta para o uso


 Verificará seu nível de óleo lubrificante
 Verificará o nível de água do radiador
 Verificará o nível de óleo diesel (combustível)

a.3) Funções

 Entrará na floresta de acordo com indicação do mapa de arraste,


abrindo os ramais de arraste conforme as picadas sinalizadas,
procurando desviar das árvores mais grossas e manter as
passagens sempre na mesma trilha, iniciando o arraste pela ultima
tora do ramal;

162
 Ao localizar a tora, fará a manobra tentando evitar ao máximo o
dano à floresta;
 Guinchará a tora e a arrastará até a esplanada;
 Na impossibilidade de arrastar alguma árvore por peso excessivo,
traçará a tora de modo a possibilitar o arraste, levando sempre em
conta as medidas recomendadas pela Gerência florestal da Mad.
Sakura;
 Comunicará ao Encarregado florestal qualquer problema que for
verificado durante o arraste;
 Em caso de ocorrência de incêndio, o operador deverá colocar-se à
disposição da brigada de incêndios imediatamente após o
comunicado.

b) Ajudante de skidder (Rabicheiro)

b.1) Verificação do equipamento de segurança

Antes de ir para o campo, verificará se todos os equipamentos de segurança


estão em ordem e prontos para o uso. Os equipamentos são:
 Botas
 Capacete
 Protetor auricular
 Sinalizador de corpo
 Caneleira
 Luvas de couro

b.2) Verificação do material de trabalho

Verificará também, se todos os equipamentos de trabalho estão em ordem e


prontos para o uso. Os equipamentos são:
 Mapa de arraste
 Prancheta

163
 Caneta, lápis e borracha
 Giz estaca
 Garrafa d’água
 Facão

b.3) Funções

 Juntamente com o operador de skidder, solicitará o mapa de arraste


fornecido pela equipe de planejamento e auxiliará na abertura dos
referidos ramais;
 Localizará o primeiro ramal principal para início do trabalho;
 Indicará ao operador de skidder a localização das árvores a serem
arrastadas, começando pela última árvore;
 Engatará o “periquito”, estropo ou cabo na tora, sempre observando
as normas de segurança;
 Marcará a árvore que foi arrastada no mapa de arraste;
 Em caso de fuste cortados em mais de uma tora, marcará com giz
estaca o nº da árvore abatida e nº da árvore e a letra da secção da
tora;
 Confrontará com a relação de árvores a serem arrastadas de posse
da equipe de esplanada, se não ficou nenhuma árvore sem arrastar;
 Quando acabar o arraste entregará o mapa, ao encarregado
florestal;
 Em caso de ocorrência de incêndio, o trabalhador deverá colocar-se
à disposição da brigada de incêndios imediatamente após o
comunicado.

3.5.3. Pátio intermediário e Pátios de estocagem ou esplanadas

3.5.3.1. Pátio Intermediário

Será implantado dentro da UMF II, próximo a estrada principal central um

164
pátio intermediário com área de aproximadamente 2,0 ha em área já antropizada,
conforme mapa de exploração (anexo 6).
O referido pátio terá como finalidade o armazenamento das toras não
transportadas dos pátios de estocagem até o fechamento do calendário de
exploração (no inicio do período chuvoso). De forma que, após o fechamento do
calendário de exploração, no perído chuvoso, as toras armazenadas no pátio
intermediário serão transportadas para o pátio da industria consumidora, trafegando
apenas pela estrada principal central. Tal operação, visa a conservação das
estradas secundárias e estradas principais de acesso, que além de passarem a ser
utilizadas apenas no período seco, ainda possibilitará o transporte secundário a
qualquer tempo, sem causar danos as mesmas.
Para o armazenamento das toras no pátio intermediário devem ser obdecidos
alguns critérios:
 As toras só podem ser armazenadas no pátio intermediário, após serem
rastreadas e romaneadas no pátio de estocagem;
 Todas as toras a serem armazenadas no pátio intermediário, devem ser
transportadas dos pátios de estocagem no máximo 10 dias após o
fechamento do calendário de exploração, previsto para 15 de dezembro
de cada ano;
 Para o armazenamento das toras no pátio intermediário deve-se
preencher o Romaneio do pátio intermediário, conforme tabela 26.

TABELA 26 – ROMANEIO DE PÁTIO INTERMEDIÁRIO


ROMANEIO DE PÁTIO INTERMEDIÁRIO
PÁTIO DE ORIGEM Nº: __________________________ UPA:

ARVORE
Nº DA SECÇÃO DA VOLUME
UT Nº DA FAIXA ÁRVORE TORA ESPÉCIE (COM CASCA) DATA OBS

Recomenda-se ainda, que no pátio intermediário seja efetuado as operações


de cascalhamento, escarificação, conformação e compactação, de forma a
possibilitar carregamento de toras e manobras de maquinários e caminhões a

165
qualquer tempo, inclusive no período chuvoso.

3.5.3.2. Pátios de estocagem ou esplanadas

Serão construídos de um lado das estradas secundárias, a uma distância de


aproximadamente 250 m entre si, podendo essa distância ser ajustada de acordo
com densidade de árvores abatidas, respeitando sempre o limite de arraste de 15
árvores por ramal principal e abrir no máximo 6 ramais principais por esplanada.
Destina-se a estocagem das toras à medida que estas vão sendo arrastadas
da floresta até o seu transporte para a indústria ou para o pátio intermediário.
Recomenda-se a construção de esplanadas com dimensões de 20x25 m.
Para escolha do local da esplanada, serão levados em consideração os
locais de vegetação mais fina e inexistência de árvores porta sementes, protegidas
por lei e árvores ninho. Após a escolha e demarcação da esplanada, deverá ser feito
o reconhecimento da área verificando se há buracos grandes, troncos e árvores
caídas. Sendo detectados, os mesmos serão traçados para facilitar as operações e
reduzir os danos a vegetação lateral.

3.5.3.2.1 - Demarcação dos pátios de estocagem

a) Serão definidos de acordo com o mapa preliminar de exploração e as


seguintes condições da floresta:

 Preferir local, onde a vegetação é mais rala (árvores com DAP menor que 20
cm), ou em Clareiras;
 Evitar locais, onde existem tocos de árvores, buracos e árvores porta
sementes;
 Escolher locais planos, porém com boas condições de drenagem;

b) Iniciar a demarcação do pátio abrindo trilhas sinalizadas com balizas


e/ou fitas coloridas. As balizas estarão distantes umas das outras cerca de 3 metros,
para facilitar a visão do tratorista. Usar balizas ou fitas de forma ou cores diferentes

166
das utilizadas na demarcação das estradas (Figura 56).

c) Após a escolha e demarcação da esplanada, deverá ser feito o


reconhecimento da área verificando se há troncos e árvores caídas. Sendo
detectados, os mesmos serão traçados para facilitar as operações e reduzir os
danos à vegetação lateral.

FIGURA 56 – DEMARCAÇÃO DO PÁTIO DE ESTOCAGEM

tio ria

á
und
c
Se
da
rt a
Es

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

3.5.3.2.2. Abertura dos pátios de estocagem

167
a) Após o reconhecimento da área, o operador de esteira realizará as
seguintes operações:

 O Trator de esteira iniciará a operação com a lâmina suspensa,


movimentando em forma de espiral da extremidade para o centro,
quebrando todo material vegetal ( Figura 57a).
 Após quebrar todo material lenhoso, o trator fará a limpeza da área, com a
lâmina baixa, o trator partirá do centro para as extremidades do pátio
raspando superficialmente o solo e encostando o material vegetal nas bordas
colocando para as extremidades todo o material vegetal (Figura 57b).
 Após a abertura do pátio, o ajudante andará no local para verificar se existem
tocos e pontas de raízes, que serão arrancados ou cortados com facão.
 Numerará todos os pátios, a fim de facilitar o controle e localização das toras
estocadas.

FIGURA 57 - QUEBRA E RASPAGEM DO MATERIAL VEGETAL PARA AS EXTREMIDADES DO


PÁTIO

a b

Fonte: Florestal 2008.

3.5.3.3. Operações no pátio de estocagem

A equipe de pátio será composta por um medidor, um operador de motosserra


e um operador de pá carregadeira, os quais realizarão as seguintes atividades:

168
 De posse da relação das árvores abatidas por esplanada, o medidor deverá
fazer a conferência da todas as árvore arrastadas e verificar se não ficou
nenhuma árvore sem arrastar;
 Após a conferência o operador de motosserra deverá proceder ao traçamento
em comprimentos (bitolas) que atendam aos interesses da indústria ou a
especificação dos veículos transportadores;
 Pregará a placa de cadeia de custódia (Figura 58) na base de cada secção
de tora contendo número da faixa e da UPA, nº da árvore abatida e da
secção da tora, se for o caso;

FIGURA 58 – MODELO DE PLACA A SER PREGADO NA TORA APÓS O ROMANEIO DE PÁTIO,


POSSIBILITANDO O RASTREAMENTO DA MESMA (CADEIA DE CUSTÓDIA).

CADEIA DE CUSTÓDIA
UPA: 01
UT: 01
ÁRVORE: 529
FAIXA: 07
SECÇÃO: A

UT: 01
ÁRVORE: 529
FAIXA: 07
SECÇÃO: A

 Em seguida procederá a medição das secções de cada tora em ficha de


romaneio, seguindo os seguintes parâmetros:

o Para a coleta de dados para o cálculo do volume deverá proceder a


medida geométrica, ou seja, medir o diâmetro maior e menor com casca
(em cruz), de cada extremidade da tora (calcular o diâmetro médio) e a
medida do comprimento da tora, conforme modelo de ficha abaixo
(Tabela 27).

169
o Após a medição de todas as toras arrastadas, o responsável pela
medição das toras no pátio deverá repassar a ficha de coleta de dados
das toras para a equipe de escritório para que seja feito o processamento
dos dados, cálculo de volume das toras e geração do Romaneio de Pátio,
conforme Tabela 28.

TABELA 27 – MODELO DE FICHA DE COLETA DE DADOS PARA O ROMANEIO DE PÁTIO.


FICHA DE COLETA DE DADOS PARA O ROMANEIO DE PÁTIO
NOME DO MEDIDOR: ___________________________ Nº DO PÁTIO: ________ Nº DA UPA: __________
DIÂMETRO
DIÂMETRO
MÉDIO DA
MÉDIO DO COMPRIMENTO
ARVORE PONTA
PÉ (COM DA TORA
(COM
UT CASCA)
CASCA) DATA OBS.

Nº DA Nº DA SECÇÃO
ESPÉCIE (EM M) (EM M) (EM M)
FAIXA ÁRVORE DA TORA

TABELA 28 – ROMANEIO DE PÁTIO


ROMANEIO DE PÁTIO
NOME DO MEDIDOR:
__________________________ Nº DO PÁTIO: ________ Nº DA UPA: ___________________
DIÂMETRO
DIÂMETRO
MÉDIO DA VOLUME
MÉDIO DO COMPRIMENTO
ARVORE PONTA (COM
PÉ (COM DA TORA
(COM CASCA)
CASCA)
UT CASCA) DATA OBS

Nº DA Nº DA SECÇÃO
ESPÉCIE (EM M) (EM M) (EM M) (EM M3)
FAIXA ÁRVORE DA TORA

 Caso necessário será efetuado o tratamento, para evitar rachaduras nos


topos, com preservativos, naquelas toras mais susceptíveis ao ataque de
pragas e fungos;
 E, finalmente o empilhamento por grau de utilização das mesmas nas laterais
do pátio.

170
3.5.4. Procedimentos de controle da origem da madeira (Cadeia de
custódia)

Os passos abaixo mostram o rastreamento (cadeia de custódia) da madeira


desde o abate, arraste, operação de pátio, romaneio, carregamento, transporte
secundário até o descarregamento no pátio da indústria, possibilitando assim a
operação inversa, ou seja, o rastreamento da origem da madeira do seu local de
desdobro até sua localização na floresta objeto do plano de manejo;

171
CADEIA DE CUSTÓDIA
INVENTÁRIO A 100%

ARVORE

529

FAIXA
07

FLORESTAL

MAPA DO CENSO FLORESTAL


PLANEJAMENTO DA
COLHEITA
172
CORTE

ARVORE

529

FAIXA
07

FLORESTAL
A 529
F 07
PLAQUETA DO CENSO RETIRADA
DA ÁRVORE CORTADA A

173
PLANEJAMENTO DE
ARRASTE

Ramal Principal

Início e Fim do Ramal Principal

Ramal Secundário

Início e Fim do Ramal Secundário

174
PÁTIO

ARRASTE

CADEIA DE CUSTÓDIA
UPA: 01
UT: 01
ÁRVORE: 529
FAIXA: 07 A529
SECÇÃO: A F 07
A
UT: 01
CADEIA DE CUSTÓDIA

UPA: 01
ÁRVORE: 21
FAIXA: 01

ROMANE IO DE P ÁTI O
ÁRVORE: 529
SECÇÃO: A

ÁRVORE: 21
FAIXA: 01

FAIXA: 07
SECÇÃO: A

SECÇÃO: A

175
CARREGAMENTO

A529
F 07
A CADEIA DE CUSTÓDIA

UPA: 01
ÁRVORE: 21
FAIXA: 01
SECÇÃO: A

UT: 01
ÁRVORE: 529
FAIXA: 07
SECÇÃO: A

CADEIA DE CUSTÓDIA
UPA: 01
UT: 01
ÁRVORE: 529 UT: 01
FAIXA: 07 ÁRVORE: 529
SECÇÃO: A FAIXA: 07
SECÇÃO: A
UT: 01
ÁRVORE: 529
NOTA FISCAL
FAIXA: 07
SECÇÃO: A

ROMANEIO

DOF
INDÚSTRIA
176
DESCRIÇÃO DA CADEIA DE CUSTÓDIA

INVENTÁRIO

PLANEJAMENTO
DA COLHEITA

CORTE

Localização da árvore a abater através da ficha de


abate;
 Abate e Colocação placa no toco;
 Marcação na tora com giz do nº da árvore, da faixa e
da secção da tora;
 Baixa na ficha de abate;
 Operador ao terminar o abate da esplanada, entrega
a ficha de abate para o planejador de arraste;

PLANEJAMENTO
DE ARRASTE

 Planejamento e abertura dos ramais de arraste;


 Repasse do mapa de arraste para a equipe de
arraste;
 Arraste das árvores abatidas;
 Repasse da ficha de abate para equipe de pátio;

ARRASTE

177
 Traçamento do fuste;
ESPLANADA  Cubagem das toras e preenchimento da ficha de coleta de
dados para Romaneio de Pátio;
(ROMANEIO)  Emplaquetamento da tora com o nº da árvore, da faixa e
da secção da tora
 Empilhamento;
 Repasse da ficha de Romaneio de Pátio para o escritório
para gerar banco de dados( Romaneio de pátio e de
saída);

CARREGAMENTO  Retirar a parte debaixo da plaqueta, repassar para o motorista;


 Proceder o carregamento das toras

 Recebe plaquetas;
 Lança número das plaquetas no banco de dados;
 Confere a carga;
ESCRITÓRIO NA  Emissão do romaneio de saída, Nota Fiscal e DOF;
SAÍDA DO PMFS  Liberar carga;
 Encaminhar a plaqueta para o escritório da empresa junto
com o romaneio de saída, nota fiscal e DOF;

 Receber a carga, o romaneio de saída da área da UMF


II, Nota Fiscal de entrada e DOF;
PÁTIO DA  Conferir a carga;
INDUSTRIA  Descarregar a carga;
 Preencher o romaneio de entrada no pátio da industria;

178
3.5.5. Carregamento e transporte

Toda madeira em tora oriunda da área da UMF II será transportada para o


pátio da indústria em caminhões traçados com “Julieta” todos equipados com rádio
para comunicação entre os motoristas de forma a ordenar a trafegabilidade na área
da UMF II.
A eficiência do carregamento tem muita influência na produtividade e custo
do transporte, é muito importante efetuá-lo rapidamente para evitar o uso de muitos
caminhões. Para o carregamento poderão ser utilizadas carregadeiras Frontal de
rodas, tipo CLARK- 668, FIAT- ALLIS FR-12, MICHIGAN 55, CASE W20, CAT-983-B
ou CAT 977 equipadas com garfo.
O carregamento deverá ser feito pelo operador de carregadeira com o
auxílio do motorista seguindo os passos abaixo:
 O motorista ao chegar ao portão de entrada da UMF II, deverá encaminhar-
se ao escritório para saber o local de carregamento de toras, as espécies a
carregar e sobre a situação do trânsito (se tem caminhões carregando, horário
de saída, pontos de cruzamentos etc.);
 Caso o trânsito esteja livre ou após combinar, pelo rádio, os pontos de
cruzamento com caminhões que já estejam carregando, o motorista se
deslocará para o pátio objeto do carregamento (esplanadas ou pátio
intermediário);
 O operador da carregadeira após abrir local de descarregamento da “Julieta”,
procederá o descarregamento da mesma, de modo a facilitar a manobra do
caminhão, o qual após a manobra engatará novamente a “Julieta” já na posição
de saída do pátio;
 O operador de carregadeira iniciará então o carregamento sob a orientação do
motorista, primeiro no caminhão depois na “Julieta” colocando na primeira
camada as toras de maior diâmetro, com cuidado de encaixá-las
adequadamente e com distribuição uniforme de forma que a carga fique
sempre bem distribuída. Como medida de segurança, será passado o cabo de
aço em cada camada de tora colocada;
 E finalmente após a colocação da última camada de tora, passar novamente o

179
cabo de aço e assegurar sempre que a carga esteja bem distribuída, evitando
assim que os caminhões corram risco de tombar devido a carga pendente para
um ou outro lado.
 No final do carregamento, após certificar-se que todas as toras estão amarradas
com cabo de aço, retirar a parte inferior das plaquetas, fazer a conferência da
carga e deslocar-se para o escritório no portão de saída;
 Dirigir-se ao escritório florestal na saída da área da UMF II e entregar as
plaquetas retiradas das toras ao auxiliar de Escritório para confecção de
romaneio de saída ( tabela 29) da UMF II, preenchimento do DOF e nota fiscal;
 Receber do auxiliar de escritório o romaneio de saída, as plaquetas retiradas
das toras, o DOF e nota fiscal;
 Por fim o motorista juntamente com o auxiliar de escritório verificarão mais uma
vez se a carga ( nº de toras, espécie e cubagem) confere com o romaneio de
saída, nota fiscal e DOF;
Para evitar acidentes no carregamento, tanto o motorista como o operador de
carregadeira serão profissionais treinados para este tipo de atividade e usar os
EPI’s recomendados para tal e não permitir a presença de pessoas estranhas na
área do carregamento.
Para evitar acidentes durante o transporte até a indústria, o motorista deverá
checar os pneus e reapertar a carga a cada 20 km, iniciando esta atividade já no
portão de saída da UMF II e dirigir com atenção e em baixa velocidade.

Tabela 29 – MODELO DO ROMANEIO DE SAÍDA DA MADEIRA DA ÁREA DO UMF II.

ROMANEIO DE SAÍDA DO PMFS PARA O PÁTIO DA INDUSTRIA

LOCALIZAÇÃO DO PMFS: _____________________________ DATA: _______________ ROMANEIO Nº:


Nº DO PROTOCOLO/PROJETO:________________________ UPA Nº: _______________
VOLUME
DIÂMETRO COMPRIMENTO
ARVORE COM
MÉDIO DA TORA
UT Nº CASCA OBSERVAÇÃO
Nº DA SECÇÃO DA
Nº DA FAIXA ESPÉCIE (EM M) (EM M) (EM M3)
ÁRVORE TORA

180
3.5.6. Descarregamento

O motorista ao chegar na entrada da indústria, entregará o romaneio de saída


da UMF II com plaquetas, DOF e nota fiscal ao encarregado para o recebimento das
toras, aguardará a conferência da carga. Após a conferência de todos os documentos
apresentados com a carga, proceder-se-á então o descarregamento pelo operador de
carregadeira, responsável por tal atividade.
O descarregamento será mecanizado, utilizando para tanto carregadeira
Frontal de rodas, equipada com garfo. É importante uma ordenação correta das
toras para facilitar as operações de seleção e empilhamento para posterior
processamento.
A eficiência do descarregamento influencia diretamente na produtividade. É
importante efetuá-lo rapidamente e de forma ordenada para evitar o uso de muitos
caminhões e facilitar o processamento da madeira pela indústria.
De posse da documentação apresentada pelo motorista, o encarregado pelo
recebimento das toras na indústria, preencherá o romaneio de entrada das toras no
pátio da indústria e autorizará o empilhamento de acordo com a destinação de cada
espécie.
Para evitar acidentes durante o descarregamento, deverá permanecer na
área somente o operador de carregadeira e o motorista, ambos usando os EPI’s
recomendados. Em primeiro lugar, o motorista ao soltar o cabo que prende as toras
de cima, deverá observar se ao proceder esta operação não haverá risco de alguma
tora cair. Em caso positivo o operador da carregadeira deverá firmar as toras com a
ponta do garfo até o motorista afrouxar os cabos. Após soltar os cabos o motorista
deverá se afastar da carga a uma distância segura e só retornar após o
descarregamento total das toras.

3.5.7. Métodos de extração de resíduos florestais

A exploração florestal para fins madeireiros, deixa uma quantidade


considerável de resíduos resultante das aberturas de estradas, esplanadas ramais
de arrastes, e abate das árvores, como galhos, restos de troncos, árvores tombadas

181
durante a derruba, partes de troncos não aproveitáveis durante o traçamento devido
à bitola ou danificarem durante o abate e, portanto inadequados para o
abastecimento de madeireiras (serraria, laminação), podendo, no entanto, serem
aproveitados para usos diversos ( lenha, moirões, lascas, carvão vegetal, produção
de pequenos objetos de madeira etc..)
Apesar da diversidade de resíduos produzidos durante a exploração, em
conformidade com a art. 8º da resolução do CONAMA nº 406/2009, “Art. 8º - É
permitido o aproveitamento de resíduos, tais como galhos e sapopemas,
provenientes das árvores exploradas”. A madeireira Sakura, aproveitará apenas
os resíduos ( galhos, sapopemas, fustes não aproveitáveis para a indústria e
destopos) das árvores exploradas, para usos diversos, numa proporção nunca
inferior a 30% do volume de madeira em tora extraído.
Estudos realizados pela Cia. Vale do Rio Doce, em Buriticupu, Maranhão,
citado pela CIKEL ( 2007), mostraram que a extração de 15 m3 por ha de madeira
para serraria resultaram em 250 st de madeira para lenha. A CIKEL em experimento
realizado em 12,0 ha na UMF Rio Capim-Pano ano de 2000, obteve para cada 1,0
m3 de madeira em tora extraído uma produção de 4,0 st de resíduos. Hoje, segundo
informações pessoais de seu responsável técnico, Evandro (2008), aproveita 72,00
m3 de resíduo por hectare, para produção de carvão vegetal.
Segundo CRUZ (1986) em pesquisa realizada em floresta tropical úmida, o
volume médio de resíduos proveniente de galhos e toco por árvore é de 0,851
m³/árvore, representando no mínimo 25,5% do volume da árvore.

3.5.7.1. Colheita de Resíduos de Exploração

A colheita dos resíduos será realizada imediatamente após o transporte


secundário das toras para a indústria, fora do período chuvoso. Os resíduos serão
acessados, aproveitando a infra estrutura aberta por ocasião da extração florestal,
onde se fará o traçamento das galhadas, sapopemas, destopos e fustes não
aproveitados para o setor madeireiro, o arraste até a esplanada, o carregamento e o
transporte até o pátio de armazenamento de resíduos. O pátio de estocagem de

182
resíduos aberto em área já antropizada na área da UMFII, conforme mapa de
exploração em anexo.
Essa operação será realizada em duas etapas: a primeira, diz respeito ao
traçamento na mata em bitolas adequadas ao arraste pelo Skider até as esplanadas,
onde sofrerá um segundo traçamento de acordo com o comprimento da carroceria
do caminhão que fará o transporte até o pátio de estocagem de resíduos. Na
segunda etapa, já no pátio de estocagem de resíduos, os mesmos serão pesados,
cubados em m³ e traçados de acordo com a bitola de mercado. Serão aproveitados
apenas os resíduos das árvores exploradas com diâmetro maior ou igual a 10,0 cm,
de forma a permanecer na floresta uma quantidade de resíduos suficientes para
promover a ciclagem de nutrientes.
Para a coleta dos resíduos será aproveitada toda estrutura (estradas,
esplanadas e ramais de arraste) aberta por ocasião da exploração madeireira, de
forma a não implicar em abertura de novas trilhas ou causar novos danos a floresta
remanescente, serão ainda utilizados os mesmos maquinários e equipamentos,
como o Skidder para o arraste dos resíduos, a carregadeira frontal de pneus para o
carregamento dos resíduos; no entanto para o transporte, ao invés de caminhão tipo
“julieta” será utilizado caminhão truque traçado.

3.5.7.2. Quantificação dos resíduos

No primeiro ano, conforme parágrafo 2º do art. 8º da resolução


406/CONAMA/2009, a intensidade de exploração dos resíduos ficará limitado em 1,0
m³ de resíduo por m³ de madeira autorizada. A partir do segundo ano, para o cálculo
da intensidade de resíduos a ser produzido, serão usadas relações matemáticas e
parâmetros que relacionem a intensidade de corte com a quantidade de resíduos
produzidos pelas árvores exploradas. Como é permitido o aproveitamento somente
dos resíduos oriundos das árvores exploradas (Resolução CONAMA nº 406/2009),
a coleta de dados para geração de equação de volume para quantificação de
resíduos, será focada apenas para essas árvores.
Segundo Felfili et alli (1984), a regressão linear tem sido empregada nas
estimativas de volume de fuste e volume de copa para qualquer tipo de floresta,
inclusive floresta heterogênea explorada seletivamente, que é o caso em questão.

183
Para realização do inventário de resíduos a partir da segunda UPA, deverá
ser gerada uma equação de volume com base em dados locais a serem coletados
das árvores autorizadas para o abate durante a exploração da UPA 01. Para tanto,
deverá ser feita a cubagem rigorosa dos resíduos (Galhadas, fustes danificados por
ocasião do abate, destopos e sapopemas) nas mesmas 210 árvores-amostra com o
DAP≥50cm, a serem cubadas para ajuste da equação de volume do fuste a ser
utilizada no inventário a 100%, possibilitando assim a correlação entre o volume do
fuste 5 e o volume da copa. Recomenda-se que também sejam medidas as mesmas
30 árvores para cada classe de diâmetro em intervalo de 10cm, conforme descrito
no item 4.1.1. Equações utilizadas.
Para a cubagem do volume dos resíduos (volume da copa, dos destopos,
das sapopemas e fustes inaproveitáveis), todas as 210 árvores-amostra
selecionadas, previamente e identificadas no inventário a 100% e devidamente
autorizadas para o abate, serão abatidas e seus resíduos serão medidos
obedecendo a seguinte metodologia da cubagem rigorosa:

a) Cubagem da copa das árvores exploradas

 Depois da derrubada e toragem do fuste, iniciar as medições da copa pelo


método de Smalian;
 A ordem de medição dos galhos deve ser de forma seqüencial, da base ao
ápice da copa. Serão medidas todas as ramificações de um mesmo galho,
sequencialmente, antes de se proceder a mensuração do galho seguinte;
 Marcar os galhos com o auxílio de um lápis estaca, a cada 1,0 metro, desde o
ponto inicial do galho até a circunferência mínima de 31,41 cm,
correspondendo 10,0 cm de diâmetro;
 Medir os diâmetros/circunferências nas marcas das seções
 Fazer controle do número de árvores medidas por classe de diâmetro
 Evitar a medição de árvores com copas rachadas

5
A metodologia da cubagem rigorosa do fuste pelo método de Smalian, para geração da equação
de volume do mesmo, foi descrito no item 4.1.1 – equações utilizadas.

184
 Deslocar a medição quando os pontos de medições (marcas) se localizarem
em anomalias do tronco (nós, podridão, etc) para pontos afastados dessas
anomalias
 No caso da presença de ramificações, bifurcação e término do galho, em que a
secção final apresente comprimento inferior a 1,0m, esta deve ser considerada
seção independente e cubada levando em conta o comprimento. A Figura 59
ilustra os comprimentos e pontos de medições das circunferências de uma
árvore a ser cubada rigorosamente para geração de uma equação de volume.

Os volumes reais dos fustes e dos galhos de cada árvore-amostra serão


assim determinados:

 O somatório dos volumes reais dos galhos representará o volume da


copa; este volume mais o volume do fuste constituirão o volume total de
cada arvore-amostra.

b) Cubagem de destopos e fustes não aproveitáveis das árvores


exploradas

Para a avaliação do volume de resíduos oriundos de fustes inaproveitáveis


para indústria madeireira e destopos, será feito a cubagem rigorosa dos mesmos,
pelo método de Smalian, conforme descrita no item 4.1.1 – equações utilizadas.

c) Cubagem das sapopemas das árvores exploradas

Para a cubagem das sapopemas de cada árvore, deve-se pesar as mesmas e


o volume será obtido através da relação peso/densidade da madeira no campo,
conforme equação descrita:
Vs = Peso/Densidade
Onde:

Vs = Volume das sapopemas.

Algumas equações volumétricas serão analisadas considerando-se


medidas de precisão de cada uma e a uniformidade da distribuição residual entre os
valores reais e estimados. Para essa análise, recomenda-se a utilização de
equações com maior abrangência quanto a representatividade das espécies da

185
região e da distribuição da freqüência das árvores. (Felfili et all., 1984)
Espera-se, com cubagem rigorosa do volume do fuste e da copa nas
árvores preconizadas, a geração de equações de regressão que poderão ser
utilizadas no inventário 100%, para a quantificação do volume do fuste e dos
resíduos (volume de copa, sapopemas, destopos e fuste inaproveitáveis) das
árvores a serem exploradas e consequentemente a relação entre a intensidade de
exploração e a quantidade de resíduos produzidos.

FIGURA 59 – ESQUEMA DE MEDIÇÕES PARA A CUBAGEM RIGOROSA DA GALHADA

DIÂMETRO MÍNIMO 10,00 CM

COPA
1,0 m 0,6 m
1,0 m 1,0 m
0,70 m

1,0 m

1,0 m CUBAR SEPARADAMENTE

1,0 m

FUSTE

186
Obs: Nenhuma árvore viva, mesmo que danificada deverá ser extraída como resíduo para
usos diversos. Serão aproveitados apenas os resíduos, proveniente das árvores exploradas,
Conforme Resolução nº 406/CONAMA/2009, ART 8º “é permitido o aproveitamento de resíduos, tais
como galhos e sapopemas proveniente de árvores exploradas”.

3.5.8. Métodos de extração de produtos não madeireiros

Para exploração do óleo resina de copaíba, será também aproveitada a


mesma infrestrutura aberta para exploração da madeira em tora. Sendo que a
extração do óleo de copaíba deve ocorrer paralelamente à exploração florestal.

3.5.8.1. Fase pré exploratória

3.5.8.1.1 – Inventário a 100% das árvores de Copaíba a serem


exploradas

A mensuração das árvores de Copaíba a serem exploradas, será efetuada


juntamente com o inventário a 100% das árvores a serem abatidas, seguindo,
portanto a mesma metodologia descrita no item “INVENTÁRIO FLORESTAL A
100% ” . Onde serão coletados dados de altura, CAP (Circunferência a altura do
peito), espécie (através do nome vulgar), sanidade e classe de fuste de todas as
árvores de copaíba com DAP maior ou igual a 35,00 cm.

3.5.8.1.1.2 – Mapeamento das árvores a serem exploradas

Deverá ser elaborado uma mapa georreferenciado locando o planejamento


viário, Hidrografia e distribuição espacial das árvores de copaíba a serem
perfuradas para extração do óleo-resina. Este mapa deverá ser confeccionado na
escala apropriada de 1:5000 e com legendas adequadas. Entretanto o mesmo
sofrerá alguns ajustes, na execução da exploração.

3.5.8.2 – Fase de Exploração

187
3.5.8.2.1. Coleta do óleo resina de copaíba

De posse do mapa e relatório (ficha de coleta) onde consta a localização das


árvores serem perfuradas, a equipe responsável por este trabalho composta por 6
trabalhadores, deverá localizar todas as árvores de copaíba destinadas a
exploração, na oportunidade serão abertas picadas interligando estas árvores, de
forma a facilitar a coleta do óleo.
Para a coleta do óleo serão perfuradas todas as árvores com DAP maior ou
igual a 35,0 cm com um trado tradicional de 1,90 cm de diâmetro e comprimento
suficiente para atingir o centro do tronco das árvores (Figura 60A), fazendo-se um
orifícios na altura de 1,30 m. Após a perfuração, o óleo exsudado deverá ser
recolhido por meio de um cano de PVC de ¾ de diâmetro e 10cm de comprimento
com rosca na ponta embutido em uma mangueira até o recipiente coletor, conforme
técnica recomendada por ALENCAR (1982); LEITE et all. (2001); FERREIRA (1999),
citados por OLIVEIRA et al (2006). O orifício da árvore (Figura 60B), após o
completo escoamento do óleo, deverá ser vedado com uma tampa de PVC visando
facilitar as outras coletas e evitar resíduos de madeira (Figura 60C). A equipe
responsável pela perfuração das árvores deverá anotar na ficha de coleta (conforme
modelo abaixo), se a árvore é ou não produtiva, se apresenta oco ou algum
problema de sanidade que inviabilize sua perfuração. Em caso de árvore oca o furo
deve ser tampado com uma rolha de madeira e não mais ser explorada.
Dados a serem anotados na ficha de coleta:

 “AP” – ÁRVORE PRODUTIVA


 “AI” – ÁRVORE PERFURADA E NÃO PRODUTIVA
 “AO” – ÁRVORE PERFURADA E NÃO PRODUTIVA DEVIDO AO OCO
 “OM” – ÁRVORE NÃO PERFURADA DEVIDO A OUTROS MOTIVOS,
CITAR O MOTIVO.

De preferência a perfuração e coleta do óleo resina deverá ser realizada após


a abertura das estradas principais e secundárias nas UPA’s, de modo a facilitar o
acesso às árvores e coleta do óleo. O óleo colhido será ser transportado até o
galpão de depósito em recipientes de plástico protegidos da ação da luz.

188
Posteriormente, serão transferidos para recipientes maiores, sempre protegidos da
luz. No entanto, antes da referida transferência, o óleo colhido em cada árvore
deverá ser coado e medido em proveta graduada para a avaliação da produtividade
de cada árvore. Visando alcançar melhor preço de mercado, o óleo resina deverá
ser armazenado em recipientes diferentes de acordo com sua viscosidade, turbidez
e cor ( Figura 61).
Trabalhos realizado por Oliveira et all. (2006), comprovou que a maioria dos
morfotipos de copaíba apresentam maior produtividade quando a coleta se dá entre
os meses de setembro a novembro, coincidindo com o período de menor
precipitação pluviométrica. Segundo Rigamonte-Azevedo et all. (2006), a produção
de óleo resina obtida no tempo de coleta de 24 horas comparada com a produção a
até completa exaustão do óleo foi estatisticamente igual. Afirma ainda que não há
até o momento, nenhuma indicação segura de que a exaustão do óleo resina
durante a coleta não cause danos fisiológicos ou comprometa a viabilidade da
árvore, de forma que, pelo fato de a produção ter sido estatisticamente igual entre os
dois períodos, sugere-se que o tempo de coleta de 24 horas seja adotado até que
estudos mais conclusivos sejam realizados. Para o retorno as árvores para coleta
do óleo resina, o responsável por esta operação, deverá utilizar a ficha de coleta
(Tabela 30) e na oportunidade complementar os dados da referida ficha, se for o
caso, no campo “ Situação”.

TABELA 30 - MODELO FICHA DE COLETA CONTENDO A LOCALIZAÇÃO DAS ÁRVORES A


SEREM PERFURADAS.
FICHA DE COLETA DE ÓLEO RESINA
PRODUÇÃO
Dist Dist SITUAÇÃO
FAIXA ÁRVORE NOME VULGAR ALT. DAP CF Lado ÓLEO
X Y DA ÁRVORE
(Em ml )

EM SITUAÇÃO ANOTAR:
“AP” – ÁRVORE PRODUTIVA
“AI” – ÁRVORE PERFURADA E NÃO PRODUTIVA
“AO” – ÁRVORE PERFURADA E NÃO PRODUTIVA DEVIDO AO OCO
“OM” – ÁRVORE NÃO PERFURADA DEVIDO A OUTROS MOTIVOS, CITAR O MOTIVO

189
FIGURA 60 - PROCESSO UTILIZADO NA EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE COPAÍBA. TRADO TRADICIONAL
(A); ORIFÍCIO (B) E CANO PVC E TAMPÃO(C).

FONTE: EMBRAPA Amazônia oriental( 2003) e WWF/Produtos sustentáveis.

FIGURA 61 - TIPOS DE COLORAÇÃO MAIS COMUNS PARA O ÓLEO-RESINA DE COPAÍBA.

Fonte: Rigamonte-Azevedo (2004).

As árvores que produzirem óleo em um ano, ficarão em descanso por 2 anos


para serem coletadas novamente.

3.5.8.2.2. Produção de óleo resina

Na Amazônia, há várias Instituições atuando junto a comunidades


extrativistas para implementar a produção de óleo-resina de copaíba em sistemas de
manejo de uso múltiplo, no entanto, questões relativas à produtividade e a relação
espécie ou tipo/ produção ainda permanecem sem respostas. A produção de óleo
resina de copaíba é muito variável e apesar de haver estudos sobre o efeito de

190
características físicas do solo, tamanho da árvore (DAP) e época do ano sobre a
produção de óleo-resina da copaíba (Rigamonte-Azevedo et all., 2006), ainda não se
tem uma conclusão definitiva que oriente o manejo da espécie.
Segundo Rigamonte-Azevedo et all.( 2006), as árvores produtivas de copaíba
em experimento realizado no sudoeste amazônico variou de 25% a 81% e a
produção de óleo-resina nas árvores amostradas com DAP≥ 35,0 cm foi variável,
com amplitudes de 0 e 18,0 L/árvore, com média de 0,94 L/árvore. Espera-se, no
entanto, uma produtividade média de 1,0 litro de óleo resina por árvore de copaíba
perfurada e um percentual de 40% de árvores produtivas. Esses dados serão
ajustados após a coleta de dados das árvores a serem exploradas na UPA 01.

3.5.8.3. Fase pós exploratória

O óleo será comercializado "in natura" recebendo apenas uma filtragem para
retirada de restos de madeira, oriundos da própria árvore. Para manter a integridade
física e química inalterada o óleo deverá está isento de qualquer corpo estranho. O
óleo será separado de acordo com suas características de cor, turbidez e
viscosidade, pois são indicativos de diferenças das qualidades químicas podendo,
desta maneira, obter um diferencial de preço no mercado. Serão armazenados em
vidros escuros e longe da luz do sol, caso tenham que ficar armazenado por muito
tempo.

3.5.8.4 – Equipamentos e materiais a serem utilizados na coleta do


óleo resina de copaíba

Na tabela 31, consta a relação de materiais e equipamentos necessários


a extração do óleo resina de copaíba.

191
TABELA 31 – EQUIPAMENTOS E MATERIAIS:
QUANTIDADE
DISCRIMINAÇÃO UNIDADE
POR ÁRVORE
CANO DE PVC DE 3/4 10,00 CM
TAMPÃO ROSQUEADO DE PVC DE 3/4 1,00 UND
MANGUEIRA DE 3/4 1,20 M
GALÃO CAPACIDADE DE 5,0 LTS 1,00 UND
SACO PLÁSTICO CAPACIDADE DE 10,0 LTS 1,00 UND
BARBANTE 20,00 CM
TRADO DE 1,90 CM DE DIÃMETRO (*) 1,00 UND

Onde: (*) Um trado por coletor de óleo resina

3.5.8.5. Mão-de-obra

A mão de obra foi calculada em função do rendimento da atividade em um


dia de trabalho.
 1 homem fura 8 árvores/dia
 1 homem coleta óleo de 14 árvores por dia

A Mad. Sakura contará com 4 trabalhadores para realizar as operações de


perfuração das árvores e coleta de óleo de copaíba.

3.6. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES PÓS-EXPLORATÓRIAS

As atividades pós-exploratórias se resumirão nas seguintes atividades:


 Avaliação de danos e impactos;
 Tratamentos silviculturais;
 Monitoramento do crescimento e produção;
 Manutenção de infra-estrutura;
 Confecção dos relatórios pós-exploratórios;

3.6.1. Avaliação de danos e impactos


O coordenador da exploração deverá repassar semanalmente por todas as
atividades exploratórias (abertura de estradas e esplanadas, abate das árvores
marcadas, planejamento e abertura dos ramais de arraste, arraste, operações na
esplanada etc.) e monitorar se as atividades estão sendo executadas conforme o
192
treinamento recebido sobre exploração de impacto reduzido. Na oportunidade serão
feitos os ajustes e controles necessários ao bom andamento dos trabalhos.
O responsável técnico pela execução do projeto, após o treinamento inicial de
exploração de impacto reduzido, deverá visitar a área periodicamente para monitorar
e ajustar juntamente com o coordenador da exploração, as operações realizadas na
colheita florestal de forma a mitigar os danos as árvores remenescentes e impactos
negativos na área explorada.
A seguir será descrito a metodologia para avaliação de danos e impactos nas
UPA’s exploradas.

3.6.1.1 - Procedimento para a avaliação dos danos pós-


exploratórios
Para a avaliação dos danos causados pela exploração às árvores
remanescentes, serão coletados dados através da remedição das parcelas
permanentes após a exploração e coleta de dados pelo motosserrista, em ficha
própria, conforme descrito na tabela 32.

TABELA 32 – AVALIAÇÃO DOS DANOS PÓS EXPLORATÓRIOS

GRUPO LOCAL DO DANO METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS DANOS PÓS


EXPLORATÓRIOS

• Caso ocorram danos às árvores remanescentes, porta


sementes e árvores protegidas por lei (Castanheira e seringueira)
plaqueteadas em campo, durante a extração, os mesmos serão
registrados na ficha de monitoramento, (conforme modelo descrito
no anexo 03), pelo próprio motosserrista.
• Como forma de assegurar a eficiência do monitoramento
• ÁRVORES
desse tipo de dano, por ocasião da avaliação dos impactos
REMANESCENTES
causado pelas nas clareiras, a equipe responsável por esta
FLORA atividade fará também a reavaliação por amostragem dos danos
• ÁRVORES
nas árvores remanescentes, porta sementes e árvores protegidas
PROTEGIDAS POR
por lei, utilizando para tanto a ficha de monitoramento (anexo 03).
LEI E ÁRVORES
• Após a exploração será feito a remedição das parcelas
PORTA SEMENTES
permanentes para avaliação dos danos as árvores remanescentes
com DAP acima de 10,0 cm. Os danos as árvores remanescentes
plaqueteadas no IF a 100% DAP ≥ 35,0 cm serão avaliados
também em ficha própria (anexo 03).
• O resultado desses danos serão apresentados nos relatórios
pós-exploratórios.

193
FIGURA 62 – PARÂMETROS A SEREM CONSIDERADOS PARA AVALIAÇÃO DOS DANOS NAS
ÁRVORES REMANESCENTES

PEQUENO MODERADO SEVERO

PEQUENO MODERADO ESMAGADO

Fonte: Florestal (2008), adaptado de IMAZON (1998).

Na coleta dos dados referentes a danos pós-exploratórios nas árvores


remanescentes serão levados em consideração os seguintes parâmetros:

 GRAU DO DANO:
o DANO NA COPA:
Dano pequeno - galho maior quebrado, com menos de um terço da copa danificada;
Dano moderado – mais de um terço da copa quebrada;
Dano severo - copa completamente quebrada;

o DANOS NO TRONCO:
Danos no tronco foram classificados pela extensão e profundidade;

Dano pequeno - área da casca raspada numa extensão menor que 33 x 25 cm (a área de uma
prancheta);

Dano moderado - área afetada da casca, excedendo 33 x 25 cm, ou o câmbio afetado;


Dano severo - tronco esmagado ou arrancado.

194
3.6.1.2 - Procedimento para a avaliação dos impactos pós-
exploratórios

Para a avaliação dos impactos causados pela exploração florestal nas UPA’s,
trimestralmente serão coletados dados, pela equipe responsável, conforme descrito
nas tabelas 33 à 35, referente a:
 Abertura de estradas (principais e secundárias), esplanadas, ramais de
arraste;
 Impactos devido às clareiras abertas devido ao abate das árvores
marcadas.

Pela equipe de Motosserristas serão coletados dados durante todo o


andamento da exploração, para avaliação dos danos referentes a:

 Áreas de preservação permanente;


 Áreas de saleiros;
 Áreas de terra preta de índio.

Os dados para avaliação dos danos às áreas de preservação permanente,


saleiros e terra preta de índio, serão coletados conforme o anexo 02. Para monitorar
se a coleta de dados pelos motosserristas nessas áreas está a contento,
trimestralmente o coordenador da exploração deverá percorrer aleatoriamente as
áreas em questão para avaliar e eficiência da referida coleta de dados e tomar as
providências cabíveis, se for o caso.
Todos os motosserristas receberão treinamentos referentes aos dados a
serem coletados, bem como o preenchimento das referidas planilhas de coleta de
dados.
Seguem abaixo os procedimentos para a avaliação dos impactos pós-
exploratórios:

195
3.6.1.2.1 - Meio Físico

TABELA 33 – AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO MEIO FÍSICO.

GRUPOS LOCAL DO IMPACTO METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMAPCTOS


PÓS EXPLORATÓRIOS

• A integridade das Áreas de Preservação Permanente


será identificada na operação do abate, pelo próprio
motosserrista, devidamente treinado para tal atividade;
• ÁREAS DE PRESERVAÇÃO
RECURSOS PERMANENTE EM IGARAPÉS, • Caso sejam identificadas árvores abatidas, caídas na
RIOS, OLHOS D’AGUA E área de preservação permanente, o dano causado é medido
HÍDRICOS
NASCENTES (MATA CILIAR) (impacto da copa sobre área de APP), utilizando a
metodologia desenvolvida por Runkle (1981)1, citada por
Lima (2004) e registrados na ficha de monitoramento (Anexo
02) pelo próprio motosserrista e fará parte do relatório pós-
exploratório;

• A integridade dos saleiros identificados durante o


inventário será identificada e plotado no mapa de
 SALEIRO Exploração;

• A integridade das áreas de saleiro é identificada na


operação do abate, pelo próprio motosserrista, devidamente
SOLO treinado para tal atividade;

• Caso sejam identificadas árvores abatidas, caídas na


área de saleiro, o dano causado é medido (impacto da copa
sobre área de saleiro), utilizando a metodologia desenvolvida
por Runkle (1981) citada por Lima (2004) e registrados na
ficha de monitoramento (anexo 02) pelo próprio motosserista
e fará parte do relatório pós-exploratório.

1
A metodologia Rankle (1981), consiste em determinar o comprimento da clareira, coincidente com a
orientação da queda da árvore e a largura, a qual é medida no ponto médio transversal ao
comprimento; assim será estimada a sua área mediante o uso da fórmula da elipse:
Area (m2 ) = (PÍ x comprimento x largura) / 4

196
3.6.1.2.2 - Meio Biótico
TABELA 34 – AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO MEIO BIÓTICO.
GRUPOS LOCAL DO METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS DANOS PÓS
IMPACTO EXPLORATÓRIOS
• O monitoramento da integridade da área e da não realização
de atividades predatórias à caça será realizado por meio da
• ANIMAIS EM verificação periódica do perímetro da UMF II, visando identificar a
FAUNA
GERAL presença de pessoas não autorizadas;

• O monitoramento da presença de fauna será realizado por


convênios com instituições de ensino e pesquisa na área de fauna

• O monitoramento da manutenção das árvores-ninho será


realizado por meio do relatório pós-exploratório, com o indicativo do
• ÁRVORES-
quantitativo de árvores Ninho não abatidas;
FAUNA NINHO.
Caso ocorram danos às árvores-ninho durante a extração os
mesmos serão registrados na ficha de monitoramento (anexo 03)
pelo próprio motosserrista,

• Para avaliação da área alterada devido a abertura de


estradas, serão medidos trimestralmente com o uso de GPS, o
• ESTRADAS comprimento de todas as estradas principais e secundárias abertas
PRINCIPAIS, e através de medições no início, meio e fim de cada estrada, será
FLORA
SECUNDÁRIAS calculado a largura média das estradas.

• Todas as estradas serão plotadas no mapa viário pós


exploratório e os resultados dos danos apresentados nos relatórios
pós exploratórios.

• Para avaliação dos danos devido a abertura dos ramais de


arrastes, serão medidos trimestralmente com o uso de GPS a ser
• RAMAIS DE acoplado no SKIDDER, o comprimento dos referidos ramais e
FLORA ARRASTE através de medições no início meio e fim de cada ramal, será
calculado a largura média dos ramais.

• Os danos médios causados pela abertura dos ramais de


arrastes, serão apresentados nos relatórios pós-exploratórios.

• Para a avaliação do dano médio causado pela abertura de


clareiras, devido ao abate das árvores, será utilizada amostragem
FLORA • CLAREIRAS aleatória, com base na metodologia desenvolvida por Runkle
(1981), onde serão mensuradas as clareiras de pelo menos 100
árvores para cada UPA. Para tanto serão coletados dados
conforme ficha de avaliação de danos por Clareiras ( Anexo 02)

• Os danos causados pela abertura das mesmas, serão obtidos


pela contagem das esplanadas abertas multiplicado pela área
• ESPLANADAS média das mesmas.
FLORA
• Os resultados desses danos serão apresentados nos
relatórios pós-exploratórios e sua localização obtida com GPS,
serão plotadas no mapa viário pós-exploratório.

• ÁREAS DE Caso sejam identificadas árvores abatidas, caídas na área de


PRESERVAÇÃO preservação permanente, o dano causado é medido (impacto da
FLORA copa sobre a área de APP), registrados na ficha de monitoramento
PERMANENTE
(anexo 03) pelo próprio motosserista e fará parte do relatório pós-
exploratório;

197
3.6.1.2.3 - Meio Sociocultural:

TABELA 35 – AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NO MEIO SÓCIO CULTURAL.


GRUPOS METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS
LOCAL DO IMPACTO
PÓS- EXPLORATÓRIOS

• Nas UPA’s onde foi previamente identificada a


ocorrência da TPI as mesma devem ser plotadas no
mapa viário de exploração e o Planejamento de
estradas, ramais de arraste e esplanadas devem ser
feitos de modo a respeitar e manter a integridade das
áreas de ocorrência de TPI.
ARQUEOGICO • TERRA PRETA DE
ÍNDIO
• Caso sejam identificadas árvores abatidas, caídas na
área de TPI, o impacto causado é medido (impacto da
copa sobre área), utilizando a metodologia desenvolvida
por Runkle (1981), citada por Lima (2004) e registrados na
ficha de monitoramento (anexo 03) pelo próprio
motosserista e fará parte do relatório pós-exploratório.

OBS: A AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS SUPRA CITADOS, SERÃO APRESENTADOS DE FORMA


PARCIAL EM RELATÓRIOS PÓS EXPLORATÓRIOS TRIMESTRAIS E DE FORMA CONCLUSIVA NO
RELATÓRIO FINAL AO TÉRMINO DA EXPLORAÇÃO DE CADA UPA.

3.6.2. Tratamento silvicultural pós-colheita

Embora haja vantagens em se aplicar o anelamento para promover o


crescimento de árvores de valor comercial, é preciso destacar possíveis impactos
negativos dessa prática. O anelamento pode reduzir a diversidade de espécies
arbóreas na área manejada. Além disso, a fauna pode ser prejudicada, uma vez que
algumas dessas espécies aneladas servem como abrigo e fonte de alimento.
Finalmente, algumas espécies classificadas como sem valor comercial no presente
pode vir a ter valor no futuro. Nesse caso, a eliminação significaria uma perda
econômica. Por esses motivos e pela falta de dados mais precisos sobre a
biocenese na floresta amazônica. Nesse primeiro momento não será feito nenhum
tratamento silvicultural com objetivo de aumentar o incremento anual da produção
florestal.

198
3.6.3. Monitoramento do crescimento e produção

3.6.3.1 – Generalidades

Segundo Silva et all., (2005), Parcelas permanentes, são unidades de


amostra demarcadas e observadas de forma contínua visando conhecer o
comportamento das espécies florestais e seus processos dinâmicos de crescimento,
mortalidade e recrutamento ao longo do tempo. Sendo uma das principais
ferramentas para o monitoramento dos danos causados pela exploração florestal e
do crescimento de uma floresta, bem como conhecer a sua produção, na qual dados
são coletados e, após analisados, fornecem subsídios importantes para o
planejamento florestal e tomada de decisões estratégicas para garantir a
sustentabilidade do negócio florestal.
O presente trabalho será processado utilizando o programa denominado
Monitoramento de Florestas Tropicais (MFT), que incorpora novas funcionalidades e
ferramentas para tratamento e análise dos dados oriundos de parcelas
permanentes, instaladas e medidas seguindo as orientações do manual
denominado: “Diretrizes para instalação e medição de parcelas permanentes em
florestas naturais da Amazônia Brasileira” (Silva et all., 2005).
A instalação das parcelas em campo será conduzida pelo método de
amostragem aleatória. As parcelas permanentes serão instaladas por ocasião da
elaboração dos POA’S, antes da exploração das UPA’s, na proporção de 3,0 ha de
amostras permanentes por UPA, distribuídas em 12 amostras de 0,25 ha.

3.6.3.2 - Tamanho e forma das parcelas permanentes

As parcelas permanentes terão forma quadrada com dimensões de 50 x 50 m


(0,25 ha) e serão subdivididas em unidades de observações menores, de modo a
facilitar a localização e o controle de cada indivíduo monitorado, de acordo com suas
dimensões ou classe de tamanho, conforme mostrado na Figura 63. Neste caso, a
subdivisão deverá ser feita em 25 subparcelas de 10 x 10 m e numeradas de 1 a 25,
iniciando, de preferência, pelo canto sudoeste. As árvores (diâmetro > 10 cm) serão

199
medidas nessas 25 subparcelas de 10 x 10 m. Dentre essas 25 subparcelas, 5 serão
sorteadas para realizar o levantamento das arvoretas (5 cm < diâmetro < 10 cm),
conforme Figura 64. Dentro de cada uma dessas 5 subparcelas onde serão medidas
as arvoretas, sorteia-se um canto com dimensões de 5 x 5 m, para medição das
varas (2,5 cm < diâmetro < 5 cm), conforme mostra a Figura 65; e dentro desse
canto sorteia-se uma faixa de 5 m x 1 m para realizar o levantamento das mudas
(altura > 30 cm e diâmetro < 2,5 cm) como mostra a Figura 66.
As parcelas permanentes serão devidamente identificadas em campo nos
seus quatro cantos, com Placas de PVC medindo 10 cm X 10 cm, nas quais serão
escritas as palavras “PARCELA PERMANENTE” e o número da Parcela. A parcela
permanente terá uma área de 0,25 ha, medindo 50 metros de largura por 50 metros
de comprimento e a amostra de regeneração será coletada em sub parcelas,
conforme modelo abaixo ( Figura 63).
Será ainda instalado 5,0 ha de parcelas permanentes na área de Reserva
Absoluta da Unidade de manejo II, após a demarcação da mesma pelo Serviço
Florestal, tendo como objetivo, conhecer o comportamento da floresta não
explorada.

200
FIGURA 63 - ESQUEMA DE UMA PARCELA PERMANENTE DE MONITORAMENTO.

5 6 15 16 25

4 7 14 17 24

3 8 13 18 23

2 9 12 19 22

1 10 11 20 21

FIGURA 64 – ESQUEMA DE SUB-PARCELA DE 10 X 10 M PARA MEDIÇÃO DAS ÁRVORES


(DAP≥ 10,0 CM) E ARVORETAS (DAP 5,0-9,9 CM)

201
FIGURA 65 – ESQUEMA DE SUB-PARCELA DE 5 X 5 M (MEDIÇÃO DE VARAS 2,5 CM ≤ DAP <
5,0 CM )

FIGURA 66 – ESQUEMA DE SUB-PARCELA FAIXA DE 5 X 1 M (CONTAGEM DAS MUDAS,


ALTURA SUPERIOR A 30 CM E DIÂMETRO < 2,5 CM).

Fonte: Adaptado de Silva et all. (2005).

3.6.3.3 - Metodologia de instalação das parcelas permanentes

3.6.3.3.1 - Localização da parcela

As parcelas permanentes, para estudos de crescimento e produção


serão estabelecidas em áreas produtivas da propriedade. Em face disso o
planejamento da instalação de parcelas permanentes deverá ser feito juntamente
com o planejamento das estradas e pátios e com o auxílio do mapa de
microzoneamento. De forma a evitar a instalação de parcelas em áreas não
produtivas como pátios, estradas, áreas cipoálicas, nas áreas de preservação
permanente definidas pela legislação vigente.
A localização da parcela dentro de cada UPA deverá ser feita de método
aleatório. Onde a locação das parcelas como as sub-parcelas serão aleatorizadas.
No entanto, deverá ser recusado o local escolhido sempre que este coincidir com
áreas consideradas improdutivas, como as já citadas. Nesse caso, a parcela será
deslocada para fora dessas áreas, porém nas suas proximidades.
Para a demarcação na floresta, serão aproveitadas as picadas de orientação
do inventário florestal a 100%. Em um dos picos serão colocados e balizados seis
piquetes, a cada 10 metros, para demarcar um dos lados da parcela. Em seguida,
partindo de sexto piquete, no sentido perpendicular, serão colocados cinco piquetes,
202
a cada 10 metros, para demarcar o outro lado da parcela. Para iniciar o
piqueteamento no sentido perpendicular será necessária a utilização de bússola,
para que as duas laterais formem um ângulo de 90°. Após o a colocação dos
piquetes de dois lados do quadrado, que deverão formar um “L”, estará preparada a
base para a subdivisão da parcela (Ver Figura 67). Durante o piqueteamento no
sentido perpendicular não será necessária a abertura de picadas. Apenas serão
cortados cipós e pequenos ramos que dificultem o balizamento.
Partindo do segundo piquete da linha perpendicular, serão colocados piquetes
a cada 10 metros, formando uma linha paralela à linha que foi criada no pico de
orientação do inventário e será feita a checagem das distâncias entre as duas linhas,
a qual deve ser sempre igual a 10 metros. A demarcação deverá formar subparcelas
de 100 m2. Este procedimento será repetido nas outras linhas até que se conclua o
estabelecimento da parcela. A demarcação de todas as demais linhas de subdivisão
deve sempre começar da linha transversal.
As parcelas permanentes devem ser instaladas antes de qualquer intervenção
na floresta.

FIGURA 67 – MODELO ESQUEMÁTICO DE DEMARCAÇÃO DE PARCELA PERMANENTE.

Fonte: Diretrizes para instalação e medição de parcelas permanentes em florestas naturais da


Amazônia Brasileira. (Silva et all., 2005).

3.6.3.3.2 - Número da árvore (preenchido no campo) e ponto de


medição
203
Durante a medição e avaliação dessas árvores, cada uma deverá receber uma
plaqueta de alumínio com um número que é composto por seis dígitos: os dois
primeiros identificam a parcela, o terceiro e quarto dígitos referem-se à subparcela e os
dois últimos identificam a árvore.
As plaquetas (Figura 68) serão pregadas no local do ponto de medição (PDM)
a 1,30 m de altura. No caso de árvores com sapopemas muito altas, as plaquetas
devem ser pregadas em local de fácil visibilidade, na base da árvore, e na mesma
direção do ponto de medição. As medições sucessivas serão feitas sempre no
ponto de medição, que será marcado pelo local do prego que segura as plaquetas a
1,30 m de altura.

FIGURA 68 - MODELO DE PLACAS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ÁRVORES

3,0 cm

10 nº da Parcela
5,0 cm

15 nº da subparcela
12 nº da árvore

Para o caso de árvores com mais de um fuste (isto é, bifurcadas, trifurcadas


etc., abaixo de 1,30 m de altura), conforme Figura 70, deverá ser acrescentado mais
um dígito com a seqüência de numeração desses fustes (Figura 69).

FIGURA 69 - MODELO DE PLACAS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ÁRVORES COM MAIS DE UM


FUSTE.

3,0 cm

10 nº da Parcela
5,0 cm

15 nº da subparcela
12 nº da árvore
1,2..n nº do fuste

204
FIGURA 70 – ÁRVORES COM MAIS DE UM FUSTE ( B) E REBROTOS (A) A SEREM MARCADOS

Fonte: Diretrizes para instalação e medição de parcelas permanentes em florestas naturais da


Amazônia Brasileira. (Silva et all., 2005).

Em árvores selecionadas para corte, a plaqueta deverá ser pregada na base


do tronco, para possibilitar a sua localização após a exploração. É recomendado que
pregos que estejam sendo "engolidos" pela árvore, sejam arrancados e substituídos,
para evitar problemas durante o beneficiamento da madeira.
Cada subparcela terá sua seqüência própria de numeração, ou seja, a cada
nova subparcela a numeração das árvores deverá recomeçar.
Para árvores localizadas na linha divisória das subparcelas,
convencionar-se-á que a árvore será incluída na subparcela onde mais da metade de
sua base estiver inserida. Da mesma forma, as árvores que estiverem situadas nas
linhas limítrofes (bordadura da parcela), serão incluídas na medição quando 50% ou
mais de sua base estiver dentro da parcela.
A partir da segunda medição, os números das árvores que morrerem jamais
serão usados novamente em outra árvore. No caso de ingressos utilizar-se-á um novo
número, o próximo da seqüência daquela subparcela.

3.6.3.3.3 - Coordenadas cartesianas

Para confecção do mapa com a localização das árvores e arvoretas


existentes na parcela permanente, serão medidas as coordenadas cartesianas (x e
y) de cada indivíduo (ex: coordenada X = distância da árvore até a linha base no

205
sentido Oeste-Leste; coordenada Y = distância da árvore até a linha base no sentido
Sul-Norte) (Figura 71).

FIGURA 71 - LOCALIZAÇÃO DAS ÁRVORES NA PARCELA, POR MEIO DAS COORDENADAS


CARTESIANAS

Fonte: Diretrizes para instalação e medição de parcelas permanentes em florestas naturais da


Amazônia Brasileira. (Silva et all., 2005).

3.6.3.4. Periodicidade de medição das parcelas permanentes

As parcelas permanentes serão instaladas e medidas antes de qualquer


intervenção na área de cada UPA, e remedidas um ano após a exploração e
posteriormente em intervalos regulares de 5 em 5 anos.

3.6.3.5. Área de reserva absoluta

Será mantida uma área de 2.567,45 ha, a leste no lado mais fora da UMFII, a
qual ficará como ÁREA DE RESERVA ABSOLUTA. A mesma será demarcada pelo
Serviço Florestal Brasileiro, e nela serão implantados 5,0 ha de parcelas

206
permanentes, após a referida demarcação, tendo como objetivo, conhecer o
comportamento da floresta não explorada,. As medições das parcelas permanentes
na área de reserva absoluta coincidirão com as medições das parcelas
permanentes nas UPA’s, servindo a mesma de testemunha, com relação ao
comportamento da floresta explorada e não explorada. Como a área de reserva
absoluta não faz parte da UMF II, portanto não constando no contrato, a proteção da
mesma será de responsabilidade do Instituto Chico Mendes e do Serviço Florestal
Brasileiro, podendo ter como parceiro no processo de proteção a Madeireira Sakura.
Os critérios técnicos para escolha da área de reserva absoluta quanto a forma,
mapeamento, localização e área foram definidos pelo Serviço Florestal Brasileiro.

3.6.4. Recuperação de infrestrutura após a exploração

Após a exploração florestal, como forma de evitar alagamentos e estagnação


da água dos igarapés, serão desobstruídos todos os pontilhões e/ou bueiros
entupidos por ocasião da exploração e transporte. Deverá ainda, ser feita a
manutenção das estradas principais e/ou secundárias, se for o caso, de forma a
permitir o acesso ao projeto e às parcelas permanentes, bem como reabertura bienal
das picadas de delimitação das referidas parcelas. Caso necessário deverá proceder
ao nivelamento de estradas e reabertura de sulcos laterais para o escoamento
superficial da água pluvial, como forma de evitar processos erosivos. Enfim, praticar
todas as medidas mitigadoras de impactos negativos, na infra-estrutura aberta na
exploração. Esta recuperação da infra-estrutura visa à mitigação de impactos
negativos, a manutenção do acesso às parcelas permanentes e conseqüentemente
o acesso na área do projeto para eventuais monitoramentos por parte do IBAMA. A
infra-estrutura aberta por ocasião da primeira exploração deverá ser reaberta parcial
ou totalmente e reutilizada por ocasião da segunda exploração da UPA e assim
sucessivamente nos ciclos de corte futuros.

3.6.5. Elaboração de relatórios pós-exploratórios

Por ocasião da exploração florestal em cada UPA, o detentor deverá dar

207
baixa no plano de corte (relatório das árvores a serem abatidas por faixa), nas
árvores abatidas em cada faixa, bem como manter um banco de dados com os
dados de romaneios de pátio, das árvores abatidas e não arrastadas e estradas,
ramais de arraste e esplanadas abertas, para confecções dos relatórios e para
posterior conferência por parte do IBAMA e demais órgãos afins nas vistorias de
monitoramento .

OBS: TRIMESTRALMENTE E AO TÉRMINO DA EXPLORAÇÃO DE CADA UPA, O


DETENTOR DO PROJETO DEVERÁ FORNECER AO RESPONSÁVEL TÉCNICO, COM BASE NO
ROMANEIO DE PÁTIO, O RELATÓRIO DAS ÁRVORES ABATIDAS POR FAIXA E SEUS
RESPECTIVOS VOLUMES, ÁREA E DIMENSÕES DAS ESTRADAS, ESPLANADAS E
INFRAESTRUTURA ABERTAS NA UPA E FICHAS DE MONITORAMENTO DOS DANOS PARA A
CONFECÇÃO DOS RELATÓRIOS PÓS EXPLORATÓRIOS.

208
4.0. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES

4.1. RELAÇÕES DENDOMÉTRICAS UTILIZADAS

4.1.1. Equações utilizadas

a) Para cálculos de volume

a.1) Para Volume Comercial com Casca:

 Por árvore

Va   * DAP ²  / 4 * H * FF

Onde:
Va = Volume comercial com casca
H = Altura comercial
DAP² = Diâmetro a Altura do Peito ao quadrado.
 = 3,1416 (aproximadamente)
FF = Fator de forma (para este projeto = 0,70)

a.2) Para Volume Comercial com Casca Pela Área da UPA:

Vupa  Va1  Va 2  .....  Van

Onde:
 Vupa = Volume existente na UPA
 Va1,Va2...Van= Somatório do volume individual por árvore.
N = número de árvores de interesse comercial
mensuradas na área líquida da UPA

209
a.3) Para Volume Comercial com Casca por hectare

Vha  Vupa / ÁreaUPA


Onde:

 Vha = Volume médio por hectare

 Vupa = Volume encontrado na UPA

 Área Upa = Área de efetiva exploração da UPA

4.1.2. Ajuste de Equação de volume para segunda UPA

Para realização do censo florestal a partir da segunda UPA, a equação de


volume a ser utilizada deverá ser ajustada com base em dados locais a serem
coletados durante a extração da UPA 01, onde deve ser feito a cubagem rigorosa
pelo método de Smalian de pelo menos 210 árvores com o DAP≥50cm.
Recomenda-se que seja medida aproximadamente 30 árvores para cada classe de
diâmetro em intervalo de 10cm. Para tanto deverá ser feito a cubagem rigorosa
árvores nas seguintes classes de DAP:
 Classe 1 – 50cm ≤ DAP≤ 60 cm
 Classe 2 – 60cm < DAP≤ 70 cm
 Classe 3 – 70cm < DAP≤ 80 cm
 Classe 4 – 80cm < DAP≤ 90 cm
 Classe 5 – 90cm < DAP≤ 100 cm
 Classe 6 – 100cm < DAP≤ 110 cm
 Classe 7 – DAP > 110 cm.

Para o cálculo do volume de Smalian, serão medidos os diâmetros ou


circunferências em intervalos de 2 metros ao longo do tronco até o ponto onde o
motosserrista traçou a árvore para separá-la da copa.
Silva et all. (S/D), recomenda que para a coleta dos dados deve-se seguir os
seguintes passos:

210
 Depois da derruba e descopamento, iniciar as medições, primeiro pela altura do
toco (ver Figura 72) e depois pelos diâmetros ou circunferências.
 Marcar o DAP/CAP somando a altura do toco (h) ao que faltar para chegar a
1,30m de altura (h1,30 m). No caso de árvores com sapopemas o diâmetro será
marcado 30 cm acima de sua influência. Em termos práticos, a 30 cm da base
do tronco, onde operador de motosserras tiver cortado as sapopemas.
 Marcar o tronco com o auxílio de um lápis estaca, a cada 2 metros até a última
seção inteira, iniciando da base (h1,30 m).
 Medir os diâmetros/circunferências nas marcas das seções
 Medir a espessura da casca com o auxílio da régua na base do tronco (seção
0,0), no meio do tronco e na ponta. Fazer controle do número de árvores
medidas por classe de diâmetro
 Evitar a medição de árvores rachadas
 Deslocar a medição quando os pontos de medições (marcas) se localizarem
em anomalias do tronco (nós, podridão, etc) pra pontos afastados dessas
anomalias.

FIGURA 72 - DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DE MEDIÇÃO DA ÁRVORE AMOSTRA PARA


CUBAGEM RIGOROSA PELO MÉTODO DE SMALIAN

OBS: Caso não seja possível a cubagem de 30 árvores em cada classe de DAP, as mesmas
serão complementadas pelas classes imediatamente superior ou inferior.

211
Conforme recomenda Tonini et all. (2005), para escolha da melhor equação,
serão testadas todas os modelos de simples entrada, relacionados na Tabela 36.

TABELA 36 – MODELOS DE EQUAÇÕES DE SIMPLES ENTRADA À SEREM TESTADAS PARA O


AJUSTE DA EQUAÇÃO DE VOLUME.
Nº Autor Equações
1 - V =  o +  1d
2 - V =  o +  1(1/d)
3 - V =  o +  1(1/d) +  2d
4 KOPEZKY-GEHRARDT V =  o +  1d2
5 HOHENADL-KRENN v =  o +  1d +  2d2
6 - ln v =  o +  1 ln d +  2 d
7 - ln v =  o +  1 d +  2 d2
8 HUSCH (1963) ln v =  o +  1 ln d
9 BRENAC ln v =  o +  1 ln d +  2 (1/d)
Sendo: v = volume comercial com casca (m³); d = diâmetro a altura do peito; βo,
β1, β2 = coeficientes. Fonte: Tonini et all. (2005).

Para avaliação da eficiência da equação ajustada, deverá ser utilizado os


parâmetros do coeficiente de determinação ajustado (R²aj), erro padrão de
estimativa em porcentagem (Syx%), Índice de Furnival em porcentagem (IF%), e a
análise de tendência entre os valores estimados e observados. A equação escolhida
para representar o comportamento de cada variável analisada será aquela que
apresentar maiores valores de coeficiente de determinação (R²aj), menores valores
de erro padrão de estimativa (Syx%) e distribuição não tendenciosa entre os valores
observados e estimados (boa distribuição dos resíduos).

4.2. DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE CAMPO EM RELAÇÃO AO


TAMANHO DA UPA

4.2.1. Inventário Florestal 100% e instalação, manutenção e


medição das parcelas permanentes

O inventário florestal a 100% e a instalação, manutenção e medição das


parcelas permanentes, será realizado por equipe de campo formada por um
212
engenheiro florestal, responsável pela coordenação e planejamento dos trabalhos,
um técnico florestal responsável pela coleta e anotação dos dados coletados e
pelas operações de campo, um mateiro responsável pela identificação botânica das
espécies, quatro picadeiros responsáveis pela abertura das picadas, um plaqueteiro
responsável pela colocação das placas nas árvores, dois cortadores de cipós e um
cozinheiro (tabela 37). Os trabalhos de escritório como digitação e elaboração de
mapas serão feitos por um desenhista e dois digitadores, sob a supervisão do eng.
Florestal.

TABELA 37 – EQUIPE RESPONSÁVEL PELO INVENTÁRIO 100% E INSTALAÇÃO, MEDIÇÃO E


MANUTENÇÃO DAS PARCELAS PERMANENTES E ELABORAÇÃO DO POA

REQUISITOS BÁSICOS QUANTIDADE


DISCRIMINAÇÃO
Profissional (engenheiro florestal) com amplos
conhecimentos de gerenciamento,
planejamento e controle das atividades
Engenheiro Florestal 01
florestais. O qual orientará e fará o
monitoramento de todas as operações
prevista no PMFS
Profissional responsável com conhecimento
Técnico Florestal das operações de campo de medição e 01
marcação das árvores.
Profissional com ampla experiência em
Mateiro identificação botânica de espécies florestais 01
tropicais.
Profissional com boas noções de direção e
Picadeiro 04
manuseio de facões e foices.
Profissional de auxilio em campo, tendo como
Plaqueteiro principal atividade o plaqueteamento das 01
árvores.
Profissional com boas noções no manuseio de
Cortador de Cipó 02
facões e foices.
Cozinheiro Profissional responsável pela cozinha e por
01
levar o almoço ao resto da equipe de campo
Desenhista Profissional com conhecimento em AUTO
CAD e Spring, responsável pela elaboração de 01
mapas florestais e carta imagem.
Digitador Profissional conhecedor do Software utilizado
(SPF) e com experiência em digitação e
02
conferência das fichas de campo do inventário
a 100% e das Parcelas permanentes.
TOTAL 14

213
4.2.2 – Corte

A operação de corte/derrubada das árvores será realizada por uma empresa


terceirizada, composta por uma equipe de profissionais capacitados no emprego de
técnicas de exploração de impacto reduzido, cuja formação e principais funções são
descritas na tabela 38.

TABELA 38 – DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE CORTE:


DISCRIMINAÇÃO DESCRIÇÃO QUANTIDADE

Profissional responsável pelo planejamento e


Coordenador de campo 01
gestão da operação de corte.

Profissional responsável pela derrubada das


Operador de motosserra árvores, treinado na execução de sua
03
(abate das árvores) atividade além de procedimentos de segurança
no trabalho.

Profissional encarregado de auxiliar o operador


Ajudante de motosserista de motosserra, com treinamento em 03
procedimentos de segurança no trabalho.

TOTAL 07

214
4.2.3 – Extração Florestal e Transporte

As operações de extração florestal e transporte (arraste, traçamento de toras,


carregamento e transporte) serão realizadas pela mesma empresa terceirizada que
realizará o corte, sendo composta por uma equipe de profissionais capacitados no
emprego de técnicas de exploração de impacto reduzido, cuja formação e principais
funções são descritas na Tabela 39.

TABELA 39 – DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DE EXTRAÇÃO FLORESTAL E TRANSPORTE:


DISCRIMINAÇÃO DESCRIÇÃO QUANTIDADE

Profissional responsável pela gestão da


Coordenador de campo 01
extração florestal e transporte.

Planejador de estradas e Profissional responsável pelo planejamento e


01
ramais de arraste demarcação das estradas e ramais de arraste.

Profissional responsável pelo auxílio no


Auxiliar de Planejador planejamento e demarcação das estradas e 01
ramais de arraste.

Profissional responsável pela conferência,


Medidor de pátio identificação e medição das toras e 01
preenchimento do romaneio de pátio.

Profissional treinado na operação do trator de


Operador de trator de esteira, com experiência em abertura de
01
esteira estradas e treinamento em procedimentos de
segurança no trabalho.

Profissional treinando na operação do skidder,


Operador de trator com experiência em abertura em arraste de
01
skidder madeira e treinamento em procedimentos de
segurança no trabalho.

Profissional treinado para auxiliar a operação


Ajudante de trator skidder de arraste bem como em procedimentos de 01
segurança no trabalho.

Profissional treinado na operação da pá


carregadeira, com experiência em abertura de
Operador de carregadeira 02
estradas e treinamento em procedimentos de
segurança no trabalho.

Profissional habilitado, treinado no manuseio


Repicador da motosserra e procedimentos de segurança 01
no trabalho.

Profissional habilitado e com experiência em


Motorista de caminhão 04
transporte de madeira em florestas tropicais.

TOTAL 14

215
4.2.4. Extração de resíduos

Como a empresa Sakura ainda encontra-se em fase de estudo sobre


utilização dos resíduos a serem explorados (lenha, lascas, moirões, carvão vegetal
etc.), o dimensionamento de pessoal, material e equipamento a ser utilizado nesse
processo será apresentado posteriormente, tão logo sejam definidos a destinação
dos resíduos. Ainda será necessário definir se há ou não necessidade de pré
processamento, levando em conta as exigências de mercado e o próprio
licenciamento ambiental da atividade, pelo órgão competente.

4.2.5. Outras Equipes

4.2.5.1. Equipe do setor florestal da madeireira Sakura

O setor florestal da Sakura possui profissionais que gerenciam, acompanham


e auditam as atividades terceirizadas de censo e extração florestal, já que a empresa
não atua operacionalmente nas atividades de exploração florestal, assim como
possuem pessoas que são responsáveis pela manutenção das divisas da área da
propriedade e outros trabalhos de serviços gerais como brigada de incêndio,
proteção e vigilância da área da UMF II. Esses profissionais estão dimensionados e
descritos na Tabela 40.

216
TABELA 40 – DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE DO SETOR FLORESTAL DA SAKURA.
DISCRIMINAÇÃO DESCRIÇÃO QUANTIDADE

Profissional com amplos conhecimentos de gerenciamento,


Engenheiro planejamento e controle das atividades florestais,
01
Florestal responsável pelo monitoramento das operações florestais,
treinamentos e confecção de relatórios pós exploratórios.

Profissional com conhecimentos de gerenciamento,


planejamento e controle das atividades florestais,
Gerente Florestal responsável pela auditoria das operações florestais 01
realizados pela empresa terceirizada e pelos funcionários da
Sakura .

Profissional com conhecimento e responsável pela


Administrativo alimentação do banco de dados e emissão de nota fiscal, 01
romaneio de saída e DOF.

Profissional com treinamento em controle e prevenção de


incêndio, responsável pelas atividades de manutenção das
Serviços gerais 06
divisas e vigilância da portaria e proteção da UMF II,
integrantes da brigada de Incêndio.

Coletores de óleo Profissional experiente na atividade extrativista responsável


resina de por furar as árvores de copaíba, coletar e armazenar o óleo 04
Copaíba resina de copaíba.

TOTAL 13

4.2.5.2. Equipe de controle e prevenção de incêndio

A equipe de controle e prevenção e controle de incêndios será formada por


um gerente de fogo, um gerente de fogo substituto, um engenheiro florestal e 19
brigadistas, conforme tabela 41. Os brigadistas serão compostos por todos os
trabalhadores de campo, que receberão treinamento sobre controle e prevenção de
incêndios, de modo que, em caso de incêndio, todos serão acionados para o
controle do mesmo.

217
TABELA 41 – DIMENSIONAMENTO DA EQUIPE PARA CONTROLE E PREVENÇÃO DE INCÊNDIO
(BRIGADA DE INCÊNDIO).
DISCRIMINAÇÃO DESCRIÇÃO QUANTIDADE

Profissional com amplos conhecimentos de


gerenciamento, planejamento e controle das
atividades florestais e prevenção e controle
de incêndios florestais, responsável pela
Engenheiro Florestal coordenação das atividades de educação 01
ambiental com enfoque a prevenção e
controle de incêndios florestais na UMF II e
nos trabalhos educativos das comunidades
vizinhas.

Profissional com amplos conhecimentos de


gerenciamento Florestal, Prevenção e
Gerente de Fogo controle de incêndios florestais, responsável 01
pelo gerenciamento das atividades de
controle e prevenção de incêndios.

Profissional com amplos conhecimentos de


gerenciamento Florestal, Prevenção e
Gerente de Fogo controle de incêndios florestais, responsável
01
substituto pelo gerenciamento das atividades de
controle e prevenção de incêndios, na
ausência do gerente de fogo.

Profissional com amplos conhecimentos em


Prevenção e controle de incêndios florestais,
Brigadistas 19
responsável pela execução das atividades de
controle e prevenção de incêndios.

TOTAL 22

4.2.6. Terceirização de Atividades

A Empresa Sakura Ltda. Concessionária da UMF II é responsável pelo uso


sustentável da área de manejo. Com o intuito de promover um melhor
desenvolvimento técnico, ambiental e econômico do manejo florestal nas suas áreas
de manejo a mesma terceiriza suas atividades relacionados com o manejo florestal.
As fases pré-exploratórias, de inventário e preparação da área de manejo e
assistência técnica na execução do manejo (planejamento das operações, inventário
100% e elaboração dos mapas de corte) são realizadas por uma empresa de
consultoria contratada, chamada Florestal – Planejamento, pais. e cons. ltda.

218
As atividades operacionais de construção de infra-estrutura (estradas, pátios,
pontes, etc) e exploração florestal (corte, arraste, carregamento, transporte e
descarregamento), serão realizadas por outra empresa a ser contratada por ocasião
da exploração.
Todas as atividades relacionadas com o manejo serão acompanhadas por
técnicos da Sakura, responsável direto pelo cumprimento dos requisitos legais pré-
estabelecidos para o manejo florestal sustentável na Flona do Jamari.

4.2.7. Diretrizes de segurança

É de responsabilidade do executor da exploração, prover todos os


trabalhadores nas diversas fases da exploração, de todos os equipamentos de
proteção individual (EPI’S), exigidos para cada função, bem como treiná-los no uso
dos mesmos e exigir e fiscalizar seu uso. Recomenda-se a elaboração, por
profissional habilitado, de um PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS
AMBIENTAIS-PPRA, para área do projeto. Todos os trabalhadores de campo
usarão equipamentos de segurança conforme a Tabela 42 abaixo:

219
TABELA 42 - A RELAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA A SER UTILIZADOS POR CADA
TRABALHADOR EM CAMPO:
FUNÇÃO EPI'S
 Calça de nylon almofadada (Perneira);
 Bota com bico de aço;
 Capacete;
OPERADOR DE MOTOSSERRA  Viseira;
 Protetor auricular;
 Luva;
 Camisa especial.
 Botas
 Capacete
OPERADOR DE TRATOR DE ESTEIRA
 Protetor auricular
 Sinalizador de corpo
 Botas
 Capacete
OPERADOR DE SKIDER
 Protetor auricular
 Sinalizador de corpo
 Botas
 Capacete
OPERADOR DE CARREGADEIRA  Luvas
 Protetor auricular
 Sinalizador de corpo
 Botas
 Capacete
MOTORISTAS
 Luvas
 Sinalizador de corpo
 Macacão;
 Bota;
 Capacetes de proteção;
DEMAIS TRABALHADORES
 Sinalizador de corpo ou Camisetas de
cores vivas, amarelas ou alaranjadas;
 Se for o caso, protetor auricular e caneleira

Todos os trabalhadores de campo assinarão um termo de compromisso de


adoção das medidas de segurança no trabalho, sobretudo da obrigatoriedade do uso
dos EPI’s, bem como de participarem de um treinamento sobre primeiros socorros, e
segurança no trabalho a ser ministrado por profissional competente antes do início
de qualquer atividade na área. Esta regra valerá também para funcionários que
ingressarem na empresa após os inícios das atividades exploratórias.

220
4.2.8. Programa anual de treinamento

Após a aprovação do PMFS, toda equipe de campo ( Própria ou terceirizada)


responsável pela exploração e transporte (coordenador da exploração, operadores
de esteira, pá carregadeira e skidder, operadores de motosserra, ajudantes,
cozinheiro, motoristas e outros) receberão, em campo, os treinamentos necessários.
A equipe de exploração, seja própria ou terceirizada, uma vez treinada, deverá ser
mantida, evitando sempre a troca de funcionários, o que poderia prejudicar o bom
andamento dessas operações. Para tanto o detentor do projeto deve dispensar todo
esforço no sentido de manter a referida equipe nos meses de inatividade
exploratória (dezembro a maio), oferecendo aos mesmos outras atividades seja na
manutenção e proteção das UPA’s em pousio e da UMF II, seja em atividades no
parque industrial. Desta forma, os novos treinamentos seriam ministrados como
forma de promover a reciclagem dos mesmos. Em caso de substituição de
funcionários os mesmos devem passar por todos os treinamentos abaixo descrito.
Os treinamentos e cursos de capacitação citados, serão anuais e previsto por
um prazo de pelo menos 5 anos, de forma a garantir que todos os trabalhadores
estejam, ao final deste período, devidamente capacitados para desenvolver com
profissionalismo e competência as atividades de sua responsabilidade. Após esse
período, os mesmos reciclarão periodicamente de acordo com a necessidade do
momento ou mesmo no caso de alteração da legislação.

a) Saúde e segurança no trabalho

Este treinamento deverá ser ministrado por profissional habilitado, onde será
ministrado treinamento na área de segurança no trabalho na atividade de PMFS,
sobre primeiros socorros e abordados ainda temas voltados à saúde do
trabalhador como, higiene pessoal, do acampamento e prevenção de doenças.

b) Prevenção e combate aos incêndios florestais

221
Para este treinamento, deverá ser feito uma parceria com o Centro
Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais – PREVFOGO, que
ministrará o treinamento a equipe de campo própria ou terceirizada e formação de
uma brigada de incêndio.

c) Exploração florestal de impacto reduzido

Os trabalhadores receberão treinamento teórico e prático sobre


EXPLORAÇÃO FLORESTAL DE IMPACTO REDUZIDO, onde serão repassados
aos mesmos todas as orientações, planejamentos, técnicas e cuidados necessários
a exploração de impacto reduzido, tais como:

 Planejamento e abertura de estradas principais, secundárias, arraste e


esplanadas;
 Técnicas e cuidados a serem observados por ocasião do abate;
 Toragem e Arraste;
 Operações a serem realizadas nas esplanadas;
 Romaneio, transporte;
 Proteção florestal;
 Destinação do lixo;
 Educação ambiental etc.
 Operação, cuidados e manutenção de máquinas e equipamentos;

Após o treinamento será entregue a todos os trabalhadores e ao coordenador


da exploração um MANUAL DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS E
PROCEDIMENTOS POR EQUIPE, constando todas as técnicas, responsabilidades
e recomendações de segurança, necessárias para exploração de impacto reduzido.
este manual servirá de guia e consulta, quando necessário, para que a exploração
seja técnica, econômica e ecologicamente viável.
Nos relatórios pós-exploratórios serão comprovados estes treinamentos,
através do encaminhamento das fichas de presença dos participantes.
Recomenda-se a contratação de empresas especializadas como o Instituto
Natureza Amazônica-INAM ou Instituto Floresta Tropical-IFT, para ministrar, no
222
primeiro ano de exploração, a todos os trabalhadores da área do PMFS, antes do
início das atividades, o curso sobre exploração de Impacto reduzido, sobretudo
sobre o uso adequado e manutenção de máquinas e equipamentos.

4.3. DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS EM


RELAÇÃO AO TAMANHO DA UPA

4.3.1 – Corte

Na tabela 43 estão discriminados as máquinas e equipamentos necessários


para a operação de corte das unidades de produção anual.

TABELA 43 – DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A OPERAÇÃO DE


CORTE:
DISCRIMINAÇÃO MARCA MODELO QUANTIDADE

Motosserras Sthil ou similar 066 03

Saibro reserva Sthil ou similar 066 03

Cunha - - 03

Marreta de 2 kg - - 03

Recipiente para Combustível e


03
lubrificante

223
4.3.2 – Extração Florestal

Na tabela 44 estão discriminados as máquinas e equipamentos


necessários para a operação de abertura e manutenção de estradas e extração
florestal das unidades de produção anual.

TABELA 44 – DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A OPERAÇÃO DE


EXTRAÇÃO FLORESTAL:
DISCRIMINAÇÃO MARCA MODELO QUANTIDADE

Trator Skidder Catterpillar ou similar 518 01

Trator de Esteira Catterpillar ou similar D-6 01

Pá Carregadeira Michigan ou similar 55-C 01

Patrol Catterpillar ou similar 120B 01

Caminhão caçamba Mercedes ou similar MB 2217 01

Motosserras Sthil ou similar 066 02

Veículo pick-up ( 4 x 4 ) (*) Toyota ou similar Hilux 02

Micro ônibus (**) Volkswagem 01


Onde: (*) – Um dos Veículos Pick-up será disponibilizadopara dar assistência em todas as operações
internas na UMF II e o outro para apoio externo.
(**) – O micro ônibus será utilizado para transporte interno e externo dos trabalhadores da
UMF II.

4.3.3 – Carregamento e Transporte

Na tabela 45 estão discriminados as máquinas e equipamentos necessários


para a operação de carregamento e transporte da matéria-prima das unidades de
produção anual.

TABELA 45 – DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A OPERAÇÃO DE


CARREGAMENTO E TRANSPORTE.
. DISCRIMINAÇÃO MARCA MODELO QUANTIDADE
Pá Carregadeira Michigan ou similar 55-C 01
Motosserras Sthil ou similar 066 01
Caminhões Tipo Julieta Mercedes ou similar 2638 04

224
4.3.4 – Acampamento

Na tabela 46 estão discriminados as máquinas, materiais e equipamentos


necessários implantação do acampamento.

TABELA 46 – DIMENSIONAMENTO DE MÁQUINAS, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA O


ACAMPAMENTO
DISCRIMINAÇÃO MODELO QUANTIDADE
Geladeira 240 lts 02
Frizeer 2 tampas 01
Filtro biológico e de partículas
01
para cozinha
Bebedouro com filtro 01
Fogão industrial 6 boca 01
Grupo Gerador 12kva 01
Televisão 29” 02
Parabólica 01
Receptor de parabólica 02
Internet 01
Sistema de Telefonia rural 01
Computador Pentium 01
Cama madeira 34
Armários madeira 34
Mesa para refeitório 1,5 x 0,8 m 06
Mesa para sala de recreação 1,5 x 0,8 m 04
Mesa para escritório madeira 02
Poltrona 02
Banquetas madeira 34
Termonebulizador – fog para
controle de mosquito Termonebulizador
01
transmissor da malária e K-10 SP
outros.
Depósitos de lixo com tampas
para refeitório, cozinha, sala de
recreação, sanitários, 20
alojamentos, casa de hospede
etc..
Máquina de lavar roupa tanque 01

225
4.4. INVESTIMENTOS FINANCEIROS E CRONOGRAMA FÍSICO

4.4.1. Cronograma físico anual

A) ANO DE 2009

MESES
J F M A M J J A S O N D
A E A B A U U G E U O E
ATIVIDADES N V R R I N L O T T V Z
ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO
ELABORAÇÃO DO POA:
 MARCAÇÃO DAS ÁRVORES PORTA SEMENTES E PROTEGIDAS
 MARCAÇÃO DAS ÁRVORES A SEREM ABATIDAS,
REMANESCENTES PARA CORTE FUTURO E ÁRVORES DE COPAÍBA
 CORTE DE CIPÓ
IMPLANTAÇÃO DO ACAMPAMENTO
ABERTURA DE ESTRADAS PRINCIPAIS
ABERTURA DE ESTRADAS SECUNDÁRIAS
ABERTURA DE ESPLANADAS
ABATE DAS ÁRVORES MARCADAS
PLANEJAMENTO E ABERTURA DOS RAMAIS DE ARRASTE
ARRASTE DAS ÁRVORES ABATIDAS
OPERAÇÕES DE PÁTIO E CARREGAMENTO
PREENCHIMENTO DE ROMANEIO DE SAÍDA, DOF E NOTA FISCAL
TRANSPORTE SECUNDÁRIO E DESCARREGAMENTO NO PÁTIO DA
INDUSTRIA
FURO DAS ÁRVORES DE COPAÍBA E COLETA DO ÓLEO RESINA
COLETA DE RESÍDUOS

OBS: TODAS AS OPERAÇÕES DE EXPLORAÇÃO E TRANSPORTE DEVERÃO


CONTINUAR NO ANO DE 2010 ATÉ A VALIDADE DA AUTORIZAÇÃO DE EXPLORAÇÃO.

226
4.4.1.1. Cronograma físico pelo ciclo de corte

B) ANO 2009 a 2040

ANOS
ATIVIDADES 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

ELABORAÇÃO DO PROJETO
ELABORAÇÃO DE POA 'S
INSTALAÇÃO E MEDIÇÃO DAS
PARCELAS PERMANENTES
TRATAMENTO SILVICULTURAL
PRÉ-EXPLORATÓRIO

EXPLORAÇÃO FLORESTAL
COLETA DO ÓLEO RESINA DE
COPAÍBA

COLETA DE RESÍDUOS
MONITORAMENTO DAS
ATIVIDADES E DANOS PÓS
EXPLORATÓRIOS
MANUTENÇÃO DE ESTRADAS
DE ACESSO AS PARCELAS
PERMANENTES
REABERTURA DAS PICADAS
DAS PARCELAS
PERMANENTES
ABERTURA DE PICADAS DE
DELIMITAÇÃO DA UMF II
REABERTURA DE PICADAS DE
DELIMITAÇÃO DA UMF II
INVENTÁRIO CONTÍNUO
( REMEDIÇÃO DAS PARCELAS
PERMANENTES)

MANUTENÇÃO DAS UPA’S EM


POUSIO

NOVO POA DA UPA 01

227
4.4.2. Investimentos financeiros e custos de execução do PMFS

Para a implantação do manejo florestal e sua execução serão necessários


diversos investimentos, sejam eles em obras e instalações, equipamentos e material
permanente e material de consumo.
Os custos para a execução do bom manejo florestal e que valorize o tripé da
sustentabilidade, com benefícios sociais, ambientais e econômicos, são elevados
mas com retorno satisfatório para a população, para o meio ambiente e para a
economia.
Abaixo estão discriminados os investimentos necessários, sua quantificação e
seu custo.

4.4.2.1. Manejo Florestal

Estes valores consideraram todos os custos necessários para a realização


dos estudos e elaboração do plano de manejo florestal sustentável, assim como seu
custo por m³ e por ha.
CMF = 250.000,00 / (25,8 m³ x 30 anos x 1.007 ha)
CMF = R$ 0,32 por m³ e R$ 8,27/ha.

228
4.4.2.2. Custos de investimento
4.4.2.2.1 Custos de investimento na implantação de infraestrurura
do acampamento
Os custos de investimento na implantação do acampamento referente a
infraestrutura (obras e instalações) estão descritos na tabela 47 e os custos
referente a máquinas, materiais, veículos e equipamentos consta na tabela 48.

TABELA 47 – CUSTOS DE OBRAS E INSTALAÇÕES E INFRAESTRUTURA:


DISCRIMINAÇÃO CUSTO
QUANTIDADE UNIDADE UNITÁRIO CUSTO TOTAL
Refeitório 48 m2 200,00 9.600,00
Cozinha 20 m2 200,00 4.000,00
Dispensa para armazenar alimentos e
material de limpeza 10 m2 200,00 2.000,00
Casa para hospede 81 m2 300,00 24.300,00
Escritório 20 m2 200,00 4.000,00
Almoxarifado para material de
escritório 8 m2 200,00 1.600,00
Sala de recreação 48 m2 200,00 9.600,00
Sanitários área de 1,5 m2 cada 4,5 m2 500,00 2.250,00
Chuveiros área de 1,5 m2 cada 4,5 m2 500,00 2.250,00
lavatório 3 unidade 80,00 240,00

Dormitórios com área de 14,0 m2 cada 112 m2 200,00 22.400,00


Lavanderia 4 m2 200,00 800,00
Poço artesiano 1 unidade 20.000,00 20.000,00
Fossa séptica 1 und 3.000,00 3.000,00
Oficina para motosserra e pequenos
reparos 20 m2 200,00 4.000,00
Almoxarifado para armazenar peças de
reposição para motosserra e outros 16 m2 200,00 3.200,00
Casa de força (gerador) 4 m2 200,00 800,00
Depósito de combustível (gasolina) e
lubrificantes 30 m2 200,00 6.000,00
Depósito de óleo diesel com
capacidade para 12.000,00 litros 24 m2 100,00 2.400,00
Depósito de óleo resina de copaíba 25 m3 200,00 5.000,00
TOTAL 127.440,00

229
Tabela 48 - CUSTOS DE MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E MÓVEIS PARA O ACAMPAMENTO
DISCRIMINAÇÃO
CUSTO
QUANTIDADE UNIDADE UNITÁRIO CUSTO TOTAL
Geladeira 2 unid 945,00 1.890,00
Frezeer 2 portas 1 unid 1.400,00 1.400,00
Filtro para torneira da cozinha 1 unid 1.500,00 1.500,00
Bebedouro com filtro 1 unid 2.380,00 2.380,00
Fogão industrial de 6 bocas 1 unid 1.200,00 1.200,00
Grupo Gerador de 12kva 1 unid 10.000,00 10.000,00
Televisão de 29" 2 unid 600,00 1.200,00
Antena Parabólica 1 unid 500,00 500,00
Receptor de parabólica 2 unid 205,00 410,00
Internet 1 unid 2.000,00 2.000,00
Sistema de Telefonia rural 1 unid 8.000,00 8.000,00
Computador pentium 4 1 unid 2.000,00 2.000,00
Cama ou beliche 34 unid 100,00 3.400,00
Armários 34 unid 120,00 4.080,00
Mesa para refeitório 6 unid 200,00 1.200,00
Mesa para sala de recreação 4 unid 200,00 800,00
Mesa para escritório 2 unid 180,00 360,00
Poltrona 2 unid 126,00 252,00
Banquetas 34 unid 30,00 1.020,00
Termonebulizador – fog para
controle de mosquito transmissor
da malária e outros. 1 unid 4.900,00 4.900,00
Depósitos de lixo com tampas 20 unid 20,00 400,00
Balança Rodoviária cap. 60
tonelada 1 unid 39.289,00 39.289,00
Veiculo pickup 2 unid 70.000,00 140.000,00
Micro ônibus 1 unid 50.000,00 50.000,00
TOTAL unid 278.181,00

230
4.4.2.2.1. Custos de investimento em capacitação e treinamentos
Anual

Os custos de treinamento e capacitação, relacionados na Tabela 49, serão


ministrados a todos os trabalhadores de campo por um período de 5 anos.

Tabela 49 – CUSTO DE INVENSTIMENTO EM TREINAMENTOS E CAPACITAÇÃO POR 5 ANOS.


CUSTO UNITÁRIO CUSTO TOTAL
DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE
POR ANO POR 5 ANOS
TREINAMENTO NA ÁREA DE SAÚDE E
SEGURANÇA NO TRABALHO EM
ATIVIDADES DE PMFS 5 TREINAMENTOS 3.000,00 15.000,00
TREINAMENTO DE CONTROLE E
PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 5 TREINAMENTOS 3.000,00 15.000,00
TREINAMENTO EM GESTÃO DE PMFS
COM ENFASE EM EXPLORAÇÃO DE
IMPACTO REDUZIDO 5 TREINAMENTOS 25.000,00 125.000,00
SUB TOTAL 31.000,0000 155.000,00

4.4.2.2.2 Custos totais de investimento

TABELA 50 – CUSTOS TOTAIS DE INVESTIMENTO:


DISCRIMINAÇÃO CUSTO (R$)
CUSTO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO 250.000,00
CUSTO DE CONSTRUÇÕES (ACAMPAMENTO) 127.440,00
CUSTO DE MÓVEIS, MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 278.181,00
CUSTOS DE TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO/ANO 31.000,00
TOTAL 686.621,00

4.4.2.3. Estimativas de custos e receitas do manejo florestal

4.4.2.3.1. Metodologia

Para avaliação da viabilidade econômica, foi levada em conta as despesas e


receitas a serem proporcionadas pela referida UMF II. Como despesas, levou-se em
conta os custos de aquisição da madeira em tora, elaboração dos POA’S das
UPA’S (Placas, abertura de picadas e realização do inventário a 100%) e custos de
exploração e transporte madeira em tora ( terceirizados), da extração do óleo resina
231
de copaíba. Como receita levou-se em conta a venda da madeira em tora, onde foi
considerado o preço médio por m³ de tora, pago pelos consumidores no pátio da
indústria madeireira e venda do óleo de copaíba. Dividindo a receita pela despesa
encontra-se a relação benefício/custo, caso esta relação seja maior que 1 significa
que o empreendimento é lucrativo. Tal lucro é obtido subtraindo a receita bruta das
despesas de elaboração do plano de corte, exploração e transporte.
Não foram computados os custos e receitas da produção de resíduos, em
virtude da empresa ainda estar analisando e realizando estudo de mercado, sobre a
viabilidade econômica da aplicação dos resíduos a serem extraídos, qualquer que
seja a destinação dos resíduos a serem explorados, sua transformação, se for o
caso, será precedida do licenciamento do órgão ambiental competente.

4.4.2.3.2. Memória de cálculo dos custos anuais de elaboração e


execução do projeto pela área líquida de UPA 1 (1007,5881 ha)

4.4.2.3.2.1. Custos de aquisição da madeira

TABELA 51 – CUSTOS DE AQUISIÇÃO DA MADEIRA DA UMF II.


QUANTIDADE
DISCRIMINAÇÃO POR UPA (M3) CUSTO UNITÁRIO CUSTO TOTAL
madeira Grupo 1 1.733,05 R$ 116,00 R$ 201.033,97
madeira Grupo 2 6.932,21 R$ 73,00 R$ 506.051,05
madeira Grupo 3 12.997,89 R$ 56,00 R$ 727.881,64
madeira Grupo 4 4.332,63 R$ 29,00 R$ 125.646,24
SUB TOTAL 25.995,77 R$ 1.560.612,90

232
4.4.2.3.2.2. Custo do inventário a 100%

TABELA 52 – CUSTOS DO INVENTÁRIO A 100%


DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE CUSTO UNITÁRIO CUSTO TOTAL
ABERTURA DE PICADAS DE
ORIENTAÇÃO 215,03 km 35,00 7.526,06
DEMARCAÇÃO DA UPA E RUMOS 20,00 km 350,00 7.000,00
MARCAÇÃO E PLAQUETEAMENTO DAS
ÁRVORES E CORTE DE CIPÓ 1.061,8782 ha 40,00 42.475,13
PLACAS UTILIZADAS 26.547 0,30 7.964,09
HONORÁRIOS, PROCESSAMENTO DOS
DADOS, MAPAS E ELABORAÇÃO DO
POA 1.061,8782 ha 60,00 63.712,69
ENCARGOS 1.061,8782 ha 8,82 9.366,19
SUB TOTAL 130,0000 138.044,16

4.4.2.3.2.3. Custos de exploração e transporte

TABELA 53 – CUSTOS DE EXPLORAÇÃO E TRANSPORTE


CUSTO UNITÁRIO CUSTO TOTAL
DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE
(EM REAL) (EM REAL)
ABERTURA DE ESTRADAS SECUNDÁRIAS
18,75 km R$ 2.000,00 R$ 37.500,00
ABERTURA E MANUTENÇÃO DE ESTRADA
PRINCIPAL DE ACESSO 2,00 km R$ 15.000,00 R$ 30.000,00
ABERTURA DE ESPLANADAS 75,00 unid. R$ 60,00 R$ 4.500,00
ABATE DE ÁRVORES (*) 25.995,77 m³ R$ 3,50 R$ 64.190,06
ARRASTE DAS TORAS ATÉ A ESPLANADA E
TRAÇAMENTO (*) 25.995,77 m³ R$ 20,00 R$ 366.800,36
CARREGAMENTO MECANICO DAS TORAS 25.995,77 m³ R$ 4,00 R$ 72.788,16
TRANSPORTE 25.995,77 m³ R$ 25,00 R$ 649.894,32
SUB TOTAL VOLUME C/CASCA 25.995,77 m³ R$ 47,15 R$ 1.225.672,90
ONDE: H/M = HORAS MÁQUINA
H/D = HOMENS DIA
ONDE: (*) = VOLUME BASEADO NA EXPLORAÇÃO DE 25,80M3/HÁ

233
4.4.2.3.2.4. Custos de monitoramento, manutenção de infra-
estrutura

TABELA 54 – CUSTOS DE MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO DE INFRAESTRUTURA


CUSTO UNITÁRIO CUSTO TOTAL (EM
DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE
(EM REAL) REAL)
MANUTENÇÃO DE ESTRADA SECUNDÁRIA 18,75 km R$ 2.000,00 R$ 37.500,00
MANUTENÇÃO DE ESTRADA PRINCIPAL 2,00 km R$ 5.000,00 R$ 10.000,00
AVALIAÇÃO DOS DANOS PÓS EXPLORATÓRIOS 1.007,59 ha R$ 9,92 R$ 10.000,00
SUB TOTAL R$ 57.500,00

4.4.2.3.2.5. Custos equipamentos e materiais para exploração anual


do óleo resina de copaíba

TABELA 55 – CUSTOS DE EQUIPAMENTOS E MATERIAIS PARA EXPLORAÇÃO ANUAL POR


UPA DO ÓLEO RESINA DE COPÁIBA
QUANTIDADE CUSTO CUSTO
DISCRIMINAÇÃO UNIDADE
POR UPA UNITÁRIO TOTAL
MATERIAIS:(*)
CANO DE PVC DE 3/4 24 BARRAS 16,50 396,00
TAMPÃO ROSQUEADO DE PVC DE 3/4 1.434 UND 1,00 1.434,00
MANGUEIRA DE 1" 16 M 5,46 87,36
GALÃO CAPACIDADE DE 5,0 LTS 16 UND 8,00 128,00
SACO PLÁSTICO CAPACIDADE DE 10,0 LTS 16 UND 0,50 8,00
BARBANTE 1 ROLO 6,00 4,20
TRADO DE 1,90 CM DE DIÃMETRO 2 UND 69,00 138,00
SUB TOTAL 2.195,56
CUSTO DE SERVIÇOS:
MÃO DE OBRA :
FURAR AS ÁRVORES 179 H/D 30,00 5.370,00
COLETA DO ÓLEO 95 H/D 30,00 2.850,00
SUB TOTAL 8.220,00
CUSTO DO ÓLEO (*) 1.434 LITROS 7,00 10.038,00
TOTAL GERAL 20.453,56

(*) Está prevista a exploração de 1.434,00 árvores de copaíba por UPA de


1007,5881 ha., dados baseados no inventário a 100% do POA da indústria de
madeiras Manoa, área vizinha a UMF II, limitando ao norte com a mesma. O número
de árvore de copaíba estimado será ajustado com base no inventário a 100% de
cada UPA.

234
4.4.2.3.2.6. Custos totais do projeto

TABELA 56 – CUSTOS TOTAIS ANUAIS POR UPA DA UMF II


CUSTO UNITÁRIO (EM CUSTO TOTAL (EM
DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE REAL) REAL)
AQUISIÇÃO DA MADEIRA EM PÉ 25.995,77 m³ R$ 60,03 R$ 1.560.612,90
PLANO DE CORTE (INVENTÁRIO A 100%) 1.061,59 ha R$ 130,04 R$ 138.044,16
EXPLORAÇÃO E TRANSPORTE 25.995,77 m³ R$ 47,15 R$ 1.225.672,90
MANUTENÇÃO DE INFRAESTRUTURA E
MONITORAMENTO DOS DANOS PÓS
EXPLORATÓRIOS 1.061,59 ha R$ 54,16 R$ 57.500,00
CUSTO DE INVESTIMENTO (IMPLANTAÇÃO DO
ACAMPAMENTO, AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS ETC.) - - R$ 686.621,00
CUSTO DE ADMINISTRAÇÃO 5% R$ 183.422,55
SUB TOTAL EXPLORAÇÃO MADEIRA POR UPA 25.995,77 m³ R$ 148,17 R$ 3.851.873,51
CUSTO DE MATERIAIS E SERVIÇOS PARA
EXPLORAÇÃO DO ÓLEO DE COPAÍBA 1.061,59 ha R$ 19,27 R$ 20.453,56
CUSTO DE ADMINISTRAÇÃO 5% R$ 1.022,68
SUB TOTAL EXPLORAÇÃO ÓLEO COPAÍBA/UPA R$ 21.476,24
TOTAL EXPLO. MADEIRA E COPAÍBA R$ 3.873.349,75

4.4.3. Receitas anuais previstas

TABELA 57 – RECEITAS ANUAIS PREVISTAS POR UPA


QUANTIDADE
DISCRIMINAÇÃO POR UPA PREÇO UNITÁRIO VALOR TOTAL
MADEIRA EM TORA:
madeira Grupo 1 1.733,05 R$ 350,00 R$ 606.568,03
madeira Grupo 2 6.932,21 R$ 200,00 R$ 1.386.441,22
madeira Grupo 3 12.997,89 R$ 130,00 R$ 1.689.725,25
madeira Grupo 4 4.332,63 R$ 100,00 R$ 433.262,88
SUB TOTAL 25.995,77 R$ 4.115.997,37
Óleo de Copaíba 1.434,00 LITROS R$ 22,00 R$ 31.548,00
TOTAL GERAL R$ 4.147.545,37

235
4.4.4.Receitas x despesas anuais

TABELA 58– RECEITAS X DESPESAS ANUAIS PREVISTA POR UPA


VALOR (EM REAL)
DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE
ANO 1 ANO2 ATÉ ANO 5 ANO6 EM DIANTE
DESPESAS:
CUSTO DE AQUISIÇÃO DA MADEIRA,
ELABORAÇÃO DO POA E EXPLORAÇÃO E
TRANSPORTE 25.995,77 m³ R$ 3.814.031,51 R$ 3.814.031,51 R$ 3.814.031,51
CUSTO DE AQUISIÇÃO E EXPLORAÇÃO
DO ÓLEO DE COPAÍBA 1.434,00 litros R$ 20.453,56 R$ 20.453,56 R$ 20.453,56
CUSTOS COM INVESTIMENTO
(TREINAMENTOS, OBRAS,
EQUIPAMENTOS,VEÍCULOS,
ACAMPAMENTO ETC.) - R$ 686.621,00 R$ 31.000,00 R$ 0,00
CUSTOS SUB TOTAL R$ 4.521.106,07 R$ 3.865.485,07 R$ 3.834.485,07
RECEITAS:
VENDA DE MADEIRA EM TORA ESTIMADA
25.995,77 m³ R$ 4.115.997,37 R$ 4.115.997,37 R$ 4.115.997,37
VENDA DE ÓLEO DE COPAÍBA 1.434,00 litros R$ 31.548,00 R$ 31.548,00 R$ 31.548,00
SUB TOTAL RECEITAS BRUTAS R$ 4.147.545,37 R$ 4.147.545,37 R$ 4.147.545,37
LUCRO LÍQUIDO ESTIMADO (*) -R$ 373.560,70 R$ 282.060,30 R$ 313.060,30

4.4.5. Relação benefício custo anual

TABELA 59 – RELAÇÃO BENEFÍCIO CUSTO PREVISTA POR UPA

Total Receita Estimada Despesa Benefício/custo


ano 1 R$ 4.147.545,37 R$ 4.521.106,07 0,92
Ano 1 ao 5º R$ 4.147.546,37 R$ 3.865.485,07 1,07
Ano 6 em diante R$ 4.147.546,37 R$ 3.834.485,07 1,08

236
4.4.6. Considerações Gerais

Baseado no inventário amostral da flona do jamari e as restrições impostas


pela IN nº 05/MMA/2006 e resolução CONAMA Nº 406/2009, quanto a intensidade
de exploração, a estimativa de produção é de 25,8m³/ha (área Líquida é igual
1007,5881 ha) para um ciclo de corte de 30 anos, referente 27 espécies
potencialmente comercializáveis. A área, na sua maioria, apresenta relevo plano a
mediamente ondulado, favorecendo assim à exploração florestal. O inventário
florestal, nos mostra que a floresta apresenta uma boa estrutura horizontal e vertical,
caracterizando-a como floresta ecologicamente viável de ser manejada.
No prognóstico dos impactos esperados, conforme descrito no plano de
manejo, temos um saldo dos impactos positivos, com destaque para a melhoria das
qualidades de estradas, aumento de oferta de empregos, geração de renda,
recolhimento de impostos, etc., enfim, melhorias na área social, na área de saúde,
transporte e econômica de forma geral. E por fim, a análise econômica do
empreendimento, nos mostra, conforme tabela 58, um retorno líquido negativo no
primeiro ano de exploração pela área útil da UMF II, de -R$373.560,70 ha, no
entanto do 2 ao 5º ano o retorno passa a ser positivo de R$ 282.060,30, e do 6º ano
em diante passa a ter um retorno anual na ordem de R$ 313.060,30 apresentando
uma relação benefício/custo na ordem de 0,92 no primeiro ano, do 2 ao 5º ano de
1,07 e a partir do 6º ano de 1,08, conforme tabela 59, comprovando assim, a
viabilidade econômica do empreendimento. Ressalta-se ainda que o lucro real
esperado será na verticalização da produção, ou seja na venda dos produtos já
beneficiados.
Diante de todos os quadros apresentados e da análise supra citada, conclui-
se que o empreendimento apresenta viabilidade técnica, ecológica e econômica.

237
4.5. DIRETRIZES PARA REDUÇÃO DE IMPACTOS NA FLORESTA

4.5.1. Avaliação dos Impactos Ambientais

As intervenções humanas sobre o meio ambiente resultam sempre em


impactos positivos ou negativos, os quais devem ser avaliados para cada caso
específico. Na região amazônica, com seus ecossistemas complexos e delicados,
estes impactos podem ser drásticos necessitando, portanto de serem conhecidos
detalhadamente.
A implantação de projetos florestais de qualquer natureza implica em
alterações no meio ambiente sendo que o prognóstico destes impactos e
monitoramento permanente dos fatores envolvidos, serão sem sombra de dúvidas,
decisivos para viabilizar os empreendimentos.
A viabilidade dos empreendimentos florestais, sob o ponto de vista ambiental
deve ser analisada, uma vez que dentro de critérios técnicos preestabelecidos
podem ser plenamente justificados. Neste caso específico, que se trata de Manejo
Florestal sustentado, pode se afirmar com segurança que dentre os
empreendimentos florestais existentes, o manejo sustentado é o sistema de
produção que menos impactos negativos causam ao meio ambiente.
Após a exploração deverá ser feita a avaliação dos impactos sobre a
vegetação e solo em virtude da abertura de estradas principais, de acesso,
secundária, ramais de arraste, esplanadas e alteração da vegetação devido às
clareiras a serem abertas pelas copas das árvores abatidas.
A seguir será feita uma avaliação dos impactos esperados ao meio físico,
biótico e social.

4.5.1.1. Meio Biótico

Compreende os impactos sobre a flora e a fauna. A avaliação desses


impactos e a tomada de medidas mitigadoras são extremamente importante sobre
o ponto de vista de manutenção da biocenese da floresta manejada, haja vista a

238
interdependência existente entre fauna e flora. A seguir será feita uma avaliação
dos impactos esperados no meio biótico.

4.5.1.1.1. Impacto sobre a Flora

O manejo florestal implica na extração seletiva de indivíduos arbóreos


compreendidos entre determinadas classes de diâmetro, mantendo-se o estrato
superior responsável pelo sombreamento e produção de sementes, para que o outro
estrato remanescente possa se desenvolver.
Com base nos inventários florestais, devem ser avaliados neste tipo de
intervenção, as espécies arbóreas ocorrentes e o grau de intervenção que sofrerão
no processo de exploração, bem como as espécies remanescentes que atenderão
aos objetivos de recomposição da área explorada. A densidade da floresta após a
exploração é fator importante e deve ser avaliada, uma vez que serão alteradas as
condições de luminosidade e de competição por nutrientes. Além da avaliação
quantitativa deve ser feita a avaliação qualitativa da floresta remanescente, uma vez
que a diversidade das espécies vegetais está intimamente ligada com a interação
fauna-flora que, uma vez assegurada, será também assegurado o banco genético
vegetal e animal, bem como a perpetuação das espécies.

4.5.1.1.2. Impacto sobre a Fauna

Os possíveis impactos causados pelo plano de manejo aos recursos


faunístico são provenientes da implantação da infra-estrutura necessária (estradas,
acampamentos, escritórios, etc), aumento do fluxo de veículos leves e pesados,
aumento do fluxo de pessoas e operação de máquinas e equipamentos
(motosserras, tratores de pneu e esteira, caminhões, etc).
Durante a fase de implantação da infra-estrutura de suporte às atividades do
manejo (escritórios, alojamentos, estradas, etc), que exigirão a retirada da
vegetação, as quais abrangem conjuntos de espécies nativas, em especial árvores
frutíferas, mas que eventualmente atraem animais silvestres (aves em especial). A
supressão dessa vegetação causará impactos sobre a fauna local e regional, uma

239
vez que gerarão a conseqüente alteração e perda de habitat e da disponibilidade de
recursos (alimentares e de abrigo) para os animais.
A construção de estradas no plano de manejo, e o consequente aumento do
fluxo de veículos leves e pesados deverá gerar ou intensificar o atropelamento de
animais. Este impacto deverá ter maior magnitude nos animais de pequeno porte
(gambás, tatus, serpentes, anfíbios e lagartos), as quais são de difícil visualização
pelos motoristas, mas não sendo descartado a hipótese de atropelamento de
animais de maior porte. Nessa situação poderão ocorrer acidentes provocando
outros impactos negativos sobre os ecossistemas da área.
A presença de lixo orgânico e inorgânico depositados inadequadamente
durante a execução das obras de infra-estrutura (alojamentos e estradas), em
especial restos de alimentos, pode atrair mamíferos, aves e répteis, aumentando
assim o risco de atropelamento e até mesmo favorecer a caça ilegal. Há também o
risco de contaminação dos animais, pela ingestão de material inorgânico como
plásticos, vidros e metais, etc. podendo induzir os animais a morte. Nesses casos, o
lixo acumulado poderá acarretar o aparecimento local de roedores e insetos, que
poderão ser vetores de doença e poderão atrair animais peçonhentos (aranhas e
serpentes) aumentando o risco de acidentes com estes animais.
Apesar da proibição da caça de animais silvestres, existem indicativos de que
a caça é praticada em toda Amazônia, não se excetuando o estado de Rondônia. A
pressão sobre a caça, pode ocorrer pela redução de áreas de habitat, aumento na
movimentação de veículos leves e pesados, os quais pressionam os animais a
buscarem novos ambientes como abrigo, e com isso deixam-nos, durante a
migração, mais vulneráveis à caça.
Com o desenvolvimento das atividades do manejo deverá haver uma
ampliação no quantitativo de mão-de-obra trabalhando na área, favorecendo e
aumentando a pressão sobre a fauna aquática, para consumo (hábito local e
regional). Tais pressões podem favorecer a redução da abundância dos peixes.
O impacto sobre os recursos aquáticos podem ocorrer com o corte de
árvores, que produz sedimentação, excesso de nutrientes, e alteração no curso e
temperatura da água, podendo provocar variações drásticas na população de
peixes. Com a diminuição do habitat da fauna, se perdem as espécies arbóreas, que

240
dependem da fauna (zoocoria), e se interrompem as rotas migratórias da fauna,
reduzindo seu número.
As modificações provocadas na floresta pela exploração manejada,
fatalmente alterarão de maneira significativa a composição florística da área e
consequentemente provocarão modificações na composição faunística.
A fuga de animais capazes gera um problema de adensamento de espécies,
aumentando a competição inter e intra-específica. Considerando que as espécies
possuem diferentes estratégias de ocupação de espaço e aproveitamento de
recursos, espera-se em um primeiro momento, a ocorrência de um incremento da
densidade em relação capacidade de suporte do ambiente. Este processo de
relação tenderá para que num segundo momento as populações sejam equilibradas
aos níveis de capacidade de suporte do ambiente, tendo em vista o refluxo das
populações para a área de manejo já explorada.
Contudo, todos os danos a fauna que a atividade de Exploração Florestal sob
manejo sustentado causará, podem ser considerados insignificantes, quando
comparados aos desmatamentos a corte raso seguido por queimadas.

4.5.1.2. Meio Físico

Compreendem os impactos sobre o solo, o ciclo hidrológico e o clima. São


extremamente importantes em especial para a região Amazônica em razão da baixa
fertilidade dos solos e da elevada pluviosidade. Não existem evidências de que
projetos de manejo sustentado possam alterar o clima da região, a não ser o micro
clima da própria área do empreendimento.

4.5.1.2.1. Impactos sobre o Solo

Em termos genéricos os solos Amazônicos podem ser considerados pouco


profundos e pobres. Apesar disto à estrutura e produtividade primária de sua floresta
são extremamente elevadas, devido principalmente à existência de uma série de
mecanismos de conservação de nutrientes. Estes mecanismos proporcionam uma
eficiente transferência de nutrientes diretamente da matéria orgânica para as plantas

241
evitando sua lixiviação.
A remoção de parte da cobertura vegetal prevista nos sistemas de manejo
sustentado provoca alterações nesta estrutura, que merecem ser observadas. Como
a grande parte dos nutrientes encontra-se na biomassa, a exploração florestal
significa sempre exportação de nutrientes.
Os níveis de exploração a serem realizados devem levar em consideração
estes mecanismos de ciclagem de nutrientes naturais, sob o risco de
comprometerem a produtividade do sistema. Outro fator a ser avaliado, devido à
remoção das árvores, é o aumento da precipitação direta no solo, que poderá, se
mal manejada, provocar problemas erosivos que podem chegar a níveis críticos. A
exploração, mesmo de forma parcial na floresta, provocará uma maior penetração da
radiação solar, provocando um aumento na temperatura do solo e do ar, o que
poderá gerar alterações nas comunidades e nas atividades de microorganismos,
também importantes na ciclagem de nutrientes. Assim, a manutenção de níveis de
sombreamento adequados, juntamente com a manutenção da cobertura morta
(galhos, folhas, restos de exploração) na área, deverão preservar estes
mecanismos.

4.5.1.2.2. Impactos sobre os recursos hídricos

A cobertura vegetal de uma determinada área, juntamente com a topografia, a


temperatura e as características edáficas são fatores que atuam diretamente sobre
os processos e fenômenos que regem o ciclo hidrológico.
A atuação da cobertura vegetal no ciclo hidrológico se dá de diversas formas:
interceptando parte da precipitação, reduzindo o impacto direto sobre o solo,
reduzindo o escoamento superficial e aumentando as taxas de infiltração de água no
solo. Desta forma, a presença da cobertura vegetal afeta a qualidade e quantidade
de cursos de água adjacentes.
Sabe-se que 50% da precipitação em florestas tropicais, provêm da evapo-
transpiração da própria floresta, portanto se faz necessário avaliar a quantificação da
floresta remanescente, de modo a assegurar a eficiência deste mecanismo. Quando
comparado com os sistemas tradicionais de exploração florestal que vem sendo

242
realizado na Amazônia, como os desmatamentos para implantação agropecuária,
não resta dúvida de que o Manejo Florestal Sustentado causam impactos bem
menores sobre os recursos hídricos. Apesar disto, deve-se estar atento para a
magnitude destes impactos, sobretudo nas alterações nas mata ciliares, advindo da
abertura de estradas cruzando os canais de drenagem .

4.5.1.3. Impactos Sobre o Meio Sócio-Econômico

A implantação de um projeto de manejo pode gerar vários impactos na


população local. Dentre estes, podemos citar alguns negativos, como mudanças de
hábitos e costumes decorrentes da invasão cultural e do crescimento da demanda
por mão-de-obra, bens e serviços. Pode ocorrer também o surgimento de doenças
endêmicas, principalmente a malária, além de doenças ocupacionais, acidentes de
trabalho e alcoolismo.
Por outro lado espera-se também, com a implantação do referido projeto a
geração de impactos positivos no aspecto Sócio-Econômico, quando relacionado à
geração de empregos, aumento de renda, arrecadação de impostos, massa salarial,
fixação do homem ao setor produtivo e criação de infra-estrutura básica,
manutenção de estradas o que garantirá escoamento da produção para as
propriedades rurais marginais a área do projeto. Está prevista a geração de 45
empregos diretos na UMF II.

4.5.2. Proposta de Minimização dos Impactos

4.5.2.1. Minimização dos Impactos sobre o Meio Biótico

4.5.2.1.1. Minimização dos Impactos sobre a Flora

Dentre as medidas mitigadoras dos impactos negativos sobre a flora, destaca-


se como uma das mais importantes, a manutenção na área do projeto de 100% das
árvores de corte futuro e das árvores de classes inferiores, bem como as árvores
porta sementes, 100% das árvores raras, árvores em extinção e protegidas por lei
243
(Castanha e Seringueira). Espera-se com isso assegurar o banco genético da
floresta primária bem como aumentar a eficiência da regeneração natural nas UPA’S
a serem exploradas. Outra medida a ser tomada como forma de não alterar a
composição florística e faunística primária, é a manutenção das áreas de
preservação permanente. Para a avaliação da regeneração natural, vigor da
vegetação, presença de espécies pioneiras, grau de intervenção no processo de
exploração, danos à floresta remanescente, densidade e incremento da floresta
após a intervenção, será implantado um sistema de monitoramento através de
inventários contínuos em parcelas permanentes previamente demarcadas. Espera-
se com esse monitoramento obter as informações necessárias para o prognóstico
das medidas minimizadoras dos impactos negativos
A diminuição da diversidade das espécies, por causa da exploração
seletiva das melhores árvores das espécies mais valiosas, as condições do solo e os
regimes de luz, causados pelos diferentes métodos de exploração, influem na
dinâmica de regeneração da floresta. Para minimizar este impacto serão coletadas
informações, investigar a dinâmica das plantas, a biologia de regeneração e a
silvicultura, considerando os diferentes métodos de regeneração e exploração, de
forma a minimizar a invasão das espécies indesejáveis, em detrimento das
desejáveis. E a adoção de um ciclo de corte (30 anos ou mais) de forma a ser
suficiente para permitir a regeneração da floresta.

4.5.2.1.1.1. Proteção das espécies imunes de corte, árvores de corte


futuro, raras e árvores porta sementes

Como proteção dos indivíduos Porta Sementes, árvores remanescentes,


árvores raras e das espécies proibidas de corte, CASTANHEIRA, SERINGUEIRA,
sugere-se que sejam tomadas as seguintes medidas preventivas:

 Utilizar técnicas de abate com direcionamento de queda das árvores na

exploração florestal, de modo a evitar danos mecânicos a todas as


árvores remanescentes.
 Todos os cipós que por ventura estejam entrelaçados com as árvores retro

citadas, serão cortados antes do abate destas últimas.


244
4.5.2.1.1.2. Proteção das matas ciliares e APP

Toda área de preservação permanente deve ter conservação absoluta,


sobretudo a vegetação ciliar existente numa faixa de 30 metros de cada margem dos
igarapés deverá ser mantida intacta, inclusive as espécies de valor comercial com
DAP≥50 cm, de forma a proteger os mananciais e garantir nesta faixa o banco de
germoplasma das espécies existentes. Não deverá ser extraída qualquer árvore que
estiver localizada a uma distância de até 30,00 m das margens dos igarapés de
até 10,0 m de largura e a 50,00 m das margens dos riachos de até 50,0 m de
largura e 50 m das nascentes e em áreas com declividade maior que 45º. Ainda
serão observadas as seguintes medidas protetoras das matas ciliares e APP:

 Evitar abrir estradas cruzando rios ou igarapés e demais APP’s;


 Caso não haja outra alternativa, a não ser a abertura de estradas
cruzando igarapés ou rios, construir pontilhões e não bueiros, de modo a
evitar o alagamento ou represamento dos mesmos.
 Planejar os ramais de arraste de modo a não cruzar os cursos d’água;

4.5.2.1.1.3. Proteção e manutenção da parcela permanente

Por ocasião do inventário a 100% das UPA’s de exploração, todas as árvores


a serem marcadas para o abate, existentes nas parcelas permanentes, poderão ser
abatidas, no entanto serão tomadas algumas medidas preventivas para evitar a
descaracterização das referidas parcelas:
 Não abrir estradas principais e secundárias cortando longitudinalmente
as parcelas permanentes;
 Não construir esplanadas nas mesmas;

4.5.2.1.2. Minimização dos Impactos sobre a Fauna

A Exploração Florestal na área de manejo será feita de forma a possibilitar


sempre uma opção de refúgio aos animais em áreas de Floresta Nativa não

245
explorada e sem atividades de manejo, durante o processo de corte e extração de
madeiras, ou seja, a exploração terá sempre seu inicio em UPA’S próximas às áreas
mais alteradas, possibilitando a fuga para áreas interiores de floresta natural
inalterada ou para floresta natural em pausa das atividades do manejo sustentado.
Assim, em relação ao primeiro efeito negativo (exploração florestal) sobre a fauna
mencionado anteriormente, espera-se que com as técnicas de Manejo Florestal e a
manutenção do ecossistema com o mínimo possível de intervenção humana e
alteração em relação ao ecossistema original, não haja danos significativos que
possam levar a extinção de espécies ou mesmo a processos irreversíveis de
degeneração da fauna local, podendo as áreas de manejo servir de refúgio da fauna
de áreas circunvizinhas, que eventualmente sofram corte raso no futuro.
Quanto à caça, propõe-se realizar em parceria com Instituto Chico Mendes,
Serviço Florestal e IBAMA trabalhos de educação ambiental com o pessoal
envolvido com a execução do Projeto de Manejo e comunidades circunvizinhas,
esclarecendo sobre a Legislação ambiental em vigor e os danos sobre o meio
ambiente provocados pela caça e pesca predatória. Este trabalho de educação aos
trabalhadores da UMFII deverá ser feito permanentemente, quando das visitas de
supervisão e orientação técnica ao Manejo Sustentado na área, pelo Engenheiro
Responsável, utilizando materiais didáticos como folders, cópia de legislação etc.
Além disso, o detentor do projeto deverá proceder a manutenção permanente de
proteína animal (Carne Bovina, suíno, aves etc..) aos trabalhadores da área, bem
como proibir terminantemente qualquer tipo de ação, que venha a causar algum tipo
pressão predatória sobre os animais silvestres, principalmente manter a proibição
irrestrita da caça, em respeito à Lei 5.197, de 3 de Janeiro de 1967. Manter a
regulamentação da entrada na propriedade. O acesso à propriedade, deve ser
monitorado e regulamentado pela Empresa. A entrada somente deverá ser
permitida com autorização do executor do projeto, identificação e cadastro prévios
do visitante.
Outra medida a ser tomada como forma de assegurar a alimentação e o
habitat dos animais nas UPA’S exploradas, será a manutenção das árvores
frutíferas, bem como a manutenção das áreas de preservação permanente e
reservas florestais primárias, as quais servirão como abrigos temporários, até o
refluxo dos animais para as áreas exploradas.
246
Não abater as árvores ninho e em caso do diagnóstico de ninhal, o
planejamento de estradas, ramais de arraste, esplanadas e o abate das árvores
deve ser feito de modo a respeitar e manter a integridade dos ninhais.
Como medida educativa, deverá ser colocado placas com dizeres
“PROIBIDO A CAÇA E PESCA” , ao longo do todo perímetro da UMF II. Deve ainda
sinalizar as estradas internas, especialmente o controle de velocidade, e capacitar
os motoristas referente a atenção e cuidados com a travessia de animais, de forma a
evitar atropelamento de animais silvestres.
Para atenuar esses impactos deve-se manter um inventário e analisar os
resultados das espécies que existem na área, antes e após a exploração, planificar a
intensidade de exploração, os métodos e tempos, com base nesta informação. Em
particular, deve-se averiguar a presença, o costume migratório de espécies em
perigo de extinção, com especialistas no assunto. A Mad. Sakura, espera solucionar
este problema através de convênios com a Universidade Federal de Rondônia-
UNIR, já em negociação.

4.5.2.2. Minimização dos Impactos sobre o Meio Físico

4.5.2.2.1. Minimização dos Impactos sobre o Solo

O manejo florestal apesar de causar menos impactos ao solo quando


comparado com outros sistemas de produção, não os elimina; diante deste fato,
serão tomadas algumas medidas de minimização destes impactos. A exportação de
nutrientes através da colheita do fuste comercial, a possibilidade de compactação e
erosão do solo devido ao aumento da precipitação direta, movimentação de
maquinários e a possibilidade de aumento da temperatura do solo devido ao
aumento da penetração da radiação solar, deverão ocorrer em níveis razoáveis. A
manutenção da cobertura morta (folhas, galhos, raízes, etc.) oriunda da colheita das
árvores comerciais, deverá ser mantida na área como forma de proteção dos solos
contra a radiação e precipitação diretas. Serão evitadas manobras desnecessárias
de maquinários no arraste das toras, utilizando sempre o auxilio do cabo para o
arraste. Construção de pontes e pontilhões de modo a não interferir na vazão do rio

247
ou causar assoreamento/erosão em suas margens. Caso sejam detectados saleiros
e Terra preta de Índio no levantamento de campo, estes serão respeitados quando
dos trabalhos de exploração. Atentar para o planejamento viário, onde deverá ser
evitada a construção de estradas próximas aos cursos de água ou cruzando estes,
bem como em áreas de declive acentuado. Também deve ser respeitado à APP,
pela manutenção de sua cobertura vegetal, ação essa que garante a estabilidade do
solo e evita a ocorrência de deslizamentos /desmoronamentos.
O Projeto de Estradas Florestais deverá levar em conta ainda, os seguintes
aspectos:

 Planejar a rede de estradas com a menor densidade possível,


compatibilizando a distribuição viária com a conformação natural do
terreno;
 Presença de solos compressíveis ou suscetíveis à erosão e/ou
movimentos de massa;
 Evitar áreas marginais a cursos d'água. Adotar faixa de segurança de
100m. Evitar que a saia dos aterros atinjam os cursos d'água;
 Evitar descompensações nos movimentos de solos durante as
operações de terraplenagem;
 Selecionar criteriosamente os dispositivos de drenagem quanto a
eficiência e ao impacto produzido sobre solo e água;
 O dimensionamento de bueiros deve levar em conta o greide, o tipo de
solo e o regime pluviométrico, objetos dos estudos hidrológicos e projeto
de drenagem;
 Áreas de empréstimo serão criteriosamente selecionadas quanto a sua
localização, exploração e recuperação. Evitar proximidades a cursos
d'água (faixa de 100m), evitar terrenos com declive elevado (20º - 30º),
compatibilizar a exploração ao tipo de substrato e adotar obras de
drenagem onde for o caso. Favorecer a recomposição paisagística da
área de empréstimo, reaproveitando o horizonte superficial que deverá
ser estocado quando do início da exploração e recolocado na caixa de
empréstimo após a exploração, afim de incrementar a regeneração
natural.
248
 Revegetalizar os terraplenos críticos sob o ponto de vista da
estabilidade;
 Promover os trabalhos de conservação das estradas permanentes
principais e secundárias, obedecendo certa periodicidade e frequência.
Promover a limpeza de bueiros, recuperação do leito estradal,
recuperação de aterros, recuperação de taludes de corte;
 Desenvolver, onde for o caso, projetos específicos (estabilidade de
taludes, variantes, caixas de empréstimo).
 O planejamento de estradas, ramais de arraste, esplanadas e o abate
das árvores deve ser de modo a respeitar e manter a integridade dos
saleiros e Terra Preta de Índio.

Espera-se com essas medidas juntamente com o monitoramento na avaliação


dos impactos esperados, assegurar os mecanismos para uma eficiente ciclagem de
nutrientes e redução dos processos erosivos.

4.5.2.2.2. Minimização dos Impactos sobre os recursos hídricos:

Espera-se que com a manutenção da cobertura morta e níveis razoáveis de


sombreamento, após a exploração, minimizar o impacto direto da precipitação bem
como manter a infiltração em níveis aceitáveis de forma a não alterar negativamente o
escoamento superficial que evitaria os processos erosivos e assoreamento dos canais
de drenagem. Outra medida a ser tomada é a manutenção das matas ciliares, que
além de funcionar como filtros de proteção contra o escoamento superficial e a
erosão, estas faixas ciliares, desempenham, ainda, importante papel na proteção
contra a elevação da temperatura da água decorrente do corte da floresta. Para
minimizar os impactos sobre os recursos hídricos (Nascentes, olhos d'água, rios e
igarapés) deverá se atentar para os seguintes critérios:

249
a) Respeito à APP, cujo papel na conservação dos recursos hídricos é de
fundamental importância, por meio de:

 Preservação absoluta: em conformidade aos preceitos do Código


Florestal (Lei 4771/65) e tendo ciência da importância da manutenção
das matas ciliares para a conservação da qualidade dos recursos
hídricos, a empresa considera a preservação das APP como um
princípio absoluto em sua gestão florestal;
 Adoção de procedimentos especiais na fase da extração buscando
direcionar a queda das árvores a serem abatidas de modo que elas não
caiam dentro da APP e venham a danificar sua vegetação ou até mesmo
interromper o fluxo dos cursos d'água;
 Treinamento dos funcionários em práticas adequadas para as operações
de manejo para evitar danos à APP, sobretudo durante as operações
realizadas no período de extração;
 Não deverá ser extraída qualquer árvore que estiver localizada a uma
distância de até 50,0 m das nascentes, 30,00 m das margens dos
igarapés e a 50,00 m das margens dos riachos, ainda devem ser
observadas as seguintes medidas protetoras das matas ciliares:
 Não construir esplanadas e evitar a construção de estradas em áreas de
preservação permanente ( matas ciliares);

b) Controle da pesca: o acesso à propriedade, tanto por terra quanto por rio, é
controlado pela empresa. A entrada somente será permitida com autorização do
executor do plano de manejo e identificação e cadastro prévios do visitante;

c) A construção de estradas deverá ser realizada com base em planejamento


prévio, visando evitar ao máximo o cruzamento da malha viária (seja estradas
principais ou secundárias) com cursos d’água. Quando inevitável, o cruzamento de
cursos d’água é realizado com técnicas adequadas para a construção de pontes e
pontilhões de modo a não interferir na vazão do rio ou causar assoreamento/erosão
em suas margens;
250
d) Fazer o planejamento dos ramais de arrastes, de modo que os arrastes
não cruzem os cursos d’água;

4.5.2.3. Tratamento do lixo

Como forma de mitigar os impactos tanto no meio físico, como biológico e


social, todo o lixo doméstico (resto de comida, embalagens, sacos plásticos, vidro,
lata etc.) produzido por ocasião da exploração florestal, deverá ser colocado em
sacolas apropriadas e dado a destinação adequada. O lixo orgânico (resto de
alimentação e todo material biodegradável) deverá ser enterrado a uma distância de
no mínimo 30 metros dos igarapés e o lixo não degradável (latas, vidros, plásticos,
baterias, peças utilizadas, pneus etc...) deverá ser colocado em sacolas plásticas e
levado para os locais de coleta de lixo no núcleo urbano mais próximo.

4.6. DESCRIÇÃO DE MEDIDAS DE PROTEÇÃO DA FLORESTA:

Esta atividade envolverá a proteção das áreas de preservação permanente da


UMF II, manutenção das UPA’s em pousio, bem como a proteção da UMF II contra
incêndios florestais, invasões, caça, pesca predatória e exploração ilegal de
madeira. Tais atividades devem ser planejadas e executadas de acordo com as
necessidades da UMF II e do desenvolvimento do manejo.

4.6.1. Manutenção das UPA’s em pousio:

Após a exploração de cada UPA e nas UPA’s em pousio será feita a


manutenção da infraestrutura, das parcelas permanentes e limpeza das picadas do
perímetro de cada UPA na UMF II. Para tanto serão feitas as seguintes operações:

 Limpeza e nivelamento, se necessário, dos pátios e das estradas


secundárias e de acesso, através de uma raspagem superficial do seu
leito e nivelamento, se for o caso, realizada logo após as atividades de
251
exploração. No caso dos pátios, será feito apenas raspagem e/ou
nivelamento naqueles que apresentarem sulcos profundos, afim de
evitar a estagnação da água e o favorecimento da reprodução de
mosquitos transmissores de doenças como a malária e outras;
 Desobstrução anual das estradas através da retirada dos galhos de
árvores e troncos de árvores que caem nas estradas;
 Raspagem e/ou nivelamento e, quando for ocaso e revestimento com
piçarra do leito das estradas principais;
 Manutenção anual da rede de drenagem, com limpeza de pontes e
bueiros construídos durante a exploração madeireira, de modo a evitar a
estagnação da água e alagamentos, principalmente no inverno;
 A manutenção das estradas secundárias e de acesso deverá ser
realizada após o término do transporte das toras, e periodicamente a
cada dois ou três anos para facilitar o acesso das equipes técnica e de
monitoramento ao interior das UPA’s;
 Reabertura a cada dois anos das picadas de delimitação das UPA’s em
pousio e das parcelas permanentes de cada UPA e da área de reserva
absoluta;
 Reabertura das picadas das parcelas permanentes no ano de medição
das mesmas, antes da medição em cada UPA e das parcelas
permanentes na área de reserva absoluta;

4.6.2. Proteção florestal contra incêndios na área do plano de


manejo

Para prevenir incêndios florestais ou para combater o fogo na floresta, a Mad.


Sakura fará campanhas internas na área de manejo e nas áreas circunvizinhas à
UMF II. Essas campanhas envolveram os operários florestais que atuam na UMF II,
aos comunitários, prestadores de serviços, aos visitantes e a comunidade rural
limítrofe ao manejo. As campanhas serão basicamente educativas e informativas,
alertando sobre prejuízos para fauna, flora, equipamentos e instalações e sobre a
legislação que trata do assunto.

252
O acampamento será equipado com sistema de comunicação (Telefonia rural,
internet, rádios transmissores etc..) que permita a transmissão e o recebimento de
informações para que, em casos de incêndios, a solicitação de socorro seja
imediata. Toda equipe de campo deverá receber treinamento de combate a
incêndios florestais, e farão parte da brigada de combate a incêndios florestais, a ser
criada na UMF II, para controle destas ocorrências na UMF II.
Após a aprovação do PMFS, a Mad. Sakura, proporá parcerias com o
ICMBIO, Serviço Florestal Brasileiro, IBAMA, empresa mineradora ERSA, instalada
dentro da Flona e órgãos estaduais e municipais (EMATER, IDARON, Prefeitura de
Cujubim etc.). O que tornará essas atividades ainda mais eficientes.
A seguir serão listadas algumas recomendações e rotinas que farão parte do
plano de proteção da UMF II para prevenção e controle de incêndios:

a) Medidas de Prevenção ao Fogo:

 Diagnóstico da Realidade da Área:

Consiste num levantamento da área onde serão identificadas as áreas de


riscos de incêndios, ou seja, aquelas onde as variáveis: ações antrópicas,
vegetação, topografia, dados climatológicos interagem de forma favorável sobre o
comportamento do fogo, que poderão gerar como conseqüência à maioria dos
incêndios na UMF II. Em conformidade com este diagnóstico realizar o mapeamento
das condições de acesso das vias de circulação internas e externas, definir pontos
para abastecimento de água a serem implantados, para facilitar as ações de
eventual combate a incêndio florestal. Os dados devem ser geoprocessados e dar
origem a um Mapa de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais.
Nas áreas antropizada dentro da UMF II, onde há risco de incêndio como
pastagens, se for o caso, será feito aceiros externos de aproximadamente 4 a 6 m
de largura, abertos no ano de implantação do Plano de manejo, os quais serão
mantidos livres de material combustível (ramos, troncos, folhas, etc.) durante todo o
período seco do ano, principalmente durante as queimadas. Entre a divisa da UMF
II e o projeto de assentamento mais próximo, existe uma faixa de proteção de mata
nativa de aproximadamente 500,0 metros pertencente a União. Não havendo
253
portanto, nos limites externos da UMF II, áreas com alto risco de incêndios
(pastagens, desmatamentos, áreas de uso alternativo do solo etc..), dispensando
assim a necessidade de abertura de aceiros nos limites da UMF II, de modo que as
ações de controle e prevenção de incêndio devem ser voltadas, principalmente para
as áreas de risco dentro da UMF II e para as propriedades rurais vizinhas a esta
unidade.

b) Rotinas dos Componentes da Brigada de Incêndio:

 Da coordenação:

A equipe de combate a incêndios florestais da UMF II, sob ordem do Gerente


de Fogo e um substituto cuja finalidade é coordenar as ações, quer sejam da fase de
prevenção ou durante o combate, que será o coordenador da exploração florestal ou
alguém por ele indicado, será constituída por todos os trabalhadores da UMF II
(equipe de extração, vigilantes, pessoal de escritório, motoristas etc..) doravante
denominados de brigadistas, para tanto todos deverão receber o treinamento de
controle e prevenção de incêndios, sendo eles os responsáveis pela coordenação
das atividades de prevenção e combate. Caso haja necessidade a Mad. Sakura
contratará pessoal exclusivo para esta atividade. Sempre que o gerente de fogo se
ausentar da UMF II, repassará essa atribuição a seu substituto.

 Da Prevenção e ação:

Grupo responsável pelo registro da ocorrência e acionamento dos meios para


o combate, será formado pelas equipes de extração e transporte, equipes de
manutenção e proteção da UMF II, além dos brigadistas e servidores que estarão
realizando atividades no acampamento e na guarita de saída da UMF II. Onde os
coordenadores de cada equipe estarão equipados com rádios transmissores e ao
sinal de qualquer incêndio fará imediatamente a ocorrência ao gerente de fogo, esse
por sua vez dependendo da magnitude do fogo, comunicará a todos os brigadistas,
bem como ao ICMBIO, Serviço Florestal Brasileiro e IBAMA da ocorrência do

254
incêndio e solicitar, se for o caso, o deslocamento dos mesmos ou da equipe mais
próxima, com dos devidos equipamentos e utensílios para que seja feito o combate
ao incêndio. Toda a coordenação do controle de incêndios deve ficar a cargo do
gerente de fogo ou de seu substituto.

 Patrulhas Móveis:

Constituída por veículos motorizados e composta pela equipe de vigilantes e


motoristas responsável pelo transporte de cargas e de pessoal na UMF II. Além do
trabalho de responsabilidade de rotina, observará e registrará em todo percurso as
informações sobre possíveis focos de incêndios devendo manter contato via rádio
com o gerente de fogo, e podendo eventualmente suprimir focos pequenos.

 Plantão das Centrais de Rádio:

o O gerente de fogo recebe as informações sobre o incêndio;


o Abre a ocorrência de incêndios, analisando-as;
o Aciona os brigadistas mais próximos para realizar o primeiro combate,
o Num segundo momento aciona os demais membros da brigada;
o Caso o fogo atinja grandes magnitudes que necessite do apoio, o mesmo
acionará imediatamente a Chefia da Flona, que por sua vez acionará a
Coordenação Estadual do Prevefogo e a Brigada de Incêndios da
empresa mineradora ERSA, passando informações sobre o incêndio,
localização, acesso e outras informações julgadas pertinentes, conforme
recomenda o Plano de manejo da Flona do Jamari (2005);
o O gerente de fogo além do rádio transmissor terá a sua disposição o
telefone rural, para que, em caso de incêndios de maiores magnitudes
possa manter a comunicação com a chefia da FLONA e demais órgãos.

c) Do registro das ocorrências de Incêndios:

Todos os incêndios ocorridos na UMF II, serão registrados em livro


próprio, documentando e registrando a ocorrência aos auditores da UMF II,
255
(ICMBIO, Serviço Florestal e IBAMA).

4.6.3. Proteção contra invasores na área do plano de manejo

Como forma de proteção da UMF II contra invasores e possíveis furtos de


madeira, o detentor do projeto terá um plano de vigilância para a UMF II. Dentre
outras medidas, disponibilizará uma equipe de vigilantes composta por 5
trabalhadores e 1 coordenador, os quais deverão percorrer periodicamente ( pelo
menos uma vez por mês) as picadas do perímetro da UMF II, equipada com rádio
transmissor, máquina fotográfica e GPS para comunicação com o coordenador do
projeto, em caso de vestígios de invasão ou furto de madeira. Deverão ainda ser
colocadas placas em pontos estratégicos nas picadas do perímetro da UMF II,
contendo informações sobre a UMF II e com os dizeres alertando contra a invasão e
furto de madeira. Além das operações de vigilância da Mad. Sakura, a mesma
contará com o apoio do ICMBio e Serviço Florestal nesta atividade, pois existe para
toda FLONA em especial para as três Unidades de manejo licitadas, um plano maior
de proteção permanente contra invasão e furto de madeira que está sendo
incrementado pelo ICMBIO em parceria com o Serviço Florestal brasileiro. Em caso
de detecção de furto de madeira ou invasão, os vigilantes deverão comunicar
imediatamente a ocorrência ao coordenador da exploração que por sua vez
acionará o ICMBIO e IBAMA pra que sejam tomadas as medidas legais. Para tanto
deverão registrar todas as informações possíveis sobre os invasores ou ladrões de
madeira (nome, local de entrada, coordenadas do ponto de furto ou invasão,
equipamento ou maquinário utilizado, via de acesso, nome do proprietário e
propriedade que permitiu o acesso, fazer o registro fotográfico) repassá-las ao
coordenador da exploração para que o mesmo possa prover o ICMBio de todas as
informações e provas possíveis.

256
4.6.4. Proteção contra a caça e pesca predatória:

Em toda a UMF II, sobretudo nas picadas do perímetro, serão colocadas


placas indicativas alertando que é proibido a caça e pesca predatória na área da
UMF II. Para funcionários de terceiros contratados para operações dentro da UMF II
e visitantes, será enfatizada a proibição a pesca predatória e a caça, captura ou
perseguição de animais silvestres, de acordo com a legislação vigente. Qualquer
ação suspeita neste sentido, será imediatamente comunicada ao ICMBIO e IBAMA.

4.6.5. proteção das áreas de preservação permanente:

Para a proteção das áreas de preservação permanente, na execução do


projeto será observado e seguidos os seguintes procedimentos:

 As áreas de APP’s deverão receber preservação absoluta em


conformidade aos preceitos do Código Florestal (Lei 4771/65). Tendo
ciência de sua importância para a conservação da qualidade dos
recursos hídricos, a Madeireira Sakura considera a preservação das
APP como um princípio absoluto em sua gestão florestal;
 Adoção de procedimentos especiais na fase da extração buscando
direcionar a queda das árvores a serem abatidas de modo que elas não
danifiquem a vegetação da APP;
 Treinamento dos funcionários para evitar danos às árvores em APP
durante a realização das operações florestais.
 A construção de estradas será realizada com base em planejamento
prévio, visando evitar ao máximo o cruzamento da malha viária (seja
estradas principais ou secundárias) com cursos d’água e demais áreas
de APP. Quando inevitável, o cruzamento de cursos d’água deverá ser
realizado com técnicas adequadas para a construção de pontes e
pontilhões de modo a não interferir na vazão do rio ou causar
assoreamento/erosão em suas margens;

257
4.7. MAPAS REQUERIDOS:

4.7.1. Macrozoneamento da UMF II:

Segue em anexo (anexo 06) o mapa da FLONA DO JAMARI com


macrozoneamento georreferenciado, conforme IN 93/IBAMA/2006 E IN
101/IBAMA/2006, contendo locação da UMF II, UPA’s, uso atual, acampamento etc.
e mapa georreferenciado da UMF II, com locação das UPA’S, app’s, estradas
principais e de acesso projetadas, acampamento, área armazenamento de resíduo,
pátio intermediário e uso atual (Anexo 07)

4.7.2. Localização da UMF II

4.7.2.1. Localização da UMF II com relação aos municípios, estado,


unidades de conservação e área indígena mais próxima:
Segue em anexo o mapa da UMF II plotado no cenário municipal, estadual,
unidades de conservação e limites.
A UNIDADE DE CONSERVAÇÃO mais próxima da área da UMF II é a
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE SAMUEL, que está localizada a norte a uma distancia
de 7,57 km e a área indígena mais próxima é a TI IG LURDES, distanciada a
aproximadamente 101,19 km da área UMF II. Conforme mapa em anexo (anexo
08).

258
4.8. INFRAESTRUTURA DO ACAMPAMENTO

A construção do acampamento deverá obedecer a Normas


Regulamentadoras em vigor (Tabela 60) e ao PPRA. Será instalado fora da UMF II,
para a escolha da área onde será instalado o Acampamento, será levado em
consideração os seguintes critérios:

 Escolher um local de vegetação mais rala e mais fina evitando assim a


derrubada desnecessária de árvores para a instalação mesmo.
 Deve-se ainda respeitar as áreas de preservação permanente (margens
de Rios ou Igarapés).

Neste caso, como forma de mitigar os impactos negativos na floresta, o


acampamento será instalado fora da UMF II, a oeste conforme demonstra o mapa de
exploração em anexo, deverá ter uma infra-estrutura composta por alojamento,
cozinha, banheiros, oficina, almoxarifado, escritório, galpão para armazenamento do
óleo resina de copaíba, local para o acondicionamento adequado dos combustíveis
e lubrificantes, poço, fossa séptica com sumidouro, local para enterrar o lixo orgânico
etc., tudo de acordo com a NR-31, NR-10 e demais normas regulamentadoras e o
Programa de Prevenção e Riscos Ambientais - PPRA.

259
TABELA 60 – CONSTRUÇÕES E INFRAESTRUTURA DO ACAMPAMENTO E RECOMENDAÇÕES
BASEADAS NAS NORMAS REGULAMENTADORAS-NR.
DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE UNIDADE OBSERVAÇÃO

O REFEITÓRIO DEVE TER:


 boas condições de higiene e conforto;
 capacidade para atender a todos os
trabalhadores;
 protegidas da ação de insetos;
 água limpa para higienização;
Refeitório 01 48 m2  mesas com tampos lisos e laváveis
 assentos em número suficiente;
 água potável, em condições higiênicas;
 depósitos de lixo, com tampas.
Em caso de alimentação na frente de trabalho, os
alimentos devem ser transportados em recipientes
adequados (caixas térmicas ou similares)

 Os locais para preparo de refeições devem ser


dotados de lavatórios, sistema de coleta de lixo e
Cozinha 01 20 m2
instalações sanitárias exclusivas para o pessoal
que manipula alimentos;

Dispensa para  Deve ser limpa e arejada e os alimentos


armazenar alimentos 01 10 m2 protegidos da ação de insetos, roedores e
e material de limpeza similares;

Casa para hospede 01 81 m2

Escritório 01 20m2

Almoxarifado para
01 8,0 m2
material de escritório

 Deve ser espaçosa, ventilada e protegida da


Sala de recreação 01 48 m2
ação de insetos

 Vaso sanitário na proporção de uma unidade


para cada grupo de vinte trabalhadores ou fração;

 Ser separadas por sexo;

 Dispor de água limpa e papel higiênico;


Sanitários área de
03 4,5 m2
1,5 m2 cada  Estar ligadas a sistema de esgoto, fossa séptica
ou sistema equivalente;

 Possuir recipiente para coleta de lixo;

 Ser distanciado de pelo menos 20,0 metros da


rede de captação de água (poço)

260
DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE UNIDADE OBSERVAÇÃO

 Chuveiro na proporção de uma unidade para cada


grupo de dez trabalhadores ou fração;

 Ser separadas por sexo;


Chuveiros área de 1,5
03 4,5 m2
m2 cada  Estar ligadas a sistema de esgoto, fossa séptica ou
sistema equivalente;

 Dispor de água limpa;

 Lavatório na proporção de uma unidade para


cada grupo de vinte trabalhadores ou fração;

Lavatório 03 unidade  Dispor de água limpa;

 Estar ligados a sistema de esgoto, fossa séptica


ou sistema equivalente;

OS DORMITÓRIOS DEVEM TER:

 Ter camas com colchão, separadas por no


mínimo um metro, sendo permitido o uso de
beliches, limitados a duas camas na mesma
vertical, com espaço livre mínimo de cento e
dez centímetros acima do colchão;
Dormitórios com área
08 112 m2  Ter armários individuais para guarda de
de 14,0 m2 cada
objetos pessoais;

 Ter portas e janelas capazes de oferecer


boas condições de vedação e segurança;

 Ter recipientes para coleta de lixo;

 Ser separados por sexo.

 As lavanderias devem ser instaladas em local


coberto, ventilado e adequado para que os
trabalhadores alojados possam cuidar das roupas
Lavanderia 01 4,0 m2 de uso pessoal;

 As lavanderias devem ser dotadas de tanques


individuais ou coletivos e água limpa;

 Ser construído a uma distancia mínima de 20,0


Poço artesiano 01 unidade
metros da fossa séptica;

 Deve ser construída a uma distancia mínima de


Fossa séptica 01 und
20 metros do poço;

Oficina para
motosserra e 01 20 m2
pequenos reparos

Almoxarifado para
armazenar peças de
01 16 m2
reposição para
motosserra e outros

261
DISCRIMINAÇÃO QUANTIDADE UNIDADE OBSERVAÇÃO

 Deve possuir caixa de areia ou serragem em


baixo do motor, de modo a evitar o derramamento
Casa de força de resíduos (óleo lubrificante, combustíveis etc)
01 4,0 m2
(gerador) direto no solo;

 Ser arejado e coberto.

 Deve ser cimentado ou assoalhado, de modo a


evitar o derramamento de combustível ou
lubrificante direto no solo;

 Os combustíveis devem ser armazenados


Depósito de separados dos lubrificantes e de preferência em
combustível locais opostos
01 30 m2
(gasolina) e
lubrificantes  Deverá existir letreiro com dizeres "Não Fume" e
"Inflamável" em todas as vias de acesso ao local
de armazenagem;

 Deverá ter sistema de combate a incêndio com


extintores apropriados, próximo à porta de acesso

 Manter distância mínima do tanque às vias


públicas de 1,5 m;
 Se o tanque for equipado com respirador de
emergência e contar com cobertura de proteção
deve ser distanciado da via pública de no mínimo
7,5 m;
 Deverá existir letreiro com dizeres "Não Fume" e
"Inflamável" em todas as vias de acesso ao local
de armazenagem;
 Nos locais de descarga de líquidos inflamáveis,
Depósito de óleo
deverá existir fio terra apropriado,conforme
diesel com
01 24 m2 recomendações da Norma Regulamentadora - NR
capacidade para
10, para se descarregar a energia estática dos
12.000,00 litros
carros transportadores, antes de efetuar a
descarga do líquido inflamável;
 Todos os tanques de armazenamento de
líquidos inflamáveis serão aterrados;
 Deverá ter sistema de combate a incêndio com
extintores apropriados, no local do tanque;
 Deve ser construido um tanque de cimento sob
o tanque de combustíveis com inclinação
adeguada de forma a possibilitar a coleta do
mesmo em caso de vazamento;
 Deve ser cimentado ou assoalhado, de modo a
evitar o derramamento de óleo resina de copaíba
direto no solo;
Depósito para
armazenamento de  Deverá existir letreiro com dizeres "Não Fume" e
01 25 m2
óleo resina de "Inflamável" em todas as vias de acesso ao local
Copaíba de armazenagem;
 Deverá ter sistema de combate a incêndio com
extintores apropriados, próximo à porta de acesso.

262
As áreas de vivência deverão atender aos seguintes requisitos:
a) Condições adequadas de conservação, asseio e higiene;
b) Paredes de alvenaria, madeira ou material equivalente;
c) Piso cimentado, de madeira ou de material equivalente;
d) Cobertura que proteja contra as intempéries;
e) Iluminação e ventilação adequadas;

4.8.1. Destinação dos resíduos orgânicos e inorgânicos

Como forma de mitigar os impactos tanto no meio físico, como biológico e


social, todo o lixo doméstico (resto de comida, embalagens, sacos plásticos, vidro,
lata etc.) produzido por ocasião da exploração florestal, deverá ser colocado em
sacolas apropriadas e dado à destinação adequada. O lixo orgânico (resto de
alimentação e todo material biodegradável) deverá ser enterrado a uma distancia de
no mínimo 30 metros dos igarapés e locais de coleta de água e o lixo não
degradável (latas, vidros, plásticos, baterias, peças utilizadas, pneus etc.) deverá ser
colocado em sacolas plásticas e levado para os locais de coleta de lixo no núcleo
urbano mais próximo. Todos os efluentes oriundos dos lavatórios, chuveiros,
sanitários, pia da cozinha etc., serão destinados a fossa séptica.

263
5.0. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

AMARAL, P.H.C, VERÍSSIMO, J.A.O; VIDAL, E.J.S. Floresta para Sempre: um


manual para a produção de madeira na Amazônia. Belém: IMAZON. 1998.
137p.

BRASIL. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução n⁰ 406, de 02 de


fevereiro de 2009. Estabelece parâmetros técnicos a serem adotados na
elaboração, apresentação, avaliação técnica e execução de Plano de Manejo
Florestal Sustentável-PMFS com fins madeireiros, para florestas nativas e suas
formas de sucessão no bioma Amazônia. Disponível em:
http://www.datadez.com.br /content/legislacao.asp?id=81727

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e


Recursos Naturais Renováveis. Instrução Normativa nº 05, de 11 de dezembro
de 2006. Dispõe sobre os procedimentos técnicos para elaboração,
apresentação, execução e avaliação técnica do Plano de Manejo Florestal
Sustentável – PMFS nas florestas primitivas e suas formas de sucessão na
Amazônia Legal, e dá outras providencias. Normas Florestais Federais para
a Amazônia - Brasília: IBAMA / Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade
e Florestas, 2007. 176 p.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e


Recursos Naturais Renováveis. Norma de Execução nº 01, de 24 de abril de
2007. Institui, no âmbito desta Autarquia, as diretrizes técnicas para elaboração
dos Planos de Manejo Florestal Sustentável – PMFS de que trata o art. 19 da
Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965. Normas Florestais Federais para a
Amazônia - Brasília: IBAMA / Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e
Florestas, 2007. 176 p.

264
EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Rio de Janeiro:
EMBRAPA Solos, 1ª Ed., 1999. 306 p.

FELFILI, J.M.; VALE, A.B.; NETO, F.P.; RAMOS, J.L.P. Avaliação dos resíduos de
exploração em florestas do norte de Mato grosso. Revista árvore nº 1, Vol. 08,
pág. 71-83, Viçosa-MG., 1984.

FLORESTAL (2008). ABDALA, W.S.; FERREIRA, V. Projetos de Manejo Florestal


e Planos Operacionais Anuais, Ariquemes, 2008.

HEINSDIJK, D.; BASTOS, A.M. 1963. Inventários florestais na Amazônia. Boletim


do Serviço Florestal, 6: 1-100.

HOSOKAWA, R.T. 1982. Manejo Sustentado de Florestas Naturais: Aspectos


Econômicos, Ecológicos e Sociais. Anais do Congresso Nacional sobre
Essências Nativas. VOL 16A. Parte 3. São Paulo. pag. 1465-1473.

IBDF. Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. Inventário Florestal da


Floresta Nacional a ser Criada no Estado de Rondônia: Relatório Final.
Brasília: IBDF, 1983. 94 p.

IMAZON – Serviço Florestal Brasileiro. Relatório Técnico: Diagnóstico da Floresta


Nacional do Jamari (RO) para implantação de Concessões Florestais.
Elaboração: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) e
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Tasso Rezende Azevedo, coordenadores).

IBGE. Estados, 2009. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/estadosat/


perfil.php?sigla=ro . Acessado em: 25 de mar. 2009.

INOUE, M.T. 1983 . Princípios de Manejo e Estratégias para o desenvolvimento


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pag. 49 - 53.

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Exploração de Madeira com e sem Planejamento na Amazônia Oriental, Série
Amazônia N° 16 - Belém:Imazon, 1998.

JUCHEM, P.A. et all. 1992. Manual de Avaliação de Impactos Ambientais - MAIA.


Curitiba-PR.

JUNIOR, R.A.P. et all., MANUAL DE PROCEDIMENTOS TÉCNICOS DA F.F.T,


Belém,1997.

LIMA, R.F.A. Estrutura e regeneração de clareiras em Florestas Pluviais Tropicais.


Rev. Brasil. Bot. V.28, n.4, p. 651-70, out-dez. 2005.

MMA/IBAMA 2005. – Plano de Manejo da Floresta Nacional do Jamari

OLIVEIRA, E.C.P.; LAMEIRA, O.A.; ZOGHBI, M.G.B. Identificação da época de


coleta o óleo-resina de copaíba ( Copaifera spp.) no município de Moju, PA,
Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.8, n.3, p.14-23, 2006.

Plano Anual de Outorga Florestal 2007/2008. 2007. Relatório Técnico. Serviço


Florestal Brasileiro (SFB). Brasília, DF. 95 páginas.

RIGAMONTE-AZEVEDO, O. C.; WADT, P. G. S.; WADT, L. H. O. 2006. Potencial de


produção de óleo-resina de copaíba (Copaifera spp) de populações naturais do
Sudoeste da Amazônia. Revista Árvore, v.30, n.4, p.583-591.

RIGAMONTE-AZEVEDO, O. C. Copaíba: ecologia e produção de óleo-resina. Rio


Branco: EMBRAPA Acre, 2004. Disponível em:
<http://www.cpafac.embrapa.br/pdf/doc91.pdf>.Acessado em 05 Jan. 2009.

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RONDÔNIA. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM). Boletim
Climatológico de Rondônia, ano 2006 / SEDAM, Porto Velho, 2007. Disponível
em: http://www.sedam.ro.gov.br/web/guest/Meteorologia/Boletim Acessado
em: 28.03.2009.

SEDAM (2002), Atlas Geoambiental de Rondônia. Porto Velho: SEDAM, 2002.


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SFB. Serviço Florestal Brasileiro. Edital de Licitação para Concessão Florestal –


Concorrência 01/2007 – Floresta Nacional do Jamarí-RO. Nov. de 2008.

SILVA,J.N.M..1996. Manejo Florestal, EMBRAPA,CPATU,SPI,Brasília DF.

SILVA, J. N. M.; LOPES, J.C.A.; OLIVEIRA, L.C.; SILVA, S. M. A.; CARVALHO, J. O.


P.; COSTA, D. H. M.; MELO, M.S.; TAVARES, M. J. M. Diretrizes para
instalação e medição de parcelas permanentes em florestas naturais da
Amazônia Brasileira. Belém - PA: EMBRAPA AMAZONIA ORIENTAL, 2005.

SILVA, J. N. M.; PERES, N.; BARROS, P.C. (S/D). Diretrizes para medições de
árvores amostras para determinação de equações de volume. Disponível em:
http://bommanejo.cpatu.embrapa.br/arquivos/8.2-
Diretrizes_medicoes_arvores.pdf, Acessado em 25 jan. 2009.

SIQUEIRA, J.D.P. et all., 1994. Plano de manejo Florestal em Regime de


Rendimento Sustentado no Estado de Rondônia.

STEVE, J. et all. Guia para Floresta de Alto Valor de Conservação,


PROFOREST, 1ª ed. 2003

Técnicas de coleta, identificação e herborização de plantas. Disponível em:


http://www.consulteme.com.br/media/index.php/Herb%C3%A1rio, Acessado
em: 10 de Julho de 2009.

267
TONINI, H.; ARCO-VERDE, M.F.; SÁ, S.P.P. Dendrometria de espécies nativas em
plantios homogêneos no Estado de Roraima - Andiroba (Carapa guianensis
Aubl), Castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa Bonpl.), Ipê-roxo (Tabebuia
avellanedae Lorentz ex Griseb) e Jatobá (Hymenaea courbaril L.). Rev. Acta
Amazônica, Vol. 35(3), p. 353 – 362, 2005.

LISTA DE ANEXOS
 ANEXO 01 – FICHA DE MICROZONEAMENTO DA UPA
 ANEXO 02 - MODELO DE FICHA PARA COLETA DE DADOS PARA O
MONITORAMENTO DE DANOS EM APP, SALEIROS E TERRA PRETA
DE ÍNDIO E CLAREIRAS DEVIDO AO ABATE;
 ANEXO 03 - MODELO DE FICHA PARA COLETA DE DADOS PARA O
MONITORAMENTO DE DANOS EM ÁRVORE NINHO, ÁRVORE
PROTEGIDA POR LEI, ÁRVORE PORTA SEMENTE ETC;
 ANEXO 04 – MAPA DE SOLOS;
 ANEXO 05 – MAPA DE VEGETAÇÃO;
 ANEXO 06 - MAPA GEORREFERENCIADO DA FLONA DO JAMARI
COM LOCAÇÃO DA UMF II, UPAS, APP, INFRAESTRUTURA,
ACAMPAMENTO, PÁTIO INTERMEDIÁRIO, ÁREA ARMAZENAMENTO
DE RESÍDUO E USO ATUAL DA UMFII;
 ANEXO 07 - MAPA GEORREFERENCIADO DA UMF II, COM
LOCAÇÃO DAS UPAS, APP, ESTRADAS PROJETADAS,
ACAMPAMENTO, PÁTIO INTERMEDIÁRIO ÁREA DE
ARMAZENAMENTO DE RESÍDUO E USO ATUAL;
 ANEXO 08 – MAPA LOCANDO A UMF II COM RELAÇÃO AOS
MUNICÍPIOS, ESTADO, UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E ÁREAS
INDÍGENAS;
 ANEXO 09 – CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DO RESPONSÁVEL
TÉCNICO;

268
 ANEXO 10 – MAPAS ARQUITETÔNICOS COM LAY OUT DO
ACAMPAMENTO E PLANTAS ELÉTRICAS E HIDRAULICAS DAS
INSTALAÇÕES;
 ANEXO 11 – CARTA IMAGEM COM AMBIENTES FITOECOLÓGICOS
E USO ATUAL DA UMF II;
 ANEXO 12 - CARTA IMAGEM LOCANDO AS ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO PERMANETES;
 ANEXO 13 – VIA DE ACESSO A UMF II;
 ANEXO 14 - FORMULÁRIO DE INFORMAÇÕES
GEORREFERENCIADA DO IMÓVEL E DO PLANO DE MANEJO.
 ANEXO 15 - CD COM ARQUIVO DIGITAL (SHEPFILE) DAS UPAS,
ÁREAS IMPRODUTIVAS , MAPAS ETC;
 ANEXO 16 - CD COM ARQUIVO DIGITAL DO PMFS;
 ANEXO 17 - DOCUMENTOS DA EMPRESA DETENTORA DO PMFS;
 ANEXO 18 - CADASTRO TÉCNICO FEDERAL DA EMPRESA;
 ANEXO 19 - ART E CARTEIRA DO CREA DO RESP. TÉCNICO.

269
ANEXO 01 – FICHA DE MICROZONEAMENTO DA UPA

FICHA DE MICROZONEAMENTO
PROJETO: ________________________________________________
UPA:________________ UT:________
DATA: ______/______________/___________
EQUIPE DE CAMPO: _________________________________________
COORDENADAS COORDENADAS - UTM
FAIXA DESCRIÇÃO/OBSERVAÇÃO DIREÇÃO
X Y LADO E N

UNIDADES: DADOS A MAPEAR NO MICROZONEAMENTO:


X = DISTÂNCIA LATERAL (metros) Áreas de Preserv. Permanente: Hidrografia ( Rios, Igarapés, Alagados,
Nascentes) e morros com declividade >= 45º.

Y = COMPRIMENTO (metros) Vegetação atípica ( cipoal, bambuzal, castanhal, igapó, alagados, cerrado
etc..)

LADO DA PICADA : D - DIREITO; E - Saleiro, Ninhal, Cachoeiras, Terra Preta de Índio ou vestígio Indígena, Sítios
ESQUERDO; C - CENTRO. Arqueológicos, afloramento rochoso, outras áreas de interesse ecológico,
COORDENADAS ( UTM)

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ANEXO 02 - FICHA PARA MONITORAMENTO DE DANOS EM CLAREIRAS, ÁREAS DE APP'S, SALEIROS E TERRA PRETA DE ÍNDIO
DATA: DANO: UPA: PROJETO:
LARGURA DO DANO PELO FUSTE DANO DA COPA
FAIXA/ARVORE ESPÉCIE LARG. PÉ LARG. COMPRIMENTO COMPRIMENTO LARGURA DA
(m) PONTA (m) DO FUSTE (m) DA COPA (m) COPA (m)

ONDE: DANO = CLAREIRAS OU ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE OU SALEIROS OU TERRA PRETA DE ÍNDIO
ANEXO 03 - FICHA PARA MONITORAMENTO DE DANOS ÀS ÁRVORES REMANESCENTES, ÁRVORE NINHO, PORTA SEMENTES E PROTEGIDAS POR
LEI
DATA: UPA: PROJETO:
ÁRVORE ABATIDA ÁRVORES DANIFICADAS DANO CAUSADO
COPA TRONCO OBS
FAIXA ÁRVORE ESPÉCIE FAIXA ÁRVORE ESPÉCIE TIPO DE ÁRVORE ( GRAU DO (GRAU DO
DANO) DANO)

GRAU DO DANO:
DANO NA COPA:
Dano pequeno - galho maior quebrado, mas menos de um terço da copa danificada;
Dano moderado - mais de um terço da copa quebrada;
Dano severo - copa completamente quebrada;

DANOS NO TRONCO:
Danos no tronco foram classificados pela extensão e profundidade;
Dano pequeno - área da casca raspada numa extensão menor que 33 X 25 cm (a área de um prancheta);
Dano moderado - área afetada da casca, excedendo 33 X 25 cm, ou o câmbio afetado;
Dano severo - tronco esmagado ou arrancado.

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