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O texto A Sociologia da Religião como recapitulação da Teologia Cristã

Weber e as raízes proféticas do racionalismo ocidental, de Renan Springer de


Freitas, retrata acerca de que o povo de Israel foi eleito por Deus, como sendo
seu povo eleito. Isto se deu por meio de Moisés que era o Mediador que
recebeu a palavra de Deus da montanha ( o Monte Sinai), onde o monoteísmo
em torno do nome de Javé foi se consolidando, e, a partir daí, o culto ao deus
único, que já existia em certos grupos antes do exílio, ganha mais força e se
falou de javismo. Javé passou a ser chamado Deus de Abraão, Deus de Isaac
e Deus de Jacó.

Na história do êxodo ( Ex 1-15), Deus é o protagonista que age em favor


do povo, que recebe a lei (Ex 20; Dt 5) como meio para ser fiel à aliança. Assim
como Deus foi bom e fiel ao libertar gratuitamente aquelas pessoas, elas
devem corresponder a essa dádiva, na observância de mandamentos, decretos
e leis úteis para uma vida de paz na comunidade. Nos conflitos e na luta por
superação o povo é chamado a tirar uma lição para a vida

O povo libertado no êxodo deixou de ser servo do faraó para servir a


Deus, e prestar-lhe culto. Assim, o povo é servo de Deus, povo liberto, e as leis
são a constituição e as instruções para o povo viver a aliança.

Este longo enxerto sugere que faltou às escrituras sagradas judaicas um


alcance universal, isto é, que nenhuma “ missão mundial “ poderia ter sido
iniciada a partir da pregação profética hebraica a menos que o padrão
particularista de conduta peculiar ao judaísmo fosse rompido e substituído por
um padrão universalista

O trabalho missionário do apóstolo Paulo foi o acontecimento


responsável por tal ruptura e substituição, ele foi decidido na evolução ética
ocidental. O sacrifício do redentor Jesus Cristo tornou o judaísmo obsoleto
porque universalizou o acesso à graça divina anteriormente restrito a um
suposto “ povo escolhido de Israel “. Isto aparece na obra do apologista
Justino, o mártir ( 100- 165), e é conhecida, desde o trabalho da teóloga cristã
Rosemary Ruether, por teologia da superação, ou da substituição
( RUETHER,1974). Desejo mostrar que Weber argumento a respeito da
emergência do racionalismo ocidental se achar embebido na teologia cristã da
superação.

Weber tem enorme admiração pelo versículo da Epístola de Paulo aos


Gálatas, que diz: “ não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto;
nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus “ (Gl.
3:28). David Niremberg (2003) argumenta o universalismo presente no
versículo acima citado. O que haveria de extraordinário no referido versículo
seria o fato de Paulo ter defendido o seu universalismo contra o status
particular que era até então ignorado pela tradição grega. Isso significaria que
perante Deus seria indiferente se um homem pintasse as unhas, usasse
silicone nos peitos, ou que um escravo se rebelasse contra a sua condição. ,
Paulo quis mostrar-nos que os judeus poderiam renunciar as suas condições
físico-social abrindo mão das “normas com caráter de tabu” e das “ promessas
messiânicas únicas” contidas no Torá. Niremberg nos faz lembrar que Paulo
não queria abandonar as sagradas escrituras. Paulo fez o livro sagrado dos
judeus tornar-se o livro sagrado dos cristãos.(WEBER, 1965 {1922}, p.259). Era
preciso desmistificar o Deus punitivo, vingativo dos judeus, demonstrando um
Deus compassivo, misericordioso, piedoso pregado por Paulo, no cristianismo.

O cristianismo consegue forjar, para si só, a imagem de uma religião que


superou o judaísmo no plano teológico, isto foi resultado de um longo e
extenuante esforço, cujo ponto de partida foi a reação dos teólogos patrísticos ,
à tentativa marcionista de separar completamente o cristianismo do judaísmo.

Se o cristianismo tornou-se uma religião universal isto dependeu muito


do sucesso dos apologistas patrísticos em compatibilizar o Deus das escrituras
judaicas com o Deus do Novo testamento de um presumido empenho da
missão Paulina em livrar os judeus de sua presumida condição de povo pária
expandindo a noção de Israel.

Marcião e Valentim imaginavam que a unidade cristã só poderia ser


obtida se o cristianismo pudesse ser visto como uma novidade, isto é, como
uma nova maneira de pensar a respeito de Deus, dos seres humanos e do
mundo. O que as pessoas queriam era uma sabedoria enraizada em tempos
antigos e digna da história ilustre de seu povo e cultura.

Mesmo Paulo tendo pregado por toda a Grécia, quase um século após a
sua morte ainda, continuava difícil para um grego compreender a sua
pregação. É aqui que Justino, o mártir, o apologista patrístico deixou sua terra
natal ( a Samaria) para se dirigir a Roma, demonstrando que seus deuses não
estavam de acordo com os preceitos bíblicos. Foi lendo Moisés que eles
aprenderam (sophia) e a razão ( logos) de Deus, a qual criou o mundo e
continua a mantê-lo. Falou de Jesus, que não apenas conhecia o pensamento (
logos ) de Deus como os filósofos o conhecem, ou o conheciam como filho de
Deus. Justino lançou as bases para que o cristianismo tivesse um passado
teológico, que tal passado pudesse ser criado ao fazer Moisés um personagem
da história do cristianismo ; lendo a história do de Israel como a história de um
Deus cristão.

Graças ao trabalho missionário de Paulo foi possível surgir uma “ ética


cristã do dia-a-dia “, superando a ética tradicional, superou-se a ética religiosa
que demandava , sobretudo, “ uma obediência de criança ao monarca do
mundo “. Weber mostra-se grandemente agradecido a Paulo por ter sido este
último oferecido aos seres humanos uma oportunidade de se comportar
autonomamente, como se espera de um adulto. Muitos sociólogos se apoiaram
nos ombros de weber para dar a entender que sim.
Percebemos que o cristianismo é pregado em todo o mundo, que o
nome de Jesus Cristo é anunciado como nosso salvador, e único Senhor, pois
a ele foi dado todo o poder, glória e majestade. Nenhum outro nome é maior do
que o dele, JESUS. E o cristianismo, é universal. Todos aqueles que crerem e
aceitarem Jesus, terão a vida eterna. Pois ele derramou o sangue pela
remissão dos nossos pecados.

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